Anatomia dos Sistemas Estruturais
Miologia – Cabeça
1. Fáscias
A cabeça e o tronco são envolvidos por amplas lâminas de tecido
conectivo. Essas lâminas estão interpostas entre as estruturas mais
profundas e a pele ou cobrem e passam entre os músculos. Elas
formam pontos de fixação para músculos e também facilitam seus
movimentos. Outras estruturas como traquéia e esôfago também são
envolvidos pela fáscia.
Podem ser classificadas como superficiais ou profundas, são elas:
Superficiais:
o Fáscia superficial da cabeça
o Fáscia superficial do pescoço
o Fáscia superficial do tronco
Profundas:
o Fáscia profunda da cabeça
o Fáscia profunda do pescoço
o Fáscia profunda do tronco
o Fáscia toracolombar
o Fáscia espinocostotransversal
2. Músculo cutâneo
Camadas musculares delgadas aderentes às fáscias. Formam
uma bainha contrátil extensa.
Importantes nos carnívoros pois permitem os movimentos
gestuais dos lábios, nariz e orelhas (mímica).
Divididos em:
Músculos Cutâneos da Cabeça
Músculos Cutâneos do pescoço
Músculos cutâneos do tronco.
2.1. Músculos Cutâneos da Cabeça
M. esfíncter superficial do pescoço
M. cutâneo da face
M. esfíncter profundo do pescoço
M. frontal (carnívoros, ruminantes* e suínos)
*Ruminantes: está localizado entre a pele e o osso frontal; une-se ao m.
orbicular do olho e substitui o m. corrugador do supercílio.
2.2. Músculos Cutâneos do pescoço
M. esfíncter superficial do pescoço
M. platisma (M. cutâneo da face +M. cutâneo do
pescoço)
M. esfíncter profundo do pescoço
M. cutâneo do pescoço
2.3. Músculos cutâneos do tronco
Parte abdominal do m. cutâneo do tronco
Mm. cutâneo omobraquial
Mm. Prepuciais
Mm. Supramamários
3. Músculos faciais
A musculatura facial pode ser dividida em superficial e profunda.
A musculatura superficial envolve mm. cutâneos; mm. do nariz; mm.
dos lábios; mm. das bochechas; mm. das pálpebras. Sendo assim,
podemos concluir que a musculatura facial é responsável pela
mímica facial.
Além desta classificação, também encontramos mm. ligados a orelha
e mm. responsáveis pela mastigação.
3.1. Mm. Superficiais
3.1.1. Mm. do focinho, narinas, lábios e bochechas
M. orbicular da boca: circunda a abertura da boca, possui
papel de esfíncter da boca.
M. Incisivo: eleva o lábio superior (lábio maxilar) e deprimir
o lábio inferior (lábio mandibular)
M. levantador nasolabial: eleva o lábio superior e dilata as
narinas. *Nos ruminantes e equinos, ele se divide em dois
ramos: Dorsal – Narina e Ventral - lábio superior.
M. levantador do lábio superior: é considerado o músculo
mais forte do grupo facial; Se origina no ângulo medial do
olho e se insere na parede lateral das narinas e no lábio
superior em carnívoros, suínos e ruminantes. Já nos
equinos ele se une ao músculo contralateral, formando um
amplo tendão que irá se inserir no segmento mediano do
lábio superior. Nos suínos ele se insere na parte rostral do
osso rostral.
M. canino: Ação de dilatar as narinas e elevação do lábio
superior. No equino é uma lâmina muscular delgada que se
origina na região da crista facial e se insere na parede lateral
da narina. Em carnívoros, se insere no lábio superior (região do
dente canino). Já nos ruminantes ele se insere na parede lateral
da narina e partes adjacentes no lábio superior. *Passa entre
os dois ramos do músculo levantador nasolabial (equinos e
ruminantes).
M. depressor do lábio superior: Presente apenas em
ruminantes e suínos. Sua origem é na tuberosidade facial; Nos
suínos, dá origem a um tendão longo que se une ao
contralateral, se inserindo na parte rostral do osso rostral. Nos
ruminantes forma uma rede de fibras no lábio superior e
focinho.
M. mentual: Músculo fraco, infiltrado de tecido adiposo e e
tecido conjuntivo.
M. zigomático: Ação de retrair e elevar o ângulo da boca
(expressa o sorriso). *Nos carnívoros, sua origem será na
cartilagem escutiforme.
M. bucinador: Forma a parede muscular da cavidade oral,
responsável por comprimir o vestíbulo da boca, dispondo o
alimento a prateleira dentária (auxilia o processo de
mastigação).
Mn. do nariz: Aspecto rudimentar em carnívoros e suínos,
porem bem desenvolvidos em ruminantes e equino.
Apresentam como função a dilatação da narina. São eles:
M. dilatador apical da narina
M. lateral do nariz
M. dilatador medial da narina
M. orbicular do olho: é o músculo que compõe a fenda
palpebral (esfíncter palpebral), apresenta porção orbital e
porção palpebral
M. levantador do ângulo medial do olho: Eleva a parte medial
da pálpebra superior. Mais desenvolvido em carnívoros
M. levantador do ângulo lateral do olho: Somente
carnívoros!!! Função de retrair o ângulo lateral da pálpebra
em sentido caudal.
M. malar: Ação de deprimir a pálpebra inferior. Mais
desenvolvido em ruminantes.
4. Músculos da mastigação
M. masseter: Músculo largo, se origina na margem ventral do
arco zigomático (crista facial em equinos). Função de
aproximação da mandíbula ao maxilar quando contraído.
Mm. pterigóideos lateral e medial: Complementam o masseter
em sua atividade. Quando contraídos elevam a mandíbula, caso
a atuação seja unilateral, a mandíbula é retraída em direção
lateral (sentido da contração).
M. temporal: Se origina na crista temporal e se insere no
processo coronóide da mandíbula. Mais desenvolvido nos
carnívoros. Sua função é elevar a mandíbula, auxiliando o
processo de mastigação.
M. digástrico: Nos equinos apresenta dois ventres (caudal e
rostral) nas demais espécies apresenta ventre único. Função de
deprimir a mandíbula, auxiliando a abertura da boca.
M. miloióideos: Também considerado músculo da língua, possui a
função de sustentação e elevação da língua (elevando o assoalho da
boca).
5. Músculos da orelha
A movimentação da orelha se dá através da ação de pequenos
músculos que se originam da cartilagem escutiforme ou diretamente
do crânio. Existem diversos pequenos fascículos musculares além
dos que serão abordados nesse material, se originam da cartilagem
escutiforme e possuem a função de estreitar ou alargar a entrada
para o conduto auditivo.
Os músculos da orelha são classificados em:
Extrínsecos (surgem da cabeça e parte adjacente do pescoço,
e movem o ouvido externo como um todo) e intrínsecos
(limitados à aurícula)
M. parotídeoauricular: direciona a orelha ventral e
caudalmente
Mm. auriculares caudais: Projetam e retraem a orelha
Mm. auriculares dorsais: Elevam a orelha e a
movimentam para trás e para frente.
M. auriculares rostrais: Giram a base da orelha para
dentro.
Mm. auriculares profundos: Giram a orelha.
Mm. estiloauricular: Encurta o pavilhão auditivo
Mm. tensores da cartilagem escutiforme: conectam a
cartilagem escutiforme ao crânio, podendo alterar a sua
posição.
5. Músculos específicos da cabeça
Apresentam a continuação funcional dos músculos do pescoço até a
cabeça. Em sentido restrito, pertencem a região do pescoço. São
eles:
M. reto dorsal maior da cabeça: Localizado entre o processo
espinhoso do áxis e a porção escamosa do occipital.
M. reto dorsal menor da cabeça: posicionado sobre a
membrana atlanto-occipital dorsal.Extensores da art.atlanto-
occipital, elevando a cabeça.
M. reto lateral da cabeça: Localizado entre o arco ventral do
atlas e o processo paracondilar do occipital. Flexiona a art.
Atlanto-occipital e inclina a cabeça.
M. reto ventral da cabeça: Localizado entre o arco ventral do
atlas e a porção basal do occipital, se inserindo entre o
tubérculo muscular e a bula timpânica. Flexionam a art. Atlanto-
occipital.
M. oblíquo cranial da cabeça: curto, se estende obliquamente
em sentido crânio lateral sobre a art. Atlanto-occipital,
ampliando a articulação, quando contraído unilateralmente irá
flexionar a cabeça para o lado que contrai.
M. oblíquo caudal da cabeça: Origem no processo espinhoso
do áxis e se insere na asa do atlas (contralateral). Quando
contraído unilateralmente giram a cabeça, quando a contração
ocorre bilateralmente atuam como fixadores da cabeça.
M. longo da cabeça: Continuação cranial do músculo longo do
pescoço. Flexiona a art. Atlanto occipital, movimenta a cabeça
lateralmente e o pescoço para baixo.
6. Vascularização
O suporte sanguíneo para irrigação dos músculos da cabeça é
proveniente da artéria carótida comum direita e esquerda.
Em seu percurso (origem lá no tronco braquiocefálico – Anatomia
dos sistemas viscerais), até a cabeça, ela vai emitindo ramos.
Artéria carótida comum se divide, próximo a base do occipital em
artéria carótida interna e externa.
A artéria carótida interna segue em direção ao SNC, onde irá
contribuir para a irrigação das suas estuturas.
A artéria carótida externa segue em direção rostral e vai
emitindo ramos que irão nutrir os músculos e estruturas
localizadas nesta região. São ramos:
A. maxilar A. angular da boca
A. tireóide A. facial
A. faríngea A. do lábio superior
Tronco lingofacial A. angular do olho
A. lingual A. dorsal do nariz
A. sublingual lateral do nariz
A. do lábio inferior entre outras.
A. mentoniana
Veias satélites (possuem o mesmo nome das artérias)
7. Inervação
Basicamente a inervação da região é feita pelo nervo facial e seus
ramos. Os ramos, em sua maioria, são nomeados de acordo com a
estrutura onde esta localizado, por exemplo: Nervo auricular rostral;
Nervo palpebral; N. platisma; Nervo auricular caudal, entre outros.
8. Bibliografia