Propostas de Resolução
EXAME NACIONAL DE ECONOMIA A
PROVA 712 | 1.ª Fase | Ensino Secundário 2020
11.º Ano de Escolaridade
Grupo I
1. (A)
A aquisição de um automóvel pela família A é um exemplo de atividade
económica de utilização dos rendimentos (consumo) e a constituição de um
depósito a prazo pela família A é um exemplo de atividade económica de
utilização dos rendimentos (poupança).
2. (D)
A lei de Engel enuncia que quanto menor o rendimento disponível de uma
família, maior será o coeficiente orçamental relativo às despesas em consumo
alimentar.
Neste exemplo, ambas as famílias, em 2018 e 2019, gastaram 90% (100% –
10%) do seu rendimento disponível em consumo.
O coeficiente orçamental da despesa em consumo alimentar da família A, em
2018 e 2019, foi, respetivamente, 35 (100 – 65) e 21 (100 – 21). O coeficiente
orçamental da despesa em consumo alimentar da família B, em 2018 e 2019,
foi, respetivamente, 25 (100 – 75) e 32 (100 – 68).
Deste modo, para que ambas as famílias se tivessem comportado de acordo
com a lei de Engel, seria necessário que o rendimento disponível da família A
tivesse aumentado, dado que, em 2019, o coeficiente orçamental da despesa
em consumo alimentar desta família se reduziu (de 35 para 21), e que o
rendimento disponível da família B tivesse diminuído, dado que, em 2019, o
coeficiente orçamental da despesa em consumo alimentar desta família sofreu
um aumento (de 25 para 32).
3. (B)
Quando a empresa emprega o 5.º trabalhador, a produtividade marginal do
trabalho é igual à produtividade média dos cinco trabalhadores.
Função de produção de curto prazo
N.º 1 2 3 4 5 6
Trabalhadores
Produção 100 300 600 1200 1500 1680
Unidades
Produtividade - 200 300 600 300 180
marginal do
trabalho
Produtividade 300/2= 600/3= 1200/4= 1500/5= 1680/6=
média do 150 200 300 300 280
trabalho
Exame Economia A – Resolução 1.ª Fase 2020
1
4. (D)
IV Sistema de preferências aduaneiras: os países que fazem parte do sistema
concedem vantagens aduaneiras entre si. É o que acontece com os países que
integram a Commonwealth.
I Zona de comércio livre: há livre circulação de mercadorias entre os países
pertencentes à zona e cada um estabelece a sua pauta aduaneira no comércio
com terceiros países. A EFTA (Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein) é um
exemplo desta forma de integração.
V União aduaneira: para além da livre circulação de mercadorias entre os
países-membros da união, é aplicada uma pauta aduaneira comum no
comércio com terceiros países. Como exemplos podem referir-se a União
Europeia (UE), que começou por ser uma união aduaneira, e a União
Aduaneira da África Austral.
III Mercado comum: nesta forma de integração, a livre circulação de bens
estende-se aos serviços, às pessoas e aos capitais. O Mercosul e a UE são
exemplos desta forma de integração mais profunda.
II União Económica: ao serem alcançadas as quatro liberdades de circulação
(mercadorias, serviços, capitais e pessoas), os países podem avançar no
processo de integração, adotando políticas económicas comuns. Alguns países
participantes da união económica poderão aprofundar o processo de
integração, adotando uma moeda única e uma política monetária comum, a
chamada união monetária. É o caso da UE, em que existem políticas comuns
nas áreas da agricultura e da pesca e na qual se pratica uma política monetária
comum para os países cuja moeda é o euro.
5. 5.1 (D)
Ano de 2014
Taxa de emprego = 100% – 14,1% = 85,9 %
Taxa de emprego = (4551 / Pop. Ativa) x 100
Pop. Ativa = (4551 x 100) / 85,9 = 5298,02 milhares de indivíduos
Taxa de desemprego = (Pop. Desempregada / Pop. Ativa) x 100
14,1 = (Pop. Desempregada /5298,02 milhares de indivíduos) x 100
Pop. Desempregada = (5298,02 milhares de indivíduos x 14,1) / 100 = 747,02
milhares de indivíduos.
5.2 (C)
Taxa de inatividade = 100% – 49,5% = 50,5%
Por cada 100 indivíduos residentes, 50,5 eram considerados inativos.
Por cada 1000 indivíduos residentes, 505 eram considerados inativos.
6. 6.1 (B)
No período de 2011 a 214, o nível médio dos preços da UE-28 cresceu a um
ritmo decrescente: 3 %, 2,5%, 1,4% e 0,6% (desinflação).
6.2 (C)
Em Portugal, na indústria, excluindo a construção, o salário médio real, em
2014, face ao ano anterior, aumentou porque, em 2014, a taxa de variação
anual do IPC (em %) foi negativa (-0,3%) e a taxa de variação anual do salário
médio nesse ramo de atividade (em %) foi 0,1%.
Exame Economia A – Resolução 1.ª Fase 2020
2
7. Figura 1: e) ocorreu no mercado do bem X um aumento da quantidade
procurada desse bem, devido à redução do seu próprio preço (Lei da procura).
Figura 2: b), d), g).
b) a redução do preço de um bem substituto do bem X provocou uma alteração
no mercado do bem X (a curva da procura sofreu um deslocamento para a
esquerda: curva A1).
d) a redução do rendimento das famílias provocou, no mercado do bem X, a
redução da procura desse bem (a curva da procura sofreu um deslocamento
para a esquerda: curva A1).
g) ocorreu, no mercado do bem X, uma redução da procura por influência da
moda (a curva da procura sofreu um deslocamento para a esquerda: curva A1).
Figura 3: a), c), f).
a) para cada nível de preços, no mercado do bem X, verificou-se um aumento
da quantidade procurada (a curva da procura sofreu um deslocamento para a
direita: curva A1).
c) a redução do preço de um bem complementar do bem X provocou uma
alteração no mercado do bem X (a curva da procura sofreu um deslocamento
para a direita: curva A1).
f) a alteração na campanha publicitária do bem X provocou um aumento da
procura no mercado desse bem (a curva da procura sofreu um deslocamento
para a direita: curva A1).
8. (C)
DI = C + I + Export. – Import.
Procura Interna = C + I
Procura externa = Export.
Procura Global = Procura Interna + Procura Externa
DI = Procura Global – Import.
Import. = Procura Global – DI = 88 445 milhões de euros.
Export. = Procura Global – Procura Interna = 89 293 milhões de euros.
9. (C)
Rendimento Nacional Líquido = Rendimento Nacional Bruto – Consumo de
capital fixo/amortização
10. a) 3
Empresa E
VAB = 8000 milhares de euros
Empresa F
VAB = 15 000 milhares de euros
Produto = 8000 milhares de euros + 15 000 milhares de euros = 23 000
milhares de euros.
b) 1 (ótica do rendimento)
c) 1 (bruto de produção) VAB = VBP – consumos intermédios.
d) 2 (dos consumos intermédios) VBP = Consumo final + consumos
intermédios
Exame Economia A – Resolução 1.ª Fase 2020
3
11. (A)
I e III Investimento material (constituído por bens de produção. Por exemplo,
matérias primas, máquinas e edifícios).
II investimento financeiro (constituído por aplicações financeiras das
poupanças. Por exemplo, aquisição de ações e de obrigações).
12. (C)
Balança de Capitais: registam-se entradas e saídas de fluxos de capitais não
financeiros.
Créditos = 22 + 109 = 131 milhões de euros.
Débitos = 13 + 77 = 90 milhões de euros.
Saldo = Créditos – Débitos = 131 – 90 = 41 milhões de euros.
13.
13.1 (C)
O valor da dívida pública aumentou, no período de 2017 a 2019, pois os
sucessivos défices orçamentais contribuíram para esse aumento. Apesar de os
défices terem decrescido em 2017 e 2019, não houve superávites nesses
anos, pelo que os défices sucessivos originaram o aumento da dívida pública.
13.2 (B)
Um aumento do valor das contribuições sociais pagas pelas famílias consiste
num aumento das receitas públicas, pelo que contribui para um decréscimo do
défice orçamental.
14. (D)
A desvalorização da moeda é uma medida tomada pelas autoridades bancárias
dos países, a moeda desse país tornar-se-á mais barata. A descida do valor de
uma determinada moeda relativamente às outras terá consequências nas
trocas internacionais – as exportações tornam-se mais competitivas (os
produtos exportados ficam mais baratos); em contrapartida, os produtos
importados ficam mais caros. Deste modo, podemos afirmar, que no curto
prazo, no mercado interno do país B (país que não desvalorizou a moeda e
cuja moeda permite adquirir mais unidades monetárias do país A) se verifica
uma redução do preço e um aumento da quantidade procurada dos bens
provenientes do país A.
15. (B)
Uma das competências do BCE consiste em definir a taxa de juro diretora para
garantir a estabilidade dos preços.
Grupo II
1. Escassez consiste na existência de recursos limitados ou insuficientes para
satisfazer as necessidades ilimitadas. Como refere o texto, quer os diamantes
quer os tijolos “são recursos escassos”. Não se podem construir mais escolas,
porque os tijolos também são escassos. Daí a necessidade de se ter de fazer
escolhas, pois não podemos satisfazer todas as necessidades, que são
ilimitadas face aos recursos escassos para as satisfazermos. Por isso, a
economia também é denominada a “ciência das escolhas”.
Exame Economia A – Resolução 1.ª Fase 2020
4
2. Rendimento disponível médio das famílias = Total de despesas em Consumo
(Consumo das famílias) + Poupança
Rendimento disponível médio das famílias = (2 800 X 100) / 8 = 35 000 euros
Consumo = (35 000 x 92) / 100 = 32 200 euros
Despesa média em consumo alimentar = (32 200 X 15) / 100 = 4 830 euros.
3. Uma das razões que possibilita a existência de poucos e grandes produtores
nos mercados oligopolistas é, como refere o texto, “a existência da produção
em larga escala”, o que possibilita a obtenção de economias de escala: custos
médios de produção mais reduzidos e possibilidade de colocarem nos
mercados bens a preços mais baixos (mais competitivos) e de alargarem os
mercados, porque conseguem vender mais quantidades. Outra razão tem a
ver, como refere o texto, “com os obstáculos à entrada de novos produtores
nesse mercado”, porque os novos concorrentes têm dificuldades em dispor de
grandes quantidades de capital para poderem investir.
Grupo III
1. 1.1. Em 2009 face a 2008, a taxa de risco de pobreza, antes de qualquer
transferência social, era, respetivamente, 41,5% e 43,4%. A taxa de risco de
pobreza antes de transferências sociais diz respeito à proporção da população
cujo rendimento equivalente, antes de transferências sociais, se encontra
abaixo da linha de pobreza (definida como 60% do rendimento mediano por
adulto equivalente).
Em 2009 face a 2008, a taxa de variação anual (em %) das prestações sociais
cresceu a um ritmo maior, originando a redução da taxa de risco de pobreza,
após as transferências sociais. Os efeitos das transferências sociais foram
muito significativos na redução da taxa de risco de pobreza, pois a proporção
da população em risco de pobreza passou a ser 17,9% nos dois anos
considerados, mantendo-se igual nestes dois anos. De notar que, em 2008 e
em 2009, a taxa de risco de pobreza diminuiu após as transferências sociais,
embora em 2009 a taxa de risco de pobreza antes de qualquer transferência
social fosse mais elevada que no ano anterior.
O rácio S80/S20 permite-nos saber quantas vezes o rendimento dos 20% mais
ricos é superior ao rendimento dos 20% mais pobres. De 2008 para 2009,
registou-se uma redução do rácio S80/S20, que passou de 6,0 para 5,6, ou
seja, em 2009, o rendimento dos 20% mais ricos (quinto quintil) era 5,6 vezes
superior ao dos 20% mais pobres (primeiro quintil), reduzindo-se a
desigualdade.
Pode concluir-se que em 2009 face a 2008:
− as prestações sociais aumentaram e constituem um instrumento importante
das políticas sociais;
− a taxa de risco de pobreza diminui, após as transferências sociais;
− o rácio S80/S20 diminuiu, o que revela uma redução das desigualdades
sociais.
Exame Economia A – Resolução 1.ª Fase 2020
5
1.2. O rendimento por habitante determina-se dividindo o Rendimento Nacional pelo
número de habitantes, traduzindo “a riqueza por habitante de um país”, como é
referido no texto. É muito utilizado nas comparações internacionais. Porém,
como é uma média, considera que cada habitante detém o mesmo rendimento,
encobre as diferenças entre o valor máximo e o valor mínimo da distribuição
dos rendimentos, bem como as desigualdades sociais existentes, informando
pouco “acerca distribuição (ou repartição) do rendimento dentro de um mesmo
país”, como menciona o texto. Daí a necessidade de se recorrer a outros
indicadores como, por exemplo, a taxa de risco de pobreza e os rácios
S90/S10 e S80/S20.
2. O aumento do peso das exportações portuguesas para a Comunidade Europeia
de 58%, em 1985 (um ano antes da entrada de Portugal na CE), para 81%, em
1995, deveu-se à adesão de Portugal à CE em 1986 e aos sucessivos
alargamentos da CE.
De facto, em 1985, as exportações portuguesas para a Comunidade Europeia
(mercado intracomunitário) representam 58% do total das exportações (para o
mercado extracomunitário representavam 42% das exportações); porém, em
1995, já representavam 81% do total das exportações para o mercado
intracomunitário e para o mercado extracomunitário representavam apenas
19% das exportações. Com a adesão à CE, os custos para as empresas
portuguesas exportadoras desceram, uma vez que deixaram de existir
barreiras alfandegárias, tornando os produtos portugueses mais competitivos
na CE. Além disso, a CE sofreu vários alargamentos, aumentando o número de
países para os quais as exportações portuguesas não tinham barreiras
alfandegárias (o mercado intracomunitário alargou-se).
FIM
Exame Economia A – Resolução 1.ª Fase 2020
6