Filologa y Lingstica XXX (1): 127-142, 2004

RESUMEN
En este artculo se estudia, desde la perspectiva de la literatura comparada, tomada en el sentido de
un mtodo de anlisis literario, la novela de Flaubert, Madame Bovary, y el ensayo de Vargas Llosa,
La orga perpetua. La meta es destacar la teora flaubertiana de la novela, gracias al examen de su
estilo, que ha llegado a ser un modelo. Se concluye con una reflexin sobre el enigma de Emma, per-
sonaje central de la novela.
ABSTRACT
This is a comparative study of Madame Bovary, one of the most famous novel of nineteenth century
that has exerted by far the greatest influence on the history of literature, and Vargas Llosas La orga
perpetua; from the perspective of comparative literature as a method. Its purpose is to emphasize
Flauberts theory of novel, by analyzing his style which become a model. To conclude, the author
gives his thought about the enigma of Emma, the novels central character.
Telle est lvolution accomplie par lauteur de
Madame Bovary. Aprs lpanouissement littraire,
la fconde production de 1830, il a trouv moyen
dinventer un genre et de jeter
les prceptes dune cole.
Emile Zola, Le roman naturaliste.
0. Introduccin
El propsito de este estudio es intentar un anlisis comparativo entre Madame Bo-
vary de Gustave Flaubert y La orga perpetua de Mario Vargas Llosa. El primero crea; el
segundo contempla la obra de arte, describe la impresin que deja en l. Desde estas pri-
meras lneas se ve que el mtodo comparativo se impone. Qu es lo que hay que compa-
rar? En este caso, las tcnicas del arte novelstico, iniciadas por Madame Bovary, una de
las grandes novelas del siglo XIX, y su recepcin; tal como se observa en La orga perpe-
tua, un destacado estudio.
Madame Bovary es una ficcin. Cabe decir algo sobre su creador, su contexto y sus
orgenes. Es decir, se trata de elucidar la gentica textual de la novela, la cual ser examinada
en la seccin: Gnesis de Madame Bovary.
DE MADAME BOVARY
A LA ORGA PERPETUA
Nacer Ouabbou
REVISTA DE FILOLOGAY LINGSTICA 128
La orga perpetua pertenece al gnero llamado ensayo; es literatura crtica y su obje-
to es Madame Bovary. El escritor peruano utiliza tres mtodos de la crtica: el impresionista,
el analtico-cientfico y el histrico literario. Los tres mtodos interesan a la presente investi-
gacin, adems del mtodo comparativo. Cabe mencionar que la literatura comparada, dicen
algunos, no es un objeto, ni una teora, sino un mtodo de estudio (Vega 1998: 39).
La novela de Flaubert ha inspirado miles de estudios. Dadas las limitaciones de La or-
ga perpetua, es necesario recurrir a otros textos crticos para examinar la teora flaubertiana
de la novela, el mtodo de trabajo del escritor y su obsesin por el estilo.
En cuanto a la recepcin de la novela, se hace nfasis tanto en la polmica de Mada-
me Bovary, la crtica y el recelo de los contemporneos de Flaubert, como en el xito de la
obra en el siglo XX. El autor es elogiado por grandes crticos y novelistas. Por ejemplo, G-
rard Genette considera que Flaubert es le premier des crivains modernes (1966: 458), el
primero de los escritores modernos (Traduccin nuestra. En adelante se indicar T.N.).
Finalmente, hay que subrayar que casi todo en La orga perpetua es por excelencia
materia de la literatura comparada. Y varios aspectos de Madame Bovary requieren del enfo-
que comparativo. He aqu una seleccin de algunos elementos de juicio en ambas obras que
justifican la preferencia del mtodo comparativo:
1. Vargas Llosa seala que el paralelo en el que han insistido todos los comentaristas,
de Thibaudet a Lukcs, es el de Emma Bovary y el Quijote (Vargas Llosa 1989: 140).
En la correspondencia de Flaubert, existen varias alusiones a Cervantes. No es una
exageracin decir que Emma Bovary es la versin femenina de El Quijote. Es de la-
mentar que Vargas Llosa no profundice el asunto.
2. La relacin amorosa entre Vargas Llosa y Emma Bovary, tal como se presenta en la
primera parte de La orga perpetua. Esto ser analizado en la seccin: Mario Vargas
Llosa y Emma Bovary.
3. La ruptura con el romanticismo y el inicio del realismo constituye en s un excelente
estudio sobre dos corrientes literarias, dos pocas, dos concepciones del arte en gene-
ral y de la novela en particular.
4. Cmo no sealar el paralelo entre las historias reales de Ludovica y Alice-Delphine (de
las que los peridicos de los aos 1830 hablaban) y que Flaubert convirti en una subli-
me ficcin? Los detalles sern examinados en la seccin: Gnesis de Madame Bovary.
5. Algunos detalles de la vida familiar y amorosa de Flaubert se proyectan en su ficcin.
A modo de ejemplo, l tuvo dos amantes al igual que Emma Bovary. No fue un puro
azar que Charles sea un mdico-cirujano... (ver el cuadro sinptico).
6. Las descripciones detalladas de Flaubert dan lugar al estudio de los objetos en La or-
ga perpetua. El primero pinta; el segundo comenta, busca significados, interpreta.
7. Al leer La orga perpetua, el discurso crtico evoca necesariamente el discurso nove-
lstico.
1/8
05/130/004 - 8 cop.
(Sem. Romero)
O U A B B O U : D e M a d a m e B o v a r y a L a o r g a p e r p e t u a 1 2 9
8 . F l a u b e r t n a r r a u n a h i s t o r i a , m u e s t r a s i n c o m e n t a r ; V a r g a s L l o s a c o n t e m p l a , s u t a r e a e s
j u s t a m e n t e c o m e n t a r .
9 . C a b e d e s t a c a r u n l t i m o p u n t o , d e i m p o r t a n c i a m e n o r , p e r o q u e l l a m a l a a t e n c i n :
V a r g a s L l o s a p r e s e n t a s u r e l a t o e n d o s l e n g u a s , s i n t r a d u c i r l a s m l t i p l e s c i t a s d e l f r a n -
c s . P e r e z a d e l e s c r i t o r p e r u a n o ? E n a m o r a m i e n t o d e l e s t i l o f l a u b e r t i a n o ? O q u i z s ,
L a o r g a p e r p e t u a e s t d e s t i n a d a a b i l i n g e s , a c o s m o p o l i t a s , e s d e c i r , a l e s t u d i o c o m -
p a r a t i v o ; y a q u e M a n f r e d S c h m e l i n g i n s i s t e e n q u e l a l i t e r a t u r a c o m p a r a d a p r e s u p o -
n e d e t e r m i n a d o s c o n o c i m i e n t o s d e l e n g u a s , a l m e n o s p a s i v o ( d o s o m s l e n g u a s e x -
t r a n j e r a s ) ( 1 9 8 4 : 5 ) .
E x i s t e n v a r i o s c r i t e r i o s a c e r c a d e l a l i t e r a t u r a c o m p a r a d a . P a r a l o s p r o p s i t o s d e e s t e
e s t u d i o e s s u f i c i e n t e r e c o r d a r l a d e f i n i c i n d e G a y l e y :
L a l i t e r a t u r a c o m p a r a d a e s , e n p r i m e r l u g a r , u n c a m p o d e i n v e s t i g a c i n , e l d e l a s r e l a c i o n e s l i t e r a r i a s e n -
t r e l a s d i s t i n t a s n a c i o n a l i d a d e s , y e l e s t u d i o d e l o s p r s t a m o s , i m i t a c i o n e s y a d a p t a c i o n e s i n t e r n a c i o n a l e s .
R e c o n o c e r l a i n c i d e n c i a d e t a l e s r e l a c i o n e s e n e l d e s a r r o l l o n a c i o n a l e s d e v i t a l i m p o r t a n c i a , t a n t o s o c i a l
c o m o l i t e r a r i a ( V e g a 1 9 9 8 : 3 7 ) .
1 . G n e s i s d e M a d a m e B o v a r y
R o u e n e s c o n o c i d a c o m o l a c i u d a d d e l a r t e . S u c a t e d r a l N o t r e - D a m e , c o n s t r u i d a e n -
t r e l o s s i g l o s X I I I y X I V , e s c o n s i d e r a d a c o m o u n o d e l o s m s b e l l o s m o n u m e n t o s g t i c o s y
s u m u s e o d e B e l l a s A r t e s , u n o d e l o s m s i m p o r t a n t e s d e F r a n c i a . S i g e o g r f i c a m e n t e R o u e n
f o r m a p a r t e d e l a N o r m a n d a , s u s h a b i t a n t e s t i e n e n r a s g o s d e l a s c o s t u m b r e s d e B r e t a a . A l
i g u a l q u e P a r s , e l S e n a c r u z a R o u e n . E n e s t a c i u d a d p i n t o r e s c a , n a c i G u s t a v e F l a u b e r t e l 1 3
d e d i c i e m b r e d e 1 8 2 1 , d e p a d r e c i r u j a n o , l a i c o y v o l t e r i a n o , y d e m a d r e d e s t a .
D e s d e m u y j o v e n m o s t r a b a i n t e r s p o r l a f i l o s o f a , p o r l a s l e n g u a s a n t i g u a s , p o r l o s
c l s i c o s . I n s t a l a d o e n P a r s p a r a e s t u d i a r D e r e c h o , c o m o s u p a d r e h u b i e s e q u e r i d o , f r e c u e n -
t a b a l o s m e d i o s a r t s t i c o s . H e a q u s u p r i m e r a c t o d e r e b e l d a c o n t r a e l p a d r e a u t o r i t a r i o ,
c o n t r a e l D e r e c h o . E s t o s e p r o y e c t a r m s t a r d e e n M a d a m e B o v a r y , y a q u e l a p r o t a g o n i s t a
e s u n a m u j e r r e b e l d e c o n t r a l a s l e y e s , l a s c o s t u m b r e s a l d e a n a s d e p r o v i n c i a , l a s c o n v e n c i o -
n e s s o c i a l e s .
A l a e d a d d e 2 4 a o s , t e r m i n l a p r i m e r a v e r s i n d e l a T e n t a t i o n d e S a i n t A n t o i n e , n o v -
e l a i n s p i r a d a e n e l c u a d r o d e B r e u g h e l , q u e F l a u b e r t c o n t e m p l d u r a n t e s u v i a j e a G e n a . E n
1 8 4 9 , l e y l a l t i m a v e r s i n d e s u n o v e l a a s u s d o s a m i g o s M a x i m e d u C a m p y L o u i s
B o u i l h e t . T o m a r o n e l a c u e r d o d e n o i n t e r r u m p i r l a l e c t u r a h a s t a e l f i n a l d e l m a n u s c r i t o . A l t e r -
m i n a r l o , t r e s d a s d e s p u s , e l j u i c i o d e l o s d o s a m i g o s f u e u n n i m e y s e v e r o : s i e n d o e l l i r i s m o
y e l i m a g i n a r i o d e l a o b r a e x u b e r a n t e s , m s v a l a b o t a r l a a l a b a s u r a . S i n e m b a r g o , L o u i s
B o u i l h e t s u g i e r e a F l a u b e r t e x p l o t a r u n s u c e s o r e a l : l a h i s t o r i a d e l a p a r e j a D e l a m a r e y A l i c e -
D e l p h i n e ( M i t t e r a n d 1 9 8 6 : 4 3 0 ) .
F c i l e s i m a g i n a r l a d e c e p c i n d e F l a u b e r t , q u e t r a b a j u n o s d o s a o s p a r a e s c u c h a r
d o s o p i n i o n e s t a n n e g a t i v a s . A o s d e s p u s , e s t a e x p e r i e n c i a s e r e l p u n t o d e p a r t i d a d e
M a d a m e B o v a r y . V a r g a s L l o s a r e s u m e a s l a r e a c c i n d e l o s d o s a m i g o s : N u e s t r a o p i n i n e s
q u e d e b e s e c h a r l o a l f u e g o y n o v o l v e r a h a b l a r j a m s d e e s o ( 1 9 8 9 : 6 9 ) .
R E V I S T A D E F I L O L O G A Y L I N G S T I C A1 3 0
E n 1 8 4 9 , F l a u b e r t v i a j a l O r i e n t e : E g i p t o , S i r i a , B e i r u t . E n e l C a i r o , t u v o r e l a c i o n e s
c o n K u c h u k - H a n e m , u n a c l e b r e p r o s t i t u t a , r e c i n s a l i d a d e u n h a r n p r i n c i p e s c o ( F l a u b e r t
1 9 5 2 : x v i i ) . E s a l l d o n d e n a c i l a i d e a d e e s c r i b i r l a h i s t o r i a D e l a m a r e y A l i c e - D e l p h i n e ,
b a j o e l t t u l o n o v e l e s c o p r o v i s i o n a l B o v a r y .
A l r e g r e s a r d e l v i a j e , e n 1 8 5 1 , e m p e z M a d a m e B o v a r y , o b r a q u e l e p i d i u n t r a b a -
j o e n c a r n i z a d o d u r a n t e c u a t r o a o s y s i e t e m e s e s . V a r g a s L l o s a a a d e c o n p r e c i s i n : y o n -
c e d a s ( 1 9 8 9 : 8 0 ) . M a d a m e B o v a r y s e p u b l i c e n 1 8 5 7 . E l m i s m o a o q u e L e s F l e u r s d u
m a l , d e C h a r l e s B a u d e l a i r e . A m b a s f u e r o n c o n s i d e r a d a s d e c a r c t e r e s c a n d a l o s o y c o n t r a -
r i a s a l a m o r a l y l a r e l i g i n , y f u e r o n c o n d e n a d a s p o r l a j u s t i c i a . F l a u b e r t g a n e l p l e i t o . L a
p o l m i c a f u e e n c i e r t o m o d o u n a b u e n a p u b l i c i d a d . P r o v o c l a g r a n d i f u s i n d e l a n o v e l a
( F l a u b e r t 1 9 5 2 : c r o n o l o g a ) .
F l a u b e r t e s c o n o c i d o p o r M a d a m e B o v a r y . Y s i n e m b a r g o , n o e s u n a u t o r d e u n a s o l a
o b r a . E x i s t e n c r t i c o s c o m o L u k c s q u e c o n s i d e r a n q u e s u o b r a c u m b r e e s S a l a m m b , u n a n o -
v e l a h i s t r i c a q u e s e d e s a r r o l l a e n e l n o r t e d e f r i c a , e n C a r t a g o ( T h i b a d e a u 1 9 7 2 : 2 1 6 ) . E n -
t r e l a s o b r a s d e s t a c a d a s d e F l a u b e r t , s e p u e d e n m e n c i o n a r : L d u c a t i o n s e n t i m e n t a l e , e n 1 8 6 3 ;
T r e s c u e n t o s , 1 8 7 7 ; B o u v a r d e t P c u c h e t , e n 1 8 8 1 , o b r a p s t u m a ; s i n o m i t i r l a C o r r e s p o n d a n -
c e q u e c o n s t i t u y e e l v o l u m e n I I I d e s u s o b r a s c o m p l e t a s . V a r i a s c a r t a s s o n d e g r a n i n t e r s : p e r -
m i t e n , e n e f e c t o , c o n o c e r l a t e o r a f l a u b e r t i a n a d e l a n o v e l a .
P a r a c o m p l e t a r s o b r e l a g n e s i s d e M a d a m e B o v a r y , e s p r e c i s o p l a n t e a r s e e s t a s p r e -
g u n t a s : c u l e s e l p r o p s i t o d e F l a u b e r t a l p i n t a r u n c a r c t e r t a n a m b i g u o c o m o l a f i g u r a d e
E m m a y c u l e s s o n s u s f u e n t e s d e i n s p i r a c i n ?
E n p r i m e r l u g a r , a F l a u b e r t l e g u s t a e s c r i b i r . E n s u s p a l a b r a s : C e s t u n e d l i c i e u s e
c h o s e q u e d c r i r e ( G o t h o t - M e r s c h e 1 9 9 4 : 8 8 1 ) , e s c r i b i r e s u n a d u l c e c o s a ( T . N . ) . H a c e r
l a s c o s a s p o r g u s t o e s , s i n d u d a , a g r a d a b l e , p e r o n o e x p l i c a e l p o r q u d e l a a c c i n . E n s u c o -
r r e s p o n d e n c i a e x i s t e n v a r i o s t e x t o s q u e e l u c i d a n s u v o l u n t a d , o q u i z s , e l d e s e o d e h a c e r u n
e s t u d i o d e l a s o c i e d a d .
M a p a u v r e B o v a r y , s a n s d o u t e , s o u f f r e e t p l e u r e d a n s v i n g t v i l l a g e s d e F r a n c e l a f o i s , c e t t e h e u r e
m m e ( M i t t e r a n d 1 9 8 6 : 4 3 7 ) .
M i p o b r e B o v a r y , s i n d u d a , s u f r e y l l o r a e n v e i n t e a l d e a s d e F r a n c i a a l a v e z , e n e s t a m i s m a h o r a ( T . N . ) .
E s d e c i r , e x i s t e n m u c h a s m u j e r e s e n b s q u e d a d e l a m o r c o m o E m m a , e n t o d a F r a n -
c i a , y m s a n , e n d i f e r e n t e s r i n c o n e s d e l m u n d o . E n o t r a c a r t a d i c e :
M a d a m e B o v a r y n a r i e n d e v r a i . C e s t u n e h i s t o i r e t o t a l e m e n t i n v e n t e , j e n y a i r i e n m i s n i d e m e s
s e n t i m e n t s n i d e m o n e x i s t a n c e ( B r u n e a u 1 9 7 7 : 2 3 0 ) .
M a d a m e B o v a r y n o t i e n e n a d a d e v e r d a d . E s u n a h i s t o r i a t o t a l m e n t e i n v e n t a d a . N o h e p u e s t o e n e l l a n i m i s
s e n t i m i e n t o s n i m i e x i s t e n c i a ( T . N . ) .
S i n e m b a r g o , e n o t r a c a r t a d i c e l o c o n t r a r i o d e l a s a f i r m a c i o n e s a n t e r i o r e s . C o n f i e -
s a c o n s u f a m o s a f r a s e : M a d a m e B o v a r y , c e s t m o i ( 1 9 7 7 : 2 3 1 ) , M a d a m e B o v a r y , s o y
y o ( T . N . ) .
E l a n l i s i s d e e s t a s c i t a s c o n t r a d i c t o r i a s p e r m i t e c o n c l u i r q u e l a f o r m a d e l a h i s t o r i a
n a r r a d a e s u n i n v e n t o d e F l a u b e r t . S i n e m b a r g o , n o s e p u e d e n n e g a r l a s s i m i l i t u d e s c o n l o s
h e c h o s r e a l e s c o n o c i d o s p o r e l a u t o r . E x i s t e n v a r i a s h i s t o r i a s , p e r o l a s m s d e s t a c a d a s s o n
l a s s i g u i e n t e s :
2 / 8
OUABBOU: De Madame Bovary a La orga perpetua 131
1. Historia de la pareja Delamare (Mitterand 1986: 430). En breve, Eugene Delamare,
mdico, se casa con Alice-Delphine. sta tuvo dos amantes. Arruinada por las deudas,
muere a los 27 aos. Suicidio? Nunca se sabr. Eugene muere dos aos despus de
su esposa. La pareja Delamare y Alice-Delphine dejan una hija hurfana.
Estos sucesos reales son conocidos por los contemporneos de Flaubert. Yse encuen-
tran transcritos a la letra en su novela: en efecto, Charles Bovary es mdico como Eu-
gene Delamare. Emma tuvo dos amantes como Alice. Igualmente se arruina por las
deudas. Charles muere poco despus del suicidio de Emma. La pareja Bovary deja
una hija hurfana. De esta manera, se puede decir que el argumento de Madame Bo-
vary fue inspirado por estos hechos reales.
2. Otra fuente de inspiracin es Mmoires de Madame Ludovica. Un manuscrito de 40
pginas descubierto en 1949. Como autora se indica la letra: P. Se trata de Pradier?
No se sabe. En resumen, James Pradier, escultor, se casa con Louise dArcet. sta tu-
vo un sinnmero de amantes. Las deudas arruinan a la pareja, que se separ en 1845.
Segn Vargas Llosa: La historia de Ludovica es utilizada de manera casi literal en el
drama financiero de Emma (1989: 115). Flaubert es uno de los escritores ms lci-
dos respecto de este proceso de conversin de lo real en ficcin (1989: 102).
3. El tercer hecho real que no se puede ignorar: el propio Gustave Flaubert tuvo dos
amantes, Louise Colet y Louise dArcet (Vargas Llosa 1989: 90). Indudablemente las
cartas de Louise Colet y su experiencia le sirvieron de recursos que utiliz con maes-
tra en Madame Bovary.
2. Cuadro sinptico de Madame Bovary
Barthes distingue tres niveles de descripcin narrativa: la funcin, la accin y la na-
rracin (1981: 12, 15). En este apartado, se trata de analizar la funcin social de los protago-
nistas principales, considerando sus funciones y sus acciones; es decir, se intenta identificar
los personajes como actants, actuantes. En trminos ms sencillos: quines son y qu ha-
cen? Para contestar la pregunta, hay que buscar los indices caractriels concernants les per-
sonnages, informations relatives leurs identits (Barthes 1981:14-5) indicios que caracte-
ricen a los personajes, informaciones relativas a sus identidades (T.N.).
Ala luz de estas observaciones de Barthes, uno puede pintar cuadros en forma de di-
seos sinpticos que resumen las escenas principales de la novela y, a la vez, indican las ca-
ractersticas relativas a las identidades de los personajes principales.
1. Emma Roualt es hija de un rico finquero de Tostes. La joven Emma es soadora, de
una sensibilidad novelesca; absorbida por la lectura de novelas romnticas, confunde
los sueos con la realidad, busca alcanzar la satisfaccin perfecta de sus deseos insa-
ciables. Parece ser una persona cuya esencia es todo deseo y la bsqueda de saciar.
Una mujer que busca un no s qu, no importa cmo. No hay duda, Emma es un enig-
ma. (Este retrato est inacabado, se intentar completar a lo largo de la investigacin
y en la parte de la conclusin subtitulada: Quin es ella?).
REVISTA DE FILOLOGAY LINGSTICA 132
2. Charles Bovary es un mdico-cirujano, de una naturaleza quieta; no duda de nada,
parece confundir la certeza cientfica con las cosas de la vida. Se queda viudo duran-
te un tiempo. Luego, la joven, Emma Roualt, lasciva y romntica, pensando encon-
trar la felicidad en el matrimonio, deviene Madame Bovary. Se equivoca, para una
mujer tan libre y soadora, el matrimonio lejos de satisfacerla se asemeja a una
jaula.
3. Pronto la rutina hogarea se transforma en infierno. La pareja se traslada de Tostes a
Yonville, ciudad un poco ms grande, menos sofocante que la primera aldea. All inter-
vienen el farmacutico Homais y el cura Bournisien, dos personalidades destacadas.
4. Yonville no fue lo que buscaba Emma. All tambin encuentra la rutina, el aburrimien-
to, el cansancio de la existencia. Los temas de conversacin con su esposo no le lla-
man la atencin. El nico con quien puede evadirse en conversaciones romnticas es
el joven Lon Dupuis, su primer amante. Pero, de pronto, se va a Pars para estudiar,
dejando a Emma en una terrible soledad.
5. Deprimida, solitaria, sin el amor que tanto deseaba, Emma acompaa a su esposo
a una feria agrcola. Desde el primer contacto entre Emma y Rodolphe Boulanger
nace una pasin ardiente. Rodolphe es un rico agricultor, libre y seductor. Como
Emma, parece un ser nacido para el amor. Charles no duda de nada como siem-
pre, al contrario, se siente feliz al ver a su amada como renacida y le facilita los
paseos a caballo con Rodolphe. Enloquecida de amor, Emma pide a Rodolphe lle-
varla lejos, muy lejos de Yonville donde todo el mundo se conoce. Emma suea
con una fuga a Pars o Roma, para caminar libremente con su amante, annimos,
desconocidos en medio de la muchedumbre. Asustado, Rodolphe rompe sbita-
mente con Emma.
6. Sola con su esposo, incapaz de amar a su hija, triste, sin nadie que la entendiera,
hace compras que inquietan a Charles. Por casualidad encuentra a Lon en un con-
cierto en el teatro de Rouen e inventa el deseo sbito de ir a Rouen cada jueves pa-
ra recibir lecciones de piano. All se vuelve ebria de amor en los brazos de Lon,
y construye un mundo de sueos hechos realidad en la intimidad de la habitacin
de un hotel.
7. Arruinada por las deudas, ni Lon ni Rodolphe estaban dispuestos a ayudarla. Bella y
entregada, la amaron; una vez que les pidi ayuda, la dejaron sola, la abandonaron. El
notario, aprovechando la desesperacin de Emma, le pide sus favores. Ella se niega
dignamente. Se envenena con el arsnico y muere tras terribles sufrimientos, que el
autor describe en catorce pginas (1972: 400-13).
8. Charles descubre la verdad, las cartas de Emma en el granero. Solitario, arruinado, in-
capaz de aguantar la vida sin Emma, muere de tristeza en el jardn.
9. Berthe, la hija de los Bovary, crece donde su ta.
3/8
O U A B B O U : D e M a d a m e B o v a r y a L a o r g a p e r p e t u a 1 3 3
D e e s t o s c u a d r i t o s c a b e d e s t a c a r q u e e x i s t e n d o s e s p a c i o s e n l a v i d a d e E m m a . E s p a c i o
f s i c o r e a l : T o s t e s Y o n v i l l e R o u e n , e s d e c i r , l o s l u g a r e s d o n d e s e d e s a r r o l l a s u c e s i v a m e n t e
l a h i s t o r i a n a r r a d a . E s p a c i o s i m a g i n a r i o s : P a r s y R o m a , l u g a r e s s o a d o s p o r E m m a .
C o m o s e p u e d e v e r , n o h a y n a d a e x c e p c i o n a l e n l a h i s t o r i a . T o d o l o n a r r a d o p a r e c e
m u n d a n o . L a g r a n d e z a d e l a n o v e l a n o c o n s i s t e e n e l a r g u m e n t o , s i n o e n u n a s e r i e d e p e q u e -
o s d e t a l l e s c a s i i n s i g n i f i c a n t e s . L a h i s t o r i a d e E m m a B o v a r y e s c o m o l a h i s t o r i a d e l a v i d a .
S o n l o s p e q u e o s d e t a l l e s c o t i d i a n o s q u e h a c e n l a f e l i c i d a d o l a t r i s t e z a d e l s e r h u m a n o .
3 . M a r i o V a r g a s L l o s a y E m m a B o v a r y : h i s t o r i a a m o r o s a e n t r e
u n s e r d e c a r n e y h u e s o y u n e n t e d e f i c c i n
H a b l a r d e u n a r e l a c i n a m o r o s a e n t r e u n s e r d e c a r n e y h u e s o y u n e n t e d e f i c c i n p o -
d r a p a r e c e r i l u s o r i o , a l g o c o n t r a r i o a l a s c o s a s h u m a n a s , a l a r a z n y a l e s p r i t u c i e n t f i c o . S i n
e m b a r g o , a l a n a l i z a r m i n u c i o s a m e n t e l a p r i m e r a p a r t e d e L a o r g a p e r p e t u a , n o c a b e l a m e n o r
d u d a d e q u e e x i s t e u n a p r o f u n d a r e l a c i n s e n t i m e n t a l e n t r e e l e s c r i t o r p e r u a n o y E m m a B o v a r y .
V a r g a s L l o s a n a r r a q u e e l p r i m e r c o n t a c t o c o n e l e n t e d e f i c c i n f u e c i n e m a t o g r f i c o ,
e n L i m a , e n 1 9 5 2 . S e q u e d c o m o e n l o q u e c i d o p o r J e n n i f e r J o n e s , e n e l p a p e l d e E m m a . E l
s e g u n d o c o n t a c t o f u e a c a d m i c o , e n 1 9 5 7 , e n o c a s i n d e l c e n t e n a r i o d e l a p u b l i c a c i n d e l a
n o v e l a ( 1 9 8 9 : 1 6 ) .
Q u p u e d e s i g n i f i c a r p a r a u n j o v e n p e r u a n o l a i m a g e n d e u n a f r a n c e s a t a n b e l l a , t a n
l a s c i v a , t a n a t r a c t i v a ? E n q u p u e d e i d e n t i f i c a r s e c o n e l l a ? A l g u n o s s u e o s c o m u n e s ? A l
i g u a l q u e E m m a , M a r i o s o a b a c o n P a r s , c a p i t a l d e u n p a s d e s a r r o l l a d o , c i u d a d d e g r a n t r a -
d i c i n u n i v e r s i t a r i a , c i u d a d d e l a c u l t u r a , d e l a s a r t e s , c o n o c i d a c o m o c i u d a d l u z . Y c o m o p a -
r a E m m a , P a r s r e p r e s e n t a p a r a e l j o v e n M a r i o l a c i u d a d d e l a n o n i m a t o , d e l a e v a s i n , d e l l i -
b e r t i n a j e , d e l a s a v e n t u r a s g a l a n t e s . D e m o d o q u e , t a n t o p a r a M a r i o c o m o p a r a E m m a , P a r s
r e p r e s e n t a l a c i u d a d d e l o s s u e o s .
A p e n a s i n s t a l a d o e n P a r s p a r a r e a l i z a r s u s s u e o s d e j u v e n t u d , p a r a e s t u d i a r , V a r g a s
L l o s a d e c i d e h a c e r s u t e r c e r e n c u e n t r o c o n M a d a m e B o v a r y , c o n e l t e x t o e s t a v e z . D e s d e l a s
p r i m e r a s l n e a s e l p o d e r d e p e r s u a s i n d e l l i b r o o p e r s o b r e m d e m a n e r a f u l m i n a n t e , c o m o
u n h e c h i z o p o d e r o s s i m o ( 1 9 8 9 : 1 7 ) .
L u e g o e l a u t o r s e r e s i g n a a v i v i r e n a m o r a d o d e E m m a B o v a r y ( 1 9 8 9 : 1 8 ) . Y c o m o
s e t r a t a d e u n a u n i n i m p o s i b l e , n o q u e d a m s r e m e d i o q u e r e l e e r l a n o v e l a s e i s v e c e s , y a l -
g u n a s e s c e n a s r e p e t i d a m e n t e , u n s i n n m e r o d e v e c e s .
E l a u t o r h a b l a d e u n s e c r e t o e n t r e E m m a y y o ( 1 9 8 9 : 2 4 ) . Y s e v u e l v e i n t r a t a b l e
c u a n d o s e r e f i e r e a F l a u b e r t . D e i g u a l m o d o r e a c c i o n a c u a n d o s e r e f i e r e a C u b a , c o s a q u e l e
r e p r o c h a u n a m i g o b o l i v i a n o ( 1 9 8 9 : 4 6 ) . E s c i e r t o . E n L a o r g a p e r p e t u a s e o b s e r v a n a l g u n a s
f r a s e s t p i c a s d e l a c e g u e r a a m o r o s a : N i n g n n o v e l i s t a v i o t a n c l a r o c o m o l ( F l a u b e r t )
( 1 9 8 9 : 1 0 6 ) . L o c u a l n o e s a c e r t a d o . Y B a l z a c ? S t e n d h a l ? B a s t a c o n l e e r L e R o u g e e t l e n o i r
y a l g u n a s n o v e l a s d e l a C o m d i e h u m a i n e d e B a l z a c , p a r a d a r s e c u e n t a d e q u e M a r i o e s t e n -
l o q u e c i d o p o r E m m a . C i e g o , c o m o t o d o e n a m o r a d o , n o h a y m e j o r q u e s u a m a d a .
Z o l a e s m u c h o m s a c e r t a d o a l c o n s i d e r a r a F l a u b e r t u n o d e l o s c u a t r o g r a n d e s m a e s -
t r o s d e l a n o v e l a d e c i m o n n i c a : B a l z a c , S t e n d h a l , F l a u b e r t y l o s h e r m a n o s G o n c o u r t ( 1 9 9 9 :
3 5 s s . ) . Y s e r a h a c e r j u s t i c i a a g r e g a r u n q u i n t o m a e s t r o , e s d e c i r , e l p r o p i o Z o l a . D e e s t e m o -
d o s e t i e n e c a s i c o m p l e t a l a l i s t a d e l a s g r a n d e s f i g u r a s d e l r e a l i s m o . P e r o , V a r g a s L l o s a l o d i -
c e c o n t o d a c l a r i d a d :
R E V I S T A D E F I L O L O G A Y L I N G S T I C A1 3 4
U n e n a m o r a d o d e v e r d a d n o s e l i m i t a a g o z a r d e s u a m a d a , s i n o , c o m o q u e r a n e n l a E d a d M e d i a , o r d e n a
s u v i d a e n f u n c i n d e e s e a m o r y l i b r a t o d o s l o s c o m b a t e s p o r l a s e o r a q u e a m a ( 1 9 8 9 : 4 6 ) .
Q u e d a m u c h o p o r d e c i r s o b r e e s a i n c r e b l e r e l a c i n . H a y q u e r e c o r d a r e s t a f r a s e : E s e
l i b r o q u e a m a m o s ( 1 9 8 9 : 2 7 7 ) , c o n c l u y e V a r g a s L l o s a , v o l v i e n d o a l a r e a l i d a d . A l f i n d e
c u e n t a s , E m m a n o e s m s q u e u n s e r d e p a p e l ; M a d a m e B o v a r y n o e s m s q u e u n a n o v e l a .
C i e r t o q u e e s u n a o b r a d e a r t e e x c e p c i o n a l , f a s c i n a n t e , n i c a . E s l e g t i m o q u e V a r g a s L l o s a ,
s i e n d o n o v e l i s t a , b u s q u e m o d e l o s y f u e n t e s d e i n s p i r a c i n , h a s t a l o g r a r l a p e r f e c c i n f l a u b e r -
t i a n a y s u e e c o n c r e a r u n a o b r a t a n b e l l a c o m o M a d a m e B o v a r y .
4 . A l g u n a s c a r a c t e r s t i c a s d e E m m a
V a r g a s L l o s a c o n o c e b i e n a l a p r o t a g o n i s t a : E m m a e s u n p e r s o n a j e f u n d a m e n t a l -
m e n t e a m b i g u o , e n e l q u e c o e x i s t e n s e n t i m i e n t o s y a p e t i t o s c o n t r a r i o s ( 1 9 8 9 : 1 6 0 ) . E m m a
e s u n a a m a n t e , y l a v i d a d e u n a a m a n t e e s n e c e s a r i a m e n t e d o b l e . C o n e l l a , l a m e n t i r a s e c o n -
v i e r t e e n v i r t u d .
E s d e n o c h e q u e E m m a s e e n t r e g a a R o d o l p h e , m i e n t r a s q u e s u e s p o s o d u e r m e p r o -
f u n d a m e n t e , s i n s o s p e c h a r n a d a . I n v e n t a p r e t e x t o s p a r a h a c e r p a s e o s a m o r o s o s a c a b a l l o y l o s
c u r s o s d e p i a n o e n R o u e n p a r a e n c o n t r a r s e c o n L o n . S i n l a m e n t i r a , E m m a n o p o d r a s a c i a r
s u s d e s e o s a m o r o s o s . E n e l l a l a m e n t i r a n o e s u n d e f e c t o , e s u n a v i r t u d , e n e l s e n t i d o p l a t n i -
c o d e l a p a l a b r a , e s d e c i r , u n a c u a l i d a d .
E l s e x o y e l d i n e r o t i e n e n u n s i g n i f i c a d o m u y e s p e c i a l p a r a l a v i d a d e e s a m u j e r . S u
p a d r e , C h a r l e s y s u s d o s a m a n t e s s o n b u r g u e s e s . N o e s n i n g n e s c n d a l o p o s e e r m u c h o d i n e -
r o y q u e r e r t e n e r a n m s . E l s e x o , e n c a m b i o , e s t r e g u l a d o p o r t o d a s l a s r e l i g i o n e s , l a s c o n -
v e n c i o n e s y l a s l e y e s . S i n e m b a r g o , e s u n a p a s i n a r d i e n t e , t e r r i b l e , d i f c i l d e c o n t r o l a r y q u e
n i n g u n a l e y p u e d e f r e n a r .
A l s e r l a s c i v a , s e n s u a l , r o m n t i c a , c o n l a v o l u n t a d d e v i v i r s u s s u e o s , s u c o n d i c i n
d e m u j e r l e c o m p l i c a e l a s u n t o . E n e l s i g l o X I X , u n h o m b r e p u e d e v i a j a r , s a l i r s o l o d e n o c h e ,
s i n t e n e r q u e d a r c u e n t a s a n a d i e . U n a m u j e r n o . Y a n h o y d a , q u e d a m u c h o p o r h a c e r : a u n a
m u j e r q u e s a l e c o n v a r i o s h o m b r e s l a t i l d a n d e p u t a ; a u n h o m b r e l o l l a m a n m u j e r i e g o s i
c u e n t a c o n v o l u p t u o s i d a d s u s a v e n t u r a s , e n o t r o s t r m i n o s , h a b l a d e l a s p u t a s q u e c a e n e n
s u s b r a z o s .
C o n v e n c i d a d e l a j u s t i c i a d e s u s s e n t i m i e n t o s , p u e s , n o q u i e r e n a d a m s q u e v i v i r s u s
d e s e o s . E m m a i n v i e r t e e l o r d e n d e l a s c o s a s . E s E l Q u i j o t e e n f e m e n i n o , o m e j o r d i c h o , d o a
E m m a Q u i j o t e , p a r a l e l o e s t a b l e c i d o p o r v a r i o s c r t i c o s ( A d a m 1 9 7 6 : 1 2 8 ) . E m m a c r e a e n l o s
f a n t a s m a s d e l a s n o v e l a s r o m n t i c a s c o m o D o n Q u i j o t e e n l o s l i b r o s d e c a b a l l e r a . L o s d o s
c o n f u n d e n l a i l u s i n c o n l a r e a l i d a d . D e s d e 1 8 5 0 , F l a u b e r t t e n a l a i d e a d e e s c r i b i r U n e n u i t
d e D o n J u a n ( V a r g a s L l o s a 1 9 8 9 : 7 6 ) , U n a n o c h e d e D o n J u a n ( T . N . ) . E s a f i g u r a , m u y c o -
n o c i d a e n l a c u l t u r a h i s p n i c a , l l e g a F r a n c i a e n l a s e g u n d a m i t a d d e l s i g l o X V I I . M o l i r e i n -
t e r p r e t s u f a m o s o D o m J u a n . S t e n d h a l t e n a p r e s e n t e e n l a m e n t e e s a f i g u r a a l i n v e n t a r J u -
l i e n S o r e l , e l p r o t a g o n i s t a c e n t r a l d e L e R o u g e e t l e n o i r . E n e l s i g l o X I X , l a f i g u r a d e D o n
J u a n n o e r a a j e n a a l a c u l t u r a f r a n c e s a . L a o r i g i n a l i d a d d e F l a u b e r t c o n s i s t e e n p i n t a r s u v e r -
s i n f e m e n i n a , e s d e c i r , a E m m a .
E m m a e s a u t o r i t a r i a e n e l h o g a r , p u e s e l p o b r e C h a r l e s n o t o m a n i n g u n a d e c i s i n . C o n
R o d o l p h e , e s e l l a q u i e n d e c i d e l a s h o r a s y l o s l u g a r e s d e l o s e n c u e n t r o s . E n c u a n t o a l j o v e n
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OUABBOU: De Madame Bovary a La orga perpetua 135
Lon, lejos de ser un amante macho, vive a las rdenes de Emma, piensa como ella, hace lo
que ella quiere, como quiere ella anda. Esta frase resume ese poder mgico que tiene Emma:
Il (Lon) ne discutait pas ses ides; il acceptait tous ses gots, il devenait sa matresse plutt
que la sienne (Flaubert 1972: 356). l no discuta sus ideas; aceptaba todos sus gustos, lle-
gaba a ser l la amante en vez de serlo ella (T.N.).
Ahora bien, Flaubert no pinta las escenas erticas, las sugiere; cada lector puede imaginar-
las a su manera. Lo que queda bien claro es que Emma es una mujer hermosa, fina y elegante.
Con las caractersticas mencionadas hasta aqu, Emma es admirable, un ser que se de-
ja amar. Pero el anlisis sera incompleto si se olvidara el lado oscuro de su corazn.
Emma es muy egosta. No tiene ningn gesto humano hacia Berthe, su hija. Es una
mujer sin sentimiento maternal. Piensa en ella misma, y solo en ella. Es muy autoritaria con
sus criadas. Es una mujer inmoral que, al contrario de Vargas Llosa, ms de un lector odia. La
recepcin de un personaje vara de un lector a otro. La cultura, el medio social y otros facto-
res influyen sobre el lector. Uno no juzga las cosas con sus ojos, sino con las lentes de la cul-
tura, de la religin, de las convenciones sociales.
Rebelde? No hay duda de que Emma es una mujer rebelde. Ms all de su modo de
ser, vergonzoso para algunos que ven una mujer adltera, lasciva, corrupta, individualista, sen-
timental, todo en ella es sentimiento, sueo, deseo y voluntad de vivir el amor prohibido. Se
ve una mujer insatisfecha en bsqueda de la libertad, que rompe las cadenas, transgrede las
convenciones sociales, los principios de la religin, de la moral. En cambio, obedece a una
fuerza fugaz, carnal, individual, sincera. Es la fuerza de la pasin, del amor carnal y punto. Y
hasta sus contradicciones, sus virtudes y sus vicios, no son ms que cosas mundanas. No hay
duda: Emma es un enigma.
5. Teora flaubertiana de la novela: la obsesin por el estilo
Con Flaubert, la preocupacin por el estilo comienza desde el ttulo, y la escogencia
de los nombres de sus personajes, la bsqueda de la palabra justa, se convierte en obsesin.
Nadie puede explicar los mltiples cambios y cmo el autor finalmente elige tal nombre o tal
ttulo. Ello intriga a los crticos. Dice Burgelin: On sait avec quelle froce volupt, Flaubert
choisissait et peaufinait les noms de ses personnages (1984:159) Sabemos con qu feroz vo-
luptuosidad, Flaubert escoga y afinaba los nombres de sus personajes (T.N.). El mejor ejem-
plo es Madame Bovary. Existen varias teoras sobre el origen del ttulo.
En el primer captulo de Madame Bovary, el autor hace un juego de palabras con el
nombre Charles Bovary, escribiendo: Charbovari (1972: 25). Lo que parece a charivari y
que significa cencerrada. Jean-Michel Adam seala:
Lanalogie du signifiant /boeuf/ avec le nom de Bovary (= bo(v)arius, de bos, bovis) nous met sur la voie
dun sens second construire (1976: 123).
[La analoga del significante /buey/ con el nombre Bovary (= bo(v)arius, de bos, bovis) nos pone en la va
de un segundo significado por construir] (T.N.).
Vargas Llosa dedica dos pginas sobre ese asunto y seala cinco teoras (1989: 121-2):
l. La teora genealogista: el ttulo se debe al nombre de un antepasado del autor, Anne
de Boveri.
REVISTA DE FILOLOGAY LINGSTICA 136
2. La teora regionalista: se cuenta que hubo un director del teatro de Rouen llamado
Boveri.
3. La teora del hbrido: Flaubert conoci de nio a una Madame Bouvard; a este nom-
bre aadi el pueblo de Delphine Delamare, Rey. El resultado es Bouva + Ry.
4. La Teora de Flaubert: en una carta de 1870, explica que Bovary es la deformacin del
nombre Bouvaret, dueo del hotel donde se hosped en el Cairo.
5. La teora lingstica: el nombre Bovary se ha inventado a partir de las palabras latinas
bovarium, boarium, relativas al buey. De all el anlisis analgico de Jean-Michel
Adam arriba mencionado. Hay que decir que es la teora ms arbitraria y la ms fea.
Valdra la pena intentar la invencin de una nueva teora, la de la musicalidad de la
palabra Bovary, que suena igual que Beau-Vari, que significa: lo Bello Vara.
Si descifrar el ttulo genera tanta curiosidad, es evidente que un anlisis del estilo flau-
bertiano y de su concepcin de la novela requiere de una investigacin aparte. Ello muestra
tambin lo profundo que significa elegir como actividad primaria la escritura. No es una exa-
geracin considerar que la figura de Flaubert representa una revolucin en el arte novelstico.
Varios crticos desde Zola hasta Vargas Llosa coinciden con este criterio.
Flaubert es una de las figuras claves de la ruptura con el romanticismo e inicio del rea-
lismo. En palabras de Zola:
Gustave Flaubert a pouss en plein romantisme (...) Quand il lana Madame Bovary, ctait comme un d-
fi jet au ralisme dalors (1999: 17).
Gustave Flaubert creci en medio del romanticismo (...) Cuando lanz Madame Bovary, era como un de-
safo lanzado al realismo del entonces (T.N.).
Por su lado, Vargas Llosa dice que Madame Bovary cancel el romanticismo e inaugu-
r la corriente realista (1989: 171). Flaubert empez a escribir bajo la influencia del romanti-
cismo. Su obra de juventud, La Tentation de Saint Antoine, es un claro ejemplo de la influencia
romntica. Si bien los consejos de sus dos amigos, Maxime du Camp y Louis Bouilhet, eran frus-
trantes, ms tarde Flaubert los tomar en cuenta y abandonar la corriente romntica.
La forma romntica se destaca por los cuentos filosficos fantsticos y la intriga lgi-
ca. Las intervenciones y los comentarios del autor dan un aspecto moralista a la novela. Lo
imaginario se confunde con lo real: algunos hechos narrados parecen muy lejos de las cosas
humanas. A veces se exageran las aptitudes de los personajes. Jean Valjean, de Victor Hugo,
es un claro ejemplo de ello. De Musset es otra gran figura de esta corriente. Decir esto no des-
minuye los aportes de Hugo y Musset a la literatura universal. Se trata solamente de mostrar
la transicin del romanticismo al realismo. Denoeu resume bien la forma de escribir del ro-
manticismo. Aunque no es el propsito de este estudio, conviene recordar algunas caracters-
ticas: subjetividad, lirismo, vehemencia, exageracin, sensibilidad enfermiza; el gusto por el
misterio, la meditacin y el ensueo..., etc. (Denoeu 1967: 241-2).
Con el realismo, el autor es, en palabras de Zola, un narrateur cach narrador es-
condido (1999: 55). El autor no se confunde con el narrador, se niega todo tipo de inter-
vencin; se limita a pintar, sin comentar y se sirve de lo real como campo de exploracin.
5/8
O U A B B O U : D e M a d a m e B o v a r y a L a o r g a p e r p e t u a 1 3 7
F l a u b e r t r e s u m e e l a r t e n o v e l s t i c o d e l a c o r r i e n t e r e a l i s t a e n e s t o s t r m i n o s : I l f a u t
f a i r e d e s t a b l e a u x , m o n t r e r l a n a t u r e t e l l e q u e l l e e s t ( M i t t e r a n d 1 9 8 6 : 4 2 7 ) H a y q u e h a c e r
c u a d r o s , m o s t r a r l a n a t u r a l e z a t a l c o m o e s ( T . N . ) . P o r l a n a t u r a l e z a , s e e n t i e n d e t a n t o l a m a -
t e r i a c o m o l o s s e n t i m i e n t o s . E s d e c i r , e l e s t u d i o d e l a n a t u r a l e z a h u m a n a .
A d i f e r e n c i a d e l a c o r r i e n t e r o m n t i c a , F l a u b e r t p r o p o n e : J e n e c r o i s m m e p a s q u e
l e r o m a n c i e r d o i v e e x p r i m e r s o n o p i n i o n s u r l e s c h o s e s d e c e m o n d e ( c i t a d o p o r V a r g a s L l o -
s a 1 9 8 9 : 2 2 1 ) . N o c r e o n i s i q u i e r a q u e e l n o v e l i s t a d e b a e x p r e s a r s u o p i n i n s o b r e l a s c o s a s
d e e s t e m u n d o ( T . N . ) . C o n M a d a m e B o v a r y , F l a u b e r t o r i e n t a l a n o v e l a h a c i a l a d e s c r i p c i n
d e l a c o n d i c i n h u m a n a , e s d e c i r , l a s o c i e d a d t a l c o m o e s , c o m o u n c o n j u n t o d e h e c h o s c o n -
c r e t o s , c o n s u c o m p l e j i d a d , c o n s u s s u f r i m i e n t o s . V a l e r e c o r d a r l a c a r t a y a c i t a d a d e F l a u b e r t :
M a p a u v r e B o v a r y , s a n s d o u t e , s o u f f r e e t p l e u r e d a n s v i n g t v i l l a g e s d e F r a n c e l a f o i s , c e t t e h e u r e
m m e ( M i t t e r a n d 1 9 8 6 : 4 3 7 ) .
[ M i p o b r e B o v a r y , s i n d u d a , s u f r e y l l o r a e n v e i n t e a l d e a s d e F r a n c i a a l a v e z , e n e s t a m i s m a h o r a ( T . N . ) ]
L a n o v e l a s e g n F l a u b e r t t i e n e , p u e s , c o m o o b j e t o e n t e n d e r l a s o c i e d a d ; s u p r o p s i t o
e s m o s t r a r l a s c o s a s t a l c o m o s o n . O , e n t r m i n o s d e Z o l a , l a n o v e l a s e t r a n s f o r m a e n u n e s -
t u d i o c i e n t f i c o d e l d o c u m e n t o h u m a n o ( 1 9 9 9 : 4 3 y 5 5 ) .
E s n e c e s a r i o a b o r d a r e l m t o d o d e t r a b a j o d e F l a u b e r t y r e c o r d a r c m o o r i e n t l a
n o v e l a h a c i a e l e s t u d i o c i e n t f i c o d e l a n a t u r a l e z a h u m a n a . T a n t o V a r g a s L l o s a c o m o o t r o s
c r t i c o s s e a l a n q u e F l a u b e r t t r a b a j a m e t d i c a m e n t e , h a c i e n d o u n p l a n , u n a s i n o p s i s , a n t e s
d e e m p e z a r l a e s c r i t u r a p r o p i a m e n t e d i c h a . A l e s t u d i o d e l o s d o c u m e n t o s p a r a e n r i q u e c e r e l
a r g u m e n t o n o v e l s t i c o , c a b e a a d i r l a i n v e s t i g a c i n d e c a m p o . P a r a e s c r i b i r l a s e s c e n a s d e l
s u i c i d i o d e E m m a B o v a r y , v i s i t e l h o s p i t a l p a r a o b s e r v a r l o s e f e c t o s d e l a r s n i c o s o b r e l o s
s u i c i d a s o l o s q u e h a b a n i n t e n t a d o q u i t a r s e l a v i d a ( V a r g a s L l o s a 1 9 8 9 : 8 8 ) . D u r a n t e e l e n t i e -
r r o d e u n a m i g o , F l a u b e r t s e f u e a l c e m e n t e r i o c o n e l p r o p s i t o d e a p r o v e c h a r l a o c a s i n y m e -
j o r a r s u r e l a t o . D i c e : J e t r o u v e r a i l p e u t - t r e d e s c h o s e s p o u r m a B o v a r y ( 1 9 8 9 : 1 0 4 ) E n -
c o n t r a r a l l t a l v e z c o s a s p a r a m i B o v a r y ( T . N . ) . S e p u e d e n m e n c i o n a r o t r o s e j e m p l o s , p e r o ,
e n r e s u m e n , e l m t o d o f l a u b e r t i a n o c o n s i s t e e n l o s p u n t o s s i g u i e n t e s :
A . L a i m p e r s o n a l i d a d .
B . L a d o c u m e n t a c i n .
C . L a i n v e s t i g a c i n d e c a m p o .
S e t r a t a , p u e s , d e l a a p l i c a c i n d e l m t o d o c i e n t f i c o e n l a n o v e l a . P o r l a i m p e r s o n a -
l i d a d , e l a u t o r p r e t e n d e n a r r a r l o s h e c h o s o b j e t i v a m e n t e c o n l a f r i a l d a d d e u n c i e n t f i c o , l i m i -
t n d o s e a l a n l i s i s d e l o s d o c u m e n t o s s o b r e e l t e m a y l a o b s e r v a c i n d e l o s h e c h o s c o n c r e -
t o s t a n t o e n l o s l u g a r e s e s p e c f i c o s , c o m o l o s h o s p i t a l e s y l o s b u r d e l e s , c o m o e n l a s o c i e d a d
e n g e n e r a l . L u e g o e l a u t o r h a c e l a s n t e s i s y c o m i e n z a l a d e s c r i p c i n . C u a n d o y a t i e n e l i s t o
e l t e x t o , c o m i e n z a e l a r d u o t r a b a j o d e l e s t i l o .
R o l a n d B a r t h e s h a c e u n e s t u d i o i n t e r e s a n t e d e l e s t i l o f l a u b e r t i a n o . E n s u s p a l a b r a s :
F l a u b e r t r e t i r e , r a t u r e , r e v i e n t s a n s c e s s e z e r o , r e c o m m e n c e ( 1 9 7 2 : 1 3 6 ) F l a u b e r t r e t i r a ,
r a y a o t a c h a , v u e l v e s i n c e s a r a c e r o , r e c o m i e n z a ( T . N . ) . E s o e x p l i c a p o r q u F l a u b e r t s e
q u e j a d e l s u f r i m i e n t o q u e l e c a u s a e l a f i n a m i e n t o d e l e s t i l o ( B a r t h e s 1 9 7 2 : 1 3 5 ) . P o r o t r o l a -
d o , p a r a l , e s c r i b i r , p a s a r d a s y n o c h e s j u g a n d o c o n p a l a b r a s l e p r o d u c e u n p l a c e r i n e f a b l e .
F l a u b e r t s o m e t e s u r e l a t o a v a r i a s c o r r e c c i o n e s . S e g n e l m i s m o B a r t h e s , h a y t r e s t i p o s d e
c o r r e c c i o n e s d e l e s t i l o : S u s t i t u t i v a , D i m i n u t i v a y A u m e n t a t i v a ( 1 9 7 2 : 1 3 8 ) . C u a n d o e l a u t o r
R E V I S T A D E F I L O L O G A Y L I N G S T I C A1 3 8
c o n s t a t a a l g u n a r e p e t i c i n , b u s c a o t r a p a l a b r a p a r a S u s t i t u i r l a a n t e r i o r . C u a n d o v e d e s c r i p -
c i o n e s c a r g a d a s d e a d j e t i v o s i n n e c e s a r i o s , q u i t a a l g u n o s p a r a a l i v i a r e l t e x t o ; e n e s t e c a s o , s e
t r a t a d e u n a c o r r e c c i n D i m i n u t i v a . A l c o n t r a r i o , c u a n d o v e q u e a l c u a d r o l e h a c e f a l t a a l g n
d e t a l l e , A u m e n t a . T o d o s e s t o s t o q u e s , c o m o p i n c e l a d a s d e u n p i n t o r , e v i d e n c i a n e l d e s e o d e l
a u t o r d e b u s c a r l a f o r m a m s p e r f e c t a d e p r e s e n t a r e l t e x t o f i n a l .
E l e s t i l o f l a u b e r t i a n o s e c a r a c t e r i z a p o r l a s f r a s e s c o r t a s q u e d i c e n m u c h o : L h i v e r f u t
r u d e . L a c o n v a l e s c e n c e d e M a d a m e f u t l o n g u e ( F l a u b e r t 1 9 7 2 : 2 7 8 ) E l i n v i e r n o f u e s p e r o .
L a c o n v a l e c e n c i a d e M a d a m e f u e l a r g a ( T . N . ) . C o n s o l o e v o c a r l a d u r e z a d e l i n v i e r n o y l a
l e n t i t u d d e l a c o n v a l e c e n c i a d e E m m a , c a u s a d a p o r l a r u p t u r a s b i t a c o n s u a m a n t e , u n o p u e -
d e i m a g i n a r s u s u f r i m i e n t o , s u a n g u s t i a , s u s o l e d a d . D e m o d o q u e e l l e c t o r s e e n c u e n t r a a n t e
u n e s t i l o r i c o , v a r i a d o , a t r a c t i v o ; u n e s t i l o s u t i l q u e s u g i e r e .
E n l a s e s c e n a s d e l o s p a s e o s d e E m m a c o n s u a m a n t e a c a b a l l o , e l a u t o r d e s c r i b e u n
p a i s a j e r o m n t i c o , l a s h o j a s q u e c a e n y u n s i n n m e r o d e d e t a l l e s :
O n t a i t a u x p r e m i e r s j o u r s d o c t o b r e . I l y a v a i t d u b r o u i l l a r d s u r l a m o n t a g n e . D e s v a p e u r s s a l l o n g e a i e n t
l h o r i z o n , e n t r e l e c o n t o u r d e s c o l i n e s ; e t d a u t r e s , s e d c h i r a n t , m o n t a i e n t , s e p e r d a i e n t ( . . . ) R o d o l p h e e t
E m m a s u i v i r e n t a i n s i l a l i s i r e d u b o i s ( . . . ) L e c i e l t a i t d e v e n u b l e u . L e s f e u i l l e s n e r e m u a i e n t p a s ( . . . ) I l s
s a s s i r e n t s u r u n t r o n c d a r b r e r e n v e r s , e t R o d o l p h e s e m i t l u i p a r l e r d e s o n a m o u r . . . ( 1 9 7 2 : 2 1 4 - 6 ) .
[ E s t b a m o s e n l o s p r i m e r o s d a s d e o c t u b r e . H a b a n i e b l a s e n l a m o n t a a . V a p o r e s s e a l a r g a b a n e n e l h o -
r i z o n t e , e n t r e e l c o n t o r n o d e l a s c o l i n a s ; m i e n t r a s q u e o t r o s , s e d e s h a c a n , s u b a n , d i s i p a b a n ( . . . ) R o d o l p h e
y E m m a s i g u i e r o n a s e l l i n d e r o d e l b o s q u e ( . . . ) E l c i e l o h a b a l l e g a d o a s e r a z u l . L a s h o j a s n o s e m o v a n
( . . . ) S e s e n t a r o n e n c i m a d e l t r o n c o d e u n r b o l c a d o , y R o d o l p h e s e p u s o a h a b l a r l e d e s u a m o r ( T . N . ) ] .
L a s d e s c r i p c i o n e s d e l p a s e o a c a b a l l o o c u p a n o c h o p g i n a s . S o n q u i z s u n a s d e l a s
m e j o r e s e s c e n a s d e l a n o v e l a ; t o d o s e e n c u e n t r a p i n t a d o c o n u n l e n g u a j e d e u n a r a r a b e l l e z a .
E m m a y R o d o l p h e p a r e c e n u n p o c o o l v i d a d o s . P e r o m i e n t r a s q u e e l a u t o r d e s c r i b e l a s m a r a -
v i l l a s d e l a n a t u r a l e z a , e l l e c t o r p u e d e i m a g i n a r e l e f e c t o q u e p r o d u c e c a d a d e t a l l e e n l o s d o s
s e r e s v i v o s , q u e s e d e s e a b a n . . . U n o s e p r e g u n t a p o r q u t a n t o s d e t a l l e s . S e g n V a r g a s L l o s a :
E s t e f r e n e s d e s c r i p t i v o n o e s u n f i n e n s m i s m o , s i n o u n p r o c e d i m i e n t o d e l q u e s e v a l e e l n a r r a d o r p a r a
d e s h a c e r l a r e a l i d a d y r e h a c e r l a d i s t i n t a ( 1 9 8 9 : 1 4 8 - 9 ) .
E n u n a c a r t a , F l a u b e r t e x p l i c a e l p o r q u d e t a n t o e s m e r o e n l a d e s c r i p c i n : C e s o u c i
d e l a b e a u t e x t r i e u r . . . e s t p o u r m o i u n e m t h o d e ( G o t h o t - M e r s c h 1 9 9 4 : 8 7 9 ) E s t e c u i d o d e
l a b e l l e z a e x t e r n a . . . e s p a r a m u n m t o d o ( T . N . ) . E n o t r a c a r t a a c l a r a : V o u s m e d i t e s q u e j e
f a i s t r o p a t t e n t i o n l a f o r m e . H e l a s ! c e s t c o m m e l e c o r p s e t l m e ( B r u n e a u 1 9 7 7 : 2 3 3 )
U d s . m e d i c e n q u e p o n g o m u c h a a t e n c i n a l a f o r m a . P o r d e s g r a c i a ! e s c o m o e l c u e r p o y e l
a l m a ( T . N . ) . P a r a l o g r a r e s a b e l l e z a e x t e r i o r , o m e j o r d i c h o , l o q u e s e p u e d e l l a m a r l a b e l l e -
z a c a s i p e r f e c t a d e l l e n g u a j e , M a u p a s s a n t n a r r a q u e s u m a e s t r o F l a u b e r t a c o s t u m b r a a o r g a n i -
z a r s e s i o n e s d e l e c t u r a e n v o z a l t a :
F l a u b e r t c o u t a i t l e r y t h m e d e s a p r o s e , s a r r t a n t p o u r s a i s i r u n e s o n o r i t f u y a n t e , c o m b i n a n t l e s t o n s ,
l o i g n a n t l e s a s s o n a n c e s , d i s p o s a n t l e s v i r g u l e s a v e c c o n s c i e n c e , c o m m e l e s h a l t e s d u n l o n g c h e m i n
( M i t t e r a n d 1 9 8 6 : 4 3 4 ) .
[ E s c u c h a b a e l r i t m o d e s u p r o s a , p a r a n d o p a r a c a p t a r u n a s o n o r i d a d q u e h u y e , c o m b i n a b a l o s t o n o s , a l e j a -
b a l a s a s o n a n c i a s , d i s p o n a l a s c o m a s c o n c o n c i e n c i a , c o m o l o s a l t o s d e u n l a r g o c a m i n o ] ( T . N . ) .
E n e f e c t o , l a m u s i c a l i d a d y l a a r m o n a d e l t e x t o s e n o t a n n o s o l o e n M a d a m e B o v a r y ,
s i n o e n t o d a l a o b r a d e F l a u b e r t .
6 / 8
OUABBOU: De Madame Bovary a La orga perpetua 139
Ahora bien, el trabajo del estilo no consiste solamente en la bsqueda frentica de la
palabra, sino en el orden del relato, la articulacin del discurso, la organizacin de los cuadros,
la sucesin de los acontecimientos. La armona del conjunto hace que el estilo flaubertiano sea
de una gran belleza. Y su obra ha llegado a ser un modelo del arte novelstico.
6. A modo de conclusin: reflexin sobre el enigma Emma
El tema de Madame Bovary es inagotable, mas hay que cerrar esta investigacin. El
objetivo planteado al inicio se logr: se ha realizado un estudio comparativo entre la novela
de Flaubert y el ensayo de Vargas Llosa. El estudio del autor peruano se puede comparar a
cualquier buen estudio de la novela de Flaubert hecho por un europeo o un africano. Vargas
Llosa utiliza mtodos de anlisis literario mundialmente conocidos. Sera un error partir de su
estudio para fundamentar la recepcin de Madame Bovary en Amrica Latina. La orga per-
petua es sin duda un estudio bien documentado y rigurosamente hecho. Pero hay que decir que
Vargas Llosa desdea mencionar a los autores latinoamericanos.
En Madame Bovary, se plantean cuestiones universales, como el amor, el adulterio, la
bsqueda de la felicidad. En este sentido, se ha insistido en la universalidad de algunos perso-
najes literarios. El Quijote es conocido en Francia y otros pases al igual que en Hispanoam-
rica. Por su lado, Emma Bovary atraviesa el Atlntico y vuelve loco a un joven peruano, que
ser ms tarde un gran novelista.
De esta manera, se pone de manifiesto que la literatura no conoce fronteras; su patria
es el texto y su ciudadano se llama lector. De all la importancia del mtodo comparativo. Val-
ga recordar que la literatura comparada es el estudio de la literatura ms all de las fronteras
nacionales (Vega 1998: 89). Es un absurdo hablar de la literatura nacional sin tener en cuen-
ta el intercambio de los discursos literarios y el enriquecimiento que produce ese dilogo en-
tre culturas diferentes. En esos momentos en que la globalizacin est de moda, sobre todo
econmica y militarmente -lo que est amenazando con desaparicin progresiva de las identi-
dades nacionales- la literatura ofrece la posibilidad de otra visin del mundo, una concepcin
pacfica y cosmopolita: intercambio cultural, s, desaparicin de lo particular, no. Lo nuestro
cobra sentido en la medida en que el otro existe.
A lo largo de la novela de Flaubert, uno se pregunta: de dnde viene ese poder de
persuasin que opera el texto sobre el lector? Al cerrar el libro, uno queda inquieto, con mu-
chas preguntas. Qu es lo que hace que no solo Vargas Llosa, sino millones de lectores vean
a Emma con admiracin y se identifiquen con ella? Y hasta los que la desdean, en el fondo
saben que no es un juego de nios. No se trata de juzgarla, sino de entender el enigma Emma.
Por esto, es preciso retomar en forma sinttica algunos rasgos caractersticos de Emma y plan-
tearse esta pregunta:
Qui est-elle?
Quin es ella?
Es una mujer de origen burgus. A pesar de que haba recibido una slida educacin
en un convento, permanece impermeable a la moral religiosa. Es bella, elegante y culta, con
los gustos primorosos de la gente de su clase. Es tan encantadora, tan seductora, que podra
REVISTA DE FILOLOGAY LINGSTICA 140
ser el modelo deseado por tantos hombres. Adems, es muy lasciva y lo hace saber, por sus
labios carnosos, por gestos finos de la puntilla de su lengua, por todos los medios.
Soadora, busca una felicidad sin lmites. Posee una imaginacin tenaz, poblada por
el deseo de un amor platnico. Idealista, sentimental, suea en su vida en vez de vivirla. Quie-
re que todo sea gracioso, agradable, perfecto. Crea poder encontrar la felicidad en el matri-
monio, con un hombre que ejerce un oficio honorable. Error! Pronto se ve agobiada por la
monotona de la vida, la nada de todos los das. Se siente triste e infeliz. Descubre que a ve-
ces el matrimonio es la jaula del amor.
Rebelde. Ella es rebelde. Esto se ve en el fondo de su ser y en sus acciones. No acep-
ta algunas prcticas consideradas exclusivas del sexo dbil: debe la mujer ser reducida a la
maternidad y las cargas domsticas? Hubiese preferido un nio en vez de una nia. No quie-
re crear una persona sin libertad. No es que detesta a su hija, no, no; pero resiente la condi-
cin femenina: esa cultura que hizo que el segundo sexo sea reducido al papel de suplente, a
la marginalidad, al ahogo.
Atrevida, decidida, su rebelin es tal que enfrenta todos los prohibidos: el adulterio,
la mentira, el robo, todo. Busca un amor que le saciara cuerpo, corazn y alma. Con ella, el
vicio se convierte en virtud.
Triste, infeliz, nada satisface su anhelo, sus deseos, lo ms humanos: la satisfaccin,
el xtasis, los placeres del cuerpo. Se refugia entonces en los gastos sin medida, como si bus-
cara tramar su ruina.
Ella es una mujer difcil, ambigua, egosta, hipcrita. Madre indigna, esposa infiel. Vc-
tima de los dems, de sus lecturas, de ella misma. Y, sin embargo, tantos hombres la codician.
Dominante, a veces se pone histrica; la angustia la lleva hasta la exasperacin neu-
rtica: cuando las cosas no andan de su agrado, es capaz de todo. Pero es dulce, fresca y ama-
ble cuando la vida le sonre.
Contradictoria, compleja; su sicologa es todo un universo oscuro.
Trgica, habitada por el fracaso, solitaria, asfixiada por la angustia, incomprendida,
suicida. No hay duda, ella es un enigma. Yes tan compleja, tan difcil de descifrar como la vi-
da misma.
Con todo eso, ella no tiene nada de sobrenatural, nada ajeno a la naturaleza huma-
na. El deseo profundo de la felicidad, los vicios y las virtudes, no son ms que cosas mun-
danas. Aunque ella sea amable para algunos, repulsiva para otros, ella est quizs en cada
uno de nosotros.
Bibliografa
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Madame Bovary. Linquistique et discours littraire, thorie et pratique des texts. Pa-
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O U A B B O U : D e M a d a m e B o v a r y a L a o r g a p e r p e t u a 1 4 1
B i a s i P i e r r e - M a r c d e . 1 9 9 5 . L a P l a n e t e F l a u b e r t . M a g a z i n e l i t t r a i r e . N o 3 3 5 . S e p t i e m b r e :
p p . 8 9 - 9 0 .
B r u n e a u , J . 1 9 7 7 . L e s b a t a i l l e s d u r e l : F l a u b e r t , l E m e r i t e d e C r o i s s e t . E n : H i s t o i r e l i t t -
r a i r e d e l a F r a n c e , T . V . 1 8 4 8 - 1 9 1 3 . P a r i s : E d . M e s s i d o r , p p . 2 1 3 - 2 3 4 .
B u r g e l i n , C l a u d e . 1 9 8 4 . P e r e c l e c t e u r d e F l a u b e r t . E n : F l a u b e r t , e t a p r s . T e x t o s r e c o p i l a -
d o s p o r B e r n a r d M a s s o n . P a r s : E d . L e t t r e s M o d e r n e s , p p . 1 3 5 - 1 7 1 .
C l a u d o n , F r a n c i s y K a r e n H a d d a d - W o t l i n g . 1 9 9 5 . P r c i s d e l i t e r a t u r e c o m p a r r e , T h o r i e s e t
m t h o d e s d e l a p p r o c h e c o m p a r a t i s t e . P a r i s : E d . N a t h a n .
D e n o e u , F r a n o i s . 1 9 6 7 . S o m m e t s L i t t r a i r e s f r a n a i s . B o s t o n : E d . D . C . H e a e t h a n d C o m p a n y .
F l a u b e r t , G u s t a v e . 1 9 5 2 . O e u v r e s c o m p l t e s , v o l . I . C h r o n o l o g i e d e F l a u b e r t d e A l b e r t T h i -
b a u d e t . E d . G a l l i m a r d / P l i a d e .
1 9 7 2 . M a d a m e B o v a r y . M o e u r s d e p r o v i n c e . P a r i s : E d . G a l l i m a r d / f o l i o .
G e n e t t e , G r a r d . 1 9 6 6 . S i l e n c e d e F l a u b e r t . E n : F i q u r e s I . P a r i s : E d . d u S e u i l .
G e n g e m b r e , G r a r d . 1 9 8 8 . F l a u b e r t , M a d a m e B o v a r y . P a r i s : E d . M a g n a r d .
G o t h o t - M e r s c h , C . 1 9 9 4 . F l a u b e r t . E n : D i c t i o n n a i r e d e s l i t t r a t u r e s d e l a n q u e s f r a n a i s e ,
d i r i g i d o p o r J e a n - P i e r r e B e a u m a r c h a i s . P a r i s : E d . B o r d a s , p p . 8 7 8 - 8 6 .
M a d e l e n a t , D . 1 9 9 4 . L i t t r a t u r e c o m p a r e . E n : D i c t i o n n a i r e d e s o e u v r e s l i t t r a i r e s d e l a
F r a n c e . P a r i s : E d . B o r d a s , v o l . K - P , p p . 1 4 1 1 - 1 4 .
M i t t e r a n d H e n r i . 1 9 8 4 . S m i o l o q i e F l a u b e r t i e n n e : L e C l u b e d e l i n t e l l i g e n c e . E n : F l a u b e r t , e t
a p r s . T e x t o s r e c o p i l a d o s p o r B e r n a r d M a s s o n . P a r i s : E d . L e t t r e s m o d e r n e s , p p . 6 1 - 7 7 .
1 9 8 6 F l a u b e r t o u l e r a l i s m e s u r m e n t . E n : L i t t r a t u r e t e x t e s e t d o c u m e n t s ,
X I X e . S i c l e , c o l e c c i n d i r i g i d a p o r H e n r i M i t t e r a n d . P a r i s : E d . N a t h a n , p p . 4 2 5 - 5 8 .
M o u s s a r o n , J e a n - P i e r r e . 1 9 8 4 . S u r l e r c i t f l a u b e r t i e n . E n : F l a u b e r t e t a p r s . T e x t o s
r e c u p e r a d o s p o r B e r n a d M a s s o n . P a r i s : E d . M i n a r d , p p . 1 7 3 - 1 9 2 .
N e e f s J a c q u e s . 1 9 7 2 . M a d a m e B o v a r y d e F l a u b e r t . P a r i s : E d . C l a s s i q u e s H a c h e t t e .
1 9 9 5 . L i r e F l a u b e r t . E n : M a q a z i n e L i t t r a i r e , N o 3 3 5 .
S c h m e l i n g , M a n f r e d . 1 9 8 4 . I n t r o d u c c i n : L i t e r a t u r a g e n e r a l y c o m p a r a d a . A s p e c t o s d e
u n a m e t o d o l o g i a c o m p a r a t i s t a . T r a d u c c i n d e I g n a c i o T o r r e s C o r r e d o r . B a r c e l o -
n a : E d . A l f a .
R E V I S T A D E F I L O L O G A Y L I N G S T I C A1 4 2
S c h w e i g e r , A . 1 9 9 4 . M a d a m e B o v a r y . M o e u r s d e p r o v i n c e . E n : D i c t i o n n a i r e d e s o e u v r e s l i t -
t r a i r e s d e l a F r a n c e , d i r i g i d o p o r J e a n - P i e r r e B e a u m a r c h a i s . P a r i s : E d . B o r d a s , p p .
1 1 6 0 - 2 .
T h i b a d e a u , J e a n . 1 9 7 2 . L u k a c s , l a n o v e l a h i s t r i c a y F l a u b e r t . E n : C o m u n i c a c i n . N 1 8 .
T r a d u c c i n d e S o c o r r o T h o m a s : p p . 2 0 7 - 2 4 4 .
T o d o r o v , T z v e t a n y O s w a l d D u c r o t . 1 9 7 2 . D i c t i o n n a i r e e n c y c l o g d i g u e d e s s c i e n c e s d u l a n -
g a g e . P a r i s : E d . d u S e u i l / p o i n t s .
V a r g a s L l o s a , M a r i o . 1 9 8 9 . L a o r g a p e r p e t u a , F l a u b e r t y M a d a m e B o v a r y . B a r c e l o n a : E d .
S e i x B a r r a l .
V e g a , M a r a J o s y N e u s C a r b o n e l . 1 9 9 8 . L a l i t e r a t u r a c o m p a r a d a : P r i n c i p i o s y m t o d o s .
M a d r i d : E d . G r e d o s . ( I n c l u y e u n a r e c o p i l a c i n d e v a r i o s a r t c u l o s y e s t u d i o s d e g r a n
i n t e r s s o b r e l a l i t e r a t u r a c o m p a r a d a d e s d e s u s f u n d a d o r e s ) .
Z o l a , E m i l e . 1 9 9 9 . L e r o m a n n a t u r a l i s t e . A n t h o l o g i e . P a r i s : E d . L i b r a i r i e G n r a l e F r a n a i s e .
( S o b r e F l a u b e r t , p p . 5 2 - 5 7 ) .
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