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Arte Pré-Histórica: Paleolítico e Neolítico

O documento discute a arte pré-histórica, dividida em Paleolítico e Neolítico. No Paleolítico as pinturas rupestres eram naturalistas, representando a magia da caça. No Neolítico surgiu a agricultura, cerâmica e arquitetura megalítica como Stonehenge. A arte mesopotâmica incluía palácios de tijolos, zigurates e esculturas rígidas.

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O documento discute a arte pré-histórica, dividida em Paleolítico e Neolítico. No Paleolítico as pinturas rupestres eram naturalistas, representando a magia da caça. No Neolítico surgiu a agricultura, cerâmica e arquitetura megalítica como Stonehenge. A arte mesopotâmica incluía palácios de tijolos, zigurates e esculturas rígidas.

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Arte e cultura ocidental vol. 2 prof.

Sandro David
ARTE PR-HISTRICA Um dos perodos mais fascinantes da histria humana a Pr-Histria. Esse perodo no foi registrado por nenhum documento escrito, pois exatamente a poca anterior escrita. Tudo o que sabemos dos prhistricos que viveram nesse tempo o resultado da pesquisa de antroplogos, historiadores e dos estudos da moderna cincia arqueolgica, que reconstituram a cultura do Incio da humanidade incio do cultivo dos campos; artesanato: cermica e tecidos; construo de pedra; e primeiros arquitetos do mundo. A fixao do Incio da Idade da Pedra Polida, garantida pelo cultivo da terra e pela manuteno de manadas, ocasionou um aumento rpido da populao e o desenvolvimento das primeiras instituies, como famlia e a diviso do trabalho. Assim, o Incio do Neoltico desenvolveu a tcnica de tecer panos, de fabricar cermicas e construiu as primeiras moradias, constituindo-se os primeiros arquitetos do mundo. Conseguiu ainda, produzir o fogo atravs do atrito e deu incio ao trabalho com metais. Todas essas conquistas tcnicas tiveram um forte reflexo na arte. O Inciom, que se tornara um campons, no precisava mais ter os sentidos apurados do caador do Paleoltico, e o seu poder de observao foi substitudo pela abstrao e racionalizao. Como conseqncia surge um estilo simplificador e geometrizante, sinais e figuras mais que sugerem do que reproduzem os seres. Os prprios temas da arte mudaram: comearam as representaes da vida coletiva. Alm de desenhos e pinturas, o artista do Neoltico produziu uma cermica que revela sua preocupao com a beleza e no apenas com a utilidade do objeto, tambm esculturas de metal. Desse perodo temos as construes denominadas dolmens. Consistem em duas ou mais pedras grandes fincadas verticalmente no cho, como se fossem paredes, e uma grande pedra era colocada horizontalmente sobre elas, parecendo um teto. E o menir que era monumento megaltico que consiste num nico bloco de pedra fincado no solo em sentido vertical. O Santurio de Stonehenge, no sul da Inglaterra, pode ser considerado uma das primeiras obras da arquitetura que a Histria registra. Ele apresenta um enorme crculo de pedras erguidas a intervalos regulares, que sustentam traves horizontais rodeando outros dois crculos interiores. No centro do ltimo est um bloco semelhante a um altar. O conjunto est orientado para o ponto do horizonte onde nasce o Sol no dia do solstcio de vero, indcio de que se destinava s prticas rituais de um culto solar. Lembrando que as pedras eram colocadas umas sobre as outras sem a unio de nenhuma argamassa IDADE DOS METAIS aproximadamente 5.000 a 3.500 a.C. aparecimento de metalurgia; aparecimento das cidades; inveno da roda; inveno da escrita; e 1

Diviso da Pr-Histria:
Paleoltico A principal caracterstica dos desenhos da Idade da Pedra Lascada o naturalismo. O artista pintava os seres, um animal, por exemplo, do modo como o via de uma determinada perspectiva, reproduzindo a natureza tal qual sua vista captava. Atualmente, a explicao mais aceita que essa arte era realizada por caadores, e que fazia parte do processo de magia por meio do qual procurava-se interferir na captura de animais, ou seja, o pintor-caador do Paleoltico supunha ter poder sobre o animal desde que possusse a sua imagem. Acreditava que poderia matar o animal verdadeiro desde que o representasse ferido mortalmente num desenho. Utilizavam as pinturas rupestres, isto , feitas em rochedos e paredes de cavernas. O Inciom deste perodo era nmade. Os artistas do Paleoltico Superior realizaram tambm trabalhos em escultura. Mas, tanto na pintura quanto na escultura, nota-se a ausncia de figuras masculinas. Predominam figuras femininas, com a cabea surgindo como prolongamento do pescoo, seios volumosos, ventre saltado e grandes ndegas. Destaca-se: Vnus de Willendorf. PALEOLTICO INFERIOR aproximadamente 5.000.000 a 25.000 a.C.; primeiros homindios; caa e coleta; controle do fogo; e instrumentos de pedra e pedra lascada, madeira e ossos: facas, machados. PALEOLTICO SUPERIOR instrumentos de marfim, ossos, madeira e pedra: machado, arco e flecha, lanador de dardos, anzol e linha; e desenvolvimento da pintura e da escultura.

NEOLTICO
aproximadamente 10.000 a 5.000 a.C. instrumentos de pedra polida, enxada e tear;

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arado de bois. As Cavernas Antes de pintar as paredes da caverna, o Inciom fazia ornamentos corporais, como colares, e, depois magnficas estatuetas, como as famosas Vnus. Existem vrias cavernas pelo mundo, que demonstram a pintura rupestre, algumas delas so: Caverna de ALTAMIRA, Espanha, quase uma centena de desenhos feitos a 14.000 anos, foram os primeiros desenhos descobertos, em 1868. Sua autenticidade, porm, s foi reconhecida em 1902. Caverna de LASCAUX, Frana, suas pinturas foram achadas em 1942, tm 17.000 anos. A cor preta, por exemplo, contm carvo modo e dixido de mangans. Caverna de CHAUVET, Frana, h ursos, panteras, cavalos, mamutes, hienas, dezenas de rinocerontes peludos e animais diversos, descoberta em 1994. Gruta de RODSIA, frica, com mais de 40.000 anos. Parque Nacional Serra da Capivara - Sudeste do Estado do Piau, ocupando reas dos municpios de So Raimundo Nonato, Joo Costa, Brejo do Piau e Coronel Jos Dias. Nessa regio encontra-se uma densa concentrao de stios arqueolgicos, a maioria com pinturas e gravuras rupestres. Para saber mais visite: fumdham.org Onde havia gente - Os arquelogos j encontraram vrios registros de seres humanos prhistricos que viviam no Brasil h pelo menos 11.000 anos: Curiosidades: "O trajeto martimo do Homo erectus" e "Os ancestrais do Inciom moderno": Os primeiros Incions da Amrica - Estudos mostram que a colonizao deve ter sido mais complexa do que se pensava: 14, ao se desintegrar emite eltrons que podem ser captados pelos detectores. O ndice de C-14 comparado com o carbono no radioativo, o C-12, para se checar quanto do carbono radioativo decaiu, e com isso determinar a data na qual o organismo morreu. Uma variante mais moderna da tcnica a AMS (sigla em ingls para espectrometria de massa por acelerador), que tambm mede a proporo na amostra do carbono14. Sua vantagem poder fazer a medio, diretamente, sem que seja necessrio queimar parte razovel da amostra para fazer o teste. A datao por esse mtodo especialmente valiosa para materiais orgnicos .Segundo informao da FUMDHAM (Fundao Museu do Homem Americano), de So Raimundo Nonato, h 260 stios arqueolgicos com pinturas rupestres na rea do Parque Nacional da Serra da Capivara, que foi criado em 1979. No Brasil so encontradas diversas manifestaes de arte rupestre. Os locais mais conhecidos ficam em Naspolini, no estado de Santa Catarina, na regio Sul do pas. Em Minas Gerais na regio de Lagoa Santa, Varzelndia e Diamantina prximo cachoeira da Sentinela. Destacam-se tambm a Toca da Esperana, regio central da Bahia e Florianpolis, estado de Santa Catarina, no sul. No nordeste tambm foram encontradas pinturas no estado do Piau, na Serra da Capivara. As cidades mais prximas dos stios arqueolgicos so Coronel Jos Dias e So Raimundo Nonato (30 km). Muitos registros esto em condies precrias. No estado do Rio Grande do Norte, diversos stios tambm so encontrados, principalmente nas regies do Serid e na chapada do Apodi, tendo como destaque o Lajedo de Soledade. No estado de Pernambuco encontram-se pinturas rupestres no municpio de Itapetim, nascente do rio Paje, nos Stios Boa Vista e Riacho Salgado e no municpio de Afogados da Ingazeira, prximo 5 quilmetros do povoado de Queimada Grande e no municpio de Carnaba, na Serra do Giz, prximo ao povoado da Serra Carapua. MESOPOTMIA Entendemos por povos mesopotmicos, as civilizaes que se desenvolveram na rea das terras frteis localizadas entre os rios Tigre e Eufrates, denominada comumente Mesopotmia. Entre eles esto os sumrios, os assrios e os babilnicos. As principais manifestaes da arquitetura mesopotmica eram os palcios, em geral muito grandiosos; como havia pouca pedra, as paredes tinham 2

Tcnica do carbono-14
LAHR, Marta Mirazn. Folha de S.Paulo. 15 Junho 1997. O carbono um dos elementos mais importantes na composio dos organismos. Os seres vivos absorvem constantemente uma forma estvel desse carbono, o carbono-14, que tem uma "meia-vida" de cerca de 5.730 anos (meia-vida o tempo necessrio para reduzir pela metade, atravs de desintegrao, a massa de uma amostra desse elemento radioativo. Depois que morre, o organismo deixa de receber carbono-14. Esse, agora um fssil, vai perdendo seu carbono-14 pela desintegrao (ou "decaimento"). Para medir o que restou de C-14 preciso queimar um pedao do fssil, transformando-o em gs, que analisado por detectores de radiao. O C-

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que ser grossas, pois eram feitas de tijolos. Os templos possuam instalaes completas, com aposentos para os sacerdotes e outros compartimentos. Um trao caracterstico dessa arquitetura era o Zigurate, torre de vrios andares, em geral sete, sobre a qual havia uma capela, usada para observar o cu. Os escultores representavam o corpo humano de forma rgida, sem expresso de movimento e sem detalhes anatmicos. Ps, mos e braos ficavam colados ao corpo, coberto com longos mantos; os olhos eram completados com esmalte brilhante. As esttuas conservavam sempre uma postura esttica ante a grandiosidade dos deuses. As figuras esculpidas em baixo-relevo se caracterizavam por um grande realismo. Na pintura, os artistas se utilizavam de cores claras e reproduziam caadas, batalhas e cenas da vida dos reis e dos deuses. A produo de objetos de cermica alcanou notvel desenvolvimento entre os persas, que utilizavam tambm tijolos esmaltados.
extraordinariamente rpida e comeou durante o quarto milnio a. C. Longe de ser geral, ela se produziu em algumas regies onde as condies de vida lhe eram favorveis. Nessas regies, a vida do homem modificou-se muito rapidamente, enquanto na maior parte do mundo o modo de existncia primitivo persistiu durante sculos, talvez milnios." (J. Hawkes, Histoire de l'Humanit, Ed. UNESCO) O texto refere-se fase final do Neoltico, quando o homem desenvolveu novas tcnicas e aprimorou seus conhecimentos. Identifique as transformaes ocorridas nesse perodo. Responda s questes 04 e 05 utilizando o seguinte cdigo: a) Se apenas I e II estiverem corretas b) Se apenas II e III estiverem corretas c) Se apenas I e III estiverem corretas d) Se todas estiverem corretas e) Se todas estiverem incorretas 04. I. A arte nasceu no Paleoltico Superior. II. Nas paredes de suas cavernas, os homens daquela poca fizeram representaes de cenas de caa. III. A caracterstica dessas pinturas era o naturalismo. 05. I. Traos esquematizados so caractersticas da pintura neoltica. II. Entre os monumentos megalticos, destacamos os de Stonehege (Inglaterra). III. As pedras fincadas no cho so denominadas cromlech e, quando esto dispostas em crculos, denominam-se menires. 06. I. As civilizaes pr-histricas no se desenvolveram no mesmo perodo de tempo, nas vrias regies do mundo. II. A diviso da Pr-Histria no pode fundamentar-se em acontecimentos, mas nos melhoramentos das tcnicas com que eram fabricados os instrumentos. III. Os monumentos megalticos estariam associados ao culto dos mortos. a) Apenas I e II esto corretas b) Apenas II e III esto corretas c) Apenas I e III esto corretas d) Todas esto corretas e) Todas esto incorretas 07. No perodo Neoltico, a sociedade conheceu importantes

Questes sobre a unidade


01. Sobre o surgimento da agricultura e seu uso intensivo pelo homem, pode-se afirmar que: a) foi posterior, no tempo, ao aparecimento do Estado e da escrita; b) ocorreu no Oriente Prximo (Egito e Mesopotmia) e da se difundiu para a sia (ndia e China), Europa e, a partir desta, para a Amrica; c) como tantas outras invenes, teve origem na China, de onde se difundiu at atingir a Europa e, por ltimo, a Amrica; d) ocorreu, em tempos diferentes, no Oriente Prximo (Egito e Mesopotmia), na sia (ndia e China) e na Amrica (Mxico e Peru); e) de todas as invenes fundamentais, a metalurgia e o comrcio foram as que menos contriburam para o ulterior progresso material do homem. 02. Estabelea a relao entre as revolues do Perodo Neoltico e o surgimento do modo de produo asitico. 03. "De um estado de barbrie homogneo e mais ou menos esttico, vai nascer a complexidade de aspectos do mundo moderno. Esta transformao, de considerveis conseqncias, foi

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transformaes, exceto: a) o incio do processo de sedentarizao; b) a passagem do estado de selvageria para o de barbrie; c) o desenvolvimento da agricultura e do pastoreio; d) a transio para uma economia coletora, pescadora e caadora; e) a utilizao dos animais como fora complementar do homem. 08. "A partir de 18.000 a. C., com o fim da ltima Idade do Gelo, algumas regies da Terra comearam a conhecer um processo regular de transbordamento dos grandes cursos fluviais, como o Tigre, Eufrates, Nilo, Indo e Amarelo, tornando possvel a prtica da agricultura." As civilizaes que se desenvolveram ao longo desses rios formaram no seu conjunto: a) o modo de produo escravista; b) o modo de produo asitico; c) o comunitarismo familiar; d) o feudalismo desptico oriental; e) o sistema mercantil escravista. 09. Quais os pases do Oriente Mdio atual que correspondem s regies da Antigidade Oriental, representadas pela Mesopotmia, Fencia, Palestina e Prsia, respectivamente? a) Ir-Iraque, Arbia, Israel e Sria; b) Iraque, Lbano, Israel e Ir; c) Lbano, Israel, Sria e Jordnia; d) Iraque, Lbano, Ir e Israel; e) Israel, Ir, Iraque e Lbano.

acolhe posteriormente a alma, ka) e todos os bens fsicos do cotidiano que lhe sero necessrios existncia aps a morte.

Estilo e normas

Pintura de oferendas na cmara tumular de Menna.

Egito
A arte do antigo Egito serve polticos e religiosos. Para compreender a que nvel se expressam estes objetivos necessrio ter em conta a figura do soberanoabsoluto, o fara. Ele dado como representante de Deus na Terra e este seu aspecto divino que vai vincar profundamente a manifestao artstica. Deste modo a arte representa, exalta e homenageia constantemente o fara e as diversas divindades da mitologia egpcia, sendo aplicada principalmente a peas ou espaos relacionados com o culto dos mortos, isto porque a transio da vida morte vista, antecipada e preparada como um momento de passagem davida terrena vida aps a morte, vida eterna e suprema. O fara imortal e todos seus familiares e altos representantes da sociedade tm o privilgio de poder tambm ter acesso outra vida. Os tmulos so, por isto, dos marcos mais representativos da arte egpcia, l so depositados as mmias ou esttuas (corpo fsico que 4 Pintura na cmara tumular de Nefertari, mulher de Ramses II. Todas as representaes artsticas esto repletas de significados que ajudam a caracterizar figuras, a estabelecer nveishierrquicos e a descrever situaes. Do mesmo modo a "simbologia" serve estruturao, simplificao e clarificao da mensagem transmitida criando um forte sentido de ordem e racionalidade extremamente importantes. A harmonia e o equilbrio devem ser mantidos, qualquer perturbao neste sistema , consequentemente, um distrbio na vida aps a morte. Para atingir este objetivo de harmonia so utilizadas linhas simples, formas estilizadas, nveis rectilneos de estruturao de espaos, manchas de cores uniformes que transmitem limpidez e s quais se atribuem significados prprios. A hierarquia social e religiosa traduz-se, na representao artstica, na atribuio de diferentes tamanhos s diferentes personagens, consoante a sua

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importncia. Como exemplo, o fara ser sempre a maior figura numa representao bidimensional e a que possui esttuas e espaos arquitectnicos monumentais. Refora-se assim o sentido simblico, em que no a noo de perspectiva (dos diferentes nveis de profundidade fsica), mas o poder e a importncia que determinam a dimenso. As cores A arte egpcia, semelhana da arte grega, apreciava muito as cores. As esttuas, o interior dos templos e dos tmulos eram profusamente coloridos. Porm, a passagem do tempo fez com que se perdessem as cores originais que cobriam as superfcies dos objetos e das estruturas. As cores no cumpriam apenas a sua funo primria decorativa, mas encontravam-se carregadas de simbolismo, que se descreve de seguida: Preto (kem): era obtido a partir do carvo de madeira ou de pirolusite (xido de mangansio do deserto do Sinai). Estava associado noite e morte, mas tambm poderia representar a fertilidade e a regenerao. Este ltimo aspecto encontra-se relacionado com as inundaes anuais do Nilo, que trazia uma terra que fertilizava o solo (por esta razo, os Egpcios chamavam Khemet, "A Negra", sua terra). Na arte o preto era utilizado nas sobrancelhas, perucas, olhos e bocas. O deus Osris era muitas vezes representado com a pele negra, assim como a rainha deificada Ahms-Nefertari. Branco (hedj): obtido a partir da cal ou do gesso, era a cor da pureza e da verdade. Como tal era utilizado artsticamente nas vestes dos sacerdotes e nos objetos rituais. As casas, as flores e os templos eram tambm pintados a branco. Vermelho (decher): obtido a partir de ocres. O seu significado era ambivalente: por um lado representava a energia, o poder e a sexualidade, por outro lado estava associado ao malfico deus Set, cujos olhos e cabelo eram pintados a vermelho, bem como ao deserto, local que os Egpcios evitavam. Era a vermelho que se pintava a pele dos homens. Amarelo (ketj): para criarem o amarelo, os Egpcios recorriam ao xido de ferro hidratado (limonite). Dado que o sol e o ouro eram amarelos, os Egpcios associaram esta cor eternidade. As esttuas dos deuses eram feitas a ouro, assim como os objetos funerrios do fara, como as mscaras. Verde (uadj): era produzido a partir da malaquite do Sinai. Simboliza a regenerao e a vida; a pele do deus Osris poderia ser tambm pintada a verde. Azul (khesebedj): obtido a partir da azurite (carbonato de cobre) ou recorrendo-se ao xido de cobalto. Estava associado ao rio Nilo e ao cu. preto [editar]Lei da Frontalidade Embora seja uma arte estilizada tambm uma arte de ateno ao pormenor, de detalhe realista, que tenta apresentar o aspecto mais revelador de determinada entidade, embora com restritosngulos de viso. Para esta representao so s possveis trs pontos de vista pela parte do observador: de frente, de perfil e de cima, e que cunham o estilo de um forte componente de esttica, de uma imobilidade solene. O corpo humano, especialmente o de figuras importantes, representado utilizando dois pontos de vista simultaneos, os que oferecem maior informao e favorecem a dignidade da personagem: os olhos, ombros e peito representam-se vistos de frente; a cabea e as pernas representam-se vistos de lado. O fato de, ao longo de tanto tempo, esta arte pouco ter variado e se terem verficado poucas inovaes, deve-se aos rgidos cnones e normas a que os artistas deveriam obedecer e que, de certo modo, impunham barreiras ao esprito criativo individual. . A conjugao de todos estes elementos marca uma arte robusta, slida, solene, criada para a eternidade.

O artista
Ilustrao deImhotep, o primeiro arquitecto conhecido. Os criadores do legado egpcio chegam aos nossos dias annimos, sendo que s em poucos casos se conhece efectivamente o nome do artista. To pouco se sabe sobre o seu carcter social e pessoal, que se cr talvez nem ter existido tal conceito no grupo artstico de ento. Por regra, o artista egpcio no tem um sentido de individualidade da sua obra, ele efectua um trabalho consoante uma encomenda e requisies especficas e raramente assina o trabalho final. Tambm as limitaes de criatividade impostas pelas normas estticas, e as exigncias funcionais de determinado empreendimento, reduzem o seu campo de actuao individual e, juntamente com o facto de ser considerado um executor da vontade divina, fazem do artista um elemento de um grupo annimo que leva a cabo algo que o transcende. O trabalho efectuado em oficinas, onde se renem os executores e os seus mestres nas diferentes tipologias artsticas, escultores, pintores, carpinteiros e 5

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mesmoembalsamadores. Nestes locais trabalha-se em srie e os trabalhos saem em srie. No entanto possvel identificar diferenas entre distintas obras e estilos que reflectem traos individuais de determinados artistas, onde se observam, por exemplo, inovaes a nvel de composio decorativa. Do mesmo modo tanto possvel reconhecer artistas com talento, genialidade e perfeito conhecimento dos materiais em obras de grande qualidade, como artistas que se limitam a fazer cpias. Mas o artista tambm visto como um indivduo com uma tarefa divina importante. Mesmo que se trate de um executor ele necessita de contacto com o mundo divino para poder receber a sua fora criadora. Sem ele no seria possvel tornar visvel o contedo espiritual, o invisvel. O prprio termo para designar este executor, sankh, significa o que d vida. [editar]Variantes temporais A arte egpcia prima, de um modo geral, pela constante homogeneidade e expressa um mundo pictrico e formal nicos. Esta caracterstica cunha a arte de tal modo, que a identificao de determinada obra como pertencente a este grande movimento estilstico no oferece dificuldade. Contudo existem algumas nuances no seu eixo estruturador que so, em grande parte, resultado da sucesso de acontecimentos histricos. [editar]Perodo Arcaico ou Tinita Durante o Perodo Arcaico, e aps a descoberta da escrita, o Egipto est unido e o seu desenvolvimento acelera, estabelecendo-se e cristalizando-se j aqui os traos principais do que ser a arte egpcia. Pouco sobreviveu desta poca, mas alguns tmulos e o seu respectivo recheio possibilitam uma ideia da arte da poca. Perde-se o primitivismo formal e so ainda presentes alguma influncias da arte mesopotmica, especialmente nas fachadas de templos, e domina ainda o uso do adobe cozido ao sol, substitudo no final do perodo pela pedra. Imprio Antigo A III dinastia remetida por alguns autores j para o incio do Imprio Antigo. Com a transio para a pedra surge tambm a arquitectura monumental e a vincada noo egpcia de eternidade vinculada ao fara. A mastaba assume-se como o tmulo para particulares por excelncia, inicialmente em formaquadrangular ou de pirmide truncada (mais tarde a pirmide de degraus). As propores do corpo humano tornam-se mais equilibradas e harmoniosas, cresce a ateno ao pormenor. tambm desta altura Imhotep, o nome do primeiro construtor a ficar registrado, responsvel pelo uso da pedra talhada e da sua aplicao, no s a uma funo, como tambm a objetivos expressivos. A edificao assume um objetivo simblico. Com o Imprio Antigo estabelece-se a calma e a segurana, bases ao prspero e veloz desenvolvimento da sociedade onde se estabelecem hierarquias governamentais. Durante a IV dinastia edificam-se as monumentais pirmides faranicas de Giz (Qufren, Quops e Miquerinos) que fascinam pela sua impressionante construo. Talha-se a Esfinge perto da pirmide de Quefren em dimenses monumentais, assumindo-se e homenageando-se o poder faranico, embora na V dinastia se reduzam as dimenses monumentais para propores mais humanas. tambm nesta altura que se impulsiona o gosto pelas esttuas-retrato de grande robustez pelo seu volume cbico e imobilidade. As figuras apresentam-se de p (em que a perna esquerda avana ligeiramente frente) ou sentadas (na V dinastia surge tambm a posio do escriva sentado de pernas cruzadas) e denota-se a diferente colorao da peleusada nas figuras masculinas (mais escura) e femininas (mais clara). Em termos de decorao tumular propagam-se as representaes realistas do quotidiano. Escultura

Pirmides de Giz

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incidncia nos textos literrios, que expressam a revoluo espiritual da poca. Atravs das pilhagens de tmulos, a arte restrita dos faras e figuras de maior importncia passa para a mo do homem mortal que acredita ter o mesmo privilgio da vida eterna.

Imprio Mdio
Aps o perodo de decadncia do poder central e de instabilidade poltica que foi o Primeiro Perodo Intermedirio (e que se reflectiu na arte com o abandono dos cnones estabelecidos) inicia-se o Imprio Mdio que corresponde XI e XII dinastias.

Arquitetura
Na arquitetura adaptam-se os padres estilsticos anteriores ao nvel da construo, procurando-se retomar a construo de pirmides. Contudo, estas pirmides no atingem a grandeza das pirmides do Imprio Antigo. Construdas com materiais de baixa qualidade e com tcnicas deficientes, o que resta hoje destas construes praticamente um monte de escombros. As mais altas pirmides construdas nesta poca foram a de Senuseret III (78 metros) e a de Amenemhat III (75 metros). Mentuhotep, monarca que reunificou o Egipto aps o Primeiro Perodo Intermedirio, manda construir nas regio de Tebas Ocidental o seu complexo funerrio, no qual se detectam elementos da arquitectura do Imprio Antigo, como um templo do vale que conduz atravs de um caminho processional ao templo funerrio junto rocha. Pintura e estrutura A principal caracterstica da pintura e baixos-relevos egpcios a representao de figuras humanas segundo a lei da frontalidade, ou seja, com a cabea e os ps de perfil e o resto do corpo de frente. Da escultura egpcia destaca-se o contraste entre esttuas colossais, rgidas e sem expresso dos faras e as estatuetas de particulares, tais como funcionrios e escribas, as quais apresentavam expressividade e naturalismo de movimentos. A expresso humana na escultura vai ganhar uma nova dimenso e realismo nesta poca, passando-se a representar nas esttuas reais o envelhecimento. Mesmo a representao bidimensional perde a sua dependncia dos cnones adoptando uma maior naturalidade e mesmo noes de profundidade tridimensional. Nesta poca criam-se esfinges reais nas quais o rosto do monarca surge emoldurado por uma juba, como o caso de uma esfinge de Amenemhat III. Os locais onde a Pintura do Antigo Egipto melhor se manifestou foram os tmulos dos governadores dos nomos, em cujas paredes se recriam cenas de caa, pesca, banquetes ou danas. Seguindo a tradio 7

Uma trade de Menkaur No que diz respeito escultura podem ser estabelecidas diferenas de concepo entre a estaturia real e a estaturia de particulares. Na primeira verifica-se um desejo de imponncia, enquanto que a segunda tende para um maior realismo, detectvel em trabalhos como o grupo escultrico de Rahotep e Nofert(IV dinastia). A esttua do rei Djoser colocada no serdab do seu complexo funerrio em Sakara revela ainda ligaes com a arte do perodo anterior, mas como o rei Khafr e a sua conhecida esttua em diorite na qual o deusfalco Hrus protege com as suas asas, oriunda do seu templo funerrio em Guiza, nota-se j uma evoluo. Do rei Menkaur chegaram at aos dias de hoje as chamadas dades e trades. As primeiras consistem em esttuas do rei com a sua esposa, a rainha Khamerernebti II. Quanto s trades, o rei surge representado com a deusa Hathor e uma personificao de um nomo. Do tempo da V dinastia so escassas as esttuas de reis, mas em compensao abundam as esttuas de particulares. So desta poca as vrias esttuas de escribas que se encontram hoje em dia no Museu Egpcio do Cairo e no Museu do Louvre, que retratam estes funcionrios na pose de pernas cruzadas, uma forma de representao que se manter at poca Greco-Romana. Os materiais utilizados na escultura deste perodo foram diorite, granito, xisto, basalto, calcrio e alabastro. [editar]Primeiro Perodo Intermedirio Os tempos polticos conturbados reflectem-se tambm na arte tornando-a quase inexistente e com uma maior

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anterior, o dono do tmulo surge representado em tamanho superior s outras personagens. A pintura realizada sobre estuque fresco ou sobre relevo. Foi na capital do Imprio Novo, a cidade de Tebas, que se ergueram os grandes edifcios desta poca. A divindade da cidade era Amon e seu principal centro de culto era o Templo de Karnak, ao qual praticamente todos os monarcas do Imprio Novo procuram acrescentar estruturas como pilones. No Imprio Novo os reis abandonaram a tradio de serem sepultado em pirmides, optando por mandar escavar os seus tmulos nos rochedos prximos, num local hoje so designado como Vale dos Reis. Nesta atitude so seguidos pelos altos dignitrios. A principal razo para esta mudana estaria relacionada com uma tentativa de evitar os saques. Porm, a inteno revelouse fracassada: dos tmulos desta era apenas chegaram intactos at poca contempornea o de Tuntankhamon, o do casal Iuia e Tuia (genros do rei Amen-hotep III e pais da rainha Ti) e dos dignitrios Sennedjem e Khai. Num local conhecido como Deir el-Bahari encontra-se o templo funerrio da rainha Hatchepsut, mandando construir pelo seu arquitecto Senemut. O templo enquadra-se perfeitamente na falsia de calcrio em que se encontra, situando-se junto ao vizinho templo de Mentuhotep II, construdo quinhentos anos antes. [editar]A arte de Amarna Mas ainda na XVIII dinastia d-se, com Amen-hotep IV (que mudou o nome para Akhenaton), uma revoluo religiosa, em que o fara proclama um "monotesmo" com o culto de uma s divindade, o disco solar Aton. Nesta altura propaga-se o chamado Estilo Ekhenaton ou Estilo Amarniano (em funo do nome moderno da cidade mandada construir por Akhenaton, Amarna), que se caracteriza por ser muito naturalista, em que se tenta quebrar com as regras anteriores da solidez e imobilidade. As obras deste perodo tm maior fluidez e flexibilidade. Principalmente na escultura assumem-se formas orgnicas e pouco geomtricas, que atingem por vezes aspectos de caricatura. Os membros da famlia real so representados em cenas da vida familiar (aspecto completamente novo na arte egpcia) com crnios alongados, que no se sabe se seriam representaes veristas da famlia (avanando alguns autores a hiptese de que a famlia real sofreria de sndrome de Marfan) ou apenas uma espcie de vanguarda artstica. Apesar dos eventuais excessos, data deste perodo o famoso busto da esposa de Akhenaton, Nefertiti, descoberto em 1922 por uma equipa arqueolgica alem na casa do seu autor, o escultor Tutms. O gosto pela representao do mundo animal e vegetal est igualmente presente. Os sucessores de Akhenaton

Artes decorativas e outras artes

Hipoptamo em faiana As artes decorativas do Imprio Mdio conhecem uma das pocas mais importantes, sobretudo no que diz respeito aos trabalhos de joalharia. Os amuletos, os pentes, os espelhos, as caixas e as candeiais caracterizam-se pela sua beleza. So bastante conhecidos os pequenos hipoptamos em faianadecorados com motivos vegetais. A literatura desenvolve o gosto pelo provrbio, o romance, a histria, passa tambm a obedecer a outras funes como as de influenciar a poltica, homenagear faras e mesmo descrever e caracterizar profisses. Mas tambm a cunhar este momento est a inquietude herdada do perodo anterior. [editar]Segundo Perodo Intermedirio Este mais um perodo escuro e de inseguridade do qual pouco se sabe e no qual se praticaram mais a matemtica, a medicina e a cpia de papiros de pocas anteriores.

Imprio Novo Arquitetura

Templo de Hatchepsut No Imprio Novo d-se de novo a unificao do Egipto e a arte volta ter mais uma das suas pocas de ouro, com um novo comeo em que se vo reavivar as tradies do passado e em que as foras criadoras vo erguer vrios edifcios de pedra de construo arrojada e que ainda hoje podem ser admirados. 8

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devolvem a arte aos padres anteriores e com Tutancmon est-se j, de novo, no politesmo.
IV. ( ) O argumento de maior relevncia dentro do fator religio utilizado pelos que detinham o poder egpcio era a morte. Assinale a alternativa com a seqncia CORRETA obtida: a) V V V F b) V F V V c) F F F F d) F V F V 3 Questo 05 Quanto a produo artstica Egpcia julgue os itens a baixo com (V) VERDADEIRO ou (F) FALSO e em seguida marque a alternativa correspondente seqncia CORRETA: I. ( ) Extremamente voltada para a produo de imagens de deuses na expectativa de recebimento de graas. II. ( ) Uma produo bastante livre, onde facilmente de detecta a caracterstica de cada artista. III. ( ) Sua produo sempre moldada pelo direcionamento religioso, no dando margem a criao pessoal ou expresso prpria do artista. IV. ( ) Das restries impostas pelo processo poltico religioso o de maior relevncia denomina-se Lei da Frontalidade. a) V V V V b) V F V F c) F F V V d) F F F F TEXTO A antiga civilizao egpcia era bastante complexa em sua organizao social e muito rica em seu desenvolvimento cultural. Como havia a forte crena em uma vida depois da vida, a arte voltava-se para esse aspecto da religiosidade. E tinha-se na figura do Fara uma centralizao e uma representao de todo o povo. Preservar o corpo do Fara e dot-lo de meios prprios para a segunda vida, era garantir a todo o povo as mesmas possibilidades. O Fara era mais do que um simples governante. O Fara englobava o prprio povo, seu destino e sua eternizao. Questo 06 - Sobre a arte Egpcia, julgue os itens a seguir em (C) CERTOS ou (E) ERRADOS: 1. (E) A temtica da arte egpcia era a vida, pois a arte era feita para os vivos. 2. (C) Embora fazendo parte de ritos fnebres, as pinturas so cheias de vida. 4 3. (C) Na arte egpcia, existe a estilizao nas figuras humanas, que so representadas com o rosto de perfil, o olho visto de frente e ombros tambm vistos de frente, quadris e pernas novamente de perfil. 4. (E) Os egpcios no acreditavam na imortalidade.

QUESTES SOBRE ARTE EGPCIA


Questo 01 A Religio fator predominante na cultura egpcia, o que bvio, reflete imediatamente na produo artstica deste povo. Assinale a alternativa que indica uma caracterstica dessa cultura: a) ( X ) Uma arte bastante padronizada, no dando margem a criatividade nem a imaginao pessoal. b) ( ) uma arte predominante que valoriza a criatividade do artista. c) ( ) Ao observar uma obra j se define o autor, pois suas caractersticas esto expressas na obra. d) ( ) Uma arte bastante criativa dando ao artista uma liberdade de expresso. Questo 02 - Essa lei determinava que o tronco da pessoa fosse representado sempre de frente, enquanto sua cabea, suas pernas e seus ps eram vistos de perfil. Assinale a alternativa CORRETA que contm o nome dessa lei: a) ( ) Lei da modernidade b) (X) Lei da frontalidade c) ( ) Lei da mortalidade d) ( )Lei da lateralidade 2 Questo 03 As tumbas dos primeiros faras eram rplicas de suas casas, onde inicialmente construes retangulares mais simples eram utilizadas para o sepultamento de pessoas com menor importncia social. Assinale a alternativa CORRETA com o nome dado a estas construes morturias: a) ( ) Pirmides b) (X)Mastabas c) ( )Sarcfagos d) ( )Catacumbas Questo 04 - Sendo a religio fator predominante na sociedade egpcia o que consequentemente reflete sua produo artstica cultural. Julgue os itens (V) VERDADEIRO ou (F) FALSO quanto esta caracterstica marcante da cultura egpcia: I. ( ) A religio invade o Egito, interpretando o universo, justificando a organizao social, mas no cenrio administrativo poltico ela se faz ausente por manobras dos sacerdotes do imprio. II. ( ) Dessa forma a arte concretizou-se desde o inicio nas construes morturias e em estatuetas e vasos deixados junto aos mortos. III. ( ) So as Mastabas, construes de forma retangular, muito simples, que propiciam sociedade egpcia base para a grandiosidade da pirmide, que tinha funes de adorao aos deuses egpcios.

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Questo 07 Os sarcfagos so: a- ( ) Pinturas. b- ( ) Esculturas. c- ( ) Pirmides. d- ( ) Construes arquitetnicas. Questo 08 O K o mesmo que: a- ( ) Esprito. b- ( ) Mmia. c- ( ) Sarcfago. d- ( ) Morte. Questo 09 As Pirmides serviam para: a- ( ) Guardar dinheiro. b- ( ) Guardar o corpo do fara e suas riquezas. c- ( ) Guardar os espritos. d- ( ) Moradia da populao. 5 Questo 10 Sobre a pintura egpcia qual a alternativa correta: a- ( ) Os egpcios dominavam a tcnica da perspectiva. b- ( ) No haviam pinturas no antigo Egito. c- ( ) Os egipcios trabalhavam com a Lei da Habilidade. d- ( ) Nenhuma das alternativas

simplicidade e severidade, empresta uma idia de solidez e imponncia Ordem Jnica - representava a graa e o feminino. A coluna apresentava fuste mais delgado e no se firmava diretamente sobre o estilbata, mas sobre uma base decorada. O capitel era formado por duas espirais unidas por duas curvas. A ordem drica traduz a forma do Inciom e a ordem jnica traduz a forma da mulher. Ordem Corntia - o capitel era formado com folhas de acanto e quatro espirais simtricas, muito usado no lugar do capitel jnico, de um modo a variar e enriquecer aquela ordem. Sugere luxo e ostentao. Os principais monumentos da arquitetura grega: Templos, dos quais o mais importante o Partenon de Atenas. Na Acrpole, tambm, se encontram as Caritides Incionageavam as mulheres de Cria. Teatros, que eram construdos em lugares abertos (encosta) e que compunham de trs partes: a skene ou cena, para os atores; a konistra ou orquestra, para o coro; o koilon ou arquibancada, para os espectadores. Um exemplo tpico o Teatro de Epidauro, construdo, no sc. IV a.C., ao ar livre, composto por 55 degraus divididos em duas ordens e calculados de acordo com uma inclinao perfeita. Chegava a acomodar cerca de 14.000 espectadores e tornou-se famoso por sua acstica perfeita. Ginsios, edifcios destinados cultura fsica. Praa - gora onde os gregos se reuniam para discutir os mais variados assuntos, entre eles; filosofia. PINTURA A pintura grega encontra-se na arte cermica. Os vasos gregos so tambm conhecidos no s pelo equilbrio de sua forma, mas tambm pela harmonia entre o desenho, as cores e o espao utilizado para a ornamentao. Alm de servir para rituais religiosos, esses vasos eram usados para armazenar, entre outras coisas, gua, vinho, azeite e mantimentos. Por isso, a sua forma correspondia funo para que eram destinados: nfora - vasilha em forma de corao, com o gargalo largo ornado com duas asas; Hidra - (derivado de ydor, gua) tinha trs asas, uma vertical para segurar enquanto corria a gua e duas para levantar; Cratera - tinha a boca muito larga, com o corpo em forma de um sino invertido, servia para misturar gua com o vinho (os gregos nunca bebiam vinho puro), etc. As pinturas dos vasos representavam pessoas em suas atividades dirias e cenas da mitologia grega. O maior pintor de figuras negras foi Exquias. 10

ARTE GREGA
Enquanto a arte egpcia uma arte ligada ao esprito, a arte grega liga-se inteligncia, pois os seus reis no eram deuses, mas seres inteligentes e justos que se dedicavam ao bem-estar do povo. A arte grega volta-se para o gozo da vida presente. Contemplando a natureza, o artista se empolga pela vida e tenta, atravs da arte, exprimir suas manifestaes. Na sua constante busca da perfeio, o artista grego cria uma arte de elaborao intelectual em que predominam o ritmo, o equilbrio, a harmonia ideal. Eles tem como caractersticas: o racionalismo; amor pela beleza; interesse pelo HOMEM, essa pequena criatura que a medida de todas as coisas; e a democracia.

ARQUITETURA
As edificaes que despertaram maior interesse so os templos. A caracterstica mais evidente dos templos gregos a simetria entre o prtico de entrada e o dos fundos. O templo era construdo sobre uma base de trs degraus. O degrau mais elevado chamava-se estilbata e sobre ele eram erguidas as colunas. As colunas sustentavam um entablamento horizontal formado por trs partes: a arquitrave, o friso e a cornija. As colunas e entablamento eram construdos segundo os modelos da ordem drica, jnica e corntia. Ordem Drica - era simples e macia. O fuste da coluna era monoltico e grosso. O capitel era uma almofada de pedra. Nascida do sentir do povo grego, nela se expressa o pensamento. Sendo a mais antiga das ordens arquitetnicas gregas, a ordem drica, por sua

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A pintura grega se divide em trs grupos: figuras figuras figuras negras sobre o fundo vermelho vermelhas sobre o fundo negro vermelhas sobre o fundo branco medida de oito vezes a cabeas. Miron, autor do Discbolo - Inciom arremessando o disco. Para seu conhecimento: Mitologia: Zeus: senhor dos cus; Atenia: deusa da guerra; Afrodite: deusa do amor; Apolo: deus das artes e da beleza; Posseidon: deus das guas; entre outros. Olimpadas: Realizavam-se em Olmpia, cada 4 anos, em honra a Zeus. Os primeiros jogos comearam em 776 a.C. As festas olmpicas serviam de base para marcar o tempo. Teatro: Foi criada a comdia e a tragdia. Entre as mais famosas: dipo Rei de Sfocles. Msica: Significa a arte das musas, entre os gregos a lira era o instrumento nacional. ARTE ROMANA A arte romana sofreu duas fortes influncias: a da arte etrusca popular e voltada para a expresso da realidade vivida, e a da greco-helenstica, orientada para a expresso de um ideal de beleza. Um dos legados culturais mais importantes que os etruscos deixaram aos romanos foi o uso do arco e da abbada nas construes.

ESCULTURA
A estaturia grega representa os mais altos padres j atingidos pelo Inciom. Na escultura, o antropomorfismo - esculturas de formas humanas - foi insupervel. As esttuas adquiriram, alm do equilbrio e perfeio das formas, o movimento. No Perodo Arcaico os gregos comearam a esculpir, em mrmores, grandes figuras de Incions. Primeiramente aparecem esculturas simtricas, em rigorosa posio frontal, com o peso do corpo igualmente distribudo sobre as duas pernas. Esse tipo de esttua chamado Kouros (palavra grega: Inciom jovem). No Perodo Clssico passou-se a procurar movimento nas esttuas, para isto, se comeou a usar o bronze que era mais resistente do que o mrmore, podendo fixar o movimento sem se quebrar. Surge o nu feminino, pois no perodo arcaico, as figuras de mulher eram esculpidas sempre vestidas. Perodo Helenstico podemos observar o crescente naturalismo: os seres humanos no eram representados apenas de acordo com a idade e a personalidade, mas tambm segundo as emoes e o estado de esprito de um momento. O grande desafio e a grande conquista da escultura do perodo helenstico foi a representao no de uma figura apenas, mas de grupos de figuras que mantivessem a sugesto de mobilidade e fossem bonitos de todos os ngulos que pudessem ser observados. Os principais mestres da escultura clssica grega so: Praxteles, celebrado pela graa das suas esculturas, pela lnguida pose em S (Hermes com Dionsio menino), foi o primeiro artista que esculpiu o nu feminino. Policleto, autor de Dorforo - condutor da lana, criou padres de beleza e equilbrio atravs do tamanho das esttuas que deveriam ter sete vezes e meia o tamanho da cabea. . Fdias, talvez o mais famoso de todos, autor de Zeus Olmpico, sua obra-prima, e Atenia. Realizou toda a decorao em baixos-relevos do templo Partenon: as esculturas dos frontes, mtopas e frisos. Lisipo, representava os Incions tal como se vem e no como so (verdadeiros retratos). Foi Lisipo que introduziu a proporo ideal do corpo humano com a 11

ARQUITETURA As caractersticas gerais da arquitetura romana so: busca do til imediato, senso de realismo; grandeza material, realando a idia de fora; energia e sentimento; predomnio do carter sobre a beleza; originais: urbanismo, vias de comunicao, anfiteatro, termas. As construo eram de cinco espcies, de acordo com as funes: 1) Religio: Templos Pouco se conhece deles. Os mais conhecidos so o templo de Jpiter Stater, o de Saturno, o da Concrdia e o de Csar. O Panteo, construdo em Roma durante o reinado do Imperador Adriano foi planejado para reunir a grande variedade de deuses existentes em todo o Imprio, esse templo romano, com sua planta circular fechada por uma cpula, cria um local isolado do exterior onde o povo se reunia para o culto. 2) Comrcio e civismo: Baslica A princpio destinada a

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operaes comerciais e a atos judicirios, a baslica servia para reunies da bolsa, para tribunal e leitura de editos. Mais tarde, j com o Cristianismo, passou a designar uma igreja com certos privilgios. A baslica apresenta uma caracterstica inconfundvel: a planta retangular, (de quatro a cinco mil metros) dividida em vrias colunatas. Para citar uma, a baslica Julia, iniciada no governo de Jlio Csar, foi concluda no Imprio de Otvio Augusto. 3) Higiene: Termas Constitudas de ginsio, piscina, prticos e jardins, as termas eram o centro social de Roma. As mais famosas so as termas de Caracala que, alm de casas de banho, eram centro de reunies sociais e esportes. 4) Divertimentos: a) Circo: extremamente afeito aos divertimentos, foi de Roma que se originou o circo. Dos jogos praticados temos: jogos circenses - corridas de carros; ginsios includos neles o pugilato; jogos de Tria - aquele em que havia torneios a cavalo; jogos de escravos executados por cavaleiros conduzidos por escravos; Sob a influncia grega, os verdadeiros jogos circenses romanos s surgiram pelo ano 264 a.C. Dos circos romanos, o mais clebre o "Circus Maximus". b) Teatro: imitado do teatro grego. O principal teatro o de Marcelus. Tinha cenrios versteis, giratrios e retirveis. c) Anfiteatro: o povo romano apreciava muito as lutas dos gladiadores. Essas lutas compunham um espetculo que podia ser apreciado de qualquer ngulo. Pois a palavra anfiteatro significa teatro de um e de outro lado. Assim era o Coliseu, certamente o mais belo dos anfiteatros romanos. Externamente o edifcio era ornamentado por esculturas, que ficavam dentro dos arcos, e por trs andares com as ordens de colunas gregas (de baixo para cima: ordem drica, ordem jnica e ordem corntia). Essas colunas, na verdade eram meias colunas, pois ficavam presas estrutura das arcadas. Portanto, no tinham a funo de sustentar a construo, mas apenas de ornament-la. Esse anfiteatro de enormes propores chegava a acomodar 40.000 pessoas sentadas e mais de 5.000 em p. 5) Monumentos decorativos a) Arco de Triunfo: prtico monumental feito em Incionagem aos imperadores e generais vitoriosos. O mais famoso deles o arco de Tito, todo em mrmore, construdo no Forum Romano para comemorar a tomada de Jerusalm. 12 b) Coluna Triunfal: a mais famosa a coluna de Trajano, com seu caracterstico friso em espiral que possui a narrativa histrica dos feitos do Imperador em baixosrelevos no fuste. Foi erguida por ordem do Senado para comemorar a vitria de Trajano sobre os dcios e os partos. 6) Moradia: Casa Era construda ao redor de um ptio chamada Atrio.

PINTURA O Mosaico foi muito utilizado na decorao dos muros e pisos da arquitetura em geral. A maior parte das pinturas romanas que conhecemos hoje provm das cidades de Pompia e Herculano, que foram soterradas pela erupo do Vesvio em 79 a.C. Os estudiosos da pintura existente em Pompia classificam a decorao das paredes internas dos edifcios em quatro estilos. Primeiro estilo: recobrir as paredes de uma sala com uma camada de gesso pintado; que dava impresso de placas de mrmore. Segundo estilo: Os artistas comearam ento a pintar painis que criavam a iluso de janelas abertas por onde eram vistas paisagens com animais, aves e pessoas, formando um grande mural. Terceiro estilo: representaes fiis da realidade e valorizou a delicadeza dos pequenos detalhes. Quarto estilo: um painel de fundo vermelho, tendo ao centro uma pintura, geralmente cpia de obra grega, imitando um cenrio teatral.

ESCULTURA Os romanos eram grandes admiradores da arte grega, mas por temperamento, eram muito diferentes dos gregos. Por serem realistas e prticos, suas esculturas so uma representao fiel das pessoas e no a de um ideal de beleza humana, como fizeram os gregos. Retratavam os imperadores e os Incions da sociedade. Mais realista que idealista, a estaturia romana teve seu maior xito nos retratos. Com a invaso dos brbaros as preocupaes com as artes diminuram e poucos monumentos foram realizados pelo Estado. Era o comeo da decadncia do Imprio Romano que, no sc. V - precisamente no ano de 476 - perde o domnio do seu vasto territrio do Ocidente para os invasores germnicos.

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MOSAICO Partidrios de um profundo respeito pelo ambiente arquitetnico, adotando solues de clara matriz decorativa, os masastas chegaram a resultados onde existe uma certa parte de estudo direto da natureza. As cores vivas e a possibilidade de colocao sobre qualquer superfcie e a durao dos materiais levaram a que os mosaicos viessem a prevalecar sobre a pintura. Nos sculos seguintes, tornar-se-o essenciais para medir a ampliao das primeiras igrejas crists.
c- ( ) Templos. d- ( ) Castelos. QUESTO 09 Os teatros gregos eram construdos: a- ( ) Nas encostas dos morros. b- ( ) Em grandes palcios. c- ( ) Nas faculdades de artes. d- ( ) Nos Coliseus. QUESTO 10 Sobre a arte grega marque a alternativa correta: a- ( ) Artistas gregos sempre assinavam suas obras. b- ( ) As esculturas eram estilizadas. c- ( ) No existiam nus femininos. d- ( ) O teatro teoricamente surge na Grcia

QUESTES SOBRE ARTE GREGA


QUESTO 01 Sobre a arte feita na Grcia antiga marque a alternativa correta: a- ( ) Os gregos no produziram pinturas. b- ( ) O Cristianismo era muito explorado na arte grega c- ( ) Da Vinci foi um grande cone da arte grega arcaica. d- ( ) Verossimilhana era uma caracterstica da escultura grega. QUESTO 02 Eram temas da arte grega antiga: a- ( ) Mitologia, Olimpadas e Heris. b- ( ) Cristianismo, Paganismo e Mitologia. c- ( ) Guerras, Modernismo e Teatro. d- ( ) Heris, Budismo e Atesmo. QUESTO 03 Sobre a pintura grega marque a alternativa correta: a- ( ) As pinturas gregas eram feitas em vasos de uso artstico. b- ( ) As pinturas gregas eram feitas em vasos de uso cotidiano. c- ( ) As pinturas gregas eram feitas em grandes telas. d- ( ) As pinturas gregas eram feitas em enormes igrejas gticas. QUESTO 04 So perodos gregos: a- ( ) Drico, Jnico e Corntio. b- ( ) Arcaico, Clssico e Helenstico. c- ( ) Arcaico, Clssico e Drico. d- ( ) Drico, Clssico e Helenstico. QUESTO 05 As esculturas arcaicas tinham: a- ( ) Bastante movimento. b- ( ) Pouco movimento. c- ( ) Quase nenhum movimento. d- ( ) Detalhes em bronze. QUESTO 06 As Esculturas Clssicas no tinham: a- ( ) Nu masculino. b- ( ) Vrios personagens. c- ( ) Deuses. 2 d- ( ) Heris. QUESTO 07 Na arquitetura grega as ordens eram: a- ( ) Clssica, Arcaica e Drica. b- ( ) Drica, Corntia e Arcaica. c- ( ) Drica, Jnica e Corntia. d- ( ) Jnica, Helenstica e Drica. QUESTO 08 um exemplo de arquitetura grega: a- ( ) Igrejas. b- ( ) Mesquitas.

ARTE PALEOCRIST
Enquanto os romanos desenvolviam uma arte colossal e espalhavam seu estilo por toda a Europa e parte da sia, os cristos (aqueles que seguiam os ensinamentos de Jesus Cristo) comearam a criar uma arte simples e simblica executada por pessoas que no eram grandes artistas.Surge a arte crist primitiva. Os romanos testemunharam o nascimento de Jesus Cristo, o qual marcou uma nova era e uma nova filosofia.Com o surgimento de um "novo reino" espiritual, o poder romano viu-se extremamente abalado e teve incio um perodo de perseguio no s a Jesus, mas tambm a todos aqueles que aceitaram sua condio de profeta e acreditaram nos seus princpios. Esta perseguio marcou a primeira fase da arte paleocrist: a fase catacumbria, que recebe este nome devido s catacumbas, cemitrios subterrneos em Roma, onde os primeiros cristos secretamente celebravam seus cultos.Nesses locais, a pintura simblica. Para entender melhor a simbologia: Jesus Cristo poderia estar simbolizado por um crculo ou por um peixe, pois a palavra peixe, em grego ichtus, forma as iniciais da frase: "Jesus Cristo de Deus Filho Salvador". Outra forma de simboliza-lo o desenho do pastor com ovelhas "Jesus Cristo o Bom Pastor" e tambm, o cordeiro "Jesus Cristo o Cordeiro de Deus". Passagens da Bblia tambm eram ali simbolizadas, por exemplo: Arca de No; Jonas engolido pelo peixe e Daniel na cova dos lees. Ainda hoje podemos visitar as catacumbas de Santa Priscila e Santa Domitila, nos arredores de Roma. Os cristos foram perseguidos por trs sculos, at que em 313 d.C. o imperador Constantino legaliza o cristianismo, dando incio 2a fase da arte paleocrist : a fase 13

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basilical. Tanto os gregos como os romanos, adotavam um modelo de edifcio denominado "Baslica" (origem do nome: Basileu = Juz) , lugar civil destinado ao comrcio e assuntos judiciais. Eram edifcios com grandes dimenses: um plano retangular de 4 a 5 mil metros quadrados com trs naves separadas por colunas e uma nica porta na fachada principal. Com o fim da perseguio aos cristos, os romanos cederam algumas baslicas para eles pudessem usar como local para as suas celebraes. O mosaico, muito utilizado pelos gregos e romanos, foi o material escolhido para o revestimento interno das baslicas, utilizando imagens do Antigo e do Novo Testamento. Esse tratamento artstico tambm foi dado aos mausolus e os sarcfagos feitos para os fiis mais ricos eram decorados com relevos usando imagens de passagens bblicas. Na cidade de Ravena pode-se apreciar o Mausolu de Gala Placdia e a igreja de Santo Apolinrio, o Novo e a de So Vital com riqussimos mosaicos. Em 395 d.C., o imperador Teodsio dividiu o Imprio Romano entre seus dois filhos: Honrio e Arcdio.Honrio ficou com o Imprio Romano do Ocidente, tendo Roma como sua capital , e Arcdio ficou com o Imprio Romano do Oriente, com a capital Constantinopla (antiga Bizncio e atual Istambul). O imprio Romano do Ocidente sofreu vrias invases, principalmente de povos brbaros, at que, em 476 d.C., foi completamente dominado(esta data, 476 d.c., marca o fim da Idade Antiga e o incio da Idade Mdia). J o Imprio Romano do Oriente (onde se desenvolveu a arte bizantina), apesar das dificuldades financeiras, dos ataques brbaros e das pestes, conseguiu se manter at 1453, quando a sua capital Constantinopla foi totalmente dominada pelos muulmanos (esta data, 1453, marca o fim da Idade Mdia e o incio da Idade Moderna). Em 476, com a tomada de Roma pelos povos brbaros, tem incio o perodo histrico conhecido por Idade Mdia. Na Idade Mdia a arte tem suas razes na poca conhecida como Paleocrist, trazendo modificaes no comportamento humano, com o Cristianismo a arte se voltou para a valorizao do esprito. Os valores da religio crist vo impregnar todos os aspectos da vida medieval. A concepo de mundo dominada pela figura de Deus proposto pelo cristianismo chamada de teocentrismo (teos = Deus). Deus o centro do universo e a medida de todas as coisas. A igreja como representante de Deus na Terra, tinha poderes ilimitados. ARQUITETURA No final dos sculos XI e XII, na Europa, surge a arte romnica cuja a estrutura era semelhante s construes dos antigos romanos As caractersticas mais significativas da arquitetura romnica so: abbadas em substituio ao telhado das baslicas; pilares macios que sustentavam e das paredes espessas; aberturas raras e estreitas usadas como janelas; torres, que aparecem no cruzamento das naves ou na fachada; e arcos que so formados por 180 graus . A primeira coisa que chama a ateno nas igrejas romnicas o seu tamanho. Elas so sempre grandes e slidas. Da serem chamadas: fortalezas de Deus. A explicao mais aceita para as formas volumosas, estilizadas e duras dessas igrejas o fato da arte romnica no ser fruto do gosto refinado da nobreza nem das idias desenvolvidas nos centros urbanos, um estilo essencialmente clerical. A arte desse perodo passa, assim a ser encarada como uma extenso do servio divino e uma oferenda divindade. A mais famosa a Catedral de Pisa sendo o edifcio mais conhecido do seu conjunto o campanrio que comeou a ser construdo em 1.174. Trata-se da Torre de Pisa que se inclinou porque, com o passar do tempo, o terreno cedeu. Na Itlia, diferente do resto da Europa, no apresenta formas pesadas, duras e primitivas. PINTURA E ESCULTURA Numa poca em que poucas pessoas sabiam ler, a Igreja recorria pintura e escultura para narrar histrias bblicas ou comunicar valores religiosos aos fiis. No 14

ARTE ROMNICA

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podemos estud-las desassociadas da arquitetura. A pintura romnica desenvolveu-se sobretudo nas grandes decoraes murais, atravs da tcnica do afresco, que originalmente era uma tcnica de pintar sobre a parede mida. Os motivos usados pelos pintores eram de natureza religiosa. As caractersticas essenciais da pintura romnica foram a deformao e o colorismo. A deformao, na verdade, traduz os sentimentos religiosos e a interpretao mstica que os artistas faziam da realidade. A figura de Cristo, por exemplo, sempre maior do que as outras que o cercam. O colorismo realizou-se no emprego de cores chapadas, sem preocupao com meios tons ou jogos de luz e sombra, pois no havia a menor inteno de imitar a natureza. Na porta, a rea mais ocupada pelas esculturas era o tmpano, nome que recebe a parede semicircular que fica logo abaixo dos arcos que arrematam o vo superior da porta. Imitao de formas rudes, curtas ou alongadas, ausncia de movimentos naturais. MOSAICO A tcnica da decorao com mosaico, isto , pequeninas pedras, de vrios formatos e cores, que colocadas lado a lado vo formando o desenho, conheceu seu auge na poca do romnico. Usado desde a Antigidade, originria do Oriente onde a tcnica bizantina utilizava o azul e dourado, para representar o prprio cu.

ARTE GTICA
No sculo XII, entre os anos 1150 e 1500, tem incio uma economia fundamentada no comrcio. Isso faz com que o centro da vida social se desloque do campo para a cidade e aparea a burguesia urbana. No comeo do sculo XII, a arquitetura predominante ainda a romnica, mas j comearam a aparecer as primeiras mudanas que conduziram a uma revoluo profunda na arte de projetar e construir grandes edifcios.

ARQUITETURA A primeira diferena que notamos entre a igreja gtica e a romnica a fachada. Enquanto, de modo geral, a igreja romnica apresenta um nico portal, a igreja gtica tem trs portais que do acesso trs naves do interior da igreja: a nave central e as duas naves laterais. A arquitetura expressa a grandiosidade, a crena na existncia de um Deus que vive num plano superior; tudo se volta para o alto, projetando-se na direo do cu, como se v nas pontas agulhadas das torres de algumas igrejas gticas. A roscea um elemento arquitetnico muito caracterstico do estilo gtico e est presente em quase todas as igrejas construdas entre os sculos XII e XIV. Outros elementos caractersticos da arquitetura gtica so os arcos gticos ou ogivais e os vitrais coloridssimos que filtram a luminosidade para o interior da igreja. As catedrais gticas mais conhecidas so: Catedral de Notre Dame de Paris e a Catedral de Notre Dame de Chartres. ESCULTURA As esculturas esto ligadas arquitetura e se alongam para o alto, demonstrando verticalidade, alongamento exagerado das formas, e as feies so caracterizadas de formas a que o fiel possa reconhecer facilmente a personagem representada, exercendo a funo de ilustrar os ensinamentos propostos pela igreja. . ILUMINURA Iluminura a ilustrao sobre o pergaminho de livros manuscritos (a gravura no fora ainda inventada, ou ento um privilgio da quase mtica China). O desenvolvimento de tal genero est ligado difuso dos 15

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livros ilustrados patrimnio quase exclusivo dos mosteiros: no clima de fervor cultural que caracteriza a arte gtica, os manuscritos tambm eram encomendados por particulares, aristocratas e burgueses. precisamente por esta razo que os grandes livros litrgicos (a Bblia e os Evangelhos) eram ilustrados pelos iluministas gticos em formatos manejveis. Durante o sculo XII e at o sculo XV, a arte ganhou forma de expresso tambm nos objetos preciosos e nos ricos manuscritos ilustrados. Os copistas dedicavam-se transcrio dos textos sobre as pginas. Ao realizar essa tarefa, deixavam espaos para que os artistas fizessem as ilustraes, os cabealhos, os ttulos ou as letras maisculas com que se iniciava um texto.. Da observao dos manuscritos ilustrados podemos tirar duas concluses: a primeira a compreenso do carter individualista que a arte da ilustrao ganhava, pois destinava-se aos poucos possuidores das obras copiadas, a segunda que os artistas ilustradores do perodo gtico tornaram-se to habilidosos na representao do espao tridimensional e na compreenso analtica de uma cena, que seus trabalhos acabaram influenciando outros pintores . cenas que pintava, ocupando sempre posio de destaque na pintura. Assim, a pintura de Giotto vem ao encontro de uma viso humanista do mundo, que vai cada vez mais se firmando at ganhar plenitude no Renascimento. Obras destacadas: Afrescos da Igreja de So Francisco de Assis (Itlia) e Retiro de So Joaquim entre os Pastores. Jan Van Eyck - procurava registrar nas suas pinturas os aspectos da vida urbana e da sociedade de sua poca. Nota-se em suas pinturas um cuidado com a perspectiva, procurando mostrar os detalhes e as paisagens.

QUESTES SOBRE ARTE GTICA


TEXTO I A arte gtica surgiu na Frana e se espalhou rapidamente atravs da Europa ocidental. Ela foi um prosseguimento da arte romnica e conseguiu um perfeito equilbrio de expresso. Neste estilo o que mais se destaca a arquitetura; o clima religioso da poca favorecia a construo de igrejas, com linhas ascendentes que terminavam em abbadas; os vitrais tiveram tambm grande importncia, pois com seus coloridos e a variedade dos seus mosaicos de vidro, atenuavam a luz no interior. Entre as mais famosas igrejas gticas esto Notre Dame, na Frana, Wetsminster, na Inglaterra e a catedral de Colnia na Alemanha. Questo 01 - Segundo a arte gtica, julgue os itens a seguir em (C) CERTOS ou (E) ERRADOS: 1. ( E ) O estilo gtico foi na realidade oposto ao estilo romnico. 2. ( C ) O estilo gtico tem como caracterstica: construes altas. 3. ( C ) A temtica principal do estilo gtico era religiosa. 4. ( C ) Suas construes reuniam tamanho e qualidade prtica. Questo 02 - Ainda sobre a arte Gtica, julgue os itens a seguir em (C) CERTOS ou (E) ERRADOS: 1. ( E ) A escultura gtica tem independncia e no tem ligao com nenhum outro elemento da arte gtica.

PINTURA A pintura gtica desenvolveu-se nos sculos XII, XIV e no incio do sculo XV, quando comeou a ganhar novas caractersticas que prenunciam o Renascimento. Sua principal particularidade foi a procura o realismo na representao dos seres que compunham as obras pintadas, quase sempre tratando de temas religiosos, apresentava personagens de corpos pouco volumosos, cobertos por muita roupa, com o olhar voltado para cima, em direo ao plano celeste. Os principais artistas na pintura gtica so os verdadeiros precursores da pintura do Renascimento (Duocento): Giotto - a caracterstica principal do seu trabalho foi a identificao da figura dos santos com seres humanos de aparncia bem comum. E esses santos com arHUMANISTA comum eram o ser mais importante das 16

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2. ( E ) As figuras na escultura eram isoladas, aglomeradas e entrelaadas. 3. ( E ) A pintura gtica teve seu nascimento fora do movimento. 4. ( C ) As figuras eram mais eretas, acompanhando a verticalidade gtica. 2 Questo 03 Como todo movimento o perodo Gtico tem na arquitetura um de seus grandes representantes. Analise e julgue os itens a baixo marcando a NICA alternativa CORRETA sobre a arquitetura gtica. a) ( X ) Bem diferente dos edifcios baixos e pesados, a arquitetura gtica esbelta e muito alta. b) ( ) Os prdios passam a ser decorados com inspirao na Antiguidade Clssica. c) ( ) Os capitis e colunas marcam este perodo. d) ( ) Pela altura suas paredes eram de enorme espessura. TEXTO Entre 1200 e 1500, os construtores medievais ergueram estruturas bastante elaboradas, com interiores atingindo uma altura sem precedentes no mundo da arquitetura. A devoo coletiva por estes prdios era to intensa que todos os seguimentos da populao participavam da construo dos edifcios. Este movimento foi denominado Gtico. Tendo como referncia o texto, julgue os itens das questes 03 e 04 marcando C para certo E para errado: QUESTO 04 - Sobre a arte gtica julgue os itens: 01 ( C ) O elemento mais caracterstico da arte gtica a arquitetura. 02 ( E ) Os vitrais possibilitaram paredes mais altas. 03 ( E ) O nome gtico deriva de Bizncio, cidade que acabou se tornando capital do Imprio Romano do Oriente. 04 ( E ) Manuscritos so intervenes artsticas feitas no inicio dos captulos. QUESTO 05 - Ainda sobre a arte gtica, julgue os itens. 01 ( E ) A escultura gtica no est associada a arquitetura. 02 ( E ) Iluminuras foram muito usadas na arte gtica. 03 ( C ) Na catedral vamos encontrar vrias caractersticas do estilo gtico. 04 ( E ) Neste perodo os artistas buscavam representar seres de maneira que se aproximassem do surreal. 3 QUESTO 06 Sobre os vitrais marque a alternativa correta: a. ( ) Vitrais so os vidros utilizados para construir janelas. b. ( ) Nos vitrais no ocorria geralmente variao de cor. c. ( X ) Os vitrais continham figuras bblicas. d. ( ) Da Vinci foi um grande produtor de vitrais. QUESTO 07 Sobre a escultura gtica marque a alternativa correta: a. ( X ) Existiam esculturas dedicadas ao nobres nas igrejas gticas. b. ( ) No existiam imagens dedicadas aos santos. c. ( ) Os gticos gostavam de produzir em madeira. d. ( ) Na arte gtica quase no surgiram esculturas. QUESTO 08 Sobre a pintura gtica marque a alternativa correta: a. ( ) A pintura o elemento mais caracterstico da arte gtica. b. ( X ) Temas cristos eram trabalhados na pintura gtica. c. ( ) A pintura gtica no tinha nenhuma noo de perspectiva. d. ( ) Os gticos no produziram pinturas murais. QUESTO 09 Sobre a arquitetura gtica assinale a alternativa correta: a. ( ) uma arquitetura que no tem preocupao com a proporo. b. ( ) Tem prdios dedicados aos deuses gregos. c. ( ) Costumas ser altas e largas as colunas. d. ( X ) As colunas parecem querer chegar ao cu. QUESTO 10 Marque a alternativa que corresponde ao perodo que a arte gtica pertenceu: a. ( ) Perodo antigo. b. ( X ) Idade mdia. c. ( ) Idade moderna. d. ( ) Pr-histria.

RENASCIMENTO O termo Renascimento comumente aplicado civilizao europia que se desenvolveu entre 1300 e 1650. Alm de reviver a antiga cultura greco-romana, 17

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ocorreram nesse perodo muitos progressos e incontveis realizaes no campo das artes, da literatura e das cincias, que superaram a herana clssica. O ideal do humanismo foi sem duvida o mvel desse progresso e tornou-se o prprio esprito do Renascimento. Trata-se de uma volta deliberada, que propunha a ressurreio consciente (o re-nascimento) do passado, considerado agora como fonte de inspirao e modelo de civilizao. Num sentido amplo, esse ideal pode ser entendido como a valorizao do Inciom (Humanismo) e da natureza, em oposio ao divino e ao sobrenatural, conceitos que haviam impregnado a cultura da Idade Mdia. Caractersticas gerais: Capela Pazzi PINTURA Principais caractersticas: Perspectiva: arte de figura, no desenho ou pintura, as diversas distncias e propores que tm entre si os objetos vistos distncia, segundo os princpios da matemtica e da geometria. Uso do claro-escuro: pintar algumas reas iluminadas e outras na sombra, esse jogo de contrastes refora a sugesto de volume dos corpos. Realismo: o artistas do Renascimento no v mais o Inciom como simples observador do mundo que expressa a grandeza de Deus, mas como a expresso mais grandiosa do prprio Deus. E o mundo pensado como uma realidade a ser compreendida cientificamente, e no apenas admirada. Inicia-se o uso da tela e da tinta leo. Tanto a pintura como a escultura que antes apareciam quase que exclusivamente como detalhes de obras arquitetnicas, tornam-se manifestaes independentes. Surgimento de artistas com um estilo pessoal, diferente dos demais, j que o perodo marcado pelo ideal de liberdade e, conseqentemente, pelo individualismo. Os principais pintores foram:

Racionalidade Dignidade do Ser Humano Rigor Cientfico Ideal Humanista Reutilizao das artes greco-romana ARQUITETURA Na arquitetura renascentista, a ocupao do espao pelo edifcio baseia-se em relaes matemticas estabelecidas de tal forma que o observador possa compreender a lei que o organiza, de qualquer ponto em que se coloque. J no o edifcio que possui o Inciom, mas este que, aprendendo a lei simples do espao, possui o segredo do edifcio (Bruno Zevi, Saber Ver a Arquitetura)

Botticelli
- os temas de seus quadros foram escolhidos segundo a possibilidade que lhe proporcionavam de expressar seu ideal de beleza. Para ele, a beleza estava associada ao ideal cristo. Por isso, as figuras humanas de seus quadros so belas porque manifestam a graa divina, e, ao mesmo tempo, melanclicas porque supem que perderam esse dom de Deus. Obras destacadas: A Primavera e O Nascimento de Vnus

Principais caractersticas Ordens Arquitetnicas Arcos de Volta-Perfeita Simplicidade na construo A escultura e a pintura se desprendem da arquitetura e passam a ser autnomas Construes; palcios, igrejas, vilas (casa de descanso fora da cidade), fortalezas (funes militares) O principal arquiteto renascentista:

Leonardo da Vinci
- ele dominou com sabedoria um jogo expressivo de luz e sombra, gerador de uma atmosfera que parte da realidade mas estimula a imaginao do observador. Foi possuidor de um esprito verstil que o tornou capaz de pesquisar e realizar trabalhos em diversos campos do conhecimento humano. Obras destacadas: A Virgem dos Rochedos e Monalisa.

Brunelleschi
- um exemplo de artista completo renascentista, pois foi pintor, escultor e arquiteto. Alm de dominar conhecimentos de Matemtica, Geometria e de ser grande conhecedor da poesia de Dante. Foi como construtor, porm, que realizou seus mais importantes trabalhos, entre eles a cpula da catedral de Florena e a 18

Michelngelo
- entre 1508 e 1512 trabalhou na pintura do teto da Capela Sistina, no Vaticano. Para essa capela, concebeu e

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realizou grande nmero de cenas do Antigo Testamento. Dentre tantas que expressam a genialidade do artista, uma particularmente representativa a criao do Inciom. Obras destacadas: Teto da Capela Sistina e a Sagrada Famlia - Michelngelo dominou a escultura e o desenho do corpo humano maravilhosamente bem, pois tendo dissecado cadveres por muito tempo, assim como Leonardo da Vinci, sabia exatamente a posio de cada msculo, cada tendo, cada veia. - Alm de pintor, Leonardo da Vinci, foi grande inventor. Dentre as suas invenes esto: Parafuso Areo, primitiva verso do helicptero, a ponte elevadia, o escafandro, um modelo de asa-delta, etc. ANLISE DE OBRA; - Quando deparamos com o quadro da famosa MONALISA no conseguimos desgrudar os olhos do seu olhar, parece que ele nos persegue. Por que acontece isso? Ser que seus olhos podem se mexer? Este quadro foi pintado, pelo famoso artista e inventor italiano Leonardo da Vinci (14521519) e qual ser o truque que ele usou para dar esse efeito? Quando se pinta uma pessoa olhando para a frente (olhando diretamente para o espectador) tem-se a impresso que o personagem do quadro fixa seu olhar em todos. Isso acontece porque os quadros so lisos. Se olharmos para a Monalisa de um ou de outro lado estaremos vendo-a sempre com os olhos e a ponta do nariz para a frente e no poderemos ver o lado do seu rosto. A est o truque em qualquer ngulo que se olhe a Monalisa a veremos sempre de frente.

Rafael
- suas obras comunicam ao observador um sentimento de ordem e segurana, pois os elementos que compem seus quadros so dispostos em espaos amplo, claros e de acordo com uma simetria equilibrada. Foi considerado grande pintor de Madonas. Obras destacadas: A Escola de Atenas e Madona da Manh.

ESCULTURA
Em meados do sculo XV, com a volta dos papas de Avinho para Roma, esta adquire o seu prestgio. Protetores das artes, os papas deixam o palcio de Latro e passam a residir no Vaticano. Ali, grandes escultores se revelam, o maior dos quais Michelngelo, que domina toda a escultura italiana do sculo XVI. Algumas obras: Moiss, Davi (4,10m) e Piet. Outro grande escultor desse perodo foi Andrea del Verrochio. Trabalhou em ourivesaria e esse fato acabou influenciando sua escultura. Obra destacada: Davi (1,26m) em bronze. Principais Caractersticas: Buscavam representar o ser humano tal como ele na realidade Proporo da figura mantendo a sua relao com a realidade Profundidade e perspectiva Estudo do corpo e do carter humano O Renascimento Italiano se espalha pela Europa, trazendo novos artistas que nacionalizaram as idias italianas. So eles: Drer | Hans Holbein | Bosch | Bruegel

EXERCCIOS SOBRE RENASCIMENTO


TEXTO O termo Renascimento comumente aplicado civilizao europia que se desenvolveu entre 1300 e 1650. Alm de reviver a antiga cultura greco-romana, ocorreram nesse perodo muitos progressos e incontveis realizaes no campo das artes, da literatura e das cincias, que superaram a herana clssica. O ideal do humanismo foi sem duvida o mvel desse progresso e tornou-se o prprio esprito do Renascimento. Questo 01 - Segundo a arte do Renascimento, julgue os itens a seguir em (C) CERTOS ou (E) ERRADOS: 1. (C) O termo Renascimento se refere ao resgate dos ideais da cultura grecoromana. 2. (E) No Renascimento ocorreu a valorizao do divino e do sobrenatural. 3. (E) O artista renascentista teve a oportunidade de expressar suas idias e sentimentos sem estar submetido igreja ou a outro poder.

Para seu conhecimento - A Capela Sistina foi construda por ordem de Sisto IV (retangular 40 x 13 x 20 altura). E na prpria Capela que se faz o Conclave: reunio com os cardeais aps a morte do Papa para proceder a eleio do prximo. Lareira que produz fumaa negra - que o Papa ainda no foi escolhido; fumaa branca - que o Papa acaba de ser escolhido, avisa o povo na Praa de So Pedro, no Vaticano 19

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4. (E) O renascimento marcado pela presso da igreja junto produo artstica. Questo 02 - Ainda sobre o Renascimento, julgue os itens a seguir em (C) CERTOS ou (E) ERRADOS: 1. (C) A principal caracterstica da arquitetura renascentista o equilbrio das linhas, a organizao matemtica dos espaos e a presena de elementos da antiguidade clssica na decorao. 2. (C) No perodo renascentista predomina a tendncia de uma interpretao cientfica da realidade e do mundo. 3. (E) A pintura renascentista nega qualquer caracterstica do ultimo perodo gtico. 2 4. (C) Nas artes plsticas acontecem estudos sobre a perspectiva segundo princpios da matemtica e da geometria. Questo 03 -. Quanto s caractersticas do Renascimento analise e julgue os itens abaixo com (V) VERDADEIRO ou (F) FALSO e em seguida marque a alternativa correspondente seqncia obtida. I. Na escultura renascentista o nu totalmente abandonado. ( ) II. A posio do homem como o centro do mundo retomada. ( ) III. na arquitetura Renascentista que o interior decorado com inspirao na arte da Antigidade Clssica. ( ) IV. A pintura Renascentista acompanha os mesmos padres da escultura citados no item 1. ( ) a) V F V F b) F F V V c) V V F V d) F V V F Questo 04 - Desde que Roma adotou a religio crist como religio oficial, o homem europeu viveu apenas para Deus e a arte servia como veculo para afirmar sua crena. No sculo XIV houve muito progresso na arte, na literatura e na cincia e o homem voltou-se para si mesmo, recolocando-se como a criatura mais importante da terra. Vimos ento o Renascimento. Quanto s caractersticas do Renascimento assinale a nica alternativa CORRETA: a) (X) Na escultura renascentista surge o nu, assim como no clssico grego. b) ( ) A posio do homem como o centro do mundo visto pela primeira vez no Renascimento. c) ( ) na arquitetura Renascentista que se decora o interior dos ambientes com inspirao na arte da Idade Mdia. d) ( ) A pintura Renascentista acompanha os mesmos padres da escultura grega 3 TEXTO O Renascimento foi um movimento da Histria em que ocorreram muitos progressos e incontveis realizaes no campo das artes, da literatura e das cincias, que superaram a herana clssica. Questo 05 - Considerando o texto acima a respeito do Renascimento, julgue os itens em (C) para certos e (E) para errados: 1. ( E ) O texto diz que o Renascimento s contribuiu para o desenvolvimento humano no campo das artes. 2. ( C) No Renascimento o ser humano se libertou dos fantasmas religiosos e teve a convico de que tambm tinha valor. 3. (E ) No Renascimento a arte deixou de ser annima e se tornou individual, ou seja, s um artista poderia realiz-la. 4. ( C) A arte do Renascimento fez com que o observador a admirasse como um todo, ou seja, com um olhar geral sobre a obra. Questo 06 - Ainda sobre o Renascimento julgue os itens abaixo: 1. ( E ) O Renascimento um movimento que teve origem na Blgica. 2. ( C ) Perspectiva, uso do claro e escuro e realismo so caractersticas da pintura renascentista. 3. ( E ) A tcnica do claro-escuro consiste em pintar metade do quadro a luz do dia e a outra metade noite. 4. ( E ) Batalhas, torneios e cenas de caa so alguns dos temas da pintura renascentista. 4 TEXTO Os elementos em comum do Renascimento foram a redescoberta da arte e da literatura da Grcia e de Roma, o estudo cientfico do corpo humano e do mundo natural e a inteno de reproduzir com realismo as formas da natureza. Uma das descobertas mais significativas foi o mtodo de criar a iluso de profundidade numa superfcie plana, chamada perspectiva, que veio a ser a base da pintura europia nos quinhentos anos seguintes. Este perodo foi chamado de Renascimento. QUESTO 07 - Sobre o Renascimento julgue os itens: 01 ( C) Antes do Renascimento a produo artstica estava voltada para a igreja. 02 ( C) O Homem voltou-se para si mesmo, recolocando-se como a criatura mais importante da terra. 03 ( E ) O renascimento existiu em toda a Europa menos na Itlia. 04 ( C) Ele foi dividido em dois perodos sendo eles: o quatrocentismo e o quinhentismo. QUESTO 08 - A respeito do Renascimento, julgue os itens: 01 ( C ) Na pintura renascentista houve grande preocupao com a fidelidade anatmica. 02 ( C ) Na pintura renascentista personagens de outras pocas foram vestidos com roupas do sculo XV. 03 ( C ) A escultura renascentista possua muito realismo em sua obra. 04 ( C ) Na arquitetura renascentista os prdios passaram a ser decorados e inspirados na Antiguidade Clssica. QUESTO 09 Alm de pintor Leonardo da Vinci tambm foi: a- ( ) Gegrafo. b- ( X ) Msico. c- ( ) Diretor. d- ( ) Padre. 5 QUESTO 10 So obras de Da Vinci:

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a- ( ) Mona lisa e Guernica. b- ( ) A Virgem dos Rochedos e O Grito. c- ( X ) Mona Lisa e A Virgem dos Rochedos. d- ( ) O Nascimento de Vnus e Mona Lisa.

Obra destacada: Vocao de So Mateus.

BARROCO
A arte barroca originou-se na Itlia (sc. XVII) mas no tardou a irradiar-se por outros pases da Europa e a chegar tambm ao continente americano, trazida pelos colonizadores portugueses e espanhis. As obras barrocas romperam o equilbrio entre o sentimento e a razo ou entre a arte e a cincia, que os artistas renascentistas procuram realizar de forma muito consciente; na arte barroca predominam as emoes e no o racionalismo da arte renascentista. uma poca de conflitos espirituais e religiosos. O estilo barroco traduz a tentativa angustiante de conciliar foras antagnicas: bem e mal; Deus e Diabo; cu e terra; pureza e pecado; alegria e tristeza; paganismo e cristianismo; esprito e matria. Suas caractersticas gerais so:

Andrea Pozzo - realizou grandes composies de perspectiva nas pinturas dos tetos das igrejas barrocas, causando a iluso de que as paredes e colunas da igreja continuam no teto, e de que este se abre para o cu, de onde santos e anjos convidam os Incions para a santidade. Obra destacada: A Glria de Santo Incio. A Itlia foi o centro irradiador do estilo barroco. Dentre os pintores mais representativos, de outros pases da Europa, temos: Velzquez - alm de retratar as pessoas da corte espanhola do sculo XVII procurou registrar em seus quadros tambm os tipos populares do seu pas, documentando o dia-a-dia do povo espanhol num dado momento da histria. Obra destacada: O Conde Duque de Olivares.

emocional sobre o racional; seu propsito impressionar os sentidos do observador, baseando-se no princpio segundo o qual a f deveria ser atingida atravs dos sentidos e da emoo e no apenas pelo raciocnio. busca de efeitos decorativos e visuais, atravs de curvas, contracurvas, colunas retorcidas; entrelaamento entre a arquitetura e escultura; violentos contrastes de luz e sombra; pintura com efeitos ilusionistas, dando-nos s vezes a impresso de ver o cu, tal a aparncia de profundidade conseguida.

Rubens (espanhol) - alm de um colorista vibrante, se notabilizou por criar cenas que sugerem, a partir das linhas contorcidas dos corpos e das pregas das roupas, um intenso movimento. Em seus quadros, geralmente, no vesturio que se localizam as cores quentes - o vermelho, o verde e o amarelo - que contrabalanam a luminosidade da pele clara das figuras humanas. Obra destacada: O Jardim do Amor.

PINTURA Caractersticas da pintura barroca: Composio assimtrica, em diagonal - que se revela num estilo grandioso, monumental, retorcido, substituindo a unidade geomtrica e o equilbrio da arte renascentista. Acentuado contraste de claro-escuro (expresso dos sentimentos) - era um recurso que visava a intensificar a sensao de profundidade. Realista, abrangendo todas as camadas sociais. Escolha de cenas no seu momento de maior intensidade dramtica. Dentre os pintores barrocos italianos:

Rembrandt (holands) - o que dirige nossa ateno nos quadros deste pintor no propriamente o contraste entre luz e sombra, mas a gradao da claridade, os meios-tons, as penumbras que envolvem reas de luminosidade mais intensa. Obra destacada: Aula de Anatomia.

ESCULTURA Suas caractersticas so: o predomo das linhas curvas, dos drapeados das vestes e do uso do dourado; e os gestos e os rostos das personagens revelam emoes violentas e atingem uma dramaticidade desconhecida no Renascimento.

Caravaggio - o que melhor caracteriza a sua pintura o modo revolucionrio como ele usa a luz. Ela no aparece como reflexo da luz solar, mas criada intencionalmente pelo artista, para dirigir a ateno do observador.

Bernini - arquiteto, urbanista, decorador e escultor, algumas de suas obras serviram de elementos decorativos das igrejas, como, por exemplo, o baldaquino e a cadeira de So Pedro, ambos na Baslica de So Pedro, no Vaticano. Obra destacada: A Praa de So Pedro, Vaticano e o xtase de Santa Teresa.

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convencional, o Barroco acabou tornando-se, com o passar do tempo, superficial. Questo 04 - Marque (V) VERDADEIRO ou (F) FALSO: 1. ( ) O Juzo Final pintado por Michelangelo no teto da Capela Sistina, foi sem dvida alguma, uma das primeiras obras com caractersticas barrocas. 2. ( ) A Arte Barroca originou-se na Itlia e no tardou a espalhar-se pela Europa e tambm pela Amrica. 3. ( ) O Barroco desenvolveu-se igualmente nos diversos pases em que se manifestou, realizao raramente conquistada pelos outros movimentos artsticos existentes, fazendo com que o Barroco se diferencie dos demais em termos de importncia. 4. ( F ) A Arte Barroca foi um dos meios de propagar o Protestantismo e ampliar sua influncia. A arte barroca originou-se na Itlia (sc. XVII) mas no tardou a irradiar-se por outros pases da Europa e a chegar tambm ao continente americano, trazida pelos colonizadores portugueses e espanhis. V F F F V V F3 Questo 05 - Segundo a Arte Barroca, julgue os itens a seguir em (C) CERTOS ou (E) ERRADOS: 1. ( F ) O Barroco foi um movimento contra reforma protestante. 2. ( V ) No Barroco existe um predomnio das emoes e no o racionalismo renascentista. 3. ( F ) O Barroco foi um movimento quase sem cor e formas. 4. ( F ) Este movimento foi quase sem expresso nas artes plsticas. Questo 06 - Segundo a Arte Barroca, julgue os itens a seguir em (C) CERTOS ou (E) ERRADOS: 1. ( V ) So caractersticas da pintura barroca: Composio em diagonal e acentuado contraste claro-escuro. 2. ( F ) Na escultura ocorre um equilbrio entre a razo e a emoo. 3. ( V ) Na escultura h um predomnio de linhas curvas, excesso de dobras nas vestes e a utilizao do dourado. 4. ( F ) A arquitetura barroca no trabalhou com efeitos decorativos. Questo 07 Quanto a Pintura Barroca analise itens abaixo e em seguida marque a NICA alternativa CORRETA. a) ( X ) Na pintura, freqentemente uma luz incide diretamente sobre aquilo que o pintor quer valorizar na tela. b) ( ) As cores de tons azul e rosa so banidos da pintura. c) ( ) O artista Barroco esta fortemente ligado ao misterioso e ao sobrenatural. d) ( ) H uma tendncia para a utilizao da cor preta. TEXTO

Para seu conhecimento Barroco: termo de origem espanhola Barrueco, aplicado para designar prolas de forma irregular.

QUESTES SOBRE ARTE BARROCA


A Arte Barroca desenvolveu-se no sculo XVII, num perodo muito importante da histria da civilizao ocidental, pois nele ocorreram mudanas econmicas, religiosas e sociais que deram nova feio Europa da Idade Moderna. Essas mudanas tiveram conseqncias bastante significativas, pois favoreceram o surgimento dos Estados Nacionais e dos governos absolutos, pois propunham que cada nao se libertasse da submisso ao papa. Diante desse pano de fundo, surgiu a Arte Barroca. E assim, de acordo com suas principais caractersticas, julgue os itens das questes que se seguem. Questo 01 - Marque (V) VERDADEIRO ou (F) FALSO: 1. ( ) O estilo barroco retomou os prprios princpios da arte da antigidade grecoromana; e de acordo com essa nova tendncia, uma obra s seria perfeitamente bela na medida em que imitasse os artistas clssicos gregos. 2. ( ) Diante da Reforma Protestante a Igreja Catlica logo se organizou contra. E assim a Arte Barroca serviu para revigorar seus princpios doutrinrios. 3. ( ) Com o vigor barroco, os palcios barrocos se tornaram ambientes de encantamento, projetados para impressionar os visitantes com o poder e a glria do rei. 4. ( ) O ideal humanista, a preocupao com o rigor cientfico e a composio equilibrada, so as principais caractersticas da Arte Barroca. Questo 02 - Marque (V) VERDADEIRO ou (F) FALSO: 1. (F) Os tons suaves e pastis, o equilbrio simtrico, a luz diagonal e a composio bidimensional fazem parte do estilo barroco. 2. (F) Na representao barroca a figura humana, diversas vezes, aparece levemente geometrizada, revelando uma preocupao naturalista. F V F F2 3. (V) Do ponto de vista pictrico, as obras barrocas apresentam uma iluminao basicamente simtrica em relao a perspectiva linear utilizada. 4. (V) Nas obras barrocas as cenas representadas envolvem-se num acentuado contraste de claro-escuro, o que intensifica a expresso de sentimento. Questo 03 - Marque (V) VERDADEIRO ou (F) FALSO: 1. ( ) O racionalismo to buscado e desejado pelo Renascimento, tornou-se altamente secundrio, dando lugar as emoes dentro do estilo Barroco. 2. ( ) As obras barrocas romperam o equilbrio entre o sentimento e a razo ou entre a arte e a cincia. 3. ( ) A iluminao diagonal to marcante na pintura barroca remete ao observador uma sensao esttica. 4. ( ) Considerada por diversos crticos uma arte requintada, aristocrtica e

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O estilo barroco foi o mais suntuoso e ornamentado na histria da arte e teve o papel de trazer a arte para a vida cotidiana. Os palcios de Roma se tornaram ambientes de encantamento, projetados para impressionar os visitantes com o poder e a glria do rei. A riqueza proveniente das colnias sustentava o luxo do mobilirio, dos jardins. a arte ostentada nos palcios como o de Versailles, de Luis XIV. Este movimento foi chamado de Barroco. 4 QUESTO 08 - A respeito da arte Barroca julgue nos itens: 01 (F ) Tudo na arte barroca invocava a teatralidade e o movimento. 02 (V ) Na pintura, temas religiosos eram transmitidos atravs da emoo. 03 (F) Composio em diagonal e contraste de claro e escuro, no constituram caractersticas da pintura barroca. 04 (F ) O barroco tinha um carter extremamente racional. QUESTO 09 - A respeito da arte Barroca julgue os itens: 01 ( F ) A escultura barroca em relao a pintura tem caractersticas muito distintas. 02 ( V ) A arquitetura caracterizou-se por vrias combinaes de elementos, buscando efeitos de forma e de luz. 03 ( F ) Na escultura barroca as formas eram muito sbrias, retas e no transmitiam emoo. 04 ( V ) Os altares para os santos, que tinham maior nmero de devotos, eram ricamente decorados. No sculo XVI a Igreja Catlica passa por um perodo de decadncia, pois surgem movimentos como o Humanismo e a Reforma. Como retomada de sua posio perante a sociedade a igreja reagiu com a Contra Reforma e passou a decorar seus templos com suntuosidade tal que encantasse os pagos seja pela magnitude de suas igrejas, seja por suas obras de arte. Da, contratando artistas, arquitetos e escultores produziram um dos maiores acervos culturais do mundo dos quais o Vaticano seu exemplo mais conhecido. Surge ento o Barroco, nome originado de um termo usado para designar uma prola mal formada. Questo 10 - Quanto arte do perodo Barroco assinale a alternativa CORRETA: a) ( V ) Na pintura utilizava de uma tcnica conhecida como claro e escuro. b) ( V ) A expresso dramtica e os gestos amplos no so marcas da escultura barroca. c) ( F ) O dourado banido da escultura como uma forma de entrega dos bens materiais. d) ( F ) na arquitetura barroca que surgem os arcos e cpulas.

Principais caractersticas: retorno ao passado, pela imitao dos modelos antigos greco-latinos; academicismo nos temas e nas tcnicas, isto , sujeio aos modelos e s regras ensinadas nas escolas ou academias de belas-artes; arte entendida como imitao da natureza, num verdadeiro culto teoria de Aristteles.

ARQUITETURA Tanto nas construes civis quanto nas religiosas, a arquitetura neoclssica seguiu o modelo dos templos grecoromanos ou o das edificaes do Renascimento italiano. Exemplos dessa arquitetura so a igreja de Santa Genoveva, transformada depois no Panteo Nacional, em Paris, e a Porta do Brandemburgo, em Berlim.

PINTURA A pintura desse perodo foi inspirada principalmente na escultura clssica grega e na pintura renascentista italiana, sobretudo em Rafael, mestre inegvel do equilbrio da composio. Caractersticas da pintura: Formalismo na composio, refletindo racionalismo dominante. Exatido nos contornos Harmonia do colorido Os maiores representantes da pintura neoclssica so, sem dvida, Jacques-Louis David - foi considerado o pintor da Revoluo Francesa, mais tarde, tornou-se o pintor oficial do Imprio de Napoleo. Durante o governo de Napoleo, registrou fatos histricos ligados vida do imperador. Suas obras geralmente expressam um vibrante realismo, mas algumas delas exprimem fortes emoes. Obra destacada: Bonaparte atravessando os Alpes e Morte de Marat

NEOCLASSICISMO
Nas duas ltimas dcadas do sculo XVIII e nas trs primeiras do sculo XIX, uma nova tendncia esttica predominou nas criaes dos artistas europeus. Trata-se do Neoclassicismo (neo = novo), que expressou os valores prprios de uma nova e fortalecida burguesia, que assumiu a direo da Sociedade europia aps a Revoluo Francesa e principalmente com o Imprio de Napoleo.

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Jean-Auguste-Dominique Ingres (1780-1867), o pintor foi uma espcie de cronista visual da sociedade de seu tempo. Ingres acreditava qua a tarefa primordial da arte era produzir quadros histricos. Ardoroso defensor da pureza das formas, ele afirmava, por exemplo, que desenhar uma linha perfeita era muito mais importante do que colorir. " A pincelada deve ser to fina como a casca de uma cebola", repetia a seus alunos. Sua obra abrange, alm de composies mitolgicas e literrias, nus, retratos e paisagens, mas a crtica moderna v nos retratos e nus o seu trabalho mais admirvel. Ingres soube registrar a fisionomia da classe burguesa do seu tempo, principalmente no gosto pelo poder e na sua confiana na individualidade. Amante declarado da tradio. Ingres passou a vida brigando contra a vanguarda artstica francesa representada pelo pintor romntico Eugne Delacroix, contudo foi Ingres, e no o retrico e inflamado Delacroix, o mais revolucionrio dos dois. A modernidade de Ingres est justamente na viso distanciada que tinha de sue retratados, na recusa a produzir qualquer julgamento moral a respeito deles, numa poca em que se consumava o processo de aliana entre a nobreza e a burguesia. O detalhismo tambm uma das suas marcas registradas. Seus retratos so invariavelmente enriquecidos com mantos aveludados, rendas, flores e jias.

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Para seu conhecimento: Forte influncia da arquitetura neoclssica foi a descoberta arqueolgica das cidades italianas de Pompia e Herculano que, no ano de 79 a.C., foram cobertas pelas lavas do vulco Vesvio. Diante daquelas construes, num erro de interpretao, os historiadores de arte acreditavam que os edifcios gregos eram recobertos com mrmore branco, ocasionando a construo de tantos edifcios brancos. Exemplo: Casa Branca dos Estados Unidos. Fatos reais da histria nacional e contempornea da vida dos artistas; Natureza revelando um dinamismo equivalente as emoes humanas; e Mitologia Grega Principais artistas:

ROMANTISMO O sculo XIX foi agitado por fortes mudanas sociais, polticas e culturais causadas por acontecimentos do final do sculo XVIII que foram a Revoluo Industrial que gerou novos inventos com o objetivo de solucionar os problemas tcnicos decorrentes do aumento de produo, provocando a diviso do trabalho e o incio da especializao da mo-de-obra, e pela Revoluo Francesa que lutava por uma sociedade mais harmnica, em que os direitos individuais fossem respeitados, traduziu-se essa expectativa na Declarao dos Direitos do Inciom e do Cidado. Do mesmo modo, a atividade artstica tornou-se complexa. Os artistas romnticos procuraram se libertar das convenes acadmicas em favor da livre expresso da personalidade do artista. Caractersticas gerais: a valorizao dos sentimentos e da imaginao; o nacionalismo; a valorizao da natureza como princpios da criao artstica; e os sentimentos do presente tais como: Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

Goya - Nasceu no pequeno povoado de Fuendetodos, Espanha, em 1746. Morreu em Bordeaux, em 1828. Goya e sua mitologia povoada por sonhos e pesadelos, seres deformados, tons opressivos. Senhor absoluto da caricatura do seu tempo. Trabalhou temas diversos: retratos de personalidades da corte espanhola e de pessoas do povo, os horrores da guerra, a ao incompreensvel de monstros, cenas histricas e as lutas pela liberdade. Obra destacada: Os Fuzilamentos de 3 de maio de 1808.

Turner - representou grandes movimentos da natureza, mas por meio do estudo da luz que a natureza reflete, procurou descrever uma certa atmosfera da paisagem. Uma das primeiras vezes que a arte registra a presena da mquina (locomotiva). Obras destacadas: Chuva, Vapor e Velocidade e O Grande Canal, Veneza.

ARQUITETURA E ESCULTURA A escultura e a arquitetura registram pouca novidade. Observa-se, grosso modo, a permanncia do estilo anterior, o neoclssico. Vez por outra retomou-se o estilo gtico da poca medieval, gerando o neogtico. Obra Destacada: Edifcio do Parlamento Ingls

PINTURA Caractersticas da pintura: Aproximao das formas barrocas; Composio em diagonal sugerindo instabilidade e dinamismo ao observador; Valorizao das cores e do claro-escuro; e Dramaticidade Temas da pintura:

Eugne Delacroix (1798-1863), suas obras apresentam forte comprometimento poltico e o valor da pintura assegurada pelo uso das cores, das luzes e das sombras, dando-nos a sensao de grande movimentao. Representava assuntos abstratos personificando-os (alegorias). Culto, dono de uma lngua ferina, rico e namorador. Amigo do compositor Frderic Chopin, inimigo do romancista Honor de Balzac, admirado pelo poeta Charles Baudelaire e indiferente s demais celebridades de seu tempo, Delacroix tinha noo da prpria grandeza. "A principal qualidade de um quadro ser uma festa para os olhos", escreveu na derradeira nota de seus famosos dirios, em 1963, menos de dois meses antes de morrer. Nascido num momento crucial da Histria da Frana, aquele em que a burguesia revolucionria colhia os frutos de seu triunfo sobre o monarquia dos reis Capeto, o pintor viveu a maior parte da vida jovem e adulta num mundo que voltava aos poucos antiga ordem natural das coisas. Assistiu ascenso e queda de Napoleo Bonaparte, a restaurao da dinastia dos Bourbon e, finalmente, a entronizao do rei Lus Felipe, em 1830. Seu quadro mais conhecido A Liberdade Guiando o Povo, muitas vezes tomado como um smbolo das lutas populares e republicanas, foi feito por inspirao do movimento que levou Lus Felipe ao trono da Frana.

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o sbrio e o minucioso a expresso da realidade e dos aspectos descritivos

ARQUITETURA Os arquitetos e engenheiros procuram responder adequadamente s novas necessidades urbanas, criadas pela industrializao. As cidades no exigem mais ricos palcios e templos. Elas precisam de fbricas, estaes, ferrovirias, armazns, lojas, bibliotecas, escolas, hospitais e moradias, tanto para os operrios quanto para a nova burguesia. Em 1889, Gustavo Eiffel levanta, em Paris, a Torre Eiffel, hoje logotipo da "Cidade Luz".

ESCULTURA Auguste Rodin - no se preocupou com a idealizao da realidade. Ao contrrio, procurou recriar os seres tais como eles so. Alm disso, os escultores preferiam os temas contemporneos, assumindo muitas vezes uma inteno poltica em suas obras. Sua caracterstica principal a fixao do momento significativo de um gesto humano. Obras destacadas: Balzac, Os Burgueses de Calais, O Beijo e O Pensador.

PINTURA Caractersticas da pintura: Representao da realidade com a mesma objetividade com que um cientista estuda um fenmeno da natureza, ou seja o pintor buscava representar o mundo de maneira documental; Ao artista no cabe "melhorar" artisticamente a natureza, pois a beleza est na realidade tal qual ela ; e. Revelao dos aspectos mais caractersticos e expressivos da realidade. Temas da pintura: Politizao: a arte passa a ser um meio para denunciar uma ordem social que consideram injusta; a arte manifesta um protesto em favor dos oprimidos. Pintura social denunciando as injustias e as imensas desigualdades entre a misria dos trabalhadores e a opulncia da burguesia. As pessoas das classes menos favorecidas - o povo, em resumo - tornaram-se assunto freqente da pintura realista. Os artistas incorporavam a rudeza, a fealdade, a vulgaridade dos tipos que pintavam, elevando esses tipos categoria de heris. Heris que nada tm a ver com os idealizados heris da pintura romntica. Principais pintores:

Para seu conhecimento: A palavra romantismo designa uma maneira de se comportar, de agir, de interpretar a realidade. O comportamento romntico caracteriza-se pelo sonho, por uma atitude emotiva diante das coisas e esse comportamento pode ocorrer em qualquer tempo da histria. Romantismo designa uma tendncia geral da vida e da arte; portanto, nomeia um sistema, um estilo delimitado no tempo. REALISMO Entre 1850 e 1900 surge nas artes europias, sobretudo na pintura francesa, uma nova tendncia esttica chamada Realismo, que se desenvolveu ao lado da crescente industrializao das sociedades. O Inciom europeu, que tinha aprendido a utilizar o conhecimento cientfico e a tcnica para interpretar e dominar a natureza, convenceu-se de que precisava ser realista, inclusive em suas criaes artsticas, deixando de lado as vises subjetivas e emotivas da realidade. So caractersticas gerais: o cientificismo a valorizao do objeto

Courbet

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- foi considerado o criador do realismo social na pintura, pois procurou retratar em suas telas temas da vida cotidiana, principalmente das classes populares. Manifesta sua simpatia particular pelos trabalhadores e pelos Incions mais pobres da sociedade no sculo XIX. Obra destacada: Moas Peneirando o Trigo. e dissociadas nos quadros em pequenas pinceladas. o observador que, ao admirar a pintura, combina as vrias cores, obtendo o resultado final. A mistura deixa, portanto, de ser tcnica para se ptica. A primeira vez que o pblico teve contato com a obra dos impressionistas foi numa exposio coletiva realizada em Paris, em abril de 1874. Mas o pblico e a crtica reagiram muito mal ao novo movimento, pois ainda se mantinham fiis aos princpios acadmicos da pintura. Principais artistas:

Jean-Franois Millet sensvel observador da vida campestre, criou uma obra realista na qual o principal elemento a ligao atvica do Inciom com a terra. Foi educado num meio de profunda religiosidade e respeito pela natureza. Trabalhou na lavoura desde muito cedo. Seus numerosos desenhos de paisagens influenciaram, mais tarde, Pissarro e Van Gogh. o caso, por exemplo, "Angelus".

Para seu conhecimento: Courbet dizia: "Sou democrata, republicano, socialista, realista, amigo da verdade e verdadeiro" A palavra realismo designa uma maneira de agir, de interpretar a realidade. Esse comportamento caracteriza-se pela objetividade, por uma atitude racional das coisas pode ocorrer em qualquer tempo da histria. O termo Realismo significa um estilo de poca que predominou na segunda metade do sculo XIX. IMPRESSIONISMO O Impressionismo foi um movimento artstico que revolucionou profundamente a pintura e deu incio s grandes tendncias da arte do sculo XX. Havia algumas consideraes gerais, muito mais prticas do que tericas, que os artistas seguiam em seus procedimentos tcnicos para obter os resultados que caracterizaram a pintura impressionista. Principais caractersticas da pintura: A pintura deve registrar as tonalidades que os objetos adquirem ao refletir a luz solar num determinado momento, pois as cores da natureza se modificam constantemente, dependendo da incidncia da luz do sol. As figuras no devem ter contornos ntidos, pois a linha uma abstrao do ser humano para representar imagens. As sombras devem ser luminosas e coloridas, tal como a impresso visual que nos causam, e no escuras ou pretas, como os pintores costumavam represent-las no passado. Os contrastes de luz e sombra devem ser obtidos de acordo com a lei das cores complementares. Assim, um amarelo prximo a um violeta produz uma impresso de luz e de sombra muito mais real do que o claro-escuro to valorizado pelos pintores barrocos. As cores e tonalidades no devem ser obtidas pela mistura das tintas na paleta do pintor. Pelo contrrio, devem ser puras

Claude Monet - incessante pesquisador da luz e seus efeitos, pintou vrios motivos em diversas horas do dia, afim de estudar as mutaes coloridas do ambiente com sua luminosidade. Obras Destacadas: Mulheres no Jardim e a Catedral de Rouen em Pleno Sol.

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Auguste Renoir - foi o pintor impressionista que ganhou maior popularidade e chegou mesmo a ter o reconhecimento da crtica, ainda em vida. Seus quadros manifestam otimismo, alegria e a intensa movimentao da vida parisiense do fim do sculo XIX. Pintou o corpo feminino com formas puras e isentas de erotismo e sensualidade, preferia os nus ao ar livre, as composies com personagens do cotidiano, os retratos e as naturezas mortas. Obras Destacadas: Baile do Moulin de la Galette e La Grenouillire.

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poucas paisagens e cenas ao ar livre. Os ambientes de seus quadros so interiores e a luz artificial. Sua grande preocupao era flagrar um instante da vida das pessoas, aprender um momento do movimento de um corpo ou da expresso de um rosto. Adorava o teatro de bailados. Obra Destacada: O Ensaio.

Edgar Degas - sua formao acadmica e sua admirao por Ingres fizeram com que valorizasse o desenho e no apenas a cor, que era a grande paixo do Impressionismo. Alm disso, foi pintor de

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- Mestre no pontilhismo. Obra Destacada: Tarde de Domingo na Ilha Grande Jatte.

Seurat

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Anlise do estilo
VAN GOGH

Temtica
O tema principal de seus primeiros trabalhos o campons. Entre 1881 e 1885, quando se iniciou na pintura, Van Gogh pintou uma srie de desenhos e quadros, cujo mximo momento foiOs comedores de batata. As preocupaes moralistas e religiosas do autor traduziram-se no profundo amor que sentia pelas personagens humildes e desamparadas dos camponeses holandeses. Desde que havia tentado ser pregador religioso nas minas de carvo do Borinage, a misria destes havia impregnado sua imaginao e senso de solidariedade. As telas so tecnicamente soturnas, de cores escuras, marrons e preto, dentro de uma tendncia realista social. (Na ilustrao esquerda, Auto-retrato, 1886-7, leo sobre carto, Art Institute, Chicago). Sua temtica posterior chegada em Paris (1886) totalmente determinada pelos seus objetivos estticos e tcnicos. Se ele v na cor a razo maior de sua expresso, verdadeiro veculo simblico da espiritualidade, Van Gogh vai pintar, por exemplo, girassis, onde a exploso do amarelo parece um retrato exato de
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No Brasil, destaca-se o pintor Eliseu Visconti, ele j no se preocupa mais em imitar modelos clssicos; procura, decididamente, registrar os efeitos da luz solar nos objetivos e seres humanos que retrata em suas telas. Ganhou uma viagem Europa, onde teve contato com a obra dos impressionistas. A influncia que recebeu desses artistas foi to grande que ele considerado o maior representante dessa tendncia na pintura brasileira. Obra destacadas so: Trigal e Maternidade.

Para seu conhecimento: - O quadro Mulheres no Jardim, de Monet, foi pintado totalmente ao ar livre e sempre com a luz do sol. So cenas do jardim da casa do artista. - O movimento impressionista foi idealizado nas reunies com seus principais pintores e elas aconteciam no estdio fotogrfico de Nadar, na Rue de Capucines, Paris.

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seu turbulento universo espiritual. Se a pincelada remoinhante sua marca, sero os ciprestes e os trigais, por exemplo, a expresso maior na natureza de seu ritmo gestual que ascende como chama. acabamento polido das superfcies das suas pinturas. Van Gogh recebeu esta qualificao tcnica atravs da arte impressionista, especialmente o uso pontilhista da cor de Seurat. Em seus ltimos anos, Van Gogh chegou a empregar a tinta diretamente do tubo O interesse pelo ser humano nunca o sobre a superfcie da tela, o que abandonou. Uma grande srie de ocasionava um espesso impastede tinta. retratos, alguns deles verdadeiras obras-primas, formam uma galeria de Aplicadas em cores penetrante desvelar da alma alheia. puras, as pinceladas Sem condescender com o retratado, so justapostas lado nem tampouco avilt-lo, Van Gogh a lado, em uma revela com carinho os desvos da alma, trama que, ao final por onde tantos se deixam levar. de sua vida, ganha um ritmo Assim, tambm, deve-se reservar alucinante. Como ateno cuidadosa aos seus vrios autoverdadeiros jorros retratos. Como o outro grande mestre de tinta espatulada, holands, Rembrandt, Van Gogh v no as pinceladas eletrizam a superfcie da auto-retrato uma forma de auto- tela, movimentam os ciprestes, conhecimento. Inmeros, eles atormentam os auto-retratos. Uma descrevem seus variados sentimentos e imaginao exasperada e uma urgncia momentos de vida. So um dos de sentimento move sua mo, o que conjuntos de pinturas mais atesta a imensa quantidade de quadros angustiantes da histria da arte. Um produzidos em pouco tempo. A ponto particularmente intenso: os superfcie rude resultante de tal tcnica olhos, penetrantes, ao final da vida , inesperadamente, o suporte ideal descrentes, no nos olham, para uma alma to apaixonada. Ao mas atravessam pelo observador em invs de grosseira, sua pincelada busca do esprito, da compaixo. exttica. (Na ilustrao direita, Estrada com cipreste e estrela, 1890, leo sobre tela, 92x73 cm, A pincelada Rijksmuseum Krller-Mller, Otterlo, onde so visveis as marcas das pinceladas de Van Gogh) Van Gogh intensificou a marca do pincel como recurso expressivo. O gesto criador foi valorizado principalmente pelos romnticos (Delacroix, por exemplo), os quais evitavam o
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A cor
Cores demais vivenciamos em nosso dia a dia. Qualquer loja de material artstico vende tubos e tubos dos mais variados matizes. Mas a cor de Van Gogh mais do que esta variedade catica de matizes. Olhando suas pinturas, parece-nos que a profuso a maior virtude. Ledo engano. Lendo seus escritos, especialmente as cartas que deixou para o irmo, Theo, aprendemos que acreditava na ressonncia profunda de cada matiz na alma humana. Para Van Gogh, cada cor era o smbolo de uma paixo. (Na ilustrao esquerda,Quatorze girassis em um vaso, 1888, leo sobre tela, 93x73 cm, National Gallery, Londres Exemplo da intensidade do uso da cor por Van Gogh).

disseminar-se, ficando imvel, prxima lmpada a gs. Parece que o amarelo tinha a sua preferncia. Predomina o amarelo na maioria de suas grandes obras, assim como amarelo o trigal que pintou nos ltimos dias antes de suicidar-se. O Trigal com corvos uma sntese de amarelo sobre o qual pairam os urubus pretos em revoada, preto que a ausncia da cor, ausncia da luz e da vida.

Os comedores de batata Van Gogh pinta esta tela em Nuenen, onde sua famlia morou por algum tempo. Pretendia retratar a dura realidade da vida camponesa, sua humildade e dignidade. Van Gogh realizou diversos estudos preparatrios para esta obra, no s da composio mas, tambm, dos personagens individualizados. Utilizase de poucas cores, variadas nos Como o interior do Caf noturno, as personagens so descritas no pela sua contrastes de claro e escuro. A tinta aplicada espessa, com a pincelada aparncia exterior, mas pelos talhando cada figura como se fosse feita contrastes de cores complementares de madeira. (Na ilustrao direita, Os que habitam seu universo interior, subjetivo. Assim o par vermelho e verde comedores de batata, 1885, leo sobre tela, 82x114 cm, Vincent van Gogh das paredes e do teto, intensificados Museum, Amsterd). pelo amarelo do piso, no permite a O caf noturno entrada de ar neste ambiente de perdio. Tudo est em suspenso, at mesmo a luz parece ter dificuldades em

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marca 0h:14), em que muitos dos freqentadores j foram embora do bar. Trs mesas esto ocupadas e, em duas delas, na extrema esquerda e direita da pintura, as pessoas nada consomem. Pela sua postura corporal, parece que j se acomodam para passar a noite, dormindo debruados sobre as mesas. Ao fundo um casal conversa e bebe. direita, um homem bebia e, ao que parece, levanta-se para posar para o artista. Olha para ele fixamente. As personagens so dispostas distantes umas das outras para aumentar a sensao de isolamento e solido. Van Gogh escreveu a seu irmo que procurou expressar neste quadro "as terrveis paixes humanas com o vermelho e o verde", e que um caf " um lugar onde uma pessoa pode arruinar-se, enlouquecer ou cometer um crime". A noite estrelada

Era um caf situado na praa Lamartine, estabelecimento muito comum na Paris da poca, dormitrio para bbados, mendigos e prostitutas. Van Gogh viveu ali durante algum tempo antes de se alojar na Casa Amarela. A posio do observador bastante elevada, o que amplia a sensao de profundidade das linhas do piso. Tambm a posio da mesa de bilhar, perpendicular linha de base do quadro, aprofunda o efeito de perspectiva. (Na ilustrao esquerda, O caf noturno, 1888, leo sobre tela, 70x89 cm, Yale University Art Gallery).

Este quadro pintado quando da estadia do O uso das cores complementares puras, pintor em especialmente o contraste entre Saint Remy. vermelho e verde, torna o ambiente Naquela abafado, um universo fechado em si poca, o pintor mesmo pela fora das cores. At mesmo esteve internado em um asilo a luz parece ter dificuldade em se psiquitrico, onde realizou mais de 150 movimentar pelo ar entumecido, quadros. A tela dividida ficando "ancorada", prxima aos horizontalmente pela linha do lampies. horizonte e verticalmente pelo cipreste. Das mesas visveis, duas esto cobertas A cidade longnqua, de pequenas casas, de copos e garrafas vazios, o que indica contrasta fortemente com o cipreste em uma hora avanada da noite (o relgio primeiro plano. As pinceladas so
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curvilneas, e se integram de maneira rtmica sobre a superfcie da pintura. Cu, cipreste e cidade integram-se em um movimento turbilhonante de luz e espiritualidade. (Na ilustrao direita, Noite estrelada, 1889, leo sobre tela) Pai Tanguy Tela do perodo parisiense do pintor. Tanguy era um comerciante de arte, amigo de Czanne, Pissarro, Monet, entre outros. Tanguy conservou este retrato at o final da vida, prova da amizade que reuniu a ambos. A salientar, na tela, o fundo, atrs da personagem, recoberto de estampas japonesas, que desempenharam importante papel nas artes europias do final do sculo XIX. Van Gogh as admirava e chegou a ter uma coleo destas gravuras. A pincelada vigorosa e as cores intensas so indicaes de seu estilo maduro de pintar. (Na ilustrao esquerda, Retrato de Pere Tanguy, 1887-8, leo sobre tela, 92x75 cm, Museu Rodin, Paris). Retrato do Dr. Gachet O dr. Gachet aqui retratado era um psiquiatra e pintor amador. Van Gogh trata-se com ele, e pinta este belo retrato. O mdico tem uma expresso melanclica, os olhos azuis perdidos ao longe, amplificados pelo azul presente
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ao fundo. Toda a composio baseia-se na presena de vrias diagonais. Uma, a da mesa sobre a qual debrua-se o personagem, pintada de vermelho vivo e quase paralela diagonal produzida pela inclinao da cabea do mdico. Seus dois antebraos correspondem a duas diagonais paralelas, antagnicas diagonal da mesa. As pinceladas so dramticas, pesadas, especialmente no casaco. (Na ilustrao direita,Retrato do dr. Gachet, 1890-06, Museu d'Orsay). O quarto do artista em Arles Aqui esto as trs verses que o artista pintou deste tema. Van Gogh escreveu a seu irmo: 'a contemplao do quadro deve repousar a cabea, ou melhor, a imaginao.' Todas as sombras so eliminadas e as cores puras so modeladas atravs da aplicao da tinta espessa. A perspectiva conduz o olhar para dentro da quarto e a janela, entreaberta, atrai a curiosidade do observador.
ARTE MODERNA

FOVISMO Em 1905, em Paris, no Salo de Outono, alguns artistas foram chamados de fauves (em portugus significa feras), em virtude da intensidade com que usavam as cores puras, sem mistur-las ou matiz-las. Quem lhes deu este nome foi o crtico Louis Vauxcelles, pois estavam expostas um conjunto de pinturas modernas ao lado de uma estatueta renascentista.

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Os princpios deste movimento artstico eram: (1869-1954), pintor francs, Nas suas pinturas ele no se preocupa como realismo, tanto das figuras como das suas cores. O que interessa a composio e no as figuras em si, como de pessoas ou de naturezas-mortas. Abandonou assim a perspectiva, as tcnicas do desenho e o efeito de claro-escuro para tratar a cor como valor em si mesma. Dos pintores fovistas, que exploraram o sensualismo das cores fortes, ele foi o nico a evoluir para o equilbrio entre a cor e o trao em composies planas, sem profundidade. Foi, tambm, escultor, ilustrador e litgrafo.

Criar, em arte, no tem relao com o intelecto e nem com sentimentos. Criar seguir os impulsos do instinto, as sensaes primrias. A cor pura deve ser exaltada. As linhas e as cores devem nascer impulsivamente e traduzir as sensaes elementares, no mesmo estado de graa das crianas e dos selvagens. Caractersticas da pintura: Pincelada violente, espontnea e definitiva; Ausncia de ar livre; Colorido brutal, pretendendo a sensao fsica da cor que subjetiva, no correspondendo realidade; Uso exclusivo das cores puras, como saem das bisnagas; Pintura por manchas largas, formando grandes planos; Principais Artistas:

MAURICE DE VLAMINCK (1876-1958), pintor francs, foi o mais autntico fovista, dizia: "Quero incendiar a Escola de Belas Artes com meus vermelhos e azuis." Adotou mais tarde estilo entre expressionista e realista.

ANDR DERAIN (1880-1954), pintor francs, dizia: "As cores chegaram a ser para ns cartuchos de dinamite." Por volta de 1900, ligou-se a Maurice de Vlaminck e a Matisse, com os quais se tornou um dos principais pintores fovistas. Nessa fase, pintou figuras e paisagens em brilhantes cores chapadas, recorrendo a traos impulsivos e a pinceladas descontnuas para obter suas composies espontneas. Aps romper com o fovismo, em 1908, sofreu influncias de Czanne e depois do cubismo. Na dcada de 1920, seus nus, retratos e naturezas-mortas haviam adquirido uma entonao neoclssica, com o gradual desaparecimento da gestualidade espontnea das primeiras obras. Seu estilo, desde ento, no mudou.

HENRI MATISSE

RAOUL DUFY (1877-1953), pintor, gravador e decorador francs. Contrastes tonais e a geometrizao da forma caracterizaram sua obra. Impressionista a princpio, evoluiu gradativamente para o fovismo, depois de travar contato com Matisse. Morreu um ano depois de receber o prmio de pintura da bienal de Veneza. CUBISMO Historicamente o Cubismo originou-se na obra de Czanne, pois para ele a pintura deveria tratar as formas da natureza como se fossem cones, esferas e cilindros. Para Czanne, a pintura no podia desvincular-se da natureza, tampouco copiava a natureza; de fato, a transformava. Ele dizia: Mudo a gua em vinho, o mundo em pintura. E era verdade. Em suas telas, a rvore da paisagem ou a fruta da natureza morte no eram a rvore e a fruta que conhecemos eram pintura. Preservavam-se as referncias exteriores que as identificavam como rvore ou fruta, adquiriam outra substncia: eram seres do mundo pictrico e no do mundo natural. Por isso, correto dizer que Czanne pintava numa zona limite, na fronteira da natureza e da arte. Entretanto, os cubistas foram mais longe do que Czanne. Passaram a representar os objetos com todas as suas partes num mesmo plano. como se eles estivessem abertos e apresentassem todos os seus lados no plano frontal em relao ao espectador. Na verdade, essa atitude de decompor os objetos no tinha nenhum compromisso de fidelidade com a aparncia real das coisas. O pintor cubista tenta representar os objetos em trs dimenses, numa superfcie plana, sob formas geomtricas, com o predomnio de linhas retas. No representa, mas sugere a estrutura dos corpos ou objetos. Representa-os como se movimentassem em torno deles, vendo-os sob todos os ngulos visuais, por cima e por baixo, percebendo todos os planos e 37

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volumes. Principais caractersticas: Pablo Picasso - (1881-1973) Tendo vivido 92 anos e pintado desde muito jovem at prximo sua morte passou por diversas fases: a fase Azul, entre 1901-1904, que representa a tristeza e o isolamento provocados pelo suicdio de Casagemas, seu amigo, so evidenciados pela monocromia e tambm a representa a misria e o desespero humanos; a fase Rosa, entre 1904-1907, o amor por Fernande origina muitos desenhos sensuais e erticos, com a paixo de Picasso pelo circo, iniciam-se os ciclos dos saltimbancos e do arlequim. Depois de descobrir as artes primitivas e africanas compreende que o artista negro no pinta ou esculpi de acordo com a tendncia de um determinado movimento esttico, mas com uma liberdade muito maior. Picasso desenvolveu uma verdadeira revoluo na arte. Em 1907, com a obra Les Demoiselles dAvignon comea a elaborar a esttica cubista que, como vimos anteriormente, se fundamenta na destruio de harmonia clssica das figuras e na decomposio da realidade, essa tela subverteu o sentido da arte moderna com a declarao de guerra em 1914, chega ao fim a aventura cubista. Tambm destacamos a obra Guernica que foi mostrada pela primeira vez na Exposio Internacional de Paris, em 1937. Foi concebido e executado com grande rapidez em seu estdio em Paris. Picasso pretendia que seu quadro fosse uma denncia contra a s mortes que estavam destruindo a Espanha na terrvel Guerra Civil (1936-39), e contra a perptua desumanidade do Inciom. A motivao imediata do quadro foi a destruio de Guernica, capital da regio basca, no dia da feira da cidade, 26 de abril de 1937. Em plena luz do dia, os avies nazistas, sob as ordens do general Franco, atacaram a cidade indefesa. De seus 7 mil habitantes, 1654 foram mortos e 889 feridos. Algumas das frases de Pablo Picasso:

geometrizao das formas e volumes renncia perspectiva o claro-escuro perde sua funo representao do volume colorido sobre superfcies planas sensao de pintura escultrica cores austeras, do branco ao negro passando pelo cinza, por um ocre apagado ou um castanho suave Braque e Picasso, seguindo a lio de Czanne deram inicio geometrizao dos elementos da paisagem. Braque enviou alguns quadros para o Salo de Outono de 1908, onde Matisse, como membro do jri, os viu e comentou: Ele despreza as formas, reduz tudo, stios, figuras e casas, a esquemas geomtricos, a cubos. Essa frase, citada por Louis Vauxcelles, em artigo publicado, dias depois, no Gil Blas, daria o nome ao movimento. O cubismo se divide em duas fases:

Cubismo Analtico - (1909) caracterizado pela desestruturao da obra em todos os seus elementos. Decompondo a obra em partes, o artista registra todos os seus elementos em planos sucessivos e superpostos, procurando a viso total da figura, examinado-a em todos os ngulos no mesmo instante, atravs da fragmentao dela. Essa fragmentao dos seres foi to grande, que se tornou impossvel o reconhecimento de qualquer figura nas pinturas cubistas. A cor se reduz aos tons de castanho, cinza e bege.

Cubismo Sinttico - (1911) reagindo excessiva fragmentao dos objetos e destruio de sua estrutura. Basicamente, essa tendncia procurou tornar as figuras novamente reconhecveis. Tambm chamado de Colagem porque introduz letras, palavras, nmeros, pedaos de madeira, vidro, metal e at objetos inteiros nas pinturas. Essa inovao pode ser explicada pela inteno dos artistas em criar efeitos plsticos e de ultrapassar os limites das sensaes visuais que a pintura sugere, despertando tambm no observador as sensaes tteis. Principais artistas: 38

"A obra de um artista uma espcie de dirio. Quando o pintor, por ocasio de uma mostra, v algumas de suas telas antigas novamente, como se ele estivesse reencontrando filhos prdigos - s que vestidos com tnica de ouro. "A Arte no a verdade. A Arte uma mentira que nos ensina a compreender a verdade". Braque sempre disse que na pintura s conta a inteno. verdade. O que conta aquilo que se faz. isso o importante. O que era afinal o mais importante no cubismo, era aquilo que se queria fazer, a inteno que

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se tinha. E isso no se pode pintar. Nada pode ser criado sem a solido. Criei em meu redor uma solido que ningum calcula. muito difcil hoje em dia estar-se sozinho, pois existem relgios. J alguma vez se viu um santo com relgio? No sou nenhum pessimista, no detesto a arte, pois no poderia viver sem lhe dedicar todo meu tempo. Amo-a como a minha nica razo de ser. Tudo que fao relacionado com a arte d-me a maior alegria. Mas por isso mesmo no vejo por que razo todo o mundo pretende interrogar a arte, exigindo-lhe certificados, deixando correr livremente sua estupidez em relao a este tema.

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Georges Braque - (1882-1963, 81 anos) Foi um pintor e escultor francs que juntamente com Pablo Picasso inventaram o Cubismo. Braque iniciou a sua ligao as cores, na empresa de pintura decorativa de seu pai. A maior parte da sua adolescncia foi passada em Le Havre, mas no 40

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ano de 1889, mudou-se para Paris onde, em 1906, no Salo dos Independentes, exps as suas primeiras obras no estilo de formas simples e cores puras (fovismo. No Outono de 1907, conheceu Picasso com quem se deu quase diariamente at que em 1914 devido a Grande Guerra se separaram. Braque foi mobilizado e ferido na cabea em 1915, tendo sido agraciado com a Cruz de Guerra e da Legio de Honra. Durante dois anos, devido ao ferimento esteve afastado da pintura. no conseguiu entregar-se totalmente liberdade inventiva de Picasso e Braque, mantendo seu cubismo preso a uma composio formal muitas vezes rgida e fria. No obstante, d uma contribuio importante ao introduzir no cubismo uma viso nova do espao como espao-tempo, ao decompor o objeto no plano, buscando exprimir as vrias etapas de sua apreenso no tempo.

Juan Gris - (1887-1927), pintor espanhol que aderiu ao cubismo em 1912, era um Inciom muito lcido em cuja arte o fator racionalizante tinha grande peso. Por essa razo, 41

Fernand Lger - (1881-1955) se desenvolveu o seu cubismo numa direo diferente de Braque e Picasso. Se tambm ouviu a frase de Czanne, que chamava a ateno para a geometria contida nos objetos naturais, passou a pintlos no como se fossem cubos, mas como cilindros e cones, tal como se observa em seu quadro Nus dans la fort (1909-10). Lger nunca atingira o grau de abstrao dos dois mestres cubistas, Picasso e Braque. De origem modesta, de famlia de camponeses

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normandos, desde cedo se interessou pelo desenho, o que o leva a Caen, capital da Alta Normandia, Frana, aos dezesseis anos, onde trabalhou como aprendiz de arquiteto. Em 1900, mudou-se para Paris, onde em um escritrio de arquitetura e retoques fotogrficos trabalhou como desenhista. Reprovado no exame de ingresso da Escola de Belas-Artes de Paris, estudou na Escola de Artes Decorativas e na Academia Julien; frequentando ainda vrios atelis, entrando em contato com a arte de Czanne. Aproxima-se dos cubistas em 1909, conhecendo os poetas Apollinaire, Max Jacob, Blaise Cendrars, os pintores Albert Gleizes, Robert Delaunay e, mais tarde, Georges Braque e Pablo Picasso. Em 1911, exps no Salo dos Independentes e, no ano seguinte, participa da Section DOr, e publica seu ensaio Les origines de la peinture contemporaine, na revista Der Sturm. Em contato com o Cubismo, Lger no aceitou sua representao exclusivamente conceitual, suas abstraes curvilneas e tubulares contrastavam-se com as formas retilneas preferidas por Picasso e Braque, e preconizavam uma aproximao s imagens orgnicas surrealistas.

Robert Delaunay (1885-1941), pintor francs o seu caminho no movimento cubista, o levaria a uma redescoberta da cor e do ritmo espacial, que daria sua pintura algo de composio musical. Quando em 1912, pintou seus Discos simultneos, uma nova vertente surgiu no cubismo, qual o poeta Apollinaire daria o nome de orfismo. AS fontes da pintura de Delaunay so as 42

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mesmas de Braque, ou seja, a lio cezanniana, que esto evidentes na sria de Villes, suas primeiras telas cubistas. Nelas, ele abdica das cores vivas que marcaram sua pintura anterior. Ele cria um novo repertrio de signos (ou objetos figurativos). Como Lger, ele chega rapidamente a uma linguagem abstrata, que se aproxima do decorativo, mas de que ele se afasta imprimindo em sua pintura a preocupao de expressar o dinamismo da vida moderna. A partir de 1912, Delaunay recorre cor como seu meio de expresso. Interessa-se pela lei dos contrastes simultneos de Chevreul, que servir de pretexto para suas frases cromticas e outras obras, fundadas na explorao daqueles contrastes. SURREALISMO Nas duas primeiras dcadas do sculo XX, os estudos psicanalticos de Freud e as incertezas polticas criaram um clima favorvel para o desenvolvimento de uma arte que criticava a cultura europia e a frgil condio humana diante de um mundo cada vez mais complexo. Surgem movimentos estticos que interferem de maneira fantasiosa na realidade. O surrealismo foi por excelncia a corrente artstica moderna da representao do irracional e do subconsciente. Suas origens devem ser buscadas no dadasmo e na pintura metafsica de Giorgio De Chirico. Este movimento artstico surge todas s vezes que a imaginao se manifesta livremente, sem o freio do esprito crtico, o que vale o impulso psquico. Os surrealistas deixam o mundo real para penetrarem no irreal, pois a emoo mais profunda do ser tem todas as possibilidades de se expressar apenas com a aproximao do fantstico, no ponto onde a razo humana perde o controle. A publicao do Manifesto do Surrealismo, assinado por Andr Breton em outubro de 1924, marcou historicamente o nascimento do movimento. Nele se propunha a restaurao dos sentimentos humanos e do instinto como ponto de partida para uma nova linguagem artstica. Para isso era preciso que o Inciom tivesse uma viso totalmente introspectiva de si mesmo e encontrasse esse ponto do esprito no qual a realidade interna e externa so percebidas totalmente isentas de contradies. A livre associao e a anlise dos sonhos, ambos mtodos da psicanlise freudiana, transformaram-se nos procedimentos bsicos do surrealismo, embora aplicados a seu modo. Por meio do automatismo, ou seja, qualquer forma de expresso em que a mente no exercesse nenhum tipo de controle, os surrealistas tentavam plasmar, seja por meio de formas abstratas ou 43 figurativas simblicas, as imagens da realidade mais profunda do ser humano: o subconsciente. O Surrealismo apresenta relaes com o Futurismo e o Dadasmo. No entanto, se os dadastas propunham apenas a destruio, os surrealistas pregavam a destruio da sociedade em que viviam e a criao de uma nova, a ser organizada em outras bases. Os surrealistas pretendiam, dessa forma, atingir uma outra realidade, situada no plano do subconsciente e do inconsciente. A fantasia, os estados de tristeza e melancolia exerceram grande atrao sobre os surrealistas, e nesse aspecto eles se aproximam dos romnticos, embora sejam muito mais radicais. Principais artistas

Salvador Dali - , sem dvida, o mais conhecido dos artistas surrealistas. Estudou em Barcelona e depois em Madri, na Academia de San Fernando. Nessa poca teve oportunidade de conhecer Lorca e Buuel. Suas primeiras obras so influenciadas pelo cubismo de Gris e pela pintura metafsica de Giorgio De Chirico. Finalmente aderiu ao surrealismo, junto com seu amigo Luis Buuel, cineasta. Em 1924 o pintor foi expulso da Academia e comeou a se interessar pela psicanlise de Freud, de grande importncia ao longo de toda a sua obra. Sua primeira viagem a Paris em 1927 foi fundamental para sua carreira. Fez amizade com Picasso e Breton e se entusiasmou com a obra de Tanguy e o maneirista Arcimboldo. O filme O Co Andaluz, que fez com Buuel, data de 1929. Ele criou o conceito de parania critica para referir-se atitude de quem recusa a lgica que rege a vida comum das pessoas .Segundo ele, preciso contribuir para o total descrdito da realidade. No final dos anos 30 foi vrias vezes para a Itlia a fim de estudar os grandes mestres. Instalou seu ateli em Roma, embora continuasse viajando. Depois de conhecer em Londres Sigmund Freud, fez uma viagem para a Amrica, onde publicou sua biografia A Vida Secreta de Salvador Dali (1942). Ao voltar, se estabeleceu definitivamente em Port Lligat com Gala, sua mulher, ex-mulher do poeta e amigo Paul luard. Desde 1970 at sua morte dedicouse ao desenho e construo de seu museu. Alm da pintura ele desenvolveu esculturas e desenho de jias e mveis.

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Joan Mir - iniciou sua formao como pintor na escola de La Lonja, em Barcelona. Em 1912 entrou para a escola de arte de 45

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Francisco Gali, onde conheceu a obra dos impressionistas e fauvistas franceses. Nessa poca, fez amizade com Picabia e pouco depois com Picasso e seus amigos cubistas, em cujo grupo militou durante algum tempo. Em 1920 Mir instalou-se em Paris (embora no vero voltasse para Montroig), onde se formara um grupo de amigos pintores, entre os quais estavam Masson, Leiris, Artaud e Lial. Dois anos depois adquiriu forma La masa, obra fundamental em seu desenvolvimento estilstico posterior e na qual Mir demonstrou uma grande preciso grfica. A partir da sua pintura mudou radicalmente. Breton falava dela como o mximo do surrealismo e se permitiu destacar o artista como um dos grandes gnios solitrios do sculo XX e da histria da arte. A famosa magia de Mir se manifesta nessas telas de traos ntidos e formas sinceras na aparncia, mas difceis de serem elucidadas, embora se apresentem de forma amistosa ao observador. Mir tambm se dedicou cermica e escultura, nas quais extravasou suas inquietaes pictricas.

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"cavalo de pau". Esse nome escolhido no fazia sentido, assim como a arte que perdera todo o sentido diante da irracionalidade da guerra. Sua proposta que a arte ficasse solta das amarras racionalistas e fosse apenas o resultado do automatismo psquico, selecionado e combinando elementos por acaso. Sendo a negao total da cultura, o Dadasmo defende o absurdo, a incoerncia, a desordem, o caos. Politicamente , firma-se como um protesto contra uma civilizao que no conseguiria evitar a guerra. Ready-Made significa confeccionado, pronto. Expresso criada em 1913 pelo artista francs Marcel Duchamp para designar qualquer objeto manufaturado de consumo popular, tratado como objeto de arte por opo do artista. O fim do Dada como atividade de grupo ocorreu por volta de 1921.

Principais artistas:

Para seu conhecimento: O sonho no pode ser tambm aplicado soluo das questes fundamentais da vida? (fragmento do Manifesto do Surrealismo de Andr Breton, francs que lanou o movimento). No mesmo manifesto, Breton define Surrealismo: Automatismo psquico pelo qual algum se prope a exprimir, seja verbalmente, seja por escrito, seja de qualquer outra maneira, o funcionamento real do pensamento. DADASMO Formado em 1916 em Zurique por jovens franceses e alemes que, se tivessem permanecido em seus respectivos pases, teriam sido convocados para o servio militar, o Dada foi um movimento de negao. Durante a Primeira Guerra Mundial, artistas de vrias nacionalidades, exilados na Sua, eram contrrios ao envolvimento dos seus prprios pases na guerra. Fundaram um movimento literrio para expressar suas decepes em relao a incapacidade da cincias, religio, filosofia que se revelaram pouco eficazes em evitar a destruio da Europa. A palavra Dada foi descoberta acidentalmente por Hugo Ball e por Tzara Tristan num dicionrio alemo-francs. Dada uma palavra francesa que significa na linguagem infantil 48

Marcel Duchamp (1887-1968), pintor e escultor francs, sua arte abriu caminho para movimentos como a pop art e a op art das dcadas de 1950 e 1960. Reinterpretou o cubismo a sua maneira, interessando-se pelo movimento das formas. O experimentalismo e a provocao o conduziram a idias radicais em arte, antes do surgimento do grupo Dada (Zurique, 1916). Criou os ready-mades, objetos escolhidos ao acaso, e que, aps leve interveno e receberem um ttulo, adquiriam a condio de objeto de arte. Em 1917 foi rejeitado ao enviar a uma mostra um urinol de loua que chamou de "Fonte". Depois fez interferncias (pintou bigodes na Mona Lisa, para demonstrar seu desprezo pela arte tradicional), inventou mecanismos pticos. Franois Picabia (1879-1953), pintor e escritor francs. Envolveu-se sucessivamente com os principais movimentos estticos do incio do sculo XX, como cubismo, surrealismo e dadasmo. Colaborou com Tristan Tzara na revista Dada. Suas primeiras pinturas cubistas, eram mais prximas de Lger do que de Picasso, so exuberantes nas cores e sugerem formas metlicas que se encaixam umas nas outras. Formas e cores tornaram-se a seguir mais discretas, at que por volta de 1916 o artista se concentrou nos engenhos mecnicos do dadasmo, de ndole satrica. Depois de 1927, abandonou a abstrao pura que praticara por anos e criou pinturas baseadas na

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figura humana, com a superposio de formas lineares e transparentes. Max Ernest (1891-1976), pintor alemo, adepto do irracional e do onrico e do inconsciente, esteve envolvido em outros movimentos artsticos, criando tcnicas em pintura e escultura. No Dadamo contribuiu com colagens e fotomontagens, composies que sugerem a mltipla identidade dos objetos por ele escolhidos para tema. Inventou tcnicas como a decalcomania e o frottage, que consiste em aplicar uma folha de papel sobre uma superfcie rugosa, como a madeira de veios salientes, e esfregar um lpis de cor ou grafita, de modo que o papel adquira o aspecto da superfcie posta debaixo dele. Como o artista no tinha controle sobre o quadro que estava criando, o frottage tambm era considerado um mtodo que dava acesso ao inconsciente. Man Ray (1890-1976, americano, nome real Emmanuel Radnitzky) A pintura, seu primeiro quadro (1913) cubista, assim como o cinema, quatro curta-metragens produzidos na dcada de 40, sempre andaram a reboque da grande paixo que Man Ray tinha pela fotografia. Era um experimentalista por excelncia. Trancava-se horas a fio no laboratrio fotogrfico para pesquisar, reconstruir e testar mtodos em busca de aperfeioamento. Mesmo sem deixar a sua paixo de lado, funda, em 1915, a primeira revista dadasta dos Estados Unidos, The Ridgefield Gazook, e, em 1921, participa da primeira Exposio Surrealista de Fotos, em Paris. E, tentando enquadrar a fotografia na categoria de arte, escreve, em 1937, o livro Fotografia no Arte? Fazia, assim, uma provocao tipicamente dadasta sociedade da poca. Man Ray trabalhou, a exemplo da arte pictrica do sculo IX, em trs gneros: natureza morta, paisagem e retrato. Lidando com os princpios bsicos da fotografia, ele inova, busca relevo, a terceira dimenso e, para alcanar isso, comea a usar a raiografia, uma tcnica em que objetos so colocados sobre o papel fotogrfico em um quarto escuro e expostos luz sem utilizao da cmera. Man Ray foi, na verdade, o grande defensor da fotografia como arte, uma espcie de arteso conceitual, sempre brincando com uma conscincia por trs das coisas em busca da metfora e no simplesmente jogando elementos. Com ligaes que passam pelo Cubismo, Dadasmo e Surrealismo, o artfice da foto criativa, elaborada, construda ou improvisada, tentando sempre uma aproximao entre fotografia e pintura e o 49 pioneiro da desconstruo da fotografia com a transformao de fotos tradicionais em criaes de laboratrio, usando muitas vezes distores de corpos e formas. Mas, artsticas ou no, o fato que as suas fotos mais ousadas no foram bem-aceitas pelo pblico e, em 1940, foi para Hollywood trabalhar como fotgrafo das estrelas de cinema como Ava Gardner, Marylin Monroe e Catherine Deneuve. O to esperado reconhecimento internacional por seus experimentos s veio em 1961 com a Medalha de Ouro na Bienal de Fotografia de Veneza. E, nos anos 70, quando surge o PsModernismo, Andy Warhol comea a fundir ainda mais os elementos pesquisados por Man Ray e a fotografia passa a ganhar, a partir da, o status de obra de arte.

ABSTRACIONISMO GEOMTRICO A arte abstrata tende a suprimir toda a relao entre a realidade e o quadro, entre as linhas e os planos, as cores e a significao que esses elementos podem sugerir ao esprito. Quando a significao de um quadro depende essencialmente da cor e da forma, quando o pintor rompe os ltimos laos que ligam a sua obra realidade visvel, ela passa a ser abstrata. Abstracionismo Geomtrico ou Formal, as formas e as cores devem ser organizadas de tal maneira que a composio resultante seja apenas a expresso de uma concepo geomtrica. Neoplasticismo, seu criador e principal terico foi Piet Mondrian. Onde as cores e as formas so organizadas de maneira que a composio resulte apenas na expresso de uma concepo geomtrica. Resulta s linhas verticais e horizontais e s cores puras (vermelho, azul e amarelo). O ngulo reto o smbolo do movimento, sendo rigorosamente aplicado arquitetura.

PIET MONDRIAN (1872-1944), pintor holands. Depois de haver participado da arte cubista, continua simplificando suas formas at conseguir um resultado, baseado nas propores matemticas ideais, entre as relaes formais de um espao estudado. O artista utiliza, como elemento de base, uma superfcie plana, retangular e as trs cores primrias com um pouco de preto e branco. Essas superfcies coloridas so distribudas e justapostas buscando uma arte pura. Segundo Mondrian, cada coisa, seja uma casa, seja uma rvore ou uma paisagem, possui uma essncia que est

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por trz de sua aparncia. E as coisas, em sua essncia, esto em harmonia no universo. O papel do artista, para ele, seria revelar essa essncia oculta e essa harmonia universal. Ele procura, pesquisa e consegue um equilbrio perfeito da composio, despojado de todo excesso da cor, da linha ou da forma. Em 1940, Mondrian foi para Nova York, onde realizou a ltima fase de sua obra: desapareceram as barras negras e o quadro ficou dividido em mltiplos retngulos de cores vivas. a srie dos quadros boogie-woogie.

Suprematismo, uma pintura com base nas formas 50

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geomtricas planas, sem qualquer preocupao de representao. Os elementos principais so: retngulo, crculo, tringulo e a cruz. O manifesto do Suprematismo, assinado por Malevitch e Maiakovski, poeta russo, foi um dos principais integrantes do movimento futurista em seu pas, defendia a supremacia da sensibilidade sobre o prprio objeto. Mais racional que as obras abstratas de Kandisky e Paul Klee, reduz as formas, pureza geomtrica do quadrado. Suas caractersticas so rgidas e se baseiam nas relaes formais e perceptivas entre a forma e a cor. Pesquisa os efeitos perceptivos do quadrado negro sobre o campo branco, nas variaes ambguas de fundo e forma. Outros Artisas / Outras Obras

KAZIMIR MALEVITCH (1878-1935), pintor russo. Fundador da corrente suprematista, que levou o abstracionismo geomtrico simplicidade extrema. Foi o primeiro artista a usar elementos geomtricos abstratos. Procurou sempre elaborar composies puras e cerebrais, destitudas de toda sensualidade. O "Quadro negro sobre fundo branco" constituiu uma ruptura radical com a arte da poca. Pintado entre 1913 e 1915, compe-se apenas de dois quadrados, um dentro do outro, com os lados paralelos aos da tela. A problemtica dessa composio seria novamente abordada no "Quadro branco sobre fundo branco" (1918), hoje no Museu de Arte Moderna de Nova York. Dizia que as aparncias exteriores da natureza no tinham para ele nenhum interesse, o essencial era a sensibilidade, livre das impurezas que envolviam a representao do objeto, mais do que isso, que envolviam a prpria percepo do objeto. Os elementos de esttica suprematista eram o retngulo, o crculo, o quadrado e a cruz, os quais na pintura de Malevitch, denominada pelo espiritual, adquirem um significado prximo do sagrado.

ABSTRACIONISMO SENSVEL A arte abstrata tende a suprimir toda a relao entre a realidade e o quadro, entre as linhas e os planos, as cores e a significao que esses elementos podem sugerir ao esprito. Quando a significao de um quadro depende essencialmente da cor e da forma, quando o pintor rompe os ltimos laos que ligam a sua obra realidade visvel, ela passa a ser abstrata. Abstracionismo Sensvel ou Informal, predominam os sentimentos e emoes. As cores e as formas so criadas livremente. Na Alemanha surge o movimento denominado "Der blaue Reiter" (O Cavaleiro Azul) cujos fundadores so os Kandinsky, Franz Marc entre outros. Uma arte abstrata, que coloca na cor e forma a sua expressividade maior. Estes artistas se aprofundam em pesquisas cromticas, conseguindo variaes espaciais e formais na pintura, atravs das tonalidades e matizes obtidos. Eles querem um expressionismo abstrato, sensvel e emotivo. Com a forma, a cor e alinha, o artista livre para expressar seus sentimentos interiores, sem relacion-los a lembrana 51

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do mundo exterior. Estes elementos da composio devem Ter uma unidade e harmonia, tal qual uma obra musical. Principais Artistas:

FRANZ MARC (1880-1916), pintor alemo, apaixonado pela arte dos povos primitivos, das crianas e dos doentes mentais, o pintor alemo Marc escolheu como temas favoritos os estudos sobre animais, conheceu Kandinsky, sob a influncia deste, convenceu-se de que a essncia dos seres se revela na abstrao. A admirao pelos futuristas italianos imprimiram nova dinmica obra de Marc, que passou a empregar formas e massas de cores brilhantes prprias da pintura cubista. Os nazistas destruram vrias de suas obras. As que restaram esto conservadas no Museu de Belas-Artes de Lige, no Kunstmuseum, em Basilia, na Stdtische Galarie im Lembachhaus, em Munique, no Walker Art Center, em Minneapolis, e no Guggenheim Museum, em Nova York.

WASSILY KANDINSKY (1866-1944), pintor russo, antes do abstracionismo participou de vrios movimentos artsticos como impressionismo tambm atravessou uma curta fase fauve e expressionista. Escreveu livros, como em 1911, Sobre o espiritual na arte, em que procurou apontar correspondncias simblicas entre os impulsos interiores e a linguagem das formas e cores, e em 1926, Do ponto e da linha at a superfcie, explicao mais tcnica da construo e inventividade da sua arte. Dezenas de suas obras foram confiscadas pelos nazistas e vrias delas expostas na mostra de "Arte Degenerada".

Tachismo (de tache = mancha). Formado por manchas coloridas colocadas lado a lado em um certo parmetro ou limite, no mnimo o brao do artista. Tambm existe um tipo de abstrato informal formado por manchas, porm, elas no possuem parmetro definido pelo brao do artista como no Tachismo. So manchas criadas impulsivamente com toda a liberdade ou efuso emocional do artista. Grafismo todo abstracionismo formado por uma grafia no cognificada. Orfismo tem ligao com a msica. Principal artista: Sonia Delaunay. Raionismo formado por raios, estanques, deslizes e riscos com luminosidade. Principal artista: Larionov/Gontcharova Action Painting ou pintura de ao gestual, criada por Jackson Pollock nos anos de 1947 a 1950 faz parte da Arte Abstrata Americana. Em 1937, fundou-se nos Estados Unidos, a Sociedade dos Artistas Abstratos. O abstracionismo cresce e se desenvolve nas Amricas, chegando criao de um estilo original. Caractersticas da Pintura: Compreenso da pintura como meio de emoes intensas. Execuo cheia de violenta agressividade, espontaneidade e automatismo. Destruio dos meios tradicionais de execuo pincis, trincha, esptulas, etc. Tcnica: pintura direta na parede ou no cho, em telas enormes, utilizando tinta leo, pasta espessa de areia, vidro modo. 52

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Principal Artista: construda, simboliza um mundo precrio e instvel, que se modifica a cada instante. Apesar de ter ganho fora na metade da dcada de 1950, a Op Art passou por um desenvolvimento relativamente lento. Ela no tem o mpeto atual e o apelo emocional da Pop Art; em comparao, parece excessivamente cerebral e sistemtica, mais prxima das cincias do que das humanidades. Por outro lado, suas possibilidades parecem ser to ilimitadas quanto as da cincia e da tecnologia. Principais artistas:

JACKSON POLLOCK (1912-1956), pintor americano, introduziu nova modalidade na tcnica, gotejando (dripping) as tintas que escorrem de recipientes furados intencionalmente, numa execuo veloz, com gestos bruscos e impetuosos, borrifando, manchando, pintando a superfcie escolhida com resultados extraordinrios e fantsticos, algumas vezes realizada diante do pblico. Desenvolveu pesquisas sobre pintura aromtica. Nos ltimos trabalhos nessa linha, o artista usou materiais como pregos, conchas e pedaos de tela, misturavam-se s camadas de tinta para dar relevo textura. Usou freqentemente tintas industriais, muitas delas usadas na pintura de automveis WILLEM DE KOONING (1904-1997), nos anos 20 e 30, antes de atacar suas telas, o jovem De Kooning, que abandonou a Holanda aos 22 anos a bordo de um cargueiro, comeou a vida como carpinteiro e pintor de paredes. De cultura europia, De Kooning herdaria o apreo ela arte figurativa, tornando-se um admirador da obra de seu conterrneo Rembrandt e do francs Czanne. Ao contrrio de seus colegas de vanguarda, que aboliram a representao figurativa de seus quadros. De Konning fez das figuras femininas - a marca da diferena em seu trabalho. "Minha obra vive de incluir as coisas, no de exclu-las", costumava afirmar. Ao final dos anos 40, junto com Jackson Pollock, Arshile Gorky e Mark Rothko, revolucionaria a pintura americana, fundando a vanguarda expressionista abstrata. Com seus borres e respingos de tinta atirados contra ela a tela, Pollock, o maior de todos, secundado por De Koonning e companhia, deslocou de Paris para Nova York a capital mundial das artes. Diversamente dos expressionistas europeus, que no comeo do sculo converteram sua arte numa forma de panfletagem poltico-social, a vanguarda expressionista ianque tratou de banir a poltica de seus quadros, preferindo expremir as misrias da condio humana nos limites da existncia individual. Morreu vtima do mal de Alzheimer em sua casa ateli em Long Island, perto de Nova York. OP-ART A expresso op-art vem do ingls (optical art) e significa arte ptica. Defendia para arte "menos expresso e mais visualizao". Apesar do rigor com que 53

Alexander Calder (1898-1976) - Criou os mbiles associando os retngulos coloridos das telas de Mondrian idia do movimento. Os seus primeiros trabalhos eram movidos manualmente pelo observador. Mas, depois de 1932, ele verificou que se mantivesse as formas suspensas, elas se movimentariam pela simples ao das correntes de ar. Embora, os mbiles paream simples, sua montagem muito complexa, pois exige um sistema de peso e contrapeso muito bem estudado para que o movimento tenha ritmo e sua durao se prolongue.

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literrios, no universo fashion, na esfera cinematogrfica, e nas demais vertentes artsticas. Esta tendncia cultural com certeza emerge das vertiginosas transformaes sociais ocorridas neste momento. Os artistas passam a questionar a prpria linguagem artstica, a imagem em si, a qual subitamente dominou o dia-a-dia do mundo contemporneo. Em uma atitude metalingstica, o criador se volta para a crtica de sua mesma obra e do material de que se vale para conceb-la, o arsenal imagtico ao seu alcance. Nos anos 60 a matria gerada pelos novos artistas revela um carter espacial, em plena era da viagem do Homem ao espao, ao mesmo tempo em que abusa do vinil. Nos 70 a arte se diversifica, vrios conceitos coexistem, entre eles a Op Art, que opta por uma arte geomtrica; a Pop Art, inspirada nos dolos desta poca, na natureza celebrativa desta dcada um de seus principais nomes o do imortal Andy Warhol; o Expressionismo Abstrato; aArte Conceitual; o Minimalismo; a Body Art; a Internet Street e a Art Street, a arte que se desenvolve nas ruas, influenciada pelo grafit e pelo movimento hip-hop. na esteira das intensas transformaes vigentes neste perodo que a arte contempornea se consolida. Ela realiza um mix de vrios estilos, diversas escolas e tcnicas. No h uma mera contraposio entre a arte figurativa e a abstrata, pois dentro de cada uma destas categorias h inmeras variantes. Enquanto alguns quadros se revelam rigidamente figurativos, outros a muito custo expressam as caractersticas do corpo de um homem, como a Marilyn Monroe concebida por Willem de Kooning, em 1954. No seio das obras abstratas tambm se encontram diferentes concepes, dos traos ativos de Jackson Pollok geometrizao das criaes de Mondrian. Outra vertente artstica opta pelo caos, como a associao aleatria de jornais, selos e outros materiais na obra Imagem como um centro luminoso, produzida por Kurt Schwitters, em 1919. Os artistas nunca tiveram tanta liberdade criadora, to variados recursos materiais em suas mos. As possibilidades e os caminhos so mltiplos, as inquietaes mais profundas, o que permite Arte Contempornea ampliar seu espectro de atuao, pois ela no trabalha apenas com objetos concretos, mas principalmente com conceitos e atitudes. Refletir sobre a arte muito mais importante que a prpria arte em si, que agora j no o objetivo final, mas sim um instrumento para que se possa meditar sobre os novos contedos impressos no cotidiano pelas velozes transformaes vivenciadas no mundo atual.

Victor Vassarely - criou a plstica cintica que se funda em pesquisas e experincias dos fenmenos de percepo tica. As suas composies se constituem de diferentes figuras geomtricas, em preto e branco ou coloridas. So engenhosamente combinadas, de modo que atravs de constantes excitaes ou acomodaes retinianas provocam sensaes de velocidade e sugestes de dinamismo, que se modificam desde que o contemplador mude de posio. O geometrismo da composio, ao qual no so estranhos efeitos luminosos, mesmo quando em preto e branco, parece obedecer a duas finalidades. Sugerir facilidades de racionalizao para a produo mecnica ou para a multiplicidade, como diz o artista; por outro lado, solicitar ou exigir a participao ativa do contemplador para que a composio se realize completamente como "obra aberta".
A arte contempornea construda no mais necessariamente com o novo e o original, como ocorria no Modernismo e nos movimentos vanguardistas. Ela se caracteriza principalmente pela liberdade de atuao do artista, que no tem mais compromissos institucionais que o limitem, portanto pode exercer seu trabalho sem se preocupar em imprimir nas suas obras um determinado cunho religioso ou poltico. Esta era da histria da arte nasceu em meados do sculo XX e se estende at a atualidade, insinuando-se logo depois da Segunda Guerra Mundial. Este perodo traz consigo novos hbitos, diferentes concepes, a industrializao em massa, que imediatamente exerce profunda influncia na pintura, nos movimentos

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Especial
Por Maria

Arte
de

Conceitual
Castro

Mas afinal de contas o que Arte Conceitual?


Muitos artistas tem perguntado ao ArtePrtica o que a Arte Conceitual. Nessa matria tentamos de uma maneira simples mas rigorosa introduzir o assunto aos nossos leitores. A Arte Conceitual , no Brasil, um campo de expresso artstica muito pouco compreendido. Por culpa de muitos artistas, jornalistas e crticos de arte que tem tratado a idia de arte conceitual como se esta fosse a nica forma de Arte contempornea, vrios grupos de artistas ligados a outros tipos de expresso tem sentido que a Arte Conceitual uma rea fechada, somente acessvel a poucos eleitos. A realidade no se mostra assim. A arte conceitual nada mais do que uma das inmeras formas de expresso artsticas possveis para o desenvolvimento de um trabalho pelo artista plstico.

americana ArtForum publicou o texto do artista minimalista Sol LeWitt intitulado Pargrafos sobre a Arte Conceitual. Nesse artigo o artista organiza as reflexes j existentes na rea sobre uma arte que se desenvolve somente no campo das idias, abandonando um pouco a materialidade da obra de arte. Nessa forma de expresso artstica as idias, reflexes e pensamentos do artista seriam mais importantes do que o objeto de arte em si. Como exemplo podemos dizer que na Arte Conceitual uma tela

completamente coberta de tinta vermelha pode no ser mais entendida como uma pintura de cor nica mas sim como um suporte das reflexes do artista: para ele talvez pintar a tela vermelha seja uma forma de refletir sobre a angstia e a violncia no mundo. Atravs desse exemplo podemos entender que a obra de arte conceitual exibida em uma exposio nada mais do que um documento, um relato das reflexes do artista. Esse documento no usa a linguagem escrita, usa apenas a linguagem visual prpria do artista plstico. Ao observador cabe tentar entender ou no essa reflexes.

Interveno urbana de Jos Rezende no Projeto Arte Cidade, So Paulo

Letras, obra de Mira Schendel e instalao de Cildo Meirelles denominada Desvio para o Vermelho

As discusses que levaram ao surgimento da Arte Conceitual so muito antigas. Comeam no trabalho de Marcel Duchamp e continuaram atravs da primeira metade do sculo XX. Na dcada de 60 atravs das idias veiculadas pelo grupo Fluxus a Arte Conceitual torna-se um fenmeno mundial. No Brasil artistas como Artur Barrio, Baravelli, Carlos Fajardo, Cildo Meirelles, Jos Rezende, Mira Schendel, Tunga e Waltrcio Caldas comeam a desenvolver um trabalho nessa forma de expresso. Para esclarecer precisamos antes Conceitual Segundo Atkins, popularizou em um pouco mais a situao entender o que o termo Arte significa. o termo Arte Conceitual se 1967 depois que a revista

interessante notar que na Arte Conceitual o pblico obrigado a deixar de ser apenas um observador passivo pois o entendimento da obra de arte no mais direto. O pblico tambm obrigado a refletir e sair da confortvel situao de saber, por antecipao, avaliar se uma obra de arte ruim ou boa. No mais Possvel ir a

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uma exposio e dizer essa paisagem est bem composta, a pintura de qualidade. Questes clssicas das artes plsticas como a composio, estudo de cor e a uso da luz podem no ter sentido nenhum na arte conceitual. Bem, se o pblico chamado a ter o trabalho de pensar sobre a obra de arte para aceita-la e entende-la, o trabalho do artista tambm no menos difcil.
Objeto Preenchido de Waltrcio Caldas

Atualmente os artistas conceituais produzem atravs de vrias formas de expresso artsticas: video arte, fotografia, instalao, performance, internet art e Land Art. Cada uma dessas formas de expresso leva o artista a novos desafios e muitas vezes a uma volta para as formas de expresso tradicionais das artes, como a pintura, a gravura e a escultura. Esse movimento de Interrelao entre tradies artsticas tradicionais e contemporneas tem muitas vezes sido chamado de Neo-Conceitualismo. Talvez o Neo-Conceitualismo nada mais seja do que a superao das pr-concepes que tanto tem atrapalhado a livre expresso do artista plstico na atualidade, possibilitando que ele possa enfim produzir arte sem ser rotulado como acadmico ou contemporneo. Talvez o NeoConceitualismo permita que o artista seja simplesmente um artista.

Pensar e refletir sobre a realidade de maneira sofisticada exige do artista uma referncia que muitas vezes ele no tem. Da mesma maneira como um pintor figurativo necessita estudar profundamente a sua tcnica e forma de expresso para que possa fazer, por exemplo, um retrato de qualidade o artista conceitual necessita ter um profundo conhecimento de filosofia, histria, cultura e informao sobre o mundo atual e artistas contemporneos para que possa criar reflexes visuais consistentes. Esse esforo fundamental para o artista interessado na arte conceitual: no podemos esquecer que muito comum encontrarmos artistas que se dizem conceituais mas que so incapazes de discorrer poucas linhas sobre as reflexes contidas em seu trabalho. Essa situao s leva ao descrdito de sua produo e a de toda uma rea artstica. devido a essa necessidade de estudo que a maioria dos artistas conceituais vem de uma formao universitria. Muitas vezes, compelidos pela necessidade de estudo, esses artistas acabam produzindo pesquisas de mestrado e doutorado em artes.
A Janela e o Olhar, video arte de Ricardo Hage

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