Transferéncia Simultanea de Calor
e de Massa — Secagem
© termo secagem, na concepgao deste capitulo,
aplica-se a transferéncia de um liquido que esté num s6-
lido molhado para uma fase gasosa nao saturada. A re-
mogao da umidade de gases, que também & chamada de
secagem, foi discutida nadesumiditicagéo enaadsorgao.
Aplicam-se também as operacées de secagem os fa-
tores que discutimos a propésito da umidificagao e da
desumidificagao e as equagées da cinética da transferén-
cia de massa e de calor que vimosno Cap. 17.0 processo
de secagem, entao, é idéntico a um processo de umidifi-
cago, exceto quanto a influéncia exercida pelo proprio
sélido sobre 0 proceso de secagem. Esta influéncia
‘considerdvel. A investigagao da secagem e 0 célculo das
dimensées do equipamento de secagem devem levar em
conta uma multidéo de problemas nas éreas da mecanica
40s fiuidos, da quimica das superficies e da estrutura dos
s6lidos, além dos problemas de velocidade de transferén-
cia que se discutiram na umidificagao. Em muitos casos, 0
projeto perfeitamente cotado do secador € impossivel,
pois estes fendmenos fisico-quimicos so muito compli-
cados e imperfeitamente compreendidos. Por exemplo,
na secagem da madeira, parte do liquido é retida no inte-
rior das fibras, Esta umidade sé pode migrar para o ar
seco mediante a difuséo através das fibras da parede.
Uma vez que a difusao de umidade é muito lenta, @ ma-
deira pode estar completamente seca na superficie antes
de liquido escapar completamente. Esta secegem desi-
gual pode provocar rachadura e empenamento da ma-
deira. O problema, em conjunto, foi abordado empirica-
mente, de modo que se podem estabelecer condigdes
para a secagem eficiente da madeira; 0 mecanismo bé-
sico do movimento do liquido, no entanto, ainda perma
nece duvidoso. Um outro exemplo 6 0 da secagem de
detergentese de muitos outros materiais por nebulizacao.
0 tempo de secagem depende, em grande medida, das
dimensées das goticulas dispersadas na camara quente.
Qualquer dispositive de nebulizagéo provoca a formagao
de goticulas com uma certa faixa de dimens6es, e estas,
diferentes goticulas secam de forma diferente, nas mes-
mas condigdes. Na secagem de detergentes, a exposicao
das goticulas a0 meio secante provoca a formagao, na
superficie da goticula, de uma carapaga resistente, par-
cialmente seca, o que inibe o escapamento da umidade. O
calor, no entanto, escoa com facilidade através da cara~
aga e evapora 0 liquido no interior da goticula. O vapor
produzido causa o inchamento da goticula, muitas vezes
rompe-a e em alguns casos forma excrescéncias arre-
dondadas na superficie da carapaca original. Entao, as
particulas secas sao uma mistura de esteras ocas, de
fragmentos de esferas e de aglomerados de esférulas
cas. A distribuicao das dimensdes nao pode ser prevista
apartir da distribuicao das dimensoes na névoaoriginal. A
velocidade de queda das particulas, através do ar quente,
e portantoo tempo de secagem, é muito dificil de prevere
a distribuicao inicial das dimensdes das goticulas s6 oca-
sionalmente calculavel. Ainda um terceiro exemplo, o da
secagem em tambor de produtos como leite e papas. A
suspenséo grossa do produto reveste a superficie de um
tambor aquecido e a ela adere durante a secagem. A
espessura da camada é uma fungao da tensao superficial
e das caracteristicas de coesao da suspensio, mas naose
conhecem as relagées exatas entre estas grandezas,
Como é natural, a espessura controla o grau de secagem
©, por isso, 0 teor final de umidade. Estes fatores assumem
grande importancia, pois em geral o sélido seco € 0 pro-
duto valioso. A sua forma, cor, estabilidade e textura fixam
(© seu valor de venda e dependem do processo de seca-
gem a que foi submetido.
COMPORTAMENTO GERAL NA SECAGEM
Na secagem de um sélido tmido, mediante um gas a
uma temperatura ea uma umidade fixas, manifesta-se
sempre um certo tipo de comportamento. Imediatamente
depois do contato entre a amostra e o meio secante, a
temperatura do sélido ajusta-se até atingir um regime
Permanente. A temperatura do sélido e a velocidade de
secagem podem aumentar ou diminuir para chegarem ascondigdes do regime permanente. Neste regime, uma
Prova de medida de temperatura mostra que a tempera~
tura da superficie do sélido molhado é a temperatura de
bulbo-tmido do meio secante. As temperaturas no inte-
Fior do sélido tendem a ser iguais a temperatura de bulbo
mide do gés, mas a concordéncia entre elas é imperteita
em virtude das defasagens entre o movimento de massa e
©de calor. Umavez que as temperaturas do sélido tenham
atingido a temperatura de bulbo Umido do gas, elas per-
manecem bastante estaveis e a taxa de secagem também
permanece constante. Este perfodo da secagem ¢ o pe-
tlodo de secagem a taxa constante. O periodo termina
quando 0 sélido atinge 0 teor de umidade critico. Alem
deste ponto, a temperatura da superficie eleva-se e a taxa
de secagem cai rapidamente. O poriodo de taxa decres-
cente pode ser bem mais dilatado que 0 periodo de taxa
constante, embora a remocao de umidade seja muito me-
Nor. A taxa de secagem aproxima-se de zero, num certo
teor de umidade de equilibrio, que é © menor teor de
umidade atingivel, no processo de secagem, com
osélidonascondigées a que esta submetido. AS:
© 18.2 mostram curvas tipicas de secagem, uma na base
do teor de umidade contra o tempo e a outra na base da
velocidade de secagem contra o tempo. 0 grafico de teor
de umidade contrac tempo (Fig. 18.1)6 atorma que se deve
obter com os dados de ensaios de secagem. A Fig. 18.2,
que é 0 grdfico da velocidade de secagem em funcao do
teor de umidade, é muito mais descritivo do processo de
secagem.E o grafico que se obtém derivando os dados na
forma da Fig. 18.1; tem considerdvel flutuacao de resulta-
405 @, por isso, razoavel incerteza
Estas curvas tipicas de secagem esto relacionadas
‘20s mecanismos de realizago da secagem. O periodo de
secagem representado pelo segmento AB das curvas da
Fig. 18.1 e da Fig. 18.26 0 periodo em regime nao perma-
nente, durante o qual a temperatura do s6lido atinge o seu
valor de regime permanente. Embora a forma que esté na
figura seja tipica, é possivel obter qualquer outra forma, ¢
AB pode ocorrer com uma velocidade crescente, con-
forme se mostra, ou com velocidade decrescente. Du-
rante o periodo a taxa constante (segmento BC das curvas
de secagem das Figs. 18.1 @ 18.2), toda a superficie ex-
Posta do sélido esta saturada de Agua. A secagem ocorre
como se fosse a evaporacao de uma massa de liquido,
‘Teor de umidade (%'), massa de
Tiquido/massa de
Fig. 18.1 Curva de secagem tipica em condigées constantes de
‘Secagem; teor de umidade em funcao do tempo,
+t
:
i
Teor de umidade Uf), massa de liquido/messa de sblido seco
Fig. 18.2 Curva de taxa de secagem tipica em condigdes cons-
tanies de secagem; taxa (velocidade) de secagem em fungao do
teor de umidade,
sem haver influancia direta do solido na taxa de secagem.
E possivel que a aspereza da superficie sélida, sobre a
qual se estende a pelicula liquida, provoque aumento dos
coeficientes de transteréncia de massa e de calor, mas
este efeito nao est firmemente estabelecido. A tempera-
tura da superficie atinge, conforme se pode esperé
temperatura de bulbo Umido. O regime de secagem a taxa
constante continua, com a massa subtraida da super
cie sendo substituida pelo liquide que vem do int
rior do sélido. O mecanismo do deslocamento do
quido, e por isso a velocidade deste movimento, varia
acentuadamente com a prépria estrutura do sélido, Nos
sélidos que tém espacos vazios e abertos relativamente
grandes, o movimento sera, possivelmente, controlado
Pela tensdo superficial e pelas forcas da gravidade no
interior do s6lido. Nos s6lidos com estruturas fibrosas, ou
amortas, 0 movimento do liquido ocorre por difusso atra-
vés do sélido. Desde que as taxas de difusdo so menores
que 0 escoamento por gravidade ou por capilaridade, os
s6lidos nos quais a difusao controla 0 movimento do
liquido tendem a ter periodos a taxa constante mais cur-
tos, ou mesmo a secarem sem que haja um periodo de
taxa constante perceptivel. No pontoC, 0 teorde umidade
do sélido ¢ o minimo para suprir, na sua inteireza, a totali-
dade da superficie.
Durante 0 periodo de secagem, entre os pontosC eD
da Fig. 18.2, denominado o “primeiro periodo de taxa
decrescente”, a superficie fica paulatinamente mai
pobre em liquido, pois a velocidade do movimento do
liquido para a superficie é menor que a velocidade com
que a massa 6 transferida da superficie. No ponto D nao
h4, na superficie, qualquer drea significativamente satu-
rada no liquido. A parte da superficie que esta saturada
seca pela transferéncia convectiva de calor para a cor-
rente gasosa e pela transferéncia de massa para a cor-
Fente do gas secante. O vapor, nos niveis mais internos da
amostra sélida, difunde-se para a parte da superficie que
do esta saturada e continua a difundir-se paraa corrente
gasosa. Este mecanismo ¢ muito lento em comparacao
com a transferéncia convectiva que ocorre na superficie
saturada.
Nos teores de umidade mais baixos que os do pontoD
da Fig. 18.2, toda a evapora¢ao ocorre a partir do interior40 sélido. Amedida que o teor de umidade continuaa cair,
a distancia a ser coberta na difusdo do calor e da massa
aumenta até que, em Xe, 0 teor de umidade de equilibrio.
cessa a secagem. O teor de umidade de equilibrio é atin-
gido quando a presséo de vapor sobre 0 s6lido é igual
Pressao parcial do vapor no gas secante afluente. Este
Period 6 denominado o “segundo periodo de taxa de-
crescente””
Classes de materiais em fungdo do
comportamento na secagem
Com base no comportamento durante a secagem,
possivel dividir os materiais em duas classes principais. A
primeira destas classes ¢ constituida por sdlidos granula-
dos ou cristalinos que retém a umidade nos intersticios,
entreas particulas, ou em porossuperficiais, rasose aber-
tos. Nestes materiais, o movimento da umidade é relat
vamente livree ocorre em conseqiiéncia da interagao das,
forcas gravitacionais e das forgas de tensao superficial
(ou capilares). O petiodo de taxa constante alonga-se até
teores de umidade relativamente baixos. Embora 0 pe-
riodo de taxa decrescente divida-se nas duas partes men-
cionadasacima, 6 comum assumir a forma aproximadade
uma reta, no plano da taxa contra 0 teor de umidade, ©
s6lido em si, que é usualmente inorganico, 6 pouco afe-
tado pela presenga do liquido e ndo sofre grande agao do
processo de secagem. Por isso, as condigbes de secagem
podem ser escolhidas na base da comodidade e da vanta-
gem econdmica, com pequena preocupagao a respeito
dos efeitos das condigbes da secagem sobre as proprie-
dades dos produtos secos. No caso dos hidratos, as con-
digdes de secagem afetam o produto pela alteracdo do
hidrato que se obtém, mas, fora isto, os materiais nao s40
alterados pelas condigées da secagem sobre uma ampla
faixa de temperatura e de umidade. Exemplos de mate-
riais que pertencem aesta classe soa moinha de rocha, 0
didxido de titanio, 0 amarelo de cromo, catalisadores,
sulfato de zinco monoidratado e fostatos de s6dio. Nestas,
substéncias, os teores de umidade no equllibrio sao
usualmente muito préximos de zero.
‘A maioria dos sélidos organicos ou é amorta, ou fi
brosa ou gelatinosa, e constitui a segunda classe princi-
pal de materiais. Estes materiais retém a umidade como
parte integral da estrutura do sdlido, ouentao retém-nano
interior de fibras ou de poros delgados internos. Nestas
substéncias, o movimento da umidade ¢ lento e prova-
velmente ocorre pela difusao do liquide através da estru-
tura do sélido. Por isso, as curvas de secagem das subs-
tancias mostram periodos de taxa constante muito curtos,
{que terminam em valores elevados do teor critico de umi-
dade, Pelas mesmas raz6es, 0 primeiro periodo de taxa
decrescente @ muito reduzido, e a maior parte do pro-
‘cesso de secagem 6 controlada pela difusao do liquido;
isto 6, a velocidade de secagem é controlada pela veloci-
dade de difuséo do liquido através do sélido. A maior
parte da secagem ocorre no segundo periodo de taxa
decrescente. Os teores de umidade no equilibrio sao em
geral elevados, 0 que indica ser significativa a quantidade
de dgua que é retida intimamonte na estrutura do sélido,
‘ou em poros tao delgados que a sua pressio de vapor 6
significativamente reduzida. Em virtude de a Agua pre-
sente fazer parte da estrutura do sélido, os sélidos s4o
afetados pela remocao da umidade. As camadas superti
cials tendem a secar mais rapidamente que o interior.
Quando a taxa de secagem for muito elevada, é possivel
que se estabelecam diferencas tao grandes no teor de
umidade no interior da amostra que a amostra racha ou
‘empena. Em outros casos, possivel que se forme um
revestimento relativamente impermedvel de material par-
cialmente seco, que inibe o prosseguimento da secagem
no interior e pode acentuar a desigualdade de teores de
umidade na amostra, com 0 conseqiente realce da ten-
déncia de o sélido deteriorar-se. Em virtude destas cir-
cunstancias, as condig6es de realizacao da secagem sao
criticas. As condigdes devem ser escolhidas tendo em
vista, primordialmente, os efeitos que podem ter sobre a
qualidade do produto; a economia do proceso ou a co-
modidade da operacao sao fatores subordinados. Exem-
plos deste tipo de material inciuem os ovos, os detergen-
tes, as colas, 0 extrato de café solivel, cereais, amido,
sangue animal e extrato de soja.
Movimento da umidade — mecanismo da difusao
Num sétido relativamente homogéneo, como os séli-
dos orgénicos fibrosos, as substancias gelatinosas, as
tortas porosas, a umidade movimenta-se, provavelmente,
para a superficie em virtude da difusao molecular. A velo-
cidade do movimento da umidade 6 entao expressa pela
lei de Fick (Eq. 11.13) alterada para aplicar-se a este caso
particular,
og BR
det ax?
(18.1)
‘onde
= coeficiente de difusao do liquido aplicavel ao
movimento atravésdo sélido, em m?/s ou ft?/h
A integragao desta equagao requer que as condigées de
contorno sejam conhecidase que as caracteristicasde 9;
sejam especificadas. Noscasos mais simples, 7,” pode ser
considerado constante, ea secagem ocorre apenas numa
face de uma placa, cujas faces laterais e a face do fundo
estéo isoladas. Com estas restrig6es, e admitindo que no
estado inicial a umidade esteja uniformemente distribuida
na placa, a solugao obtida por Sherwood" e Newman’? 6
. 1 a0(2)
1 ,-7622"e(7) +.) (182
onde
1 = distdncia entre a face e 0 centro, numa placa
que seca pelas duas faces, ou espessura total
da placa, quando a secagem ocorre apenas
por uma face, em m (ou ft)
Xe. = teor de umidade no equilibrio, em massa do
liquido/m massa do sélido seco, kg/kg (ou
Ib/tb)
teor de umidade no instanteé, kg de liquido/kg
de sélido seco (ou Ib/Ib)
Xc! = teor de umidade no inicio do periodo durante
© qual a taxa de socagem ¢ controlada pela di-
fuséo, kg de liquido/kg de sdlido seco (ou
Ib/ib)Uma vez que 0 movimento do liquido por difusdo é relati-
vamente lento, a curva da taxa de secagem pode quase
‘nao apresentar o periodo de taxa constante. Em qualquer
caso, X¢’ Ser 0 teor de umidade ao término do periodo de
taxa constante e é idéntico ao teor de umidade critico. A
Eq. 18.2 dé entdo a curva de teor de umidade contra 0
tempo, durante o periodo de taxa decrescente.
Uma vez que a Eq. 18.1 86 difere da Eq. 11.13 pela
definigao de 2,* e nas unidades coerentes usadas para a
concentracao, os métodos de resolugdo da Eq. 11.13,
esquematizados no Cap. 11,840 também utilizaveis com a
Eq. 18.1. Especiticamente, as cartas de Gurney-Lurie
Constituem resolugées graficas dteis da Eq. 18.1, ¢a Fig.
11.2 pode ser usada para resolver a Eq. 18.2.
Mesmo quando a difuséo controla o movimento da
umidade através do sélido, a Eq. 18.2ndo se ajustaa curva
da velocidade de secagem determinada experimental-
mente. Muitos s6lidos alteram as caracteristicas dos seus
Poros durante a secagem, de modo que “,* é raramente
constante. Além disso, a distribuicao de umidade no teor
de umidade critico € raramente uniforme. Em algumas
substncias, como madeira e argila, verificou-se que a
distribuigao 6 praticamente parabélica, e existem* as so-
lugdes da Eq. 18.1 com esta condigdo de contorno.
Movimento da umidade — mecanismo da
capilaridade
Nos leitos de sélidos granulados, ou nas substancias
que tém uma estrutura com poros abertos, o mecanismo
da difuséo molecular é evidentemente inapropriado. Nes-
tes materiais, o movimento do liquido dentro do sdlido 6
conseqiiéncia das forgas resultantes das diferencas entre
@ pressao hidrostatica e os efeitos da tensao superficial?
Atensdo superficial provoca uma pressao sob uma super-
ficie liquida encurvada que 6 diferente da prasséo sob
uma superficie plana. No caso de uma esfera de raio r,
Pode-se demonstrar que
2y
~Ap=— (18.3)
r
onde
—AP = diminuigao da pressao provocada pelos efei-
tos da tensao superficial, N/m? (ou Iby/in?)
jensao superficial na interface liquido e gas,
N/m (ou Iby/in)
aio de curvatura da esfera, m (ou in)
y
r
0 raio, nesta f6rmula, 6 positivo no caso de uma bolha de
gas imersa em liquido e negativo no caso de uma goticula
de liquido suspensa no gas. Quando se insere um pe-
queno tubo num liquido, conformea Fig. 18.3, a ascensao
do liquido no tubo pode ser determinada mediante um
balango de forgas no ponto A. A superficie do liquide no
tubo tem um raio de curvatura igual ao raio do tubo so-
‘mente no caso em que 0 liquido molha completamente o
tubo € 0 Angulo de contato na parede do tubo é igual a
Zero. Quando isto ocorre, o balango de forcas da
g
—aP= Azo, — py) =2
i r
Ge 27
2 roo. — pv) (18.4)
Fig. 18.3 Efeito de capilaridade.
€r pode serigualado ao raio interno do tubo. Em qualquer
sélido sujeito a secagem, as dimensdes dos poros nao so
uniformes e a molhagem pode nao ser completa, mas o
mecanismo do movimento o descrito acima.
Em teores mais baixos de umidade (entre C e D, na
Fig. 18.2), a interface do liquido principia a afastar-se da
superficie. Esta retragao nao ¢ uniforme, pois 0s raios de
curvatura dos meniscos liquidos na superficie ndo séo
uniformes. 0 liquido nos poros maiores ¢ atraido para o
terior da amostra pela acao das forgas de tensdo super-
icial e supre a formagao dos meniscos nos poros meno-
res. A medida que a secagem avanga, 0 liquido dos poros
maiores continua a recuar até atingir um “estrangula-
mento” no poro, onde entéo assume uma curvatura que
se ajusta a curvatura dos outros poros cheios de liquido,
ou, entdo, 0 liquido recuao suficiente para que o desequi-
librio das forgas capilares seja anulado pelo desequilibrio
das forgas gravitacionais. Continuando-se a retirada de
umidade, aumenta 0 némero dos poros que perdem a
umidade desta forma, de modo que entre C e D, a propor-
‘G0 da superficie total que permanece saturada fica cada
vez menor. A Fig. 18.4 mostra a fase sélida durante este
periodo. Ataxa global de secagem é reduzida, poiso calor
© a massa even, ambos, difundir-se através da camada
superior do sélido. No instante em que se atinge o ponto
D, 0 “segundo ponto critico", a umidade abandonou
todos 05 poros superticiais. A continuagao da secagem
envolve uma disténcia cada vez maior para a difusao de
calor e de massa. A situagéo fisica, no caso de um leito de
slidos granulados, é a da Fig. 18.5. Durante os periodos
mais avangados da secagem, a temperatura da superficie
do sélido aproxima-se da temperatura do meio secante,
mas a superticie onde ocorre realmente a evaporacao
permanece na temperatura de bulbo Umido. E dificil de-
Escoamento do gs socante
Fig. 18.4 Distribuigao da umidade num leito solide particulado,
durante 0 primeiro periodo de taxa decrescente,Fig. 18.8 Distribuicao da umidade num leito sélido particulado.
durante 0 segundo periodo de taxa decrescente.
terminar experimentalmente 0 segundo ponto critico, e
nao raro que a curva da velocidade de secagem seja
regular de C até E. As curvas diferem bastante em formae
inclinagoes, dependendo da estrutura do sdlido e da faci-
lidade de movimento da umidade no interior do sélido. No
final da secagem, a umidade presente esta em pequenas
bolsas, em poros pequenos, espalhadas por todo osélido,
conforme o esquema da Fig. 18.6. A superficie de soca-
gem real 6 dispersa e descontinua, ¢ 0 mecanismo que
controla a taxa de secagem ¢ 0 da difusao de calor e de
massa através do s6lido poroso.
Fig. 18.6 Distribuigéo da umidade num leito sélido particulado,
no final do processo de secagem.
CALCULO DO TEMPO DE SECAGEM
Nos calculos que envolvem a secagem, a curva da
velocidade de secagem deve ser analisada om cada uma
das suas secdes principais, pois os fatoresde controle sao
diferentes em cada uma das diferentes partes da curva. A
velocidade de secagem é definida por
—W,dX' N,M,
Ad A
onde
R = velocidade ou taxa de secagem, kg de li
‘evaporado por s m? de superficie do sélido (ou
o/h fe)
peso do sélido seco, kg (ou Ib)
‘e0r de umidade no séilido, kg de liquido/kg de
S6lido seco (ou Ib de liquido/Ib de solido seco)
0S
Esta expressio pode ser reordenada @ integrada para se
ter 0 tempo de secagem,
0 -W,
| 06
(18.6)
teor de umidade no instante 0
teor de umidade no instante @
0 periodo de velocidade constante. No periodo de
velocidade constante, R sera constante @ igual aR, ea Eq
18.6 pode ser facilmente integrada e leva a
O¢ = LM (Re! — Ks") (18,7)
c= ap, Xe % ;
onde.
ec! = teor de umidade ao término do periodo de velo-
cidade constante, em kg de &gua/kg de sélido
'8ec0 (ou Ib do fguailb de solido seco)
teor de umidade no inicio do processo de se-
cagem
¢ = duracao da secagem a taxa constante, s (ouh)
0 parametro Ac dependeré dos coeficientes de transfe-
réncia de calor e de massa entre o meio secante e a
superficie do sélido, pois
A
Rom ky\¥;— Yv\My v7 (18,8)
onde os cosficientes de transferéncia aplicam-se dainter-
face evaporante para a fase gasosa.
Uma vez que a quantidade total de calor sera transfe-
rida pelos mecanismos de condugao através do sdlido, de
convecgao no gas de radiagao provinda do ambiente,
tudo dirigido para a superficie evaporante, a taxa total de
transferéncia de calor (q;) é
ar =hyAlTy ~ Ti) =heAlTy — Ti)
+ hAlTy ~ T)) + UAlTy Ti) (18.9)
onde
he =costiciente de transmisséo de calor pela
convecgao, do gés para a superficie sélida
coeficiente da transmissao de calor radiante
entre a superticie do material eas paredes da
camara de secagem
coeticiente global de transmissao de calor
para a superficie de secagem pela convecgao
@ pela conducao através do leito até a super-
ficie de evaporagao
temperatura das paredes do espaco de seca
gem
Ty. T, = temperatura do gas secante @ da interface
liquido-gas, respectivamente
Seas paredesda camara de secagem estiverem na tempe-
ratura da fase gasosa,
hy =he +h, + Up (18.10)Na maioria dos casos, 0 calor transferido pela radiagao e
pela condugao nao é parcela importante. Entao, o coefi-
ciente de transferéncia total de calor é essancialmente um
coeficiente de convec¢ao e pode ser correlacionado por
uma formula ao fator j corrente. Entéo,
(EJ wnat =o (PEL (18.11)
;
‘Sao poucos os dados existentes que permitam a fixagao
segura das constantes na Eq. 18.11. Quase que todos os
resultados experimentais publicados tém o ar como meio
de secagem e por isso nao podem ser usados para a
verificagao do expoente do nimero de Prandtl. O ex-
Poente 2/3 é satisfatério para a secagem em vapor de
‘agua superaquecido* e para a evaporacao do Alcool but
lico, da gua e do benzeno nos respectivos vapores supe-
Faquecidos.* Os dados experimentais levam 4 equacao
Ay.
(Wp, )2!
eeGy (Np,)
= 26(224) (18.11)
Paraasecagem aar, foram correlacionados muitos dados
experimentais,** @ a relagao resultante (em unidades pré-
ticas inglesas) &
hy =0,01286 /%* (18.12)
AEq. 18.12 € a recomendada para determinar-se o coeti-
ciente durante periodo a taxa constante, quandoo aréo
meio de secagem. Neste caso, a temperatura superficial
(7) pode ser tomada como a temperatura de bulbo umido
do ar.
Teor de umidade critico
O teor de umidade que existe a0 final do periodo a
taxa constante é 0 teor de umidade critico, Neste ponto, 0
movimento do liquido para a superficie do sélido torna-se
insuficiente para substituir 0 liquido que esta sendo eva-
Porado. O teor de umidade critico depende da facilidade
com que a umidade se desioca no interior do sdlidoe, por
isso, da estrutura porosa do sélido diante da velocidade
de secagem. Os sélidos porosos com estrutura compli-
cada e irregular tornam muito dificil prever 0 teor de
umidade critico. Nos dias de hoje, o engenheiro tem que
se valer de medi¢bes experimentais, feitas em condicoes
semelhantes as da producao, a fim de determinar X_'.0
teor de umidace critico depende, conforme se pode espe-
rar, da estrutura do poro do sélido, da espessura da amos-
trae da velocidade de secagem. Entéo, as condig6es do
ensaio devem envolver parémetros compativeis com os
do sélido real a ser seco. A dependéncia entre o teor de
umidade critico @ a taxa de secagem ¢ traca e pode ser
ignorada, frequentemente, embora tenha sido eviden-
ciaga muitas vezes.™ As condigées de secagem deveriam
ser fixas de modo que a velocidade de secagem, duranteo
Periodo a taxa constante, esteja de acordo com a veloci-
dade que se espera ter na fabrica. A Fig. 18.7 ilustra a
dependéncia entre o teor de umidade critico, a profundi-
dade do leito e a taxa de secagem durante o periodoataxa
constante, na secagem da areia com vapor de Agua supe-
raquecido.¥ A Fig, 18.8 ilustraa dependéncia entre o teor
de umidade critico e a taxa de secagem constante, na
o1z-—
+ Protundisade 30 ito 1 in
7 © Protunaidade do leit 2 in t
ae 0 leto in
33
5¢
08 12
Taxa de secagem durante 0 periodo de taxa
Constante (). Ib de H.O/m fe
16
Fig. 18.7 Infludncias da taxa de secagem constante e da espes-
sura do ieito sobre oteor de umidade critico, na secagem de areia
pelo vapor de agua superaqueciao.» (Com a permissao da Amer.
1951)
Chem. Soc., copirraite ©
04)
oe EE
a ee
Se
03]
oI am
NN
O10 ‘OS 020
Toor de umidade livre médio, b/s
Fig. 18.8 Secagem de polpa de amianto ao ar.*" (Com a permis-
880 da A. Ch. E., copirraite © 1933)
‘operagao de secagem da polpa de amianto pelo ar
tmido.”
Perfodo a taxa decrescente
A forma da curva de secagem durante o periodo a
taxa decrescente ¢ 140 dificil de prever quanto 0 teor de
umidade critico. A forma dependera primordialmente da
estrutura do sélido que deve ser seco ¢ também da taxa de
secagem durante o periodo a taxa constante e do teor de
umidade critico. A vazao do gas, que influencia tao forte-
mente a taxa de secagem constante, torna-se cada vez
mais inoperante 4 medida que a velocidade de secagem
diminui. Esta diminuigao da importancia da vazao do gas
provém do controle crescente da velocidade de secagem
pela difusio de calor e de massa através do sélido poroso.
Em muitos casos, a a curva da velocidade de secagem
contra o teor de umidade, durante 0 periodo de taxa de-crescente, aproxima-se de uma reta que passa pelo teor
de umidade critico e vai até a origem."* Entao,
R_ Re
xX Xe!
(18.13)
onde 0 indice C refere-se ao teor de umidade critico. A
substituigao na Eq. 18.6 leva a
ro WW, pk? dX?
le Fea
Nie 0 = =
eaintegragao da,
Vé-se 0 paralelismo com a média logaritmica (AT); por
iss0, pode-se usar uma taxa de secagem média logarit-
micana Eq, 18.6 para o periodoa taxa decrescente, coma
variagao linear. A taxa de secagem média logaritmica pa-
rece ser uma boa aproximagao quando 0 material a ser
seco é um s6lido granulado rigido como a areia. Nao é
conveniente para se usar com materiais fibrosos, como o
couro, ou gelatinosos, como o sabao.
Teor de umidade de equilibrio
Com muitos materiais, como 0 couro ou os sabées,
mencionades acima, 0 teor de umidade do sélido seré
significativo quando a taxa de secagem atinge o valor
nulo. Aumidade permanece no sélido, qualquer que seja
o tempo de secagem, desde que as condigdes da opera-
20 nao se mocifiquem. A umidade esta em equilibriocom
vapor contido no meio desecagem e¢ 0 teor de umidade
de equilibrio.
Aquantidade de umidade retida num sélido, em equ
Vibrio com um gas Umido, depende da estrutura do solido,
dda temperatura do gas e do teor de umidade do gés. Em
muitos materiais, depende também de o sélido reter, no
inicio, mais ou menos liquido que © seu valor de equill
brio.
Na Fig. 18.9 estao algumas curvas tipicas do teor de
umidade de equilibrio contra a umidade."” Os dados vale
para 0 equil’brio entre a agua retida nos sdlidos em con-
tato com 0 ar imido. O grafico mostra que, por exemplo,
uma amostra de la contendo 0,2 g de H.0/g de la seca,
colocada no ar a 25°C, com 60% de umidade relativa, sera
gradativamente seca até que 0 seu teor de umidade seja
0,145 g de H,O/g de la seca. A continuagao da operacao
do provocard a diminuigao do teor de umidade. Quando
aumidade do ar aumenta até a saturacao de 90%, a 25°C, a
laabsorverd umidade até que sejaatingidoo teor de 0,23
de H,0/g de la seca. Em contato com o ar de umidade
relativa 0%, 0 teor de umidade de equilibrio sera nulo. A
mesma observacdo vale para todos os materiais que apa-
recem na figura. O teor de umidade de equilibrio igual a
zero, em contato com o ar completamente seco, mostra
que nenhuma parcela de agua é retida por uma ligacdo
quimica.
‘A Fig. 18.10 mostra a curva de teor de umidade de
pel do
2—Ia penteada
5 —mitrocelulose
4 Sted, I
5 —couro, coure solade,
Curtidos a earvalno
6 —caulim
0247-7 — fata de fumo
(Wort Carotina)
3 —sabio,
cola
028}
00
“Teor de umidade em sblidos, massa de Agua/messa de shige seco
Umidade rolativa,%
Fig. 18.9 Teor de umidade de equilibrio om alguns sélidos a
28°C.” (Com permissao da Nat. Acad. of Sc., copirraite © 1926.)
equilibrio da polpa ao sulfito.** Este material é um exem-
plo daqueles em que o teor de umidade de equilibrio
mostra um efeito de histerese. Nas operacoes de seca-
gem, a curva de dessoroao tem sempre 0 seu interesse. Na
Fig. 18.11, aparece o efeito da temperatura sobreo teor de
umidade de equilibrio no caso do algodao em rama.
Prolongando-se as curvas da Fig. 18.9 até a umidade
relativa de 100%, elas mostram o teor de umidade méximo
‘ar
Teor de umidace de
igua/massa de s6lido seco
Fig. 18.10 Teor de umidade de equilibrio da polpa ao sutfito
mostrando a histerese.** (Com permissae da Amer. Chem. Soc.,
copirraite © 1937.)“Teor de umidade, Ib de //,0/ib de solids secos
20
0 2 a6 © 5 Too
Umidace rolativa, %
18.11 Teor de umidade de equilibrio do algodie em rama,
dados de dessorgao."*(Com permissao do Text. Res. J, copirraite
©1947.)
que pode existir em equilibrio com o ar Umido. Neste
Ponto, a agua exerceria a sua pressdo de vapor integral.
Qualquer agua adicional exerceria a mesma pressao de
vapor e estaria em equilibrio com o ar saturado. A umi-
dade extra atua como uma 4gua nao ligada e é denomi-
ada “umidade nao ligada”’. A umidade retida no sélido
em equilibrio com 0 ar parcialmente saturado 6 a "umi-
dade ligada’’. Ela exerce uma presséo de vapor mais baixa
que a da 4gua pura, em conseqliéncia de diversas razoes
Possiveis. Por exemplo, ela pode estar retida em poros
capilares finos, com superficies fortemente curvas, ou
pode conter uma grande proporcao de sélidos dissolvi-
dos, ou entéo pode estar em combinagao fisica numa
estrutura organica natural. O grau de abaixamento da
presséo de vapor, devidoa estes mecanismos, pode variar
amplamente com as variagdes do teor de umidade, con-
forme vimos. A umidade retida em excesso além do teor
de umidade de equilibrio é a “umidade livre”. A Fig. 18.12
mostra a relagdo entre os diversos termos. Nesta figur
‘em qualquer umidade do gas, no ponto A, por exemplo, 0
Curva do teor de
——Lumidade ne equilbrio
latva do gts, %
“ Umidade yj
Migaca —“t
Umidade tvre
na umigade
relativa ce
‘A%
Umidede de
Umisade
Teor do umidace (2), massa de
‘2gua/massa de solldos secos
Fig. 18.12 Tiposde umidade envolvidos na secagem de sélidos,
teor de umidade de equilibrio correspondante (X,") pode
ser lido no grafico.
Até agora a discussdo do teor de umidade no equi-
librio referiu-se, principalmente, & umidade mantida
na estrutura de sélidos insoliveis. Quando os sélidos so
solliveis na dgua, s40 possiveis todas as relacées de fase
que se encontram nos sistema usuais com dois compo-
nents e fases condensadas. Nos textos dedicados a regra
das fases discutem-se detalhadamente estas relagdes de
fase."
Na Fig. 18.13 aparece esquematicamenteo grafico do
teor de umidade no equilfbrio para o CuSO,. Neste caso,
formam-se diversos hidratos, além da solugao de CuSO,e
H,0. 0 produto obtido na secagem deste material depen-
deria marcadamente da umidade do ar usado na sece-
gem. Por exemplo, com o ar ea pressao parcial do vapor
de Agua entre 10 e 20 mm Hg, operando como o meio
secante, pode-se obter 0 CuSO,-5H,O, a 25°C. Se a pres-
40 parcial do vapor de dgua cair para 7.8 mm Hg, forma:
se uma mistura indeterminada de CuSO,-5H,0 ¢
CuSO,-3H,0. Reduzindo-se para apenas 2 mm Hg a pres-
sd0 parcial do vapor de 4gua, o produto seria 0
‘CUSO,-H,0. Neste caso observa-se também que o teor de
umidade no equilibrio 6 igual a zero quando 0 contato
ocorre com o ar completamente seco.
ae
£2 ee ate
canara!
é + 1
3 c180,251,0 |
: |
i |
g I
|
i
i
i
‘ de
0 equilbrio (X
moles de H,O/mel de CuSO,
Fig. 18.13 Teor de umidade de equilibrio do CuSO, a 25°C.
APLICAGAO AO PROJETO DO EQUIPAMENTO DE
SECAGEM
Nao é direta a aplicagao dos principios basicos ao
Projeto do equipamento de secagem. Além da dificuldade
de previséo da curva de velocidade de secagem, surgem
problemas sobre a variagao das condicéesde secagem ao
longo do secador, sobre a diferenca entre adrea da trans-
feréncia térmica e aérea da transferénciade massa, sobre
a configuracao do escoamento do gas, sobre o efeito das
varidveis de operagao e da escolha do equipamento rela-
tivamente as condigdes do produto seco. Deve-se levar
‘em conta, também, o fator econdmico habitual dos custos
de processamento no que diz respeito as condigées mais
desejaveis do produto, do ponto de vista do mercado de
vendas. Por estas razOes, a escolha do secador 6 usual-
mente baseada em ensaios preliminares, nos quais 0 ma-terial € seco em condigdes que se assemelham as da
produgao. A maioria dos fabricantes de unidades de se-
cagem mantém laboratorios nos quais existem secadores
na escala de planta piloto. O cliente comprador em pers-
pectiva pode secar amostras do material nestes secado-
res, em diversas condiges operacionais, para tentar en-
contrar a combinacao étima do tipo de equipamentoedas
condigées de operagao.
Vamos descrever aqui alguns tipos principais de se-
cadores e a respectiva operacao, realgando os mecanis-
mos que controlam os processos. Os secadores serao
comparados, de modo que se possam perceber as vanta-
gens relativas que apresentam
Secadores a bandeja
O tipo mais simples de secadoré 0 secador a bandeja,
queaparece esquematicamentena Fig. 18.14. 0 secador a
bandeja é, essencialmente, uma cémara onde o material a
ser seco é colocado em bandejas ou tabuleiros. E uma
unidade de operagao descontinua, usada para operagoes
em pequena escala. O secador pode ter espaco para dez,
vinte ou mais bandejas. As bandejas podem ter o fundo
inteirigo, com 0 ar circulando entre o topo de uma e 0
fundo da que fica em cima, ou podem ter fundo telado,
com a circulagao do ar controlada de modo que 0 escoz-
mento se faga através das bandejas e dos sdlidos nelas.
contidos (Fig. 18.15). O material aser seco, no caso de ser
constituido por folhas, pode também estar suspenso em
cavaletes ou em ganchos. As operagées de secagem séo
controladas com simplicidade e modificam-se com facili
dade, de modo que o secador éespecialmente apropriado
para operagoes de laboratério ou para a secagem de ma-
teriais que exigem modificagées das condicées de seca-
gem & medida que o proceso avanga. Quando as condi-
gées externas controléveis so constantes, as condicées
de secagem serdo constantes em qualquer bandeja com
08 sdlidos Gmidos. Entao, 0 decorrer da secagem, em
qualquer ponto dado, sera exatamente igual ao que des-
revemos acima, As bandejas mais proximas da entrada
de ar, no entanto, estardo sujeitas a condigées que sto
nitidamente diferentes daquelas nas quais se encontram
as bandejas localizadas no final da trajetoria da corrente
de ar. Por isso. 0 material em algumas bandejas seca com
maior rapidez que a média, enquanto o material em outras
Entrada de
ar fresco
es
TE coc
Fig. 18.15 Socador a bandojas com circulagao transversal. Nas
x 75 x 62,4 x
1,82 Ib de algodao seco
No periodo final, durante 0 qual os sélidos secos séo
aquecidos, q = 1,82(1 x 0,35 x 30 +.0,1x 1,0 x 30) = 1,82
% 19,50 = 23,6 BtU/tt® da esteira transportadora
23,6
—— = hyA AT m, = 1,86 x 1,0
04-02
(200 — 120) — (200 — 150)
* no
re
50
0; — 0) = 28 — -oyn99h
£02 "1,86 x 63,9”
Durante o periodo de taxa constante, a equagao da trans-
feréncia de calor pode ser usada diretamente
dq = nya are REX ro
iq = hy. a G
“8 Re! <
[Po ya ara =— [°° wera"
hyA AT my (8¢ — 03) = W,2'(X3'— Xe’) (c’)
Como antes, 0 teor de umidade critico (K') 6 0,4 Ib de
H,O/Ib de material seco. Para ter a AT», € preciso conhe-
cer a temperatura do ar no ponto onde os sdlidos atingem
aXe’. Neste ponto, a temperatura de bulbo umido ainda é
120°F, porém a umidade é
Ye —
(1,0 - 0,4)
Ye = 0,106 mol de Agua/mol de ar seco
Deste valor de Yo, tem-se Te fixo em 180°F. Ento, levan-
do-se os numeros na equacao (c'),
82 x 0,6 x 1025.8
60-24
4n(60/24)
=15,3h
1,86 x 1,0 xperfodo a taxa decrescente pode ser atacado da
mesma forma. Neste caso, a evaporacao do liquide per-
manece, por hipdtese, em 120°F, maso coeficiente efetivo
de transmissao de calor (hy «) diminui a medida que a
secagem avanga. Novamente,
= hye AAT =
dq = hye “a0
[over A aT ao=— (wax (a)
Admitindo-se que o periodo a taxa decrescente apresenta
uma curva retilinea para a variagdo da taxa com 0 teor de
umidade, hy « também sera uma tungao linear de. Tam-
bém, hyo, = hy = 1,86 emX" = 0,40 ehy a= Oem! =
Xe’,
O arafluente, que entra pelo término do percurso de
secagem, tem uma umidade relativa de 3%. Entao, da Fig
18.11, Xe" = 0,008 e
Ahvel _ constante = 186
stante =
0,4 — 0,008
= 4,75
ou
hy = 4,75X' — 0,04
Reordenando a equagao (d) ¢ resolvendo,
x aX"
c' 4,75 — 0,04
fe" WA : 4,45X;' — 0,04
AAT m 4,75." 4,75Xc' — 0,04
=1,82 x 1025
80 — 60
* {n(80/60)
0475 — 0,04
1,90 — 0,04
8,
AAT», [d= —W,r
8¢
1 x 4,75
xl =8,22h
Finalmente, o tempo necessario parao periodo inicial
de aquecimento pode ser determinado como se fez para 0
tempo do periodo final de aquecimento
= 1,82(1 x 0,35 x 40 + 1 x 1,0 x 40) =
rea da esteira transportadora
18,4 Btu/tt*de
98,4
= hyA AT, = 1,86 x 1,0
8 = 6
4 (144 = 80) = (144 — 120)
I 64
"24
de onde vem
64
98,4 x In;
63 — sae 13h
3 90° eexa0
O tempo total de secagem 6 1.3 + 15,80 + 8,22 + 0,20 =
25,02 h. Este periodo ¢ extremamente longo para um
processamento continuo. Se a esteira transportadora
tiver 200 ft de comprimento, a taxa de movimento é 200/
25,02 = 7,98 ft/h e a taxa de produgéo com o transporta-
dor de 2 ft de largura seria
1,82 x 2 x 7,98 = 29,0 Ib/h de algodéo em rama seco
ou
29,0 x 1,1 = 31,9 Ib/h de produto seco (X' = 0,1)
Este valor requer uma vazéo de ar de 29,0 x 60 = 1.740
Ib/h (em base seca) e permite que a seco reta livre do
tdnel, em torno da esteira transportadora, seja 1.740/500
48 ft.
Os resultados do Exemplo 18.2 indicam que, no caso
de uma produgao continua a taxas elevadas, a secagem
pela passagem do ar Sobre a superficie de um leito do
s6lido Umido nao é pratica. A circulago do gas secante
através do leito, como se faz no secador da Fig. 18.19, ¢
uma solucao possivel. Conforme se mencionou, a carga
deve assumir ial forma que 0s gases possam passer atra-
vés do leito e as particulas devem ser suficientemente
grandes para serem retidas pela esteira transportadora,
‘Também é evidente que a temperatura do ar atiuente deve
ser tao elevada quanto possivel, para provocar o aumento
de AT. Uma vez que o material permanece, durante a
secagem a taxa constante, na temperatura de bulbo
mido, os materiais sensiveis 20 calor podem ser secos
com o ar entrando em temperaturas pouco acima da tem-
peratura segura para a integridade do material.
Nestes secadores, a vazdo do gas através do leito
sera, possivelmente, baixa, em virtude das limitagoes de
Perda de pressio ou gragas As proximidades do efeito de
fluidizagdo, que discutiremos no Cap. 22. Por outro lado, a
taxa de Secagem serd grande em virtude da area de trans-
feréncia muito grande representada pela superficie de
todas as particulas secantes. Além disso, a maior parte do
proceso de secagem ocorreré no periodo de secagem a
taxa constante. As investigagoes tedricase experimentais
sobre a transferéncia de massa que ocorre durante 0
escoamento do gas através de um leito compacto levam
ae
kg = 1,20(Mpe)~ (Ng) 98? (18,15)
onde
v = velocidade real do gas através do leito = vo/e,
mm/h
Ve = velocidade de escoamento do gas baseada na
segao reta total do leito
« = fragdo de vezios
Npe = nimero de Reynolds, d,vp/12. (O Nee deve ser
menor que 4.000)
d, = didmetro da particulake
‘oeficiente de transferéncia de massa, mol/h
m? atm
Observe que na Eq. 18.15 constante nao adimensional.
Sélidos granulados
Os materiais particulados, que correm soltos, podem
ser dificeis de serem retidos numa tela metalica ou numa
esteira transportadora com chapas perfuradas. Nestes
2508, 0 material pode cascatear através da corrente de
94s (conforme se faz na secador rotat6rio), ou ser impe-
lido em contracorrente ao gs, numa unidade com dispo-
sigdo colunar (conforme se faz no secador a gravidade),
ou ento ser soprado juntamente com a corrente de gas
(7 secador instantaneo ou flash).
No secador rotatério, os sdlides sao derrubados,
numa corrente continua, na regio do eixo do tambor
rolat6rio, enquanto o ar é injetado através da cascata de
graos. Pecas suspensoras internas elevam o sdlido e con-
ttolam o cascatear através da corrente de ar. O secador é
inclinado, de modo que os sdlidos avangam gradual-
mente desde o bocal de alimentacao até o bocal de saida.
Podem ser usados como meio secante ou gases de com-
bustéo, ou vapor superaquecide ou mesmo ar aquecido
eletricamente. Em alguns secadores, existem tubos
aquecidos a vapor de agua, que correm longitudinal.
mente a0 longo do tambor, para manter a temperatura do
are atuar como superficies de secagem. Estes secadores
séo construidos em dimens6es até 9 ft de didmetro, em
modelos padronizados, tendo comprimentos que atin-
gem 08 80 ft
Nos secadores @ tambor rotatério a superficie ex-
posta do sélido 6 muito maior que a exposta nos secado-
res.atabuleiros ou nos tineis secadores; a taxa de seca-
gem serd muito maior. A taxa de secagem elevada é uma
vantagem apenas quando se pode manter o ar nao satu-
i
Fig. 18.21 Secador rotatério com tubos de vapor internos. O
cabecote mais a frente é 0 terminal de entrada da carga. O vapor
de 4gua penetra nos tubos através de um duto central, na outra
extremidade do secador. Dal passa para um distribuidor e para os
Pakts
Fig. 18.22 Vista intorna do secador rotat6rio da Fig. 18.21, ob-
Servada do terminal de carga. Aparece a disposicao dos tubos de
vapor internes. Cada tubo tem uma aleta transversal espiralada
que duplica, aproximadamente, @ rea superficial externa de
cada tu!
rado. Entdo, 0 engenheiro deve usar uma elevada vazéo
de ar ou deve aquecer o ar a medida que ele passa pelo
secador. Por esta razao, os tubos aquecidos a vapor
podem ser vantajosamente acoplados nos secadores ro-
tatorios, conforme esta no secador que aparece nas Figs.
18.21 e 18.22. Os tubos usualmente nao so adequados
Para manter constante a temperatura, embora facam com
que a curva da temperatura do ar contra a umidade seja
tubes. O condensado 6 descarregado na extremidade mais pré-
xima do secador, no conjunto de aneis que aparecem na frente,
Deste ane, retornaa outra extremidade dosecador através deum
tubo interno, para entao ser removido efinitivamente.Cura de
saturacto
aciabatiea
‘4qua/mel de ar seco
‘Temperatura, °F
Fig. 18.23 Curvas possiveis dos estados do ar num secador rota-
t6rio com aquecimento interno,
‘Curva A —Sem aquecimento interno, 0 ponto B pode estar
forada curva de saturagao adiabética que passa porA om virtude
do aquecimento ou do restriamento dos sélidos,
Curva AC — 0 aquecimento interno nao é suficiente para
manter constante a temperatura do ar.
Curva AD — 0 aquecimento interno 6 suficiente para manter
@ operacao isotérmica.
Curva AE — Ha excesso de aquecimento interno, de modo
que a temperatura do ar aumenta & medida que ele passa pelo
‘secador.
consideravelmente mais inclinada que a curva de satura-
40 adiabatica. Em alguns casos, 0 aquecimento interno
Pode ser suficientemente forte para elevar a temperatura
do ara medida que ele passa pelo secador. Entdo, a curva
referente ao ar pode assumir qualquer das orientagoes
indicadas na Fig. 18.23.
‘Ao se projetarem os secadores rotatérios, 6 preciso
estimar o tempo de retengao dos sélidos que passam pelo
secador. O tempo de retencao depende da densidade e do
Angulo de repouso do sélido, da disposicao dos suspen-
sores no secador, da inclinacao do secador eda massa do
material presente no secador.
© movimento do sdlido através do secador é influen-
ciado por trés mecanismos distintos. Em primeiro lugar, a
medida que 0 tambor gira, cada particula é levantada
pelos suspensores e depois cai de uma certa altura. A
cada queda, a particula avanca uma distancia Ds onde D
= didmetro do secador e s = inclinacao do secador, em
m/m ou ft/tt. Entao, com um tambor com 0 comprimento
1, girando aN rotagées por minuto, o tempo de passagem
de uma particula seria proporcional a//sDN. Este efeito é
a “ago dos suspensores”. Além disso, as particulas, ao
atingirem a parte de baixo do tambor, ricocheteiam; al-
‘gumas outras, que atingem outras particulas, misturam-
se a estas, enquanto as particulas que nao foram levanta-
das pelos suspensores deslocam-se paraa frente, rolando
umas sobre as outras. Estes efeitos em conjunto consti-
tuem a “agao de forno girat6rio” @ atetam significativa-
mente 0 tempo de retengao de uma particula num seca-
dor. Finalmente, 0 gas de secagem, soprando através do
secador, ou favorece ou dificulta o avango dos sélidos, de
acordo com ser 0 sopro em corrente paralela ou em con-
tracorrente. O arraste das particulas pela corrente de gas
pode ser estimado somente em bases empiricas, pois a
velacidade de sedimentagao é obstada pelo grande nb.
mero de particulas presentes. Com estas consideragées, e
levando em conta dados obtidos em secadores de porte
de planta-piloto, Friedman e Marshall" ofereceram a se-
guinte relacao:
0,357 BiGy
—sen —— 18.16)
sn99p * 8G, ae
@
onde
6 = tempo médio de passagem, min
omprimento do secador, ft
inclinacao do secador, ft/t
elocidade de rotacao, rpm
iametro do secador, ft
constante que depende das dimensées da par-
ticula do material operado, B = 5,2 (D,)-**
média ponderada dos diémetros das particulas,
microns
= velocidade massica do gs, Ib/ft? h
taxa de alimentagao do secador, Ib de material
seco/h ft? de secao reta
woz —
29 ©
© sinal positive vale para o escoamento em contracor-
rente e o negativo para o escoamento em correntes para-
lelas.
‘As velocidades permissiveis do ar esto limitadas
pela tendéncia de o material seco formar poeira. Esta
tendéncia varia grandemente, como & claro, com as pro-
Priedades do material. Por exemplo, Friedman e Marshall
informam que a serragem de madeira principia a formar
Poeira excessiva em vazbes da ordem de 250 tb/h ft® (0,339
kg/s m’), mas a areia de Ottawa (uma areia branca, com
Particulas bastante redondas) nao apresenta tendéncia
significativa ao empoeiramento em vazées de ar da ordem
de 1.000 Ib/h ft? (1,36 kg/s m?)
A carga dos sélidos Umidos nos secadores rotatérios
ateta marcadamente toda a operagao. Uma quantidade
muito pequena de sélidos reduzird a taxa de produgao.
Uma quantidade muito grande provocar uma aco eleva-
t6ria irregular e incompleta, com uma parte dos sélidos
simplesmente rolando pelo fundo do tambor; 0 produto
resultante pode ser um produto mido. Por isso, a seca-
gem serd desigual e a poténcia necesséria a operacao do
secador seré maior. Ha maior perigo na sobrecarga do
secador do que na subcarga; a experiéncia indica que a
manutengao de uns 3-10% do volume do secador cheio
leva a uma operacao satistatoria
Os coeficientes de transmissao de calor, nestes sece-
dores, séo evidentemente indetermindvels, pois nao é co-
nhecida a érea interfacial do material. Friedman e Mars-
hall" determinaram Ua a partir de ensaios em secadores
rotatorios de | t por 6 ft e compararam os resultados com
98 previamente publicados. A equacéo usada para corre-
lacionar os resultados 6
0,636 y%'S
D
[Ge +BGyp_1%® (18.17)
onde
Ua = produto do coeficiente global de transmisséo
de calor pela drea superficial, Btu/h °F ft? de vo-
lume do secador
diametro do secador, ft
taxa de alimentacao do secador, Ib/h ft? de érea
de segao reta do secador
densidade da massa de s6lidos secos, Ib/tt®
Gy = taxa de escoamento do g4s, velocidade massi-ca do gés, Ib/h ft?
B = 5,20,-* onde D, é a média ponderada dos did-
metros das particulas, em microns
Esta equagao esté longe de ser exata, e pode ter
desvios da ordem de + 100%, mas dard indicagao sobre o
porte necessério do secador. Os materiais a serem secos
devern ser granulares, ¢ por isso a maior parte da secagem
efetuarse em condicées de taxa constante. A temperatura
do s6lido permanece constante nas vizinhancas da tem-
Peratura de bulbo Umido até que se eleva bruscamente e
aproxima-se da temperatura do ar. Uma observacao nao
explicadaé ade que a temperatura constante dos sélidos,
especialmente em operagdes com as correntes paralolas,
nem sempre é a temperatura de bulbo Umido, mas é um
tanto superior a esta, as vezes cerca de 5°F. Este efeito
pode ser conseqiéncia de transteréncia radiativa.
Exemplo 18.3. Um secador rotatério, de 5 tt de di
metro @ 60 ft de comprimento, ser usado para secar
didxido de titanio que tem um teor de umidade inicial de
0.3 ib de Agua por libra de sélidos secos, até que 0 teor
seja reduzido a 0,02 Ib de Agua por libra de sélidos secos.
OTIO, tem particulas de didmetro médio de 50 micronsea
densidade de 240 Ib/tt?, © secador opera a 4 rpm, com
uma inclinagao de 0,5 in em cada 10 in de comprimento.
Determinar a vazao do ar afluente e a temperatura neces-
saria. Determinar a taxa de produgao de TiO, seco quando
oar de secagem 6 0 obtido pelo aquecimento do ar am-
Diente, originalmente a 90°F, com temperatura de bulbo
imido de 60°F.
Resolucdo. Este problema nao tem as especifica-
ges téo completas que possa ter apenas uma resposta. A
resposta obtida dependerd da vazdo do gas e dos valores
adotados para a carga do secador. Uma vez que nao se
excedam limites razodveis, estes dois parametros podem
ser arbitrariamente escolhidos. A vazdo do ar deve ser
suficientemente baixa para que 0 empoeiramento seja
Pequeno. O valor mencionado acima, de 1.000 Ib7h ft?
aplica-se, provavelmente, a particulas muito maiores que
as do problema, e por isso é necessério um outro método
para se estimarem os limites da vazéo permissivel. O em-
poeiramento ocorre quando as particulas sao arrastadas
pela corrente de ar. Na realidade, a corrente de ar néo
escoa em oposi¢ao direta as particulas, a medida que
caem, mas pode-se ter um limite seguro mantendo-se 0
escoamento abaixo da velocidade em que o ar arrasta as,
particulas sélidas quando escoa em oposicao direta a
elas,
‘A equacdo que dé a velocidade maxima de sedimen-
tagdo das particulas num fluido, quando estas particulas
nao interferem umas com as outras, esta deduzida no
Cap. 22. A equacao
2 — phgb?
yee (22.18)
demonstrada combinando-se um balango de forgas
sobre as particulas com a relacao da forga de arraste (Eq,
18.40). O balango de forgas especifica aceleragdo nula
quando 0 empuxo e as forgas de arraste equilibram qual-
quer forca externa que atue sobre a particula. A simplifi-
cagao se obtém admitindo-se que a particula é esférica @
que a velocidade relativa entre particula e fluido é sufi-
cientemente pequena para que 0 escoamento seja lami-
nar. O estudante pode referir-se & deduce que principia
com a Eq. 22.1, para ter a demonstragao completa,
Na Eq, 22.15, v; 6 a velocidade maxima de queda da
Particula no gas trangililo, quando a queda é bastante
Pequena para que o numero de Reynolds (Np,) seja menor
que 0,5. Inversamente, como é natural, v, 6 a velocidade
vertical do gas necessaria para suspender a particula es-
férica na corrente de gas em escoamento de regime lami-
nar.
Substituindo os valores dados na Eq. 22.15 vem,
“= 4 (240 — 0,05)32,2
(22% 10-4)? 1
*\o.54x 12) * 0,02 x 0,000672
240 x 32,2 2,69 x 10-8
180,136 x 10-4 860 Fs
© nesta volocidade © New é
1,64 x 10* x 0,860 x 005
0,02 x 0,000672
0,524
(0,860 x 3.600) x (14,7 x 29)/(10,79 x
123 Ib/h ft, haver uma chance de arrastarem-se
quantidades signiticativas de s6lido peta corrente de gas.
Admitiu-se neste cdlculo a temperatura de 1.000°R. Como
6 natural, parte do arraste pode ocorrer em vaz6es mais
baixas do gas, em virtude da configuracéo complicada do
escoamento e da interferéncia das particulas entre si
Portanto, a vazdo do gas (G,) da ordem de 50 Ib/h tt?
parece ser apropriada.
(O tempo de passagem pode agora ser calculado pela
Eq. 18.16 e a partir da carga do secador. Substituindo-se
os nlumeros na Eq. 18.16 ver
Nre
p= 038X604 52x60 x50
0,05 x (4)%9 x5" (50) x Ge
1320
alosey
0 = 24,2 Gr (a)
‘A carga do secador pode ser escolhida no intervalo
dos 3 a 10% que mencionamos acima. Escolhendo §% do
volume do secador,
1.86
Ge x7 X55 7 008
0,05 x 60 x 60 x 240 _ 43200
Gr Gr
(b)
Combinando as Eqs.a eb,
43200 1320
= 24,2 + 1320
Ge 2+ GeGe = 1770 Ib/h ft?
‘A temperatura do gas afluente deve ser suficiente-
mente elevada para dar uma AT adequada, de modo que a
secagem necessaria ocorre no volume disponivel do se-
cador e oar ainda eflui ndo saturado na saida do secador.
Nas condigées anteriores, 1 Ib de ar deve secar 35,4 Ib de.
s6lidos ou absorver 35,4(0,3 — 0,02) = 9,9 Ib de Agua. O ar
poder4, possivelmente, absorver esta quantidade de 4gua
se for aquecido ao passar pelo secador. No secador rote-
torio simples, sem aquecimento interno — como parece
ser o secador que estamos analisando — esta tomada de
‘gua é absurda. Uma vez que avelocidade do fluxo do gas
nao pode ser alterada pelo projetista, é necessério alterar
a carga do secador. Para se ter uma umidade de 1 Ib de
gua por libra de ar seco, a carga deveria ser introduzida &
taxa de 1.770/9,9 = 179 Ib/h de sélidos secos. Com esta
taxa de alimentacao, 6 possivel determinar a temperatura
doarafluente por um processo de tentativas. Em Y’ = 1,0,
a temperatura de saturagao 6 189°F. Uma vez que a curva
de saturagao adiabatica, a0 longo da qual se deslocam os
estados do ar de secagem, é representada aproximada-
mente por
Cay (Ty = Tr) =24(% — Ye) (17.214)
fica conhecida a curva seguida pelo ar secante. Em vir-
tude de ¥, estar fixada pelo enunciado do problema como
sendo 0,0173 moles de H,O/mol de ar seco, a Eq. 17.214
assume a forma
29 985 x 18
(7, —Ta)= (1 «3 40,0173 - 0.0173) a
= 4000°F
Esta temperatura est além dos limites praticos. Usando-
880 recolhimento de umidade como 0,1 Ib de H,0 por libra
de sélidos secos, @ umidade na salda 6 0,1 x 29/18 +
0.0173 = 0,1783 mol de H.O/moldearseco. A temperatura
de saturagao para esta umidade é 130°F.
ot 2x 1019 x 18
T-Te
41a
7,13 F
th
44° F
Esta temperatura de entrada s6 pode ser atingida quando
© ar de saida esta saturado; entao sera preciso um seca-
dor infinitamente longo. A carga térmica para cada libra
de ar na entrada 6
q = 0,1 x 1019 = 101,9 Btu
(© que da uma taxa de transferéncia total de calor de
101,9 x 50 = 5.095 Btu/h ft? da segao reta do seca-
Uma vez que 0 material com que se esté operando &
granulado e esté sendo seco na forma de particulas indi-
vViduais, ¢ seguro admitir que toda a secagem ocorre no
periodo de secagem a taxa constante. O coeficiente glo-
bal de transmissao de calor pode ser calculado a partir da
Eq, 18.17. Entao,
5,2 x 50 x 240%
(50)*/2
= 0,236( 17,90 + 8820)%5 = 22,8 Btu/h °F ft?
Ua
016
0,63(50) [17,904
A temperatura média logaritmica ATm &, entéo,
5095
Tm a5 607 EF
Em virtude de AT, ser da ordem de 414°F, AT, estara bem
préxima de zero. Entao. para uma taxa de alimentagao de
‘s6lidos da ordem de 17.9 Ib/h de sdlidos secos. atempera-
tura do ar afluente deve ser 544°F, e deve-se usar 50 Ib/h
ft? de ar.
Neste exemplo, 0 secador utilizado néo foi conve-
niente para a operacao. Seria possivel ter uma taxa de
alimentacdo muito mais elevada com um secador de
aquecimento interno. A pequena vazao do gas foi imposta
pelas dimensoes pequenas das particulas. Neste caso,
Poderia ser interessante economicamente pelotizar as
Particulas, numa etapa preliminar. Finalmente, seria pos-
fel ter maior produgao e utilizaco mais eficiente do
equipamento se o secador tivesse diémetro maior e com-
Primento menor.
© secador a gravidade, com chapas aquecidas, que
aparece em forma esquematica na Fig. 18.24, também
Pode ser usado para secar sélidos particulados e é espe-
mente util quando o empoeiramento é um problema,
ou quando se deseja dispor de regides de temperatura
varidvel. Neste secador, cada tabuleiro tem uma camisa
de aquecimento, de modo que o material pode ser aque-
cido ao passar por algumas das chapas ¢ arrefecido ao
Passar por outras.
Na secagem instanténea (flash) os sélidos particula.
dos sao injetados numa corrente mével de gas quente. A
‘uma certa distancia, a jusante do ponto de carga, os s6li-
dos sao separados do gas, usualmente num ciclone cole-
tor. No Cap. 22 discutimos as exigéncias impostas sobre a
vazao do gas neste escoamento conjunto de gas e sélido,
analisando 0 transporte das particulas s6lidas pela cor-
Fente de gas. Neste caso, 0 projetista se defronta com a
complicacao adicional do processo de transferéncia de
massa e de calor. As medicdes experimentais das taxas de
transferéncia de calor, nos secadores instanténeos’ leva-
ram a correlagées do tipo
Nwu = 0,16(V po") 19 (Mp,)8? (18.18)
onde
Npe’ = niimero de Reynolds baseado no diémetro da
Particula e na velocidade de escorregamento
Ves definida no Cap. 22.
As variagbes provocadas pelas forgas que atuam para
acelerar as particulas, a medida que elas entram na cor-
rentedo gs, e também nas curvaturas do duto do gas, saoFig. 18.24 Secador a gravidade com chapas aquecidas. Estas
Uunidades existem em tamanhos que vao desde as que tém 5
chapas de 1,2 m de didmotro, com 3,8 m? de area das chapas,
operadas por um motor de 1,5 HP, até unidades com 36 chapas de
27 m de didmetro, com 176 m? de drea das chapas, com os
revolvedores operados por um motor de 16 HP. O mai secant
ode ser 0 ar, ou um gas inerte, ou um gas de combustéo a
bressdo atmostérica ou em pressao mais baixa. (Cortesia da
AMETEK, Inc., Diviséo de Equipamento de Processos.)
bastante grandes. Por isso, a Eq. 18.18 deve ser usada
‘com cautela.
‘A secagem instantanea 6 especialmente util quando
se quer secar parcialmente uma pasta ou uma massa
Gmida, usando-se tempo de contato muito curto. Na Fig.
18.25 esta um diagrama do escoamento deste tipo de
secador. Observe-se que a estrutura basica é constituida
por um dispositivo de alimentagao dos sélidos — por
‘exemplo, um transportador parafuso — um duto que ofe-
rece 0 tempo de residéncia necessério, e um separador
Sdlido-gés. O projeto deste separador 6, freqentemente,
decisivo, pois a perda de pequenas fragées do produto
|Soprador
Cietone
separador
Produto
Sogio de
secagem
Instantines
ite
@ aids Aquecedor
FAITHS ene
sSsoprador
Fig. 18.25 Instalacao de secagem instantanea flash). O material
moihado (possivelmente pré-misturado com parte de material
'80¢0) ¢ injetado numa corrente de ar quente que arrasta para
cima os sélidos. Depois de asecagem ocorrer no duto vertical, 0
‘material sélido é separado do ar de descarga em um ciclone, ou
‘om mais do um, © 0 ar pode ser lancado na atmosfera por um
ventilador apropriado. (Cortesia da Niro Atomizer Ine.)
pode ser custosa quando se processam grandes tonel
gens, além de constituir-se em fonte potencial de polui
‘940. No Cap. 22 discutiremos 0 projeto dos ciclones sepa-
adores. A Fig. 18.26 mostra o aspecto deste sistema sim-
ples, num equipamento desenvolvido para emprego em
Qrande escala industrial
Desejando-se tempo de contato mais dilatado, ou ha-
vendo necessidade de uma secagem adicional do mate-
rial seco na operacéo instanténea, pode-se adotar um
secador a leito fluidizado. No Cap. 22 discutiremos os
princfpios da fluidizagéo. Num secador a leito tluidizado,
a carga Gmida é aduzida ao leito fluido do material que
esté sendo seco no centro do leito, ou entéo numa das,
extremidades de um leito retangular, e o material seco é
retirado pelas bordas do leito, ou entao pela extremidade
oposta a extremidade de carga. O tempo de residéncia
seria, nos casos tipicos, de 30 minutos ou mais. As taxas,
de secagom num secador a leito fluidizado seriam deter-
minaveis a partir das taxas de transferéncia de calor e de
massa para as particulas do leito fluidizado. As taxas de
transteréncia de massa podem ser obtidas com a equa-
ao:"
_kePemMs 0,67 DpG \~%8!
jig 9 OFA a 87 = 2;26( Oe)
(18.184)
No caso do sistema ar-4gua,
. + oy ;
da (Np)? = 1,12/y (18.185)
GG
Asecagem descontinua de sélidos particulados pode
ser realizada em secadores rotatérios cénicos, onde tam-
bém os sdlidos cascateiam através do meio secante. Estes
secadores operam, freqientemente, sob vacuo, como oet
S
AA
ewe A
x
13
|
:
’
vi
Sd.
a
255
Fig. 18.26 Instalacdo de secagem instanténea em dois estagios, __operam em contracorrente, @ com isto melhorarse a economia
ara processar 250 ton/dia de polpa deceiulose. Os doisestégios _—_—térmica dossistema de secagem. (Cortesia da Niro Atomizer Inc)
Fig. 18.27 Secador rotatério, cénico, a vacuo. Estes secadores volume de operacao, e giram respectivamente entre 6 e 2 rpm,
existem, comumente, em dimensdes que vo de3,5.até 400 de estes dovs limites, (Cortesia da Fennwalt Corporation )que aparece na Fig. 18.27 © podem dispor de tubos inter-
nos aquecidos. Estes secadores so vantajosos quando
se deseja ter 0 confinamento integral do vapor, como no
caso da secagem de polimeros, ou entdo quando a sensi-
bilidade do material impde a operacao em baixa tempera
tura, com movimentacao suave dos sélidos, como é 0
caso de produtos farmacéuticos.
Secagem de lamas ¢ pastas grossas
Os materiais que nao fluem livremente devem, nos
casos gerais, ser mecanicamente agitados, espalhados
sobrea superficie de secagem e raspados desta superticie
a medida que a secagem vai progredindo. Unidades para
estes servicos incluem o secador rotatério a vacuo (Fig.
18.28). 0 secador a parafusos geminados (Fig. 18.29), 0
secador a tabuleiro (Fig. 18.30) e os secadores a tambor.
Os secadores a vacuo rotatérios, os secadoresapara-
fusos geminados ¢ os secadores de tabuleiros operam,
muitas vezes, descontinuamente. A variacdo de poténcia
do agitador em fungao do teor de umidade dos sélidos,"*
de um destes secadores descontinuos, é bastante interes-
sante. Um grafico tipico esta esquematizado na Fig. 18.31,
Em teor de umidade elevado, a lama escorre com relativa
liberdade, mas a medida que a secagem avanca, torna-se
mais viscosa e pastosa. Finalmente transforma-se numa
massa pesada, aderente, muito dificil de mover. Conti-
nuando a secagem, a massa fragmenta-se em torrdes que
se deslocam com muito mais facilidade: os torrdes conti-
nuamente se fragmentam até que se obtém um produto
granulado, capaz de mover-se livremente. As imensas
Fig. 18.29 Vista da cémara da secagom de um secador a parafu-
‘808 geminados. Neste caso sao aquecidas nao s6 as laminas dos
aralusos, mas também acamisa. Estes secadores séc usados na
‘Secagem de pastas grossas e podem ser operados seja continua
seja descontinuamente,
Fig, 18.28 Vistaintornade um secador
6 fomecido mediante a camisa do vaso. e as laminas do rotor
mantém a massa secante em movimento, além de raspar as su-
perficies, mantendo-as limpas. (Cortesia da The Bethlehem Cor-
poration.)Fig. 18.30 Secador a tabuleiros, a vacuo. Este secador, com 4 ft
de didmetro e 24 in de regiao de operacao, tem uma capacidade
de 140 gal e uma superficie de aquecimento de 35 f= Laminas
raspadoras internas matém a massa em movimento, & medida
‘que a secagem avanga, e também raspam o material jd seco das
‘superticies calefatoras. (Cortesia da The Bethlehem Corpora
tion.)
modificagées das propriedades fisicas do material que
estd sendo seco parecem afetar de maneira pouco signifi
cativa 0 coeficiente de transmissao de calor. O teor de
umidade em que ocorre o maximo de poténcia depende
da suspensao grossa que est sendo secada e do projeto
do secador; nao se tém investigagdes publicadas a res-
pelto deste assunto.
Costicionte global
‘tansmiasao de calor
pada no
Covficiente globe
Poten
‘Toot de umidade, massa de
HO massa de ssiidos secos
Fig. 18.91 Desempenho de um agitador com tabulelros na se-
cagem de um material que passa de um estagio pastoso para
outro, no estado de um gel
‘S80 poucos os dados de desempenho quantitative
para se usar no projeto destes secadores. Os coeficientes
globais de transmissao de calor variam entreSe 175Btu/h
ft °F, conforme publicagdes;"* mas, para fins de projeto,
nd havendo dados provenientes de ensaios de planta-pi-
loto, usam-se coeficientes entre 10 e 15 Btu/h ft? °F.
Secadores a tambor
‘As lamas e as pastas podem ser secadas continua-
mente em secadores a tambor. desde que o produto seco
do seja duro nem arenoso demais para danificar a super-
ficie do tambor. Por isso, os secadores a tambor séo
usados com mais freqéncia para secar substancias or-
gAnicas. Estes secadores sao cilindros horizontais giraté-
ios aquecidos internamente pelo vapor de agua. A sus-
pensdo a ser secada & espalhada pela superficie externa
do secador, adere a ela, ea secagem serealiza enquantoo
‘tambor etetua suas rotacdes. Quando a suspensao execu-
tou cerca de trés quartos de uma rotagao completa sobre
a superficie do tambor, a crosta é raspada mediante uma
faca. A velocidade de rotacdo é da ordem de 1 a 10 rpm,
os casos normais. A velocidade de rotacdo, a tempera-
tura da superficie do tambor e a espessura da camada de
suspensao sao ajustadas de modo a dar o teor de umidade
desejado quando a crosta seca ¢ raspada do tambor. O
Produto ¢ obtido na forma de escamas.
Existem diversas configuracdese diferentes métodos
de alimentacao. Nos secadores a tambor duplo, a suspen-
S80 grossa ¢ introduzida entre os dois tambores girantes.
‘Acspessura da camada de suspensao retida sobre o tam-
bor dependerd das caracteristicas da suspensdo e da su-
Perficie do tambor e também do espacamento entre eles.
‘A Fig. 18.32 mostra um secador deste tipo, e na Fig. 18.33
18.32 Secador a tambor duplo, de42 in de didmetro por 120
inde comprimento, operando & presséo atmosferica, um modelo
ovo completo, com distribuidor superior de vapor e batentes
terminals e facas pneumaticamente ajustaveis. O motor, de velo-
cidade reguldvel, est & direite, no fundo. A separ
bores e a velocidade de rotagéo podem ser ajustadas paracom-
pensar modificacées nas propriedades da carga. Aremogao dos
tambores é facil, através das chapas de montagem terminals
fendilhadas, o que possibilita a retificagao das supertici
[pre que nocessario. Para mostrar os tambores foram ret
transportadores parafuso de descarga. (Cortesia da Blaw-Knox
Food & Chemical Equipment, inc., Bullovak Division, umaindus-
‘ria WCI)“Transporador ‘Teansportador"
Fig. 18.33 Diagrama esquemitico do secador a tambor dupto,
mostrando 0 dispositive de alimentagao, 0 sentido da rotagao
dos tambores € 0 sistema de descarga do produto,
‘two
e.carga
i
Sg, 10.28 Secaor a tamborea geminados, oom alimantagso
topo. A carga é mantida no lugar por batentes terminais e
fela arande aoroximacgo dos dois tambores. (Cortesia a Blam.
Knox Food & Chemical Equipment, Inc., Bullovak Division, uma
Indistria Wr.)
estéo detalhes da disposigo das pegas do secador. Neste
caso, a carga também pode ser admitida por uma tubula-
gio que oscila como um péndulo de uma até a outra
extremidade do secador.
Os secadores a tambores geminados operam como
mesmo principio que os secadores a tambor duplo, ex-
ceto em que giram em diregdes opostas — isto 6, afas-
tam-se um do outro no topo. O espagamento entre os
tambores nao influencia a espessura da camada mas
pode ser ajustado para arrebentar bolhas @ uniformizar 0
revestimento da suspenséo sobre os tambores quando a
alimentacao ¢ feita pelo merguiho dos tambores nesta
suspensao. O dispositivo mais simples de alimentagéo
consiste, exatamente, em fazer os tambores girarem
imersos parcialmente na suspensao. Nas Figs. 18.34 6
18.35 aparecem outros dispositivos de alimentagao. A
alimentagao pelo topo, na Fig. 18.34, permite a formagao
de um revestimento espesso sobre as superticies rolan-
tes, que 6 vantajoso quando o material é granular e facil-
mente seco. A alimentagao por projecdo, da Fig. 18.35,
forca a suspensao contra os tambores e ajuda aimpedir 0
descolamento a medida que a secagem avanca.
Os secadores a tambor simples, assim como os seca-
dores a vacuo com um ou dois tambores, operam com os
mesmos principios que acabamos de expor. Estes seca-
dores aparecem esquematicamente nas Figs. 18.36 e
18.37.
A operagao dos secadores a tambor e 0 projeto deum
secador a tambor, visando a um servico especial, ainda
so mais uma arte que umaciéncia. Usualmente, 0 projeto
deve ser baseado em ensaios de planta-piloto, efetuados
nas condigées operacionais que se pretende adotar.
Mesmo assim, os métodos de ampliago de escala nao
a0 seguros. As experiéncias com os secadores a tambor
fornecem considerdvel informagao sobre a secagem de
certos materiais particulares sob algumas condigées de
operacio. Os resultados néo podem ser diretamente ex-
trapolades para unidades de porte industrial, nem podem
ser aplicados 4 secagem de outros materiais,
Os problemas que aparecem na operacao dos seca
dores a tambor estao relacionados com a obtengao de
uma camada regular, inteiriga, pelicular, do material se-
cante, colada ao tambor com uma certa adesio, e coma
‘obtengao das condigées apropriadas a atribuir ao pro-
duto as propriedades desejadas. A necessidade de uma
elevada taxa de producao sé pode ser atendida quando a
camada do sélido secante ¢ espessa, densa e continua
Faca
_-taspadeira
Fig. 18.25 Secador a tambores geminados com alimentagao
Projetante, A projecéo da carga sobre o tambor auxilia a Sua
jeréncia As superficies e forma um revestimento denso. (Corte-
sia da Blaw-Knox Food & Chemical Equipment, Inc., Butlovak
Division, uma Industria WC!)‘Tambor rotatério
Fig, 18.36 Diagrama esquematico de um secador a tambor
nico com tabuleiro de alimentagao. Os secadores também
odem ser alimentados por mergullo, caso em queo tambor gira
arcialmente imerso no tanque que contém a suspenséo da
carga, ou entao a alimentacdo pode ser projetante, conforme
esta na Fig. 18.95. (Cortesia da Blaw-Knox Food & Chemical
Equipment, inc., Butlovak Division, uma Industria WC)
‘aida do vapor
Fig. 18.37 Diagrama esquematico de um secador a tambor du-
plo, a vacuo. (Cortesia da Blaw-Knox Food & Chemical Equip-
‘ment Inc., Butlovak Division, uma Industria WCI.)
Para isto, a suspenséo de alimentacdo deve ser tao con-
centrada quanto possivel. Como é natural, medida que a
concentragao aumenta, também aumenta a viscosidade
de modo que ¢ dificil manter uma distribuigéo uniforme
a0 longo do cilindro, e a suspensao pode néo molhar a
superficie dos tambores, nem a ela aderir. O ajustamento
do espagamento entre os rolos e do nimero de rotagées
Por minuto podem ser feitos para ajustagem de pequenas
modificagdes nas condigdes da carga. As taxas de produ-
‘G20 atingem coisa da ordem de 5 Ib de solidos secos por
hora e por pé quadrado da superticie do tambor, nos
casos normais, usando-se vapor de égua a 50 psig como
meio calefator da unidade.
‘Secadores pulverizadores
Os secadores pulverizadores usam uma carga bom-
bedvel (solugao, suspensdo fina, geles, emulsées etc.) €
produzem como produto um material pulverulento ou na
forma de pequenas contas, com taxas variando desde
unidades co porte piloto até unidades industriais com
Procugao de 25 ton/h de sélidos. Em contraste, os seca-
dores a tambor produzem escamas e estao limitados &
produgao baixa ou moderada. Outra vantagem do seca-
dor pulverizador esté na curta exposigdo do produto aos
gases quentes, ao mesmo tempo que a evaporacao do
iiquido das goticulas mantém a temperatura do produto
baixa, até em presenca de gases muito quentes. Os seca-
dores pulverizadores s4o relativamente grandes © podem
ser pouco eficientes na utilizacao da energia.
Em virtude da ampla faixa de utilizagao e da forma
conveniente do produto, os secadores pulverizadores so
usados com uma enorme variedade de produtos. Uma
lista parcial inclui: café, leite, detergentes, corantes, pes-
ticidas, polimeros, suspens6es cerdmicas, plasma de
sangue, enzimas, pericilina, amido, concentrados meté-
licos, caulim, alumina, lavados de tumos de fornos de aco.
‘A Fig. 18.38 mostra uma instalacao tipica de secador
pulverizador. O ar, injetado através de um filtro e de um
aquecedor, penetra pelo topo da camara de secagem,
fluindo em corrente paralela com as goticulas a serem
secadas, que se formam num bocal pulverizador ou num
atomizador a disco rotatério. A medida que as goticulas
atomizadas caem, a umidade se evapora no gés quente, e
deixa 0 material s6lido constitutivo da particula. As maio-
res caem até o fundo da cémara. As menores séo arrasta-
das pelo gas até os ciclones separadores. As muito finas
passam pelo soprador eentram num sistemade lavagem a
Umido, andlogo aos que descrevemos no Cap. 17. A sus-
penséo, ou a solugdo, que se obtém neste depurador do
gs pode retornar a carga inicial para ser recirculada. S40
Possiveis amplas variagdes neste sistema, usualmente di-
tadas polas propriedades da carga e pelas caracteristicas
desejadas do produto. A cAmara de secagem pode operar
em contracorrente com o fluxo de ar @° fluxo do produto,
ou entao ter uma contiguragao complicada de fluxos. O ar
secundario pode entrar na camara de secagem conforme
esté no esquema, ou pode ser omitido ou pode ser inje-
tado em diversos pontos. O sistema de coleta do produto
usa 0 mais das vezes um ciclone coletor, mas pode tam-
bém ter um filtro de mangas, ou mesmo um precipitador
eletrostatico. Na Fig. 18.39 esta uma instalagao de seca-
dor pulverizador.
Qualquer sistema de secagem a pulverizagso dispée
das seguintes partes principais: sistema injetor de cargaeDEAR 7
FILTRO DE AR
1
PRODUTO
Fig. 18.38 Fluxograma de um sistema de secagem a pulveriza-
G80 tipico. (Cortesia da Stork-Bowen Engineering, Inc.)
atomizador, sistema de produgéo e de injegao de gés
quente, cémara de secagem, sistema de separacao séli-
do-gas e sistema de descarga do produto. O projeto de
cada um destes sistemas depende do material a ser se-
cada €€ influenciado pelos projetos das outras partes da
Fig. 18.39 Instalagdo de socagem a pulverizagao para produzir
28 ton/h de concentrado de niquel numa instalacao geminada,
‘As duas cmaras de pulverizagao oporam om paralelo. O aque-
cedor do gas de carga esta a esquerda. Os ciclones eos depura-
dores a Gmido a dirsita. O pequeno tanque, no fundo & direita,
retém 0 liquido usado na reciclagem dos depuradores. O tanque
de depésito da carga esta por detras deste tanque. (Cortesia da
Niro Atomizer Inc.)
cARGA
IWIClAL
DESCARGA
{
LAVADOR A UMIDO
E ELIMINADOR,
DE NEVOA
CcIcLoNe
MULTIPLO.
SOPRADOR BOMBA
PRODUTO
PRODUTO
unidade. Assim, a forma do secador pulverizador final
pode variar bastante de produto para produto e mesmo de
instalagao para instalagéo do mesmo produto.
Talvez a parte mais importante do sistema de seca-
gem a pulverizacdo seja 0 atomizador de carga. Usam-se
normalmente trés classes de atomizadores nestes seca-
dores pulverizadores. Os bocais injetores a dois fluidos,
como 0s da Fig. 18.40, séo usados na secagem a baixa
taxa de producao, especialmente quando se deseja uma
dimensao pequena de particula. © mecanismo da atomi-
zacao nestes bocais ocorre pela fragmentagdo da cor-
rente liquida provocada pelo ar injetado. Em baixas pres-
‘s6es de ar, 0 gas forma bolhas no liquido que, ao serem
destruidas, projetam goticulas. Em press6es mais eleva-
das, 0 liquido eflui do bocal na forma de filamentos que
840 subdivididos em goticulas pela corrente do gés. A
dimensdo média da goticula diminui a medida que a pres-
840 das duas correntes no bocal aumenta.* Os bocais a
dois fluidos séo usados em secadores pilotos e farmacéu-
ticos, onde o volume da cdmara é pequeno, e que visam &
obtencao de pequenas goticulas, e também na secagem
de ceramicas, etc., em circunstancias em que a mistura-
go externa de gas ¢ lama impede a erosao do orificio do
injetor.
Os bocais injetores a um sé fiuido e alta pressao
operam com maior taxa de produgao e produzem goticu-
las maiorese mais uniformes do que o bocal a dois fluidos
da Fig. 18.40. Por isso s4o freatientemente adotados nos
secadores pulverizadores de porte industrial. Na Fig
18.41 aparece um injetor a pressdo para operar num seca-
dor pulverizador. O injetor provoca um movimento tan-
gencial muito rapido no liquide que vai ser pulverizado. A
forga centrifuga causa a rotagao do fluido ao longo da
circunferéncia do oriticio do bocal, formando um nicleo
de ar na regio do eixo do orificio. 0 fluido é entao impe-Fig. 18.40 Bocal atomizador a dois fluidos, com sistema de con-
{role da alimentacao do liquido comandada pneumaticamente,
Neste bocal o ar atomiza a corrente tiquida externa ao corpo da
valvula. A presséo de ar, fornecida pela cémara da valvula central,
forga a haste da vélvula para longe da sua sede, o que possibi
© inicio da pulverizagao. A queda da pressao do ar de control
provoca a imediata suspensdo da carga ce lquido, mas 0 escoa-
mento de ar nao @ interrompido. O ar ce atomizagao deve estar
entre 10 ¢ 60 psig, enquanto oar de controle opera a cerca de 30
psig. (Cortesia de Spraying Systems Co.)
lido contra uma superficie cénica oca e fragmenta-se em
goticulas. A Fig. 18.42 mostra este mecanismo de atom
zagao a partir de um turbilhao, obtido num bocal que
opera a pressao de 30 psig, pulverizando Agua. Parase ter
‘© mesmo grau de atomizacéo com um liquido viscoso, ¢
Preciso usar uma pressdo de varios milhares de toneladas
por polegada quadrada,
Nao 86 08 bocais pneumaticos, mas também os que
‘operam a pressao, exigem que 0 fluido a ser pulverizado
passe através de passagens estreitas. Por isso, quaisquer
Particulas, cristais ou outros sélidos, suspensas no fluido,
entupirao 0 bocal. Além do mais, qualquer material duro,
‘mesmo muito fino, provocaré a erosao do bico do bocal
concorrendo com isto para atomizagao menos eticiente e
mais desigual. Estas sao as razbes que exigem seja com-
pletamente homogéneo o material injetado nos bocais.
Quando a carga é formada pela misturacao de diversos
componentes, a filtragao deve ser suficionte para eliminar
quaisquer particulas. Para garantia, instalam-se usual-
mente telas muito finas na linha de carga, antes do bocal
pulverizador, e até no proprio bocal. Incorporam-se tam-
bém, muitas vezes, homogeneizadores nas bombas de
alta presséo e deslocamento positive, usadas para al
mentar os bocais de press4o. Os homogeneizadores for-
gam a carga através de pequenos tubos capilares, a velo-
cidade elevada, ¢ assim fragmentam acorrente de cargae
Provocam a sua violenta remisturacdo.
Os atomizadores a disco centrifugo podem ser usa-
dos para pulverizar liquidos que no se conseguem sufi
cientemente homogéneos para passar através de um bo-
al. Além do mais, produzem goticulas de dimensoes
muito uniformes @ nao precisam de uma carga a alta
Pressdo nem atribuem velocidade axial as goticulas pul-
verizadas. Os atomizadores séo também menos afetados
Pelas variagées nas propriedades da carga, como a per-
‘pul
centagem de sélidos ou a viscosidade, e até pelas varia-
oes na vazdo da carga. Na Fig. 18.43 aparece um destes
atomizadores. No atomizador, a carga liquida é langada
sobre um disco que gira a 6.000-20.000 rpm. O fluido é
acelerado até uma velocidade centrifuga alta, sobre 0
disco. e descarregado. Nos casos usuals, 0 fluido deixa 0
disco na forma de uma pelicula liquida que se fragmenta
em goticulas — ou entdo em filamentos e depois em go
culas. Em alguns atomizadores, o disco tem a borda serri-
thada, ou interrompida, para impedir a formagao de peli-
cula @ favorecer a imediata formacao de filamentos.
Nas aplicagées praticas, usa-se nos casos habituais
apenas um atomizador a disco numa camara de secagem
fenquanto podem ser vérios os bocais pulverizadores
numa mesma cdmara. Desta forma é possivel substituir os
bocais danificados ou entupidos, com redugao apenas
Carga de
iiquso.
[sob pressto
ip
18.41 Bocal de pressdo a um s6 fluido. 0 bocal 6 do tipo de
‘icleo sulcado. Os bocais deste tipo pulverizam de 60 até 1.600
gal/h de agua. A produgao para um unico bocal varia de um fator
entre 2,5 @3 quando a presséo passa de 1.000 para 7.000 psig. O
corpo do bocal 6 normalmente em ago inoxidével, enquanto 0
Rlicleo eo bico dobocal, substituive's, saoem ago endurecido ou
em carbeto de tungsténio. (Cortesia de Spraying Systems Co.)YA"
Fig. 18.42 Fragmentacao de uma corrente liquida efluente de
lum’ modelo de bocal 4 pressdo turbilnonante, em lucite, ope-
rando a 30 psi. O cone oco de liquido, que as ondulagées frag-
mentam em goticulas, ¢ claramente visivel, assim como se ve 0
‘AUcleo oco dentro do bocal.® (Com a permissao da A..Ch.E.,
copirraite © 1954)
Pequena na producao da unidade. Esta facilidade de ma-
nutengao compensa o fato de os bocais exigit
tuicéo mais freqdente que o atomizador a disco.
Aescolha do atomizador influencia o projeto de toda
@ cimara de secagem. Os bocais pulverizam o material
numa diregao axial e por isso tém que operar numa torre
alta, relativamente elevada. Os atomizadores a disco pul-
verizam em diregao radial. A torre de pulverizacao deve ter
didmetro maior, mas pode ser mais curta. Em geral, o
Angulo cOnico no tundo da torre ¢ de 60-70", e desta forma
‘amaior parte da altura da torre, onde o atomizador adisco
esté instalado, seré ocupada por este cone. Nos dois ca-
808, a maior parte da secagem ocorre a curta distancia do
atomizador. No instante em que uma particula atinge
parede da camara (se este evento puder ocorrer) é preciso
que esteja bem seca para evitar a aderéncia.
Depois de sairem do atomizador, as goticulas de It-
quido caem através do gés quente da camara de secagem
Se acarga fosse 4gua pura, a goticula seria evaporada na
temperatura de bulbo tmido do ar de secagem, até desa-
parecer completamente. Na secagem de solugdes ou de
emulsées, a particula secante atinge a uma temperatura
um tanto mais elevada que a temperatura de bulbo imido,
A medida que a secagem avanga. Inicialmente, o liquido
evapora da superficie da goticula. A superficie, relativa-
mente seca, pode formar uma carapaca rigida através da
qual deve haver a difusao do liquide interno. Esta difusdo
um processo muito mais lento que oda transteréncia de
calor através da carapaga, para o interior da goticula, €
Por isto o liquido tem a possibilidade de evaporar-se no
proprio interior do sistema. Desta maneira, a goticula in-
cha, a carapaca fica mais fina e a difusdo através dela
torna-se mais rapida. Se a carapaga externa for relativa-
mente ineldstica e impermeavel, a evaporagao interna
serd, em geral, suficientemente intensa para provacar a
ruptura da casca, soja fragmentando-a seja formando
uma excrescéncia bulbosa lateral. Entéo, 0 produtotipico
de um secador pulverizador constituido por esferas
ocas partidas e esferas inteirigas. A Fig. 18.442 mostra
uma fotomicrografia de um acido organiico secado a pul
verizagao. Neste caso a ruptura das goticulas foi relativa-
mente pouco violenta, formando-se esférulas ocas se-
cundarias geminadas as esferas originais. Na Fig. 18.44b,
aparece uma fotomicrografia de um pé de moldagem se-
cadoa pulverizagao. Neste exemplo, a ruptura das goticu-
las provocou a formagao de fragmentos.
E evidente que o tempo necessério para a secagem
néo pode ser calculado mediante o mecanismo simples
de secagem em leitos secantes de material poroso. O
tempo de secagem vai depender da temperatura, da umi-Fig. 18.432 Conjunto atomizador a disco centritugo, com um
disco aiomizador na forma de um prato invertido. O disco ato-
mmizao liquido pela intensa agao cisalhante que ocorte na borda
agucada. O aparslho ¢ relativamente barato e se usa quando se
espera serem freaUentes as substituigses. (Cortesia da Stork:
Bowen Engineering, Inc.)
dade e das condigées de escoamento do gas de secagem,
das dimensoes das goticulas produzidas pelo atomizador
@ das propriedades do material que esta sendo proces-
sado. Além disso, as propriedades do produto acabado
dependerao dos mesmos fatores. A importancia destes
tatores é reconhecida hé muito tempo e é vultosa a quan-
tidade de trabalhos tericos e experimentais que foi feita
visando a relacionar uns com os outros e a permitir 0
projeto do secador. A maior parte deste trabalho sugere o
relacionamento da distribuigéo de dimensdes das particu-
las provenientes do atomizador com o modelo do seca-
dor, com as propriedades da carga e com a producao. O
mecanismo da formagao das gotas é diferente nas trés
grandes classes em que se dividem os atomizadores, ¢ as
correlagbes obtidas sao diferentes para diferentes atomi-
zadores."
Os atomizadores a dois flu
{os formam as goticulas
pela colisio de um jato de gas aelevada velocidade como
liquido que sai através do bocal, conforme discutimos
acima. No caso da atomizagao de misturas de alcool e
glicerina por um jato de ar, Nukiyama e Tanasawa* obti-
veram
paz de propiciaro conhecimento da dist'ibulgao de particu
fas, esta aiscutiaa com outeas propriedades dos sistemas solidos particu
lados no Apénice 8. Nos pardgrafos seguintes, esperase afamilanicade
{6 letor quanto ao material deste aperdic
Fig. 18.430 Discos atomizadores proprios para diversas aplica:
(ges. O superior é uma roda com chicanas retas, usaca em véi
aplicagoes de capacidades médias ou baixas. O inferior € uma
oda de alta capacidade, com bicos resistentes & abrasio, dest
nada a operar com materiais semelnantes aos concentrados de
minérios. Os discos deste modelo sa0 capazes de operarcargasa
taxa de 200 ton/h. (Cortesia da Niro Atomizer Inc.)
_ 1410/6
045 19000, \ 15
De +191 (ey 7
Ya VP.
Qn
(18.19)
onde
D., = didmetro médio Sauter, microns
¥, = velocidade relativa entre o liquido e o ar, t's
@ = tensao superficial, dinavom
# = viscosidade do liquido, cP
pi = densidade do liquido, Ib/tt?
Q., Q, = vazo volumétrica do liquido e do ar
No caso de bocais de pressao, a pulverizagéo 6 pro-
vocada, em geral, forcando-se um liquido em rotagéo
centrifuga através da saida do bocal. Normalmente acen-
trifugagao provoca a formagao de um nucleo de ar que vai
do centro do bocal até a cémara de turbilhonamento,
Neste tipo de bocal, 0 didmetro médio da gota, usual-
mente expresso como um didmetro médio Sauter, é uma
fung&o do diametro do bocel, da pressdo aplicada, da
viscosidade do liquido e, em menor grau, da tensao super-
ficial. As Figs. 18.45 e 18.48 dao algumas indicagoes sobre
as dimensdes médias das gotas que se podem esperar nos
bocais de pressao. Deduziram-se correlagées empiricas,
admitindo-se que o diémetro médio Sauter é uma funcéo
das componentes axial etangencial da velocidade nobicoFig. 18.443 Fotomicrogratia de um produto orginico secado a
pulverizacéo a partir de uma solucao verdadeira. (Cortesia da
Stork-Bowen Engr. Co.)
do bocal.** Em papel probabilidade, as distribuicdes le-
vantadas experimentalmente levam a um grafico linear. A
uniformidade das gotas foi relacionada ao desvio padrao
obtido a partir destas retas. Uma versao modificada do
desvio padrao é, conforme se encontrou, uma fungao da
velocidade tangencial e do didmetro do orificio. Outras
correlagées empiricas existem para a distribuigao das
Fig. 18.44 Fotomicrografia de um pé de moldagem ceramico
secado a pulverizacao a partir de uma emulsao verdadeira, (Cor-
tosia da Stork-Bowen Engr. Co.)
oo
3 x
4 | 400 — |
a fs T
ge 0— ——e 4
ay ° °
ge 4
Es 200 _
E
a “ © Pulverizaderas com
pico comien 060
109
095 010 02 930 940
Didmetro do onticio, in
Fig. 18.45 Efeito do didmetro do orificio sobre a dimensao
media das gotas obtidas num bocal de pressao. P = 50 psig,
fluido @ a agua (Com permissio da Amer. Chem. Soc., copir-
raite © 1951.)
dimensoes das particulas, baseadas em propriedades
mais facilmente mensurdveis do bocal, mas em geral s6
so utilizaveis com bocais do mesmo modelo que o usado
nos ensaios. Na maioria das investigagées, a Agua é 0
fluido primarioaser atomizado. O efeito das propriedades
do fluido, especialmente da viscosidade, sobre a dimen-
40 da particula produzida, ainda nao foi adequadamente
determinado.
‘A capacidade dos bocais pulverizadores depende do
didmetro do bocal, da pressao, do modelo interno do
bocal eda viscosidade do fluido. Aimporténciado modelo
da disposicao interna do bocal reflete-se na variacao daoa|
120
5 centistoxes
100) Po
—
0]
sz
21 |
Cy
100 150 200 250 300
P, tine
Fig. 18.46 Influencia da pressao eda viscosidade sobre odiame-
tro médio Sauter das goticulas formadas num bocal a pressao
‘urbilhonante."* (Com permissao do Inst. for Fuels, Londres, co-
pirraite © 1949)
componente da velocidade tangencial Impressa ao |
quido turbilhonante e na queda de pressdo através do
bocal, para um dado tamanho da peca. A influéncia da
viscosidade ¢ pequena mas conhecida, em geral, s6
quando a pressao de carga é constante, desde que ocorra
a atomizagao. A explicagéo deste efeito esta em que o
didmetro do ndcleo de ar diminui a medida que a viscosi-
dade aumenta. As capacidades dos bocais sio dadas,
frequentemente, em termos de um “numero de escoa-
mento”, que nao é sensivel a pressao. Definindo o nimero
de escoamento pela equagéo
Q
eal
(18.198)
onde
Q = capacidade, volume/unidade de tempo
K’ = numero de escoamento, relacionado a eficién-
cia de conversao da pressao em energia cinética
do bocal
verifica-se que K’ 6 relativamente independente da pres-
séo, mas varia um tanto com a viscosidade do liquido e
muito com 0 modelo do bocal. Entdo, K’ pode ser usado
para se ter uma estimativa da capacidade do bocal em P,,
‘quando se conhece a sua capacidade em P,. A Fig. 18.47
mostra. relacao entre o diémetrodoorificio, apressdoe a
‘eapacidade de bocais com nticleo suleado, com a area
dos sulcos constante, pulverizando um liquido com vis-
cosidade de 50 oP.
Na atomizagao a disco girante, 0 fluido deixa o disco
em correntes que se fragmentam em goticulas em virtude
doatrito que sofrem quando passam pelo gis em repouso
relativo. A taxa de alimentacao pode ser controlada inde-
Pendentemente do disco. Embora a hidrodinamica desta
fragmentagdo seja complicada, foi com mais éxito que, no
aso dos atomizadores a dois fiuidos, ou dos bocais a
presséo, se determinou a correlagao pertinente as dimen-
s6es médias das gotas formadas pelos discos girantes.
Didmetro do ot
Gol 002 003 O04 005 006
Capacidade, gal/min
Fig. 18.47 Efeito do didmetro do bocal sobre a capacidade de
bocaisa pressio com niicleo sulcado **A area dos sulcos6de7,7
x 10 in®, Viscosidade 50 oP. (Cortesia da A./.Ch.E.)
Friedman, Gluckert e Marshall” correlacionaram odiame-
tro médio Sauter mediante a equago adimensional
Pano 5)" (E)" ee” ca
onde
r= raio do disco
elocidade més:
‘ensdo superficial
perimetro mothado, ft
/elocidade do disco, rpm
a, Ib/(tempo) (ft de L)
Num papel logaritmo-probabilidade normal, a distribui-
‘Gao dos tamanhos das goticulas leva a uma reta. Entéo,
toda a distribuigao das goticulas pode ser determinada
pelo diametro médio Sauter @ por um outro ponto. O
ponto extra escolhido ¢ o da dimensao maxima das go!
culas. Friedman observou que o didmetro maximo das
Particulas Dom = 3D,., mediante uma correlagao adimen-
sional, mas outros investigadores encontraram distribui-
g6es mais uniformes.”
As taxas de transferéncia de calor e de transferéncia
de massa para uma gota cadente, e dalataxa de secagem,
foram investigadas mediante a teoria da camada limite. Os
resultados mostram que estas taxas devem ser maximas
nas partes da gota que faceiam a corrente incidente dear,
@ devem diminuir até um minimo vizinho do ponto de
‘separagdo da camada limite, além do equador da gota, ©
devem aumentar novamente, até um valor elevado, na
regio central da traseira da gota. Destas consideragées,
‘combinadas com as equagées de transferéncia de calor e
de massa, organiza-se um conjunto de equacées diferen-ciais parciais simulténeas, de onde se determinam as ve-
locidades de transferéncia de calor, de massa e de mo-
mento. A resolugao geral destas equacdes envoive tantas
hipéteses que parece nao ter valor pratico. No limite, com
um sistema finamente disperso. 0 Nneaproxima-se de zero
e, neste caso, a resolucao dé?
heDp _ kgMDpP
k Bp
(18.21)
Coeficiente de transmissao de calor pela convec-
a0, Btu/h tt® °F (ou J/s m*°C)
k = condutividade térmica da fase gasosa, Btu/hft °F
(ou J/s m °C)
Coeficiente de transferéncia de massa da fase ga-
08a, Ib-mol/h ft? atm (ou mol/s m? atm)
MM = massa molecular média da fase gasosa, Ib/Ib-
mol (ou mo!)
Coeficiente de difusao na fase gasosa, ft*/h (ou
m/s)
Esta expressao tem importancia pratica e tedrica, pois
fixa as condigdes durante a evaporacao de uma gota li-
quida até a secura completa. Asinvestigagoes experimen-
tals?” dao
kgMDpP
= 2+ Ki (Ns) (Maol” (18.22)
“Pp
onde K;, m en sao constantes. Esta equacao deveria dar,
por analogia,"® #
heD,
@k
= 2+ K2(Np,)?(NRel® (18.23)
onde
Com um New elevado, o efeito da constante 2 torna-se
desprezivel, de modo que as Eqs, 18.22 e 18.23 conver-
tem-se na relacdo usual do fator j
© tempo de exposigaio de uma gota & atmosfera da
camara de secagem depende das dimensées da gota, da
forma da particula, da sua densidade e da configuragaoe
velocidade da corrente de gas. A configuracdo da cor-
rente de gas num secador é, normalmente, bastante com-
plicada, e também pelotato de as particulas percorrerem
trajetorias mais alongadas do que aquelas calculadas a
partir de condigdes minimas. Os modelos experimentais,
para investigagao das correntes de gés num secador com
escoamento em contracorrente do ar e do pulverizado,**
mostraram que as correntes se dividem em duas corren-
tes em espiral, uma no centro da camara e outra ao longo
das paredes. Na regio das vizinhangas do ponto de pul-
verizagao, estas espirais sao interrompidas e 0 escoa-
mento € mais direto. As equagées usuais para a queda
livre de uma particula através de um fluido (ver o Cap. 22)
séo vélidas depois de a acao inicial do jato do bocal se ter
esvaido. Como é natural, os valores numéricos emprega-
dos devem alterar-se de acordo com as dimensbes das
particulas presentes na névoa pulverizada, e também mo-
dificam-se & medida que as particulas alteram as suas
formas e densidades durante a queda.
Pode-se estimar o tempo necessario para secar uma
goticula mediante as equagées usuais de velocidade de
secagem, desde que se possam resolvé-las. O perlodo a
taxa constante termina quando a superficie da gota fica
sélida, Esta circunstancia pode ocorrer enquanto 0 inte-
rior da gota ainda esté na forma de uma solucdo relativa
mente diluida. Nao ocorrendo nem o inchamento nem a
ruptura da gota, a velocidade de secagem durante o pe-
riodo a taxa decrescente serd controlada pela cifusdo
através da carapaca solida.
As informag6es estampadas anteriormente visam a
dar uma imagem clara dos principios fundamentais en-
volvidos na secagem a pulverizacdo e a chamar a atencéo
sobre o grau de confianga que se pode ter ao usar estes
Principios no projeto de equipamento. Raramente estas
informagdes so suficientes para projetar um secador a
pulverizagao. A abordagem usual que se adota & a de
‘estimar aproximadamente o custo dosecador necessério,
usando a experiéncia acumulada como uma base* e de-
ois explorar 0 processo de secagem em si, submetendo
amostras do material a ser secado a ensaios pilotos, reali-
zados pelos fabricantes dos secadores.
O engenheiro de produgao deve saber como as varia-
Goes das condigdes da carga e da operacao ‘afetam 0
produto seco por pulverizagao. Os efeitos diferem acer
tuadamente de produto para produto, e somente algumas
poucas generalizagoes podem ser feitas em relagao a
eles. Dutfie e Marshall investigaram o efeito da tempera-
tura da carga inicial, da temperatura do ar eda concentra
40 da carga sobre a densidade do produto, usando vé-
ios materlais que so tipicamente secos por pulveriza-
40, e depois compararam os resultados obtidos com
outros resultados publicados. Somente quanto a tempe-
ratura do ar os resultados mostraram-se coerentes para
todos os materiais estudados, que incluiram desde sais
inorganicos até xarope de milho. Em todos 0s casos, 0
aumento da temperatura do ar afluente provocou a dimi-
nuigao da densidade do material. No caso da concentra-
¢40 da temperatura da carga inicial, 0s efeitos sobre a
atomizagéo e sobre 0 comportamento na secagem in-
fluenciam a densidade do produto de forma confiitante. 0
aumento da concentracao da carga leva mais sélido para
cada gota de tamanho fixo, mas também aumenta a di-
mensao média da particula. 0 efeito liquido sobre a maio-
ria dos materiais estudados foi o de uma pequena dimi-
nuigdo da densidade do produto com o aumento da con-
centracao da carga inicial. O aumento da temperatura da
carga diminui a viscosidade, 0 que diminui a perda de
ressao no bocal e provoca a formagao de goticulas ligel-
ramente menores na pulverizacao. Por outro lado, 0 pe-
rlodo de aquecimento inicial pode ser mais curto, 0 in-
‘chamento das particulas mais acentuado @ 0 teor de umi-
dade mais baixo. Na maioria dos materiais pulverizados, a
densidade final diminui _ligeiramente com o aumento da
temperatura da carga, embora no caso da gelatina oefeito
aparentemente seja 0 inverso.
Os resultados normais de outras modificagées ope-
racionais podem ser inferidos qualitativamente apartir da
experiéncia. O aumento da pressao num bocal de pulveri-
zagao deverd aumentar a produgao e também as dimen-s6es das goticulas. O aumento deve provocar menor tem-
eratura do ar e produto de teor de umidade mais elevado,
além de particulas sélidas maiores e densidade também
maior. 0 aumento da carga injetada num atomizador a
disco também deve ter os mesmos efeitos. Se, simulta-
neamente, for elevada a temperatura do ar, 0 resultado
liquido pode ser um produto com particulas maiores mas
teor de umidade ¢ densidade rolativamente invariaveis.
Os secadores que discutimos neste capitulo consti-
tuem apenas alguns entre os diversos
Discutimo-los pois ilustram uma ampla variedade de se-
cadores e porque estao entre os mais comuns. Em coni
oes especiais alguns secadores podem ser fundamen-
talmente diferentes — por exemplo, os secadores a infra-
vermelho, nos quais a maior parte do calor é transferida
ela radiagéo. Amaioria dos secadores, no entanto, difere
somente em detalhes secundarios dos que discutimos
aqui. Por exemplo, 0s secadores a cilindro, como os usa-
dos para secagem de papel, so em esséncia secadores a
tambor nos quais 0 material é operado sob a formade uma
folha,
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PROBLEMAS
18.1. Na secagem da area, om vapor de Agua superaquecido,* foram
obtidos os eeguintes dados
Tempo de Massa da Tempo de Massa da
secagem,n amostra, Ib secagem,h ——amostra, Ib
025
050
075
1.00
125
150
175
200
225
250
275
3100
3.25
350
3.75
4/00
4.25
4:50
475
37,98
5,69
11,60
11,50
12,00
1quecido de 53,5°F, com a vazdo de
1.000 Ib/h ft. Asecagam ocorria somente pela face superior do bolo, que
in por 20,75 in. Determinar.
(a) 0 teor de umidage entco,
{de secagem durante 0 periodo a taxa constante.
iciente de transmisséo ce calor observade curante © pe
oxa constant
Comparar a resposta da
19.1218.2. Um material tibroso é seco num tine! secador, ern contracor-
rente, adiabatico, ne forma de folhas de 1 m por 3m por 2.cm. As folhas
passam polo secador em suportes que carregem 20 folhas cada um, de
Modo ques folhas estho soparadas eeecam polas duas faces. No secador
‘entrar 50g de ar a 130°C, com temperatura de bulbo Omida de35°C, por
(0.5 kg ce material seco; oar escoa em tormo do material a taxa de 4 000
kg/h mde drea livre. O material entra no secador a30°C, com um teor de
umicade de 0.80 kg de H,O/kg de material seco e sai com um teor ce
umicade de 0.04 kg de H.07kg de material seco. O material seco tem uma
ensidace de 200 kg/m e uma capacidade caloritica de 1.3 4/9 °C. Os
lensaios om planta pilot indicam que se pode esperar aingit um teor de
umicade de 0.25 kg de H.0/k de material seco, com um toor desprezival
{de umidade de equilibrio. Determinaro tempo de secegem necessariow as
concicoes do ar etluente
18.3. Num secsdor com etter transportadora de 9 ft de largura,
seca-se argila para tjolos, com a dansidade py ~ 110 Ib/¥?. A camada de
srgllatem 1 in de espessura.e oar escoa om contracorrente coma eseira,
‘Oespaco para. tiuxode.ar,porcimacaesteira,¢ de fteiguala largura da
ssteira transportadora, Oar entra secador @80°F, com temperatura de
bulbo mide de 50°F. Este are misturado com igual quanticade (em base
de peso de ar seco) de ar do reciclagem ea corrente combinada dos dos
fluidos 6 aquecica a 250°F num aquecedor a tubos de vapor. Depots de
passar sobre a amostra, uma metade do aré descarregada co secador ea
‘utra metade ¢ reaquecica. Oar de saida tom umidade relativa de 80%, O
Produto temX;' = 0,2 lb de H,O/lb de slides secose a cargaiicial tem ky
= 1,5 de H,O/Ib de sblidos secos. Para este material, 0 teor de umigade
critica," ~ 0,15 1b de H,O/Ib de sélidos secos. Admitindo que atranste-
rncia de calor ede massa so ocorra pola superficie superiordacamada de
agila, que aargilaantrano socador na temperatura de saturagao adiabé-
tica do ar efluente, determina
{a) A taxa de escoamonto do ar, em lbh 1, que pssea por cima da
estera transportadora, quando esta movimenta-se @ velociéade de 1 /
(@) © comprimento que deve ter @ esteira,
184. Um secador com estelra transporiadora 6 usado para secar
‘avacos de madeira, com teor de umidade nical de. kg/kg de madeira,
16 um toor final 400,02 kg de H.O/kg de madeira, Os cavacos.esto sobre
uma correia ransportadora entelada, que se movimenta & velocidade ce
0.1 mis, ¢ forma camada com espeseura de 10 cm. O ar de secagem,
iniialmente a 120°C e comuma umidade de0.005 kg deH,0/kg dear s0c0,
‘2c0a polo lito de cavacos & velocidace de 5 cm/s. Os cavaccs tém a
forma aproximada de um cubo com 05 em de aresta, Os ensaios de
laboratério, roalizados com tragmentosisolados, mastram que oteor de
Uumidade eritico 6 08 0.1 kg’kg de madeira que o tear de umidade de
equllbrio 6 d¢ 0,01 kg de H,0/kg de sélidos secos. quando'se opera como
arnas concigdes iniciais mencionadas acime.
Estimar 0 comprimento necessério para que o secador fornega um
Produto mécio com as especiicagdes desejadas,
De acordo com uma publicacao (Harcourt, antigo apresentada
Falls Meeting, ASNE, 17-23 de satembro de 1236) sto 08
eguintes os dados da secagem de acetato de sodio num secador alambor
Auplo, com calna de slimentagao:
Velo: Tempe- _Capa-
Teor de umidade, Pressio cidade ratura —_cidade,
"% ponderal do do. da Ibdo pro-
vapor, tambor, carga, duto/h.
Carga Produto psia’ rpm °F ft
395 04870 3 205 1,87
405 100367 8 200 516
65 959 67 8 170 3.26
Deseja-se secar 0 acotato do sSdio num destos socedores, desde uma
compesiggo inicial com 60% ponderais de sdlidos até uma composicéo
final com 95% pondorais do a6ices. Osecador atambor duplo tem 10 ce
comprimenta 3 ftde clametro. Orluide deaquecimento oe vepordedgua
870 pia, ea carga sord pré-aquecica a 200°.
Recomendar velocidade do arbor para se er aconcentragao dese-
lada do produto. © estimar a taxa de produgao em libras por hora de
Broduto seco. Discutr as areas de incertezas na resolugao final listar
‘Quaisquer hipoteses que se facam. Sugerr os dads fsicos ou quimicos
(que, uma vez conhecidos, diminuam a incerteza da estimativa,
18.6. Nos ensaios de um processo om planta-ploto, seca-se pasta ce
bataiaem tabuleiros de 0,5in do profundidadee isolades no tunde, Oar de
secagem est4 a 180°F, com umidade rolativa do 10%. Aeecagem desde um
teor de umidade nicial de 0.6 Ib de H.O,"b de solidos secos ate um ear de
lumidade final de 0.15 Ib de H,O/lb de séiidos socos leva 6 h. Toda a
‘secagern realza-se durante o periodo de taxa decrescente e controleda
pela ditusdo. Oteor de umidade deequillrio6 de, b/lb desdlidossocos
{uando.em contato como ar natemperatura.e na umidade mencionadas. A
ensidade do produto 6 0.75 g/em
No processo em eecala industrial, as batatas devem ser secas «partir
140 mesmo teor de umidade inicial que no processo piloto. até um teor
‘umidade final de 025 lbp. © processo ser efetuado em tabuleites com 2
ln de protuncidade, mas com 0s fundos perturados, de modo ave a seca-
‘gemocorrepelas duas faces do bolo. Qual serdo tempo de secegem 30 a
Condigées do ar de secagem forem controladas para reproduait as do
secador da planta-piloto?
18,7. Um secadorrotatério com tubos decaletagio a vepor de 4gua 6
Usaco para secar dolomita moida (yg ~ 180 Ib/tt) com as dimensoes da
Pentcula one as peneiras de mana #4¢20(D, = 0,039 in) O secador tem
‘ft de cidmetro.e pase ser comprado em sages de 5 ft de comprimente,
(040 ubos devaportém cada qual3inde didmetro elocalizam-se em dols
anéls concértricosjustapostos a parede intecna. Estes tubos ado providos
de aletas baixas e 18m uma area superficial total de 40 fit de compr-
mento do secador. As experiéncias antetiores mostram que o costiciente
Global de transmissio de calordo vepordeagua condensante a325°F par
© ar, no secador, 6 da ordem de 10 Btu/h fF. 0 ar entra no secador a
SO0EF, com Uma urmidad inicial da 0,003 Ib de H,0/1b de ar seco, numa
taxa de escoamento de 1.500 Ib/hft da segao reta do secador. Os so1c08,
eslocando-se em contracarrente com o ar, entram a O4 Ib de H,O/0 60
s6lidos gecos # saem a 0,02 Ib de H,0/Ib de solidos secos, O produto se
‘obtém @ taxa de 1 500 b/h, Nosecador os solidos estdo na temperaiura de
bulbo dmigo do ar de secagem,
Determinar o comprimento do secacor, sabendo que a sua inclinaco
4 de 1 in/tt ce comprimente e a velocidade de rotagao ¢ de 5 rpm.
18.8. Um catalisador de GrNi (p= 2.65 9/6r), ria forma deumatorta
de fitragao lavada, ¢ secads num flash, A torta entra no seeador com um
teor de umidade de0,5 g de H.0/g de séidos «30°C. A corrente.de ar de
secagem entra a 300°C e auma velocidada de 15!m/s. A proporgéo da sua
‘azo em relacao aossélidasé deSkg/kg desblidos. Asparticulas datoria
{témo didmetro tipico de 0,5 mm e permanecem no secador,em media, 10
5. Determinar o teor de umidade médio do catalsador obtido como pro-
ute
189. Deseja-se secar fragmentos de carvéo, com o didmetro médio
{60 2cm, num secadoraleitoluidlzado, O melo de uicizagdoe um gas 60
‘combustio, com 80% molares de Ny, 15% molares d@ CO, @ §9.molares se
60, a 500°C. 0 leitotuidizado tem uma percentagem media ce slidos Ge
10%, com 0 gis fluindo a 5 m/s. O carvéo entra com 0.2.9 de H,O!g de
sblidossecoseoteor de umidade de equllbric €0.02 g de H,0/9 de s6lidos
'ecos. Deseja-te secar 15.000 kg/h de carvao até um teor de umidade final
{400,04 g de H,0/g de solidos secos.O carvao tem ura densidage de 1,6
{/em? ¢ uma capacidade calorific de 08 J/g °C, e entra no lito & 30°C.
Determinar o tempo de residéncia necessario para que 0 carvao sela
s2co, admitindo-se que leit esteja perfeltamente misturado e calcularo
volume do leit
18.10. Um secedor rotatério, om contracorrente, ¢alimentade com
areia molhaca com 80% de umigade e cescarrega arela seca com $s de
\umidade. Oar afluente esta a 120°Ce tom a umicade absoluta de 0.007 gde
H,0/g de ar. A areia molnada entra a25°C e sa & 40°C, Oa sala 45°C. A
{axa de alimentacdo de areiag de 10kg/s. A rad.agao atinge aS cal/gde ar
Calcular a massa, om libras, do ar seco que passa pelo secador
umidade do ar eftuente,
Calor latente da H.0 a 409%
Gy para aareia seca
Cz para o ar seco
Cr para o vapor de agua
575 cag
021 eavg eo.
= 0238 cag °C
048 caivg °c
10.11, Um secadorrotatrio, a tamborsimples,direto eem contiacor-
rente.6 usedo para secar minério da manganés, a taxado 10ton/n, aB0°F,
om partculas dediémetro médio de 0,04 in, principlando comumteor de
\umidade de 0, de H,O/n de slido'saco até um teor de umidade final de
0.005 Ib de H,0/b de sélidos sacos. Nestas condicdes, 0 Teor de umidade
ertce sera menor qun0,006!b/lb meio secanta serd oar inicislmente a
80°F. com temperatura de bulbo mide de 70°F, aquecdo.a 260°F antes de
entrar no sacador. Calcular o comprimento do secador. 0 sau dlamatro.e
Inclinacao, a velocidade de rotagao em rpm e a vazso do ar
18.12, Numsecador pulverizador, seca-se café 2o\Uvel a partir de uma
tolugdo com 25% de aélidos e densiede de 0,95 g/em’, com viscosidade
e5.P, A solugde # pulverizada meciante um bocal de presséo, turbilho-
ante, que opera a 250 psia. Vamos admitir, pare resolver este problema,
que as goticulas tormadas tennam dimensées uniformes. A secagem &
feita em correntes paralelas. Admitir que 8s particulas pulverizadas nem)
inchem nem diminuam de tamanho, © que 0 processo de secager obe-
{deca ao modelo de taxa constante e depois taxa decrescente linearmente,