PROJETO DE LEI Nº DE 2007
( Do Sr. Alexandre Silveira)
Regulamenta a Profissão de Técnico
de Meio Ambiente.
O Congresso Nacional decreta:
Art. 1º - Considera-se Técnico em Meio Ambiente aquele que se dedica à:
I- Consultoria técnica relacionada a questões ambientais, à indústria e comércio
de equipamentos, aparelhos e instrumentos destinados ao controle de atividade
efetiva, ou potencialmente poluidoras e as que se dedicam à atividade
potencialmente poluidoras e/ou extração, produção, transporte e comercialização
de produtos potencialmente perigosos ao meio ambiente, assim como de produtos
e subprodutos da fauna e flora.
II - Compreende-se ainda, na designação do caput, a prestação de consultoria a
clientes, como profissionais autônomos, prestação de serviço em órgão público,
empresa privada, ONGs e órgãos que administram parques e reservas
ambientais.
Art. 2º - A denominação “Técnico em Meio Ambiente” é reservada aos
profissionais qualificados para compreender, tomar decisões e propor soluções
sobre os problemas ambientais em toda a sua amplitude e diversidade, e deve
obrigatoriamente ser acompanhada de formação profissional.
Art. 3º - São atribuições do Técnico em Meio Ambiente:
I- Aplicar metodologias para minimização de impactos ambientais;
II- Aplicar parâmetros analíticos de qualidade do ar, água e solo, bem como da
poluição sonora e visual;
III- Analisar os parâmetros de qualidade ambiental e níveis de qualidade de vida
vigentes e as novas propostas de desenvolvimento sustentável;
IV- Participar no planejamento, implementação e manutenção do Sistema de
Gestão Ambiental, conforme ISO – 14.001, nas empresas que buscam a
certificação;
V- Acompanhamento das Auditorias de manutenção do Sistema de Gestão
Ambiental;
VI- Participar na Elaboração de Licenciamento Ambiental para reforma ou
instalação de novos equipamentos: LP (Licença Prévia) LI (Licença de
Instalação) LO (Licença Operacional);
VII- Cabe ao Técnico de Meio Ambiente coletar dados e acompanhar o
Engenheiro de Meio Ambiente em: Autorização Ambiental de Funcionamento –
AAF-, Licença Prévia (LP), Licença de Instalação (LI), Licença Operacional
(LO), Formulário Integrado de Caracterização de Empreendimento (FCEI);
VIII- Participar na elaboração do Relatório de Desempenho Ambiental (RADA) de
uma organização;
IX- Participar na Elaboração do Plano de Controle Ambiental (PCA) de qualquer
estabelecimento cuja atividade cria passivo ambiental;
X- Participar da elaboração do Relatório de Controle Ambiental (RCA);
XI - Participar do Estudo/Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA);
Art. 4º - A expressão Técnico em Meio Ambiente poderá constar da denominação
em estabelecimentos especializadas, cujo profissionais estiverem registrados no
órgão fiscalizador da profissão.
Art. 5º- Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Justificativa
O objetivo desse projeto é proporcionar aos técnicos de Meio ambiente o
reconhecimento e a regulamentação da profissão, obtendo um registro, que o
possibilitará responder pelo exercício da profissão.
É sabido que a questão ambiental é um dos temas que mais tem
preocupado os cientistas e ambientalistas do mundo inteiro. No Brasil não é
diferente. Temos uma legislação ambiental avançada, porém com grande
dificuldade em sua aplicação, principalmente pelas pequenas e médias empresas,
como também por parte de inúmeras prefeituras. Tal problemas decorre da falta
ou do pouco conhecimento de nossas leis ambientais.
Contamos hoje com boas escolas em nível médio formando profissionais no
curso de Técnico em Meio Ambiente, em diversos Estados do Brasil. Porém
esbarramos no fato da regulamentação da profissão, pois, sem o registro, a
profissão não é reconhecida, dificultando assim a introdução deste profissional no
mercado de trabalho.
Atualmente a profissão de Técnico em Meio Ambiente, vem sofrendo uma
grande desmotivação profissional, uma vez que o mercado está absorvendo
Técnicos em Segurança do Trabalho, que é uma exigência legal do Ministério do
Trabalho, para exercer a profissão de técnicos ambientais.
Entre outros, esse é um dos principais motivos que várias instituições de
ensino mudaram a grade curricular do curso técnico em Segurança do Trabalho,
onde ficou definido na Secretaria de Ensino “CURSO DE SEGURANÇA DO
TRABALHO COM ÊNFASE EM MEIO AMBIENTE, o que causou uma extinção do
curso Técnico de Meio ambiente em várias instituições de ensino, e a evasão de
muitos alunos, nas instituições que ainda insistem em formar este profissional.
Ademais, os profissionais com formação Técnica em Meio Ambiente, vem
perdendo espaço para os técnicos em Segurança do Trabalho com ênfase em
meio ambiente, gerando um verdadeiro caos na profissão e deixando de empregar
milhares de Técnicos em Meio Ambiente que não podem aplicar seus
conhecimentos, tornando-se marginalizados da profissão que escolheram.
O Técnico Ambiental é reconhecido pela Lei Federal 10.410 de 11 de
Janeiro de 2002, com a seguinte redação:
"Art. 1º Fica criada a Carreira de Especialista em Meio Ambiente, composta pelos
cargos de Gestor Ambiental, Gestor Administrativo, Analista Ambiental, Analista
Administrativo, Técnico Ambiental, Técnico Administrativo e Auxiliar
Administrativo, abrangendo os cargos de pessoal do Ministério do Meio Ambiente -
MMA e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis - Ibama.
Art. 6º São atribuições dos titulares do cargo de Técnico Ambiental:
I - prestação de suporte e apoio técnico especializado às atividades dos Gestores
e Analistas Ambientais;
II - execução de atividades de coleta, seleção e tratamento de dados e
informações especializadas voltadas para as atividades finalísticas; e
III - orientação e controle de processos voltados às áreas de conservação,
pesquisa, proteção e defesa ambiental."
Mesmo com o reconhecimento na citada lei e apesar do curso ser
registrado na Superintendência Regional da Educação, a profissão ainda não se
encontra regulamentada, sendo que profissionais adquirem somente o diploma,
porém sem o registro legal, motivo que tem levado as instituições de ensino a
fazer uma junção do curso técnico em Segurança no trabalho, com ênfase em
Meio Ambiente, como já foi mencionado acima.
Com o assessoramento técnico competente, as empresas e a comunidade
têm muito a ganhar, pois além da legislação, há também a questão da ISO 14001
– GESTÃO EM MEIO AMBIENTE, que é um passaporte para as empresas
poderem atuar no mercado interno e, principalmente, no mercado externo.
Acreditamos na oportunidade e necessidade do Projeto, para o qual
esperamos total apoio dos nobres colegas.
Sala das sessões de maio de 2007
ALEXANDRE SILVEIRA
Deputado Federal - MG