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GILROY, Paul. Identidade, Pertencimento e A Crítica Da Similitude Pura

Paul Gilroy
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Nagdes, Culturas e 0 Fascinio da Raga | modernidade no é um e6digo conveniente exclusivo de relagbes sociais em ccortas partes favorecidas da Europa? Sera que um comprometimento com hist6rias translocais de sofrimento poderia contribuir para realizar a passagem da eserita da histéria eurocéntrica para modos cosmopolitas de escrita’? Em termos mais polémicos, como manter a dualidade da modernidade como progresso e catéstrofe, civilizagao c barbérie na vanguarda das nossas deliberagBes? Até que ponto o fato de colocarmos os racismos no centro do nosso pensamento transforma nosso dominio com relago aquelas dualidades? Examinar o Tluminismo como um fentmeno étni hist6rico através de seus cédigos vernaculares traz alguma contribuigo? O Tuminismo deveria se tornar nada mais do que um fardo dstinto de grupos especificos, © qual embora aponte para além da sua particularidade no sentido de um universalismo emergente tem sérias dificuldades de fazer este ajuste descjivel” ‘Aqui confrontamo-nos com questdes politicas substanciais as quais as disputas metadalégicas snperficiais servem como um pretexio inadequado. Seri que as especulagdes meta-histéricas, filoséficas ¢ sociolégicas so desfeitas pelas narrativas micto-hist6ricas, as quais acrescentariam tanta textura e cor local a onto da generalizagio tornar-se impossivel ens nos torvamos politicarente inertes, seguros na confianga de que temos a melhor interpretagao do material dispontvel? E melhor saudar uma mudanga de escala e de trabalho no sentido de um retrato mais complexo dentro de uma moldura de tempo de maior duragio, possivelmente também dentro de um esquema conceitual que reoriente nosso pensamento para longe do glamour do éiico eo redirecione para o que costumav ser chamado de “o problema da espécie”. Isto poderia ser apresentado como um exercicio de universalismo estratégico, Nao estou menosprezando 0 oficio do historiador, € nem a mudanga que proponho aqui precisa significar que a modernidade sempre desliza para tis no tempo em diregao a Lutero e & invengtio da impressora, ou a Colombo ¢ & revolucio na consciéncia européia de mundo, Enquanto as humanidades recuam da acusagao de politizagao, a resposta favorita para essas presses reside na costumeira recusa ‘em reconhecer a cumplicidade da racionalidade e da barbarie. Uma complacéncia conservadora procura trangiiilamente reinstaurar os universalismos inocentes © iio reflexivos ~ liberal religioso e etnocéntrico. Aqui o conceito de pos-modemicade poderia oferecer um meio ttil © suplementar para marear a perda irrevogdvel daquela inocéncia na busca da verdade e na eserita da hist6ria em relagio a qual as hist6rias dos negros ¢ dos judeus no mundo ocidental modemo fornecem os melhores exemplos, isto é, 0s mais desumanos, 3 IDENTIDADE, PERTENCIMENTO E A Critica Da SIMILITUDE PuRA a : ei ver, acing deve era pri, eat odia da ea mort nada mai deve er Too erdadsno rubato avid. nec ols ese oanr nao gassed edhe Fae amor € a sa inia extn: ee v apenas tpt, ee vine pu le soon quando est soit, ele nada 6 quando cle no mais tn apd cleats rel, existe meron exer ele et por ie morta ROUSSEAU Ses coisas no eto ino to bem no pensament contemporineo, € prs ex havendo um retro. is abstrages, a0 problema das ergo, ta esp de coisa.Quniquer anise eterno de oviments, stores el logue, Eso em uma fase ito di am period de reg. Ainda ait flsohin ahve 5i@haviasuperado o problema das origens. Jd nio era mais uma questi de comnevar cx termina Em ver dso, aquest ea o que come “ont uma cols oun? GILLES DELEUZE ido que habitamos fez.com que a identidade Tacial tivesse uma relevancia em moldes novos e poderosos. Mas nao devemos aceitar como ago dado 0 conceito de identidade e suas miliplas associagdes com 4 “raca” ¢ a raciologia. © termo “identidade” aleangou em tempos recentes uma Srande ressondncia, tanto dentro quanto fora do mundo académico, Ele oferece ‘Muito mais do que uma maneira Sbvia e de senso comum para se falar sobre individualidade, comunidade e solidariedade, proporeionando um modo para se ‘entender a interagdo entre as experiéncias subjetivas do mundo e os cenétios Culturais historicos onde se formam essas subjetividades frdgeis e significativas A identidade tem sido mesmo conduzida para dentro das entranhas do comércio POs-moderno, onde o objetivo do marketing planetério promove ndo apenas 0 | ENTRE CAMPOS :: Nagdes, Cultures e 0 Fascinio da Raga | direcionamento de objetos e servigos as identidades de consumidores especiticas, como também a ideia de que absolutamente qualquer produto pode ser saturado de identidade, Qualquer mercadoria ¢ passfvel de ser“rotulada” em moldes que instigam, ‘uma identificacio e tentam conduzir a identidade.* Neste capitulo minha intengdo é mostrar que hi mais coisas em jogo no atual interesse pela identidade do que aquilo que costumamos perceber. Gostaria também de revelar algumas das complexidades que fazem da identidade uma idéla veil a ser cexplorada se conseguirmos de fato deixar para tras a sua obviedade, reconhecendo ‘que ela esti Longe de ser a questdo simples que o seu uso corrente no govemno ¢ no ‘espaco do mercado daa entender. Onde a palavra se torna um conceito, a identidede 6 tomada como central em relagio a virias questdes tebricas e politicas urgentes, dentre as principais, pertencimento, etnicidade € nacionalidade. Os conffitos racializados, por exemplo, so agora compreendidos por muitos analistas como um, ‘problema de identidades incompativeis que demaream conflitos mais profundos entre izages. Este diagnéstico estabelece, ou talvez confirme erenga ainda mais difundida de que as formas de conflto politico, as quais a divisde racial tem sido associada, so de algum modo inreais ou niio substanciais, secundirias ou periféricas. Este € um ponto que pretendo contestar. A recente popularidade da jdentidade como um dispositivo interpretative é também resultado da pluralidade cexcepcional de significados que 0 termo pode atrelar, Estas diversas inflexdes — algumas das quais sio adaptadas a partir de usos académicos altamente especializ — so condensadas ¢ entrelagadas medida que 0 termo circula, Somos constantemente informados que compartithar uma identidade € 0 mesmo que estar Vinculado nos niveis mais fundamentais: nacional, “racial”, étnico, regional e local. A identidade € sempre delimitada e particular. Ela circunsereve as divisies © 08 subconjuntos em nossas vidas sociais ¢ ajuda a definir as fronteiras entre nossas tentativas locais ¢ imregulares de dar sentido ao mundo, Nunca se fal de uma ‘dentidade humana. O coneeito leva o pensamento para longe de qualquer engajament® com a similaridade bésica e anti-antropolégica que é a premissa deste livro. Como afirma Judith Butler em uma reflexdo profunda sobre 0 conceito: “parece que © que esperamos do termo identidade é especificidade cultural e que, as ve7es, esperunos até mesmo que identidade e especifidade funcionem de modo intercambidvel” |. Mark Leonard, Britain” (Demos, 1997), 2. Judith Butler, “Collected and Fractured” em Identities, org. Kwame Anthony Appiah e Hen" Louis Gates, Jr. University of Chieago Press, 1995) | 124 | | PAUL GILROY | ‘AS mesmas qualidades inguietantes tornam-se evidentes quando o termo € “empregado para articular temas controversos e potencialmente esclarecedores na moderna. A identidade tem sido um componente central no, {clustio que ela cria mesmo sem querer. Fsta situagio se toma ainda mais difici yma vez que a identidade € reconhecida como um problemaem si mesmo, adquitindo ssim uma importincia adicional. O célculo da relagio entre identidade e diferenga, ntre similaridade ¢ alteridade € uma operagio intrinsecamente politica. Isto niece quando as coletividades politicas refletem sobre o que torna possivel . Trata-se de uma parte fundamental de como elas npreendem suas relacdes de parentesco ~ que podem ser uma conexio india, mas mesmo assim poderosa neste sentido. A linguagem distintiva da identidade aparece novamente quando as pessoas caleular como 0 pertencimento técito a um grupo ou uma comunidade ser transformado em estilos mais ativos de solidariedade, quando elas debatem © lugar em que se devem constituir as fronteiras em tomo de um grupo € 40 devem ser impostas — se de fato forem necessétias. A identidade se torna ide quando um grupo procura realizar a ‘modo significativo para os nossos propésitos, ele buscou um exemplo na loria dos Fithos de Israel: (Moisés) concebeu e executou o surpreendente projeto de criagao de uma nagio & Dartr de um enxame de fugitivos miserveis desprovidos de arte, de armas, talentos, Virudes ou coragem, que perambulavarn como uma horda de forasteiros sobre & | 125 | | ENTRE CAMPOS :: Nacées, Culturas e 0 Fascinio da Raca | face da terra sem um palmo sequer de chio que pudessem chamar de seu. Desig horda errante¢ servil, Moisés teve a audicia de eriar um corpo politico, um povg livre... dandoa eles aquele conjunte duradouro de insttuigdes,resistentes ao tem, 2 sina e aos conguistadores que cinco mil anos nao conseguirum destruir nem mesmo alterar..A fim de prevenir que seu pov se dispersasse entre povos estrangeiros, ele Ihes den costumes e habits incampativeis com aqueles de outras nagdes; ele 0 sobrevarregou de rits e cerimOnias peculiares; ele 0s transtomou de mil maneiras com o intuito de os manter constantemente alerts e os torr para sempre foraseiros em meio a outros homens. Ao descrever os elementos de tecnologia politica que terminariam por produzir @ nagdo como um campo fortificado, Rousseau chamou atengio para a velha associaglo entre identidade e territério. O feito de Moisés & considerado ainda mais impressionante porque foi realizado sem o poder aglutinador da terra compartilhada, Rousseau enfatizou que os tipos de conexdo as quais nossas ideas, de identidade se referem sio fenémenos hist6ricos, sociais ¢ culturais,e no naturais, ‘Mesmo naquele ponto inicial de constituigdo da modernidade, ele reconheceu que 6 preciso trabalho para convocar a particularidade e os sentimentos de identidade que sdo em geral vivenciados como se fossem consequéncias espontineas ou automiticas de alguma cultura ou tradigo dominante que especifiea diferencas, baisicas e absolutas entre as pessoas. A consciéncia da identidade ganha um poder adicional a partir da idéia de que ela nio € 0 produto final da “audicia” de algum homem grandioso, mas 0 resultado de uma experiéneia compartilhacla, enraizada e vinculada em especial a lugar, localizagdo, linguagem e mutualidade. Quando pensamos em termos analiticos na relagdo tensa entre o mesmo e a diferenca, a interagtio da consciéncia com o territério e o lugar se toma um tema fundamental, Bla permite reflexdes sobre 0 cere dos conflitos em tomo de como + onganizadas no comego do a vida social ¢ a politica democritica deveriam s século XXI Deveriamos tentar lembrar que o limiar entre estas duas condigdes antagénicas pode ser transposto ¢ que a formagiio da identidade tem uma histéria, apesarde seu caréter hist6rico ficar freqiiente e sistematicamente oculto. O enfoque sobre a identidade nos ajuda a indagar em que sentido o reconhecimento da similaridade e da diferenciagao & a premissa da cultura politica modema ratificuda por Rousseau e cujos eseritos ainda vém em auxilio de nossias anilives, 3. JJ, Rousseau, "Considerations on the Government of Poland” em Rousseau Politicat Writings tradugio e organizagio de Frederick Watkins (Nelson and Sons, 1953), pp|63-164 | 126 | | PAUL GILROY | A vertiginosa variedade de idgias condensadas no conceito de identidade & asta extensio de assuntos aos quais o conceito pode se referir fomentam ynextes analiticas entre temas e perspectivas que nao so convencionalmente ociados. Pode-se estabelecer los entre preocupagées politicas, culturais, sicol6gicas © psicoanaltticas. Precisamos considerar, por exemplo, como se gmpdem os lacos emocionais €afetivas que formam a base espectfica da similitude giol6gica e éinica, e como estes se tornam atividades sociais padronizadas & jotadas de tragos culturais elaborados. De que maneira esses lagos sao capazes s nduzir atos conspicuos de altruismo, violéncia e coragem? Como eles motivam pessoas em termos de uma interconexdo social na qual a individualidade & Jonada ou dissolvida no todo mais amplo representado por uma nagio, um eYO, uma “raga” ou uM grupo étnico? Estas so questies importantes: porque, mo vimos, graves conseqtiéncias morais e polfticas acontecem quando se faz da magica da identidade, seja em termos taticos, seja de modos manipuladores izadas, signos do mesmo degeneraram prontamente em emblemas de uma suposta nga essencial ou imutével. O apelo especial de uma similitude que transcende) sso em que uma personatidade ansiosa pode ser despida e suas preacupagdes izadas através da emergéncia de todo um complexo mais forte. Os uniformes S nos anos 1930 pelos fuscistas (¢ que ainda so usados por alguns grupos istas de hoje) produziam uma ilusdo forgosa de similaridade tanto para os bros do grupo quanto para aqueles que observavam suas atividades lares. A Unido Britinica de Fascistas, uma das menos bem sucedidas ganizagdes de camisas pretas daquele periodo, argumentava que sua vestimenta flito © a amargura criados pelas divisdes de classe que entio dilaceravam a HAO por dentro: 1 (A “camisa prota derruba uma das das diferengas de vestimenta, e um dos objetivos do fascismo é quebrar randes barreiras de classe através da remoc30 barreiras | 127 | SEER CARTS Se Fela | ENTRE CAMPOS Tee F de classe, A camisa preta jd conseguiu realizar no interior das nossas prépriay fileiras aquela unidade para além das classes que sera, em tltima instancia, aassegurada na nayao como um todo.* Veremos a seguir como os movimentos ultranacionalistas ¢ fascistas do século XX empregaram recursos tecnolégicos elahorados com 0 intwito de gerar espeticulos de identidade capazes de unificar ecoordenar uma diversidade inevitive] e desordenada em termos de uma uniformidade humana ideal e no natural, Sua versdes sintéticas de uma identidade fundamental pareciam ainda mais sedutoras assim que toda diferenca era banida ou apagada do coletivo. A diferenga interna foi reprimida a fim de maximizar a diferenga entre estes grupos ¢ 05 demais. A identidade foi celebrada com extravagéncia em estilos militares: uniformes foram ‘combinados com movimentos de corpo sincronizados, treinamentos fisicos, pompa "ritual © hierarquia visivel a fim de criar ¢ alimentar a crenga confortadora na similaridade como uma invariancia absoluta € metafisica, Homens © mulheres poderiam entdo aparecer tal coma pegas de engrenagem intercambiiveis » descartaveis na maquina militar da nagdo erigida em campo, ou como células indistinguiveis na entidade organica mais ampla que abrangeu e dissolveu a individualidade de seus membros. Suas agdes podem até ser imaginadas como se expressassem o espirito interior, o destino e a historicalidade da comunidexde nacional. O cidadao era apresentado como um soldado e a violencia — tanto potencial quanto de fato ~ foi dedicada ao avango dos interesses nacionais. Esta comunidade vital constituiu-se através da interagio dindmica entre soldados marchando juntos em uma cronometria austera e as multicles que assistiam e saboreavam 0 espeticulo criado por aqueles. Ao disseminar estes efeitos politicos valiosos, a idemtidade era mediada por tecnologias culturais e comunicativas como o filme, a iluminayio € 0 som amplificado. Estes atributos do século XX foram apenas pareialmente encobertos pela invocagiio do ritual ¢ do mito antigo. As est6rias biblicas de construgio da nagio que demonstram 0 favor divine, € as sangdes morais que elas suprer 2s propostas politicas mundanas, tém sido invocadas por muitos grupos nacionalistas diferentes. Os afriedneres da Africa do Sul oferecem um exemplo especialmente interessante e doentio de como os “titos € ceriménias caracteristicos” de Rousseau nem sempre servem a um propésit© 4. The Blackshird (novernbeo 24-30, 1933), p.; ctado em John Harvey, Men in Black (Chies#? University Press, 1998), p 242. | 128 | y Pause Ser 7 igno, Seus ideGlogos centrados na idéia de etnia inventaram sistematicamente sma identidade afticdner durante o perfodo em que os movimentos fascistas surgiram. jutros lugares. Bles proveram a sua comunidade politica com a sua prOpria 0 de cristianismo ¢ um repertério de mitos que foram a base para o drama co elaborado que transformou sua nagio hist6rica em um ente racializado: evento mais dramético na expanssio do nacionalismo afticfiner foi a simbética viagem de carro de bois de 1938, que celebrou a vitsria da Grande Trek [miigragao), Ojto vagdes com nomes de hersis yoortrekker como Pict Retief, Hendrik Potgeiter € Andres Pretorius atravessaram a Africa do Sul através de virias rotas...até que eles convergiram para um monte proeminente com vista para Pretoria, Nesse lugar em 16 de dezembro de 1938, 0 centenério dla batalha do Rio Sangrento, que marco a derrota do reino zulu, mais de 100.000 africdneres — talvez um décimo de toda a populagio africdner ~ participaram do cerimonial, langando a pedra de fundlagao do “Monumento Voortreker. Os homens deixaram crescer abarba, as mulheres vestram o traje voortreker, para 0 evento... eles) se ajoelharam em raga silenciosa.. A ‘cerimdnia foi conclufda com o canto de Die Stem van Suid Afri fora excluido. Os conflitos ubfquos de hoje entre bases de eleitorado antagénicas que is em larga escala tém sido amplamente adotadas para produzir e estabilizar tidades e instigar uma identificagio nacional, “racial” ou éinica. A redugdo tidade a verses incomplexas, militarizadas e fraternais de uma similitude inauguradas pelo fascismo ¢ nazismo na década de 1930, ¢ agora rotineira ialmente onde as forgas do nacionalismo, do “‘tribalismo” e das divisGes étnicas Oem ago. A identidade entao se revela como um elemento ertico no vocabulirio tintivo empregado para expressar os dilemas geopoliticos da era moderna tarda. ando o poder da identidade absoluta ¢ criado, isto se dé em geral para responder S nas quais as agdes de individuos € grupos esto sendo reduzidas a MUCO mais do que o funcionamento de algum mecanismo pré-social abrangente. Passado, esta maquinaria foi com frequéncia compreendida como um processo 0 ou econdmico que definia o destino manifesto especial do grupo em Wo /Hoje em dia, € mais provével que seja representada como um trago pr ard Thompson, The Political Mythology of Apartheid (Yale University Press, 1985) p39. | 29 | ee a a ene a politico, sécio-bicl6gico ou bioculturl, algo misteriosoe genético que sanciona tos especialmente rfgidos de pensamento determinista Neste sentido, a identidade deixa de ser um processo continuo de construgio do eu ¢ de interagio social. Em vez disso, toma-se uma coisa a ser possuida e costentada. E um signo silencioso que impede a possibilidade de comunicagio através, do golfo entre uma ilha de particularidade solidamente defendida e seus vizinhos, igualmente bem fortificados, entre um campo nacional e os demais. Quando identidade se refere a uma marca indelével, ou a um cédigo de alguma forma inscrito nos corpos de seus portadores, a alteridade 86 pode ser uma ameaca. identidade ¢ assim umn destino latente. Vista ou ni vista, estando na superficie do

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