Estilo manuelino
O Estilo manuelino, um estilo decorativo, escultrico e de arte mvel que se desenvolveu no reinado de D. Manuel I e prosseguiu aps a sua morte, ainda que j existisse desde o reinado de D. Joo II.
Caractersticas
A caracterstica dominante do Manuelino a exuberncia de formas e uma forte interpretao naturalista-simblica de temas originais, eruditos ou tradicionais. A janela, tanto em edifcios religiosos como seculares, um dos elementos arquitectnicos onde melhor se pode observar. Estes motivos aparecem em construes, pelourinhos, tmulos ou mesmo peas artsticas, como em ourivesaria, de que a Custdia de Belm um exemplo. Os motivos mais frequentes da arquitectura manuelina so a esfera armilar, , a Cruz da Ordem de Cristo e elementos naturalistas: Corais, Algas, Alcachofras, Pinhas, animais vrios e elementos fantsticos: Ouroboros, Sereias, grgula
Principais autores
No Norte de Portugal, os principais autores deste estilo, provenientes da Galiza ou de Biscaia, foram Tom de Tolosa, Francisco Fial e Pro Galego, que participaram na criao da Igreja Matriz de Caminha, bem como Joo de Vargas e Joo de Parmenes, que trabalharam juntamente com o portugus Joo Lopes na S de Lamego. O cantbrico Joo de Castilho, responsvel pela galil e pela capela-mor da S de Braga, tambm deixou a sua marca no Mosteiro dos Jernimos, onde avulta a figura de Diogo Boitaca, criador do Mosteiro de Jesus de Setbal. Alm de Boitaca, o centro de Portugal conta tambm com a obra notvel de Mateus Fernandes, bem representada no portal das Capelas Imperfeitas, no Mosteiro da Batalha. .
Escultura e Motivos ornamentais
A janela do Captulo do Convento de Cristo, em Tomar uma das mais referidas obras neste estilo. Os motivos mais importantes da arquitectura manuelina so:
Smbolos nacionais: o A esfera armilar i, o A Cruz da Ordem de Cristo; o Escudo nacional;
Elementos naturalistas: o Corais; o Algas; o Guizeiras o Alcachofras (smbolo da regenerao e da ressurreio - sendo por isso queimada nos festejos de So Joo, esperando que volte a reverdecer); o Folhas de loureiro, como no Claustro de D. Joo I, no Mosteiro da Batalha; o Roms (como nas portas laterais da Igreja Matriz de Goleg - smbolo de fertilidade, pela quantidade extraordinria de sementes que contm) o Folhas de hera; o Pinhas (fertilidade e/ou imortalidade - por vezes interpretadas como sendo espigas de milho ou maarocas) - so visveis, por exemplo, sobre o portal da Igreja Matriz da Goleg; o Caracis ou conchas de nautilus (como na Igreja da Vestiaria, em Alcobaa; ou na entrada das Capelas Imperfeitas, no Mosteiro da Batalha, simbolizando, talvez, a lentido dos trabalhos); o Animais vrios o Putti (crianas) Elementos fantsticos: o Ouroboros (a serpente que morde a sua prpria cauda: smbolo do Universo: a unio do princpio e do fim) o Sereias (motivo de arte profana, talvez fossem uma referncia a vrias palavras semelhantes e ao simbolismo associado: o Monstros (principalmente as grgulas, mas tambm outros, como drages e animais de boca aberta, devorando o seu prprio corpo) o Orelhudos (cabeas com orelhas descomunalmente grandes, como no cadeiral de Santa Cruz de Coimbra); o Animais realizando aces humanas, numa perspectiva carnavalesca, como a tocar instrumentos musicais. Simbolismo cristo: o Cachos de uvas e sarmentos (relacionado com a "Vinha do Senhor" e com a Eucaristia), como em Luz de Tavira; o Agnus Dei o Querubins o Desenhos finos, semelhantes aos das pratas espanholas, suas contemporneas. o Referncias cestaria
Obras principais
-Interior da Igreja dos Jernimos. -Claustro, Mosteiro dos Jernimos. -Igreja Matriz da Goleg, cujo portal um dos mais caractersticos do manuelino.
-Entre as obras mais notveis do manuelino, temos a referir:
No Norte de Portugal, Pelourinho de Arcos de Valdevez; Igreja Matriz de Caminha; Capela Principal da S de Braga; Igreja Matriz de Vila do Conde; Igreja Matriz de Freixo de Espada Cinta; Mosteiro de Lea do Balio (pia baptismal); No Centro de Portugal: o Igreja do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra; (tmulos, igreja, claustro); o S Nova de Coimbra, (pia baptismal); o Capela de So Miguel, Universidade de Coimbra; o S da Guarda, pilares torsos no interior e entrada lateral; o Convento de Cristo de Tomar, onde sobressai a magnfica janela do Captulo; o Igreja de So Joo Baptista de Tomar; o Igreja Matriz da Goleg; o Cruzeiro do Cartaxo; o Determinadas partes do Mosteiro de Santa Maria da Vitria (ou da Batalha) (patrimnio da Humanidade da UNESCO) o O arco triunfal da Igreja de Nossa Senhora do Ppulo, em Caldas da Rainha; o A sala dos Brases e janelas no Pao Real de Sintra; o Quinta de Ribafria, em Sintra; o Mosteiro dos Jernimos, em Lisboa (patrimnio da Humanidade da UNESCO) o Torre de Belm, em Lisboa (patrimnio da Humanidade da UNESCO) o Convento da Madre de Deus, Lisboa; o Igreja da Conceio Velha, Lisboa; o Portal da Igreja da Madalena, Lisboa; o Capela dos Jernimos, Lisboa; o Hospital Real de Todos-os-Santos, Lisboa (destrudo no Terramoto de 1755); o Igreja do antigo Mosteiro de Jesus, em Setbal; o entrada lateral da Igreja de S. Julio, Setbal No Sul de Portugal: o Igreja de So Francisco, em vora; o Convento dos Loios, vora; o Pao de D. Manuel I, vora; o Castelo de vora-monte, concelho de Estremoz; o Igreja Matriz de Viana do Alentejo; o Igreja Matriz do Torro, Alccer do Sal; o Ermida de Nossa Senhora das Salvas, Sines; o Igreja Matriz de Moura; o Igreja Matriz de Monchique, num das mais caractersticas variantes locais do estilo. o Igreja Matriz de Odixere, bem caracterstica do chamado Manuelino de Lagos. o Igreja da Misericrdia de Loul;
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