Extrao do caldo

Marcos Omir Marques FCAVJ/UNESP

Introduo
Objetivo

Separar a frao lquida do colmo, contendo acares (caldo) da frao fibra da cana, com o mximo de eficincia possivel.

Equipamentos
Moendas

Epregadas em usinas de acar de cana.

Equipamentos de baixa velocidade e alta presso. Apresentam desgaste acentuado ao longo da safra.
Extraem o caldo por expresso. (96-97%).

Equipamentos
Difusores

Equipamentos desenvolvidos para usinas que processam beterraba aucareira, podendo tambm extrair caldo de cana. Extraem caldo pelo princpio de difuso e lixiviao. (97-98%). Desgastam-se menos e tm custo de manuteno inferior s moendas.

Moendas Componente bsico - cilindro

Castelo Estrutura de sustentao

Terno Unidade bsica de extrao

Tandem de moendas

Bagaceira
Caractersticas

Estrutura metlica localizada abaixo do cilndro superior e entre os cilndros inferiores.

Funes

Conduzir a cana para o segundo esmagamento. Promover a limpeza do rola-cana.

Embebio
Definio
Adio

de gua ou caldo diluido em um ou mais pontos do tandem de moendas com o objetivo de dissolver o acar remanescente e reduzir a proporo de fibra na cana, facilitando a extrao e evitando a reabsoro do caldo extrado pelo bagao.

Embebio

Embebio

2. MOENDAS: COMPONENTES BSICOS

Viso de um conjunto de moagem (4 a 6 ternos):

3. FATORES DE EFICINCIA DAS MOENDAS

3.1. ALIMENTAO DA CANA NA ESTEIRA Trabalho do operador da mesa

Busca a uniformidade na alimentao

irregularidade vs. A ) Limpeza - via mida perdas capacidade

extrao

Mesas convencionais (15 ou 18) devido

embuchamento
altura de alimentao da esteira dificuldades de fracionamento da carga a) lavagem de cana (50 a 60% da necessidade de gua) b) melhora a alimentao do esteiro

Mesas de 45 ou de 50 (associado s de 15)

Soluo

B ) Limpeza - via seca

B ) Limpeza - via seca

Componentes: (a) hillo de descarregamento (hidrulico ou mecnico); (b) mesa de alimentao: recepo, armazenamento temporrio, facilita a deteco de impurezas grosseiras; (c)ventiladores: remove as palhas e parte da terra.

Vantagens:

Fonte: Techpertersen

- deixa de perder 2% do acar por TC na lavagem (~ 2a 3 kg A/TC); - economia de recursos hdricos e baixo reduo de impacto ambiental; - menor necessidade de manuteno de grelhas da caldeira;

- melhoria na decantao e filtrao do caldo e reduo na produo de torta;

3.3. ALIMENTAO DO PRIMEIRO TERNO

1 Terno - Determina capacidade e extrao Bico Esteira alimentadora forada Donnely (calha de alimentao)

Sistemas

Esteira de Alimentao forada Impulso fraco

Alimentao por bico

Tambor de alimentao forada (Top-roller)

(Press-roller)

3.5. REGULAGEM DAS MOENDAS

Regulagem da moenda:

Inicia: trabalhos de manuteno da entre-safra nivelamento/ alinhamento/esquadrejamento. (c/ acionamento de turbinas) Traado da bagaceira: Relao das aberturas de entrada e sada Posio da bagaceira: alta: maior consumo potncia maior desgaste baixa: dificulta o pega/ caminhamento reduz a capacidade
Pontos de regulagem das moendas

- Nivelamento/ Preciso: 0,02 a 0,04 centsimos de mm/m linear.

1,8 a 2,0 (c/ press-roller)

2,3 a 3,0 (s/ press-roller)

Tambor de alimentao forada (Top-roller)

(Press-roller)

3.8. TIPOS DE RANHURAS

Finalidades

- aumentar a superfcie til do cilindro - melhorar a drenagem do caldo - melhorar a apreenso

Tipos de ranhuras:

Ranhuras Hind Renton

a) Circunferenciais - Fulton - Passo-Duplo - Hind-Renton

b) Transversais - chevrons Ranhuras transversais Desvantagem: - perda de superfcie - regio baixa presso - aumento bagao no caldo c) Canais de drenagem Ranhuras Fulton Ranhuras de passo duplo

Ranhuras Chevrons

Ranhuras Messachaert

Ranhuras circunferencias Passo Canais ngulo Altura Passo f ( f% cana; Moagem; Limpeza cana...)
ngulo - 35 a 45 Atrito 35 = Atrito 45 = 1 = 3,5 vezes (Sen 35)/2 1 = 2,6 vezes (Sen 45)/2
Maior apreenso Maior drenagem do caldo Melhor preparo da cana

Esquema embebio composta

gua Caldo Diludo

Forma de expressar: embebio % cana - quantidade embebio % fibra Exemplo: 32,5% emb. % cana fibra da cana = 13,0 Emb. % fibra = Emb % cana x 100 = 32,5 x 100 = 250% fibra % cana 13

Formas de aplicao

Canos perfurados: na forma de filetes contnuos Bicos injetores: na forma de jatos sobre presso Calhas derramantes: na forma de lenol derramante

Distribuio de gua ou caldo diludo por lenol derramante

Embebio com bicos pulverizadores

Chapisco
Anlise qumica do metal depositado C Cr Si Mn V 4 130 a 160 CC (+) Mo

EM MM Amperagem Corrente

Picote e frisos de moenda

Anlise qumica do metal depositado C Dureza: Cr 60RC 3,25 100 4 125 CC (-) CA 5 160 Mn Si

EM MM Amperagem Corrente

Clculo da Extrao
cana = caldo + bagao

acar na cana = aucar no caldo + acar no bagao

Clculo da Extrao

cana + gua = caldo misto + bagao

caldo = gua + slidos solveis (Brix)

bagao = gua + fibra + slidos solveis (Brix)

Componentes necessrios
Peso

da gua Peso do caldo Peso do bagao*

* De difcil determinao

Clculo da Extrao
Dados:
peso

de cana (p.c.) = 2400t peso de caldo misto (p.c.m.) = 2300t pol do caldo misto (pol c.m.) = 15% peso de bagao (p.b.)= 600t pol do bagao (pol b.)=

Clculo da Extrao
1. Peso de pol no caldo misto (p.pol c.m.) 100 c.m. pol c.m. p. c.m. . p.pol c.m
p.pol c.m. = 2300 . 15/100 = 345t

Clculo da Extrao
Peso de pol no bagao (p.pol b.)
100 b. p. b. pol b. p.pol b.

p. pol b. = 600 . 4/100 = 24t

Clculo da Extrao
peso de pol na cana (p.pol c.)
p.pol c. = p.pol c.m. + p.pol b. p.pol c. = 345 + 24 p.pol c. = 369t

Extrao
Extrao (%)
p.pol c. p.pol c.m. 100% Extrao(%)

Extrao (%) = 345.100/369 = 93,5%

Extrao por Difuso

2. PRINCPIOS DE DIFUSO

Difuso (osmose)
exosmose

Soluto

Solvente
endosmose

Membrana semipermevel
Semelhana

Clulas do Parnquima da cana

gua

Processo muito lento massa da cana (gua quente) extrao de 3%

Vista longitudinal e transversal do Difusor DDS 1 - Hlices helicoidais transportadoras, Funcionamento: 2 - Alimentao do bagao com 35 a 40% de caldo, Velocidade da hlice - 2 rpm 3 - Eixos centrais, 4 - Parafusos sem fim para a retirada do bagao, Tempo do ciclo - 20-30 min 5 - gua fresca para a lavagem (55 a 60C), Ao mecnica diferente dos outros 6 - Caldo diludo extrado das moendas desunificadoras processos, retira o caldo residual do bagao (gua doce), aps a passagem das canas pela moagem. 7 - Sada de caldo para a fabricao, 8 - Cmaras de aquecimento a vapor para o caldo retornado (60-70 C).

Instalao do difusor DDS e tratamento de caldo

Sistema de trabalho 4 ternos de moendas 26 x 48" 4 ternos mais difusor

Cana-de-acar Toneladas Pol 8.251 8.497 12,98 13,10

Pol % de bagao 3,29 1,48

Extrao Acar Kg por % em t T.C. 92,49 96,87 827 914 100,23 107,57

Comparao entre o sistema de moagem com o de moagem-difuso

Difusor de cana de SMET

Legenda: 1 - Corpo metlico 2 - Cinta metlica perfurada 3 - Compartimentos individuais 4 - Raspador rotativa (retirada de bagao) 5 - Bomba centrfuga 6 - Calha de caldo 7 - Entrada de gua

Tempo Temperatura Inverso de sacarose

20 a 30 minutos 60 a 70 < 0,05%

8 - Circulao de gua doce 9 - Sada do caldo 10 - Aquecedor de caldo 11 - Facas rotativas e desintegrador 12 - Rolo compressor 13 - Moenda de secagem 14 - Clarificao de caldo

FUNCIONAMENTO DE DUFUSOR HORIZONTAL

Difusor tipo DCZ-400 (8000 TCD)

6. VANTAGENS DA DIFUSO EM CANA-DE-ACAR

Vantagens: a) pol do bagao 1 a 2% b) extrao em sacarose % de sacarose de cana 96,5 a 98,0% c) menor custo inicial (investimento comparativo) d) baixo custo de manuteno e) processo automtico f) baixo consumo de energia g) facilidade de trabalho para esterilizao (t c) h) obteno de caldos parcialmente clarificados i) obteno de caldos mais puros < colcho de cana - elemento filtrante > j) possibilidade de retorno do lodo ao processo l) obteno de caldos de maior pureza Limitantes ao bom desempenho: a) quantidade de cana ou bagao processado por hora

b) qualidade da matria-prima
c) ndice de preparo da cana adequado d) profundidade do leito de massa fibrosa e) tempo de ciclo de difuso f) quantidade de gua de embebio g) quantidade e qualidade do caldo de retorno h) temperatura e pH da difuso i) nmero de retornos