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Técnica Vocal

O documento fornece exercícios de relaxamento e aquecimento vocal, incluindo: (1) exercícios de relaxamento do corpo como massagear a cabeça e rosto e movimentar o pescoço; (2) exercícios de aquecimento vocal como abrir a boca, alongar a língua e produzir sons como "rrrr"; (3) exercícios respiratórios e de liberação da voz para preparar as cordas vocais. O objetivo é relaxar os músculos e preparar fisiologicamente a voz antes do uso prolongado.
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TCNICA VOCAL NA PRTICA

Exerccios de Relaxamento

Relaxamento:

- Circular a cabea para a Direita e para a esquerda - Circular a cabea para os lados, para cima e para baixo - Fazer caretas procurando utilizar todos os msculos do rosto - Articular A/E/I/O/U, forando o diafragma e anasalando as expresses. Sibilao: Execute estas slabas: Zi - Si - Fi - Chi - Vi - Gui - Qui - Z - S - F - C - V Para articulao dos RR: Bar - Mur - Per - Vur - Der - Xar - Cor -Ter - Quer - Dru - Cro - Vri - Fra - Tre - Ter - Far - Viri Coro - Duru. Exerccio para relaxamento: Obs. De forma suave, com baixa intensidade. ME - TR - V - J - QUE - GUE - Z - BR Limpeza das cordas vocais e Fono-Articulao: "O mameluco maluco e melanclico meditava e a megera megalocfala macabra e maquiavlica mastigava mostarda na maloca, minguadas e mseras miavam na moagem mas mitigavam mais e mais as meninas" Para leitura lenta: "E h nevoentos desencantos dos encantos dos pensamentos nos santos lentos dos recantos bentos, dos cantos dos conventos. Prantos de intentos, lentos tantos que encantam os atentos ventos." Cuidados com a voz Perodos curtos de rouquido em adultas geralmente no so motivos de maiores preocupaes. Costumam aparecer por causa de gripes que atinge a laringe aonde esto localizadas as cordas vocais. Dificuldades emocionais tambm podem estar por trs dos sintomas. A associao entre agresses fsicas causadas pelo cigarro, alergias, infeces e o uso inadequado da voz de fato o agente causador de boa parte dos problemas das cordas vocais. A ansiedade aumenta a tenso muscular e modifica a postura. O paciente tende a no relaxar o corpo para a respirao diafragmtica, a forar a voz na garganta e at agitar sem motivo. O tratamento destes casos conjuga exerccios fono, tcnicas de relaxamento e diminuio de ansiedade. Em situaes estressantes as pessoas podem perder complemente avoz. Exerccios Para Relaxamento 1- Com os olhos fixados, comece a massagear a cabea com as pontas dos dedos (lavar a cabea), ao mesmo tempo v eliminando todo e qualquer pensamento.

2- Alternando a palma da mo e a ponta dos dedos massageie todo o rosto (amassar o rosto). 3- Movimente a cabea para um lado e para outro (direita e esquerda)como se quisesse encostar a cabea nos ombros (no mexa os ombros),alterne o movimento passando a movimentar a cabea para frente e para trs, por ltimo faa movimentos de rotao com a cabea. 4- Com os ombros soltos ao longo do corpo, faa movimentos de rotao dos ombros, para frente e para trs. 5- Alongar o corpo em todas as direes. 6- Em p procure alcanar o teto com as mos.Tente sentir a musculatura se alongando, especialmente a dos braos e as laterais do tronco. 7- Com as pernas e os ps soltos de chutinhos no ar. Exerccios Aquecimento OBS: Antes do aquecimento, estar sempre relaxado (fazer sempre os exerccios de relaxamento) 1- Abrir a boca 20x ; 2- Esticar e encolher a lngua 20x ; 3- Rotao da lngua 20x ; 4- Glissando:(rrrr) - comece nos tons mdios e termine nos tons agudos durante uns 3 minutos; 5- Mastigao selvagem - ama - ama (ressonncia). OBS: Se caso esses exerccios no sejam o bastante para seu aquecimento, procure um fonoaudilogo O que pr-aquecimento vocal? , como o nome j diz, um aquecimento prvio da voz ou simplesmente a preparao da voz para o seu uso por um tempo prolongado e intenso. Podemos aquecer nossa voz atravs de sons que iro "massagear" nossas pregas vocais (que so msculos) que como todo msculo precisam ser preparadas e aquecidas antes de serem utilizadas na sua plenitude. Lembrem-se que este pr aquecimento pode (e deve) ser feito no s pelos cantores mas tambm por todos os profissionais da voz, ou seja, todas as pessoas que trabalham falando. Exerccio 1: 1. Inspire (armazenando o ar na regio abdominal, como vocs j aprenderam) at que a barriga esteja repleta de ar. 2. Agora solte o ar aos pouco utilizando o som: Prrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr...... Observe que neste exerccio a lngua deve vibrar bastante!!!! Caso a sua lngua no vibre e voc esteja forando para emitir este som, PARE, pois estar fazendo da forma errada. Mas se voc conseguiu emitir o som com a vibrao constante da lngua, repita este exerccio todos os dias pelo menos durante 10 minutos. Se for cantar em uma apresentao ou videok ou ensaiar com sua banda por muito tempo, pr-aquea sua voz durante 20 minutos (no mnimo) antes de comear a cantar. Pode-se tambm utilizar outras consoantes que possibilitaro o mesmo efeito como, por

exemplo, o som: Trrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr... Como se voc fosse imitar o som do telefone (' TRRRRRIM!!!), mas lembrando de prolongar bastante os erres (RRRR...) at acabar o ar. Exerccio 2: Depois de j haver treinado bastante e j estar emitindo os sons PRRRR... e TRRRR... sem falhas ou interrupes, vamos repetir o exerccio anterior com uma diferena: No final de cada som iremos acrescentar as vogais A,E,I,O,U. Exemplo1: Prrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr!!!! Prrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr!!!! Prrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr!!!! Prrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr!!!! Prrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr!!!! Exemplo2: Trrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr!!!! Trrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr!!!! Trrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr!!!! Trrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr!!!! Trrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr!!!! IMPORTANTE!!! Assim como nos exemplos acima, o som que voc estiver produzindo para pr -aquecer, dever estar no mesmo volume, intensidade e tom. NO BRINQUE COM ESTE EXERCCIO FAZENDO SONS MUITO AGUDOS, MUITO GRAVES OU MISTURANDO OS DOIS TONS. Repita os exerccio SEMPRE no seu tom natural. Como fazer para identificar o seu tom natural? simples, o seu tom natural aquele que voc emite sem"forar a garganta", um som natural que sai sem esforo nenhum, como se voc estivesse falando. Se voc no conseguiu fazer estes exerccios at acabar o ar armazenado (sem utilizar o ar de reserva, certo???), ou seja, voc comeou bem mas no meio do exerccio o som falhou,PARE! Respire fundo por 3 vezes, relaxe um pouco e s ento recomece. muito comum, no incio, no conseguirmos emitir estes sons at o final, pois trata-se de sons que ns no estamos habituados a produzir, mas com o treino dirio, fica cada vez mais fcil, acreditem!!! EXERCCIOS DINMICOS Os exerccios dinmicos combinam o movimento com o controle da respirao. RISO Sorria para o mundo! Em crculos, movimente, vigorosamente, as suas mos, braos, pernas e ps. Permita-se alguns segundos de relaxamento entre cada rotao. Mas continue sorrindo. Voc pode fazer este exerccio em p, sentado ou deitado.

EQUILBRIO O equilbrio importante. Tente estipular um horrio para o exerccio de "comportamento modal" o andar, o virar-se e o inclinar-se com livros sobre a cabea. Respire suave e conscientemente, em harmonia com os movimentos de seu corpo. Isto encoraja a coordenao suave graciosa dos msculos. EXERCCIOS DE RESPIRAO COMPLETA Permanea com seus ps confortavelmente dissociados dos seus ombros, que apontam para cima; os braos e as mos soltas ao lado do corpo. Concentre-se em sim mesmo, confira a sua postura. Inspire pelo nariz o mais demoradamente possvel e expire todo o ar tambm devagar e silenciosamente. Quando sentirse vazio de ar, tussa e mostre para voc mesmo que ainda possui reservas de ar escondidas. Tente tocar o solo com a ponta dos dedos, curve os joelhos se necessrio. Segure sua respirao por alguns segundos. Conforme voc respira, silenciosamente, pelo nariz, voc, gradativamente, torna-se ereto. Estenda os braos como asas, erguendo-as calma e suavemente, at equilibra-los horizontalmente. Assim que voc completar o movimento e a inspirao, coloque as mos juntas acima da cabea (como se estivesse em orao). Lembre-se que as mos postas devem estar acima do topo de sua cabea. Segure a inspirao. Quando voc estiver preparado, silenciosamente, expire pela boca, e abaixe os seus braos, reta e vagarosamente, at que estejam abaixo da horizontal. Rapidamente solte o ar que sobrou em um suspiro forte e permita que a parte superior do seu corpo caia pesadamente, curve o quadril para a frente, deixando a cabea pendente. Conscientemente libere todo o ar "usado", de que voc no mais precisa. Relaxe por algum tempo e repita o exerccio desde o incio. EXERCCIO DE LIBERAO DA VOZ Algumas pessoas sentem-se incapazes de facilitar e de liberar as suas vocalizaes. Elas podem sentir sua voz natural, de alguma forma, bloqueada, amarrada ou suprimida. Tente este exerccio de liberao da voz como parte de seu programa vocal. Sente-se de ccoras, dobre e recurve o seu corpo em um n, teso e compacto, de braos e pernas; tente condensarse em uma menor massa possvel. Segure a sua respirao e os rgos vocalizadores no centro desta massa. Como ltimo esforo, respire e estique-se, rpida e vigorosamente. Solte a sua voz num profundo "UGH", por meio do som mais profundo que voc possa encontrar. Maximize e aproveite o espreguiamento. Descanse por um minuto. Repita o exerccio por at dez vezes. A cada vez, interiorize mais, e projete sua voz relaxada mais forte e prolongue cada vez mais o som. Observe que voc envolve todo os seu corpo na

vocalizao, particularmente a plvis e o diafragma. Aquecimento Como aquecemos o nosso corpo antes de algumas atividades fsicas devemos aquecer sempre a nossa voz antes de uma apresentao assim no estamos comprometendo a sade vocal. Aquecendo a voz estamos na verdade: - Aumentando a elasticidade - Aumentando a extenso da voz - Melhorando o timbre e vrias outras coisas........ Importante: quando aquecemos a voz no se deve preocupar com afinao... mas sim em buscar o estado fsico, mental, psquico com tenso controlada das cordas vocais e msculos envolvidos no processo respiratrio. Aquecimento e Desaquecimento AQUECIMENTO VOCAL TEMPO - 15 minutos Alongamento - cabea, pescoo e ombros; Respirao - emisso do "s" e "z" prolongado (respirao diafragmtica); "Hum" mastigado - fazendo escala Vibrao de lngua - escala ascendente; Vibrao de lbios; "P" prolongado - pa pa pa; DESAQUECIMENTO TEMPO - 5 minutos Massagem digital laringe; Vibrao de lngua ou lbio - escala descendente; Voz salmodiada - "voz de padre"; Bocejo - suspiro; Repouso vocal. Observaes importantes: Beber muita gua, principalmente durante as apresentaes; Aquecer e desaquecer a voz; No se automedicar; Fazer uma avaliao com o auxlio de um mdico otorrino.

OUVIDO MUSICAL

Como foi dito, muito importante para um msico o desenvolvimento do seu ouvido musical isso se faz importante na execuo musical, por esse motivo existem vrios msicos quetocam de OUVIDO, ou seja, no sabem ler partituras.

claro que quanto mais conhecimento terico voc tem, mais entender o que est tocando edessa forma poder se expressar melhor, alm do que melhora muito o seu dilogo com osoutros msicos, por que vamos imaginar voc conversando com os outros membros da suabanda, e dizendo Ento pessoal a eu espero um pouquinho ( a cabe a pergunta, Quanto? Pois estamos falando de som ) e depois eu entro com TUM, TUM , T, T Vocs vo concordar que isso no um DALOGO MUSICAL e sim um DIALETO MUSICAL.Mas enfim, j ficou claro que a teoria importante, assim como o Ouvido Musical.Muitos alunos vem me perguntam se LEVAM JEITO para tocar bateria, digo que posso atachar que eles no levam jeito, mesmo isso sendo uma coisa impossvel de se perceber emu ma a u l a a p e n a s , e d i g a mo s q ue e u c h e g u e e d i g a O l h a me u a mi g o , p r o c u r e c u r s o d e fotografia, culinria, etc..por que para msica voc no leva jeito. A pessoa fica triste, e pensa P, mais gosto tanto de tocar e alm do mais quem ele parame dizer que no levo jeito, ele no tem uma bola de cristal . Esse mesmo ex-futuro aluno toma um novo flego, se esfora muito e algum tempo conseguealcanar os seus objetivos. O que quero dizer com isso que essa bola de cristal eu no tenhoe nem quero ter. E nem as pessoas que fizeram isso comigo tinham tambm, pois ningum tema capacidade de saber o QUANTO VOC GOSTA, O QUO DETERMINADO VOC NOSEU APRENDIZADO e mais ainda DE PREVER O FUTURO.O aprendizado musical algo rduo que requer muitos requisitos, mais sem dvida nenhumaa paixo pelo instrumento essencial. E ter tambm conscincia de que uma caminhadaque deve ser trilhada dia-dia, pois no existe um remdio onde voc tome e comece a tocar i n s t a n t a n e a m e n t e . A l g o t o c o m p l e x o q u a n t o a m s i c a n o d e v e s e r f e i t o d e formaautomtica e sim com muita paixo e afinco.

Curso de Fisiologia da Voz:


- Introduo 1 - Aparelho Fonador 2 - Como Produzida a Voz Humana 3 - Articulao e Clareza do Som 4 - O Mau Uso da Voz 5 - Mitologia da Voz 6 - Caractersticas Vocais 7 - Postura Corporal Correta 8 - O Sistema Respiratrio 9 - Os Grupos Musculares da Respirao 10 - Exerccios 11 - O Pigarro 12 - A Tosse 13 - Bibliografia

Curso de Fisiologia da Voz Introduo Material preparado por Lisley Viana. Atravs deste excelente trabalho, podemos conhecer um pouco mais sobre como a nossa voz produzida, que partes do corpo influenciam mais para a produo de um bom som, e quais os cuidados que se devem tomar para evitar danos ao aparelho fonador. O nosso objetivo fornecer informao. Se voc tem algum problema mdico mais srio, procure um especialista.

Introduo O ponto principal para quem canta ou quem fala a comunicao. A mensagem a ser transmitida deve ser recebida e entendida pelo ouvinte. Para tanto, preciso se conhecer mais a respeito do aparelho responsvel pela comunicao: o corpo. Quem canta tambm precisa comunicar-se de forma falada durante as apresentaes, e por isso, o cantor no deve ignorar os cuidados com a voz falada. importante saber que todos tm a capacidade de comunicao, desde que queiram dedicar-se e tentar sempre o aprimoramento de seus conhecimentos. Todos esto sujeitos falha e imperfeio, porm cabe a cada um procurar desenvolver seu dom, conhecer suas limitaes e capacidades. Para se comunicar no basta apenas falar, ou simplesmente cantar. Comunicar-se colocar sentimento na mensagem, no apenas com a voz, mas com o corpo em geral. O corpo funciona de modo conjunto, no podendo ser fracionado de modo a serem usados apenas alguns rgos que produzem som. O comunicador deve ser consciente dos aspectos que envolvem o seu trabalho, como a voz, postura, respirao, e tudo o mais que pode interferir no seu objetivo central: levar adiante a mensagem de vida e salvao.

Curso de Fisiologia da voz - Parte 01 Lisley Viana 1. Aparelho Fonador O aparelho fonador formado por 2 aparelhos e tem a funo de produzir sons - voz cantada e voz falada. Nestes quadros, o aparelho fonador est esquematizado de forma bastante resumida. APARELHO DIGESTIVO rgo Lbios Dentes Lngua Palato duro (cu da boca) Faringe Funo Biolgica Contm os alimentos na boca Tritura os alimentos Joga o alimento para o esfago Suporte da lngua Direciona o ar para os pulmes, e os alimentos parao esfago Funo Fonatria Articulao de sons bilabiais (B,P,M) e labiodentais (F,V) Escoamento do som Participa de todos os sons produzidos Projeo da voz Caixa de ressonncia

APARELHO RESPIRATRIO rgo Cavidades Nasais Faringe Laringe Traquia Pulmes Musculatura respiratria Funo Biolgica Filtrar, aquecer e umidificar o ar Via de passagem do ar Via de passagem do ar Via de passagem do ar - defesa a via area Trocas gasosas e respirao vital Desencadeia o processo respiratrio Funo Fonatria Vibrao e amortizao do som - ressonncia nasal Amplia os sons - caixa de ressonncia Vibrador - contm as cordas vocais Suporte para vibrao das cordas vocais Fole e reservatrio de ar para vibrar as cordas vocais Produo de presso no ar que sai

O aparelho fonador dividido em 5 partes Parte Produtores Vibrador Ressonadores Articulador Sensor / Coordenador Componentes Pulmes, msculos abdominais, diafragma, msculos intercostais, msculos extensores da coluna Laringe Cavidade nasal, faringe, boca Lbios, lngua, palato mole, palato duro, mandbula Funo Produzem a coluna de ar que pressiona a laringe, produzindo som nas cordas vocais Produz som fundamental Ampliam o som Articulam e do sentido ao som, transformando sons em orais e nasais

Ouvido - capta, localiza e conduz o som; crebro Captam, selecionam e interpretam o som analisa, registra e arquiva o som

Curso de Fisiologia da Voz - Parte 02 Lisley Viana 2. Como Produzida a Voz Humana

A produo do som depende, basicamente, de ar e da laringe, onde esto as cordas vocais. A laringe composta por trs anis de cartilagem. Dentro destes anis, esto as cordas vocais, que so pequenos msculos com grande poder de contrao/extenso. So classificadas em verdadeiras e falsas. As verdadeiras (com cerca de 1 cm nos homens e at 1,5 nas mulheres) esto na parte inferior da laringe e as falsas na parte superior. O som da voz normal produzido pelas verdadeiras e o falsete pelas falsas [*].

Durante a respirao, as cordas vocais permanecem abertas, enquanto que para a produo de som elas se fecham, e o ar faz presso, causando uma vibrao que produz o som.

Laringe: Cordas Vocais em movimento (vista transversal)

[*] Nota dos editores do Msica Sacra e Adorao: Estudos mais recentes e aprofundados acerca do fenmeno da emisso vocal demonstram que o falsete produzido por estiramento das pregas vocais em seguida inclinao da cartilagem tireidea, que gera vibrao por justaposio das pregas ao invs de por batimento. O msculo TA (tireoaritenoideo), o msculo da prega vocal. Para conseguirmos colocar a voz em falsete, por este som ser muito agudo, as pregas vocais devem ficar hiperalongadas e quem faz esse alongamento outro msculo, chamado CT (cricotireoideo), que se contrai alongando o msculo vocal (TA). Assim, o CT no o msculo que d o som agudo (e agudssimo), mas ele fundamental para que este som acontea. (voltar)

Curso de Fisiologia da Voz - Parte 03 Lisley Viana 3. Articulao e Clareza do Som Cantar um elemento da articulao. As palavras da msica devem ser muito claras e objetivas, para causar um processo de ao e reao imediata. Para que isto acontea, deve-se levar em conta dois processos: Articulao: processo pelo qual os rgos da fala moldam o som vocal em sons reconhecveis da fala. Interpretao: processo pelo qual se carrega o esprito ou significado da msica atravs do modo como se executa.

O primeiro passo para uma boa interpretao o domnio de uma boa articulao. Tanto no canto, quanto na fala (a muitas pessoas), os movimentos articulares devem ser mais acentuados do que na conversao usual.

Os elementos na figura acima esto intimamente envolvidos no que se refere articulao e clareza do som. Qualquer alterao no funcionamento deles ir interferir no som emitido.

Lbios H pessoas que possuem um problema de excessiva tenso labial, o que impede a boa mobilidade e flexibilidade. Por outro lado, existem pessoas que possuem um tnus labial baixo, ou seja, flcido. A posio ideal para os lbios, aquela que ajuda o rosto a Ter uma expresso agradvel, feliz. Deve-se evitar pux-los exageradamente para os cantos ou para frente quando se estiver cantando ou falando, pois isto pode modificar a qualidade sonora. Para aqueles com problema de tenso ou flacidez labial, existe um procedimento muito simples e bastante eficaz, sugerido pelo fisioterapeuta e fonoaudilogo Nolio Duarte. Primeiramente, deve-se visualizar a boca e seus pontos-chave:

Quem tem excessiva tenso, deve relaxar os lbios, apertando com o indicador e o polegar nos pontos indicados acima, seguindo a ordem numrica referida. Deve apertar cada ponto com firmeza, no entanto, sem exageros, durante 5 a 10 segundos. Pode ser incmodo, mas, ao final, os resultados vo valer pena. J quem tem lbios flcidos, precisa de tonificao. O procedimento o mesmo, s que ao invs de apertar demoradamente, d-se ligeiros apertes (apertando e soltando imediatamente) no mesmo sentido numrico do esquema. Estas pessoas tambm podem fazer exerccios do "i" ou do "u", torcendo a boca para um lado e para o outro.

De um modo em geral, neste exerccio das vogais, pode-se utilizar o "p" e o "b" para treino labial, pois estas consoantes so totalmente dependentes dos lbios.

Lngua

A lngua o principal rgo da articulao, pois interfere na formao das vogais e consoantes. Em mdia, a lngua trabalha numa velocidade de 370 movimentos por minuto. Cerca de 90% dos problemas que envolvem a lngua so de tenso. Isso causa o ressecamento da boca pela retrao constante da lngua. Este posicionamento no estimula muito a produo de saliva em termos fisiolgicos, e tambm interfere consideravelmente na emisso do som, por razes explicadas mais adiante quando falarmos da faringe. Existem, tambm, aqueles que precisam tonificar a lngua, sendo caracterizados pelo acmulo excessivo de saliva. A lngua deve permanecer numa determinada posio, chamada de "posio de repouso", ao longo do "assoalho" da boca tocando os dentes inferiores. Veja os seguintesexerccios de relaxamento.

- colocar a lngua um pouco para fora da boca e morder levemente a pontinha da lngua

- pressionar a lngua fortemente contra os dentes fechados por 5 segundos;

Em seguida, deve-se associar os dois exerccios lentamente. Alguns problemas da pronncia do "S" podem ser resolvidos com a colocao da lngua na posio de repouso.

Maxilar A tenso um grande fator limitante da boa atuao dos maxilares. Pode-se perceber a tenso existente ao se fechar os dentes e engolir a saliva. Quando se canta de boca fechada ocorre isto. Por isso, aparecem dores aps o ensaio ou apresentao, ou mesmo aps a fala. O maxilar interfere nos msculos da face, modificando o poder de contrao. Portanto, deve-se relaxar esses msculos, facilitando a abertura e a flexibilidade da boca e liberando os msculos da garganta. Nunca se deve usar posies foradas, tais como empurrar o maxilar para frente, pux-lo para trs ou tranc-lo numa posio. A sonoridade vai depender, em parte, da abertura que for dada ao maxilar. Em relao tenso ao maxilar inferior, pode-se realizar alguns exerccios, lembrando que devem ter maior cuidado ao realiz-los aqueles com tendncia luxao do maxilar.

1. Lateralizao Abrindo a boca e movimentando o maxilar para a direita e para a esquerda.

2. Abertura total Abrindo bem a boca por alguns segundos.

3. Projeo anterior Com a lngua na posio de repouso, projetando-se o maxilar para a frente, permanecendo assim por alguns segundos. 4. Projeo posterior Com a ajuda de um dedo, fazendo-se um recuo do maxilar por alguns segundos.

Faringe A faringe tem a funo de ampliar o som, e embora no seja essencial para a articulao, est intimamente ligada posio assumida pela lngua. Seu melhor desempenho depender do comportamento da lngua. A ampliao do som ser tanto melhor quanto melhor for o espao que o som puder ocupar dentro da boca.

Como se pode ver neste esquema, a voz ter uma melhor ampliao na posio 1, a qual tem o dobro do tamanho da posio 2. Deve-se notar como o hbito to comum da posio 3 diminui consideravelmente o espao para a ampliao da voz. Existem exerccios que facilitam a aquisio do hbito da posio 1: - sabe-se que ao se fazer o movimento de engolir, a lngua inicialmente sobe e em seguida, sua parte posterior desce. Ento, com o dedo indicador e o polegar em cada extremo do maxilar inferior, faz-se o movimento de engolir. Quando a parte posterior da lngua estiver descendo, mantm-se uma presso para baixo, forando os dedos, sem esquecer que a ponta da lngua deve estar no padro de repouso. - pode-se escolher um tom mdio, e com as vogais "a", "o", e "u" as pessoas podem cantar variando 0 padro de lngua na posio 2 (representado pela vogal em minsculo) e posio 1 (representada pela vogal em maisculo).

Palato O palato se divide em 2 partes: o palato duro (cu da boca) e o palato mole (vula, conhecida como campainha). O palato duro est envolvido com a projeo da voz, e o palato mole com a formao de sons orais e nasais. O som, na verdade, formado por ondas. As ondas s se propagam em linha reta, da a importncia do palato duro aliado a uma boa postura da cabea:

Sabe-se que as narinas so responsveis pela ressonncia nasal. Porm, o som nasal s ser emitido com a "permisso" do palato mole (a vula).

Sons nasais

Sons orais Para emitir esses sons nasais, a vula desce. Caso suba, os sons emitidos sero orais. O excesso ou a falta de nasalidade podem representar srios problemas de voz, afastando-se da normalidade e modificando o som original que deveria ser produzido. A origem dos problemas pode estar no hbito de colocao errada da voz, at problemas mais srios, como tumores, sinusite, adenide e excesso de muco.

Curso de Fisiologia da Voz - Parte 04 Lisley Viana 4. O Mau Uso da Voz Deve-se ter em mente que o mau uso da voz no comea ao se cantar de forma errada, mas sim ao se falar de forma errada. Os cantores esto duplamente expostos a ter problemas nas cordas vocais. Por isso, necessrio saber como preservar a voz tanto ao se falar quanto ao se cantar. O incio dos problemas nas cordas vocais pode ser sutil, uma rouquido aqui, uma dorzinha ali. No entanto, este um assunto extremamente importante para ser ignorado, pois, s vezes, o descaso pode levar perda completa da voz. Ao menor sinal de que algo no vai bem com as cordas vocais, ou em qualquer outro rgo envolvido com a fonao, deve-se procurar um especialista, o fonoaudilogo. Um dos problemas comuns sentir gosto de sangue na boca aps uma apresentao musical, ou se falar muito. Apesar de o ferimento ser minsculo, gotculas de sangue so jogadas pelo ar na boca, causando essa sensao. Outra sensao comum o de areia. As dores, geralmente, so em pontadas. Com o tempo, uma simples leso pode-se tornar em uma espcie de cicatriz chamada fibrose, apresentar vrios cistos, calos e at mesmo se tornar em um tumor.

Timbre Um erro comum, porm muito grave, em relao ao timbre. O timbre o fato determinante do tipo de voz: soprano, mezzosoprano, contralto, tenor, bartono e baixo. O timbre de uma pessoa no escolhido aleatoriamente, ele existe por razes anatmicas: o tamanho da laringe. Por exemplo, os homens que tm o "gog" pronunciado ou pontiagudo tm maior facilidade de ressonncia, e conseqentemente voz mais grave. O desconhecimento disto muito srio e pode destruir a voz de uma pessoa. Muitas pessoas com caractersticas de voz grave tm cantado por a com uma voz aguda e vice-versa. Alguns deles at com uma voz "linda". Porm, esta voz "linda" foi apenas fabricada, e no vai durar muito. Em quase 100% das pessoas existe um padro anatmico determinante do timbre. Diz-se que as pessoas com pescoo comprido e "gog" proeminente possuem timbre grave (baixo e contralto); pessoas com pescoo de tamanho mdio com pouca proeminncia possuem timbre mdio (bartono e mezzo); e pessoas com pescoo mais curto, praticamente sem salincia possuem um timbre agudo (tenor e soprano). Cantar e falar fora do prprio timbre natural pode provocar um "destimbramento" vocal, ou seja, uma descaracterizao da voz com perda da qualidade.

Tenso da Corda Vocal

Em relao tenso da corda vocal, podem ocorrer 3 tipos de problemas: 1. Frouxido completa 2. Excesso de compresso 3. Desequilbrio no funcionamento Na Frouxido completa, as cordas no se fecham totalmente, resultando em um som soprado, pois uma dose excessiva de ar est fluindo, e devido a esta interferncia na voz, a pessoa far mais esforo para produzir sons. Quando h excesso de compresso, as cordas vocais ficam muito apertadas. Isto pode ser devido a tenses, falta de orientaotcnica, e resulta em um som difcil, tenso, irritante, estrangulado ("taquara rachada"), forado, provocando tenso nos outros msculos associados na produo vocal. Havendo Desequilbrio no funcionamento das cordas vocais (ora tensas, ora relaxadas), ocorrero mudanas sensveis na produo do som vocal. O ideal que a corda fique num meio termo, suficientemente contrada para no deixar o ar escapar rapidamente.

Sustentao e Fora Os problemas de sustentao de nota e tambm a falta de fora sonora (voz de pouco alcance, volume), tem sua origem nos produtores (elemento do aparelho fonador), ou mesmo em razes pessoais, como o medo de soltar a voz, talvez no por falta de capacidade, mas por no ter aprendido a us-la. Ento, necessrio um trabalho de conscientizao de voz orientada por um professor de canto. Por outro lado, a pessoa que tem o hbito de falar alto demais, no pronunciando bem as palavras, correm um alto risco de apresentar calos de corda vocal, alm de outros problemas como dor de cabea, sinusite, faringite, e at mesmo cries pelo desgaste do esmalte.

Perda de Tons A perda de tons, no , necessariamente, um problema vocal. Esta uma questo mais ligada a um fator hormonal. As crianas possuem timbres muito semelhantes, no sendo distintos os timbres de meninos ou meninas. Porm, por volta dos 10 -12 anos, o corpo comea a receber uma descarga de hormnios, e os rapazes passam por um processo de transio de voz mais significativo que as moas, pois podem chegar a perder at 7 tons, enquanto que as moas apenas cerca de 3 tons. Outra situao que isto acontece nas mulheres aps os 45 anos, devido a perda de hormnios, com uma perda de cerca de 3 tons. Isto pode ser remediado com a reposio hormonal, sob prescrio mdica, evidentemente. Nos homens, aps 50-55 anos, ocorre o oposto, pois tm sua voz "agudizada", tambm por questes hormonais. Quando se cuida bem da voz, as mudanas so mais sutis, no provocando nenhum distrbio vocal.

Curso de Fisiologia da Voz - Parte 05 Lisley Viana 5. Mitologia Vocal A maioria das pessoas acredita em certas formas de terapia para tratar a voz. Essas crendices so infundadas, portanto incorretas.

Voz Cansada Alguns dizem que a voz cansada uma coisa natural ou normal depois de uma fala prolongada, ou mesmo fala leve. Falando assim, fica parecendo que os msculos da laringe e faringe (msculos que produzem voz) se cansassem e aceitassem a rouquido, a ardncia ou mesmo a perda parcial da voz, faringite e at laringite como algo plenamente normal. Outros acreditam que algumas pessoas nascem com garganta dbil, ou com voz insuficiente, e que sempre tendero a transtornos vocais.

Isto tudo no verdade, e sim coisa de gente mal informada, pois a voz bem empregada no se cansa, no produz sintomas negativos e nem esforos extras para falar. O uso constante em si no leva a problemas de voz; o que causa esses problemas o uso indevido, mal administrado, abusivo e vocalizao incorreta. A voz bem definida (tom apropriado, entonao e ritmo corretos) pode ser usada durante jornadas de trabalho de at 8 horas dirias. No entanto, deve-se lembrar que o cansao fsico acarreta cansao vocal, assim como a sade geral do indivduo deve ser levada em conta. O que deve acontecer identificar o problema e procurar o especialista, seja mdico, fonoaudidlogo, professor de canto, e no sair por a fazendo as receitinhas caseiras aleatoriamente, pois alm de no trazer benefcios, podem, algumas vezes, constituir riscos em potencial. comum se confundir faringe e laringe ao se pensar nesses preparados e receitas. importante se ter em mente que nenhum desses xaropes, chs e gargarejos chegam at as cordas vocais. Basta conhecer a anatomia para verificar este fato:

menor gota ou farelo tocar as cordas vocais, desencadeia-se um processo muito desagradvel de tosse, desespero, falta de ar. Alguns especialistas acreditam que no se deve fazer o gargarejo com o objetivo de medicar as cordas vocais, uma vez que o lquido no chega efetivamente at elas. Alguns mtodos caseiros podem ser at teis, porm durante perodos limitados, apenas mascarando os sintomas verdadeiros sem eliminar a causa do problema, que pode ser uma vocalizao incorreta ou uso abusivo da voz, ou at problemas como faringite.

Problema Central Um erro freqente a no focalizao no problema central causador da doena. Assim, muitas pessoas chegam a trocar de profisso para usar menos a voz, ou fazer um repouso vocal exagerado (que no significativo nas terapias da voz), e at mesmo, alguns se utilizam de tranqilizantes por tempo indefinido. Os relaxamentos (ioga, meditao transcendental, regresses psquicas...) no devem ser tentados como resoluo do problema vocal. A pessoa deve procurar um especialista.

Educao Vocal Um grande mito que s se educa a voz para o canto. A voz falada merece tanta ateno quanto a voz cantada, pois uma pode acabar interferindo na outra. H casos de pessoas que perdem completamente sua voz devido ao modo de falar errado, sendo s vezes necessrio uma cirurgia para a retirada das cordas vocais. Existem "dicas" para "melhorar" a voz que so to fora da realidade que chegam a agredir a inteligncia. Algumas destas so o uso de lpis ou bolinhas na boca durante a fala; fazer massagem com lcool canforado na garganta; fazer vocalizes com grande intensidade, de madrugada, para aumentar a extenso vocal... Diante de tais afirmaes, preciso usar o bom senso e perceber que se deve trabalhar os rgos envolvidos na produo do som com sensibilidade, conscientizao, percepo. Algumas "receitas" podem ser perigosas,

podendo causar at queimaduras. E alguns vocalises feitos com grande intensidade levam Parafonia Hipercintica (distenso das cordas vocais).

Aquecimento Vocal A laringe muito sensvel, e um dos primeiros rgos a ser afetado diante do estresse, emoes, cansao e outros. Isso faz com que haja modificao na voz, e muitas vezes, a situao obriga s pessoas a forarem seu "instrumento ". E, algumas vezes, a situao se torna pior, pois "soltam" a voz de qualquer jeito , sem um aquecimento prvio. O aquecimento vocal to importante para o cantor quanto o aquecimento fsico para um jogador de futebol, por exemplo; pois pode evitar leses importantes. Por outro lado, no correto gastar tempo demais "esquentando" a voz. H pessoas que passam 30 minutos neste processo, e ao final, em vez de terem "aquecido", tero mesmo "fervido" a voz. Isto resulta em pouca produtividade durante o perodo que se segue. O ideal que o vocalise no exceda 5 minutos. Existe uma tcnica elaborada por um pesquisador fonoaudilogo chamada "Manipulao da Laringe". Ainda h controvrsias quanto ao uso deste mtodo, mas aparentemente no h nenhum efeito colateral malfico. Ele consiste em o que seria uma "massagem" na laringe, em pontos especficos pr-determinados, diferenciados para voz grave e aguda. A necessidade e a forma de utilizao deste mtodo devem ser definidas por um profissional capacitado. No tente faz-lo por conta prpria.

Curso de Fisiologia da Voz - Parte 06 Lisley Viana 6. Caractersticas Vocais Voz Rouca A rouquido pode ser causada por vrios fatores, tais como o uso abusivo, processos patolgicos (calos, tumores...), e tambm pela mb colocao da voz devido a algum processo emocional (traumtico ou no). No raro encontrar crianas que se expressam atravs de berros. Isso acontece por vrios motivos: moram em lugares com alta poluio sonora, ou mesmo porque seus familiares falam muito alto. Neste caso, o referencial que acompanha a criana desde pequena que o normal falar com um volume de voz elevado. Outras vezes comum que numa mesma famlia todos falem com voz rouca, sem necessariamente existir algum impedimento fsico por tanto, sendo apenas uma questo de referencial adquirido com a convivncia familiar. Assim, as pessoas vo assimilando este comportamento, e, ao emitir a voz, foram as cordas vocais sem saber, e o que antes era apenas um costume familiar, torna-se um problema orgnico srio: calor, inchao, plipos, etc. O que deve acontecer identificar o problema e procurar o especialista, seja mdico, fonoaudilogo, professor de canto, e no sair por a fazendo as receitinhas caseiras aleatoriamente, pois alm de no trazer benefcios, podem, algumas vezes, constituir riscos em potencial. Outro fator causador de srios problemas nas cordas vocais o cigarro. No s o fumante ativo est sujeito aos problemas vocais, mas tambm, os fumantes passivos, que absorvem a fumaa emitida pelo ativo. Portanto, um crime familiares fumarem perto de crianas, principalmente em ambientes fechados, pois a poluio envenena o sistema respiratrio e afeta as cordas vocais, causando rouquido e outros problemas mais graves, como tumores malignos. Vale lembrar que de acordo com uma pesquisa de 1997, 73% dos tumores de corda vocal so malignos. No se deve ignorar o problema da voz rouca. de extrema importncia realizar o trabalho de correo dos problemas orgnicos com um otorrinolaringologista (medicaes/cirurgias) e tambm dos problemas "mecnicos" com um fonoaudilogo (timbre, colocao, exerccios, volume, etc.).

Voz Fina Em 99% dos casos, segundo pesquisas, a voz fina de origem emocional. O mais comum , ao entrar na puberdade, o rapaz assustar-se com a mudana e procurar manter a voz da infncia, apesar de sua laringe j estar pronta para a transformao.

Um ponto perigoso o excesso de mimo na infncia em ambos os sexos, podendo alterar o ritmo da fala, alm de manter a voz infantil. Isso muito perigoso para os meninos, que podem ser taxados de homossexuais logo cedo, podendo gerar traumas muito profundos na criana. Outro desencadeador da voz fina so os traumas, como os cirrgicos. A retirada das amdalas um bom exemplo, pois a criana pode ficar com medo de falar firme, mantendo a voz infantil. As causas orgnicas so mais raras, e ocorrem, normalmente, diante de uma atrofia fsica de origem hormonal. Existem alguns mtodos de tratamento, e a pessoa deve procurar um especialista.

Voz Trmula Embora seja um problema de difcil resoluo, existem mtodos, que bem aplicados e praticados podem surtir excelentes resultados. Este um problema difcil, pois advm de um trauma muito forte, onde a pessoa insiste em falar apesar de tudo. A voz falha, fica trmula, o que causa uma forte tenso nas cordas vocais. Ento, a pessoa sente dificuldade de se adaptar ao enfrentar situaes semelhantes ao trauma. interessante notar que durante o relaxamento da musculatura das cordas vocais, como no sorriso, a pessoa consegue emitir a voz corretamente.

Curso de Fisiologia da Voz - Parte 07 Lisley Viana 7. Postura Corporal Correta impossvel imaginar um piano que tenha um som perfeito se estiver com alguma parte faltando, ou quebrado, ou mesmo mal posicionado. Uma flauta amassada no ter o mesmo som de uma que est perfeita. Desta forma, acontece com o corpo humano. O som produzido ser sempre influenciado pela postura que se adota, por diversas razes. Uma boa postura: bem menos cansativa do que uma postura m ou relaxada, pois assim, os ossos e msculos fcam posicionados de modo que haja o mnimo de esforo e tenso. Causa um melhor aproveitamento respiratrio. D um melhor aspecto visualizao, alm de transmitir maior segurana. Coloca o mecanismo vocal na melhor posio para o seu posicionamento, tornando mais fcil a produo de uma sonoridade com qualidade. Traz confiana, bem-estar psicolgico e fsico o todo o organismo. Faz o corpo funcionar melhor, conseqentemente beneficia a sade vocal. A boa postura para cantar deve ser aprendida e praticada at que se torne um bom hbito. 1. Ps: uma boa base d maior segurana e firmeza. Inicialmente, devero estar um pouco afastados. Em apresentaes mais demoradas, o ideal variar a sustentao do peso entre os ps, porm no de forma demorada, para evitar fadiga e tenso. No se deve colocar o peso apenas sobre os calcanhares. 2. Pernas: como ajudam a fixar e sustentar o corpo, elas nunca ficam totalmente relaxadas. No entanto, elas devem ficar flexveis, nunca rgidas, prontas para o movimento. No se deve apoiar todo 0 peso do corpo somente em uma perna, pois haver uma forte tendncia a tremer. Para ajudar a resolver a tenso nas pernas e ps, pode-se fazer algum alongamento nesta regio. 3. Quadris: devem estar equilibrados, evitando um lado estar mais elevado que o outro. Porm, uma leve alternncia, ou movimentao ajuda a relaxar esta regio, pois no bom que esteja muito rgida durante a apresentao. 4. Abdome: no deve estar exageradamente projetado para dentro ou para fora. Deve-se evitar tenses demasiadas neste local, pois a musculatura desta regio de extrema importncia para a respirao controlada, como a de um cantor ou orador.

5. Costas: manter a coluna ereta de forma no rgida favorece o bem estar do som, por melhorar as condies da expanso do trax, melhorando a respirao. Deve permanecer de forma equilibrada, sem inclinaes exageradas. 6. Trax: deve estar numa posio relaxada, evitando-se qualquer contrao exagerada, para facilitar o mecanismo do ar. Deve-se sentir todo o trax agindo em conjunto. muscular

7. Ombros: devem estar descontrados, sem nenhuma tenso nestas articulaes. Qualquer rigidez nesta regio pode comprometer a ao dos msculos do trax e do pescoo. Eles no devem se mover muito para frente, nem para trs, nem para baixo, muito menos para cima. A rigidez local pode complicar a toda a postura. 8. Braos e mos: devem estar cados livremente ao longo do corpo, de forma natural, o mais livre de tenso possvel. Os maneirismos devem ser evitados, como ficar apertando as mos frente ou atrs, ou torcendo-as, pois isso causa uma tremenda tenso nos braos e no trax, alm de interferir na ao dos outros msculos do corpo. Esse tipo de atitude tambm bastante deselegante. E ao segurar o microfone, deve-se ter o cuidado de manter os ombros e braos relaxados, para evitar tenso no pescoo. 9. Cabea: deve estar centralizada. O olhar deve estar na direo das pessoas, e o queixo no deve estar nem muito baixo nem muito alto. 10. Posio sentada: quando se est sentado, o principal apoio do corpo o assento. O tronco e a cabea devem estar alinhados, com a coluna ereta, e os quadris devem estar bem apoiados no encosto, sem, no entanto, fazer com que o abdome fique projetado para frente, ou o oposto, ficando com a coluna inclinada para frente. Em ambas as situaes haver comprometimento da respirao, e cansao em pouco tempo. Se se est sentado em uma cadeira com braos, no se deve apoiar os prprios braos sobre os da cadeira, pois haver maior sobrecarga nos ombros, prejudicando a coluna.

Curso de Fisiologia da Voz - Parte 08 Lisley Viana 8. O Sistema Respiratrio O Sistema Respiratrio possui vrias funes, que vo alm da respirao, como a de defesa e a de fonao. importante, no entanto, saber que sua principal funo a realizao da entrada e sada de ar (gs) nos pulmes, processo chamado de ventilao. Desta forma, o sistema respiratrio comparado a uma "bomba vital" que trabalha 24 horas por dia, realizando suas funes sem que se tenha conscincia desse movimento. A entrada do ar extremamente importante para o organismo, pois ele composto pelo Oxignio (21%), Nitrognio (75%), Gs Carbnico e outros gases. O metabolismo humano depende da contnua chegada de Oxignio (O2), retirado do meio ambiente.

As necessidades bsicas de um adulto sadio em repouso, so em torno de 250 ml de 02. Por outro lado, necessrio que o Gs Carbnico (C02), produto final de inmeros processos metablicos, seja continuamente retirado do organismo. Com a ventilao, o 02 abundantemente oferecido ao corpo com a entrada de ar nos pulmes, enquanto que o CO2 retirado com a sada do ar.

As Vias Respiratrias O ar entra pelo nariz e pela boca; passa pela faringe; laringe; traquia; brnquios e bronquolos (no pulmo).

Cada uma dessas estruturas possui uma significativa funo na respirao. O nariz, alm de servir de "porta de entrada e sada" do ar, o precondiciona de vrios modos, aquecendo-o (37), umidificando-o e limpando-o. A faringe, comumente chamada de garganta, divide-se em duas vias: na traquia e no esfago. nessa regio que o alimento separado do ar. O ar vai para a traquia, enquanto o alimento atinge o esfago. Essa separao controlada por reflexos nervosos. A laringe forma a transio das vias areas superiores e inferiores, e nela que se localizam as cordas vocais. Continuando-se com a traquia, esto dois tubos de passagem de ar para cada pulmo, os brnquios. Estes tubos vo diminuindo de espessura e se dividindo cada vez mais medida em que entram nos pulmes, num total de 23 divises. Ao final dessas divises, esto os bronquolos, que por sua vez dividem-se em bronquolos respiratrios. At esse ponto, a "rvore brnquica" j possui cerca de 1 milho de tubos. No entanto, a troca gasosa ocorre apenas em estruturas que encerram estas divises, os alvolos (explicados posteriormente).

Os Pulmes Os pulmes so rgos essenciais da respirao, localizados dentro da caixa torcica, um de cada lado do corao e revestidos por uma membrana muito delicada, a pleura.

O volume pulmonar varia entre 4 a 6 litros, aproximadamente a quantidade de ar contida numa bola de basquete. O peso aproximado dos pulmes de uma pessoa com dimenses mdias 1 kg. A rea de superfcie pulmonar considervel. Se o pulmo fosse estendido, o tecido cobriria cerca de 60 a 80 m2. Isto aproximadamente 35 vezes maior que a superfcie corporal da pessoa, e superfcie para cobrir quase a metade de uma quadra de tnis.

Os Alvolos e as Trocas Gasosas Os alvolos so sacos elsticos de parede muito fina, e em nmero de 300 milhes em cada pulmo. Na figura acima esto representados vrios deles. Cada pequeno globo um alvolo diferente.

Nos alvolos, ocorrem as trocas gasosas, porque ao lado esto pequenos vasos sangneos, os capilares. O O2 passa atravs da parede do alvolo e da parede do capilar, indo parar na corrente sangnea; e o CO2 passa pela parede do capilar e pela do alvolo, sendo, ento, possvel elimin-lo do organismo. Durante cada minuto em repouso, cerca de 250 ml de O2 deixam os alvolos e penetram no sangue, e aproximadamente 200 ml de CO2 saem dos capilares e entram nos alvolos.

Curso de Fisiologia da Voz - Parte 09 Lisley Viana 9. Os Grupos Musculares da Respirao Existe uma diferena de presso entre o ar dentro dos pulmes e a superfcie de contato com a parede torcica, que faz com que os pulmes fiquem aderidos ao interior dessa parede. Por isso, os pulmes acompanham literalmente todos os movimentos, ou qualquer mudana no volume do trax. Sozinhos, os pulmes no conseguem alterar seu volume, pois, para isso, precisam dos msculos. Os movimentos da caixa torcica, assim como qualquer outro movimento corporal (andar, chutar, comer...) dependem de uma contrao muscular. O ato de respirar pode ser dividido em 2 momentos: a inspirao (entrada de ar) e a expirao (sada de ar). Existe um grupo de msculos responsvel por cada uma das etapas. importante saber que nem todos eles so usados ao mesmo tempo, a depender da situao, torna-se necessria a presena de apenas alguns deles. No entanto, em cada grupo, existem aqueles que so os mais solicitados, e so tidos como os principais; e os demais, so tidos como acessrios. O grupo dos inspiratrios bem grande, com mais de 15 msculos, que elevam as costelas ao se contrarem. Eles podem ser classificados como: Msculos Inspiratrios Principais Diafragma (principal) Intercostais externos

Msculos Inspiratrios Acessrios Esternocleidoccptomastoideo (ECOM) Escalenos outros O grupo dos expiratrios menor, com cerca de 8 msculos, que atuam no sentido de abaixar as costelas: Msculos Expiratrios Principais Intercostais Internos Msculos Expiratrios Acessrios Msculos abdominais Outros

A Respirao A diferena de presso que existe entre o ar ambiente e o ar de dentro do pulmo que faz com que o ar entre. Algo parecido acontece com uma seringa ou um aspirador de p.

Dentro do pulmo, a presso negativa, e devido gravidade, em uma pessoa sentada ou de p, a presso da parte de baixo mais prxima do zero que a da parte de cima. Por isso o ar entra primeiro na parte de baixo, e em seguida na de cima, e ao final da inspirao, todo o pulmo deve estar cheio por igual. Da a importncia de uma boa postura durante a inspirao, caso contrrio, no possvel usar toda a capacidade pulmonar, o que interfere diretamente no "flego" e nas trocas gasosas de uma pessoa. Quando o processo dessas trocas termina, comea a expirao. A caixa torcica vai voltando sua posio inicial, empurrando o ar para fora. como um elstico esticado que tende a voltar ao normal.

A Inspirao

A contrao dos msculos inspiratrios aumenta o volume da caixa torcica, conseqentemente do pulmo. Um exemplo deste movimento a elevao da ala do balde, representado a inspirao. Isto causa aquele efeito da seringa, porque mais espaopara o ar vai surgindo.

O principal responsvel por este efeito o diafragma, por ser o mais forte. Os intercostais tambm so muito importantes, principalmente para aqueles que precisam de muito ar, como os cantores. H dois tipos de inspirao: relaxada, a normalmente usada, e realizada pelos inspiradores principais; forada, feita pelos inspiradores principais mais os acessrios. Os msculos acessrios no devem ser usados na respirao normal, principalmente para quem canta. Como a maioria deles est localizada na regio do pescoo, e sua contrao (tenso) pode prejudicar o som produzido pelas cordas vocais.

O Diafragma O diafragma um msculo plano, amplo, em forma de guarda-chuva, que fica entre o trax e o abdome, e est preso nas costelas e na coluna.

Ao se contrair o diafragma, suas bordas levantam as costelas, enquanto o seu centro se abaixa, empurrando os rgos do abdome.

Intercostais Externos Os intercostais externos so, junto com o diafragma, fazem parte dos msculos inspiratrios principais. Eles esto localizados entre cada uma das costelas. Quando eles se contraem, eles elevam a caixa torcica, aumentando o seu volume, e promovendo a entrada do ar. Na figura abaixo, os intercostais externos esto representados pela cor vermelha. Leve em considerao que a ilustrao est indicando apenas um grupo de msculos, entre um par de costelas. Na verdade, eles esto presentes unindo todas as costelas.

Na cor verde, vemos os intercostais internos, responsveis pela expirao, explicada mais adiante. Observe na "viso superposta" como eles ficam posicionados atrs dos intercostais externos. O fato de eles serem inclinados em posies opostas causa os movimentos opostos de inspirao e expirao. Os intercostais internos abaixam as costelas, fazendo com que o ar saia na expirao forada. Esses msculos esto entre as costelas e atuam para que todas elas faam o mesmo movimento durante a inspirao ou expirao e atuam para que todas elas faam o mesmo movimento durante a inspirao ou expirao.

Acessrios Estes msculos atuam no sentido de elevar as costelas na inspirao forada. Devem estar relaxados na hora de cantar. Na ilustrao fica mais visvel que existem dois ECOMs, um de cada lado; com os escalemos ocorre o mesmo, esto em pares.

ECOM

Escalenos

Expirao Existem dois tipos de expirao, a normal e a forada. A expirao normal, relaxada uma ao natural, assim como a volta de um elstico puxado. O diafragma e os intercostais externos simplesmente voltam ao normal. Os msculos da expirao apenas devem entrar em ao quando se precisar de uma expirao forada, como soprar uma vela, numa tosse ou espirro, por exemplo. A expirao dura cerca de 2 a 3 vezes mais que a inspirao. Mas, mesmo assim, um cantor deve ter total controle sobre o relaxamento do diafragma, para que sua volta posio inicial seja o mais lenta possvel, de acordo com a necessidade, e parano soltar o ar de vez.

Curso de Fisiologia da Voz - Parte 10 Lisley Viana 10. Exerccios Treino da Utilizao Muscular 1. Respirao Pessoa deitada com um livro no abdome. A inteno elevar o livro. Diafragmtica

2. Diafragma e Em p, fazendo a respirao diafragmtica, e expandindo as laterais do trax.

Intercostais

Treino do Aumento da Capacidade Pulmonar 1. Soluo Inspiratrio Inspirar aos poucos pelo nariz at encher o pulmo: inspirar - pausa - inspirar pausa - inspirar o mximo - soltar o ar de vez pela boca. 2. Expirao Abreviada Inspirar fundo normalmente (nariz) e soltar um pouquinho; inspirar fundo outra vez e soltar um pouquinho; inspirar mais uma vez, at sentir o pulmo o mais cheio possvel, e soltar de vez pela boca. Treino do Controle Diafragmtico 1. Inspirao Inspirar profundamente pelo nariz, e soltar pela boca, em "SSS", demorando o maior tempo possvel. Profunda

2. Exerccio da vela Soprar a vela a uma pequena distncia (cerca de 1 palmo) sem apagar a chama, e mantendo-a em equilbrio na posio oblqua.

Curso de Fisiologia da Voz - Parte 11 Lisley Viana 11. O Pigarro O Sistema Respiratrio tem um mecanismo muito interessante para se defender das muitas impurezas do ar respirado. Esse mecanismo formado por um sistema de clulas que possuem clio, de clulas que fabricam muco e de muco.

O mecanismo funciona como uma esteira rolante, pois a sujeira do ar gruda no muco e os clios tratam de empurr-lo para cima, em direo da laringe.

Diariamente, a produo de muco chega a 100 - 150 ml em 24 horas. Sem o muco, os clios no funcionam, como no caso de uma desidratao sria. E o excesso de muco pode dificultar muito o trabalho dos clios, como nas infeces ou ao inalar substncias irritveis, como fumo, lcool ou sedativos. O ato de fumar modifica o efeito de esteira rolante, porque no fumante h perda de clios, e excesso de muco, entre outros problemas. Comumente, o muco chamado de pigarro quando interfere na voz, causa tosse etc. O muco ou pigarro precisa ser eliminado do organismo, e quando passa pelas cordas vocais, podem causar uma diferena na sua vibrao, modificando o som produzido. A forma que o corpo usa naturalmente para eliminar o pigarro atravs da tosse.

Curso de Fisiologia da Voz - Parte 12 Lisley Viana 12. Tosse A tosse existe para eliminar as secrees do Sistema Respiratrio, e por isso precisa ser eficiente. A melhor posio para tossir a sentada ou a inclinada para frente, com o pescoo voltado um pouco para baixo. A inspirao deve ser profunda, pelo diafragma. A expirao deve ser forada pelos msculos da barriga, os abdominais, podendo fazer um som de "Q" durante a tosse, que deve ser tripla, para ser mais eficiente. O cantor deve ter cuidado ao tossir, para no agredir suas cordas vocais com a fora da grande quantidade de ar que passa por elas.

Curso de Fisiologia da Voz - Parte 13 Lisley Viana BIBLIOGRAFIA BETHLEM, Newton - Pneumologia. Atheneu. CALLAIS-GERMAIN, Blandine - Anatomia para o Movimento Vol I : Introduo Anlise das Tcnicas Corporais.Manole, So Paulo. CARVALHO, Paes de; COSTA, Fonseca - Circulao e Respirao. Cultura Mdica, 3 edio. DUARTE, Nolio - Apostila: Comunicando Atravs da Voz - Estratgias para o Uso Correto e Eficiente da Voz Cantada e Falada. Vox Edies, Rio de Janeiro. GOSS, Charles M. - Gray Anatomia. Guanabara Koogan, 29 edio. GUYTON, Arthur C. - Fisiologia Humana e Mecanismos das Doenas. Guanabara Koogan, 5 edio. McARDLE, William D. e outros - Fisiologia do Exerccio. Guanabara Koogan, 3 edio.

MDULO 2

Aprendendo Msica e Canto


Nesta pgina voc poder comear a aprender msica e canto. Periodicamente estaremos colocando algo mais sua disposio aqui, por isso, no deixe de visitar nosso site regularmente. Consulte a lista de links abaixo e bons estudos! Em cada aula e exerccio de voz, no se esquea: Leia tudo com ateno; siga a ordem estabelecida; realize os exerccios vrias vezes, at que sejam executados perfeitamente; se esforce muito e acredite que nosso querido Pai do Cu pode e quer ajudar voc a cantar.

Teoria Musical - Conceitos Iniciais


MSICA - Msica a arte da comunicao atravs de sons relacionados entre si de maneira lgica e ordenada. SOM - Som a vibrao que pode ser sentida pelo rgo auditivo. O som se propaga atravs do ar ou de outro elemento tal qual as ondas formadas em um lago quando atiramos nele uma pedra. Quando as vibraes que produzem o som so irregulares temos um rudo (Ex.: um objeto caindo ao cho, uma porta batendo, etc.) e quando so regulares temos um som musical (Ex.: uma nota tocada num instrumento musical, o canto de um passarinho, etc.). Observao: Alguns instrumentos de percusso na realidade produzem rudos que tm sido empregados na msica paracriar certos efeitos ou para marcar o ritmo. Esse o caso da bateria que, na realidade, no produz notas musicais; os sons produzidos por ela so irregulares, so rudos, literalmente falando.

Caractersticas do Som:
ALTURA DO SOM: A altura do som depende do seu nmero de vibraes por segundo. Quanto mais vibraes por segundo tiver o som, mais agudo ele ser e, consequentemente, mais alto. (Um som mais alto um som mais agudo; um som mais baixo um som mais grave). DURAO DO SOM: o espao de tempo durante o qual o som pode ser ouvido. INTENSIDADE DO SOM: Eqivale ao volume do som, ou seja, a fora do mesmo. Observao: muito comum confundir mais alto com mais intenso. CUIDADO!!! Mais alto o mesmo que mais agudo e mais intenso o mesmo que mais forte. importante no confundir as duas coisas. TIMBRE: a qualidade do som que nos permite reconhecer a diferena entre sons que podem at estar com a mesma altura e intensidade, mas de diferentes origens. Ex.: Reconhecemos a diferena entre o som produzido por um violino e o produzido por um trompete ou a diferena entre a voz de diferentes pessoas. o timbre que faz a diferena.

A Formao da Msica:
Para termos msica precisamos de: SOM: A vibrao que sentida pelos nossos ouvidos. RITMO: O movimento ordenado dos sons. MELODIA: A seqncia dos sons formando sentido. HARMONIA: Sons simultneos formando sentido.

Como Escrevemos as Notas Musicais


Quando queremos escrever as palavras que falamos usamos as letras do alfabeto. Da mesma forma, escrevemos os sons musicais usando figuras chamadas notas musicais. O lugar onde escrevemos as notas musicais recebe o nome de pauta ou pentagrama. Trata-se de um conjunto de 5 linhas e 4 espaos como voc pode ver abaixo:

As notas musicais so sete e seus nomes so: d, r, mi, f, sol, l e si. Elas so escritas nas linhas e nos espaos os quais so enumerados de baixo para cima. Cada uma recebe o nome de acordo com a sua altura e elas se repetem sucessivamente, de sete em sete. A um conjunto de sete notas que estejam na mesma seqncia apresentada acima ou em ordem inversa damos o nome deescala. Uma escala pode comear por qualquer nota e no necessariamente pelo d. Observe logo abaixo alguns exemplos deescala.

d - r - mi - f - sol - l - si mi - f - sol - l - si - d - r sol - l - si - d - r - mi - f

f - mi - r - d - si - l - sol l - sol - f - mi - r - d - si r - d - si - l - sol - f - mi

Quando as notas so muito agudas ou muito graves para serem escritas no pentagrama utilizamos linhas e espaos suplementares, sendo que os mesmos so enumerados a partir do pentagrama Eles so chamados linhas e espaos suplementares superiores ou inferiores, dependendo da sua posio em relao ao pentagrama. Podemos colocar tantas linhas suplementares quantas forem necessrias, e no raro utilizar-se at cinco delas.

Observe a figura abaixo e voc ver como localiz-las no piano e tambm como elas so dispostas no pentagrama. Elas correspondem s teclas brancas do piano.

Vejamos com mais detalhes como localizar as notas musicais em um instrumento de teclado. Como voc pode ver na figura acima, o teclado composto por teclas brancas e pretas. Observando melhor, voc ver que as teclas pretas esto subdivididas em grupos de duas e trs. Observar a posio das teclas essencial para identificarmos as notas. Veja a tecla branca ao lado esquerdo do grupo de duas teclas pretas: ela corresponde nota d. Veja a tecla branca ao lado esquerdo do grupo de trs teclas pretas: ela corresponde nota f. A partir da, podemos identificar todas as outras teclas. Esta regra vale para o piano, para o rgo, ou qualquer outro instrumento que tenha um teclado como esse. Voc deve ter observado ainda que a cada oito notas uma se repete. Ao intervalo entre uma determinada nota e a sua prxima repetio ou a sua repetio anterior damos o nome de oitava. Sendo assim, podemos dizer que uma nota sol est umaoitava abaixo da nota sol seguinte e uma oitava acima da nota sol anterior; uma nota mi est uma oitava abaixo da nota mi seguinte e uma oitava acima da nota mi anterior; e assim por diante. As notas musicais so conhecidas pelo sinal que colocado no incio do pentagrama, o qual denominado clave. Existem trs claves: a clave de sol, a clave de f e a clave de d.

Elas tm tais nomes porque na linha ou no espao onde elas estiverem escritas voc sempre encontrar as notas sol, d ef, respectivamente. Antigamente as claves eram escritas em diversas posies no pentagramas, sendo cada posio destinada a um uso especfico. Por isso, se voc achar alguma partitura muito antiga poder at encontrar a clave de sol na primeira linha, ou a clave d escrita na primeira ou segunda linhas, ou ainda a clave de f escrita na terceira ou quinta linhas. Atualmente, porm, s se usam a clave de sol na segunda linha e a clave de f na quarta linha. Embora seja pouco usada temos tambm a clave de d no terceiro espao, na terceira linha ou na quarta linha. Na figura abaixo voc poder observar que a clave de sol determina a posio da nota sol. Uma vez sabendo a posio desta no pentagrama, poderemos localizar todas as outras. O mesmo se d com a clave de f, como demonstra a mesma figura. Observe que as notas mudam de posio, mas cada clave continua mostrando como localiz-las. No importa o formato da nota, sua posio que diz que nota .

Todas as notas poderiam, teoricamente, ser escritas em qualquer uma das claves, porm, na prtica, no seria possvel ler a msica com facilidade se escrevssemos todas as notas em uma nica clave. Haveriam tantas linhas suplementares para indicar as notas muito graves ou muito agudas que a leitura rpida da msica seria impraticvel. Usando claves diferentes, porm, torna-se mais fcil a leitura. Na figura abaixo voc ver as mesmas notas escritas usando-se somente a clave de sol, a de f e as duas simultaneamente.

Cada clave tem uma aplicao especfica. A clave de sol usadas para os sons agudos e parte dos sons mdios ou as notas com altura equivalente metade direita do piano. A clave de f usadas para os sons graves e parte dos sons mdios ou as notas com altura equivalente metade esquerda do piano.

H casos em que um trecho de uma determinada msica contm notas muito graves ou muito agudas para serem escritas em determinada clave devido ao grande nmero de linha suplementares que seriam necessrias para escrev-las. Em tais casos podemos mudar a clave no decorrer da msica para facilitar a leitura.

Decorar as notas musicais como so escritas nas diferentes claves parte essencial do aprendizado musical. Comece decorando as notas escritas na clave de sol. Em seguida decore as notas da clave de f. Voc poder decorar as notas da clave de f com maior facilidade se ao l-las voc lhes der o nome da segunda nota acima da mesma, imaginando que ela estivesse escrita na clave de sol. Por exemplo: Se voc estiver vendo uma nota que se estivesse na clave de sol seria um mi, na clave de f ela ser um sol; se voc estiver vendo uma nota que se estivesse na clave de sol seria um l, na clave de f ela ser um d; se voc estiver vendo uma nota que se estivesse na clave de sol seria um si, na clave de f ela ser um r; e assim por diante. Ateno: Voc poder utilizar este mtodo para decorar as notas da clave de f, mas, nunca se esquea de que as notas escritas nessa clave no so mais altas que as da clave de sol, pelo contrrio, na realidade elas so muito mais graves. A princpio voc poder at pensar que ser difcil decorar as notas em diferentes claves. Lembre-se, porm, que todos os msicos as conhecem decor e nenhum deles nasceu sabendo. Muitas crianas comeam a estudar msica ainda bem pequenas e tambm decoram as notas. Voc ir decor-las tambm, sem dvida alguma. Basta que voc tenha boa vontade; no d nenhuma chance para a preguia. Est escrito: "O preguioso morre desejando porque as suas mos se recusam trabalhar". Provrbios 21: 25. Lembre-se ainda que voc tem ao seu lado o maior Professor do Universo, o qual prometeu ajud-lo quando voc precisasse. "Se, porm, algum de vs necessita de sabedoria, pea-a a DEUS, que a todos d liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe- concedida". S. Tiago 1: 5. Foi Ele mesmo quem prometeu: "Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, Eu o farei". S. Joo 14: 14. Acredite! Voc vai conseguir!

Na realidade, o contedo desta pgina muito resumido e mesmo superficial. Para ter em mos algo muito melhor, mais completo, numa linguagem muito mais simples e clara, recomendamos a srie "Aprendendo Msica e Canto". Aprender msica com ela muito, muito, muito mais fcil do que aqui pela internet, alm de ser um aprendizado bem mais completo. Nos DVDs e vdeo-CD-Roms voc encontrar dicas interessantes sobre como decorar as notas musicais mais depressa e com mais facilidade e muitas outras coisas. Voc vai gostar.

Para Aprender a Cantar


Estas instrues foram transcritas aqui para que voc possa ter um melhor aproveitamento quando estiver se dedicando ao aprendizado do canto ou fazendo exerccios vocais. 1. Seja paciente. Os resultados no podero ser rpidos. Voc precisou de alguns meses, ao nascer, para aprender a falar. Cantar demora mais ainda.

2. Seja metdico. Procure ter perodos regulares de aprendizado. Voc no pode curar uma enfermidade tomando remdio uma vez por semana. Assim tambm, Quando uma pessoa sofre um acidente e precisa de fisioterapia, para ter melhores resultados, deve submeter-se ao tratamento com o intervalo mais curto possvel entre as sees. 3. No seja pessimista. Se voc aprendeu a falar, deve poder aprender a cantar. tudo uma questo de se aprender a usar a voz; desde que voc se esforce bastante. Alguns precisam de muito esforo, mas, se voc quiser mesmo cantar, e bem, ter que pagar o preo: Esforo e dedicao. 4. No seja excessivamente confiante. Alguns se valorizam excessivamente. Comeam a praticar e logo dizem: J est bom, pode passar para a frente, moleza demais, coisa de criana... Esses so, geralmente, os que cantam mal, acham que cantam bem, so muito prontos a acreditar em qualquer elogio (ainda que proferido por algum que no sabe o que est falando, ou que queria apenas incentivar), no sabem usar o "desconfimetro" e nem o prprio ouvido. 5. No confie em seu prprio ouvido. Da mesma maneira que precisamos aprender a usar a voz para cantar, precisamos, muito mais, aprender a usar o ouvido. As pessoas que no sabem cantar, geralmente acham que "j est bom", quando nem ao menos esto cantando a nota certa. Mas, no se preocupe. Voc vai conseguir, se fizer da maneira correta. Utilize os recursos abaixo: a. Seria muito bom se voc gravasse os exerccios que faz. Parte dos sons da sua prpria voz, quando voc ouve, no vm do ambiente, mas chegam at seus ouvidos pelas fibras musculares que esto entre sua garganta e seu ouvido. Por isso que voc ouve sua prpria voz mesmo com os ouvidos tapados. Toque o CD em um aparelho e grave enquanto canta. Mesmo que seja em um gravadorzinho simples, de mo. b. Lembre-se de que sua voz no que voc ouve, pois voc ouve parte pelo ambiente e parte pelo prprio corpo (fibras musculares). No se assuste: o gravador no est com defeito (o som parece estranho) e voc no tem uma voz to horrvel quanto possa parecer. O fato que voc no a conhecia e est procurando aprender como us-la melhor. c. Oua a gravao atentamente, tentando analisar quais os detalhes que precisam melhorar, onde no est to bom assim, onde as notas musicais no esto to parecidas com as gravadas, onde voc no alcanou ou no cantou corretamente, e observe tambm a qualidade da colocao da sua voz. d. Se possvel, procure ser acompanhado por outra pessoa, quando for praticar; quem sabe algum que tambm esteja aprendendo como voc, ou mesmo aprendendo junto com voc. Quatro ou mais ouvidos sempre estaro mais atentos que apenas dois. e. No faa cada exerccio apenas uma vez. No adiantaria nada. Cada exerccio deve ser repetido at que esteja sendo executado com facilidade e qualidade. No necessrio que voc faa apenas um exerccio por dia. Voc pode fazer de trs a cinco, ou mais. Depende do tempo de que voc dispe. Apenas no pare de faz-los antes que esteja executando-os com facilidade, qualidade e correo. A v substituindo cada exerccio completado pelo seguinte que voc ainda no realizou. 7. Se possvel, escolha um horrio em que no esteja sob efeito de stress ou cansao para exercitar. 8. Se voc dispe dos CDs de "Exerccios Para a Voz", da srie "Aprendendo Msica e Canto", siga a seqncia estabelecida em cada CD. No pule exerccios e nem CDs. Cada exerccio lhe dar condies de realizar os prximos. importante frisar que os ltimos exerccios da srie, os denominados "Avanados", no deveriam ser definidos como difceis de fazer para os iniciante. Deveriam, antes, ser definidos como impossveis. Eles so extremamente rpidos, e no se consegue realiz-los sem um grande preparo. Existem pessoas que no conseguiro realizar alguns deles nunca, mas afinal, nem todos pretendem ser cantores lricos, ou de pera. 9. To logo possvel, to logo voc consiga pegar as notas com facilidade, (talvez j possa), faa o exerccio de aquecimento(CD 01 Faixa 14 ou clique aqui) sempre, no incio de cada seo de aprendizado. Assim sua voz estar em melhores condies e voc obter maiores resultados e sem perigo de prejudic-la. Quanto s instrues aqui contidas, no se esquea de ler tudo e de consult-las sempre que for necessrio. S assim voc poder tirar o melhor proveito do seu aprendizado.

Aprendendo a "Pegar o Tom"


Os exerccios que voc ver a seguir tm como objetivo levar voc a cantar as notas corretamente, ou seja, "pegar o tom", como costumamos dizer. Ao ouvir cada uma das notas tocadas, cante-a tambm, pronunciando um "Laaaa" ou um "Aaaa" em cada uma. No confie em seu prprio ouvido. Use um gravador e grave o que voc est cantando junto com o que vai ouvir ou solicite o auxlio de outra pessoa (no precisa ser um msico - pode ser algum que esteja aprendendo junto com voc) para ter certeza de que voc est cantando a nota correta, ou seja, est "afinado" com o exerccio. Quatro ou mais ouvidos ouvem mais detalhes que apenas dois. Execute os exerccios na seqncia indicada e repita-os quantas vezes e quantos dias forem necessrios at que voc consiga cantar todas as notas corretamente, ou seja, no "tom certo". E lembre-se: no confie somente em seu prprio ouvido. Algumas pessoas cantam notas erradas pensando que as esto cantando corretamente. ATENO: Embora no venhamos a mencion-lo com freqncia, voc DEVE utilizar o recurso do gravador (como acima mencionado) ou dos "ouvidos adicionais" dos amigos em TODOS os exerccios, sem exceo, se possvel, pois s assim voc ter um controle melhor do seu aproveitamento e da qualidade do que voc esta cantando. "Pegar o Tom" - Exercicio 1 "Pegar o Tom" - Exercicio 2 "Pegar o Tom" - Exercicio 3

Teste de Voz
Para quer voc possa realizar os exerccios de voz de maneira apropriada, necessrio que voc descubra qual a sua voz. isso o que vamos fazer usando os teste abaixo. IMPORTANTE enfatizar que o esforo exagerado da voz, cantando o que est fora do alcance, especialmente notas muito graves ou muito agudas, pode causar danos irreversveis voz. Por isso recomendamos muito cuidado. Siga as instrues corretamente e faa os exerccios correspondentes sua voz. No tente imitar outros cantores. A sua voz a SUA voz. Alm de que uma imitao pode acabar sendo ridculo, pode ainda ter outras conseqncias piores. Quando voc estiver com a sua voz bem preparada e for fazer apresentaes, s use play-backs adequados ao teu tipo de voz. No se esquea, isso muito importante! Voc poder ainda fazer seu teste de voz usando as faixas do CD n. 01 de "Exerccios Para a Voz" da srie "Aprendendo Msica e Canto" ou a parte correspondente que voc encontra no DVD "Aprendendo Msica e Canto" n. 02, o que, provavelmente, ser melhor ainda. Ao utilizar o CD ou os testes abaixo basta cantar com cada uma das faixas correspondentes. As trs primeiras mencionadas so para vozes femininas e as quatro ltimas para as vozes masculinas. Cante com cada uma das faixas correspondentes, levando em conta o seguinte: em cada faixa, ao cantar, voc ouvir o som de vrios instrumentos juntos. Esse trecho corresponde ao que a voz selecionada no teste deve alcanar. Nos trechos onde se ouve somente o piano as notas no precisam ser alcanadas pela voz correspondente; se alcanar, parabns!!! Se no alcanar, no se preocupe, est dentro do normal.

Teste de Voz - Soprano Teste de Voz Meio-Soprano Teste de Voz - Contralto Teste de Voz - Primeiro Tenor Teste de Voz - Segundo Tenor Teste de Voz - Bartono Teste de Voz - Baixo "Pegar o Tom" - Exercicio 1 "Pegar o Tom" - Exercicio 2 "Pegar o Tom" - Exercicio 3

Antes de prosseguir com os exerccios vocais


Para prosseguir com os exerccios, voc precisa saber se sua voz grave, mdia ou aguda. Mesmo que voc no alcance todas as notas de uma determinada voz, ao fazer o teste de voz voc deve ter observado que uma delas est mais prxima de sua realidade. Para as mulheres: soprano corresponde voz aguda, meio-soprano voz mdia e contralto voz grave. A partir de agora voc dever seguir a seguinte regra: nas faixas ou exerccios que contm indicaes de agudo, mdio ou grave, o soprano deve utilizar apenas as que trazem a indicao "Agudo", o meio-soprano apenas as que trazem a indicao "Mdio" e o contralto apenas as com a indicao "Grave". Quanto aos homens, o 1. tenor dever usar apenas as faixas ou exerccios com a indicao "Agudo". O 2. tenor dever usar as faixas com a indicao "Mdio" e, no que for possvel alcanar, as com a indicao "Agudo" tambm, mas apenas o que a voz alcanar sem muito esforo. O bartono dever usar as faixas com a indicao "Mdio" e, no que for possvel alcanar, as com a indicao "Grave" tambm, mas apenas o que a voz alcanar sem muito esforo. O baixo dever usar apenas as faixas ou exerccios com a indicao "Grave". LEMBRE-SE: a partir de agora, todos os exerccios que contenham a indicao agudo, mdio e grave devero ser utilizados apenas pelas pessoas que cantem a voz correspondente. Caso contrario, sua voz poder ser prejudicada. Os exerccios que no tenham indicao de agudo, mdio ou grave podem ser praticados por todos.

Aquecimento Vocal
Este exerccio deve ser praticado todas as vezes que voc estiver trabalhando sua voz, no importa o estgio no qual esteja. Antes de exercitar a voz, ou de cantar, voc deve aquec-la e essa a finalidade desse

exerccio. Com o tempo voc ir decor-lo, mas enquanto isso no acontece, voc poder pratic-lo sem qualquer problema, uma vez que o mesmo composto de pequenos trechos repetidos. Vamos explicar isso um pouco melhor: voc vai ouvir uma nota inicial e dever peg-la com a voz. Aps um pequenino intervalo voc ouvir um pequeno trecho sendo tocado. O mesmo trecho dever ser repetido novamente, mas dessa vez voc dever cant-lo pronunciando "Laaaa" ou "Aaaaa" como em qualquer outro exerccio. O exerccio prossegue da mesma maneira. Pequenos trechos so repetidos duas vezes sendo que na primeira vez voc ouve e na segunda voc canta junto.

Exerccio Para Aquecimento Vocal

Desenvolvendo o Volume
Para executar esse exerccio voc dever deixar o som mais alto que o normal. A finalidade do mesmo levar voc a cantar cada vez mais alto. Poucas pessoas sabem qual o seu verdadeiro potencial de volume de voz. Cantam muito baixinho, mas quando gritam para comemorar o gol do seu time preferido ou para brigar com algum, conseguem um volume de voz impressionante. O volume de voz do qual voc dispe para cantar o mesmo que voc tem para gritar. Se duvida, assista a uma apresentao de um cantor lrico. O exerccio consiste no seguinte: voc ouve uma nota inicial e pega o tom. Em seguida, canta junto com a mesma nota e vai subindo o volume da sua voz como se quisesse superar o volume do aparelho. O volume da sua voz dever subir ao mximo e descer logo em seguida, como o som nesse exerccio. Isso tudo acontecer muito rapidamente e se repetir sucessivamente ao longo do exerccio. Lembre-se: o volume do aparelho dever estar bem alto e voc vai tentar super-lo como se fosse um cantor de pera, comeando baixo, subindo o volume e baixando novamente, como na gravao. V com calma com esse exerccio: Todo esforo feito com a voz deve ser feito com cuidado. No tente fazer "tudo de uma vez", como se quisesse "virar" um cantor de pera em um dia s. Aprenda a reconhecer os limites de esforo de sua voz, para no correr o risco de prejudic-la. Quando a pessoa, realmente, est desenvolvendo o volume corretamente, no ser preciso que a pessoa "rasgue" a garganta de tanto gritar e, mesmo sem fazer loucura com a sade vocal, vai conseguir um volume impressionante. No cante pela "garganta", use a "voz de peito". S para dar uma melhor noo sobre o que estamos falando, tente soltar um volume cada vez maior soltando cada vez menos flego ou ar dos pulmes. Se sentir a garganta cansada, pare e recomece em outra hora. Persista at conseguir os resultados, mas, com cuidado. O vdeo "Aprendendo Msica e Canto" n. 03, que ser lanado em breve, vai tratar mais desse assunto.

Exerccio Para Melhorar o Volume

Exerccios Vocais - 1
A partir de agora, em todos os exerccios, voc dever praticar pronunciando "L-l-l-l-l", depois repetir tudo pronunciando "", depois pronunciando "miiiii" e depois "muuuuu". Cada tipo de pronncia apresenta um certo grau de dificuldade diferente. Se voc quiser ser um bom cantor nem pense em dizer: "pra que tudo isso?" ou "Eu consigo com menos". Aqueles que se acham muito bons so, geralmente, os que acabam fazendo outros pensarem que aula de canto no d resultado. Imagine o porqu!!!

O exerccio que voc far agora bem fcil. s cantar junto. Conforme o tom for subindo, ou seja, ficando mais agudo, seu volume de voz dever aumentar gradativamente em cada etapa do exerccio, caso contrrio voc acabar cantando pela "garganta" e isso no pode acontecer. Voc dever cantar com energia, com volume; voz de peito, no falsete. Esses exerccios tero como objetivo desenvolver a agilidade, a afinao e a potncia de sua voz.

Exerccio 1 Para Vozes Agudas Exerccio 1 Para Vozes Mdias Exerccio 1 Para Vozes Graves

Exerccios Vocais - 2
Neste exerccio voc vai ouvir uma primeira seqncia de notas no muito rpidas. Memorize essa seqncia. Em seguida cante a mesma seqncia mais rpido e depois mais rpido ainda. Essa seqncia mais rpida se repetira em todo o exerccio at o final, sendo que cada vez em tom mais alto. No se esquea: voc dever praticar pronunciando "L-l-l-l-l", depois repetir tudo pronunciando "", depois pronunciando "miiiii" e depois "muuuuu".

Exerccio 2 Para Vozes Agudas Exerccio 2 Para Vozes Mdias Exerccio 2 Para Vozes Graves

Exerccios Vocais - 3
O exerccio que voc far agora bem fcil. Trata-se de seqncias de notas em escalas. s cantar junto. Conforme o tom for subindo, ou seja, ficando mais agudo, seu volume de voz dever aumentar gradativamente em cada etapa do exerccio, caso contrrio, como j dissemos, voc acabar cantando pela "garganta" e isso no pode acontecer. Voc dever cantar com energia, com volume; voz de peito, no falsete. No se esquea: voc dever praticar pronunciando "L-l-l-l-l", depois repetir tudo pronunciando "", depois pronunciando "miiiii" e depois "muuuuu", como nos outros exerccios.

Exerccio 3 Para Vozes Agudas Exerccio 3 Para Vozes Mdias Exerccio 3 Para Vozes Graves

Exerccios Vocais - 4
O exerccio que voc far agora interessante por ser exatamente o oposto do ltimo exerccio. Trata-se de seqncias de notas em escalas, s que, em vez de serem escalas ascendentes, sero escaas descendentes. s cantar junto. Neste exerccio voc no precisar se preocupar com aumentar o volume durante o exerccio, mesmo porque quanto mais grave a nota, menor o volume que a nossa voz consegue produzir. Mas no se esquea do "L-l-l-l-l", depois "", "miiiii" e "muuuuu", certo?!

Exerccio 4 Para Vozes Agudas Exerccio 4 Para Vozes Mdias Exerccio 4 Para Vozes Graves

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