ESTUDO DE CASO EM URGNCIA E EMERGNCIA DIAGNOSTICO SUGERIDO PARA ESTUDO
CASO 1
Gestante de 28 anos e 34 semanas de gestao, vtima de coliso automobilstica frontal, condutora do veculo que colidiu com outro na direo contrria a aproximadamente 60km/h. Utilizava o cinto de segurana de trs pontos. Ao exame inicial: consciente, orientada e muito ansiosa, FC = 120bpm, PA = 130/90 mmHg, FR = 20irpm. Bcf = 150bpm. A gestante queixa-se de dor no abdmen e refere presena ativa de movimentos fetais. Ao ser, transportada para o hospital pela viatura do SAMU, apresentou sangramento vaginal, hemomnio, hipertonia uterina e a ausculta fetal, revelou alteraes nos batimentos cardacos (bradicardia). Paciente no apresenta outras leses evidentes, alm da marca do cinto de segurana no abdmen. Deu entrada no pronto-socorro, com os sinais vitais: PA = 100/60mmHg, FC = 130bpm, FR = 24bpm. Bcf = 80bpm com bradicardia prolongada. Qual o provvel diagnstico? Descreva as condutas e cuidados prestados gestante nesta situao, de acordo com o protocolo preconizado para atendimento ao traumatizado.
1.QUAL O PROVAVEL DIAGNOSTICO? R= HD: Descolamento Prematuro da Placenta (DPP) de grau I, onde a gestante apresenta sangramento externo, hipertonia uterina e os batimentos cardacos fetais esto presentes, so situaes que costumam ocorrer em casos de traumas em gestantes. O diagnstico uma conduta medica feito atravs da USG Obsttrica. 2. CONDUTAS E CUIDADOS PRESTADOS A GESTANTE NESTA SITUAO DE ACORDO COM O PROTOCOLO PRECONIZADO PARA O ATENDIMENTO AO TRAUMA. a. A gestante deve ser colocada e transportada deitada sobre o lado esquerdo (DLE); prancha longa , se houver indicao de imobilizao da coluna, deve-se elevar o lado direito da prancha em 10 a 15 cm.
b. Se a paciente no puder ser rodada, pode-se elevar a perna direita para deslocar o tero para a esquerda. Esse cuidado no transporte um dos detalhes mais importantes no atendimento
gestante traumatizada.
c. d. e. f. g.
O tero pode ser empurrado manualmente para o lado esquerdo da gestante. Monitorar volume de sangramento; Repouso absoluto e Monitorar ssvv; Controlar BCF ; Fazer tipagem sangunea e prova cruzada para possvel transfuso.
Em geral, no podemos esquecer jamais que a condio do feto depende da condio da me. Deve ficar claro que a prioridade no tratamento a me e o protocolo de atendimento aplicado para a gestante traumatizada o mesmo em relao a uma paciente que no esteja grvida. Garantir uma via area prvia, ventilao, oxigenao adequadas, e um volume circulatrio efetivo fazem parte da ressuscitao materna. A ateno ao segundo paciente (feto) deve ser dada depois que a gestante estiver estabilizada (ATLS, 2009). Alguns autores acrescentam o F (feto) na sequncia do ABCDE do trauma, chamando ateno para os cuidados destinados ao feto, aps estabilizao materna. importante lembrar que o feto pode estar em sofrimento antes mesmo que as condies maternas e os sinais vitais se alterem, especialmente quando falamos em hemorragia materna. Isso acontece porque o corpo desvia o sangue do tero (e do feto) para preservar os rgos vitais. O fluxo sanguneo uterino pode estar reduzido em at 20%, as consequncias da hemorragia, alm da anemia fetal e morte, incluem tambm a isoimunizao quando a me Rh-negativa. Isso significa que todas as gestantes Rh-negativas traumatizadas devem ser consideradas candidatas teraputica com imunoglobulina Rh, a menos que o trauma seja longe do tero (por exemplo, uma leso isolada de extremidade). A imunoglobulina deve ser administrada nas primeiras 72 horas aps o trauma (ATLS, 2009; NEME, 2000). Durante o Atendimento Pr-Hospitalar (APH), no recomendado que se percam minutos preciosos buscando os batimentos cardacos fetais na cena, uma vez que sua presena ou ausncia no ir modificar o tratamento pr-hospitalar. O trauma na gestao a principal causa no obsttrica de bito durante a gravidez de 6 a7% se complicam por trauma. A mortalidade fetal no trauma fica em torno de 65% ( morte materna, DPP, trauma fetal direto, morte inespecfica
CASO 2
Parturiente de 35 anos, G3P2 (2NP) A0, na fase ativa do trabalho de parto e dilatao total, apresentou prolapso de cordo umbilical aps ruptura espontnea das membranas amniticas. Bcf apresentando desacelerao prolongada. 1.Quais os cuidados e condutas a serem tomados e condutas a serem tomados diante desta emergncia obsttrica?
a. Se ocorrer um prolapso do cordo, necessrio que a parturiente d luz de imediato (em geral por meio de cesariana) para evitar que o feto seja lesado por causa da falta de sangue b. Quando o beb sai pelo estreito canal de parto, produz-se uma compresso do cordo prolapsado e o beb deixa de receber sangue. c. At que a interveno cirrgica comece, a enfermeira ou o mdico mantm o recmnascido afastado do cordo umbilical para que no se interrompa o fluxo de sangue pelo cordo prolapsado d. Transporte rapidamente a me para um servio de emergncia, tomando cuidado para no machucar a parte exteriorizada (em prolapso). e. No caso de prolapso do cordo, transporte a me em decbito dorsal, com os quadris elevados sobre dois ou trs travesseiros ou cobertores dobrados, e administre oxignio. Isso far com que a criana escorregue um pouco para dentro do tero e receba mais oxignio. f. Se um p, ou mo, ou o cordo estiver para fora, cubra com material estril (gaze, compressa ou toalha).
g. No caso do cordo fora, seja gil: a criana pode estar em perigo, causado pela compresso do cordo entre a cabea e o canal de parto, enquanto o cordo estiver comprimido, a criana no receber quantidades adequadas de sangue e oxignio. h. Se a me puder manter a posio genupeitoral (ajudada pelo socorrista), o resultado ser ainda melhor.
2.O que no deve ser feito? a. b. c. d. No tente repor a parte em prolapso para dentro do canal; No permitir que a parturiente com sinais de parto iminente v ao banheiro; No impedir, retardar ou acelerar o processo de nascimento; Se a placenta no sair logo aps o nascimento, no aguardar, transportar logo a me ao hospital; e. No puxar o cordo umbilical para tentar ajudar a sada da placenta.
Edmilson Soares Ximenes Curso: Gesto Hospitalar UNOPAR-RO 2013/1