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A Moreninha

O documento analisa o romance A Moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo. Um dos principais romances brasileiros, retrata o romance entre Augusto e Carolina no Brasil do século XIX, sendo uma das primeiras tentativas de literatura brasileira que observava costumes locais.

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Lilian Santos
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A Moreninha

O documento analisa o romance A Moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo. Um dos principais romances brasileiros, retrata o romance entre Augusto e Carolina no Brasil do século XIX, sendo uma das primeiras tentativas de literatura brasileira que observava costumes locais.

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A Moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo Anlise da obra

lado de Manuel Antonio de Almeida, Jos de Alencar, Machado de Assis, Alusio Azevedo e outros (poucos) um dos mais importantes autores da lngua portuguesa. Este livro, centrado no romance entre Augusto e Carolina, um dos pilares de nossa literatura. Numa poca onde a cultura era totalmente voltada para a Europa, A Moreninha uma das primeiras e magnficas tentativas de fazer literatura brasileira, observando usos e costumes do Brasil do Segundo Imprio, retratando o cotidiano da vida brasileira em meados do sculo passado. Joaquim Manuel de Macedo (18201881) era mdico, mas jamais exerceu a profisso, tendo dedicado sua vida literatura, imprensa e ao teatro. A obra retrata as caractersticas do movimento literrio a que pertence medida que possui esprito romntico (final feliz), nostalgia medievalista (indianismo), idealismo, culto natureza, cristianismo (Festa de Sant Ana), sentimentalismo, linguagem popular e liberdade criadora. Retrata tambm uma realidade fantasiada presente no autor. Tempo / Espao / Ao O tipo de ambiente predominante fsico. Foram encontradas algumas descries interessantes, a que mais nos agradou foi: "A Ilha de... to pitoresca como pequena. A casa da av de Filipe ocupa exatamente o centro dela. A avenida por onde iam os estudantes a divide em duas metades, das quais a que fica esquerda de quem desembarca, est simetricamente coberta de belos arvoredos, estimveis, ou pelo aspecto curioso que oferecem. A que fica mo direita mais notvel ainda; fechada do lado do mar por uma longa fila de rochedos e no interior da ilha por negras grades de ferro, est adornada de mil flores, sempre brilhantes e viosas, graas eterna primavera desta nossa boa Terra de Santa Cruz." A seqncia narrativa e a ao dos personagens se do em tempo linear - trinta dias. Os eventos narrados desenrolam-se durante os trinta dias pelos quais a aposta era vlida. A aposta foi feita em 20 de julho de 1844, uma segunda-feira, e termina no dia do pedido de casamento, 20 de agosto do mesmo ano. Existe um recuo ao passado. Quando a histria se inicia, Augusto est no quinto ano de Medicina e conquistara, entre os amigos, a fama de

A Moreninha um dos principais romances brasileiros e seu autor, ao

inconstante. Nos captulos VII e VIII, o autor conta-nos a origem da instabilidade amorosa do heri. Tudo comeara h oito anos, quando Augusto contava 13, e Carolina 7 anos de idade. Foco narrativo O narrador, na verdade, Augusto, pois perdeu a aposta feita com Filipe; mas narrado na 3 pessoa, por um narrador onisciente. Aqui e ali, ele se intromete um pouco na histria, bancando o moralista. A importncia para a obra e a repercusso no leitor que a utilizao deste tipo de narrador causa o aprofundamento psicolgico das personagens, o que no ocorreria se o narrador no fosse onisciente ou em 1 pessoa. A seqncia narrativa e a ao dos personagens se do em tempo cronolgico pois ocorrem em trs semanas e meia. Temtica / Crtica social O tema da obra a fidelidade ao amor de infncia. Como crtica social vemos o casamento, pois, na poca o ajuste matrimonial era feito pelos pais dos jovens. A unio dos filhos ganhava, pois, conotaes de negcio indissolvel, tratado com a seriedade dos adultos pensantes, conseqncia clara do amor arrebatador dos jovens; vemos tambm referncia escravido embora sem grande relevo. Mas h, em A Moreninha, referncia ao trabalho escravo e aos castigos corporais a que os negros eram submetidos. Personagens As personagens mais importantes so Augusto e Carolina. A personagem que mais chama ateno Augusto que era um estudante de medicina alegre, jovial e inconstante em seus amores. O autor lhe confere complexidade j que no incio da histria o personagem descrito de uma forma e no final dela descrito de outra. A personagem central D.Carolina, menina de quatorze anos, possua cabelos negros, olhos escuros, era travessa, inteligente, astuta e persistente na obteno de seus intentos. Enredo

O enredo apresenta unidade e organicidade pois a histria possui incio, meio e fim. O clmax do enredo ocorre quando D.Carolina revela a Augusto, ao deixar cair um breve contendo um camafeu, que a mulher a quem ele tinha prometido se casar na sua infncia. O desfecho d-se no final da histria. Augusto, Leopoldo e Fabrcio estavam conversando, quando Filipe chegou e os convidou para passar um fim de semana na casa de sua av que ficava na Ilha de Paquet. Todos ficaram empolgados, menos Augusto. Filipe comentou a respeito de suas primas e de sua irm, que provavelmente estariam na ilha. Foi quando surgiu uma discusso que deu origem a um aposta; Filipe desafiou Augusto dizendo que se ele no se apaixonasse por uma das moas ali presentes, no prazo de um ms, seria obrigado a escrever um romance sobre sua histria. Passaram-se quatro dias, Augusto recebeu uma carta, que lhe foi entregue por seu empregado Rafael, a mando de Fabrcio. A carta dizia que o namoro de Fabrcio com D.Joaninha no estava indo muito bem, pois ela era muito exigente. Ela fazia-lhe pedidos absurdos como escrever quatro cartas por semana , passar quatro vazes ao dia em frente sua casa e nos bailes ele teria que usar um leno amarrado em seu pescoo , da mesma cor da fita rosa presa a seus cabelos. Terminando a leitura, Augusto comeou a rir porque era ele quem sempre aconselhava Fabrcio em seus namoros. Na manh de sbado, chegou ilha e encontrou seus amigos, que estavam a sua espera. Entrando na casa, se dirigiu sala e se apresentou, em seguida foi procurar um lugar para sentar-se perto das moas. Foi ento que ele se deparou com D.Violante, que lhe ofereceu um assento. Ela falou por vrias horas sobre suas doenas, e perguntou o que ele achava. Augusto j irritado de ouvir tantas reclamaes, disse que ela sofria apenas de hemorridas. D.Violante se irritou, afirmando que os mdicos da atualidade no sabem o que falam. Fabrcio chegou interrompendo a conversa e chamou Augusto para um dilogo em particular. Os dois comearam a discutir sobre a carta, pois Augusto disse que no pretendia ajud-lo em seu namoro com D.Joaninha. Fabrcio ento declarou guerra a Augusto. Logo aps a discusso, chegou Filipe chamando-os para o jantar. Na mesa, aps todos terem se servido, Fabrcio comeou a falar em tom alto,

dizendo que Augusto era inconstante no amor. Ele, por sua vez, no respondeu as provocaes, mas, na tentativa de se defender, acabou agravando ainda mais a sua situao perante todos. Aps o jantar, foram todos passear no jardim e Augusto foi isolado por todas as moas. Apenas D.Ana aceitou passear com ele. Augusto quis dar explicaes D.Ana, mas preferiu ir a um lugar mais reservado. Ela sugeriu ento que fossem at uma gruta, onde sentaram num banco de relva. Comearam a conversar e Augusto contou sobre seus antigos amores e entre eles do mais especial, que foi aos treze anos, quando viajando com seus pais conheceu uma linda garotinha de oito anos, com quem brincou muito na praia, quando um pobre menino pediu-lhes ajuda. Eles foram levados a uma cabana onde estava um velho moribundo a beira da morte. Sua mulher e seus filhos estavam chorando. As crianas comovidas deram todo o dinheiro que possuam mulher do pobre velho. O velho agradeceu e pediu de cada um deles um objeto de valor. O menino deu-lhe um camafeu de ouro que foi envolvido numa fita verde e a menina deu-lhe um boto de esmeralda que foi envolvido numa fita branca, transformando-os em breves. O camafeu ficou com a menina e a esmeralda com o menino. Depois trocados os breves, o velho os abenoou e disse que no futuro eles se reconheceriam pelos breves e se casariam. Foram embora e a menina saiu correndo de encontro a seus pais sem ter revelado o seu nome, e a partir daquele momento nunca mais se viram. Acabada a histria Augusto levantou-se para tomar gua. Ao pegar um copo de prata foi interrompido por D.Ana que resolveu lhe contar a histria da gruta, que era a lenda de uma moa que se apaixonara por um ndio que no a amava e de tanto ela chorar, deu origem a uma fonte, cuja gua era encantada. Disse tambm que quem bebesse daquela gua teria o poder de adivinhar os sentimentos alheios e no sairia da ilha sem se apaixonar por algum. D.Ana explicou tambm que a moa cantava uma cano muito bela, quando de repente eles escutaram uma linda voz. Augusto perguntou a D.Ana de onde vinha aquela melodia e ela explicou que era Carolina que cantava sobre a pedra de gruta e ele ficou encantado. Logo aps o passeio, foram todos at a sala para tomar caf e a Moreninha derramou o caf de Fabrcio sobre Augusto. Ele foi se trocar no gabinete masculino quando Filipe entrou e sugeriu que ele fosse se trocar no gabinete feminino, para que pudesse ver como era.

Augusto aceitou e enquanto se trocava, ouviu vozes das moas que iam em direo ao gabinete. Ficou apavorado, pegou rapidamente as roupas e se enfiou debaixo de uma cama. As moa entraram, sentaram-se e comearam a conversar sobre assuntos particulares. O rapaz ouviu toda a conversa e quase no resistiu ao ver as pernas bem torneadas de Gabriela na sua frente. De repente ouviram um grito e Joaninha disse que a voz parecia com a de sua prima D.Carolina. Todos saram correndo para ver o que estava acontecendo e Augusto aproveitou para terminar de se trocar e saiu do gabinete para ver a causa daquele grito. O grito era da Moreninha que viu sua ama D. Paula cada no cho, devido a alguns goles de vinho que tomou junto do alemo Kleberc. D.Carolina no queria acreditar que sua ama estivesse bbada e levaram-na para o quarto. A Moreninha estava desesperada quando Augusto, Filipe, Leopoldo e Fabrcio entraram no quarto e percebendo a embriaguez da velha senhora comearam a dar diagnsticos absurdos. D.Carolina s acreditou em Augusto e no aceitou o verdadeiro motivo do mau estar de sua ama. Todos saram do quarto e se dirigiram at o salo de jogos. Augusto foi conversar com D.Ana e perguntou sobre o paradeiro da Moreninha. D.Ana disse que ela estava no quarto cuidando de sua ama. Augusto foi at at o aposento e chegando na porta viu uma cena inesquecvel; ela lavava com suas delicadas mos os ps de sua ama e ele comovido se ofereceu para ajud-la. Depois disso Augusto sugeriu que a deixasse repousar pois no dia seguinte estaria bem. D.Carolina foi se trocar para em seguida ir ao Sarau, colocou um vestido muito bonito mas fora dos padres normais, pois mostrava parte de suas pernas. Todos queriam danar com ela e Fabrcio pediu-lhe a terceira dana, mas a garota mentiu dizendo que iria danar com Augusto. Ele por sua vez danou com todas as moas e jurou-lhes amor eterno, inclusive para a Moreninha. No fim da festa Augusto encontrou um bilhete que estava em seu palet, dizendo para ir gruta no horrio marcado e logo aps encontrou outro no qual dizia que aquilo era uma armadilha. No dia seguinte, Augusto foi at a gruta no horrio marcado e encontrou as quatro jovens e antes que elas pudessem falar, foram surpreendidas pelo rapaz que contou cada uma o que ouvira no gabinete. As moas ficaram revoltadas e depois de irem embora Augusto foi surpreendido pela Moreninha que comeou a contar a conversa dele com D.Ana. Mas primeiro ela tomou um copo da fonte e foi por este motivo que Augusto ficou mais impressionado pois lembrou-se da lenda da fonte encantada, e logo depois do susto, declarou-se a ela.

Depois de acabadas as comemoraes, as pessoas voltaram para suas casas. Augusto no se cansava de contar sobre D.Carolina para Leopoldo, que sempre dizia que aquilo era amor. Os rapazes acharam conveniente visitar D.Ana, Augusto se encarregou dessa tarefa no domingo. D. Ana foi receb-lo e contou-lhe que D.Carolina estava triste at saber se sua vinda para a ilha. Durante o almoo Augusto viu um leno na mo de D.Carolina e adivinhou que ela o tinha bordado e aps muita conversa D.Carolina resolveu ensin-lo a bordar. Depois do almoo, Filipe e Augusto foram jogar baralho, quando ouviram o chamado da Moreninha para a primeira aula de bordado. A lio acabou ao meio dia e Augusto achou prudente ir embora, despediu-se de todos e combinou com D.Carolina, que no domingo seguinte voltaria e traria o leno j terminado. No domingo seguinte, Augusto voltou at a ilha e levou o leno totalmente pronto, para que sua mestra pudesse o ver, ela no acreditou que ele fizera um trabalho to bem feito e comeou a chorar, dizendo que ele tinha outra mestra. Augusto tentou explicar-se de todas as maneiras possveis, e disse que o leno fora comprado de uma velha senhora. Depois de muita insistncia a Moreninha aceitou a situao, pois D.Ana disse-lhe que sua atitude era infantil. Depois do incidente Augusto chamou a Moreninha para um passeio e percebeu que ela estava um pouco nervosa, foi ento, que ele perguntou-lhe se havia um amor em sua vida, ela respondeu com a mesma pergunta e Augusto disse que o grande amor de sua vida era ela. A Moreninha ficou imvel e disse que o seu amor poderia ser ele. Augusto voltou para sua casa e foi proibido de voltar ilha por seu pai pois seus estudos estavam sendo prejudicados. D.Carolina no era mais a mesma desde a partida de Augusto que agora estava em depresso. Seu pai, vendo que estava prestes a perder seu filho, achou melhor que Augusto voltasse ilha e pedisse a mo da Moreninha em casamento. Chegando prximo ilha, viram a Moreninha cantando sobre a pedra, e ela ao v-los ignorou-os. D.Ana foi receb-los e o pai de Augusto explicou a situao se seu filho. Eles foram at a sala e de repente a Moreninha

apareceu com seu vestido branco chamando a ateno de todos, foi ento que o pai de Augusto fez o pedido diretamente a Moreninha, pois seu filho no tinha coragem o suficiente. A moa ficou assustada e disse que daria a resposta mais tarde na gruta mas D.Ana disse ao pai de Augusto que no se preocupasse, pois a resposta seria sim. Augusto, ansioso, foi at a gruta e chegando l encontrou a Moreninha, os dois conversaram e ela perguntou se ele ainda amava a menina da praia. Ele disse que no pois seu amor pertencia somente a ela. Ela disse que no poderia se casar pois ele j estava comprometido com outra pessoa. Irritado, ao sair da gruta foi surpreendido quando ela lhe mostrou o breve verde. Augusto no agentou a emoo e pegando o breve ajoelhou-se aos ps da Moreninha, comeando a desenrolar o breve reconhecendo o seu camafeu. O pai de Augusto e D.Ana entraram na gruta e no entenderam o que estava acontecendo, acharam que os dois estavam malucos e Augusto dizia que encontrara sua mulher e a Moreninha por sua vez dizia que eles eram velhos conhecidos. Logo aps Filipe, Leopoldo e Fabrcio viram a alegria do novo casal, mas Filipe foi logo dizendo que j se passaram um ms, Augusto perdera a aposta e deveria escrever um romance. Augusto surpreende a todos dizendo que o romance j estava pronto e se intitulava A Moreninha. Busca livros

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