0% acharam este documento útil (0 voto)
266 visualizações28 páginas

Bauxita

Enviado por

Luiz Miguel Melo
Direitos autorais
© Attribution Non-Commercial (BY-NC)
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
0% acharam este documento útil (0 voto)
266 visualizações28 páginas

Bauxita

Enviado por

Luiz Miguel Melo
Direitos autorais
© Attribution Non-Commercial (BY-NC)
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
Você está na página 1/ 28

Centro de Tecnologia Mineral Ministrio da Cincia e Tecnologia

BAUXITA

Joo Alves Sampaio Engenheiro de Minas/CETEM-MCT Mnica Calixto de Andrade Engenheira Qumica/UERJ Achilles Junqueira B. Dutra Engenheiro Metalrgico/COPPE-UFRJ

Rio de Janeiro Dezembro/2008


CT2008-166-00 Comunicao Tcnica elaborada para o Livro Rochas Minerais Industriais: Usos e Especificaes Parte 2 Rochas e Minerais Industriais: Usos e Especificaes Captulo 14 pg. 311 - 337

CAPTULO 14 Bauxita
Joo Alves Sampaio 1 Mnica Calixto de Andrade2 Achilles Junqueira Boudort Dutra3

1. INTRODUO
A bauxita foi descoberta em 1821 por Berthier, na localidade de Les Baux, no sul da Frana. Trata-se de uma rocha de colorao avermelhada, rica em alumnio, com mais de 40% de alumina (Al2O3). A proporo dos xidos de ferro determina a colorao da rocha. Assim, a bauxita branca contm de 2 a 4% de xidos de ferro, ao passo que, na bauxita vermelha, essa proporo atinge 25%. A bauxita a f onte natural do alumnio, o terceiro elemento em abundncia na crosta terrestre, depois do oxignio e do silcio. Mesmo com sua elevada abundncia, no h notcias acerca da ocorrncia de alumnio metlico na natureza. Constata-se sua maior ocorrncia na forma combinada com outros elementos, principalmente, o oxignio, com o qual forma alumina. A rocha bauxita compe-se de uma mistura impura de minerais de alumnio, e os mais importantes so gibbsita Al(OH)3, disporo AlO(OH) e boehmita AlO(OH). Esses minerais so conhecidos como oxi-hidrxidos de alumnio e suas propores na rocha variam muito entre os depsitos, bem como o tipo e a quantidade das impurezas do minrio, tais como: xidos de ferro, argila, slica, dixido de titnio, entre outras. A maioria das bauxitas economicamente aproveitveis possuem um contedo de alumina (Al2O3) entre 50 e 55%, e o teor mnimo para que ela seja aproveitvel da ordem de 30% (Anjos e Silva, 1983; Pagin et al., 1983). importante enfatizar que, na segunda metade do sculo XIX, quase toda a bauxita era produzida na Frana e empregada, basicamente, para fins no metalrgicos. Naquela poca, a produo de alumina destinava-se principalmente ao uso como mordente na indstria txtil. No entanto, com o
1 2

Eng o de Minas/UFPE, D.Sc. em Engenharia Metalrgica/COPPE -UFRJ, Tecnologista Snior do CETEM/MCT. Eng a Qumica/UFRJ, D.Sc. em Engenharia Metalrgica/COPPE -UFRJ, Professora do IPRJ/UERJ. 3 Eng o Metalrgico/PUC-Rio, D.Sc. em Engenharia Metalrgica/COPPE -UFRJ, Professor da COPPE/UFRJ.

312

Bauxita

desenvolvimento do processo Hall-Hroult (1886), a alumina disponvel foi, de modo crescente, usada na produo de alumnio metlico. Mesmo assim, foi desenvolvido um grupo de aplicaes para a bauxita no-metalrgica, no qual incluem-se: abrasivos, refratrios, produtos qumicos, cimentos de alta alumina, prteses humanas etc. Tornou-se evidente que matrias-primas com alta alumina e baixo teor de lcalis tm vantagens especiais, restando, apenas, solucionar a questo do custo-benefcio. A reserva mundial de bauxita da ordem de 33,4 bilhes de toneladas. O Brasil responde por 3,5 bilhes de toneladas destas reservas, das quais 95% bauxita metalrgica. A produo mundial de bauxita, em 2006, foi de 177.775.000 t, cerca de 3,7% superior produo de 2005. Cerca de 95% da produo utilizada na obteno do alumnio metlico, pelo processo Bayer, seguido do processo Hall-Hroult. O Brasil produziu 22 milhes de toneladas em 2006 e se consolidou como o segundo produtor mundial do minrio de alumnio, respondendo por 12,4% da produo mundial. No caso do metal, a produo mundial atingiu 33,1 milhes de toneladas de alumnio. No obstante a percentagem relativamente pequena (5%) da bauxita no-metalrgica, constitui ainda uma quantidade significativa, que, aps calcinao, aplicada na manufatura de abrasivos, refratrios, cimento, entre outros. A alumina para obteno de produtos qumicos no passa pelo processo de calcinao. Cerca de 34,5% da bauxita produzida no mundo provm da Austrlia, destacando-se, ainda, como principais produtores, em termos percentuais: Brasil 12,4%; China 11,3; Guin 8,6; Jamaica 8,4; ndia 7,3; Rssia 4,1; Venezuela 3,4. At o incio do sculo, a China dominava o mercado de bauxita refratria, atendendo cerca de 70% da demanda mundial. Hoje, com o aumento da demanda interna, a produo chinesa destina-se ao consumo do prprio pas.

2. MINERALOGIA E GEOLOGIA
Mineralogia Embora os depsitos da rocha bauxita contenham uma diversidade de minerais, a maior parte das bauxitas no-metalrgicas compe-se de minerais de alumnio, basicamente, dos chamados oxi-hidrxidos de alumnio. Sob esse

Rochas e Minerais Industriais CETEM/2008, 2a Edio

313

aspecto, algumas bauxitas refratrias consistem de gibbsita, com menor quantidade de caulinita. A gibbsita, a boehmita e o disporo so os minerais mais importantes contidos nas bauxitas, cujas principais impurezas so: caulinita, quartzo, hematita, goethita, rutilo e anatsio. A diferena principal entre bohemita e dispero, em relao gibbsita, est na estrutura cristalina. A gibbsita existe na forma cristalina e os outros, na forma de monohidrato. Na Tabela 1 constam os trs principais minerais de bauxita e suas caractersiticas, alm das composies qumicas da bauxita no-metalrgica e da bauxita metalrgica. Observa-se que a diferena mais relevante entre esses dois tipos de bauxita o teor de Fe2O3. Como princpio, considera-se que a bauxita refratria deve ter mais alumina e menos impurezas. Tabela 1 Descrio dos principais minerais de alumnio contidos nas bauxitas refratrias.
Minerais de alumnio contidos nas bauxitas Mineral Gibbsita Frmula qumica Al(OH)3 - Al2O3:H2O 1: 3 (%) mxima de alumnio 65,4 Sistema cristalino Monoclnico Dureza Moh 2,5-3,5 Densidade 2,42 ndice de refrao 1,568 Temperatura (oC) de desidratao 150 Produto de deshidratao Al2O3 - Solubilidade (g Al2O3/L) (*) 128 (*) Em soluo de Na 2O a 100 g/L, a 125 oC. Bauxita No-Metalrgica Constituintes (%) Fe 2O3 2,5 (mx.) SiO2 5-7 Al2O3 50 Densidade aparente > 3
Fonte: Habashi, 1993.

Boehmita AlOOH - 1: 1 85,0 Ortorrmbico 3,5-4,0 3,01 1,649 350 Al2O3 - 54

Disporo AlOOH - 1: 1 85,0 Ortorrmbico 6,5-7,0 3,44 1,702 450 Al2O3 - Insolvel

Bauxita Metalrgica Constituintes (%) Fe 2O3 11 - 12 SiO2 < 4,0 Al2O3* > 48 *Alumina aproveitvel pelo processo Bayer

A condio essencial formao da bauxita a existncia de um clima tropical (uma temperatura mdia anual acima de 20oC), alternando as estaes seca e mida, que favorecem o processo natural de lixiviao. Dessa forma, silicatos e argilominerais so decompostos, h remoo da maior parte da slica, enquanto os xidos de alumnio e ferro so concentrados. Desse modo, obtmse maior taxa de formao de bauxita quando ocorre:

314

Bauxita

(i) (ii) (iii) (iv)

elevada porosidade na rocha; uma cobertura vegetal com adequada atividade bacteriolgica; topografia plana ou, pelo menos, pouco acidentada que permita o mnimo de eroso; longo perodo de estabilidade e intensa alterao das condies climticas, principalmente, as estaes seca e mida.

Feldspato plagioclsio o principal mineral que, facilmente, d origem bauxita. Os processos que realizam a converso de minerais silicatados de alumnio constituintes da rocha esto descritos a seguir. Caulinizao - o processo natural de formao do caulim, o qual consiste na alterao de rochas, in situ, caracterstico de regies de clima tropical (quente e mido), cujas condies fsico-qumicas favorecem a decomposio de feldspatos (KAlSi3O8) e de outros aluminossilicatos contidos em granitos e rochas metamrficas. Argilas e folhelhos podem tambm sofrer alterao para uma mistura constituda de caulinita [Al2Si2O5(OH)4] e quartzo. O que ocorre uma hidratao de um silicato de alumnio, seguido de remoo de lcalis, conforme a reao:

2KAlSi3 O 8 + 3H 2 O Al 2 Si 2 O 5 (OH)4 + 4SiO2 + 2KOH

[1]

Em resumo, o processo baseia-se na transio da rocha, consistindo essencialmente de silicatos de alumnio (especialmente feldspato), para formar minerais de caulinita, como resultado do intemperismo ou alterao hidrotermal (Luz, 1998). Laterizao - O termo laterita empregado para solos cujos componentes principais so os hidrxidos de alumnio e de ferro, onde as guas pluviais removeram a slica e diversos ctions. Como a rocha rica em alumina, a laterita que dela provier ter o nome de bauxita, o principal minrio de alumnio. A lateritizao baseia-se, fundamentalmente, num processo de diagnese resultando no aumento do carter eletropositivo dos colides do solo. Quando o processo se completa, tem-se a transformao dos solos em rocha, o laterito. Bauxitizao - Processo de formao da bauxita dessilicatada e, freqentemente, na presena de calcrio. Esse processo caracteriza-se pela predominncia de xido hidratado de alumnio associado ao xido de ferro, slica remanescente e outras impurezas.

Rochas e Minerais Industriais CETEM/2008, 2a Edio

315

3. LAVRA E PROCESSAMENTO
Lavra A maior parte dos minrios de bauxita lavrados so gibbsticos, seguidos por aqueles compostos de gibbsita, bohemita. As diferenas nas composies dos minerais influenciam o processamento dos mesmos. Os mtodos de lavra dos minrios de bauxita variam de acordo com a natureza dos corpos mineralizados das jazidas. A lavra destes minrios feita, na maior parte, a cu aberto, segundo o mtodo por tiras (strip mining). Estimase que o maior nmero das jazidas de bauxita latertica lavrada por mtodos a cu aberto ( Rhrlich et al., 2001). Menos de 20% da produo de bauxita no mundo obtida por mtodos de lavra subterrnea. O nvel de mecanizao na lavra diversificado, dispondo-se desde a lavra manual at os mtodos, modernos com diversos tipos de equipamentos de minerao. Processamento O fato mais curioso na rea de processamento mineral que as tcnicas comuns de beneficiamento do minrio aplicam-se, parcialmente, aos minrios de alumnio. Na verdade, isso se justifica pelo fato de haver disponibilidade de minrios de bauxita com elevado teor (Al2O3), os quais no exigem processos de tratamento mais elaborados. Alm disso, as impurezas de alguns tipos de bauxitas esto associadas aos minerais de alumnio, dificultando a purificao por meio mecnico, ou mesmo inviabilizando economicamente o processo de remoo das impurezas. Esses fatos comprovam o nmero reduzido de trabalhos publicados na rea de beneficiamento de minrios de bauxita nos ltimos anos. Todavia, com a demanda acentuada dos produtos minerais e elevao dos preos, presume-se, como resultado, um maior nmero de trabalhos publicados, principalmente, no sentido de se aproveitar os depsitos marginais de bauxita, inclusive, a remoo de slica reativa dos minrios de alumnio. A slica reativa, associada aos compostos de ferro e titnio, responsvel direto pelas condies de processamento dos minrios de alumnio. Mesmo assim, os mtodos de beneficiamento de minrios usados no processamento dos minrios de alumnio incluem: britagem, atrio e peneiramento para remoo da frao argilosa e dos minerais de slica. A separao em meio denso promove a remoo de ferro e laterita dos minrios com granulometria acima de 1,0 mm, por meio de equipamentos como

316

Bauxita

Dynawirlpool, para a maioria dos casos. Espirais de Humphreys e separadores magnticos, com campos superiores a 1,5 T, so utilizados para remoo dos minerais paramagnticos, reduzindo os teores de Fe2O3 e TiO2. Em algumas operaes, o minrio particularmente secado para facilitar o manuseio e/ou minimizar os custos de transporte. Nesta etapa, procede-se filtragem, elevando-se a percentagem de slidos de 25 para 60%, seguida de secagem em vaporizador (spray dry) para obteno de um produto final com 5% de umidade. Desse modo, obtm-se um produto final que pode ser usado tanto no processo de calcinao, bauxita para fins no metalrgicos, quanto no processo Bayer, bauxita para fins metalrgicos, que constitui a quase totalidade do consumo. Cabe lembrar que a produo de bauxitas no-metalrgicas emprega as mesmas tcnicas de beneficiamento usadas para a bauxita de grau metalrgico. J o processo de calcinao, cuja funo remover a gua quimicamente combinada, somente aplicado para as bauxitas no-metalrgicas, com a exceo da bauxita para produtos qumicos. Beneficiamento da Bauxita para Fins No-Metalrgicos As especificaes da bauxita refratria exigem baixo teor de ferro e lcalis. Portanto, a separao magntica com intensidade de campo acima de 1,5 T o mtodo mais utilizado para remoo dos minerais de ferro, especificamente, os paramagnticos. As principais operaes do circuito de beneficiamento da bauxita so as seguintes: (i) formao de uma polpa com 25% de slidos com minrio de bauxita, seguida de atrio e classificao, a mido, em 74 m, para remoo da frao fina; separao magntica para remoo de Fe2O3 e TiO2; filtragem, para elevar a percentagem de slidos de 25 para 60%, seguida de secagem em vaporizador (spray dry), obtendo um produto final com 5% de umidade; extruso, quando necessria, e calcinao da bauxita beneficiada, seguida do acondicionamento do produto para expedio.

(ii) (iii)

(iv)

Beneficiamento de Minrio de Alumnio para Fins Metalrgicos No beneficiamento de minrios de alumnio para fins metalrgicos necessita-se de cuidado especial com a razo mssica Al2O3/SiO2, que provoca

Rochas e Minerais Industriais CETEM/2008, 2a Edio

317

um efeito significativo sobre o processo Bayer. Na maioria das vezes, seu valor deve ser maior que 10. Quando h predominncia de disporo no minrio de bauxita, o valor da razo mssica torna-se menor que 10. Neste caso, procedese sinterizao do minrio antes de submet-lo ao processo Bayer para, ento, produzir uma alumina com um determinado teor de Al2O3. O processo de sinterizao demanda um consumo elevado de energia, com significativo impacto ambiental e um elevado custo de produo da alumina, em decorrncia do consumo de energia. Diante desses fatos, torna-se desejvel aumentar a razo mssica (Al2O3/SiO2) por meio de processos fsicos ou fsico-qumicos de beneficiamento. Assim, o processo Bayer pode ser aplicado diretamente, isto , sem a sinterizao prvia do concentrado de bauxita, com menor impacto ambiental e baixo custo de produo da alumina. Neste contexto, a flotao pode ser empregada como processo complementar de concentrao da bauxita, por tratar-se de um processo capaz de remover a slica livre e a caulinita contidas no minrio (Yoon e Shi, 1989). No caso dos minrios de bauxita com predominncia de disporo, cerca de 70%, a massa remanescente constitui os minerais de gangas a serem removidos. Nesse caso, a flotao consiste na alternativa mais adequada. Dentre estas impurezas, destacam-se: caulinita, pirofilita, xidos de titnio e ilita, que devem ser removidas. Desse modo, torna-se possvel a concentrao do disporo por meio de flotao, utilizando coletores aninicos, enquanto os aluminossilicatos so deprimidos com depressores inorgnicos. Entretanto, a flotao direta acontece com elevada concentrao de coletores para se alcanar uma recuperao de 80%, resultando num elevado custo operacional. Alm disso, os coletores adsorvidos no concentrado podem prejudicar o processo Bayer. Esses impedimentos respondem pela ausncia da flotao direta das bauxitas, com predominncia de disporo, na prtica industrial (Hu et al., 2003). Tal fato conduz a um duplo incentivo ao uso da flotao reversa como processo de enriquecimento desses minrios de bauxita. Primeiro, contempla a questo ambiental, com a ausncia da sinterizao e, em segundo lugar, a viabilidade tcnica de operao do processo Bayer com concentrados de bauxitas obtidos por meio de flotao. Adicionalmente, h uma prtica j consagrada da flotao reversa de silicato, por exemplo, na purificao de caulinita (Yoon, 1992).

318

Bauxita

Processos de Obteno de Alumina (Al2O3) A alumina para diversos fins pode ser obtida por um dos quatros processos ilustrados no Quadro 1. No entanto, o mais utilizado e, portanto, conhecido o processo Bayer. Neste trabalho apenas o processo Bayer ser relatado com detalhes. Quadro 1 Processos de obteno de alumina (Al2O3).

Fonte: High Tech, 1988.

Processo Bayer para Obteno de Alumina O concentrado de bauxita moda, em geral, abaixo de 208 m e uma razo mssica (Al2O3/SiO2) maior que 10, misturado a uma soluo de soda custica, com a qual reage sob presso, em reatores com dimenses de 5X30 m. Nestas condies, a bauxita dissolve-se formando uma soluo de aluminato de sdio (Na2O.Al2O3), enquanto as impurezas permanecem na fase slida e so conhecidas como lama vermelha. Outras impurezas consistem na presena de certos minerais nos concentrados de bauxita, mesmo em concentraes pequenas, que ainda afetam a operao do processo Bayer e a qualidade da alumina. Basicamente, essas impurezas se dissolvem em soluo custica, proporcionando a lixvia, dentre as quais destacam-se: fsforo, vandio, zinco e

Rochas e Minerais Industriais CETEM/2008, 2a Edio

319

matria orgnica. Adicionalmente, o processo qumico, como um todo, afetado quando ocorrem as interaes de outras matrias-primas requeridas no processo e o efeito acumulativo de compostos na circulao do licor. Isso contribui, de forma negativa, operao do processo e qualidade final da alumina. Neste contexto, so fundamentais para a digesto qumica dos minerais da bauxita as reaes qumicas da alumina e dos minerais de slica com a soluo de soda custica. Mudanas de fases importantes podem ocorrer com os minerais de ferro. Tais mudanas afetam a clarificao da lixvia. As reaes qumicas bsicas que ocorrem no processo Bayer esto descritas abaixo. Para a gibbsita ( Al 2 O 3 .3H 2 O)
Al2O 3N .3H2O + 2NaOH 2NaAlO 2 + 4H2O

[2]

Para a boehmita (Al2O3 .H2O)


Al2O 3N .H2O + 2NaOH 2NaAlO 2 + 2H2O

[3]

Para os minerais de argilas (i.e., caulinita, Al 2O3 .2SiO 2 .2H2O )


5[(Al2O3 .2SiO 2.2H 2O)] + Al2O3 .3H2O + 12NaOH 2[3Na 2O.3Al2O3 .5SiO 2.5H 2O] + 10H2O

[4]

Nos casos de minrios de baixo teor de alumina e com cerca de 8% de SiO2, a lama vermelha, resultante do processo Bayer, pode ser sinterizada na faixa de temperatura entre 1.150 e 1.260oC, com calcrio e barrilha. Essa etapa adicional do processo permite recuperar a alumina e o sdio combinado com a slica. A natureza e a concentrao do mineral de alumnio contido na bauxita determinam a temperatura de digesto da rocha, presso e concentrao de soda custica. A digesto acontece segundo um perodo de lixiviao de at 5 h, sendo que a faixa operacional de presso (4,0-8,0 atm) depende da temperatura de digesto, que varia entre 100 e 250oC, de acordo com as concentraes de gibbsita, boehmita e disporo na bauxita (McCormick et al., 2002). Como regra geral, quanto maior a concentrao de gibbsita no concentrado de bauxita, menor ser a temperatura da digesto. Essa temperatura se eleva quando h predominncia de disporo na composio da bauxita. Entretanto, a lixiviao

320

Bauxita

de bauxita com soda custica no somente dissolve a maior parte da bauxita, como tambm parte da slica contida no concentrado de bauxita. A slica ocorre de duas formas: slica reativa, principalmente caulinita (Al2O3.2SiO2.2H 2O), e quartzo. A caulinita prontamente atacada pela soda custica formando silicato de sdio que, por sua vez, reage com a soluo de aluminato de sdio para formar um composto insolvel denominado slico aluminato de sdio (Na2O.Al2O3.2SiO2), descartado do processo na lama vermelha, resultando na perda de soda custica e de alumina (Sevryukov et al., 1950). So relatadas, na literatura, outras frmulas para o slico aluminato de sdio, como, por exemplo, 2Na2O.2Al2O3.3SiO2.2H 2O (Habashi, 1980) ou 3Na2O.3Al2O3.5SiO2.5H 2O (Pagin et al., 1983). A adio de CaO facilita a precipitao completa da slica dissolvida, por meio da formao do silicato de clcio, que insolvel. O quartzo no se dissolve facilmente na soluo de soda custica, nos processos a baixas temperaturas. Todavia, nas operaes com temperaturas elevadas, ele se dissolve com facilidade. Essas condies so exigidas pelo processo Bayer, para dissoluo de bauxitas com elevadas concentraes de boehmita e disporo. Nesse caso, aumentam as perdas de alumina, como tambm, de soda custica, para formar os produtos silicatados. Cabe lembrar que, para cada tonelada de slica dissolvida durante a digesto, so consumidas cerca de 1,0 t de soda custica e 1,0 t de alumina, para formar os produtos silicatados necessrios remoo da slica dissolvida da soluo. A composio estequiomtrica do slico aluminato de sdio provavelmente est associada s condies da precipitao. Estima-se que a obteno de alumina, com base em bauxitas com elevado teor de slica, provoca um aumento da ordem de 20% nos custos operacionais, segundo OConnor, citado por McCormick et al. (2000). Por essas razes, minrios de bauxitas com teores de slica reativa superiores a 5% so considerados antieconmicos para o processo Bayer. Aps essa digesto, a polpa resultante segue para o processo de reduo em uma srie de reatores presso, espessadores e filtros. A soluo resultante segue para as torres de resfriamento e da aos precipitadores, nos quais a alumina trihidratada ento cristalizada. Essa etapa de precipitao acelerada pela adio de sementes, material f ino obtido em uma etapa de classificao posterior precipitao. Em seguida, o produto filtrado, lavado, secado e calcinado, obtendo-se, ento, a alumina sob a forma pura. Por conseguinte, no fluxograma da Figura 1 ilustram-se as etapas do ciclo relativo ao processo Bayer. A alumina obtida pelo processo Bayer considerada de boa qualidade quando possui, entre outras, as caractersticas ilustradas na Tabela 2. Na Figura 2 ilustram-se as etapas do processo Bayer utilizado pela Alunorte em Barcarena no estado do Par.

Rochas e Minerais Industriais CETEM/2008, 2a Edio

321

A produo de alumina, feita pelos pases: Brasil, Austrlia, Estados Unidos, Jamaica, Rssia e ndia, que mantm cerca de 50% da produo mundial. A massa de alumina produzida pelo processo Bayer convertida em alumnio metlico, por meio de reduo eletroltica, em banho fundido de criolita natural ou sinttica, utilizando o processo Hall-Hroult.

Figura 1 Descrio ilustrativa das etapas relativas ao ciclo do processo Bayer.

322

Bauxita

Figura 2 Etapas do processo Bayer utilizado pela Alunorte em Bacarena no estado do Par. Tabela 2 Caractersticas bsicas da alumina obtida pelo processo Bayer.
Impurezas e Caractersticas da Alumina obtida pelo Processo Bayer Impurezas Si Fe Na Ca Zn Caractersticas Fsicas % em peso Impurezas 0,004-0,01 Mn 0,009-0,03 Ti 0,02-0,50 P 0,01-0,07 Ga 0,005-0,015 Alumina Arenosa % em peso 0,0005-0,0015 0,001-0,005 0,0005-0,001 0,01-0,05 Alumina em P

Perda por ignio 0,30-1,50 0,05-0,30 Alumina alfa Al2O3- (%) 10-50 70-90 ngulo de repouso (grau) 30-40 40-50 Adsorso de gua (%) 1-3 0,2-0,5 Densidade aparente (kg/m3) 880-960 800-960 Peso especfico (g/cm3) 3,6-3,7 3,8-3,9 Adsorso de gua (%) 1-3 0,2-0,5 Densidade aparente (kg/m3) 880-960 800-960 Peso especfico (g/cm3) 3,6-3,7 3,8-3,9 Distribuio Granulomtrica (% acumulada) + 147 m + 74 m + 43 m 1-10 40-80 85-98 0-5 20-50 50-70

Podem ocorrer: Cu, Ni, Cr, B, Mg, Pb etc., na faixa de 0,0001-0,001%

Rochas e Minerais Industriais CETEM/2008, 2a Edio

323

Processo Hall-Hroult O alumnio metlico produzido, em escala comercial, por meio de eletrlise da alumina obtida, praticamente, pelo processo Bayer. A reduo direta do xido de alumnio para alumnio metlico at hoje no um processo competitivo. O processo eletroqumico utilizado na obteno desse metal consiste na eletrlise da alumina dissolvida em criolita (3NaF.AlF3) fundida (p.f. 1.010oC), com baixas concentraes de aditivos no decompostos (ex. fluoretos de alumnio, clcio, magnsio e ltio). A mistura atua como fundente da alumina. Com a passagem da corrente contnua atravs da soluo, o oxignio migra para o anodo de carbono com o qual reage, gerando dixido de carbono na superfcie andica. Ao mesmo tempo ocorre a reduo do alumnio na superfcie do catodo, conforme as equaes seguintes (Monte et al., 1994). Reao catdica
Al3 + + 3e - Alo

[5]

Reao andica
3Al2O2 3Alo + 3O 2 + 3e

[6]

Tambm no anodo
3C (eletrodo) + 3O 2 3CO 2

[7]

Adicionando-se as trs equaes, obtm-se a reao global de reduo do alumnio com base em alumina, Al2O3 :
2Al2 O3 + 3C 4Alo + 3CO 2

[8]

O potencial reversvel desta reao, calculado com base em dados termodinmicos, de 1,15 V. Na prtica comercial, a tenso de decomposio est na faixa de 1,5-1,7 V, principalmente, devido sobretenso andica. A resistncia hmica de condutores e eletrodos aumenta a tenso de operao da clula de 4 para 5 V. Na prtica, o alumnio depositado no catodo, com eficincia fardica de 85-90%. A perda na eficincia deve-se, principalmente, reoxidao do alumnio depositado no catodo, pela ao do CO2 gerado no anodo (Huglen et al., 1986), segundo a reao a seguir:
2Al + 3CO 2 Al2O 3 + 3CO

[9]

324

Bauxita

Os metais que possuem um potencial de reduo menos negativo que o do alumnio (Eo = -1,662 V, em gua a 25oC) dissolvidos no eletrlito so reduzidos e aparecem em quantidades variadas no alumnio. Aqueles com potenciais de reduo mais elevados, como ltio, clcio, sdio e magnsio, permanecem no eletrlito. Alguns dos xidos no-metlicos (ex.: os fosfricos) atuam como venenos, reduzindo a eficincia fardica. A eletrlise realizada em temperaturas na faixa de 10-20oC, acima do ponto de fuso do eletrlito. A faixa operacional de temperatura do eletrlito, entre 935 e 975oC considerada tpica, e o teor de alumina varia entre 1 e 6%. Quando a concentrao de alumina aproxima-se de 1%, uma reao diferente ocorre no anodo, que forma um filme de gs com elevada resistncia na superfcie andica, o que provoca um aumento na tenso da clula para uma faixa de 20 a 40 V. Tal condio recebe a denominao de efeito andico. A eletrlise normal volta ao estado inicial, com o aumento da concentrao da alumina e a ruptura do filme de gs sobre a superfcie andica. Embora a eletrlise possa ser feita usando-se apenas criolita como fundente, descobriu-se que certos aditivos, como fluoreto de alumnio, aumentam a eficincia fardica. A adio de fluoreto de clcio diminui a temperatura de operao, isto , reduz o ponto de fuso do eletrlito, entretanto, h o inconveniente de aumentar a densidade do banho. J o fluoreto de ltio, normalmente adicionado na forma de carbonato, aumenta a condutividade eltrica do banho e diminui sua densidade. O fluoreto de magnsio, tambm contido no banho em algumas usinas, geralmente adicionado na forma de MgO, para aumentar a condutividade e diminuir a densidade do eletrlito; porm o seu uso, assim como o do fluoreto de ltio, est limitado a pequenas quantidades, porque, em caso de co-deposio com o alumnio, prejudicam suas propriedades mecnicas (Grjotheim e Welch, 1980). A demanda de energia eltrica para produo de alumnio significativamente elevada. Dessa forma, o processo de obteno de alumnio foi aperfeioado com a finalidade de otimizar o consumo de energia. Cabe lembrar que, em 1940, a indstria consumia cerca de 24.000 kWh/t de alumnio produzido. Atualmente, esse valor caiu para 13.000 kWh/t. Todavia, ainda se atribui ao processo o nus de ser aquele que mais demanda energia entre todos os processos metalrgicos (Mrtires, 2001). Esses argumentos justificam a localizao das unidades industriais para produo de alumnio metlico prximas s hidreltricas, s minas de carvo, ou mesmo em pases onde h energia eltrica com abundncia e baixo custo.

Rochas e Minerais Industriais CETEM/2008, 2a Edio

325

4. U SOS E FUNES
Ao examinar as aplicaes da bauxita deve-se, de imediato, imaginar o mundo sem alumnio, o principal produto obtido com base nessa rocha. O metal constitui uma contribuio chave eficincia de veculos automotores, bem como nos trens de alta velocidade e, finalmente, na indstria naval, dentre outras. H, tambm, a produo de ligas metlicas e/ou equipamentos resistentes corroso. O alumnio encontra aplicao, com sucesso, na produo de embalagens para gneros alimentcios de qualidade, eliminando desperdcios, reduzindo peso e economizando combustvel no transporte, alm de minimizar a emisso de efluentes. Em todo o mundo, a transmisso area de energia eltrica a grandes distncias feita por meio de cabos de alumnio. No tratamento da gua, no deve ser omitido o uso do sulfato de alumnio como coagulante, proporcionando a remoo de materiais indesejveis ou mesmo ofensivos, na maioria das vezes contidos no lquido. A bauxita, para usos no-metalrgicos, tem restries especficas com respeito aos teores de: alumina, slica, ferro e titnio. Essas bauxitas so usadas com maior freqncia na produo de: abrasivos, refratrios, produtos qumicos e cimento. Quando a bauxita calcinada, os constituintes mais volteis so liberados, restando uma mistura de corndon e mullita, cujo teor de Al2O3 permanece entre 80 e 90%. Bauxita para Abrasivos A bauxita grau abrasivo usada na produo de alumina fundida aplicada na fabricao de equipamentos de moagem, de polimento e de meio moedor. Bauxitas de diferentes teores so usadas na produo de alumina marrom de baixa qualidade, enquanto que a obteno de alumina fundida, de alta qualidade, feita com base em outra alumina. O critrio aplicado na avaliao da bauxita para produzir alumina marrom baseia-se nas caractersticas qumicas e fsicas. As combinaes importantes so: Al2O3, SiO2, Fe2O3, TiO2, lcalis e gua. O contedo de alumina deve ser o mais elevado possvel para maximizar a produtividade e reduzir as impurezas. A propsito, a bauxita fundida em forno eltrico a arco produz alumina ou corndon artificial que tem um teor de Al2O3 de 94-97%, dureza 9, densidade de 3,94 a 3,98 e ponto de fuso de 2.050oC. Esse material usado nos abrasivos, nos ps pticos, nos antiderrapantes e nos refratrios. Alm disso, a bauxita deve conter: elevado teor de alumina, SiO2 abaixo de 7%, relao ferro/slica menor que 3, teor de xido de titnio entre 24% e baixo teor de lcalis.

326

Bauxita

Bauxita para Refratrios A obteno de alumina refratria inicia-se com a calcinao de uma bauxita tambm refratria, em temperaturas que variam entre 925 e 1.040oC. Neste processo, duas toneladas de bauxita beneficiada produzem uma de bauxita calcinada, alm de promover: (i) (ii) (iii) a remoo de toda gua livre ou combinada; reaes do estado slido convertendo minerais silicatados (argilas) em mullita (3Al2O3.2SiO2); transformaes de fases dos minerais de alumnio, em que parte da alumina absorvida com a slica e outra forma alumina-alfa (corndon).

A bauxita para uso refratrio deve encerrar elevado teor de alumina. Para tanto, so exigidos baixos teores de: ferro, dixido de titnio (<4%) e de lcalis. Tais exigncias esto longe de acontecer com as bauxitas comuns, e a obteno de bauxita refratria com qualidade elevada est restrita, em grande parte, China, Guiana e ao Brasil. Alm do que, na produo de refratrios de altaalumina para as indstrias de ferro e ao, cimento e de vidro, a bauxita calcinada pode ser misturada com quartzo para formar mullita sinttica, com zircnio, formando abrasivos, ou com calcrio para produzir cimento de aluminato de clcio (CAC), usado como um ligante refratrio. Bauxita para Produtos Qumicos Os produtos mais importantes obtidos com base na bauxita grau qumico so: sulfatos, cloretos e fluoretos de alumnio, aluminato de sdio e acetato de alumnio. A seleo da bauxita para a produo direta do sulfato de alumnio depende da solubilidade relativa em soluo sulfrica das fases do processo. Entre os trs minerais de alumnio: a gibbsita o mais solvel, a boehmita tem solubilidade mdia e o disporo o menos solvel (Tabela 1). Em segundo lugar, a razo alumina/ferro deve ser considerada. Para a bauxita grau qumico, exige-se uma relao de 100/1. Entretanto, a especificao normal exige uma relao de 23/1. Esta relao proporciona uma soluo amarela plida, preferida por muitos consumidores. Tais exigncias baseiam-se em preferncias histricas e no em consideraes cientficas. Todavia, no deixa de ser mais uma razo dos consumidores escolherem bauxitas com elevado teor de gibbsita.

Rochas e Minerais Industriais CETEM/2008, 2a Edio

327

O sulfato de alumnio a fonte do on Al3+ que atua como agente coagulante no tratamento de gua. Outros usos incluem: perspirante, clarificador para gorduras e leos, desodorizador, descolorizador nos processos de petrleo, material resistente ao fogo e tingimento de couro. O sulfato de alumnio grau puro, livre de ferro, empregado como agente de cobertura na indstria de papel. obtido pela digesto de trihidrato de alumnio, resultado do processo Bayer, com cido sulfrico. A alumina trihidratada (ATH), Al2O3.3H 2O, usada como produto bsico na manufatura de certas aluminas, incluindo alumina ativada, como tambm: acetato de alumnio, borato, carbeto, cloridrato, cloreto, fluoreto, nitreto, oleato, dentre outros. Bauxita para Cimento Dois tipos de cimento so produzidos de acordo com o teor de ferro. O cimento de baixo ferro, que conhecido como cimento de aluminato de clcio, usado como cimento refratrio para unir os refratrios de alta alumina. As vantagens so: maior densidade, porosidade mais baixa e menor contrao do corpo do moldado. Essa condio reduz a penetrao atravs do metal fundido e com elevada resistncia dos produtos fundidos e curados. Algumas bauxitas de baixo teor, com alto ferro e slica, so tambm usadas como aditivo, na produo do cimento Portland. Cimento de alta alumina contm de 55 a 56% de Al2O3 e menos de 4% de SiO2. A produo deste tipo de cimento baseia-se na fuso de calcrio e bauxita (que substitui a argila ou xisto) no cimento Portland e moagem do clnquer. O cimento resultante composto de aluminatos de clcio mais aluminossilicatos, a fim de que ele resista corroso quando exposto gua do mar. Cimento de alta alumina tambm usado onde resistncia estrutural deve ser desenvolvida dentro de 24 h e em refratrios. Cimentos com diferentes teores de alumina exigem diferentes teores de bauxita baixo teor de ferro, isto , Fe2O3 abaixo de 2,5%. Em ambos os casos a relao Al2O3/SiO2 deve ser 10/1 ou a bauxita usada deve conter menos que 6% de slica. Bauxita Usada na Recuperao Secundria de Gs Natural e Petrleo A bauxita calcinada, grau abrasivo, exibe elevada resistncia presso e pode ser usada pelas indstrias de gs natural e petrleo para manter abertas (prop open) as fraturas rochosas nos horizontes produtores, habilitando o hidrocarboneto a fluir mais livremente. O produto, nas verses sinterlite e sinterball, atua como agente de sustentao, que misturado a um lquido

328

Bauxita

viscoso e injetado nos poos auxiliares dos campos de gs natural e de petrleo. O fludo, bauxita sinterizada mais um lquido viscoso, penetra nas fraturas da rocha com presso da ordem de 1.020 atm (15.000 psi), mantendo-as abertas para passagem do gs ou leo e, quando se reduz a presso, a fratura permanece aberta, proporcionando o fluxo do hidrocarboneto. Os produtos utilizados para essa finalidade foram inventados nos anos de 1970, nos Estados Unidos, pela Exxon Petroleum, onde recebeu o nome de proppant, uma forma contrada da expresso inglesa, prop open. No Quadro 1 encontram-se as classes de alguns desses produtos com os respectivos materiais que lhes deram origem. Quadro 2 Classe dos agentes de sustentao utilizados nos campos de produo de gs natural e petrleo.
(%) 85 Descrio De alta resistncia, manufaturados com b ase em bauxitas grau abrasivo produtor Minerao Curimbaba. Incluem-se os produtos sinterliter e sinterball. Produzido com base em: bauxita, caulim ou areia de quartzo. Produzido com base em caulim. Produzido com base em caulim e areia de quartzo. Produzido com base em caulim e areia de quartzo.

70 50 40 30

A areia de quartzo tambm utilizada como propante no caso de formao rochosa com permeabilidade elevada e poos mais rasos, visto que este produto possui resistncia degradao menor que os produtos obtidos com base em bauxitas grau abrasivo. Quando o tamanho do gro aumenta, os produtos tornam-se muito vulnerveis a falhas. Entretanto, aqueles mais finos podem restringir a sua melhor performance. A bauxita oferece maiores resistncias, tanto presso quanto fragmentao, que os demais produtos, tais como: cermicas, granadas, areia de quartzo e caulim. A bauxita se deforma, ligeiramente, quando a fratura comea a fechar. No entanto, no se fragmenta em gros mais finos. Assim, possvel obter produtos com base em bauxitas sinterizadas, capazes de resistir presso de 1.020 atm (15.000 psi) (Crossley, 2002).

Rochas e Minerais Industriais CETEM/2008, 2a Edio

329

O processo de obteno desses produtos consiste na pulverizao da bauxita sinterizada, seguida da formao de minsculas pelotas, por um processo de pelotizao. Na etapa seguinte, o produto secado e submetido a um aquecimento, que lhe confere as caractersticas exigidas para a aplicao. O nvel de resistncia do produto de bauxita depende da pureza do minrio e sua resistncia aumenta com teor de Al2O3. Na Tabela 3, encontram-se as distribuies granulomtricas dos materiais (bauxita sinterizada e areia de quartzo) utilizados na perfurao de poos de petrleo. O mercado mundial deste produto est estimado em 200.000 t/ano, incluindo aqueles de areia de quartzo, com baixa resistncia. A maioria das unidades produtoras trabalha em plena capacidade e planeja expanses para atender a crescente demanda do produto (Crossley, 2002). As empresas de perfurao para produo de gs natural e petrleo tero mais facilidade de pesquisa e explorao nas plataformas, com o uso destes produtos de bauxita de alta resistncia. Desse modo, constata-se uma demanda de sondagens em grandes profundidades, exigindo maiores volumes destes produtos com resistncia elevada. Como os hidrocarbonetos tornaram-se cada vez mais difceis de se encontrar, as companhias petrolferas so obrigadas a explorar reservatrios de baixa permeabilidade e em rochas intensamente fraturadas. Essas so situaes menos favorveis para a explorao comercial. Tais fatos garantem a demanda potencial para os produtos de bauxita sinterizada com elevada resistncia fragmentao. Neste contexto, a Minerao Curimbaba tornou-se um fornecedor desse produto de bauxita e, hoje, dispe de uma capacidade instalada capaz de atender toda a demanda dos mercados nacional e norte-americano (Crossley, 2001).

330

Bauxita

Tabela 3 Distribuies granulomtricas da bauxita sinterizada e areia de quartzo empregadas, pela PETROBRAS, na perfurao de poos de petrleo.
Bauxita Sinterizada Abertura ( m) +833 +589 -589 Percentagens em peso Retida 3,95 80,36 15,69 Passante 96,05 15,69 Abertura ( m) +1.397 +833 +589 -589 Areia de Quartzo Percentagens em Peso Retida 11,99 82,91 4,75 0.35 Passante 88,01 5,10 0,35 -

Alumina Utilizada na Fabricao de Prtese Humana As cermicas de alumina com elevada densidade e pureza (Al2O3 > 99,5%) so usadas na fabricao de prteses humanas, especificamente, de quadris e dentrias. Tais aplicaes se devem sua excelente resistncia corroso, elevado ndice de biocompatibilidade, elevada resistncia ao desgaste e alta resistncia mecnica. Alm disso, o produto favorece a formao de uma fina camada de tecido fibroso que envolve a pea cermica, permitindo uma tima fixao do implante. Esses e outros motivos favoreceram a intensa utilizao de cermicas base de alumina, em prteses humanas, nos ltimos 20 anos. Alguns implantes dentrios so monocristais, entretanto as peas cermicas de alumina so granulados finos policristalinos de Al2O3- , prensados e sinterizados numa faixa de temperatura entre 1.600 e 1.700oC. Na sinterizao, adicionada pequena quantidade de xido de magnsio (MgO < 0,5%) para auxiliar o processo e limitar o crescimento dos gros durante a sinterizao. As resistncias fadiga, a resistncia mecnica e a tenacidade fratura dos materiais cermicos policristalinos base de Al2O3 so propriedades mecnicas que dependem do tamanho do gro e da percentagem de aditivos usados na sinterizao. As cermicas de alumina com tamanho mdio do gro menor que 4 m e pureza acima de 99,7% exibem boa resistncia flexo e excelente resistncia compresso.

Rochas e Minerais Industriais CETEM/2008, 2a Edio

331

5. ESPECIFICAES
Na Tabela 4, encontram-se algumas propriedades fsicas e mecnicas das biocermicas de alumina, estabelecidas pela Organizao Internacional de Padres, ISO. Por outro lado, o uso de bauxita para fins no-metalrgicos exige teores de Al2O3 mais elevados e menores para: SiO2; Fe2O3 e TiO2, comparados aos teores dos mesmos xidos para a bauxita metalrgica, conforme ilustrado na Tabela 5. A Tabela 6 ilustra as especificaes da bauxita calcinada, da mullita sinttica fundida e da alumina trihidratada. Constam, na Tabela 7, as especificaes da bauxita segundo a sua aplicao, inclusive as especificaes da bauxita comercial calcinada, da mullita sinttica fundida e do trihidrato de alumnio. Tabela 4 Propriedades fsicas e mecnicas das biocermicas de alumina estabelecidas pela Organizao Internacional de Padres, ISO.
Propriedades Alumina - % em peso Densidade (g/cm3) Tamanho mdio do gro (m) Dureza Vicker (nmero de dureza) VHN Resistncia compresso (MPa) Resistncia ao dobramento (MPa, aps o teste em soluo de Ringer) Mdulo de Young (Gpa) Tenacidade fratura (K1C) (MPa.m1/2) Tamanho da trinca (m) Cermica com elevada pureza de alumina > 99,8 > 3,93 3-6 2.300 4.500 550 380 56 10 - 52 ISO 6474 > 99,5 > 3,90 <7 > 2.000 400 -

332

Bauxita

Tabela 5 Alguns produtos de bauxita produzidos pela Minerao Curimbaba.


Bauxitas Sinterizadas / Calcinadas Tipo Especial Aplicao Produto Al2O3 Fe2O3 SiO2 TiO2 CaO+MgO K2O+ Na2O Solubilidade (HCl+HF) (%) Arredondamento Esfericidade Densidade aparente (g/cm3) Massa especfica (g/cm3) Res. Compres.(% finos, psi) Dureza (Mohs) Cor Alumina Hematita Slica livre Ferro metlico livre Formato do gro Granulometria tpica Fraturamento e Jateamento Fraturamento Jateamento SinterBlast 76,0 15,4 5,9 1,6 0,5 0,4 2,0 3,60 21%, 7.500 9 Negro Predominante Secundria No No Angular 8/16, 10/20, 20/40, 40/70 70/120, 120/180 SinterBallTM SinterLiteTM Anlise Qumica (%) 76,5 71,7 15,5 13,0 5,3 12,8 1,8 1,8 0,3 0,1 0,4 0,4 <6 <6 0,9 0,9 0,9 0,9 2,24 1,98 3,62 3,25 2,5%, 12.500 4,2%, 8.000 9 9 Negro Negro Fases Cristalinas Predominante Predominante Secundria Secundria No No No No Esfrico Esfrico 14/20, 16/20, 16/30, 20/40 16/20, 20/40 30/50 Eletrofuso Regular 77,6 14,0 5,60 1,80 0,5 0,1 0,02 20,7 7,2 3,0 3,64 Predominante Secundria A Granel Tipo Abrasivo Fluxo de Soda Especial Pisos e Pavimentos Super Sinter 78,6 13,3 5,95 1,49 0,19 0,37 2,15 3,76 21%, 7.500 9 Negro Predominante Secundria No No Angular 6/14, 10/20, 20/40

Aplicao Produto Al2O3 Fe2O3 SiO2 TiO2 K2O+ Na2O Perda por calcinao Umidade Porosidade aparente (%) Absoro aparente (%) Densidade aparente (g/cm3) Massa especfica (g/cm3) Densidade solta(g/cm3) Densidade batida (g/cm3) Absoro em leo (%) Cor Alumina- Hematita Mullita Gibbsita K-Alumina Granulometria tpica

Polimento de Superfcies BC-5 BC-8 BC-11 Anlise Qumica (%) 81,5 75,6 75,8 73,8 8,75 13,4 14,7 15,5 7,68 6,97 7,35 8,29 1,38 1,86 1,96 2,04 0,16 0,10 1,00 0,49 0,05 0,02 0,80 0,16 0,15 31,0 12,2 2,53 3,67 0,7 1,1 1,4 0,9 1,3 1,7 37,0 21,0 18,0 Vermelha Rosa Cinza Claro Fases Cristalinas Predominante Predominante Predominante Predominante Secundria Secundria Secundria Secundria Traos Secundria Secundria Secundria Secundria 80MF, 100MF 325 325 325

Rochas e Minerais Industriais CETEM/2008, 2a Edio

333

Tabela 6 Bauxitas calcinada e sinterizada, ambas grau qumico, produtos da Minerao Curimbaba, Poos de Caldas-MG.
Aplicao Produto Al2O3 Fe2O3 SiO2 TiO2 Perda por calcinao (%) Umidade (%) Granul. Tpica (malhas) +20# -20+60# -60# Perda por abraso (%) Volumes dos poros (%) Higroscopicidade (%) Densidade solta (g/cm3) Adsoro de azo-benzeno Purificao e Filtragem Ativada Anlise Qumica (%) 71,5 12,8 10,5 1,88 2,74 3,0 Mx 20/60 5,0 95,0 2,0 24,0 Mx 30,0 8,7 0,98 14,0 Mn (+100#) (+200#) Gibbsita Hematita Granulometria 10,0 Mx 10,0 Mx Al2O3 Fe2O3 SiO2 TiO2 K2O+ Na2O Resduo insolvel (H2SO4) Perda por calcinao Umidade Fases Cristalinas Predominante Secundria 54,0 Mn 12,0 Mx 6,0 1,40 0,34 7,5 Mx 27,5 5,0 Mx Aplicao Produto Sulfato de Alumnio Seca e Moda

Distribuio Granulomtrica (% Mx)

334

Bauxita

Tabela 7 Especificaes da bauxita por aplicao, bem como da bauxita comercial calcinada, da mullita sinttica fundida e do trihidrato de alumnio.
Especificaes da bauxita segundo a sua aplicao (Shaffer, 1985) Compostos Al2O3 SiO2 Fe 2O3 TiO2 Abrasivos 80-88 4-8 2.5 2.5 Bauxita no-metalrgica Base calcinada Refratrios 84,5 mn. 7,5 mx. 2,5 mx. 4,0 mx. Qumica 55 mn. 5-18 mx 2,0 mx. 0-6 Cimento 45-55 min 6 mx < 2,5 3 mx Metalrgica 50-55 0-15 5-30 mx 0-6

Abrasivos Adio de Fe para ajuste da relao Fe2O3/ SiO2 para formao da escria ferro/silcio. Refratrios Alta alumina, baixos teores de slica, xido de ferro e de lcalis. Qumica Exige minrio com predominncia de gibbsita e baixo ferro. Cimento Exige preferencialmente o disporo. Especificaes da bauxita comercial calcinada, da mullita sinttica fundida e do trihidrato de alumnio (Harben, 1996) Composio Qumica (%) da Bauxita Comercial Calcinada Abrasivos Austrlia Nova Guin Guiana Refratrios China 75 78,6 14,5 1,2 1,2 3,5 0,2 Brasil 85 85-87 10,5 8,5-10,0 2,3 2,4 1,9-2,3 0,5 0,0-0,5

RASC 85 80 Al2O3 min 80 88 86,5 86 Tpico 82-84 90 88,3 89 87 84,5 SiO2 mx 7,0 3,0 7,5 7,0 Tpico 4,7-5,5 1,2 6,5 6,0 6,0 6,5 Fe 2O3 mx 7,5 8,0 2,5 2,0 1,5 1,5 Tpico 1,75 1,2 1,6-2,2 6,0 TiO2 mx 3,30 Tpico 3,5-3,8 5,0 3,2 3,30 3,75 4,0 PPI mx 1,0 4,0 0,5 0,50 Tpico 0,5 2,0 0,25 0,05 0,20 0,20 RASC Refratrio A Super-calcinado PPI Perda de peso por ignio Composio Qumica (%) da Mullita Sinttica Fundida Alemanha Hls Al2O3 SiO2 TiO2 Fe 2O3 CaO MgO Na2O K 2O 75,25 24,5 0,01 0,05 0,04 0,03 0,20 0,01 Hydral 705 Fino 64,1 0,04 0,04 0,60 0,22 0,3-1,0 0,08-0,14 0,09-0,020 12-15 Branco Reino Unido Kieth Ceramics 76,3 23,3 0,02 0,10 0,30 0,02 Hydral 710 Fino 64,1 0,04 0,01 0,45 0,10 0,3-1,0 0,13-0,22 0,26-0,45 6-8 Branco Brasil Elfusa 72,3 28,5 0,0 0,13 0,15 0,05 0,38 0,04 Hydral 710B Fino 64,7 0,07 0,02 0,45 0,10 0,3-1,0 0,13-0,22 0,26-0,45 6-8 BP USA Washington Mills 77,7 21,8 0,05 0,12 0,35 Lubral 710 Fino 64,0 0,04 0,01 0,45 0,10 0,3-1,0 0,13-0,2 0,23-0,4 6-8 BP Hungria Huungalu 76,0 23,0 0,05 0,08 0,15 0,10 0,25 C-31 Grosso 65,0 0,01 0,004 0,15 0,04 1,0-11 1,2-1,4 0,15 Branco

Japo Showa Denko 76,8 22,8 0,05 0,19 C-31 Grosso 65,0 0,01 0,004 0,2 0,04 1,1-1,3 1,4-1,6 0,1 Branco C-37 Grosso 64,2 0,07 0,004 0,5 0,2 0,8-1,0 1,01,1 0,2 -

Especificaes da Alumina Trihidratada (ATH = Al2O3.3H2O) Al2O3 SiO2 Fe 2O3 Na2O (Total) Na2O (Solvel) Umidade 110oC A granel (g/m3) Empacotado.(g/m3) rea esp. (m2/g) Cor Alvura GE Al2O3 BP Branco plido

Rochas e Minerais Industriais CETEM/2008, 2a Edio

335

6. MINERAIS E MATERIAIS ALTERNATIVOS


As pesquisas desenvolvidas com a finalidade de estudar alternativas para extrao de alumina com base em matrias-primas que no a bauxita aconteceram, com maior intensidade, por ocasio da Segunda Guerra Mundial. Dentre os substitutos da bauxita investigados, merecem destaques: argila caulintica, alunita (KAl3(OH)6(SO4)2 e anortita (CaAl2Si2O8). As razes pelas quais a bauxita ainda preferida como matria-prima para obteno de alumina e, por conseguinte, alumnio metlico, fundamentam-se, entre outros, nos fatos: (i) abundante ocorrncia de jazidas de bauxita, que podem ser lavradas com baixo custo; (ii) processo Bayer permite a converso de bauxita para alumina ainda com custo economicamente vivel e obteno de um produto final com pureza elevada; (iii) localizao dos depsitos de bauxitas nos pases em desenvolvimento, com produo de energia eltrica a baixo custo. Essas e outras razes, tornam muito mais distante o desenvolvimento de uma alternativa comercial para obteno de alumina com base em matriaprima que no a bauxita. De forma paradoxal, os substitutos do alumnio so mais comuns em vrios setores da aplicao do metal. Assim, o alumnio pode ser substitudo pelo cobre em muitas aplicaes, principalmente no setor eltrico. O magnsio e o titnio so substitutos do alumnio em diversos usos estruturais e de transporte, porm com custos mais elevados. O ao tambm um substituto em aplicaes nas quais a economia em peso no relevante. O ao, o ferro e a madeira competem com o alumnio na indstria da construo civil. Na indstria de embalagens, o ao, o plstico, o vidro e o papel so concorrentes, apesar de o alumnio aumentar sua participao neste setor.

AGRADECIMENTOS
Ao Eng. Carlos Henrique Babsky Neves, da MBR, pelas valiosas informaes sobre o beneficiamento de minrio de bauxita.

336

Bauxita

REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ANJOS, F. V. e SILVA, J. B. (1983). As usinas de produo de alumnio da ALCAN no Brasil processo Bayer para produo de alumina e os processos eletrolticos para a produo de alumnio. In: As usinas brasileiras de metalurgia extrativa dos metais no-ferrosos, ABM, So Paulo. CROSSLEY P. (2001). Bauxite. Industrial Minerals, p. 27-41. CROSSLEY, P. (2002). Abrasive bauxite giving propants the nod. Industrial Minerals, p. 36-40. GRJOTHEIM, K. e WELCH, B. J. (1980). Aluminium smelter technology A pure and applied approach. Aluminium-Verlag GMBH. HABASHI, F. (1993). A Texbook of Hydrometallurgy. Published by: Mtallurgie Extractive Qubec, Enr. 800, rue Alain, #504. Sainte Foy, Quebec. Canada GIX 4E7. HABASHI, F. (1980). Principles of Extractive Metallurgy, vol.2, Hydrometallurgy. Gordon and Breach Science publishers, New York. HARBEN, P. N. (1996). Bauxite. In: Industrial Minerals A Global Geology, p. 43-50. HIGH TECH. (1998). Ceramics. ETHZ LATSIS SYMPOSIUM. HU, Y.; X. LIU, X. e ZHENGHE, X. (2003). Role of cristal structure in flotation separation of diaspore from kaolinite, pyrophyllite and illite. Minerals Engineering, vol. 16, p. 219-227. LUZ, A. B. (1998). Estudo de Oxidao e Reduo de Ferro Contido em Caulins. EPUSP, Tese de Doutorado em Engenharia Mineral. MRTIRES, R. A. C. (2007) Sumrio Mineral DNPM. MRTIRES, R. A. C. (2004). Alumnio. Sumrio Mineral, DNPM. McCORMICK, P. G.; PCARO, T. e SMITH, P. A. I. (2000). Mechanochemical treatment of high silica bauxite with lime. Minerals Engineering, vol. 15, p. 211-214.

Rochas e Minerais Industriais CETEM/2008, 2a Edio

337

MONTE, M. B. M. e ADAMIAN, R. (1994). Aspectos tecnolgicos e econmicos da indstria do alumnio. Srie Estudos e Documentos, no 22,. CETEM. PAGIN, S.; CERA, D. e RRICO, J. C. D. (1983). Alumnio do minrio ao lingote. In: As usinas brasileiras de metalurgia extrativa dos metais no-ferrosos, ABM, So Paulo. HUGLEN, R.; LILLEBUEN, B. e MELLERUD, T. (1996). Principles of electrochemistry and current efficiency. In: Understanding the Hall-Hroult process for production of aluminium, K. Grjotheim and H. Kvande, Editors, Aluminium-Verlag, Dsseldorf. RHRLICH, M.; MISTRY, M.; RUHRBERG, M. e MARTENS, P. N. (2001). Bauxite mining in Brazil, different viewpoints concerning environmental and sustainable development. VI SMMT/XVIII ENTMM Rio de Janeiro/Brazil, p. 507-513. SEVRYUKOV, N.; KUZMIN, B. e CHELISHCHEV, Y. (1950). General Metallurgy, Peace Publishers, Moscow, 545p. SHAFFER, J. W. (1985). Bauxite. In: Mineral Processing Handbook, N. L. Weiss (Editor-in-Chief), Society of Mining Engineers, New York, p. 19/2-19/20. YOON, R. H. e SHI, J.(1989). Processing of kaolin clay. In: Samasunddaram, P. (Ed.). Advances in Mineral Processing, SME, p. 366-379. YOON, R. H. et al. (1992). Beneficiation of kaolin clay by froth flotation using hydroxamates collectors. Minerals Engineering, vol. 5, p. 457-467.

Você também pode gostar