0% acharam este documento útil (0 voto)
195 visualizações3 páginas

Apontamentos Texto Iamamoto

O documento discute os dilemas e falsos dilemas no Serviço Social, criticando o fatalismo e o messianismo na prática profissional. A autora argumenta que o Serviço Social precisa compreender a sociedade e sua história de classe para romper com esses conceitos, e deve orientar sua prática para fortalecer o poder do trabalhador através de uma abordagem crítica e política.

Enviado por

Jonathan White
Direitos autorais
© Attribution Non-Commercial (BY-NC)
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato DOC, PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
0% acharam este documento útil (0 voto)
195 visualizações3 páginas

Apontamentos Texto Iamamoto

O documento discute os dilemas e falsos dilemas no Serviço Social, criticando o fatalismo e o messianismo na prática profissional. A autora argumenta que o Serviço Social precisa compreender a sociedade e sua história de classe para romper com esses conceitos, e deve orientar sua prática para fortalecer o poder do trabalhador através de uma abordagem crítica e política.

Enviado por

Jonathan White
Direitos autorais
© Attribution Non-Commercial (BY-NC)
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato DOC, PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
Você está na página 1/ 3

UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

GRADUAÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL - Campus Avançado do Mucuri


Disciplina: Introdução ao Serviço Social
Docente: Raquel Cristina Lucas Mota

Apontamentos para contribuição na leitura do texto: Iamamoto, Marilda V. Renovação


e Conservadorismo no Serviço Social – Ensaios Críticos. 4.ed. São Paulo: Cortez,
1997, p.113-130.
DILEMAS E FALSOS DILEMAS NO SERVIÇO SOCIAL

PRÁTICA SOCIAL: A ULTRAPASSAGEM DO FATALISMO E DO MESSIANISMO


NA PRÁTICA PROFISSIONAL

 Iamamoto (1997) destaca o objetivo da sociedade capitalista,. A autora salienta


a importância de se perceber que a história dos homens não é estática, ela se
constrói na própria contradição da sociedade de classes, podendo ser
construída e reconstruída pelo trabalhador= práxis revolucionária.

 A autora retoma em seu texto, de forma breve, a institucionalização do Serviço


Social na sociedade brasileira, desde os anos de 1930. Vamos apontar as
protoformas do Serviço Social (desde as influências europeia e americana e
como essas vão rebater no Serviço Social no Brasil). Compreende o Serviço
Social como parte de uma estratégia mais ampla dos segmentos dominantes
da sociedade brasileira, no sentido de favorecer o poder da classe dominante,
através do controle e disciplinamento da força de trabalho.

 No decorrer do desenvolvimento do século XX, o Serviço Social passa por


profundas transformações, que refletem, efetivamente, as transformações que
ocorrem na propria sociedade. Seu início passa por um entendimento de que
as mulheres que trabalhavam como assistentes sociais eram damas de
caridade. A partir do processo de formação das primeiras assistentes sociais, o
cariz predominante na profissão era tecnicista, pragmático e burocrático,
visando atender as instituições.

 A autora vai apontar que a profissão e seus profissionais que a compõem, não
estiveram todos de acordo com essa forma de intervir do profissional, e, no
desenvolvimento do processo sócio-histórico, ocorreram muitas diferenças e
disputas acerca da compreensão da profissão, seu objeto de trabalho e o
embasamento teórico-metodológico que sustentava a intervenção de parte da
categoria profissional.
 A autora compreende em seu texto: a prática social (enquanto práxis social)
como potencializadora da prática profissional do Serviço Social. Entretanto,
compreende que não é nesta perspectiva que o Serviço Social trabalha nos
primórdios da profissão no Brasil. Realiza uma crítica a essa prática
social/prática profissional do Serviço Social, quando no seu desenvolvimento
histórico, pois esta foi imbuída de práticas filantrópicas, com discurso
humanista-cristão.

 Para a autora, esta trajetória histórica vai derivar em mitos, ainda hoje
presentes na prática social e mais ainda na prática profissional, a saber: prática
social como qualquer atividade; prática social realizada com preocupação
excessiva com eficácia técnica e com resultados; prática social que pode ser
capturada de forma imediata, como se existissem naturalmente na sociedade
(sociedade esta que para a autora, não é natural, mas atravessada por
relações sociais).

 Assim, esses mitos levam ao desenvolvimento de características: recusa da


teoria e dos teóricos, que a priori, são tidos como teóricos distantes do
imediato, nesse sentido, há uma supervalorização dos ditos práticos, que estão
em contato direto com o povo. Dessa forma, para Iamamoto, esses
profissionais tornam-se prisioneiros de uma prática por ela mesma, a qual não
se propõe a realizar uma interlocução com a teoria, ficando presa em
atividades aleatórias.

 Segundo a autora, a prática social que predomina no meio profissional transita


entre o fatalismo e o messianismo.

 A autora aponta que a superação do fatalismo e do messianismo na análise da


prática social, se efetiva mediante o desvendamento da própria sociedade,
significa dizer, apreender a análise crítica e radical realizada por Marx, a qual
mostra a contradição existente na sociedade capitalista.

 Desse movimento, a autora compreende dois comportamentos diante da


prática profissional: o fatalismo= que toma a sociedade capitalista como
natural, imutável, portanto, não há nada que o profissional possa fazer, a não
ser, ser um assistente social tecnicista e burocrata. E há o messianismo= aqui,
a prática profissional é imbuída de um sentimento de que poderá salvar o
mundo das mazelas produzidas por essa sociedade, de forma individual.

 Para a autora, é preciso romper com o fatalismo e o messianismo. Assim, há


que se compreender o que a prática social é na sua essência histórica, ou seja,
é através do desenvolvimento histórico do homem, mediante a realização do
trabalho (pelo trabalho, o homem transforma a natureza e se transforma em ser
social) que a sociedade se desenvolve no decorrer da história. O homem
historicamente desenvolve a prática social. Dessa forma, o homem realiza um
trabalho social, uma atividade criativa que o impulsiona a realizar novas
práticas, para satisfazer novas necessidades.

 Contudo, para a autora, este trabalho criativo é capturado pela sociedade


capitalista, que submete o homem à realização do trabalho (não mais criativo,
mas ordenado para ser feito) sob o comando de determinados sujeitos. Este
homem produzirá mercadorias diferenciadas, as quais, ao terminarem de
serem produzidas serão trocadas, e, mais mercadorias iguais a anterior
deverão ser produzidas repetidas vezes, pois, importa agora que o homem só
detém a sua força de trabalho para vender.

 A autora, ao realizar o debate sobre a dimensão política da prática profissional,


destaca elementos importantes para se compreender quais os desafios que o
Serviço Social tem para buscar superar o fatalismo e o messianismo.

 Há que se destacar que das páginas 122 a 130, a autora apresenta diversos
desafios (principalmente no que se refere à dimensão política da prática
profissional) a serem enfrentados pelo Serviço Social. Deve-se buscar
perceber que o cerne do debate da autora centra-se nas seguintes indagações:
os resultados, as estratégias da prática profissional tem-se orientado para
fortalecer o poder de que classe na sociedade?

 Assim, há uma preocupação da autora, em se remeter as dimensões


indissociáveis da prática profissional: dimensão teórico-metodológica, ético-
política e técnico-operativa. Para ela, o assistente social que souber o que
significa essas dimensões e souber desenvolver sua prática social e
profissional, articulando tais dimensões, poderá questionar permanentemente o
que realiza, além de contribuir para a construção de uma sociedade
diferenciada, mais justa e igualitária.

Você também pode gostar