0% acharam este documento útil (0 voto)
137 visualizações4 páginas

Tanque Classe A

O documento discute o uso do tanque classe A no controle da irrigação do arroz de terras altas cultivado sob plantio direto. Ele explica como o tanque classe A pode ser usado para estimar a evapotranspiração da cultura e calcular os volumes de irrigação necessários, usando coeficientes do tanque e de cultura. Também descreve como medir a evaporação no tanque e determinar os coeficientes do tanque e de cultura para diferentes estágios de desenvolvimento da cultura.

Enviado por

Cicero Costa
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
0% acharam este documento útil (0 voto)
137 visualizações4 páginas

Tanque Classe A

O documento discute o uso do tanque classe A no controle da irrigação do arroz de terras altas cultivado sob plantio direto. Ele explica como o tanque classe A pode ser usado para estimar a evapotranspiração da cultura e calcular os volumes de irrigação necessários, usando coeficientes do tanque e de cultura. Também descreve como medir a evaporação no tanque e determinar os coeficientes do tanque e de cultura para diferentes estágios de desenvolvimento da cultura.

Enviado por

Cicero Costa
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
Você está na página 1/ 4

Uso do Tanque Classe A no Controle da

Irrigao do Arroz de Terras Altas Cultivado


sob Plantio Direto
Introduo
difcil quantificar com exatido o volume total de gua necessrio
para irrigao quando se utiliza irrigao suplementar, uma vez que
este volume depende da quantidade e distribuio das chuvas. A
necessidade total de gua para o cultivo do arroz de terras altas varia
de 600 a 700 mm. Considerando apenas a irrigao suplementar, as
lminas de gua aplicadas podem variar de mais de 500 mm, no Rio
Grande do Sul, a valores inferiores a 200 mm por ciclo, nas Regies
Sudeste e Centro-Oeste, dependendo do regime de chuvas.
O requerimento de gua do arroz irrigado por asperso, entretanto,
pode ser estimado a partir de tanques evaporimtricos, com base na
relao existente entre a evaporao da gua medida no tanque
USWB Classe A (ECA) e a evapotranspirao da cultura (ETc). A
relao obtida utilizando-se coeficientes do tanque (Kp) e de cultura
(Kc).
Coeficiente do Tanque
O tanque USWB Classe A circular, de ao galvanizado, chapa 22,
ou de metal monel 0,8 mm, com 121 cm de dimetro interno e 25,4
cm de profundidade. Deve ser instalado sobre estrado de madeira de
15 cm de altura. O nvel inicial da gua deve ficar 5 cm abaixo da
borda superior. No se deve permitir variao do nvel da gua maior
que 2,5 cm. A gua deve ser renovada regularmente para mant-la
limpa. A evaporao medida com um micrmetro de gancho
colocado sobre um poo tranquilizador ou por rgua especialmente
graduada colocada de forma inclinada, ou ainda, com uso de
mangueira transparente conectada parede lateral do tanque. Um
pluvimetro deve ser instalado prximo ao tanque, porque as chuvas
tambm so consideradas no controle da irrigao. Quando estas
ocorrerem, se o tanque estiver com o nvel acima do normal, deve-se
esvazi-lo at que o nvel da gua volte ao normal. Os valores do
coeficiente do tanque, considerando o clima e o meio circundante
ao tanque, podem ser obtidos na Tabela 1.
Coeficiente de Cultura
No sistema plantio direto (SPD), o solo encontra-se protegido pela
cobertura morta, o que aumenta a rugosidade da superfcie. Assim,
aliando-se o efeito da cobertura ao da maior estabilidade estrutural, a
infiltrao de gua no solo sob SPD tem sido mais elevada que em
outros sistemas de preparo, ocasionando menor perda de gua por
escoamento superficial. Outra caracterstica hdrica importante do
solo sob plantio direto o seu maior armazenamento de gua. Nas
tenses matriciais mais baixas, a distribuio do tamanho dos poros
altamente correlacionada com o armazenamento de gua no solo.
Santo Antnio de
Gois, GO
Setembro, 2004
Autores
63
ISSN 1678-9636
Lus Fernando Stone
Engenheiro Agrnomo,
Doutor em Solos e
Nutrio de Plantas,
Embrapa Arroz e Feijo
Rod. Goinia a Nova
Veneza, Km 12,
75375-000 Santo
Antnio de Gois-GO.
[email protected]
Silvando Carlos da Silva
Engenheiro Agrcola,
Mestre em
Agrometeorologia,
Embrapa Arroz e Feijo
[email protected]
2 Uso do tanque classe A no controle da irrigao...
Tabela 1. Valores do coeficiente de tanque (Kp).
Velocidade Posio do Tanque circundado por grama Tanque circundado por solo nu
do vento tanque Umidade relativa mdia Umidade relativa mdia
(m/s) R
1
(m)
Baixa Mdia Alta Baixa Mdia Alta

< 40% 40-70% > 70% < 40% 40-70% > 70%
Fraca 0 0,55 0,65 0,75 0,70 0,80 0,85
< 2 10 0,65 0,75 0,85 0,60 0,70 0,80
100 0,70 0,80 0,85 0,55 0,65 0,75
1000 0,75 0,85 0,85 0,50 0,60 0,70
Moderada 0 0,50 0,60 0,65 0,65 0,75 0,80
2-5 10 0,60 0,70 0,75 0,55 0,65 0,70
100 0,65 0,75 0,80 0,50 0,60 0,65
1000 0,70 0,80 0,80 0,45 0,55 0,60
Forte 0 0,45 0,50 0,60 0,60 0,65 0,70
5-8 10 0,55 0,60 0,65 0,50 0,55 0,75
100 0,60 0,65 0,75 0,45 0,50 0,60
1000 0,65 0,70 0,75 0,40 0,45 0,55
Muito Forte 0 0,40 0,45 0,50 0,50 0,60 0,65
> 8 10 0,45 0,55 0,60 0,45 0,50 0,55
100 0,50 0,60 0,65 0,40 0,45 0,50
1000 0,55 0,60 0,65 0,35 0,40 0,45
1
Por R, entende-sea menor distncia do centro do tanqueao limiteda bordadura.
Nota: Para extensas reas desolo nu, reduzir os valores deKpde20%, emcondies dealta temperatura do ar evelocidadedo vento forte, ede10 a 5%, em
condies demoderadas temperatura, velocidadedo vento eumidade.
Desta maneira, aqueles sistemas de preparo
que provocam maior revolvimento do solo e,
portanto, aumentam o seu volume,
armazenam menos gua na camada revolvida
em comparao outra camada idntica sem
revolvimento. Aliado ao aspecto
armazenamento, fatores como temperatura e
cobertura superficial, ao reduzir as perdas
por evaporao, tm garantido ao perfil do
solo com menor revolvimento, em muitas
situaes, maiores contedos de gua para
as plantas. Pode-se deduzir, portanto, que o
manejo da irrigao deve ser diferenciado no
SPD em relao ao sistema de preparo
convencional do solo. Assim, faz-se
necessrio o conhecimento dos coeficientes
de cultura para as diferentes fases de
desenvolvimento do arroz sob SPD.
Na Embrapa Arroz e Feijo, nos anos de
2001 a 2002, foram determinados
coeficientes de cultura ao longo do ciclo do
arroz sob SPD (Tabela 2).
Tabela 2. Coeficientes de cultura (Kc) do arroz, cultivar Carisma, semeado no espaamento de 0,20 m entre linhas.
Dias aps a emergncia Estdio de desenvolvimento Coeficiente de cultura
0-45 Emergncia ao mximo perfilhamento 0,44
46-62 Mximo perfilhamento diferenciao da pancula 0,78
63-73 Diferenciao da pancula diferenciao de espiguetas 1,00
74-84 Emborrachamento 1,25
85-95 Florao, emisso das panculas 1,22
96-105 Gro leitoso 0,88
106-120 Gro pastoso maturao completa 0,57
3 Uso do tanque classe A no controle da irrigao...
Observa-se incremento do Kc da emergncia
at o incio da florao e declnio aps este
perodo. O coeficiente de cultura mais
elevado foi de 1,25, observado no perodo
de 74 a 84 dias aps a emergncia.
Controle da Irrigao
Conhecidos os valores de Kc para o arroz de
terras altas sob SPD, o controle da irrigao
com a utilizao do tanque Classe A pode
ser feito de duas maneiras:
a. Tensimetros instalados a 15 cm de
profundidade indicam o momento de
irrigar, ou seja, quando a tenso da gua
do solo atingir 25 kPa. A lmina lquida
de irrigao (LL) igual a
evapotranspirao da cultura entre uma
irrigao e outra, calculada pela
equao:
LL = ETc = ECA x Kp x Kc
b. A lmina lquida de irrigao fixada
com base na diferena entre a
quantidade de gua na capacidade de
campo, que corresponde a tenso da
gua do solo de 10 kPa, e a quantidade
de gua existente na tenso
recomendada para irrigar o arroz, 25 kPa,
multiplicada pela espessura da camada
de solo a ser irrigada. Estes valores so
obtidos por meio da curva de reteno
de gua do solo, determinada em
laboratrio de anlise fsico-hdrica de
solo. A irrigao realizada toda vez
que a evapotranspirao acumulada,
calculada pela equao anterior, atingir
o valor desta lmina.
A lmina bruta calculada pela diviso da
lmina lquida pela eficincia de aplicao
de gua do equipamento de irrigao.
Referncias Bibliogrficas
DOORENBOS, J .; KASSAM, A. H. Efectos
del agua sobre el rendimiento de los
cultivos. Roma: FAO, 1979. 212 p. (Estudio
FAO. Riego & Drenaje, 33).
STONE, L. F.; MOREIRA, J . A. A.; SILVA,
S. C. da. Tenso da gua do solo e
produtividade do arroz. Goinia: Embrapa-
CNPAF, 1986. 6 p. (Embrapa-CNPAF.
Comunicado Tcnico, 19).
STONE, L. F.; SILVA, S. C. da. Uso do
tanque Classe A no controle da irrigao
do arroz de terras altas. Santo Antnio de
Gois: Embrapa Arroz e Feijo, 1999. 2 p.
(Embrapa Arroz e Feijo. Pesquisa em Foco,
28).
4 Uso do tanque classe A no controle da irrigao...
Exemplares desta edio podem ser adquiridos na:
Embrapa Arroz e Feijo
Rodovia Goinia a Nova Veneza km 12 Zona Rural
Caixa Postal 179
75375-000 Santo Antnio de Gois, GO
Fone: (62) 533 2123
Fax: (62) 533 2100
E-mail: [email protected]
1
a
edio
1
a
impresso (2004): 1.000 exemplares
Presidente: Carlos Agustin Rava
Secretrio-Executivo: Luiz Roberto R. da Silva
Membro: Pedro Marques da Silveira
Supervisor editorial: Marina A. Souza de Oliveira
Reviso de texto: Vera Maria T. Silva
Normatizao bibliogrfica: Ana Lcia D. de Faria
Tratamento das ilustraes: Fabiano Severino
Diagramao: Fabiano Severino
Comit de
publicaes
Expediente
Circular
Tcnica, 63
CGPE 4781

Você também pode gostar