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Análise do Poema "The Waste Land" de T.S. Eliot

O documento apresenta três poemas diferentes. O primeiro descreve uma cena noturna em uma sala luxuosa com objetos que estimulam os sentidos. O segundo relata uma conversa tensa entre um casal à noite. O terceiro poema descreve a paisagem outonal ao longo do rio Tamisa e lamenta a partida das ninfas.

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Análise do Poema "The Waste Land" de T.S. Eliot

O documento apresenta três poemas diferentes. O primeiro descreve uma cena noturna em uma sala luxuosa com objetos que estimulam os sentidos. O segundo relata uma conversa tensa entre um casal à noite. O terceiro poema descreve a paisagem outonal ao longo do rio Tamisa e lamenta a partida das ninfas.

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1922

A T 'I R/\ I J I " L A A .


Nam Sibyllam quidem Cumis ego ipse
oculis meis vidi in ampulla pendere,
et cum illi pueri dicerent: 'L{3v>..>..a T{ 8f>..m;
respondebat illa: 7ro(JaVELV 8f>"w. 53
A Ezra Pound
il miglior [abbro.
I. "Ir nio (Caius Petronius A rbiter), Satyricon, capo 48: "Pois com meus pr-
1 1 1 '/ s olhos vi em Cuma a Sibila, suspensa dentro de uma ampola, e quando as
(1'I 1I nos lhe diziam: ' ibila, o que queres?'; ela respondia: 'Quero morrer'."
N. d .)
J .
'M RT S
I I
A bril o mais cruel dos meses, germina
L ilases da terra morta, mistura
M mria e desejo, aviva
A gnicas razes com a chuva da primavera.
O inverno nos agasalhava, envolvendo
A terra em neve deslembrada, nutrindo
Com secos tubrculos o que ainda restava de vida.
O vero nos surpreendeu, caindo do Starnbergersee
omum aguaceiro. Paramos junto aos prticos
E ao sol caminhamos pelas alias do Hofgarten,
Tomamos caf, e por uma hora conversamos.
Bin gar keine Russin, stamm' aus L itauen, echt deutsch.
Quando ramos crianas, na casa do arquiduque,
Meu primo, ele convidou-me a passear de tren.
E eu tive medo. Disse-me ele, Maria,
Maria, agarra-te firme. E encosta abaixo deslizamos.
Nas montanhas, l, onde livre te sentes.
L eio muito noite, e viajo para o sul durante o inverno.
( ~\MfL v~
( v- < J ; ::'O )
~~
o
"Querazes so essas que searraigam, que ramos seesgalham
Nessa imundcie edreO'osa? Filho do homem,
No podes dizer, ou sequer estimas, porque apenas conheces
Um feixe de imagens fraturadas, batidas pelo sol,
E as rvores mortas j no mais te abrigam, nem te consola o
canto dos grilos,
nenhum rumor de ua a latejar na pedra seca. A penas
Uma sombra medra sob esta rocha escar ate.
( ~J o- )
89 J
~30
90
(Chega-te sombra desta rocha scarlatc),
E VOu---mqstrar-tealgo distinto
De tua sombra a caminhar atrs de ti quando amanhece
Ou de tua sombra vespertina ao teu encontro se elevando.
Vou revelar-te o ue o medo num unhado de . '
Frisch weht der Wind
Der Heimat zu
Mein lrisch Kind,
Wo weilest du?
40
"Um ano faz agora que os primeiros jacintos me deste;
Chamavam-me a menina dos jacintos."
- Mas ao voltarmos, tarde, do J ardim dos J acintos,
Teus braos cheios dejacintos eteus cabelos midos, no pude
Falar, e meus olhos se enevoaram, eu no sabia
Se vivo ou morto estava, e tudo ignorava
Perplexo ante o corao da luz, o silncio.
Oed' und leer das Meer.
50
Madame Sosostris, clebre vidente,
Contraiu incurvel resfriado; ainda assim,
conhecida como a mulher mais sbia da Europa,
Com seu trfego baralho. Esta aqui, disse ela,
tua carta, a do Marinheiro Fencio Afogado.
(Estas so as prolas que foram seus olhos. Olha!)
Eis aqui Beladona, a Madona dos Rochedos
,
A Senhora das Situaces.
Aqui est o homemdos trs bastes, eaqui aRoda da Fortuna.
E aqui sev o mercador zarolho, e esta carta
. ,
Que embranco vs, algo que ele s costas leva,
Mas que a mim proibiram-me- de ver. No acho
O Enforcado. Receia morte por gua.
Vejo multides que em crculos perambulam.
Obrigada. Se encontrares, querido, a Senhora Equitone,
Diz-lhe que eu mesma lhe entrego o horscopo:
Todo o cuidado pouco nestes dias.
,,0
idad irreal,
'1 J ulva n blina d uma aurora de inverno,
Flu a multido pela Ponte de Londres, eramtantos,
1amais ensei ue a morte a tantos destrura.
Breves e entrecortados, os suspiros exalavam,
E cada homem fincava o olhar adiante de seus ps.
algava a colina e percorria a King William Street,
At onde Saint Mary Woolnoth marcava as horas
omumdobre surdo ao fim da nona badalada.
Vi algum que conhecia,e o fiz parar, aos gritos: "Stetson,
Tu gue estiveste comigo nas galeras de Myla~! .
O cadver que plantaste ano passado emteu J ardIm
I comeou a brotar? Dar flores este ano? .
Ou foi a im revista eada ue o erturbou emseu leIto?
Conserva o Co distncia, esse amigo do homem,
"ou ele vir comSUgS unhas outra vez desenterr-lo!
b
fr I"
Tu! Hypocrite lecteur! - mon sembla le -, mon rere.
91
11. UMA PARTIDA O;
AI)lU Z
80
Sua cadeira, como um trono luzidio,
Fulgia sobre o mrmore, onde o espelho
Suspenso empedestais de uvas lavradas,
Entre as guais um dourado Cupido espreitava
(Umoutro os olhos escondia sob as asas),
Duplicava as chamas que nos sete braos
Do candelabro ardiam, faiscando
Sobre a mesa um claro a cujo encontro
Subia o resplendor de suas jias
Em rica profuso do escrnio derramadas;
Emfrascos de marfim e vidros coloridos
Moviam-se emsurdina seus perfumes raros,
Sintticos ungentos, lquidos e emp,
Que perturbavam, confundiam e afogavam
Os sentidos emfragrncias; instigados
Pelas brisas refrescantes da janela,
Os aromas ascendiam, excitando
As esguias chamas dos crios, espargiam
Seus eflvios pelo teto ornamentado,
Agitando os arabescos que o bordavam.
Emoldurada empedras mt.ilticores,
Uma enorme carcaa submarina,
De cobre revestida, latejava
Revrberos de verde e alaranjado,
Emcuja triste luz um delfimnadava.
Acima da lareira era exibida,
Como se uma janela desse a ver
90
100
92
110
ccnri silve'tI"1 I 11' 111 I'l W'U ti
c -<i1omela,p 1 irbur rei .
To rudemente violada; mbora o rouxmol
Todo o deserto enchesse com sua voz
Inviolvel, a rincesa aind~ emia,
o mundo ela erse ue ainda,
"Tiu tiu" para ouvidos desprezveis.
E outros murchos vest ios do tem o
Sobre as paredes o passado ev~cav~m;
Expectantes vultos recurvos se inclinaram,
Silenciando o quarto enclausu~ado.
Passos arrastados na escada. A luz
Do fogo, sob a escova, seus c~belos
Eriavam-se em agulhas flame]ant.es,
Inflamavam-se empalavras. DepOIS,
Em selvagem quietude mergulhavam.
"Estou mal dos nervos esta noite. Sim, mal. Fica comigo.
Fala comigo. Por que nunca falas? Fala. ? "?
Emque ests pensando? Em que pensas. Em que.
P " J amais sei o que pensas. ensa.
93
I(
Penso que estamos no beco dos ratos
Onde os mortos seus ossos deixaram.
/ te?"
"Que rumor e es e.
I O
o vento sob a porta.
l f ?"
"E que rumor esteagora? Que anda afazer o vento a ora.
Nada como sempre. Nada.
, N- b"
" ao sa es
Nada? Nada vs? No recordas
Nada?"
Recordo-me
Daquelas prolas que eram seus ol?os. ?"
"~E~s~t!s~o2.u!:!.1n~!So~e~st~~s....:v~i~v~o:..:.?_N~a~d~a....:e~x~l:.::.st~e~em:.::...,;:;tu=a=--=c~a..;:.b_ec ..... ,a
1Mas
o O O O este Rag shakespeareo
- To elegante
140
To inteligente
"Que f~-8gora? Que farei?
Sairei s pressas, assim como estou, e andarei pelas ruas
Com meu cabelo em desalinho. Que faremos amanh?
Que faremos jamais?
O banho quente s dez.
E caso chova, um carro s quatro. Fechado.
E jogaremos uma partida de xadrez, apertando olhos sem
plpebras
espera de uma batida na porta.
150
Quando o marido de Lil deu baixa, eu disse
- No sabia ento medir minhas palavras, eu mesmo disse
a ela
DEPRESSA POR FAVOR TARDE
Agora que Alberto est para voltar, v se te cuida um pouco,
Ele vai querer saber o que fez voc com o dinheiro que ele deu
Para ajeitar esses seus dentes. Foi isso o que ele fez, eu
estava l.
Arranca logo todos eles, Lil, e pe na boca uma dentadura
decente.
Foi isso o que ele disse, juro, j no agento ver voc assim.
Muito menos eu, disse, e pensa no pobre Alberto
Ele serviu o exrcito por quatro anos, quer agora se divertir
E se voc no o fizer, outras o faro, disse.
Ah, assim. Ou qualquer coisa de parecido, respondi.
Ento saberei a quem agradecer, disse ela, fitando-me nos
olhos.
DEPRESSA POR FAVOR TARDE
Se no lhe agrada, faa o que lhe der na telha.
Outras podem escolher e passar logo a mo, se voc no pode,
Mas se Alberto sumir, no foi por falta de aviso.
Voc devia se envergonhar, disse, de parecer to passada.
(E ela s tem trinta e um anos.)
No sei o que fazer, disse ela, com um ar desapontado,
Foram essas plulas que tomei para abortar, disse.
(Ela j teve cinco filhos, e ao parir o mais novo, J orge, quase
morreu.)
160
94
\lU
lHO
I
. )1'1' .ria bem, ma nunca mais
urmuc .utic li se 1\1 (Ulll
fui a m ma. .
Y
c 6 uma perf ita idi ta, dis eu. ,
. "paz a que esta.
B 111, se Alberto no deixar voce e~ .' ?
P r que voc se casou, se no quena filhos.
EPRESSA POR FAVOR E TARDE I
~m, naquele domingo em que Alberto voltou para casa, e es
serviram um pernil assado b
. fi de que eu o sa oreasse
me convidaram para J antar, a im
ainda quente. ,
DEPRESSA POR FAVOR E TARDE
DEPRESSA POR FAVOR TARDE .
Boanoite Bill. Boanoite Lou. Boanoite May. BoanOlte.
Tchau 'Noite. 'Noite. b 'te
Boa-n~ite, senhoras, boa-noite, gentis senhoras, oa-noi .
boa-noite.
9S
f~;r7
IN'V'-~{
rJ..y~
~
(Ce;
.~
q 200
rrr. O SERMO DO F
190
O dossel do rio se rompeu: os derradeiros dedos das folhas
Agarram-se s midas entranhas dos barrancos. 1m ressentido,
O vento cruza a terra estiolada. As ninfas j partiram.
Doce Tmisa corre suave, at que meu canto eu termme.
O rio no su orta garrafas vazias, restos de comida,
Lencos de seda, caixas-de _.apelo, pontas de cicrarr
E outros testemunhos das noites de vero. As ninfas j
partiram.
E seus amigos, os ociosos herdeiros de magnatas municipais,
Partiram sem deixar vestgios.
s margens do Lman sentei-me e l chorei ...
Doce Tmisa corre suave, at ue meu canto eu termine,
Doce Tmisa, corre suaye, pois falarei baixinho e uase nada
te direi.
Atrs de mim, orm, numa rajada fria escuto
O chocalhar dos ossos, e um riso resse uido tan encia o rio.
Um rato rasteia macio entre as ervas .9aninhas,
Arrastando seu viscoso ventre sobre a mar em
En uanto eu esco no canal sombrio
Durante um cre uscu o e inverno, rodeando or detrs o
gasmetro,
A meditar sobre o naufrgio do rei meu irmo
E sobre a morte do rei meu ai ue antes deleereceu.
Brancos corpos nus sobre midos solos pegajosos
E ossos dispersos numa seca e estreita gua-furtada,
Que apenas vez por outra os ps dos ratos embaralham.
Atrs de mim, porm, de quando em quando escuto
lU
d
buzl " m t rcs que traro na primavera
( rU11l l: ti' 1I:t111 l '" ,
'w'cn Y de v lta a s bra.os da S nhora Porter.
o a Iua que luminosa brilha
r -'aS nhora Porter e sua filha, am?as
/\ b nhar os ps em borbulhante soda. ,
W O ces voix d'enjants chantant dans Ia coupole.
96
Tiuit tiuit tiuit
'riutiu tiu tiu tiu tiu
To rudemente violada.
Tcreu
A;-~~Qlr~a~v~io~l~fce~a~,~q~u~a~n~d~o~o:s7:0:lh~o~s~e~ats~c~o;s~ta~sc'
.!. - - d ma uina humana
s mesas de trabalho renunciam uan o a
aguarda , . ,
Como um trepidante taxI a espera) .d
Eu Tirsias embora cego, palpitando entre duas VI aS
1
U~ velho c~m as tetas engelhadas, posso ver,
~ . I omento cre uscular ue luta
Nessa hora VI0acea, o m . h' sua casa'
Rumo ao lar, e que do mar devolv~ o marm eu? '
A datilgrafa que ao lar regressa a_hora d~ cha,
lh as sobras do caf da manha, acen e
()
Cidade irreal, .
ob a flva neblina de um meio-dia de inverno,
O Senhor Eugnides, o mercador de Smyrna, , .
A barba por fazer e o bolso ~he~o de passas conntlaS
C IF Londres, documentos a vista , . diri )
C~~vidou-me em seu francs vulgar (demtico. eu ma
A almocar no Cannon Street Hotel
E a pa;sar um fim de semana no Metropole.
97
)
~e~~ga~eiro e improvisa seu jantar em latas d~. con_serva.
Suspensas perigosamente na jan~la, suas com macoes
Secam ao toque dos ltimos ralOS sol~res.
Sobre o div ( noite, sua ~~ma) empham-se
Meias, chinelos, batas e sutlas.
a
Eu
, Tirsias, um velho d~enrugadas tetas,--
'~prcebo a c na anteve]o o resto.
250
(n-it
k
~~~~~~1
260
270
98
- Tambm eu aguardava o esperado convidado.
Chega ento um rapaz com marcas de bexiga,
Um insignificante balconista de olhar atrevido,
Umdesses tipos -toa emque a arrogncia assenta to bem
Quanto a cartola na cabea de um milionrio de Bradford.
O momento agora propcio, ele calcula,
O jantar acabou, ela est exausta e entediada.
Ele procura ento envolv-Ia em suas carcias,
No de todo repelidas, mas tampouco desejadas.
Excitado e resoluto, ele afinal investe.
Mos aventureiras no encontram resistncia;
Sua vaidade dispensa resposta,
E faz da indiferena uma ddiva.
(E eu, Tirsias, que j sofrera tudo
O que nessa cama ou div fora encenado,
;Eu, que ao p dos muros de Tebas me sentei
E caminhei por entre os mortos mais sepultos.)
Ao despedir-se, concede-lhe o rapaz um beijo protetor
E desce a escada escura, tateando o seu caminho...
ri r 'ju
I' c alcatr
ar a a d rivam
A abor das mars
() Rubras velas,
Ab rtas a sotavento,
Irapejam nos pesados mastros.
As barcaas carregam
T ras que derivam rio abaixo
At o brao de Greenwich
Para alm da Ilha dos Ces.
Weialala leia
Wallala leialala
"Esta msica ondula junto a mim por sobre as guas"
E ao longo da Strand, Queen Victoria Street acima.
,O Cidade cidade, s vezes posso ouvir
Emqualquer bar da Lower Thames Street
O lacre lamento de um bandolim
E a algazarra que farfalha embocas tagarelas
Onde repousam ao meio-dia os pescadores, onde os muros
Da Magnus Martyr empunham
O inexplicvel esplendor de umjnico branco uro.
"Bondes e rvores cobertos de poeira,
Highbury me criou. Richmond eKew . .
Levaram-me runa. Perto de Richmond ergui-me nos J oelhos
) Ao fundo da canoa estreita em que me reclinara."
"Meus ps esto emMoorgate, e meu corao
Debaixo de meus ps. Depois do que fez
le chorou. Pr meteu 'comear tudo outra vez'.
Nada 1h n rur i. que me iria ressentir?"~
99
H)
Elizabeth e Leicester
Ao ritmo dos remos
A popa figurava
Uma concha engalanada
Rubra e dourada
A rpida pulsao das guas
Encrespava ambas as margens
O vento sudoeste
Corrente abaixo carregava
O repicar dos sinos
Torres brancas
Weialala leia
Wallala leialala
Ela volta e mira-se por um instante no espelho,
Quase esquecida do amante que se foi;
No crebro vagueia-lhe um difuso pensamento:
"Bem, j terminou; e muito me alegra sab-lo."
Quando uma bela mulher se permite um pecadilho
E depois pelo seu quarto ainda passeia, sozinha,
,Elaa mo deita aos cabelos em automtico gesto
E pe um disco na vitrola.
n o
310 "Nas areias de Mar ate.
No consigo associar
Nada com nada.
As unhas quebradas de encardidas mos.
Meu povo humilde povo que no espera
Nada."
Ia Ia
A Cartago ento eu vim
Ardendo ardendo ardendo ardendo
Senhor Tu que me arrebatas
320 Senhor Tu que arrebatas
ardendo
100
J V. M Ifl'" P I{ Ui\
F1ebas, o Fencio, morto h quinze dias,
Esqueceu o grito das gaivotas e o marulho das vagas
E os lucros e os prejuzos.
Uma corrente submarina
Roeu-lhe os ossos emsurdina. Enquanto subia e descia
Ele evocava as cenas de sua maturidade e juventude
At que ao torvelinho sucumbiu.
Gentio ou judeu
O O tu que o leme giras e avistas onde o vento se origina,
Considera a F1ebas, que foi um dia alto e belo como tu.
)
101
V. o QUE DISSE O TR V1\
340
Aps a rubra luz do archote sobre suadas faces
Aps o gelado silncio nos jardins
Aps a agonia empedregosas regies
O clamor e a splica
Crcere palcio reverberao
Do trovo primaveril sobre longnquas montanhas
Aquele que vivia agora j no vive
E ns que ento vivamos agora agonizamos
Com um pouco de resignao.
)
terusalm Atenas Alexandria
Viena Londres
Irreais
A mulher distendeu comfirmeza seus longos cabelos negros
uma ria sussurrante nessas cordas modulou
morcegos de r s infantis silvaram n~f violeta,
Ruflando 'lIl1,' IH is, rastejaram
t' n r h
c a ui houv ssc rocha
9ue gua tambm fosse
CIO E ua
Uma nascente
'uma oca entre as rochas
Se ao menos um sussurro de ua a ui se ouvisse
No a ci arra
Ou a canora relva seca
Mas a cano das guas sobre a rocha
Onde gorjeia o tordo solitrio nos pinheiros
Drip drop drip drop drop drop drop
Mas aqui gua no h
70 Quem o outro que sempre anda a teu lado?
Quando somo, somos dois apenas, lado a lado,
Mas se ergo os olhos e diviso a branca estrada
H sempre um outro que a teu lado vaga
A esgueirar-se envolto sob um manto escuro, encapuzado
No sei sede homem ou de mulher se trata
- Mas quem esse que te segue do outro lado?
350
Aqui gua no h, mas rocha apenas
Rocha. Agua nenhuma. E o arenoso caminho
O coleante caminho que sobe entre as montanhas
Que so montanhas de inaguosa rocha
Se gua houvesse aqui, nos deteramos a beb-Ia
,No se pode parar ou pensar emmeio s rochas
.Seco o suor nos poros e os ps na areia postos
Se aqui s gua houvesse em meio s rochas
Montanha morta, boca de dentes cariados que j no pode
cuspir
Aqui de p no se fica e ningum se deita ou senta
Nem o silncio vibra nas montanhas
"Apenas o spero e seco trovo sem chuva
Sequer a so1 ao oresce nas montan as
A enas rubras faces taciturnas ue escarnecem e rosnam
A es reitar nas ortas de casebres calcinados
Se "LIahouv ss aqui
Que som esse que alto pulsa no espao
Sussurro ae lamenta o materna
Que embu adas hordas so essas ue enxameiam
HO Sobre lancies semfim, tro~ando nas retas da terra
Restrita a enas a umraso horizonte arrasado
Que cidade se levanta acima das montanhas
Pendas e emendas e estalos no ar violceo
Torres cadentes
90
103
102
400
410
D. cab a para baixo na par de '11 !I' '11 1
E havia no ar torres emborcadas
Tangendo reminiscentes sinos, que outrora a' h ras repicavam
E agudas vozes emergiam de poos exauridos e cisternas vazia ..
) A
I utnyaia: b r r P nd u,
AI' rc m af ita v h c a remo .
mar' stava calmo, teu corao teria respondido,
Al r, pulsando obediente ao rogo
De mos dominadoras
o
Nessa cova arruinada entre as montanhas
Sob um tbio luar, a relva est cantando
Sobre tmulos cados, ao redor da capela
uma capela vazia, onde somente o vento fez seu ninho.
No h janelas, e as portas rangem e gingam,
Ossos secos a ningum mais intimidam.
Um galo apenas na cumeeira pousado
Cocoroc cocoroc
No lampejo de um relmpago. E uma rajada mida
Vem depois trazendo a chuva
1-10
Sentei-me junto s margens a pescar
Deixando atrs de mim a rida plancie
Terei ao menos minhas terras post? em o~dem?
A Ponte de Londres est caindo camdo caindo
Poi s'ascose nel foco che gli affina. .
Quando fiam uti chelidon - O and0.rmha andonnha
Le Prince d'Aquitaine la tour ab~lte. ,
Com fragmentos tais foi que escoreI mmhas rumas
Pois ento vos conforto. [ernimo outra vez enlouqueceu.
Datta. Dayadhvam. Damyata. .
Shantih shantih shantih
420
O Ganga em agonia submergiu, e as flcidas folhas
Esperam pela chuva, enquanto nuvens negras
Acima do Himavant muito alm se acumulam.
A selva agachou-se, arqueada em silncio.
Falou ento o trovo
DA
Datta: Que demos ns?
Amigo, o sangue em meu corao se agita
,A tremenda ousadia de um momento de entrega
Que um sculo de prudncia jamais revogar
Por isso, e por isso apenas, existimos
E ningum o encontrar em nossos necrolgios
Ou nas memrias teci das pela aranha caridosa
Ou sob os lacres rompidos do esqulido escrivo
Em nossos quartos vazios
DA
Dayadhvam: ouvi a chave
Girar na porta uma vez e apenas uma vez
Na chave pensamos, cada qual em sua priso
E quando nela pensamos, prisioneiros nos sabemos
Somente ao cair da noite que etreos rumores
Por instantes revivem um alquebrado CorioIano )
104
~J
(4'
{?t!JC?~
W~
105
No apenas o ttulo, mas tambm o plano e o simbolismo incidental do
~
.J 1- ",) poema, foram-me sugeridos pelo livro da Srta. J essie L. Weston sobre a
\f6;Lenda do Santo Graal: From Ritual to Romance (Cambridge). Na verda-
de, tamanha a dvida que tenho para com o livro da Srta. Weston que
a leitura do mesmo ser capaz de elucidar as dificuldades do poema muito
melhor do que o poderiam fazer as minhas notas; e recomendo-o (afora
o seu grande interesse como texto literrio) ueles ue orventura' ul-
uem valer a ena elucidar o oema. Devo muito tambm, em mbito
~
mais geral, a uma outra obra de antro 010 ia que exerceu profunda in-
yerl fluncia sobre a nossa gerao. Refiro-me aqui a The Golden Boughf"
/ de que utilizei em particular os dois volumes dedicados a Adonis, Attis,
Osiris. Qual uer essoa suficientemente familiarizada com esses trabalhos
reconhecer de imediato no oema certas aluses a ritos ou cerimoniais
relativos fertilidade.
NOTAS SOBRE "A TERRA DE
I. V. Trlstau urul 1s ldo I, Y r
12. fel. ru, verso 24.
4 . Nu estou bem a par da xata constituio do baralho de car-
tas do Tarot, das quais me utilizei obviamente como U~~PO?to
de partida e, a seguir, segundo min~a.s prprias convemencla~.
O Enforcado, figura do baralho tradIclOnal, atende meu, wopo-
sito sob dois aspectos: por estar associado em meu espmto ao
'Deus Enforcado de Frazer. e porque o associo persor:agem
encapuzada da passagem dos d~scpulos de Emas, na ?eao ':I'
O Marinheiro Fencio e o Mercador aparecem depOIS; aSSIm
como as "multides de pessoas" e a Morte por gua, consumada
na Seo IV. Quanto ao Homem dos Trs Bastes (um mem-
bro autntico do baralho do Tarot), associo-o, de forma bastante
arbitrria, ao prprio Rei-Pescador.
60. Cf. Baudelaire:
"Fourmillante cit, cit pleine de rves,
Ou le s ectre en lein 'our raccroche le assant."
63. Cf. Inferno III, 55-57:
"si lunga tratta
di gente, ch'io non avrei mai creduto
'che morte tanta n'avesse disfatta."
64. Cf. Inferno IV, 25-27:
"Ouivi, secondo che per ascoltare,
n~n avea pianto, ma' che di sospiri,
che l'aura eterna facevan tremare."
68. Um fenmeno que tenho observado com freqncia.
74. Cf. O Canto Fnebre em The White Devil, de Webster. [Con-
vm transcrever aqui o texto de Webster: "Oh .keep ,the Dog far
hence, that's friend to men, / Or with his nails he 11dig it up
again!"] ..
76. V. Baudelaire, Prefcio s Flores do Mal. [O original de, B~~-
delaire registra: "Hypocrite lecteur! mon semblable, mon frere. ,
em Au Lecteur.]
-8.
I. O Enterro dos Mortos"
20. Cf. Ezequiel 11, i.
23. Cf. Eclesiastes XII, v.
54. Estas Notas so do prprio autor e acompanham o texto do poema desde sua
primeira publicao em livro, razo pela qual preferimos inseri-Ias aqui, e no
na seo geral de Notas, onde, entretanto, existem diversas outras anotaes
sobre A Terra Desolada. (V. Notas.)
55. The Golden Bough (1890-1915), obra de sir J ames George Frazer (1854-1941),
que a investiga as origens das crenas religiosas atravs do folclore universal
a partir da religio popular romana. A prpria autora de From Ritual 10 Ro-
mance deve muitssimo s pesquisas e erudio de Frazer. (N. do T.)
56. Com relao a estas notas, convm advertir que, por uma questo de fidedig-
nidade ao original, decidimos aqui transcrev-Ias consoante os critrios adota-
dos pelo autor, que nem sempre reproduz os textos das fonte Indicadns para
11. Uma Partida de Xadrez
77. Cf. Antony and Cleopatra, 11, ii, 1. 190. [No orig~nhalddehshak~,s]-
peare l-se: "The Chair she sat in, like a burms e t rone ..
confronto, como sist maticamente o fazemos. Sempre ~o julgar"20s neces-
ri , p r6111, ncre .entur m , aqui [entre colchetes] a s plementaao textual
xi ido por' '111111IIrl111 11 U~ Notas. (N. do T.)
106
107
95. Laquearia. V. Eneida, I, 726:
"dependent lychni laquearibus aureis nccn i,
et noctem fIammis funalia vincunt."
104. Cena silvestre. V. Milton, Paradise Lost, IV, 140. [No original
de Milton l-se: "A Silvan Scene, and as the ranks ascend".]
105. V. Ovdio, Metamorfoses, VI, Filomela.
106. CL Parte III, 1. 204.
124. CL Parte lU, 1. 195.
127. CL Webster: "Is the wind in that door still?"
135. CL Parte I, 1. 37,48.
146. Cf. apartida dexadrez emWomen Beware Women, de Middleton.
IH. O Sermo do Fogo
185. V. Spenser, Prothalamion. [No original de Spenser l-se: "Sweet
Thames, run softly, till I end my song."]
201. CL The Tempest, I, ii. [No original de Shakespeare l-se: "And
on the king my father's death before him."]
205. CL Marvell, To his Coy Mistress. [No original de Marvell est:
"But at my back from time to time I hear."]
206. CL Day, Parliament oi Bess:
"When of the sudden, listening, you shall hear,
A noise of horns and hunting, which shall bring
Actaeon to Diana in the spring,
Where all shall see her naked skin... ".
208-210. Desconheo a origem da balada de que foram extrados estes
versos; foram-me reportados de Sydney, Austrlia. [Convm
transcrever o original do autor: "O the moon shone bright on
Mrs. Porter / And on her daughter / They wash their feet in
soda water".]
211. V. Verlaine, Parsifal.
219. As passas eram cotadas ao preo que inclua "transporte e seguro
at Londres"; e o conhecimento de embarque, alm de outras
exigncias alfandegrias, devia ser entregue ao comprador contra
pagamento da carga vista.
227. Tirsias, embora um simples espectador e no propriamente uma
"personagem", , no obstante, a principal figura do poema,
unificando todo o resto. Assim como o mercador zarolho, ven-
dedor de assas confunde-se com o Marinheiro Fencio e este
ltimo no inteiramente distinto de Ferdinando, o Prncipe de
N oles assim tambm todas as mulheres nada mais so do que
uma nica mulher e os dois sexos se fundem em Tirsi . O
108
li Tlr Ia v , li 1'1 1', o IP t 11'lu cl perna. Toda a passa-
gem em Ov di 6 d grund intcrcsec antropol glCO:
rr Cum I unone iocos et maior vestra projecto est
Quam, quae contingit maribus", .di~isse, '~voluptas."
Illa negat; placuit quae sit sententza docti
Quaerere Tiresiae: venus huic erat utraque nota.
Nam duo magnorum viridi coeuntia silva
Corpora serpentum baculi violaverat ictu
Deque viro [actus, mirabile, femina septem
Egerat autumnos; octavo rursus eosd~m "
Vidit et "est vestrae si tanta potentia plagae I
Dixit "ut auetoris sortem in contraria mutet,
Nunc quoque vos feriam!" pereus~is. anguibus isdem
Forma prior rediit genetivaque ~enz~tmago.
Arbiter hic igitur sumptus de lite iocosa
Dieta Iovis [irmat; gravius Saturnia iusto
Nee pro materia fertur d?luisse. suique
Iudicis aeterna damnavzt lumina nocte,
At pater omnipotens (neque en,im licet inrita cuiquam
Facta dei [ecisse deo) pro lumine a~empto
Scire futura dedit poenamque levavit honore.
)
[. .. Ao tempo, que no mundo estes sucessos
Vo por lei do destino, e em paz segura
Do binascido Baco a infncia medra;
Contam, que [ove um dia, brio de nctar,
Desapressado dos reais cuidados,
Coa sua [une ociosa gracejava, , .
E assim dissera: "A f, que amor delcia,
Em transportes de amor, a haveis vs out~as,
Que no ns!" Nega a Deusa; ambos atemam:
Querem ambos por rbitro a Tirsias,
Num e noutro prazer exprimentado: .
Fora o caso; que um dia, em verde moita
Duas serpes topando, entrelaados
Em mtuo gozo os corpos disconformes,
Rijo bordo lhes assentara; e logo A
Que espanto! de varo tomado em femea,
Por espao o ficou de outonos .set~: '
Volve a v-Ias no oitavo; e diz: Se e tanto
O efeito de ferir-vos, que transmuda ~
O sexo, a quem vos fere, a ao renovo." \
I
~irt5i)S
-J V
~~~
109
Eis as fere, eis reverte ao ser antigo.
J uiz Tirsias na questo jocosa,
Sentenciou por [ove. Alm do justo,
E mais, do que a matria o requeria,
Se diz, tomara J uno o caso a peito,
Dando em pena ao juiz cegueira eterna.
Mas o Supremo Padre (obras de um Nume,
Nenhum outra as desmancha) emvez dos olhos,
Deu-lhe a cincia, que o porvir descerra;
Indulto honroso, que o seu mal console."
230. Pode no parecer to exato quanto os versos de Safo, mas eu
tinha em mente o pescador "litorneo" ou aquele que sai ao mar
em sua pequena "dri", regressando ao anoitecer.
263. V. Goldsmith, a cano em The Vicar of Wakefield. [No ori-
ginal de Goldsmith l-se: "When lovely wornan stops to folly".]
267. V. The Tempest, como acima. [No original de Shakespeare l-se:
"This music crept by me upon the waters".]
274. O interior da St. Magnus Martyr , a meu ver, um dos mais belos
que concebeu Wren. V. The Proposed Demolition oi Nineteen
City Churches (P. S. King and Son, Ltd.).
276. Inicia-se aqui a Cano das (trs) Filhas do Tmisa. Elas falam,
alternadamente, do verso 302 ao verso 316, inclusive. V. Gdtter-
.diimmerung, III, i: as Filhas do Reno. [A aluso se refere
pera homnima de Richard Wagner, escrita em 1874 e mais
conhecida entre ns pelo ttulo traduzido: O Crepsculo dos
Deuses.]
289. V. Fraude, Elizabeth, vol. 1, capo IV, carta de De Quadra a
Filipe de Espanha: "Estvamos emumbarco ao cair o crepsculo,
57. Este texto pertence traduo de Antnio Feliciano de Castilho, publicada em
Lisboa, sob o ttulo de As Metamorfoses, de Pblio Ovdio Naso, em 184l.
Por duas razes, segundo cremos da maior pertinncia, decidimos preferi-Ia a
qualquer tentativa nossa de verter Ovdio para o portugus: primeiro, porque
-- .tradu!o de Castilho , do ponto de vista literrio, extraordinria, ainda que
se considerem os vezos e cacoetes estilsticos da poca; segundo, porque est
ela mais rxima, tanto em escala cronolgica quanto e~contexto cultural,
da oca em ue Ovdio concebeu o seu oema, condio esta, alis, que a
torna ainda mais vizinha da fonte eliotiana. O texto de Castilho sofreu ape-
nas diversas e inevitveis atualizaes ortogrficas, mas todo o restante foi
conservado intacto, inclusive a pontuao do autor, s vezes arrevezada e es-
tranha ao leitor moderno. Os versos por ns aqui utilizados so o do Livro 111,
316338 (includos os quatro primeiros da estrofe a que pertencem e que li t
no transcreve). (N. doT.)
110
b rvan 10 j 11 utlc A rainha) estava s6 com Lord
R bcrt c comig na 1 !H, C mcaram ambos a dizer coisas
sem nexo, e to Ingc foram nessa brincadeira que afinal Lord
Robert disse que, como ali eu estivesse, no haveria razo para
que eles no se pudessem casar, se a rainha assim o desejasse."
303. Cf. Purgatorio, V. 133-134:
"Ricrditi di me, che son Ia Pia;
Siena mi fe', disfecemi Maremma."
317. V. as Cnfisses de Santo Agostinho: "a Cartago ento eu vim,
pnde todos os amores mpios, como num caldeiro, cantavam em
meus ouvidos."
318. O texto completo do Sermo do Fogo do Buda (que .e uivale em
imPortncia ao Sermo da Montanha), do qual foram tiradas
estas palavras, pode ser consultado em ingls ria ltima edio
do Buddhism in Translation (Harvard Oriental Series), de Henry
Clarke Warren. O Sr. Warren foi um dos grandes pioneiros dos
estudos bdicos no Ocidente.
319. Ainda das Confisses de Santo Agostinho. A insero destes dois
representantes do ascetismo oriental e ocidental, no ponto cul-
minante desta parte do poema, no fortuita.
V. O que Disse o Trovo
Na primeira parte da Seo V so utilizados trs temas: a via-
gem a Emas, o acesso Capela Perigosa (ver o livra da Srta.
Weston) e o presente declnio da Europa oriental.
367. Trata-se do Turdus aonalaschkae pallasii, o tordo-eremita, cujo
canto ouvi na Provncia de Qubec. Chapman diz (Handbook of
Birds of North America): "Ele nidifica sobretudo nas florestas
reclusas e matagais isolados. .. Seu canto no se distingue nem
pela variedade nem pelo volume, mas pela pureza e a doura de
seu tom, bem como por sua estranha modulao, no tem simila-
res. A sua 'cano da gua gotejante' por isso justamente cele-
brada." .
,
370. Os vgsos que se seguem foram inspirados pelo relato de uma
das expedies Antrtica (no me recordo ual, mas su onho
ue uma das ue realizou Shackleton); nel&.-se conta que os
ex loradores, ' ao fim de suas foras, eram constantemente
assaltados pela iluso de ue havia um membro a mais ue eles
no odiarn na verdade contar.
77- 7. f. J I l'111f111 11 c, Blick ins Chaos: -'~hon ist halb Europa,
ch 11 1s t ~.\l1ll111 lest der halbe Osten Eu\opas auf dem Wege
,
~~~
G0~~\
e
~1h)
111
112
zum ha s, Ihrt bctrunkcn im 11, I 11\ Wul111 1111\ Ab rund
entlang und singt dazu, singt bctrunl '11 Ulld hymul ich wlc mltrl
Karamasoff sang. Ueber diese Lieder lacht U 'I' Brgcr bel idl t,
der Heilige und Seher hrt sie mit Trnen." [' J meia Euro a
pelo menos metade da Europa Oriental esto a caminho do ca Si
brias de iluses fanticas, caminham beira do abismo e cantam,
.cantam um hino bbedo, como cantava Dimitri Karamazov. O bur-
gus ultrajado ri-se desses cnticos, mas o santo e o profeta os
escutam entre lgrimas."]
412. "Datta, dayadhvam, damyata" (dar, compreender, controlar).
A fbula sobre o significado do Trovo encontra-se no Brihada-
ranyaka-Upanishad, 5, 1. H traduo desta obra por Deussen no
Sechzig Upanishads des Veda, p. 489.
418. CL Webster, The White Devil, V, vi:
" ... they'll remarry
Ere the worm pierce your winding-sheet, ere the spider
Make a thin curtain for your epitaphs."
422. Cf. Inferno, XXXIII, 46:
"ed io sentii chiavar l'uscio di sotto
all'orribile torre."
CL tambm F. H. Bradle ,A earance and Realit, p. 346:
"Minhas sensaes externas no me so menos privativas do
que minhas idias ou meus sentimentos. Em cada caso, minha
experincia se desenvolve dentro de meu prprio crculo, um
crculo que se fecha no exterior; e, ainda gue todos os seus ele-
mentos se'am smiles, cada esfera ermanece o aca em reI a o
s que a rodeiam. .. Em suma, considerado como uma existn-
cia que se manifesta em uma alma, o mundo inteiro , para cada
um de ns, peculiar e privativo dessa alma."
435. V. Weston, From Ritual to Romance, capo sobre o Rei-Pescador.
438. V. Purgatorio, XXVI, 148:
" IAra vos prec per aquella valor
que vos guida aI som de l'escalina,
sovegna vos a temps de ma dolor.'
Poi s'ascose nel foco che gli affina."
[Os versos aspeados internamente so do poeta provenal
Arnaut Daniel, que os declama, no poema de Dante Alighieri,
pouco antes de tombar para sempre no fogo purificador: "Agora
vos rogo, por aquele valor/que ao vrtice da escada vos conduz';
lernbrai-vos a tempo de minha dor!"] .
439. V. Pervigilium Veneris. CL Filomela, partes 11 e 111.
440. V. Grard de Nerval, soneto El Desdichado.
w ,V. yd,. 'f1l1/11sl1 'J'flfl11tl , INo ur H uul I ','h l11]lI yd Ic:
"Why lh 11 J I fll you, 'Iy /' 1\ 111 mud ugalnc."} ~
4 01 4 . luuulh, J cp tio c mo r Iuqul, oquival conclusao formal
d um Upanishad. A Xpl'CSS "a paz que transcende a c?m-
prccns " seria o correspondente desta alavra em ortugues.
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