Escola SENAI Mario Amato Preparador e Regulador de Mquina Injetora
Injeo de Plsticos
DEFINIES
Na moldagem por injeo, um polmero em forma de grnulos aquecido, fundido (a
forma mais correta seria estado fluido ou pastoso) e forado sob presso para dentro
de um molde, por meio de um pisto; ainda dentro do molde, a pea moldada
resfriada abaixo da temperatura de amolecimento do termoplstico; o molde ento
aberto e a pea moldada extrada.
O processo de moldagem intermitente, ou seja, aps cada pea ser extrada do
molde, um novo ciclo j teve inicio. O processo ento caracterizado pelas etapas:
alimentao, plastificao (homogeneizao), enchimento do molde, resfriamento,
abertura do molde e extrao da pea; etapas que sero detalhadas mais adiante.
A moldagem por injeo , sem dvidas, o mtodo mais usado para transformar
termoplsticos em artigos para uso final. Estima-se que 35% dos artigos plsticos
paro uso, sejam produzidos por este processo. um processo simples, rpido,
preciso e, hoje em dia, razoavelmente econmico.
So inmeros os fabricantes e tipos de mquinas para a injeo de plsticos, as
conhecidas injetoras, desde as mais simples at as controladas por computadores,
desde pequenas para produzir um minsculo conector eltrico, at as maiores para
produzir um pra choques para automveis.
Mquinas de Injeo
O enorme crescimento do processo de injeo, reflete-se nos diversos tipos e
tamanhos de mquinas existentes no mercado.
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Injetoras so: em regra geral, mquinas universais. Sua funo abrange a produo
descontinuada de peas, preferencialmente a partir de fundidos macromoleculares,
apesar de a moldagem ocorrer sob presso.
Unidade de Injeo ou Sistema de Injeo
Mquinas a pisto (convencional): cilindro horizontal e cilindro vertical
Mquinas com rosca pisto: acionamento hidrulico para rotao da rosca;
acionamento eltrico para rotao da rosca; pr plastificador de rosca, acionamento
hidrulico, injeo a pisto.
Nesta unidade o plstico fundido, homogeneizado transportado, dosado e injetado
no molde. A unidade de injeo tem assim duas funes:
Injeo e Plastificao do Material Plstico
Atualmente comum o uso de mquinas com rosca; estas injetoras trabalham com
uma rosca, que tambm serve de mbolo de injeo. Elas so mais eficientes na
plastificao das resinas termoplsticas do que as injetoras de pisto.
A rosca gira em um cilindro aquecido, ao qual o material alimentado por cima
atravs do funil. A unidade de injeo move-se geralmente sobre a mesa da mquina.
Via de regra podem ser substitudos o cilindro. O parafuso e o bico de injeo, de
formas que podem ser ajustados ao material a ser processado ou tambm ao volume
de injeo.
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Cilindro de Plastificao
Constitudo de um tubo de ao robusto, capaz de suportar a presso necessria para
a injeo. geralmente envolvido e aquecido por resistncias eltricas o calor gerado
pelo sistema de aquecimento conduzido atravs das paredes do cilindro para fundir
os pellets de material, a fim de que estes possam ser injetados homogeneamente no
molde.
Geralmente o aquecimento do cilindro dividido em zonas de temperaturas
controladas individualmente com o intuito de obter fuso gradativa do material e maior
homogeneidade do fundido.
Pelo menos trs zonas de aquecimento controladas individualmente com preferncia
ao tipo proporcional, ou controles de temperatura de voltagem dupla. A temperatura
no bico dever ser controlada separadamente, por pirmetro ou reostato individuais.
Resistncias
Eltricas
Bico de
Injeo
Cilindro de
Injeo
rea de Introduo
da Matria -prima
Colunas
Guias
Rosca
Plastificadora
Cilindro
Hidrulico
Presso de Injeo
Deve ser varivel e atingir at 20.000 psi pelo menos (1400 kgf / cm 2).
Preferencialmente em dois estgios (presso de injeo para encher o molde e
recalque para evitar o retorno do material ao cilindro), cada um controlado por um
tempo (timer).
Velocidade de Injeo
Deve ser varivel e com vazo de pelo menos cerca de 150 cm 3/s.
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Curso de Dosagem
A dosagem do material a ser injetado deve ser precisa para permitir um controle
preciso da massa de cada injeo
Temporizadores (Timmers)
Devem ser precisos para medir os tempos envolvidos no ciclo de injeo :
Fechamento do Molde; Injeo; Recalque; Dosagem; Abertura do Molde; Extrao.
Rosca de Injeo
O tipo de rosca mais utilizado na injeo a rosca com perfil universal de 3 zonas
A - Zona de alimentao;
De baixa compresso, tem por funo assegurar a presso de alimentao do
material e pr aquece-lo at prximo da temperatura de plastificao.
Aquecimento demasiado pode gerar bolhas de ar no incio da zona de compresso,
que no podem ser expulsas atravs do funil como conseqncia poder ocorrer o
eventual aparecimento de bolhas no produto moldado.
Super aquecimento na zona de alimentao pode tambm ocasionar falhas na
alimentao. Em funo da fuso prematura do material no corpo da rosca,
dificultando o fluxo. O comprimento da zona de alimentao , no mnimo, igual a 5
vezes o dimetro da rosca sendo o valor ideal a metade da rosca.
B - Zona de compresso;
Na zona de compresso, o espao entre os filetes da rosca reduzido mediante o
incremento do dimetro do seu ncleo. Limitando-se assim o espao para o material
plstico que vem avanando.
Nesta zona, o ar retorna e eliminado pelo orifcio de alimentao. O material, devido
ao contato com as paredes aquecidas do cilindro e ao trabalho mecnico da rosca,
sai da zona de compresso no estado fundido.O comprimento da zona de
compresso e normalmente 1/4 do comprimento da rosca.
C - Zona de homogeneizao ou de mistura.
Deve homogeneizar a massa fundida com perfeio. Bem como misturar todo e
qualquer componente que ainda no tenha sido disperso. O comprimento da zona de
mistura normalmente, 3 a 5 vezes o dimetro da rosca.
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Razo de compresso: razo entre o volume de uma volta no primeiro canal da
zona de alimentao e o volume de uma volta no ltimo canal da zona de mistura.
A razo de compresso da ordem de 2 1/2 a 4:1 e a, razo comprimento/dimetro
( L/D ) pode variar de 15 a 25 d em funo do tipo de material a ser processado. Para
poliolefinas em geral, a razo de compresso prxima de 3:1 e o comprimento da
rosca de aproximadamente 20 d.
Bico de Injeo
um elemento do conjunto de injeo que, com perda mnima de presso e
temperatura, permite a conexo mecnica do cilindro aquecido com o molde. O
dimetro do orifcio do bico do lado roscado nunca deve ser menor do que o do
cilindro para evitar a estagnao e degradao da resina.
O dimetro do orifcio do bico deve ser levemente menor que o dimetro do canal de
fluxo da bucha do molde, a fim de evitar ocorrncia de problemas na extrao do
canal de alimentao.
A curvatura do bico deve ser ligeiramente menor que a da bucha do molde de maneira
a garantir um contato adequado entre as peas, alm de uma perfeita estanqueidade.
preciso lembrar ainda que todas as superfcies envolvidas devero estar bem
polidas para facilitar a extrao do canal de alimentao. O
dimetro dos canais
de fluxo geralmente variam entre 3 e 10 mm dependendo da massa total a ser
injetada.
A temperatura do bico deve ser controlada por termopar para evitar o
superaquecimento, que provoca degradao do material e o sub-aquecimento que
pode entupir o bico.
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Sistema de Fechamento do Molde
O sistema de abertura de fechamento da placa mvel pode ser acionado por cilindro
hidrulico ou por articulaes mecnicas do tipo joelho.
Placa de
Ancoragem
Pisto
Hidrulico
Unidade de
Extrao
Sistema
joelho de
Fechamento
Placa Fixa
Porta Molde
Placa Mvel
Porta Molde
Coluna Guia
So as seguintes as exigncias mais importantes para a unidade de fechamento:
manuteno do fechamento do molde, com a mnima flexo das placas:
ciclos rpidos de movimentao e de travamento;
integrao do extrator, puxador de machos ou vlvulas pneumticas;
boa acessibilidade para a instalao do molde e dos perifricos;
proteo do molde, sensvel e de ajuste fcil;
posicionamento exato.
Ciclo de injeo
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A ilustrao abaixo representa a seqncia relativa de cada etapa do ciclo de injeo.
No primeiro estgio do ciclo de injeo ocorre o:
Fechamento do Molde (1) seguido do:
Avano da Unidade de Injeo (2) fazendo com que o bico de injeo
encoste na bucha de injeo do molde, em seguida temos a:
Injeo do Plstico (3) que est no estado fundido (plastificado), o material
fundido no retorna pelos filetes da rosca de plastificao, graas a um
dispositivo mecnico que esta acoplado rosca de plastificao que impede o
contra-fluxo.
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A seguir temos a:
Presso de Recalque (4), que mantm o plstico compactado no interior do
molde, este ponto de transio entre presso de injeo para presso de
recalque chamado de Ponto de Comutao, e muito importante para
manter a qualidade da pea a ser produzida. Seguindo a atuao do ciclo h
o:
Recuo da Unidade de Injeo (5), e posteriormente a:
Dosagem (6), onde a rosca de plastificao (ou parafuso) ir girar, fazendo
com que o material plstico, no estado slido, seja introduzido no cilindro de
injeo atravs de um funil, ao mesmo tempo tambm a rosca de plastificao
se direcionar para o sentido oposto ao da injeo, ou seja, ela recuar. Com
o recuo, a rosca de plastificao desloca entre seus filetes o material em
direo a rea compreendida entre a ponta da rosca e o bico de injeo, e
pela ao do atrito, presso e temperatura o material plstico que estava no
estado slido (p ou grnulos) funde-se (plastifica), preparando a mquina
para o prximo ciclo.
Nota-se que o:
Tempo de Resfriamento no Ciclo de Injeo ocorre deste o final da Injeo
do Plstico at a Extrao da Pea (7). O tempo de resfriamento est
atrelado a temperatura de solidificao da pea.
Presso
Temperatura
Rotao da
Rsca
Geometria da
Cavidade
Geometria
Geometria Geometria
do Pt.
do Canal
da Bucha
Injeo
Geometria
do Bico de
Ineo
Tempo de
Residncia
Capacidade de Injeo
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Talvez a mais importante medida de uma mquina injetora a sua Capacidade de
Injeo, que medida em gramas de Poliestireno (PS) que uma mquina pode injetar
de uma s vez.
A Capacidade de Injeo tpica das mquinas injetoras vo de 2g 20 Kg, aonde os
melhores resultados esto entre a escolha de mquinas que tem utilizao de 30%
80% de sua Capacidade de Injeo.
NOTA: Em todas as etapas do ciclo houve uma regulagem de parmetros como:
Presso, Velocidade, Tempo e Curso. J na Unidade de Injeo e no molde tambm
ajusta-se o parmetro Temperatura
.
Peas injetadas em POM
Container de Lixo em PP
Processos Especiais de Injeo
Atualmente, sem dvida nenhuma, o processo de transformao de materiais
plsticos mais verstil o processo de injeo.
A seguir vemos um quadro comparativo do aumento de produtividade das mquinas
injetoras que tambm contaram com a evoluo na tecnologia de confeco de
moldes.
Com as novas tecnologias desenvolvidas em equipamentos de processamento por
injeo, temos uma variedade de processos muito grande.
Pode-se classificar os processos de injeo como :
Injeo Convencional
Mquinas com uma unidade de injeo que pode ser horizontal, vertical ou, em
alguns casos, basculante.
Este processo permite uma versatilidade muito grande de produtos que podem ser
injetados em uma mesma mquina.
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Por exemplo a injeo de conectores diretamente sobre os terminais do chicote,
sobre injeo de peas metlicas, etc..
Injeo Multicomponentes
Mquinas com duas, trs e at quatro unidades de injeo que injetam diversos
materiais em um mesmo ciclo de injeo.
Por exemplo injeo de lanternas automotivas, escovas dentais com grip, etc..
Injeo gs
Mquinas dotadas com sistema de injeo de gs instalado no bico da injetora
e/ou em um ou mais pontos localizados no molde.
Por exemplo injeo de alas e maanetas automobilsticas, alvio de massa em
gabinetes de TV, etc..
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Pinos injetores de gs no molde
Pino injetor de gs acoplado
Injeo gua (Aquamold)
Tcnica derivada do processo de injeo gs que ainda est em fase de penetrao
no mercado.
Processos Diversos
Atualmente existem diversos processos de acabamento de peas plsticas que esto
incorporados ao processo de injeo atravs de sistemas perifricos adaptados s
mquinas injetoras.
In Mould Decoration
Este processo consiste na injeo do material plstico sobre uma pelcula,
normalmente de material plstico atravs de um dispositivo de posicionamento da
pelcula no molde conforme abaixo exposto.
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Injeo de insertos metlicos
O processo abaixo descrito composto por uma injetora vertical, molde com mesa
rotativa e sistema automatizado de introduo de insertos e retirada de peas.
Sobre Injeo de tecidos
Este processo uma variante do In Mould Decoration.
Injeo de Silicone Lquido
Injetora pisto, similar s injetoras de termofixos, especialmente preparada para
injeo de silicone lquido reativo.
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