02/12/2014
Universidade Federal do Oeste do Par
Alcaloides
Prof. Dr. Leopoldo C. Baratto
Santarm-PA
22/11/2014
02/12/2014
CONTEXTUALIZAO
Compostos nitrogenados farmacologicamente ativos
A maioria possui carter alcalino (excees)
Grande diversidade e complexidade estrutural
Representam cerca de 20% das substncias naturais descritas
(~ 5000 alcaloides conhecidos)
Encontrados predominantemente em Angiospermas
Fontes: vegetais superiores 14,2% dos gneros
micro-organismos (bactrias e fungos)
organismos marinhos
HISTRICO
Composto
Isolamento
Determinao Estrutural
Morfina
Sertrner (1805)
Gulland & Robinson (1925)
Emetina
Pelletier & Magendie (1817)
Robinson (1948)
Estricnina
Pelletier & Caventou (1818)
Woodward, Brehm & Nelson (1947)
Colchicina
Geiger & Hesse (1833)
Muller & Velluz (1955)
Quinina
Pelletier & Caventou (1820)
Rabe (1908)
Cafena
Runge (1820)
E. Fischer (1882)
Piperina
Oersted (1819)
Fittig & Mielch (1874)
Coniina
Giesecke (1827)
Hoffman (1885)
Nicotina
Posselt & Reimann (1821)
Pinner (1893)
Aconitina
Reimann & Peschier (1821)
Wiesner et al (1963)
Atropina
Runge (1819)
Ladenburg (1883)
Cocana
Niemann & Whler (1860)
Willsttter (1898)
02/12/2014
DISTRIBUIO E FUNO NOS VEGETAIS
Restritos
Ranunculaceae,
algumas
Fabaceae,
famlias
botnicas:
Papaveraceae,
Apocynaceae,
Menispermaceae,
Rutaceae,
Annonaceae,
Solanaceae, Rubiaceae e Liliaceae
FUNES:
proteo repelente de insetos (toxicidade e sabor amargo), invaso de microorganismos e vrus
detoxificao do metabolismo primrio
reserva de nitrognio
hormnios reguladores do crescimento inibio da germinao
manuteno do equilbrio inico devido ao carter alcalino
proteo contra radiao UVB
LOCALIZAO
LOCALIZAO VEGETALNOS VEGETAIS
Localizao intracelular: sintetizados no retculo endoplasmtico
concentram-se nos vacolos
Acumulam-se principalmente em:
tecidos com crescimento ativo
clulas epidrmicas e hipodrmicas
bainhas vasculares
vasos lactferos
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CLASSIFICAO: TIPOS E CRITRIOS
1. Alcaloides Verdadeiros: derivados de aminocidos e contm um tomo de
nitrognio em um anel heterocclico
2. Protoalcaloides: derivados de aminocidos e contm um tomo de nitrognio
no-pertencente a anel heterocclico
3. Pseudoalcaloides: compostos nitrogenados com ou sem anis heterocclicos
que no so derivados de aminocidos (ex. cidos nicotnico e antranlico,
acetato, peptdeos, bases pricas, macrociclos, etc.)
2. Damascenina
1. Reserpina
3. Cafena
BIOSSNTESE
A formao do sistema heterocclico (ligao C-N) dos alcaloides ocorre atravs
de reaes inter ou intramoleculares
2 mecanismo gerais de reaes:
formao de bases de Schiff e reaes tipo Mannich
02/12/2014
adio nucleoflica
aldedo ou cetona
on imnio
FORMAO DE BASES DE SCHIFF
eletrfilo
nuclefilo
REAO DE MANNICH
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BIOSSNTESE
O anel heterocclico determina sua classificao qumica
Os principais aminocidos envolvidos na biossntese dos alcaloides so:
cido L-asprtico: piridinas, isoquinolenas
L-lisina: piperidinas, quinolizidinas, indolizidinas
L-tirosina e L-fenilalanina: isoquinolinas, benzilisoquinolinas, betalanas
L-triptofano: derivados da triptamina, -carbolinas, indlicos, quinlicos
L-histidina: imidazis
L-ornitina: pirrolidinas, pirrolizidinas, tropanos
cido antranlico (intermedirio na biossntese do L-triptofano):
quinolnicos,
quinazolnicos e acridonas
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NO HETEROCCLICOS
1.Efedrina
efedrina
2. Colchicina
3.Eritromicina
4.Mescalina
5. Taxol
colchicina
taxol
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BIOSSNTESE
PSEUDOALCALOIDES
Metilxantinas derivados de bases pricas
Cafena
Alcaloides terpnicos ou esteroidais derivados do isopreno
Solanidina
CARACTERIZAO
alcaloides formam sais complexos com metais precipitados coloridos
pelo carter de base fraca, os alcaloides so convertidos para sal em solues
aquosas de cidos minerais facilita extrao e isolamento de outros constituintes
vegetais
Diversos reagentes: FORMAM PRECIPITADOS QUE PODEM SER SOLUBILIZADOS
EM MEIO ALCALINO OU COM EXCESSO DE REAGENTE
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CARACTERIZAO
Mayer (soluo de iodeto de potssio e cloreto de mercrio): branco amarelado
Dragendorff (soluo de iodeto de potssio e subnitrato de bismuto): alaranjado
Wagner ou Bouchardat (soluo de iodo e iodeto de potssio): amarelo
Bertrand (soluo de cido slico-tngstico): branco leitoso
Hager (soluo saturada de cido pcrico)
soluo de cido tnico
Dragendorff reao positiva para alcaloides
CARACTERIZAO
ATENO:
Precipitados tambm podem ser causados por protenas, purinas, betanas, pironas, cumarinas, hidrxi-fenis e lignanas
Os resultados negativos indicam ausncia de alcaloides; a formao de
precipitados sugere provvel presena de alcaloides
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CARACTERIZAO
reativos especiais dependendo das caractersticas estruturais especficas
alcaloides contendo hidroxilas fenlicas: cloreto frrico ou sais de arildiaznio
Alcaloides tropnicos: reagente de Vitali-Morin (HNO3 fumegante + soluo
etanlica de KOH)
Tropolonas: cloreto frrico em meio HCl
Alcaloides indlicos:
Reativo de Urk (-dimetilaminobenzaldedo em H2SO4) azul
Sulfato crico amoniacal indois (amarelo), di-hidroindois (vermelho) e -anilinoacrilatos (azul)
CARACTERIZAO
Alm de reaes de precipitao, podem ser analisados preliminarmente por CCD,
usando reveladores gerais (Dragendorff, iodo-iodeto ou iodoplatinato) ou ainda
especficos, como sulfato crico amoniacal para ncleos indlicos
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EXTRAO
Presena de nitrognio com um par de eltrons no-compartilhado determina
carter bsico e propriedades qumicas semelhantes amnia
O grau de basicidade varia, dependendo da estrutura da molcula e da presena
e localizao dos grupos funcionais
2 mtodos gerais para a extrao de alcaloides (exceto aqueles contendo N 4o):
um por extrao com solventes em meio alcalino e outro em meio cido
Antes da extrao cida ou bsica, deve-se tratar o material vegetal com
solventes de baixa polaridade (n-hexano ou ter de petrleo) para a remoo de
substncias lipoflicas (ex. ceras cuticulares, terpenos e pigmentos) impede
formao de emulses
EXTRAO
Material vegetal
MEIO ALCALINO
Alcalinizao
(NH4OH, Na2CO3, Ca(OH)2)
Bases livres
Solvente orgnico
Extrato orgnico
Soluo cida diluda
Extrato aquoso
(sais de alcaloides)
MEIO CIDO
Soluo aquosa cida
(HCl, H3PO4, CH3COOH)
Sais de alcaloides
Alcalinizao (NH4OH)
Bases livres
Solvente orgnico
Alcaloides totais
Alcalinizao
Solvente orgnico
Alcaloides totais
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ATIVIDADES BIOLGICAS
emetina (amebicida e emtico)
atropina, hiosciamina e escopolamina (anticolinrgicos)
reserpina e protoveratrina A (anti-hipertensivos)
quinina (antimalrico)
camptotecina, vimblastina e vincristina (antitumorais)
codena e noscapina (antitussgenos)
morfina (hipnoanalgsico)
quinidina (depressor cardaco)
cafena (estimulante do SNC)
teobromina e teofilina (diurticos)
colchicina (anti-gotoso)
tubocurarina (miorrelaxante)
efedrina (simpatomimtico)
castanospermina (antiviral)
galantamina (tratamento do mal de Alzheimer)
PRINCIPAIS CLASSES DE ALCALOIDES
FARMACOLOGICAMENTE ATIVOS
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02/12/2014
ALCALOIDES TROPNICOS
alcaloides TROPNICOS
Derivados da L-ornitina
Estrutura comum bicclica: tropano-8-metil-8-azabiciclo[3,2,1]octano
Anel tropnico: anel pirrolidina + anel piperidina
8
1
5
7
6
4
3
cocana
Dependendo da posio ou da OH em C-3, define-se 2 ismeros
geomtricos: tropanol (tropina) e pseudotropanol (pseudotropina)
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02/12/2014
alcaloides TROPNICOS
Conhecidos cerca de 40 alcaloides tropnicos
Encontrados nas famlias Solanaceae (tipo atropina) e Erythroxylaceae (tipo
cocana)
Prottipos para frmacos anticolinrgicos e anestsicos
Os principais so atropina (hiosciamina), escopolamina e cocana
alcaloides de maior importncia farmacutica possuem esterificao de OH com
cidos aromticos
atropina
escopolamina
alcaloides TROPNICOS
BIOGNESE:
Anel pirrolidina: L-arginina ou L-ornitina formam o sal N-metil-1-pirrolneo
O sal, fonte de N dos alcaloides tropnicos, condensa-se com 2 molculas de
cido actico ativo (acetoacetato) formando o cido cetocarbnico N-metilpirrolidnico (A), que completa o anel piperidnico, o qual por descarboxilao
forma D-(+)-higrina (B)
A partir de (A) pode-se formar a ecgonina ou o pseudotropanol, enquanto que a
partir de (B) pode-se formar o tropanol
A formao de atropina (hiosciamina), escopolamina e cocana tem a mesma
origem biogentica
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02/12/2014
alcaloides TROPNICOS
Ncleo tropnico esterificados com cidos aromticos:
cidos atrpico, benzoico, cinmico, isovalrico, d--metilbutrico,
tglico, trpico, truxlico e vertrico
os cidos aromticos que so condensados ao ncleo tropnico so
originados a partir da fenilalanina, por meio de desaminao
oxidativa
fenilalanina cido trpico
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02/12/2014
alcaloides TROPNICOS
Alcaloides tropnicos so sintetizados na razes e armazenados nos vacolos
Famlia Solanaceae: a maioria dos alcaloides tropnicos encontrada nos
gneros Datura e Brugmansia
Datura sp.
Brugmansia sp.
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02/12/2014
alcaloides TROPNICOS
Tambm nos gneros Atropa, Duboisia, Mandragora e Scopolia
Atropa belladonna L. hiosciamina, escopolamina e apoatropina
hiosciamina
escopolamina
alcaloides TROPNICOS
Marcadores quimiotaxonmicos: alcaloides do grupo higrina, tropina,
cuscoigrina e nicotina so caractersticos da famlia Solanaceae
Encontrados em menor nmero nas famlias Convolvulaceae, Dioscoreaceae e
Erythroxylaceae com a mesma estrutura bsica (steres de cidos orgnicos)
Todas as espcies contem misturas de alcaloides tropnicos, principalmente
hiosciamina e escopolamina, nas folhas e sementes
Defesas qumicas em insetos (ex. lepidpteros) contra predadores larvas
podem sequestrar os alcaloides das plantas hospedeiras
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02/12/2014
alcaloides TROPNICOS
PROPRIEDADES
hiosciamina= ismero levgiro formado a partir do cido (-)-trpico
alcaloides TROPNICOS
PROPRIEDADES
atropina= mistura racmica de R,S-hiosciamina (no existe na planta fresca)
Durante colheita, secagem e extrao, R,S-hiosciamina transforma-se facilmente
em atropina
Sulfato de atropina
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02/12/2014
alcaloides TROPNICOS
PROPRIEDADES
escopolamina= estereoismero levorrotatrio (S-(-)-escopolamina = hioscina)
em meio alcalino, ocorre racemizao mistura atroscina
Bromidrato ou butilbrometo
alcaloides TROPNICOS
PROPRIEDADES
Cocana
Folhas de coca mistura complexa de cocana, cocamina e cinamoilcocana
purificao
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02/12/2014
alcaloides TROPNICOS
EXTRAO E CARACTERIZAO
Extrao clssica cido/base
Caracterizao por reativos gerais para alcaloides
Reao de Vitali e Gerrard:
Alcaloides tropnicos HNO3 conc. KOH/EtOH colorao prpura
vermelho escuro incolor
Reao de Vitali-Morin:
usar KOH/acetona aumenta sensibilidade
Reao pouco especfica
alcaloides TROPNICOS
EXTRAO E CARACTERIZAO
Cocana
Cocana Co(CNS)2/glicerina-gua colorao azul
Prova de odor:
Cocana ou pasta KOH/MeOH
odor de ster metlico do cido benzoico
(reao bastante especfica)
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02/12/2014
alcaloides TROPNICOS
ATIVIDADES FARMACOLGICAS
Midrase (dilatao da pupila): comum a todos os alcaloides tropnicos
Aes antimuscarnicas: secrees salivar, brnquica e sudorpara; frequncia
cardaca; tnus muscular e motilidade intestinal (antiespasmdicos); dificulta a
mico; inibe secreo e motilidade gstricas
Estimulao do SNC seguida de depresso
Anestsicos locais
Antdotos: em intoxicao por inibidores da acetilcolinesterase (inseticidas
carbamatos e organofosforados)
Intoxicao: gneros Datura e Brugmansia
alcaloides TROPNICOS
EXEMPLOS DE DROGAS VEGETAIS:
Beladona
(Atropa
belladonna):
hiosciamina
(atropina),
escopolamina e apoatropina
Estramnio (Datura stramonium): escopolamina e hiosciamina
Trombeteira
(Brugmansia
suaveolens):
escopolamina
hiosciamina
Meimendro (Hyoscyamus niger): hiosciamina e escopolamina
Coca (Erythroxylon coca e E. novogranatense): cocana
21
02/12/2014
ALCALOIDES INDLICOS
alcaloides INDLICOS
Derivados do L-triptofano
subdivididos em 2 grupos:
1) Alcaloides indlicos monoterpnicos
Grande diversidade estrutural
Grande nmero de centros assimtricos
Restritos a algumas famlias
2) Outros alcaloides indlicos
Grupo heterogneo: derivados simples do triptofano, derivados do harmano,
fisostigmina, alcaloides do ergot
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02/12/2014
alcaloides INDLICOS
Classificao e biossntese:
1) Bases simples: derivados da triptamina. No apresentam uniformidade
estrutural e tm distribuio ampla nas plantas
Originados por reaes de desaminao, descarboxilao, metilao e/ou
hidroxilao do L-triptofano
CO2H
-CO2
NH2
NH2
NHMe
NMe2
Triptofano
N
H
L-triptofano
descarboxilase
N
H
triptamina
N
H
N
H
CO2H
OP
HO
NH2
N
H
5-hidroxi-L-triptofano
-CO2
HO
NH2
N
H
5-hidroxitriptamina
OH
NMe2
N
H
psilocibina
NMe2
N
H
psilocina
alcaloides INDLICOS
2) -carbolinas (ou do tipo harmano): anel de seis membros adicional
Ex. harmina
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02/12/2014
alcaloides INDLICOS
3) alcaloides do esporo-do-centeio:
sistema de anis ergolnicos
L-triptofano + pirofosfato de dimetilalila (hemiterpeno)
ergotamina
Claviceps purpurea
alcaloides INDLICOS
ergometrina e ergotamina so formados a partir do cido lisrgico
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02/12/2014
alcaloides INDLICOS
alcaloides indlicos monoterpnicos: derivados a partir da condensao da
triptamina e do monoterpeno (iridoide) secologanina
alcaloides INDLICOS
A condensao de triptamina com secologanina catalisada pela enzima
estrictosidina sintase formando estrictosidina, um alcaloide glicosilado. A
eliminao da glicose da estrictosidina feita pela estrictosidina glicosidase,
formando um produto instvel. A transformao desse intermedirio leva
formao das vrias classes dos alcaloides indlicos monoterpnicos.
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02/12/2014
alcaloides INDLICOS
Alcaloides indlicos monoterpnicos
A numerao baseia-se no esqueleto da ioimbina.
So subdivididos em 11 classes:
C- corinanteano
D- vincosano
V- valesiachotamano
S- estricnamo
A- aspidospermatano
E- eburnano
P- plumerano
I- ibogano
T- tacamano
bis-indol
diversos
7
8
10
2
11
12
CO2H
14
H
MeO2C
CHO
H
triptamina
18
15
16
17
OH
secologanina
NH2
N
H
19
20
N
H
21
H
MeO2C
N
OGlu
N H
H
H
MeO2C
ajmalicina
reao de
Mannich
D
H OGli
NH
N
H
N
H H
OCH3
valesiachotamina H
H
MeO2C
estrictosidina
N
HO
CH2OH
CO2Me
N
H
H N
CO2Me
CO2Me
akuamicina H
vincamina
estemadenina
MeO
H
N
N
H
OCH3
ibogaina
H
tacamina
N
bis-indlicos
H
N
H
CO2Me
OH
H
tabersonina
N
H
MeO2C
N
H
MeO
vimblastinana
N
MeH
MeO2C
OAc
OH
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02/12/2014
alcaloides INDLICOS
A maioria dos alcaloides indlicos, principalmente os monoterpnicos, so
encontrados
em
famlias
da
ordem
Gentianales:
Loganiaceae,
Apocynaceae e Rubiaceae
Na famlia Apocynaceae podem ser encontradas todas as classes de
alcaloides indlicos monoterpnicos
Grande importncia econmica:
vimblastina e vincristina (antineoplsicos)
ergotamina (enxaqueca)
ajmalicina e ioimbina (distrbios do fluxo sangneo)
reserpina (anti-hipertensivo e antidepressivo)
ibogana (tratamento da dependncia de drogas)
alcaloides INDLICOS
Psilocibina, LSD e derivados do harmano alucingenos
Harmina e harmalina gnero Banisteriopsis sp. ayahuasca
harmina
LSD
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02/12/2014
alcaloides INDLICOS
EXEMPLOS DE DROGAS VEGETAIS:
Esporo-do-centeio (Claviceps purpurea): ergotamina
Fava-de-calabar (Physostigma venenosum): fisostigmina
Iombe (Pausinystalia yohimbe): ioimbina
Noz-vmica (Strychnos nux-vomica): estricnina
Rauvlfia (Rauvolfia serpentina): reserpina
Vinca (Catharanthus roseus): vincristina e vimblastina
ALCALOIDES PIRROLIZIDNICOS
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02/12/2014
alcaloides PIRROLIZIDNICOS
steres de 1-hidrxi-metilpirrolizidinas, frequentemente hidroxilada em C-7
Ncleo bsico recebe o nome de necina e a poro cida chamada de cido
ncico
encontrados simultaneamente na forma de bases livres e N-xidos
posies C7 e C9 nas necinas esto frequentemente esterificadas por 1 ou 2
cidos carboxlicos, ou por 1 cido dicarboxlico
Necinas= saturados ou insaturados
Monosteres ou disteres abertos ou cclicos
alcaloides PIRROLIZIDNICOS
Necina: derivada da L-ornitina
cido ncico se origina da L-valina, L-leucina, L-isoleucina e L-treonina
29
02/12/2014
alcaloides PIRROLIZIDNICOS
Encontradas principalmente em Asteraceae (gnero Senecio), Boraginaceae e
Fabaceae
Defesa contra infeco de fungos
Lepidpteros sequestram alcaloides de plantas proteo contra predadores e
precursores de ferormnios essenciais
So muito utilizadas na culinria ou como remdios
Existem vrios casos de envenenamento de humanos e gado pelo consumo de
plantas ricas em alcaloides pirrolizidnicos
Tambm casos de intoxicao humana por consumo de mel e leite contaminados
com alcaloides pirrolizidnicos
alcaloides PIRROLIZIDNICOS
ISOLAMENTO E IDENTIFICAO:
Sensveis ao calor e luminosidade: decomposio
Enzimas vegetais podem oxidar as bases livres em N-xidos durante o processo
de secagem
Extrao com solventes orgnicos
Suspender com sol. aquosa cida diluda
N-xidos se reduzem s bases livres agitando-se p de zinco
Filtrar e basificar sol. aquosa com NH4OH conc.
Extrair alcaloides com solvente orgnico
CCD revelar com cloranila, vapores de iodo e reativo de Ehrlich (reagente
especfico para alcaloides pirrolizidnicos insaturados)
30
02/12/2014
alcaloides PIRROLIZIDNICOS
FARMACOLOGIA:
Classe de toxinas vegetais amplamente conhecida
Estudo qumico e farmacolgico dos alcaloides pirrolizidnicos iniciou-se com a
enfermidade do sencio, plantas pertencentes ao gnero Senecium (Asteraceae)
Toxicidade: efeitos hepatotxicos, citotxicos, mutagnicos, carcinognicos e
teratognicos
alcaloides PIRROLIZIDNICOS
alcaloides pirrolizidnicos hepatotxicos: necinas que contm uma dupla
ligao entre os C1 e C2 (insaturao) e tambm a presena de mono ou disteres
disteres
1
2
lasiocarpina
31
02/12/2014
alcaloides PIRROLIZIDNICOS
A toxicidade no diretamente causada pelos alcaloides pirrolizidnicos, mas sim
pelos seus metablitos
Metabolismo heptico:
hidrlise enzimtica dos steres, converso em N-
xidos ou desidrogenao para formar derivados pirrlicos
pirrois
alcaloides PIRROLIZIDNICOS
TOXICIDADE DOS PIRROIS:
Pirrois tm elevada reatividade com agentes alquilantes dos constituintes
qumicos dos tecidos, como protenas e cidos nucleicos
Os grupos nucleoflicos destas macromolculas, como sulfidrila, hidroxila ou
amina (nas purinas e pirimidinas) reagem com os pirrois (originados na
metabolizao dos alcaloides pirrolizidnicos) estes metablitos formam ons
carbnio suscetveis de sofrer ataques nucleoflicos nas posies C-7 e C-9,
preferencialmente
32
02/12/2014
alcaloides PIRROLIZIDNICOS
dupla alquilao
alcaloides PIRROLIZIDNICOS
TOXICIDADE DOS PIRRIS:
Esta dupla alquilao promove um entralaamento entrecruzado irreversvel nas
drobras do DNA ou RNA, induzindo carcinognese
A conjugao do anel pirrlico com um grupo ster um fator determinante no
poder alquilante e na citotoxicidade destes metablitos
Devido a alta toxicidade, os alcaloides pirrolizidnicos so candidatos pouco
provveis a agentes antitumorais
33
02/12/2014
alcaloides PIRROLIZIDNICOS
EXEMPLOS DE DROGAS VEGETAIS:
Ayapana (Eupatorium ayapana)
Borrago (Borago officinalis)
Cinoglosa (Cynoglossum officinale)
Maria-mole (Senecio brasiliensis)
Tusilago (Tussilago farfara)
Confrei (Symphytum officinale): lasiocarpina
(Uso interno no recomendado, apenas uso tpico)
lasiocarpina
METILXANTINAS
34
02/12/2014
METILXANTINAS (alcaloides purnicos)
Cafena, teofilina e teobromina
No so derivadas de aminocidos
Derivadas de bases pricas
Carter anftero
Pseudoalcaloides (ou alcaloides purnicos)
METILXANTINAS (alcaloides purnicos)
Biognese:
Precursores: bases pricas livres (hipoxantina, adenina, guanina) e nucleosdeos
Adenina o precursor mais importante
Purina= anel 6 membros da pirimidina + anel 5 membros do imidazol
35
02/12/2014
METILXANTINAS (alcaloides purnicos)
Biognese:
Purina rara no vegetal mais comum derivados metilados metilxantinas
Anel purnico sintetizado a partir do IMP (acido inosnico ou monofosfato de
inosina)
Cafena sintetizada a partir da xantosina
36
02/12/2014
METILXANTINAS (alcaloides purnicos)
Distribuio restrita a regies tropicais e subtropicais
Gneros:
Coffea (Rubiaceae)
Cola e Theobroma (Sterculiaceae)
Paullinia (Sapindaceae)
Ilex (Aquifoliaceae)
Camelia (Theaceae)
Funo nos vegetais:
Metabolismo do nitrognio e carbono
reaes de transmetilao-desmetilao
METILXANTINAS (alcaloides purnicos)
Formas tautomricas lactama (cetnica) lactima (enlica)
Carter anftero cidos ou bases
Exceo: cafena trimetilada no pode formar enois (lactima) carter
bsico pronunciado
37
02/12/2014
METILXANTINAS (alcaloides purnicos)
Extrao:
mtodo clssico para alcaloides
mtodo de sublimao
Caracterizao:
Precipitam com taninos, reativo de Dragendorff ou solues iodo/iodeto em meio
cido
Reao da Murexida
METILXANTINAS (alcaloides purnicos)
Reao da Murexida:
Metilxantina ciso oxidativa em aloxano + cido dialrico
Condensao aloxano + aloxano aloxantina
aloxantina + NH4OH purpurato de amnio (cor violcea)
38
02/12/2014
METILXANTINAS (alcaloides purnicos)
PROPRIEDADES FARMACOLGICAS:
SNC: estimulantes (cafena e teofilina)
Cardiovascular: ao inotrpica positiva, aumenta frequncia e dbitos cardaco e
coronariano
CAFENA vasoconstrio cerebral
e vasodilatao perifrica
Musculatura lisa: relaxamento musculatura brnquica (teofilina)
Musculatura estriada: contrao e reduz fadiga (cafena)
Diurese: aumenta filtrao glomerular diurtico (teobromina e teofilina)
METILXANTINAS (alcaloides purnicos)
Cafena:
metabolismo heptico metablitos parametilxantina (70%),
teofilina e teobromina
alvio de crises de enxaqueca
estimulantes, tnicos e revigorantes
substncia psicoativa mais consumida em todo mundo
39
02/12/2014
METILXANTINAS (alcaloides purnicos)
Cafena:
Efeitos colaterais:
dores de cabea
nervosismo
cansao
taquicardia
diurese
face vermelha
alteraes cognitivas
contrao muscular
Cafeinismo: > 600 mg/dia
ansiedade, cansao, distrbios do sono
METILXANTINAS (alcaloides purnicos)
Teofilina:
broncodilatador asma
Efeitos colaterais:
distrbios do sono
excitao
taquicardia
dores abdominais
nauseas
diarreia
hipotenso
dores de cabea
convulses (superdosagem)
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ALCALOIDES ESTEROIDAIS
ALCALOIDES ESTEROIDAIS
acetato mevalonato pirofosfato de isopentenila (IPP)
alcaloides esteroidais e triterpnicos
ciclizao do esqualeno
Livres ou glicosdeos
bsicos
txicos ou muito txicos
papel de defesa do vegetal
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ALCALOIDES ESTEROIDAIS
Mecanismos de toxicidade:
bloqueio dos canais de sdio
despolarizao das membranas de clulas neuronais e musculares
Alguns alcaloides de Solanum e Veratrum so teratognicos
ALCALOIDES ESTEROIDAIS
Biossntese:
incorporao do N ocorre em etapas avanadas
mecanismo de oxirreduo
mecanismo de substituio
reao de adio uma ligao dupla
alcaloides esteroidais so sintetizados a partir do colesterol
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ALCALOIDES ESTEROIDAIS
Classificao:
1. Aminopregnanos Apocynaceae, Buxaceae e Solanaceae
2. Piperidilpregnanos Liliaceae e Solanaceae
2.1. espirosolanos
2.2. solanidanos
2.3. solanocapsinas
2.4. piperidinas simples
3. Alcaloides com esqueletos anormais
3.1. alcaloides de Veratrum protoveratrinas A e B
3.2. alcaloides de Buxus
ALCALOIDES ESTEROIDAIS
Propriedades biolgicas:
extremamente txicos
teratognicos
defesa para o vegetal: antibacteriano leve e potente antifngico
desestabiliza membranas biolgicas
atividade antifeeding em insetos
inseticida e antipediculoso
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ALCALOIDES ESTEROIDAIS
Solasodina
Matria-prima para sntese de hormnios esteroidais
rendimentos menores que diosgenina
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