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Historia Do Latim Vulgar

O documento discute o latim vulgar, uma forma do latim falada pela população menos educada do Império Romano. O latim vulgar era mais simples e influenciado por outros idiomas, diferindo do latim clássico escrito. Com o tempo, o latim vulgar se diversificou nas línguas românicas modernas em diferentes regiões.

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Historia Do Latim Vulgar

O documento discute o latim vulgar, uma forma do latim falada pela população menos educada do Império Romano. O latim vulgar era mais simples e influenciado por outros idiomas, diferindo do latim clássico escrito. Com o tempo, o latim vulgar se diversificou nas línguas românicas modernas em diferentes regiões.

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CONCEITO DO LATIM VULGAR

JOO KLEBER DE SOUSA NOBRE


MARIA ELISANELMA DIAS FREIRE
OSMARINA ALCNTARA COELHO
RESUMO
"Latim vulgar" era o latim essencialmente falado pela grande massa popular meno
s favorecida e quase que inteiramente analfabeta do Imprio Romano. O latim uma an
tiga lngua indo-europia do ramo itlico originalmente falada no Lcio, a regio do entor
no de Roma. Foi uma lngua propositalmente ignorada pelos gramticos e escritores ro
manos, pois, era considerada indigna de considerao. No campo poltico Roma principia
va longas conquistas externas e com isso levavam para os domnio conquistados os hb
itos e costumes de vida e, sob o influxo de multplos fatores, diversificou-se com
o tempo nas chamadas lnguas romanicas.
Palavras-chave: Latim vulgar. Massa popular. Indo-europeia. Roma.
ABSTRACT
"Vulgar" was essentially Latin spoken by the great mass of people less privileg
ed and almost entirely illiterate of the Roman Empire. Latin is an ancient IndoEuropean branch italics originally spoken in Latium, the region immediately surr
ounding Rome. It was a language deliberately ignored by grammarians and Roman wr
iters, it was considered unworthy of consideration. In the political field outsi
de Rome was begnning longs reaches and thus led to the field won their custms an
d habits of life, and , and under the influence of multiple factors, diversified
over time into so-called Romance languages.
Key words: Latin vulgar. Mass people. Indo-European. Rome.
INTRODUO
A princpio, o que existia era simplesmente o latim. Depois, o idioma dos romanos
se estiliza, transformando-se num instrumento literrio. Passa ento a presentar do
is aspectos, que com o correr do tempo se tornam cada vez mais distintos: o lati
m clssico e o vulgar. No eram duas lnguas diferentes, mas dois aspectos da mesma lng
ua. Um surgiu do outro, como a rvore da semente.
Essa pesquisa ser realizada mediante reviso bibliogrfica, onde abordaremos com mai
or nfase o latim vulgar, sua importancia e peculiaridades para que com isso o tem
a seja melhor compreendido tendo em vista sua importncia no princpio da linguagem
romanica e suas transformaes no decorrer da histria.
A prioi, o presente artigo ser publicado na internet com o objetivo de divulgar
o tema e com isso ampliar conhecimentos, contribuindo assim com o processo de co
nstruo e disseminao do conhecimento.
1 A ORIGEM DO LATIM
O latim era o idioma oficial do imprio romano. Como toda e qualquer lingua, comp
reendia uma modalidade clssica, falada e sobretudo escrita pelas classes sociais
mais elevadas, bastante uniforme em funo da influncia estabilizante do ensino e da
cultura. uma modalidade popular, despreocupada e espontnea, chamada latim vulgar.
Deste latim falado, sem pretenses literrias e muito diferente da forma clssica, der
ivam- se todas as lnguas romanicas ou neolatinas.
Roma tinha a vocao inata de conquista e chegou a ocupar territrios em toda a Europ
a,, norte da frica e sia. Esses territrios eram invadidos por soldados que falavam
o latim vulgar. Aps a conquista, comerciantes e colonos romanos instalavam-se nes

sas regies e intensificavam o intercmbio linguistico com os povos recm conquistados


. Como afirma (OLIVEIRA 1994, p.22) "O latim era imposto e aceito com relativa f
acilidade no s porque era uma lingua mais evoluida que a dos povos vencidos, mas s
obretudo por ser a lingua dos vencedores".
De acordo com Coutinho, 2005 p. 29 o latim apresenta dois aspectos que com o co
rrer do tempo, se tornam cada vez mais distintos: o clssico e o vulgar. Chama-se
latim vulgar o latim falado pelas classes inferiores da sociedade romana inicial
mente e depois de todo o imprio Romano. Nessas classes estava compreendida a imen
sa multido das pessoas incultas que eram de todos indiferentes s criaes do esprito, q
ue no tinham preocupaes artsticas ou literrias, que encaravam a vida pelo lado prtico,
objetivamente. Como afirma COUTINHO(2005,p.30) a estas pertenciam.
os soldados (milites), os marinheiros (nautae), os artifices (fabri), os agricu
ltores (agricotae), os barbeiros (tonsores), os sapateiros (sutores), os taverne
iros (caupones), os artistas de circo (histriones), etc., homens livres e escrav
os, que se acotovelavam nas ruas, que se comprimiam nas praas que frequentavam o
forum, que superlotavam os teatros, a negcio ou em busca de diverses, toda essa ge
nte, em fim que se passara pela escola, dela s conservara os conhecimentos mais n
ecessrios ao exercicio da sua atividade.
A denominao latim vulgar, embora um tanto imprpria, tornou-se termo tcnico da lingu
istica. Por ela devemos entender, de acordo com B.E.Vidos, citado por CUNHA e CI
NTRA (2008, P. 11) " a lingua falada por todas as camadas da populao e em todos os
perodos da latinidade".
Ainda sobre a expresso latim vulgar, embora geralmente admitida imprpria para sig
nificar o que com ela se pretende. Por isso, tem-se procurado corrigir essa impr
opriedade, substituindo-as por outras. Convm citar a este respeito o que diz o Pr
of. Serafim da Silva Neto, por COUTINHO (2005, p.30) "s variedades da lngua falada
chamaremos sermo usualis, latim corrente, latim coloquial _ fugindo a expresso l
atim vulgar, que muito defeituosa".
O latim vulgar era mais simples em todos os nveis, mais expressivo, mais concret
o e mais permevel a elementos estrangeiros, pois continuou se transformando ao lo
ngo dos sculos at que em mais ou menos 600 d.C. j constitua os primeiros "romances"
(ou seja, as primeiras manifestaes das lnguas romnicas, muito prximas ainda do latim
vulgar) e depois, a partir do sc. IX, as lnguas romnicas.
O latim vulgar , na verdade, um latim popular que existiu em todas as pocas da lng
ua latina. Este latim pertencia a uma populao que era muito pouco ou nada escolari
zada e que, portanto, no poderia ter sido influenciada pelos modelos literrios e p
ela escola (cf. Herman, 1967: 16).
Meillet (Esquisse, p. 239) fala sobre o latim vulgar como um conjunto de tendnci
as que se manifestavam diferentemente conforme o maior ou menor grau de educao dos
que o falavam, e segundo o tempo e os lugares onde era falado. Porm, surpreenden
te que apesar da variabilidade cronolgica, social e geogrfica, o latim vulgar poss
ua uma homogeneidade suficientemente extensa para que fosse entendido em seu vast
o territrio. Havia uma unidade no latim vulgar, que fazia dele uma espcie de koin l
atin Quintiliano (Inst. Orat. 1, 5, 29) observou que a norma latina era relativa
mente simples, porque em latim no havia dialetos, o que no acontecia com o grego (
Apud Vnnen: 1981 p. 20).
O latim vulgar tinha, desde a poca de Plauto, e ainda mais, a partir de Ccero, pe
culiaridades gerais suficientes para dar-lhe um aspecto mais ou menos definido e
m oposio ao sermo urbanus e ao sermo litterarius. Segundo Maurer Jr. (1962), essas
diferenas vinham de trs fatores principais. O primeiro fator era por que o latim
vulgar representava a lngua do povo comum, da plebe romana, enquanto o latim clssi
co era um produto da sociedade aristocrtica. A enorme oposio social entre essas dua
s classes se refletia na lngua e que era capaz de explicar as diferenas no vocabulr
io e na sintaxe. O segundo que o latim clssico, apesar de ter-se originado em um
latim vivo e falado, , em geral, mais conservador e arcaizante do que o latim vul
gar. O terceiro fator deve-se ao fato de o latim vulgar ser fruto de uma populao h

eterognea, que empregava mal a lngua latina, corrompendo-a. Sem esquecer que a cri
ao da literatura obra de estrangeiros, basta citar Lvio Andronico, nio, Plauto, Ternc
io. O prprio Ccero (Apud Maurer Jr., 1962: 65 96) afirma que o falar da cidade, em
seu tempo, era diferente do sculo anterior, no qual ainda se ouvia o bom latim,
embora j assinale a existncia de uma linguagem corrompida em muitas famlias do sculo
II a.C. Ele atribui a deturpao do latim invaso de estrangeiros que falavam mal a ln
gua (Brutus, 210, 213, 258).
Diferenas entre o sermo plebeius e o sermo urbanus esto presentes na pronncia, no
vocabulrio, na sintaxe, e na morfologia. A distncia que separava o latim vulgar do
latim culto era a princpio pequena, mas j podia ser vista a partir do sc. IV a.C.
O vocabulrio era, em boa parte o mesmo, sobretudo o que servia para o uso da vida
cotidiana. O latim vulgar nunca se isolou completamente da lngua literria, pois s
empre houve um convvio constante entre todas as classes, atravs do teatro, s vezes
pela escola e, mais tarde, pela Igreja. Portanto, existiu sempre uma contribuio li
mitada, porm contnua, da lngua clssica para a popular. Como cita Cintra e Cunha (200
8, p. 11).
Falado em tamanha rea geogrfica, por povos de raas to diversas, o latim vulgar no po
deria conservar a sua relativa unidade, j precria como a de toda lngua que serve de
meio de comunicao a vastas e variadas comunidades de analfabetos.
No possvel supor que o sermo urbanus em contato permanente com o vulgares, no se d
eixasse penetrar de certos vulgarismos, como tambm no se pode negar que a lngua do
povo contivesse palavras ou expresses pertencentes lngua culta.
Finalmente, cabe citar o seguinte trecho de Maurer Jr., O problema do latim vul
gar, p.69, onde a questo da diferena entre as duas formas de lngua latina falada es
t to bem colocada:
perfeitamente razovel dizer (...) que a lngua falada latina apresenta matizes div
ersos e uma gradao contnua desde a linguagem inculta dos plebeus proletrios dos bair
ros pobres de Roma at o falar elegante das pessoas mais cultas da alta sociedade.
Enquanto, porm, nessa forma elegante a lngua falada divergia relativamente pouco
da lngua dos textos literrios ? pelo menos na poca de Ccero -, nas camadas inferiore
s da sociedade romana e, mais tarde, na populao latinizada do Imprio, esse latim ap
resentava outro aspecto: admitia inovaes revolucionrias (...).
O latim integra as lnguas itlicas e seu alfabeto baseia-se no alfabeto itlico anti
go, derivado do alfabeto grego. No sculo IX a.C. ou VIII a.C., o latim foi trazid
o para a pennsula Itlica pelos migrantes latinos, que se fixaram numa regio que rec
ebeu o nome de Lcio, em torno do rio Tibre, onde a civilizao romana viria a desenvo
lver-se. Naqueles primeiros anos, o latim sofreu a influncia da lngua etrusca. Emb
ora o latim seja hoje uma lngua morta, com poucos falantes fluentes e sem que nin
gum o tenha por lngua materna, ainda empregado pela Igreja Catlica. Exerceu enorme
influncia sobre diversas lnguas vivas, ao servir de fonte vocabular para a cincia,
o mundo acadmico e o direito. O latim vulgar, um dialeto do latim, o ancestral da
s lnguas neolatinas (italiano, francs, espanhol, portugus, romeno, catalo, romanche
e outros idiomas e dialetos regionais da rea); muitas palavras adaptadas do latim
foram adotadas por outras lnguas Modernas.
O latim ainda a lngua oficial da Cidade do Vaticano e do Rito Romano da Igreja C
atlica. Foi a principal lngua litrgica at o Conclio Vaticano Segundo nos anos 1960. O
latim clssico, a lngua literria do final da Repblica e do incio do Imprio Romano, ain
da hoje ensinado em muitas escolas primrias e secundrias, embora seu papel se tenh
a reduzido desde o incio do sculo XX. Como diz Bassetto (2005, p.17).
Inicialmente, o latim usado pela Igreja estava mais prximo da variedadevulgar, u
ma vez que os apstolos, em sua maioria, no eram homens letrados,e o maior nmero dos
que abraavam a nova f eram pessoas humildes e incultas. Posteriormente, a partir
do sculo IV, o latim eclesistico se aproxima da norma literria atravs dos escritos d
os Padres e Doutores da Igreja, ainda que mantenha ponto de contato com a lngua d
o povo, sobretudo nos primeiros sculos. (...) Enquanto o latim vulgar e, com ele,

o latim cristo, se fragmentava em numerosos dialetos, durante a fase "romance" d


as lnguas romnicas, o latim, herdeiro da tradio literria romana, tornou-se a lngua da
Igreja.
A expanso do Imprio Romano espalhou o latim por toda a Europa e o latim vulgar te
rminou por dialetar-se, com base no lugar em que se encontrava o falante. O lati
m vulgar evoluiu gradualmente de modo a tornar-se cada uma das distintas lnguas r
omnicas, um processo que continuou pelo menos at o sculo IX. Tais idiomas mantivera
m-se por muitos sculos como lnguas orais, apenas, pois o latim ainda era usado par
a escrever. Por exemplo, o latim foi a lngua oficial de Portugal at 1296, quando f
oi substitudo pelo portugus. Estas lnguas derivadas, como o italiano, o francs, o es
panhol, o portugus, o catalo e o romeno, floresceram e afastaram-se umas das outra
s com o tempo.
O latim vulgar evoluiu gradualmente de modo a tornar-se cada uma das distintas
lnguas romnicas, um processo que continuou pelo menos at o sculo IX. Tais idiomas ma
ntiveram-se por muitos sculos como lnguas orais, apenas, pois o latim ainda era us
ado para escrever. Por exemplo, o latim foi a lngua oficial de Portugal at 1296, q
uando foi substitudo pelo portugus. Estas lnguas derivadas, como o italiano, o fran
cs, o espanhol, o portugus, o catalo e o romeno, floresceram e afastaram-se umas da
s outras com o tempo.
Como o contacto com o latim escrito se manteve ao longo dos tempos, mesmo muito
depois de o latim deixar de ter falantes nativos, muitas palavras latinas foram
sendo introduzidas em muitas lnguas. Este fenmeno acentuou-se desde o Renasciment
o, altura em que a cultura clssica foi revalorizada. Sobretudo o ingls e as lnguas
romnicas receberam (e continuam a receber) muitas palavras de origem latina, mas
bastantes outras lnguas tambm o fizeram. Em especial, muitos novos termos dos domni
os tcnicos e cientficos tm na sua base palavras latinas.
Atualmente, a terminologia latina amplamente usada nas reas de filosofia, medici
na, biologia e direito, dentre outras, em termos e abreviaes como lato sensu, etc.
, i.e., inter alia e outros. As palavras latinas so empregadas isoladamente, como
termos tcnicos. Nos casos em que importante empregar uma lngua neutra, como em no
mes cientficos de organismos, costuma-se usar o latim. Alguns filmes, como A Paixo
de Cristo, apresentam dilogos em latim.
Embora a literatura romana sobrevivente seja composta quase inteiramente de obr
as em latim clssico, a lngua falada no Imprio Romano do Ocidente era o latim vulgar
, que diferia do primeiro em sua gramtica, vocabulrio e pronncia.
O latim manteve-se por muito tempo como a lngua jurdica e governamental do Imprio
Romano, mas com o tempo o grego passou a predominar entre a elite culta, j que gr
ande parte da literatura e da filosofia estudada pela classe alta romana havia s
ido produzida por autores gregos, em geral atenienses. Na metade oriental do Impr
io, que viria a tornar-se o Imprio Bizantino, o grego terminou por suplantar o la
tim como idioma governamental, e era a lngua franca da maioria dos cidados orienta
is, de todas as classes.
Contido durante muito tempo, em suas expanses naturais, pela ao dos gramticos, da l
iteratura e da classe culta, o latim vulgar se expande livremente mais tarde, co
m a runa do Imprio Romano e o avassalamento dos seus domnios plas hordas barbaras, c
uja consequencia foi, e no podia deixar de ser, o fechamento das escolas e o desa
parecimento da aristocracia, onde se cultivavam as boas letras.
No estudo do latim vulgar, deve-se salientar a importncia das obras dos escritor
es da decadncia Romana, sobre tudo daqueles que, visando a um objetivo superior,
escreviam com simplicidade, sem a preocupao da gramtica e do estilo. Neste nmero, es
to os escritores cristos. Onde o latim apresenta variaes conforme o perodo histrico qu
e se examina:
Pr-clssico, do sculo VII a.C. ao sculo II a.C.. As inscries mais antigas procedem do
ulo VII a.C. Nos sculos III e II a.C. a literatura faz sua apario, sob influncia gre
ga (Plauto, Terncio).
Clssico, do sculo II a.C. ao sculo II d.C. A idade dourada da literatura latina.
Latim vulgar, incluindo o perodo patrstico, do sculo II ao V, inclusive a Vulgata d
e So Jernimo e as obras de Santo Agostinho.
Perodo medieval, do sculo VI ao sculo XIV; surgem as lnguas romnicas.

Perodo renascentista, do sculo XIV ao XVII.


Neolatim (ou latim cientfico), do sculo XVII ao sculo XIX.
Aps a sua transformao nas lnguas romnicas, o latim continuou a fornecer um repertrio
de termos para muitos campos semnticos, especialmente culturais e tcnicos, para um
a ampla variedade de lnguas.
1.1 AS CARACTERSTICAS DO LATIM VULGAR CONFORME COUTINHO:
1.1.1 No vocabulrio:
a. Pela preferncia dada as palavras compostas, derivadas ou exoresses perifrsicas:
accu?ist; (iste), depost (post), fortimente (fortiler);
1.1.1.1 Na fontica:
a) Pela reduo dos ditongos e hiatos a simples vogais: plostrum(plaustrum), orum (
aurum), preda (praeda).
b. Pela transformao ou queda de alguns fonemas: justicia (iustilia), cocere (coqu
ere).
c. Pelo obscurecimento dos sons finais: es (est), dece (decem).
d. Pela tendencia a evitar palavras proparoxtonas: masclus (masculus), domnus (d
ominus).
e. pela tansposicodo acento tnico, em circunstncias especiais: cathdra (cthedra), in
tgrum (ntegrum).
f. Pela confuso reinante entre i e e, sobretudo em hiato: famis (fames), nubis (
nubes).
g. Pela desnasalizao ou quedq do n no grupo ns ou nf: asa (ansa), iferi (inferi).
h. Pelas frequentes assimilaes: isse (ipse), pessicum (persicum), dossum (dorsum)
, grunnio (grundio).
i. Pela prtese de um i nos grupos iniciaisst, sp, sc: istare (stare), ispiritus
(ispiritus).
1.1.1.2.1 Na morfologia:

a. Pela reduo das cinco declinaes do latim clssico a trs, proveniente da confuso da q
inta com a primeira e da quarta com a segunda: dia, ae (dies, ei), glacia ae (gl
acies, ei);frctus, i (fructus, us),gemiotus, i (gemitus, us);
b. Pela reduo dos casos, tendo-se conformado, em todas as declinaes, o vocativo com
o nominativo; o genitivo, dativo e ablativo, j desnecessrios pelo emprego mais fr
equente das preposies, com o acusativo: cum filios (cum filiis),ex litteras (ex li
tteris), saturninus cum discentes(cum discentibus);
c. Pela tendncia em tornar masculinos os nomes neutros quando no singular: vinus
(vinum), falus (falum), templus (templum); e femininos, quando no plural: folia
), (gen.foliae);
d. Pela substituio das formas sintticas do comparativo e superlativo pelas analtica
s: plus ou magis certus (certior), mullum justus (justssimus);
e. Pelo uso do demonstrativo ille, illa, e do numeralunus, una,como artigo: ill
e homo, illa domus, unum templum;
f. Pela confuso nas conjues: florire (florere), lucire (lucere), ridire (ridere),
sapre (spere) cadre (cdere).
g. Pela formao analgica de alguns infinitivos irregulares: essere (esse), polere (
posse), rolere (relle);
h. Pela transformao dos verbos depoentes em ativos: sequo (sequor), mentio (menti
or), irasco (irascor).
i. Pela substituio do futuro imperfeito do indicativo por uma perfrase em que entr
ava o infinitivo de um verbo e um o indicativo de habere: amare habeo (amabo), d
ebere habeo (debedo), audire habeo (audiam);
j. Pelo emprego de uma perfrase verbal, contituida pelo infinitivo e o imperfeit
o do indicativo de habere, que deu origem ao nosso condicional: amare habebam, a
udire habebam;
k. Pelo uso do mais-que-perfeito do subjuntivo pelo imperfeito do mesmo modo: a

massem (amarem), legissem (legerem), audissem (audirem);


l. Pelo emprego de perfrases, formadas pelo sum e particpio passado de outro verb
o, em lugar ads formas passivas sintticas: amatus sum (amor), captus sum (capior)
, auditus sum (audior);
2 NA SINTAXE:

a. Pelas construes analticas: credo quod terra est rotunda por credo terram esse r
otundam;
b. Pela regncia diferente de alguns verbos: persuadere aliquem, maledicere aliqu
em;
c. Pelo emprego mais frequente das preposies em vez dos casos: dedi ad patrem (de
di patri), liber de pedro (petri liber);
d. pela ordem direta.
Observa-se que no nvel fontico, o latim vulgar caracteriza-se sobretudo pelo fato
de evitar as palavras pronunciadas como proparoxtonas. No nvel lexical, predomina
o uso de vocabulrios mais caracteristicamente populares e afetivos com sufixos d
iminutivos. Ccero empregara vrios diminutivos(febrcula, nauseola, etc.), mas Catulo
e Petrnio empregava mais abundante ainda (amiculus (amiguinho), basiolum (beijin
ho), etc. No nvel morfolgico, nota-se uma tendncia natural para o uso de formas ana
lticas, que funcionam, em alguns casos, como marcas de expressividade. J no nvel si
nttico, manifesta tendncia para o uso de formas analticas, pela introduo de preposies,
artigos, pronomes reduo dos casos, e pela preferncia na utilizao das oraes substantiva
desenvolvidas. Igualmente caracterstico da linguagem corrente o gosto pelo concr
eto: mulier (mulher) em vez de uxor (esposa).
3 A TRANSFORMAO DO LATIM VULGAR EM DIALETO
Com a queda e fraguimentao do Imprio Romano sucede-se a supresso dos elementos unif
icadores do idioma. Isto , o latim vulgar, j substancialmente modificado pela ao do
substrato linguistico peninsular, perde progressivamente terreno e desenvolve-se
diferentemente em cada regio. Isto equivaler dizer que o latim vulgar se dialetou
, sobretudo devido invaso brbaro-germnica. Como afirma OLIVEIRA (1994, P.24).
O latim por influncia do substrato e do superstrato, tornou-se cada vez mais dia
letado e mais afastado da lngua falada pelos conquistadores romanos. Houve ento, u
m periodo intermedirio da evoluo das lnguas romnicas durante o qual a lngua utilizada
no era a latina, tampouco as neolatinas atuais, mas o latim vulgar modificado pel
os diferentes substratos regionais e pelos superstratos dos conquistadores brbaro
s.
A esse perodo d-se o nome de romance ou romano. Pois alguns fatores histricos viera
m contribuir para ativar o processo de dialetazao,como o edito de Caracala que est
endera o direito de cidadania a todos os indivduos livres do imprio, com o que Rom
a e Itlia perderam a situao privilegiada que desfrutavam.
Diocleciano, que governou de 284 a 305, instituiu a obrigatoriedade do latim co
mo lngua da administrao. Mas, contraditoriamente, anulou os efeitos dessa medida un
ificadora ao descentralizar poltica e administrativamente o Imprio em doze diocese
s, caminho aberto para o aguamento de nacionalismos regionais e locais. Nasce nes
se momento, as nacionalidades modernas.
Em 330, Constatino, que se tornara defensor do cristianismo, transferiu a sede
do Imprio para Binzncio, a nova constatinopla.
Com a morte de Teodsio em 395, o vasto domnio foi dividido entre os seus dois fil
hos, cabendo a Honrio o Ocidente, e a Arcdio o Oriente.
As foras linguisticas desagregadoras puderam ento agir livremente, e de tal forma
que, em fins do sculo V, os falares regionais j estariam mais prximos dos idiomas
romnicos do que do prprio latim. Comea ento o periodo do romance ou romano, denominao
ue se d a lngua vulgar nessa fase de transio que termina com o aparecimento de texto
s redigidos em cada uma das lnguas romnicas.

CONSIDERAES FINAIS
O latim vulgar, um dialeto do latim o ancestral das lnguas neolatinas (italiano,
francs, espanhol, portugus, romeno, catalo, romanche e outros idiomas e dialetos r
egionais da rea); muitas palavras adaptadas do latim foram adotadas por outras lng
uas modernas, como o ingls. O fato de haver sido a lingua franca do mundo ocident
al por mais de mil anos prova de sua influncia.
Com isso, esperamos que este artigo tenha contribudo para divulgar a importncia d
o latim vulgar no princpio da linguagem romnica. Durante a pesquisa pudemos observ
ar que o latim vulgar disprovido de regras gramaticais, mas rica em concretude e
em expressividade, que dar origem s lnguas romnicas. a lngua da massa popular que es
teve sempre esquecida e completamente dissociada do latim literrio, j que o que se
v, mais comumente, o ensino do latim clssico como uma lngua artificial, oposta fal
ada na variedade plebia, porm, sem nenhum vnculo com a lngua culta falada.
Fazia parte dessa classe pessoas incultas que eram de todas indiferente s criaces
do esprito, que no tinham preocupaes artsticas ou literrias, que encaravam a vida pel
o lado prtico e objetivo. A esta pertenciam os soldados, marinheiros, agricultore
s, barbeiros, sapateiros, camponeses, artistas de circo, homens livres e escravo
s.
Essas pessoas que utilizavam o latim vulgar, no objetivavam alcanar um nvel culto
e sim o seu trabalho em no seu dia-a-dia.no visavam portanto, as inovaes clssicas.
O latim a lngua materna das civilizaes ancestrais. Hoje considerado como lngua mort
a tendo portanto, pouco falante fluente. A igreja catlica uma das nicas instituies q
ue ainda hoje usa o latim em sua contextualizao.
REFERNCIAS
AUERBACH, Erich. Introduo aos estudos literrios. Trad. de Jos Paulo Paes. So Paulo:
Cultrix, 1972.
BASSETTO, Bruno Fregni. Elementos de filologia romnica. So Paulo: Edusp, 2001.
BOLO, Manuel de Paiva. Introduo ao estudo da Filologia Portuguesa. Lisboa: Revista
de Portugal, 1946.
COUTINHO, Ismael de Lima. Gramtica Histrica. 19 ed. Rio de Janeiro: Ao Livro Tcnico
, 2005.
CUNHA, Celso; CINTRA, Luiz F. Lindley. Nova Gramtica do Portugues Contemporneo. 5
ed. Rio de Janeiro: Lexicon, 2008.
??????. Gramtica do latim vulgar. Rio de Janeiro: Acadmica, 1959.
HERMAN, Jzsef. Le latin vulgaire. Paris: Presses Universitaires de France, 1967.
JUNIOR MAURER, Theodoro Henrique. A unidade da Romnia ocidental. USP/FFLCH, 1951
.
MAROUZEAU, Jules. Trait de stylistique latine
Leia mais em: http://www.webartigos.com/artigos/latim-vulgar/47453/#ixzz3oil6oz8
s

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