SESC - SO PAULO
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
ISCA - INTERNATIONAL SPORT AND CULTURE ASSOCIATION
ANAIS
FRUM INTERNACIONAL DE GINSTICA GERAL
Editoras:
Elizabeth Paoliello
Eliana Ayoub
24 a 31 de Agosto de 2001
Campinas-SP
FICHA CATALOGRFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA-FEF-UNICAMP
Frum Internacional de Ginstica Geral; (1.:2001: Campinas, SP)
F779a
Anais do I Frum Internacional de Ginstica Geral / editado por Elizabeth
Paoliello Machado de Souza, Eliana Ayoub. -- Campinas, SP: SESC:
Faculdade de Educao Fsica, UNICAMP, 2001.
ISBN 85-902634-1-X
1. Educao Fsica. 2. Ginstica. 3. Ginstica Geral. I. Souza, Elizabeth
Paoliello Machado de. II. Ayoub, Eliana. III. Ttulo.
CDD
613.7
796
Anais do Frum Internacional de Ginstica Geral
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Comisso Organizadora
Presidentes: Elizabeth Paoliello FEF/UNICAMP
Ernesto Mrquez Filho SESC/Campinas
Jorge Srgio Prez Gallardo - FEF/UNICAMP
Eliana Ayoub FE /UNICAMP
Cristiane Montozo Fiorin
Thas Franco Bueno
Mnica Caldas Ehrenberg
Claudia Mara Bertolini
Carlos Henrique Silvestre
Vagner Oliveira
Silvia Pavesi Sborquia
Fernanda Clia Alcntara S. Chaparim
Ieda Parra Barbosa Rinaldi
Evaldo Bertazzo
Las Pozzi Semeghini Pestana
Giovanna Sara
Laurita Marconi Schiavon
Luciano Truzzi
Andresa Ugaya
Ana Guedes Galleti
Andrea Desiderio da Silva
Tatiana Bierrenbach
Hans Ulrich Lenk
Ana Paula Sato
Daniel de Brito Mota
Dbora Alice Machado da Silva
Luis Fernando de Lourdes
Rodrigo Mallet Duprat
Poliana Hadich
Secretaria
Raimunda Beserra da Silva
Mariangela Cristina Padovani Bartier
Paulo Gonzales Hofstatter
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Campinas/SP, 24 a 31 de Agosto de 2001
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APRESENTAO
com imensa satisfao que apresentamos os Anais do Frum Internacional de
Ginstica Geral, realizado em Campinas SP, no perodo de 24 a 31 de Agosto de 2001,
numa parceria entre o SESC, a Faculdade de Educao Fsica da UNICAMP e a ISCA
-International Sport and Culture Association.
Este evento surgiu como um projeto do Grupo de Pesquisa em Ginstica Geral da
Faculdade de Educao Fsica da Unicamp e Grupo Ginstico Unicamp, com o objetivo de
dar continuidade aos trabalhos desenvolvidos quando da realizao do Frum Brasileiro de
Ginstica Geral em 1999, encontrando total apoio e entusiasmo do SESC em levar avante
essa iniciativa, unindo esforos a fim de incrementar a prtica da Ginstica Geral em nossa
sociedade.
Contou com a participao de palestrantes e professores brasileiros e estrangeiros
alm de aproximadamente 100 ginastas de vrios pases como: Chile, Argentina,
Alemanha e Dinamarca que desenvolveram cursos, workshops e festivais mostrando tanto
os aspectos pedaggicos da Ginstica Geral como suas possibilidades de manifestao
artstica. Essa convivncia entre os ginastas e professores brasileiros e estrangeiros trouxe,
certamente, um enriquecimento cultural para todos estimulando o intercmbio de idias,
conhecimentos e facilitando o entendimento e o relacionamento humano.
Os trabalhos apresentados nas Mostras Pedaggicas, Vdeo Psteres e Psteres
assim como nas Conferncias e Mesas Temticas, publicados nesses Anais, demonstram a
riqueza e diversidade das propostas pedaggicas e pesquisas realizadas no mbito da
Ginstica Geral, constituindo-se numa importante fonte de informao para a rea.
Acreditamos que este evento ultrapassou as expectativas e objetivos iniciais e
demonstrou que a Ginstica Geral vem firmando-se como uma forma de possibilitar, por
meio da prtica da atividade fsica para todas as pessoas, a participao, o respeito
individualidade e a alegria e o prazer da convivncia.
Elizabeth Paoliello
Faculdade de Educao Fsica da Unicamp
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PALAVRAS DO SESC
H um consenso que aponta para a importncia da atividade fsica regular como
fator de primordial influncia nas condies de sade e qualidade de vida das pessoas. Esse
princpio, por si s, no capaz de assegurar que os benefcios propagados, em instncias
cientficas e mesmo do senso comum, estejam distribudos com equanimidade no meio
social.
Um dos determinismos, adotado em larga escala, concebe a prtica do exerccio
como uma atividade uniforme com um fim em si mesma, dissociada da perspectiva de
propiciar uma ampliao dos nveis de conscincia e sensibilidade corporal de quem a
pratica. Balizada nos modismos de ocasio, essa corrente atua no sentido de fragmentar a
experincia do movimento, ao deixar de integrar aspiraes individuais e grupais,
dificultando as possibilidades de participao de pessoas com diferenciados nveis de
habilidades.
desejvel que a atividade fsica possa ser entendida como um meio capaz de
desenvolver um amplo conjunto de potencialidades humanas, sejam elas fsicas, artsticas
ou sociais. Um patamar que deve ser construdo para que o ser humano tenha a
possibilidade de participar de atividades fsicas que estejam dissociadas de um estilo
exclusivo, uniforme, e nas quais todas as pessoas se tornem importantes e necessrias para
produzir uma relao de interdependncia baseada na conscincia da unidade e da
cooperao.
Ao realizarmos, em parceria com a Universidade Estadual de Campinas/Unicamp e
a International Sport and Culture Association/ISCA, o Frum Internacional de Ginstica
Geral, procuramos fomentar um campo de discusso e de reflexo oferecidas pela ginstica
geral. Elas vo ao encontro da transformao do indivduo passivo em sujeito ativo do
grupo social. Parte desse esforo est contido no trabalho dos profissionais e estudiosos
que participaram desse frum e que encontram, no registro e sistematizao de seus
trabalhos, renovada oportunidade de difundir seus esforos em prol da Ginstica Geral
brasileira.
Danilo Santos de Miranda
Diretor do Departamento Regional
do Sesc de So Paulo
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SUMRIO
PROGRAMA
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CONFERNCIA
Ginstica Geral: da formao profissional ao mercado de trabalho
Jorge Sergio Prez Gallardo
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MESAS TEMTICAS
A Ginstica Geral e a formao universitria - Elizabeth Paoliello
25
A Ginstica Geral no contexto escolar - Eliana Ayoub
30
La Gimnasia General en la perspectiva de clubes, asociaciones y espacios pblicos
Gunardo Pedersen
36
PSTERES
Vivncias Corporais Ldicas - Albertina Bonetti e Camila do Vale de Lucca
43
Rope Skipping na Ginstica Geral - Ana Paula Barbosa Sato, Daniel de Brito Mota e
Elizabeth Paoliello Machado de Souza
45
Ginstica Geral: diagramao das formaes coreogrficas - Braulio Rocha
49
Possveis caminhos da Ginstica Geral no prximo sculo - Cristiane Montozo Fiorin
51
A Ginstica Geral como um contedo procedimental da Ginstica Escolar Eliana de Toledo
56
Ginstica Geral e formao humana - Fernanda Clia Alcntara Silva Chaparim e
Elizabeth Paoliello Machado de Souza
61
A expresso do movimento na Ginstica Geral - Giovanna R. Sara
65
A Ginstica Geral e os Cursos de Licenciatura em Educao Fsica - Ieda Parra
Barbosa Rinaldi e Elizabeth Paoliello Machado de Souza
68
A Ginstica nos campeonatos escolares de Esporte: da competio apresentao Jos Adnis da Silva Jnior
73
A Ginstica Geral e a preveno primria ao uso de drogas - Luciano Truzzi e
Andresa Ugaya
75
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A experincia vivenciada no Programa Internacional de Formao de Jovens Lderes
International Youth Leader Education - 2000 - Iyle - 2000 Gymnastikhjskolen I Ollerup Dinamarca - Luiz Fernando Costa de Lourdes
79
La Gimnasia General en Espaa - Marco Antonio Coelho Bortoleto e Merc Mateu
84
A Fanfarra e a construo da Ginstica Geral - Maria Cristina de Souza
91
Desenvolvimento coreogrfico em Ginstica Geral: teoria e prtica - Maria Teresa
Bragagnolo Martins, Juliana Marino e Paola M. Reis
94
Estudos avanados em Ginstica: aproximaes entre a escola e a universidade Marilene Cesrio, Ana Maria Pereira, Alana Pansanato Vilcenski, Rafael Marques
Frana e Mariana Gonalves
97
A disciplina Ginstica Geral como projeto de trabalho no Centro Universitrio Unifieo:
uma experincia interdisciplinar - Marlia Velardi e Olavo Dias de Souza Jr.
100
Ginstica Acrobtica com Pom-Pom e seus benefcios na Educao Fsica Escolar Marta Botelho
105
A Ginstica Geral na Educao Escolar Infantil: uma experincia com projetos Martha Almeida Picaz Glomb e Viviane Aparecida Fuggi
107
Experincia da aplicao dos contedos da expresso corporal como fator
sociabilizador nas aulas de Educao Fsica na escola - Maryland R. S. Artusi
111
Fernando Brochado: uma vida pela Ginstica Geral - Rosa Maria Arajo Simes
114
A Ginstica Geral e as categorias estticas - Silvia Pavesi Sborquia
119
Aulas Historiadas como estratgia de ensino em Educao Fsica: uma experincia
vivida com a Ginstica - Vagner de Lima Oliveira
124
VDEO PSTERES
A Ginstica Geral em clubes: ensaios de uma proposta partir da experincia vivida Eliana de Toledo
131
Ginstica Geral para todos - Henrique Sanioto
135
A Dana na terceira idade: fundamentada no processo pedaggico da
Ginstica Geral - Rejana Gomes Nogueira Torquato
136
Atividades de Ginstica Geral na Escola Educao Infantil 4a srie do Ensino
Fundamental - Suzana Bastos Ribas Koren e Vilma L. Nista-Pccolo
141
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Ginstica de grande rea: uma realidade possvel no contexto escolar Thais Franco Bueno, Rosa E. Di Sevo Nesso, Tereza E. Barcellos, Valria A.
dos Santos, Marcio M. A. de Oliveira, Maurcio de C. Ferraz, Raquel B. Gobbo
e Jorge Prez Gallardo
144
MOSTRAS PEDAGGICAS
Processo de composio coreogrfica em Ginstica Geral - Andresa Ugaya e
Luciano Truzzi
149
Animale - Henrique Sanioto
153
Crescendo com a Ginstica na escola Laurita Marconi Schiavon
156
La creatividad en la Danza Escolar - Luis Alberto Linzmayer Gutirrez
159
A Ginstica Geral e os falsos modelos - Odilon Jos Roble
162
Grupo Ginstico da Faculdade de Educao Fsica da Unicamp: uma
experincia de composio coreogrfica - Rodrigo Mallet Duprat,
Ana Paula Barbosa Sato e Elizabeth Paoliello
167
CURSOS INTERNACIONAIS
Rope Skipping (texto: Rope Skipping para iniciantes) - Anne Van Cauwenberghe,
com traduo de Cristiane Montozo Fiorin
175
Rodas Ginsticas (texto: Introduction to wheelgymastics) - Sigrun Leisner
180
RELATRIO DE ATIVIDADES
193
RELATRIO DO ENCONTRO DE MEMBROS DA ISCA AMRICA LATINA
199
Observao: Os textos contidos nestes Anais so de total responsabilidade de seus autores
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PROGRAMA
Dia 24 de Agosto - ABERTURA
20:00h - Conferncia: Participao Voluntria Ao Inclusiva
Anders Bulow ISCA International Sport and Culture Association
Apresentao Artstica
Dia 25 de Agosto
9:00 10:30h - Conferncia: Ginstica Geral: da Formao Profissional ao Mercado de
Trabalho - Prof. Dr. Jorge Prez Gallardo FEF- Unicamp
11:00 12:30h Mesa Temtica: Formao e Mercado
- A Ginstica Geral e a Formao Universitria
Profa. Dra. Elizabeth Paoliello - FEF - Unicamp
- A Ginstica Geral no Contexto Escolar
Profa. Dra. Eliana Ayoub - FE - Unicamp
- A Ginstica Geral na Perspectiva de Clubes, Associaes e Espaos Pblicos
Prof. Gunardo Pedersen - Universidade de Buenos Aires - Argentina
14:00 - 15:30h - Conferncia: Polticas de Desenvolvimento da Ginstica Geral
Sr. Lars Grael - Ministrio dos Esportes
16:00 17:30h - Mesa Temtica: A Ginstica Geral na Dinmica
da Comunidade
- SESC - Servio Social do Comrcio Maria Luiza Souza Dias
- DGI - Danish Gymnastics and Sports Associations - Thomas Dahl
- ISCA - International Sport and Culture Association - Anders Bulow
19:00h Festival de Ginstica Geral
Dia 26 de Agosto
SESSO DE PSTERES - apresentao grfica de uma pesquisa ou experincia
pedaggica em Ginstica Geral
9:00h s 18:00h
SESSO DE VDEO PSTERES - apresentao de uma pesquisa ou experincia
pedaggica em Ginstica Geral, editada em vdeo
9:00h s 18:00h
MOSTRAS PEDAGGICAS - apresentao prtica da sntese de uma proposta de
Ginstica Geral, fundamentada pedagogicamente, com a participao do prprio grupo,
tendo ao final um espao para questionamentos
9:00h s 18:00h
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OFICINAS INTERNACIONAIS - vivncias prticas destinadas aos participantes,
ministradas por professores estrangeiros
14:00 s 16:00h
Oficina 1. Rodas Ginsticas Alemanha
Oficina 2. Dana Escolar Chile
16:30 s 18:30h
Oficina 3. Rope Skipping Blgica
Oficina 4. Ginstica Dinamarquesa Dinamarca
ENCONTRO DE MEMBROS DA ISCA AMRICA DO SUL
9:00 s 12:00h e 16:30 s 18:30h
Dias 27 e 28 de Agosto - CURSOS
9:00 12:00h
Curso 1. Ginstica Rtmica Dinamarquesa - Turma A
Professores: Jeanne Schmidt e Beth Nohr - Dinamarca
Curso 2. Ginstica Dinamarquesa Acrobacias - Turma A
Professores: Lars Joergensen e Stefan Walther Dinamarca
14:00 - 17:00h
Curso 1. Ginstica Rtmica Dinamarquesa - Turma B
Professores: Jeanne Schmidt e Beth Nohr Dinamarca
Curso 2. Ginstica Dinamarquesa Acrobacias - Turma B
Professores: Lars Joergensen e Stefan Walther - Dinamarca
Dias 29 e 30 de Agosto - CURSOS
9:00 12:00h
Curso 3. Rope Skipping - Turma A
Professores: Nadine de Ridder e Geert Hoste RSC Rivierenhof - Blgica
Curso 4. Rodas Ginsticas - Turma A
Professora: Sigrun Leisner - Internationaler Rhoenradturn Verband - Alemanha
14:00 17:00h
Curso 3. Rope Skipping - Turma B
Professores: Nadine de Ridder e Geert Hoste RSC Rivierenhof - Blgica
Curso 4. Rodas Ginsticas - Turma B
Professora: Sigrun Leisner - Internationaler Rhoenradturn Verband - Alemanha
De 27 a 30 de Agosto - MOSTRAS INTERATIVAS DE GINSTICA GERAL demonstraes prticas com grupos de Ginstica internacionais, seguidas de explanao e
interao com o pblico
18:00 s 19:00h
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De 25 a 31 de Agosto - INTERVENES ARTSTICAS
13:00h
De 28 a 31 de Agosto - VIVNCIAS PARA ESCOLARES - vivncias de Ginstica
Geral, com elementos das ginsticas esportivizadas, do circo e da dana para crianas de
escolas pblicas, previamente agendas
9:00h s 12:00h e 14:00h s 17:00h
Dia 31 de Agosto - ENCERRAMENTO
20:00h - Festival Internacional de Ginstica Geral
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CONFERNCIA E
MESAS TEMTICAS
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GINSTICA GERAL da Formao Profissional ao Mercado de Trabalho
Jorge Sergio Prez Gallardo
Professor Doutor do Departamento de Educao Motora
Faculdade de Educao Fsica da Unicamp
com muita emoo que aceitei o convite para participar como conferencista do
Frum Internacional de Ginstica Geral, j que entendo este convite como um
reconhecimento por parte dos meus colegas minha contribuio Educao Fsica e
Ginstica Geral brasileira.
Esta minha contribuio tem acontecido em diferentes momentos da minha vida
acadmica, sendo a primeira delas no ano de 1981, quando realizei uma turn por
Argentina, Uruguai e Brasil, apresentando a minha proposta de Ginstica Geral,
denominada ento de Ginstica Rtmica Formativa, no SESC Vila Nova de So Paulo e na
Associao de Professores de Educao Fsica de Rio de Janeiro, onde alm de ministrar
cursos sobre esta proposta, mostramos 12 composies coreogrficas, utilizando na
maioria delas aparelhos alternativos.
Tive o privilgio tambm de ser professor convidado em trs Cursos Internacionais
de Expanso Cultural em Educao Fsica, patrocinado pela Associao de Professores de
Educao Fsica do Estado de So Paulo, realizados no SESC de Bertioga, nos anos 1984,
1985 e 1986.
Tambm no ano 1984 foi convidado pelo Instituto de Cincias do Movimento, para
ministrar um curso de 20 horas no SESC de Vila Nova de So Paulo, aproveitando a
oportunidade de minha estada no Brasil, para postular a uma vaga no Curso de PsGraduao da Escola de Educao Fsica e Esportes de So Paulo, voltando esse mesmo
ano, no ms de Novembro, para ministrar outro curso, desta vez para professores de
Educao Fsica, organizado pela Associao de Professores de Educao Fsica do Estado
de So Paulo.
Durante os anos de 1985 e 1986, cursando o mestrado em Educao Fsica na
Escola de Educao Fsica da Universidade de So Paulo, ministrei mais de 12 cursos em
diferentes Faculdades de Educao Fsica do Estado de So Paulo.
No ano fim do ano 1986 foi convidado a participar como professor da Faculdade de
Educao Fsica da Unicamp, funo que ocupo at agora.
Narrando minha histria na FEF/Unicamp e o vnculo com a GG
No fim do ano de 1986, aconteceram vrios fatos que modificaram profundamente
a minha vida pessoal e profissional, por problemas polticos foi rescindido o meu contrato
de trabalho com a Universidade de Playa Ancha de Valparaiso Chile, e por uma grande
coincidncia, a Faculdade de Educao Fsica da Unicamp precisava de professores, sendo
ento convidado a participar de um concurso interno para o provimento de uma vaga para
professor de Educao Fsica Escolar.
Tendo sido aprovado no concurso, iniciei a minha atuao profissional na
FEF/Unicamp no ano de 1987, sendo responsvel pelas disciplinas que abordam a
formao e a atuao profissional do professor de Educao Fsica na escola.
Neste contexto e com pretenses de desenvolver atividades de extenso e difuso
de mostras pedaggicas possveis de serem implementadas na escola, resolvi criar um
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grupo ginstico de extenso tendo como modelos os Grupos de Ginstica Rtmica
Formativa que tinha criado no Chile (um na Universidade de Chile Sede Osorno e o outro
na Universidade de Playa Ancha de Cincias da Educao de Valparaiso). Talvez por ser
esta forma de difuso desconhecida no Brasil, o grupo no teve continuidade. Alguns anos
depois foi criado o Grupo Ginstico Unicamp pela professoras Elizabeth Paoliello e Vilma
Nista Pccolo com o intuito de participar na XI Gymnasiada Americana de Buenos Aires,
no ano de 1989, e posteriormente na IX World Gymnaestrada, Amsterdam Holanda,
1991. Por razes que desconheo a professora Vilma no pode participar na Gymnastrada
Mundial e ento fui convidado para acompanhar ao grupo. Como todo o trabalho estava
feito e no tinha participado em nada do processo e das orientaes, preferi no aceitar o
convite, com o compromisso de integrar-me ao grupo na volta da viagem.
Foi assim que no inicio do ano de 1992 inicie a minha participao com o Grupo
Ginstico Unicamp, este grupo estava composto por ex-ginastas de diferentes grupos de
Campinas, sendo em sua maioria ex-alunas das professoras Vilma e Elizabeth.
No incio as dificuldades para trabalhar com o grupo foram grandes, a orientao
competitiva, caracterstica das ginsticas Artstica e Rtmica Desportiva era muito forte,
onde primava a tcnica e a perfeio do movimento, que desse destaque ao ginasta e no o
carter pedaggico da composio.
Uma das primeiras coreografias que realizamos foi Bambu, onde a idia central era
a de mostrar as diferentes formas de utilizar este material nas aulas de Educao Fsica,
onde a composio servisse de modelo ou referncia para que os professores pudessem
aplicar em suas aulas. Derivando o foco de ateno para o tema e para a riqueza de
recursos pedaggicos, que se podem ser obtidos dos materiais alternativos na sua utilizao
nas aulas de Educao Fsica nas Escolas.
Esclarecendo a Ginstica Geral na FIG e no mundo
Como todo pesquisador, uma dos principais recursos que utilizo a observao do
fenmeno investigado, tentando ver qual a essncia deste fenmeno, e a partir dali revisar
as diferentes interpretaes ou concepes que grupos sociais fazem dele.
Assim vejo que a Ginstica Geral em sua essncia a agrupao de pessoas com
interesses em comum, por mostrar o que elas fazem durante a prtica de atividades fsicas.
A partir da que podemos identificar as diferentes definies ou entendimentos do que seja
a Ginstica Geral para as pessoas.
Com a certeza da existncia de idias muito diferentes do que seja a Ginstica
Geral, iniciamos vrios encontros onde discutimos as diferentes vises da Ginstica Geral1,
contrastando-as com a viso de Ginstica Geral da Federao Internacional de Ginstica.
De acordo com a definio da Federao Internacional de Ginstica, a Ginstica
Geral:
"Compreende um vasto leque de atividades fsicas, nas quais acontecem
manifestaes gmnicas e/ou culturais. Portanto, a Ginstica Geral engloba
os tipos de Ginsticas de Competio (GO, GRD, Ginstica Aerbica), a
Dana, atividades acrobticas com e sem aparelhos e tambm as expresses
1
GALLARDO, J. S. P. , SOUZA, E. P. M. , BARBOSA, I. P., BORTOLETO, M. A. , BERTOLINI, C. M.
, FIORIN, C. M. , TRUZZI, L. Panorama da Ginstica Geral e a Concepo dos Grupos Participantes no
GINPA 98 XI Congresso Brasileiro de Cincias do Esporte, Florianpolis SC, 12 a 17 de Setembro de
1999.
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folclricas, sem fins competitivos, destinados a todas as idades, acrescentando
ainda que ela desenvolve a condio fsica e a interao social. Segundo esta
definio, a Ginstica Geral tambm contribui para o bem estar fsico e
psquico, sendo um fator cultural e social".
Com uma definio to ampla desta rea de atuao profissional, fica difcil
estabelecer um perfil do profissional que atua na Ginstica Geral, j que esta definio
remete a um espao de atuao, onde diferentes profissionais que trabalhem com
atividades fsicas podem participar, bastando apenas adequar o trabalho s caractersticas
citadas nesta definio.
Qualquer profissional que trabalha com as atividades fsicas pode participar dos
eventos de Ginstica Geral, independentemente que ele seja professor de Educao Fsica.
Assim no podemos reivindicar este espao como somente da rea da Educao Fsica,
dado que este um espao de atuao espordico, onde diferentes profissionais mostram
seus trabalhos nos eventos que a prpria Federao organiza (Gymnaestrada Mundial e
eventos nacionais ou regionais, para selecionar os participantes a este evento). Esses
profissionais podem ser tcnicos, treinadores, professores e/ou artistas, em geral, que
utilizam algumas das manifestaes da cultura corporal como recurso para veicular sua
produo tcnica.
Como as Gymnaestradas Mundiais, Nacionais e Regionais so eventos de
demonstraes pblicas, os trabalhos aqui apresentados so organizadas de forma plstica
e/ou esttica, que os aproximam das representaes artsticas. Portanto, podemos dizer que
as Gymnaestradas so demonstraes artsticas de atividades culturais.
Pela heterogeneidade de profissionais que participam nesses eventos e pelas
grandes diferenas culturais dos protagonistas, possvel esperar interpretaes muito
diversas e criativas, como de fato so.
O problema acredito que seja, o fato de no podermos tomar como referncia para
definir Ginstica Geral a definio que fornece a Federao Internacional de Ginstica,
pois ela define, somente, os critrios administrativos necessrios para "participar" em seu
evento principal que a Gymnaestrada Mundial, sem aluso ao carter pedaggico ou
artstico dos trabalhos que ali so apresentados.
Poder-se-ia dizer que a definio da Federao Internacional de Ginstica
utilitria ou funcional, no sentido de que ela, apenas, procura abranger essa
heterogeneidade de profissionais que trabalham nas mais diferentes modalidades
artstico/esportivas. Apesar de tudo, as Gymnaestradas se transformam num espao muito
eficiente para se mostrar a diversidade da Cultura Corporal.
O que pode explicar a heterogeneidade dos trabalhos, que so apresentados nesses
eventos, a diversidade de formao profissional dos tcnicos que participam dos festivais
de Ginstica Geral, patrocinados e/ou organizados pela Federao Internacional de
Ginstica. Isto significa que um tcnico em condicionamento fsico, por exemplo, pode
apresentar trabalhos de Ginstica Aerbica em suas diferentes interpretaes (Funk
Aerbico, Lamba-aerbica, Forr Aerbico, entre outras); um tcnico em arte circense
pode apresentar trabalhos de Acrobacia e Malabarismo; um tcnico de Ginstica Rtmica
Desportiva pode apresentar um trabalho de competio grupal adaptado, dado que um
espao livre para atuao de vrias reas.
Qualquer profissional que trabalha com as atividades fsicas pode participar dos
eventos de Ginstica Geral e, portanto obvio que cada tcnico vai apresentar trabalhos
que reflitam sua atuao profissional. por isso que se espera que os trabalhos
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apresentados por tcnicos e/ou professores, com formao profissional em Educao
Fsica, sejam diferentes dos trabalhos dos profissionais da Dana ou do Teatro, como,
tambm, dos tcnicos de modalidades artstico/esportivas, como o caso da Acrobacia ou
outras.
Os professores de Educao Fsica do Brasil so profissionais formados na
Universidade, e tm o ttulo de Professor Licenciado em Educao Fsica. Uma formao
muito diferente da formao dos profissionais de Educao Fsica dos pases europeus, dos
Estados Unidos e do resto dos pases americanos, visto que em sua maioria eles possuem
s uma habilitao em Educao Fsica ou Desportos, obtidos atravs de cursos
profissionalizantes.
Assim, os trabalhos que podem ser observados nas Gymnaestradas no podem ser
comparados entre si e menos ainda com os trabalhos que (teoricamente) poderiam produzir
profissionais com formao universitria e com uma formao especfica em Licenciatura
(mais do 97% dos cursos de formao profissional em Educao Fsica no Brasil,
correspondem a cursos de Licenciatura). Esses profissionais deveriam estar capacitados
para pesquisar, analisar, sistematizar e aplicar a produo da cultura corporal, no contexto
escolar e comunitrio.
Se um desses profissionais decide participar numa Gymnaestrada, esperar-se-ia que
seu trabalho refletisse o processo pedaggico que norteia sua atuao profissional, e que
sua viso de Ginstica Geral fosse diferente da de um profissional da Dana ou do Teatro,
por exemplo.
O professor de Educao Fsica deveria possuir uma viso prpria da Ginstica
Geral e da Gymnaestrada, seu evento mximo, uma condio fundamental para entender e
utilizar-se da Ginstica Geral com carter pedaggico em sua atuao profissional.
Acredito que o mnimo esperado para um profissional de nvel universitrio.
Temos por outro lado, e como uma varivel do fenmeno muito importante, a
diversidade da formao profissional dos professores Licenciados em Educao Fsica no
Brasil, j que em alguns cursos, a formao profissional que oferecem no supera a de um
curso profissionalizante de Ensino Mdio2, portanto sua atuao profissional num evento
de Ginstica Geral no se diferencia do trabalho que esteja apresentando um outro
profissional de outra rea.
Voltando ao assunto, a Gymnaestrada um evento pblico e pode participar dela
qualquer grupo que rena os requisitos e/ou exigncias prprios de seu pas (as exigncias
so diferentes de um pas para outro), como, por exemplo, na ltima Gymnaestrada
Mundial realizada em Gttemburg Sucia no ano de 1999, a Confederao Brasileira de
Ginstica (CBG) colocou como requisito aos grupos que se submeteram seletiva, que
seus trabalhos ou Composies Coreogrficas tivessem como contedo a Ginstica, a
Capoeira e o Samba, dentro de uma composio que no ultrapassasse os quatro minutos.
O que deu margem para qualquer tipo de interpretao, dentro desses requisitos.
Por tudo aqui exposto que acredito ser necessrio que ns, como Grupo de
Pesquisa em Ginstica Geral da Faculdade de Educao Fsica da Unicamp, devemos ter
2
- Educao Fsica no Currculo Bsico para a Escola Pblica do Estado de Paran: uma anlise do discurso
pedaggico dos professores. Orientando JOS AUGUSTO VICTORIA PALMA, como requisito parcial do
Curso de Ps-Graduao da Faculdade de Educao Fsica da Unicamp. Incio: Maro de 1995. Exame de
Qualificao: 13 de setembro de 1996; Defesa: 11 de agosto de 1997.
- A questo da Licenciatura em Educao Fsica: Transio Prtica Profissional. Orientanda: MARCIA
BENCHOU DE CAMPOS, como requisito parcial do Curso de Ps-Graduao da Faculdade de Educao
Fsica da Unicamp. Incio: Maro de 1996. Exame de Qualificao: 07 de Agosto de 1998; Defesa: 22 de
fevereiro de 1999.
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uma definio prpria de Ginstica Geral, que aponte para aquilo que ns acreditamos.
Portanto, ns que atuamos no Ensino Superior (formando professores), orientado para a
Licenciatura, isto , para uma perspectiva pedaggica dentro de uma viso humanista,
deveramos defini-la numa abordagem scio-cultural.
Dentro da abordagem scio-cultural da Educao Fsica, os estudos
apontam para a preocupao com o processo e a forma de produo cultural
nas diferentes regies e culturas, a saber: processo de organizao social
(criao de leis, regras, normas de convvio social), forma de explorao dos
recursos alimentares (agricultura, pecuria, pesca, etc.), das manifestaes
religiosas (crenas, credos e mitologias expressadas nos ritos e manifestaes
mgico-religiosas), da forma de expressar estas manifestaes (danas,
cantos, jogos e brincadeiras, etc.). Enfatizando-se os aspectos que tenham
relao com a cultura corporal e/ou motora, e com os componentes ldicos
historicamente situados.
Assim podemos observar que a abordagem scio-cultural da
Educao Fsica aponta para a necessidade de facilitar a apropriao dos
elementos da cultura motora que fazem parte de cada grupo social, de todos
os integrantes de uma sociedade. Com base no pressuposto de que a cultura
acontece de forma espiralada, em que se faz necessrio que a criana aprenda
primeiro a cultura local e/ou familiar, para posteriormente facilitar a
apropriao da cultura motora regional, nacional e finalmente a
internacional. (PREZ GALLARDO et ali 2000, pp. 22 23).
Como pode ser observado na citao, acima, vejo na Ginstica Geral uma unicidade
com o que deveria ser a Educao Fsica Escolar, razo pela qual que passo a denominla de Ginstica Geral com orientao pedaggica, j que ela uma forma de trabalhar a
Ginstica Geral, e que muito diferente da utilizao dos espaos espordicos que oferece
a Federao Internacional para qualquer profissional.
Devemos entender por Geral, a apropriao dos diferentes contedos da cultura
corporal ou motora que fazem parte da Educao Fsica, e que servem de substrato
(Capacitao3) para apropriar-se de novos elementos culturais que tenham afinidade ou
similaridade, ampliando desta forma o universo cultural do participante.
Da que entendo a Ginstica Geral com orientao pedaggica, como um espao de
vivncia de valores humanos, onde podem ser apropriados os elementos da cultura
corporal que so considerados relevantes pelo grupo social, com o objetivo de aumentar os
recursos motores que permitam interagir de melhor forma com as pessoas que fazem parte
da comunidade qual o participante pertence.
Na definio do Grupo Ginstico Unicamp, a Ginstica Geral com orientao
pedaggica a seguinte:
uma manifestao da Cultura Corporal que rene as diferentes
interpretaes das Ginsticas (Natural, Construda, Artstica, Rtmica
Desportiva, Aerbica, etc.) integrando-as com outras formas de expresso
corporal (Dana, Jogos, Teatro, etc.) de forma livre e criativa, de acordo com
3
MATURANA, H. & REZEPKA, S.N. Formacin Humana y Capacitacin. Santiago: Dolmen, 1995.(pp. 722; 61-90).
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as caractersticas do grupo social, e contribuindo para o aumento da interao
social entre os participantes.4
Portanto, no vejo diferena entre uma Educao Fsica orientada para a escola e
para a comunidade e a concepo de Ginstica Geral com orientao pedaggica, acima
citada. Isto se fundamenta em que ns somos professores de Educao Fsica e no
professores de Dana ou de Teatro.
Sintetizando as idias expostas podemos dizer que a Ginstica Geral como espao
de demonstrao em eventos de Ginstica Geral aberto a qualquer profissional que lide
com o movimento, e que adapte seu trabalho as exigncias do evento. Enquanto a
Ginstica Geral com orientao pedaggica uma forma de atuao profissional, que
corresponde ao campo de atuao profissional das pedagogias que lidam com as atividades
fsicas e que tenham por objetivo uma proposta humanista das atividades fsicas.
Concluindo podemos dizer que a Ginstica Geral no pode ser considerada um
mercado de trabalho pelas duas razes que aqui salientamos, na primeira apenas um
espao que oferece a Federao Internacional de Ginstica, onde diferentes grupos que
atuam com atividades corporais tm uma chance de mostrar sua produo, no existindo o
interesse no processo utilizado na elaborao da composio a ser apresentada. No
segundo caso, uma forma ou filosofia de trabalho onde o principal o processo coletivo e
interativo de construo de um trabalho grupal.
Prez Gallardo & Paoliello Elizabeth (1996). Ginstica Geral: duas vises de um fenmeno. In Coletnea
do Encontro de Ginstica Geral.
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A GINSTICA GERAL E A FORMAO UNIVERSITRIA
Elizabeth Paoliello
Grupo de Pesquisa em Ginstica Geral
FEF Unicamp
Hoje em dia temos no Brasil aproximadamente 250 Cursos de Graduao em Educao
Fsica, cuja grande maioria oferece a habilitao em Licenciatura, que tem como principal
objetivo a formao de professores para atuarem na Educao Fsica escolar.
A partir dessa realidade e tendo como foco de anlise a grade curricular desses cursos
relativa Ginstica, pode-se observar que as disciplinas oferecem conhecimentos
especficos de modalidades esportivas, especialmente da Ginstica Artstica e da Ginstica
Rtmica, alem da Ginstica de Academia. Essas disciplinas ocupam uma grande parte da
carga horria destinada rea da Ginstica na formao dos professores.
Mesmo sendo a Ginstica Artstica e a Rtmica, conhecimentos tradicionais da Educao
Fsica brasileira e importantes de serem desenvolvidos na escola, o maior enfoque dado
nos Cursos de Graduao para os aspectos relacionados ao treinamento dessas
modalidades, ressaltando a tcnica, o regulamento, o treinamento, o que estaria
direcionado atuao em clubes, junto a equipes competitivas e no atuao na escola
onde os aspectos pedaggicos deveriam ter maior destaque.
Essa viso acaba por afastar o futuro profissional de oferecer esse conhecimento aos seus
alunos das escolas, primeiramente por considerar difcil a execuo dos elementos que
constituem esses esportes, pela forma com que foram desenvolvidas essas disciplinas em
sua formao, e num segundo momento pela falta de aparelhos e condies que
normalmente a maioria das escolas oferece. Estes fatores dificultam, seno impedem, o
desenvolvimento da Ginstica na escola, pois o professor tem uma viso limitada e pouco
criativa das possibilidades de adequao dos conhecimentos gmnicos numa perspectiva
pedaggica e de vivncia (Perez Gallardo, 1997) desses conhecimentos pelo aluno.
De acordo com a pesquisa realizada por Barbosa (1999), junto aos nove Cursos de
Graduao em Educao Fsica do Estado do Paran, dada significativa importncia aos
conhecimentos relacionados Ginstica, nos quais 9,5% da carga horria total dos cursos
so destinadas a essa rea conforme mostra o quadro abaixo. As disciplinas que compem
as grades desses cursos tem as seguintes denominaes: Ginstica I/II, Ginstica Rtmica
Desportiva, Ginstica Artstica/Olmpica, Ginstica de Aparelhos, Ginstica Geral,
Ginstica Infantil/Escolar, Ginstica Rtmica Escolar.
Carga horria destinada Carga horria total do Porcentagem da carga horria da
Ginstica (hora/aula)
curso (hora/aula)
rea de Ginstica
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C1) 238
C2) 272
C3) 240
C4) 332
C5) 272
C6) 90
C7) 435
C8) 390
C9) 432
Mdia: 300
(Barbosa, 1999)
3170
3374
3239
3608
2822
2940
2940
3360
2988
Mdia: 3160
7,5%
8,0%
7,4%
9,2%
9,6%
3,0%
14,8%
11,6%
14,5%
Mdia: 9,5%
Apesar da razovel carga horria destinada Ginstica, essa pesquisa constatou que a
realidade das disciplinas, no tem favorecido um conhecimento crtico ao futuro
profissional da rea, tendo em vista que o estudo em questo faz uma reflexo sobre a
dimenso tcnica, que se apresenta como predominante nas disciplinas relacionadas s
manifestaes gminicas. (Barbosa, 1999: 121) Existe uma tendncia em privilegiar
apenas capacitao do aluno, oferecendo os conhecimentos tcnicos, informando mais que
fazendo refletir, criticar e vislumbrar possveis mudanas na atuao profissional na rea
da Ginstica.
A realidade do Estado do Paran, apresentada nessa pesquisa, pode ser tomada como uma
amostra da situao dos Cursos de Graduao em Educao Fsica em todo pas, os quais
certamente, no melhor dos casos, reproduzem essa estrutura curricular e tambm a forma
como esses conhecimentos gmnicos so tratados.
Os professores de Educao Fsica, em sua maioria, deixam a faculdade sem a mnima
condio de trabalharem com a Ginstica na escola. Aqueles que tiveram a oportunidade
serem atletas de alguma modalidade ginstica, direcionam sua atuao para clubes no
treinamento de equipes competitivas, outros optam pelo trabalho nas academias,
completando sua formao em cursos de extenso disponveis no mercado.
A Ginstica Geral
A Ginstica escolar, segundo nossa concepo, tem sua base na Ginstica Geral pela sua
caracterstica inclusiva, de participao do maior nmero de pessoas, de respeito
individualidade, de estmulo ao desenvolvimento do potencial e da criatividade de cada
indivduo, de valorizao da cultura corporal e de liberdade na sua utilizao como forma
de expresso do ser humano (Souza, 1997). entendida aqui como uma manifestao da
cultura corporal que rene diferentes interpretaes da Ginstica e demais expresses do
ser humano, de forma livre e criativa. ( Prez Gallardo e Souza, 1996:35)
Este conhecimento deve fazer parte da formao do professor de Educao Fsica pois, seu
campo de interveno vasto (escolas, clubes, associaes comunitrias entre outros) e as
possibilidades de criao de novas metodologias, combinaes de movimentos e
explorao de aparelhos infinitas.
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A ausncia da Ginstica Geral na formao em Educao Fsica no Brasil comum, com
raras excees de alguns cursos que comeam a incorpor-la a disciplinas de Ginstica,
que j fazem parte do currculo, ou em alguns casos de cursos, criados recentemente, que a
incluram na grade curricular com uma disciplina.
Este pode ser considerado um grande passo no reconhecimento da Ginstica Geral como
conhecimento relevante para a formao profissional, porm h ainda muita carncia de
informao e de discusso entre os professores que ministram essas disciplinas nas
faculdades.
Algumas reflexes
Num exerccio de se pensar uma reformulao no currculo dos cursos de Graduao em
Educao Fsica, referente rea da Ginstica, incorporando nele a Ginstica Geral, sero
aqui levantadas algumas proposies e reflexes.
A Ginstica Geral pode se utilizar, alm dos movimentos caractersticos das diferentes
modalidades gmnicas, elementos prprios de outras manifestaes da cultura corporal
entre elas a Dana, o Teatro, o Circo, os Jogos, as Lutas, os Esportes, harmonizados pela
msica que parte integrante e imprescindvel desta forma de expresso corporal.
A figura abaixo mostra a concepo de Ginstica Geral do Grupo de Pesquisa em Ginstica
Geral da FEF - Unicamp que embasa esse trabalho e oferece subsdios para as proposies
a seguir.
Partindo desta concepo de Ginstica Geral e tendo como objetivo a formao de
professores para atuarem na Educao Fsica escolar ou comunitria, buscando
desenvolver a Ginstica de forma participativa e inclusiva, onde a criatividade, o respeito
individualidade e a vivencia de valores humanos estaro presentes, so propostas algumas
disciplinas que abordam especificamente a Ginstica e outras a complementam,
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oferecendo ao futuro profissional uma viso ampla das possibilidades desta rea
expressiva da cultura corporal.
A grade curricular poderia ser composta das seguintes disciplinas ou conjuntos de
disciplinas:
1. Fundamentos da Ginstica: essa disciplina ou conjunto de disciplinas abordaria
os fundamentos bsicos da Ginstica desde a Ginstica Natural, Ginstica
Construda, utilizao de aparelhos, tcnicas bsicas do movimento, noes de
orientao espacial e temporal, anlise da evoluo da Ginstica e a influncia dos
vrios Mtodos Ginsticos ao longo da histria, elementos corporais como saltos,
saltitos, giros, etc, elementos acrobticos, manejo de aparelhos, e os elementos
fundamentais da vrias modalidades ginsticas como: GA, GR, Ginstica
Acrobtica, Trampolim, Aerbica, Rope Skipping entre outras. Alm de oferecer
os conhecimentos bsicos para o desenvolvimento das vrias expresses da
Ginstica, essa disciplina daria subsdios para o aluno compreender os
fundamentos da Educao Fsica e poder transferi-los, adapt-los ou transformalos em sua rea de interveno.
2. Fundamentos da Dana: essa disciplina ou conjunto de disciplinas abordaria os
fundamentos bsicos da Dana entre eles as danas populares, de salo, folclricas
e contemporneas.
3. Fundamentos do Circo: essa disciplina ou conjunto de disciplinas abordaria os
fundamentos bsicos do Circo como: equilibrismo, malabarismos, acrobacias,
atividades areas e teatro cmico entre outros, sempre voltados para a sua
aplicao no mbito da Educao Fsica.
4. Fundamentos do Teatro: essa disciplina abordaria os fundamentos do teatro como
formas de expresso do ser humano e que podem ser incorporadas aos
conhecimentos a serem utilizados pela Educao Fsica.
5. Fundamentos da Msica e Movimento: essa disciplina
trataria dos
fundamentos da msica e as possibilidades de utilizao na Educao Fsica,
relacionando-a ao movimento corporal.
6. Ginstica Geral: essa disciplina seria oferecida aps as anteriores, onde o aluno
teria condies de fazer uma sntese de todos os conhecimentos anteriormente
experenciados, reunindo essas informaes e integrando-as de forma livre e
criativa com nfase nas questes pedaggicas.
7. Ginsticas Esportivas: essa disciplina contemplaria as vrias modalidades
gminicas com expresso desportiva, analisando as questes comuns relacionadas
: tcnica, treinamento, regulamentos, organizao de competies entre outros. O
aprofundamento especfico de cada modalidade seria feito em cursos de extenso e
ou especializao de acordo com o interesse individual. O mesmo procedimento
poderia ser feito para a Ginstica de academia.
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Todas essas disciplinas propostas teriam seu embasamento nas disciplinas tericas do
currculo e seriam complementadas pelos conhecimentos desenvolvidos nas demais
disciplinas relacionadas aos esportes, lutas, jogos, etc.
Nesta viso a Educao Fsica estaria resgatando as principais formas de expresso
corporal do ser humano e possibilitando o enriquecimento das experincias vividas pelos
alunos, incorporando a ela novas e infinitas possibilidades de movimento e criatividade,
dando uma nova roupagem a essa rea ao libertar a expresso e tirar as amarras que
departamentalizam o movimento e monopolizam suas formas de expresso.
Este texto no pretende fechar questes ou propor a salvao para a rea, mas
simplesmente levantar discusses e reflexes junto aos profissionais que atuam nos Cursos
de Graduao, para que se inicie um processo de avaliao e reestruturao da formao
profissional em Ginstica.
Referncias Bibliogrficas
BARBOSA, I. P. A Ginstica nos Cursos de Licenciatura das Faculdades de Educao
Fsica do Paran. Campinas, 1999, Dissertao de Mestrado, Universidade Estadual de
Campinas, 1999.
PREZ GALLARDO, J. et al. Educao Fsica: contribuies Formao Profissional.
Iju: Uniju, 1997.
SOUZA, E.P.M. de. Ginstica Geral: uma rea do conhecimento da Educao Fsica.
Campinas, 1997. 163p. Tese (Doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, 1997.
SOUZA, E.P.M. de. e PREZ GLLARDO, J.S. Ginstica Geral: duas vises de um
fenmeno.In Coletnea: textos e snteses do I e II Encontros de Ginstica Geral. Campinas,
grfica Central da Unicamp, 1996.
[email protected]
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A GINSTICA GERAL NO CONTEXTO ESCOLAR
Eliana Ayoub
Faculdade de Educao/Unicamp
O eixo da minha reflexo sobre a ginstica geral no contexto escolar est centrado na idia
de ESCOLA como lugar de relaes humanas, de construo de conhecimento, de
diversidade cultural; espao em que as pessoas encontram-se para conhecer, conviver,
compartilhar saberes, construir novos olhares acerca do mundo.
A ginstica geral (GG) na escola pode ser desenvolvida tanto na aula de educao fsica
como em espaos extracurriculares.
Considerando que a GG no contexto escolar deve ter como locus privilegiado para o seu
desenvolvimento a aula de educao fsica, o foco central deste estudo recair sobre este
espao.
Na aula de educao fsica, as alunas e alunos vo estudar a cultura corporal, entendida
como o conjunto de prticas corporais que se tornaram patrimnio da humanidade (como a
ginstica, o jogo, a dana, o esporte, a luta, entre outras), as quais foram sendo construdas
pelo ser humano com determinados significados conferidos por diferentes contextos
histrico-culturais.
Acentuadamente a partir da dcada de 1940, configura-se a entrada progressiva do
esporte no contexto escolar, o qual se transformou no principal representante da educao
fsica na escola.
Isso tem relao com o processo mais amplo de esportivizao das prticas
corporais (inclusive da ginstica), uma das principais caractersticas da cultura corporal na
atualidade. No podemos esquecer-nos que esse processo est intimamente relacionado
com uma viso capitalista de sociedade e de cultura, na qual impera a lgica utilitarista da
produtividade e do lucro e o hiperconsumo, aliados indstria do lazer.
Sabemos que atualmente a ginstica, como contedo de ensino, raramente est
presente na escola. Aula de educao fsica, quando acontece, tem sido sinnimo de aula
de esporte. Ou ainda: sinnimo de rola bola...
No entanto, a importncia da ginstica como conhecimento a ser estudado na
educao fsica escolar inquestionvel. A sua presena na escola precisa estimular o
confronto entre as tradicionais e as novas formas de exercitao, possibilitando aos alunos
e alunas realizar uma prtica corporal que lhes permita atribuir sentido prprio s suas
exercitaes ginsticas (como prope Coletivo de Autores, 1992, p.77). Caminhar com os
nossos alunos e alunas rumo compreenso dos significados que tm sido conferidos
ginstica ao longo da histria, para que eles prprios possam encontrar outros significados,
consiste num grande desafio para ns, professores e professoras de educao fsica.
Como j afirmei em outras oportunidades, penso que a GG pode ser reconhecida
como o caminho mais apropriado e, talvez, o mais ousado, para reconstruirmos, para
recriarmos a ginstica na escola.
Amparada pelas imagens da ginstica geral na sociedade contempornea e pelas
imagens da educao no corpo emolduradas por Soares (1998), torna-se possvel
visualizar uma composio na qual participam interligados e integrados elementos do
ncleo primordial da ginstica (cuja caracterstica dominante localiza-se no campo dos
divertimentos), elementos da ginstica cientfica (formulada pelo Movimento Ginstico
Europeu) e elementos das diversas manifestaes da ginstica na atualidade.
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Sob essa tica, a GG representa, em nossos dias, uma sntese entre o que foi e o que
a ginstica, no sentido de possibilitar uma composio entre elementos do seu ncleo
primordial e das diversas manifestaes gmnicas que vm sendo construdas e
ressignificadas ao longo desses dois ltimos sculos; uma sntese em constante
transformao, porque inserida no contexto da dinmica histrico-cultural.5
Aprender ginstica geral na escola significa, portanto, vivenciar, conhecer, estudar,
compreender, confrontar, interpretar, problematizar, compartilhar, apreender inmeras
interpretaes da ginstica para, com base nesse aprendizado, buscar novos significados e
criar novas possibilidades de expresso gmnica.
Podemos considerar como caractersticas fundamentais da ginstica geral os
seguintes aspectos:
Sem finalidade competitiva, a GG est situada num plano diferente das modalidades
gmnicas competitivas, num plano bsico, com abertura para o divertimento, para o
prazer, para a simplicidade, para o diferente, para a participao irrestrita, para todos;
Na ginstica geral, o principal alvo de ateno deve ser a pessoa que a pratica, sendo as
suas metas fundamentais promover a integrao entre pessoas e grupos e desenvolver o
interesse pela prtica da ginstica com prazer e criatividade. A liberdade de expresso e
a criatividade so pontos marcantes na ginstica geral;
A GG caracteriza-se como uma mescla de todos os tipos de ginstica e, portanto, no
tem regras rgidas preestabelecidas. Dessa forma, a ginstica geral abre um leque
imenso de possibilidades para a prtica da ginstica, uma vez que ela no determina
limites em relao a idade, gnero, nmero e condio fsica ou tcnica dos
participantes, tipo de material, msica ou vesturio, favorecendo a participao e
proporcionando uma ampla criatividade;
Os festivais so a sua principal forma de manifestao, vinculando-a a um procedimento
artstico, a uma idia de espetculo.
Essas consideraes a respeito da ginstica geral permitem-nos visualiz-la como
um espao possvel e vivel para a vivncia do componente ldico da cultura corporal,
redescobrindo o prazer, a inteireza e a tcnica/arte da linguagem corporal. Da a sua grande
relevncia no contexto da educao fsica escolar.
Tomando como referncias a proposta de ginstica geral do Grupo de Pesquisa em
Ginstica Geral da Faculdade de Educao Fsica da Unicamp (Souza, 1997, p.83-95) e a
concepo de aulas abertas experincia (Hildebrandt, Laging, 1986 e Grupo de
Trabalho Pedaggico UFPe-UFSM, 1991), podemos destacar alguns princpios norteadores
para orientar o desenvolvimento do trabalho com a ginstica geral nas aulas de educao
fsica escolar.
Este tema foi aprofundado em minha tese de doutorado intitulada A Ginstica Geral na sociedade
contempornea: perspectivas para a Educao Fsica Escolar (Ayoub, 1998).
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O trabalho com a GG precisa levar em conta as diversas experincias dos alunos (a
experincia entendida como uma categoria pedaggica do processo educativo), porm sem
se restringir a elas, procurando transform-las no decorrer da trajetria educativa por meio
do estmulo constante auto-superao e criatividade. A troca de experincias deve
possibilitar um processo de intercmbio no qual os educandos so convidados a
redescobrir, a revelar e a compartilhar as suas vivncias anteriores, que sero consideradas,
respeitadas e valorizadas no processo educativo; so desafiados a experimentar e a criar
novas possibilidades de ao, de forma cooperativa; so estimulados a assumir a coresponsabilidade (responsabilidade compartilhada) do processo educativo. Sem esquecer
que o papel do professor essencial como mediador deste processo.
O incentivo irrestrito utilizao diversificada de materiais tradicionais e no
tradicionais da ginstica caracteriza-se como outra orientao no trabalho com a GG. Os
materiais devem ser explorados intensamente a fim de promover a descoberta de novas
possibilidades de ao, favorecendo a inventividade e o enriquecimento do contexto
educativo, alm de ampliar o leque de opes de trabalho. Jornais, bexigas, tbuas,
revistas, garrafas de plstico, pedaos de isopor, sacos plsticos, pratos de papelo, toalhas,
entre tantos outros, podem tornar-se um rico material pedaggico para o desenvolvimento
das aulas de ginstica geral na escola.
Outro aspecto importante que deve compor o conjunto de referenciais ou princpios
norteadores para o desenvolvimento da ginstica geral na escola refere-se considerao
da GG como um espao aberto de ao.
Esse aspecto foi tematizado pelo Grupo de Trabalho Pedaggico UFPe-UFSM
(1991, p.35-38), especificamente em relao ao esporte na educao fsica escolar. Os
autores destacam cinco perspectivas para a configurao didtica do esporte, tendo em
vista o seu entendimento como um espao aberto de ao e o desenvolvimento da
capacidade de deciso e de ao dos educandos: o esporte como algo socialmente
regulamentado, o esporte como algo a ser aprendido, o esporte como algo a ser assistido,
o esporte como algo a ser refletido e o esporte como algo a ser modificado.
Esses apontamentos em relao ao esporte podem ser transferidos para a ginstica
geral ou outros temas da cultura corporal. Isso quer dizer que as cinco perspectivas
apontadas por esses autores devem ser incorporadas no desenvolvimento da GG na
educao fsica escolar. Poderamos acrescentar, ainda, uma outra perspectiva,
intimamente relacionada com um dos aspectos mais marcantes da GG, o seu forte carter
demonstrativo: a ginstica geral como algo a ser demonstrado.
No entanto, o fato da GG no ter finalidade competitiva no quer dizer que ela tem
necessariamente obrigao demonstrativa. Em outras palavras: o seu forte carter
demonstrativo, vinculando-a a uma idia de espetculo, assim como acontece com a dana,
no significa que ginstica geral seja sinnimo de apresentao de ginstica ou
ginstica de demonstrao.
Ao considerarmos a ginstica geral como algo a ser demonstrado, devemos estar
atentos para que ela no seja vista apenas como um produto, desconectada de um processo.
Ao contrrio, essa perspectiva de demonstrao da ginstica geral precisa ser tratada como
parte integrante do processo educativo na educao fsica escolar. Mais ainda: no processo
de elaborao de uma composio coreogrfica, deve considerar-se as experincias e
interesses dos alunos e o trabalho em grupo, estimulando a cooperao, a capacidade de
ao e a autonomia dos educandos como sujeitos do processo educativo, para que possam
compor em co-autoria com outros sujeitos, buscando novas interpretaes, novas leituras,
novas significaes antes desconhecidas. Isso significa criar espao para trabalhar-se
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efetivamente em grupo e pelo grupo na composio dos trabalhos a serem apresentados.
Dessa forma, o processo de elaborao de uma apresentao pode impulsionar uma ao
realmente cooperativa na qual os integrantes do grupo aprendam a cooperar para compor a
composio.
Alm disso, a demonstrao das composies coreogrficas nas prprias aulas de
educao fsica pode constituir-se num importante momento avaliativo em que as alunas e
alunos sintetizam e organizam as suas experincias e reflexes acerca da GG de forma
criativa e com liberdade de expresso, apresentando-as para apreciao de seus pares e do
professor. As apresentaes em momentos comemorativos da escola, envolvendo as
diversas turmas especficas ou grandes grupos de alunos de vrias sries, tambm ganham
um significado muito especial como uma possibilidade de demonstrar para a comunidade
escolar o trabalho desenvolvido na disciplina educao fsica.
Quando focalizamos a perspectiva da ginstica geral como algo a ser refletido,
como prope o Grupo de Trabalho Pedaggico UFPe-UFSM em relao ao esporte (1991,
p.35-38), no podemos ausentar-nos da reflexo com os nossos alunos e alunas acerca dos
dogmas do culto ao corpo/objeto de consumo/mercadoria/massificado, que a indstria do
lazer no campo das prticas corporais aliada aos apelos da mdia insiste em impingir-nos,
hipnotizando-nos com as suas artimanhas e armadilhas, com seus modismos e imposies.
Nossa responsabilidade como professoras e professores de educao fsica
imensa! Precisamos assumir o compromisso de refletir com os nossos alunos e alunas a
respeito dos esteretipos de corpo presentes na atualidade. E quando o tema ginstica,
esse assunto ganha um destaque especial. Basta observarmos as inmeras academias de
ginstica espalhadas por a, cujo papel primordial tm sido alimentar essa ditadura do
corpo ideal, na busca por um corpo escultural como sinnimo de felicidade. Mas essa
no a educao fsica (e a ginstica) que queremos. Assim como Sousa, Vago (1997,
p.140; grifos meus),
Pensamos numa educao fsica que no est
preocupada em produzir corpos esculturais, mas em
participar da construo de corpos culturais das
crianas, dos adolescentes, dos trabalhadores, enfim,
dos homens e das mulheres, que com eles sentem,
pensam, desejam, sofrem, agem, produzem, brincam,
jogam...
Corpo... Territrio construdo por liberdades e interdies, e revelador de
sociedades inteiras, o corpo a primeira forma de visibilidade humana (Soares, 2001,
p.1).
Corpo, primeira forma de visibilidade humana... Em que medida estamos
reforando em nossas aulas a visibilidade de um corpo clonado? Sim, clonado! No
podemos negar que a opresso do corpo belo que est o tempo todo sendo propagada pela
mdia tem induzido-nos a uma busca frentica por uma beleza padronizada, em srie.
Estamos constantemente submetendo-nos a uma idia de sacrifcio corporal para
atingirmos a plenitude dessa beleza estereotipada, virtualizada, e porque no dizer, dessa
beleza clonada.
E, ainda, vivemos numa sociedade extremamente preconceituosa e lipofbica que
nos faz sofrer de insuficincia crnica: nunca estamos suficientemente magros,
suficientemente jovens, suficientemente belos, suficientemente ricos... Queremos ser cada
vez mais sarados, siliconados, enlourecidos. E com isso temos a iluso de que
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alcanaremos o reino eterno da beleza e da juventude e seremos felizes para sempre...
E no caso especfico da mulher e sua relao com o seu corpo, todas essas presses e
imposies potencializam-se enormemente.
Mas o que essa discusso tem a ver com a ginstica geral? Simplesmente tudo!
Se a GG pretende estar aberta participao de todos, considerando, respeitando e
valorizando as diferenas individuais; se ela intenciona que o seu principal alvo de ateno
seja a pessoa que a pratica; se suas metas fundamentais so promover a integrao entre
pessoas e grupos e desenvolver o interesse pela prtica da ginstica com prazer e
criatividade; se a ginstica geral no quer ter regras rgidas preestabelecidas e no
determina limites em relao a idade, gnero, nmero e condio fsica ou tcnica dos
participantes, tipo de material, msica ou vesturio, favorecendo uma ampla participao e
proporcionando uma criatividade sem fim; ela no pode reforar essa viso de corpo
ideal, virtualizado, que quer objetificar-nos, transformar-nos num ser humano
clonado, sem identidade e diversidade cultural.
Esse culto ao corpo ideal/virtualizado/clonado no deixa espao para a diferena,
acentuando preconceitos de toda ordem. Que diremos, ento, do espao para aqueles que
so portadores de alguma deficincia fsica?
Penso que podemos inspirar-nos numa experincia relatada no artigo Sobre
crocodilos e avestruzes: falando de diferenas fsicas, preconceitos e sua superao, de
Lgia Assumpo Amaral (1998) para refletirmos sobre a nossa prtica cotidiana na escola.
A autora relata a sua angstia em ter sido sempre caf-com-leite nas brincadeiras
de rua devido a uma deficincia fsica na perna. Ela diz (1998, p.28): Que mal me fazia
ser caf-com-leite! Aquele faz de conta que mas no , que no mas . Um jogo de
mentiras, de cartas marcadas, de fingimento, at talvez bem intencionado. E depois
continua:
Foi a professora de ginstica do colgio que me fez
viver uma coisa diferente. (...)
Por lei, eu estava dispensada de suas aulas. (...)
Assim, nem o uniforme de ginstica eu precisava ter.
Eu me sentava ali por perto e ficava, mais uma vez,
observando o mundo acontecer.
Isso no durou muito. Ter parecido uma eternidade?
Um dia, ela me chamou para a roda de alunos sentados
no cho. Em claro e bom som, props a mim e ao grupo
que eu comeasse a participar das aulas.
Como? perguntei alarmada, com os olhos pregados
nos colegas.
Muito simples. Voc far o que pode fazer e no far
o que no pode. (...)
E desfiou um rosrio de alternativas que incluam jogos
competitivos e atividades individuais de ginstica (...)
Simples e honesto.
Eu nunca precisei ser caf-com-leite nas aulas de
ginstica e, ainda por cima, ganhei o calo azul
bufante e a camiseta de malha! (Amaral, 1998, p.29).
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Para finalizar, gostaria de dizer que acredito numa ginstica geral na escola em que
a reflexo sobre corpo seja parte constitutiva do trabalho. Acredito numa ginstica geral na
escola na qual ningum precisa ser caf-com-leite pois todos os seus participantes, com
seus corpos singulares, devero ser respeitados e valorizados em suas diferenas.
Bibliografia
AMARAL, Lgia Assumpo. Sobre crocodilos e avestruzes: falando de diferenas fsicas,
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LA GIMNASIA GENERAL EN LA PERSPECTIVA DE CLUBES,
ASOCIACIONES Y ESPACIOS PBLICOS
Gunardo Pedersen
Universidade de Buenos Aires - Argentina
Como todas las manifestaciones humanas, la gimnasia se da en correspondencia
con un Campo Cultural. Con seres humanos. Con una geografa, con una problemtica
social. Y un creador.
Ling pens en la poblacin rural con mala postura; Jahn en la capacidad de defensa
del suelo patrio, Hebert en la capacitacin fsica de sus fuerzas armadas, y Bukh, en darle
Alma y vida a la esttica prctica de los Suecos, potenciando la flexibilidad, la fuerza y
la destreza.
La Gimnasia de Ling fue llevada ala escuela por su hijo.
La gimnasia de Jahn devino en Gimnasia Olmpica, la de Bukh se transform con el
tiempo, en gimnasia popular, y el sistema militar adopt elementos de todas lo que
necesitaba.
Mientras, el deporte recorra su propio camino, del juego a la hipercompetencia, en
un trnsito fenomenal contrapuesto a la razn antropolgica, pero fuertemente vinculado al
desarrollo de una sociedad tambin devenida hipercompetitiva.
Este actual deporte, refleja de alguna manera a la actual sociedad, que tambin ha
desarrollado ms garras, codos y pisotones, que sentimientos solidarios.
Hoy, la ISCA intenta difundir la gimnasia y el deporte, llevando adelante una
concepcin placentera, sin ganadores ni perdedores, donde el programa no slo sea bueno
para la salud, la satisfaccin de necesidades estticas y sociales, el placer por los
aprendizajes motrices, sino que sea una buena razn para encontrarse con los dems. Por
eso tal vez, hacia el futuro, la propuesta habla de humanismo, socializacin, entendimiento,
solaz, esparcimiento, y amistad, como referentes de las metas de la gimnasia.
De alguna manera, esta vieja propuesta, es nueva en el mundo.
La competencia despiadada, no es compatible con los ideales de ISCA.
El deporte y la gimnasia en la Argentina
El Deporte y la gimnasia reconocen dos orgenes independientes en la Argentina:
El Deporte es el resultado de la creacin de Clubes Deportivos, fenmeno
registrado desde mitad del siglo pasado, y con multiplicacin al cambio de siglo, por el
ingreso de las compaas inglesas de ferrocarriles, y otras industrias. Hacia 1900, casi
todos los Clubes eran de origen Ingls, de y para la colectividad inglesa en la argentina, y
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la mayora se ubicaban a los costados de las vas frreas en construccin, en las zonas de
Frigorficos Industrias, o Colegios de origen britnico.
La sociedad argentina tuvo dos formas de apropiacin cultural de este bien:
1. Ingresando en la sociedad deportiva de los Ingleses, cosa no siempre fcil, y a veces
imposible.
2. Creando Clubes a imagen y semejanza de los Ingleses.
Hacia 1910, casi todos los grandes Clubes de la Argentina estaban creados, y diez
aos despus, se registraba una enorme cantidad de nuevos clubes cubriendo el territorio
nacional, algunos con nombres tan contradictorios como Mayor Buratovich Tenis and
Ftbol Club, que mezcla lo militar, el apellido judo, la lengua inglesa en un paraje del sur
de la Pampa hmeda, provincia de Buenos Aires, con una poblacin del 90 % de nativos, y
fundado el 4 de mayo de 1926.
La gimnasia, se integra a las actividades fsicas en la Argentina, tambin alrededor
de 1910. Las corrientes gimnsticas provienen del continente europeo. Esto es: Los
deportes por va de herencia de la Isla (Inglaterra) y la Gimnasia, por va de la influencia
escolar del continente (Suecia, Dinamarca, Alemania, Francia) y ms tardamente Austria y
Suiza.
La Asociacin Cristiana de Jvenes, El Ateneo de la Juventud y el Club de
Gimnasia y Esgrima son las instituciones que con el modelo de Club, toman a la
gimnasia y al deporte de condicin recreativa, como contenido de su oferta institucional.
Desarrolla (por orden de aparicin) la gimnasia Sueca, luego la Calistenia, la
Gimnasia Danesa del tipo creada por Niels Bukh, y en menor medida la Gimnasia en
Aparatos, nombre de la actual Gimnasia Olmpica.
El lugar de desembarco de la gimnasia en forma generalizada en la Argentina, fue
la escuela.
La clase escolar de Educacin Fsica, fue hasta cerca del ao 1950, de gimnasia,
y el profesor de Educacin Fsica, y la asignatura, fueron llamados popularmente de
gimnasia, an muchos aos despus.
La estructura de una clase escolar de Educacin Fsica, era entre 1950 y 1970, ms
o menos la misma: Se haca una primera parte mayor, de gimnasia en damero, a voz de
mando, como si fuera una clase de Gimnasia Danesa, pero sin movimiento con alma y
vida, esto es, parando a cada mando. Sumamente esttica.
Luego vena el premio, al final: Juegos o deportes.
Esto es tambin resultado de la estructura del Plan de Estudio de los Profesorados
de Educacin Fsica, donde se cursaba - desde 1945 - Gimnasia Sueca, Gimnasia
Danesa, Gimnasia en Aparatos, Gimnasia mdica o correctiva, y (en varones)
Rugby y Baseball, Ftbol, Hockey, etc Atletismo, Natacin, Esgrima,
Equitacin, y Boxeo.
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La Gimnasia General en la perspectiva de Clubes, Asociaciones, y Espacios
Pblicos.
La modalidad gimnstica de las Asociaciones Danesas, (la de la D.G.I.), y la forma
de exposicin que hace el equipo de Elizabeth desde Campinhas, que entiendo es llamada
Gimnasia Geral, tuvo sus aos de presencia en la Argentina, pero nunca pudo igualar al
movimiento deportivo ni a la masividad de la prctica de deportes.
All por 1990, se realiz la ltima Gimnasiada Americana, y se entr en un cono
de sombras.
En Clubes, Asociaciones y Espacios Pblicos, ha entrado ms la moda que el
concepto de Gimnasia Geral. Y los mejores aos de Gimnasia de Conjunto, (hasta
1990) parecen haber terminado.
Por el contrario, se ha difundido moderadamente la Gimnasia Formativa merced a
un trabajo serio de realizacin, investigacin, estudio y publicacin, que hiciera de sus
teoras y de su prctica, el profesor Mariano Giraldes, y por otra va, se ha popularizado la
prctica de ofertas sectoriales consistentes en modalidades en boga en el exterior, y que se
van sustituyendo unas a otras, segn el lugar de prctica, el profesor de moda, o la novedad
importada segn el origen o la popularidad televisiva. As conocimos primero la
Gimnasia-Jazz y el Aerbics, y despus, muchas variantes.
Toda nuestra sociedad tiene - desde hace ms de un cuarto de siglo - los ojos muy
puestos en el gran pas del Norte. Tal vez porque nuestras historias se empezaron a escribir
juntas.
Y tal vez porque a nosotros no nos va tan bien, copiamos sus ofertas en el mundo
del cuerpo, como antes, copibamos el modelo de Francia en el mundo de la cultura, o a
Inglaterra, en el mundo de la economa.
El resultado es que hoy, en la Argentina se hace gimnasia. Mucha. De muchas
maneras. Gimnasia atractiva y orientada al bien parecer personal. Es otra forma. Muy
generalizada. Pero no encaja con el modelo de Gimnasia Geral, o su original, la gimnasia
asociativa danesa.
Ahora hacemos:
Aero-clasic
Aero-local
Aero-Jazz
Aero-dance
Aero-box
Aerbica infantil
Baby-aerbics.
Interval-dance
Personal-training
Deportraining
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Body-combat
Body-pump
Body-balance
RPM
Aero-box
Aerbica infantil
Baby-aerbics
Aero-step
Local-step
Combo-local
Power-local
Hip-hop
Afro
Funk
Street-dance
Latin-dance
Pop-dance
Ritmos caribeos/ varios
Kick-box
Slide
Ciclismo indoor
Pilatesmethod (una mezcla de danesa, calistenia y sueca con msica)
Gym-total
Stretching
Aquaerobics
En la Argentina, la Gimnasia General, como cosa difundida en forma masiva, ha
muerto.
VIVA LA GIMNASIA!!!
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PSTERES
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VIVNCIAS CORPORAIS LDICAS
Albertina Bonetti
Mestre, CDS/UFSC
Camila Do Vale De Lucca
Acadmica, CDS/UFSC
Resumo: Quebrar com metodologias de ensino que conduzem o conhecimento e,
consequentemente, quem o obtm, de forma rgida, fixa, linear e construir outros que
propiciem maior entendimento, interesse, prazer so alguns dos objetivos no
desenvolvimento deste projeto de extenso, denominado de Vivncias Corporais
Ldicas, desenvolvido na Universidade Federal de Santa Catarina, junto ao
Departamento de Educao Fsica, para uma clientela de pessoas da faixa etria de 35 a
50 anos. Outro objetivo fundamental est em propiciar aos estudantes do Curso de
Licenciatura em Educao Fsica, desta Instituio, conhecerem e experienciarem
situaes de ensino para a ginstica, primordialmente, em academias de ginstica.
Quebrar com metodologias de ensino que conduzem o conhecimento e,
consequentemente, quem o obtm, de forma rgida, fixa, linear e construir outros que
propiciem maior entendimento, interesse, prazer so alguns dos objetivos no
desenvolvimento deste projeto de extenso, denominado de Vivncias Corporais
Ldicas, desenvolvido na Universidade Federal de Santa Catarina, junto ao Departamento
de Educao Fsica, para uma clientela de pessoas da faixa etria de 35 a 50 anos. Outro
objetivo fundamental est em propiciar aos estudantes do Curso de Licenciatura em
Educao Fsica, desta Instituio, conhecerem e experienciarem situaes de ensino para
a ginstica, primordialmente, em academias de ginstica.
Este projeto surge em decorrncia de muitos anos trabalhados em academias de
ginstica, o que nos possibilita refletir sobre vrios aspectos, dentre eles: a diversidade de
prticas corporais que surgem diariamente, que em sua maioria, tornam-se prticas
relmpagos, vm e vo como modismos de rpido consumo: a faixa etria,
preponderantemente de jovens (maios ou menos entre 14 a 30 anos), pois so eles os
maiores consumidores desta produo capitalista de modismos; o poder aquisitivo de quem
busca estas academias e at os aspectos metodolgicos de quem direciona as aulas.
Creditamos prtica de atividade fsica ser to vital para a vida prazerosa de qualquer
pessoas, quanto `a sua moradia, a sua alimentao, a sua educao, o seu lazer, as suas
relaes afetivo-humanas, por exemplo. Foi pensando nestes e outros elementos, que
implementamos, em maro de 2000, esta proposta de estar refletindo e construindo
metodologias que propiciem aos participantes, no s conhecerem s uma dada prtica
corporal, mas que no conjunto destas diversidade de prticas corporais, sejam elas
provenientes das culturas ocidental ou oriental, consigamos dar um trato pedaggico aos
contedos presentes nelas, numa perspectiva mais ldica de vivenci-las, o que, no nosso
entendimento, at ento, tem oportunizado aos estudantes, conhecerem estas prticas e
trabalh-las em conjunto, numa fuso competente e harmoniosa, e aos praticantes, alm da
aquisio do seu conhecimento fsico, adquirem a percepo de si, do outro, o sentir e
transmitir alegria, prazer atravs dos seus gestos, aes, palavras, sentimentos. Estas so
algumas das manifestaes proferidas pelos participantes, estudantes, aps um ano de
trabalho.
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Considerando que a Universidade tem, dentre seus objetivos, a produo e
socializao do conhecimento, vimos com este projeto acenar na construo de princpios
terico-prticos capazes de incentivar e sustentar uma outra possibilidade de atuao
profissional que se diferencie das prticas massivas realizadas no interior das academias.
O que seriam Vivncias Corporais Ldicas? Com o conhecimento que a pessoa
faz de si, atravs do seu corpo, se proporciona o se ver e ver o outro, o (re)descobrir a si e o
outro, o se respeitar e ser respeitado corporalmente, travando uma relao prazerosa,
brincante, alegre que ser oportunizada pelas prticas corporais como: jogos, expresso
corporal, ginstica, danas, caminhadas, alongamentos, hidroginstica, ioga, tai chi chuan,
relaxamentos e massagens. A introduo deste conjunto de prticas corporais, exige
diferentes tratamentos terico-prticos, fundamentos nos aspectos histricos, sociais,
cientficos e filosficos que estas sofrem, assim como na percepo criativa, expressiva,
comunicativa, ldica que nelas esto presentes.
Por fim, sempre meta buscar novos/e outros subsdios e conhecimentos tanto para
a formao de novos profissionais em Educao Fsica, quanto a formao continuada
daqueles que j atuam na rea, no sentido de apontar indicativos que nos permitam uma
reflexo, tambm contnua, acerca das propostas e pressupostos terico-metodolgicos.
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ALBERTINA BONETTI
DEPARTAMENTO DE EDUCAO FSICA
CENTRO DE DESPORTOS
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
FLORIANPOLIS - SANTA CATARINA
CEP: 88040-900 Tel (048) 22 87 26 / 331 8351 Fax: 331 99 27
ROPE SKIPPING NA GINSTICA GERAL
Ana Paula Barbosa Sato
Daniel de Brito Mota
Elizabeth Paoliello de Souza
Grupo de Pesquisa em Ginstica Geral da
FEF/Unicamp
Resumo: Este trabalho busca mostrar que uma modalidade esportiva competitiva, neste
caso, Rope Skipping, pode ser desenvolvida em um outro mbito, como por exemplo, na
Ginstica Geral. Utilizando-se de elementos tcnicos fornecidos pelo Rope Skipping, do
espao oferecido pela Ginstica Geral e da flexibilidade apresentada por ambos, tem-se
uma tima combinao de elementos a serem trabalhados.
Introduo
A Ginstica Geral uma rea bastante ampla e recebe diferentes definies, porm
todas elas tm como referencial o conceito estabelecido pela Federao Internacional de
Ginstica (FIG), que apresenta Ginstica Geral como a rea da Ginstica orientada para o
lazer, que compreende atividades esportivas e tambm Jogos de carter nacional e cultural,
para todas as faixas etrias, desenvolvendo a sade, colaborando para a manuteno da
forma fsica e proporcionando a integrao social.
A Ginstica Geral caracterizada por ser uma Ginstica flexvel, onde o praticante
no precisa ser atleta ou ex-atleta, pode ter qualquer idade, no existe restries quanto ao
nmero de participantes, todos podem contribuir socializando suas experincias anteriores
e criando novas formas de utilizao de materiais ou movimentos, tendo sempre como
principal objetivo o prazer na prtica.
Sendo um espao sempre aberto a novos elementos, combinaes, a qualquer
pessoa, tornando-se um ambiente muito rico e criativo, a Ginstica Geral procura valorizar
a individualidade dos participantes, respeitando suas limitaes e possibilitando a
liberdade de expresso, dentro de um trabalho coletivo, que normalmente composto e
apresentado ao espectador em forma de coreografias nos festivais.
Uma de suas caractersticas mais marcantes o interesse em procurar oportunizar
ao maior nmero possvel de pessoas a participao em atividades fsicas fundamentadas
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nas atividades gmnicas, porm integrando-as com outros elementos da cultura corporal,
tais como o Circo, a Dana, Artes Cnicas, Artes Plstica, Artes Musicais, Lutas, Esportes,
Jogos e Brincadeiras. Em meio a este leque de elementos encontra-se o "pular corda", uma
brincadeira infantil tradicional na cultura brasileira, porm que sofreu inmeras
modificaes no mbito internacional, ao ponto de tornar-se uma modalidade esportiva
competitiva conhecida como Rope Skipping.
Rope Skipping
Logo aps a 2a Guerra Mundial, nos Estados Unidos da Amrica, a atividade de
pular corda tornou-se popular como atividade de lazer, sendo amplamente difundida. Em
1969, Richard Cendali, na poca jogador de futebol, tinha como parte de seus treinos, pular
corda por um longo perodo de tempo, o que ele julgava chato e cansativo e que por esse
motivo comeou a inventar novas maneiras de pular e brincar com a corda, tornando seus
treinos mais agradveis. Alm disso era professor de Educao Fsica em uma escola
infantil, onde testou suas idias em conjunto com seus alunos, os quais gostaram tanto que
ajudaram a criar novos saltos e truques utilizando a corda das mais variadas maneiras.
Vendo isso, Cendali resolveu formar um grupo de Rope Skipping ( do ingls: rope = corda
; skipping = ato de pular ) para fazer apresentaes pelo pas e por todo o mundo. E assim
o fez, sendo considerado, hoje, como o "Pai" deste esporte, principalmente da modalidade
denominada "Single Rope".
Ao mesmo tempo, em Nova Iorque, alguns holandeses brincavam de um modo
particular, diferente do conhecidos por todos, onde uma pessoa pulava entre duas cordas
batidas alternadamente. Esse jeito novo foi espalhando-se pelo pas em forma de jogos, que
no comeo eram realizados por crianas negras e pobres, pois podiam "praticar" brincando
em qualquer lugar, inclusive na rua, a qualquer hora e isso fazia deste um jogo muito
barato, sendo necessrio apenas dois pedaos de corda. Com essa popularizao hoje esta
prtica, denominada como uma das modalidades do Rope Skipping, conhecida como
"Double Dutch" e estruturada por uma liga americana, a "American Double Dutch League"
(ADDL).
Logo depois, em 1973 essa atividade, primeiramente orientada para o lazer, foi
pesquisada e sistematizada por oficiais de polcia e professores de Educao Fsica, que
iniciaram o processo de esportivizao da prtica de pular corda, surgindo a modalidade
Rope Skipping.
Atualmente, o Rope Skipping amplamente conhecido e praticado em diversos
pases, tais como Estados Unidos da Amrica, Blgica, Austrlia, Dinamarca, GrBretanha, Alemanha, Canad, Frana, Itlia, Sua, Espanha, ustria, entre outros,
possuindo uma Organizao Europia de Rope Skipping (ERSO), criada em 1978, uma
Organizao Internacional de Rope Skipping (IRSO), uma Federao Internacional de
Rope Skipping (FISAC), que organiza os campeonatos mundiais dessa prtica esportiva,
sendo que o primeiro foi realizado em 1984 no Colorado.
Rope Skipping uma atividade fsica que tem por base o pular corda, utilizando-se
de uma diversidade de saltos, elementos acrobticos e ginsticos, alm da possibilidade de
composies coreogrficas, com ou sem a utilizao de msica. Alm disso, um espao
onde se permite a criao de novos saltos e combinaes, estimulando cada vez mais a
criatividade de cada praticante.
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As modalidades
Este esporte praticado individualmente, valorizando a velocidade de execuo de
saltos, ou em grupos, com duas ou mais cordas simultneas, dando nfase a coordenao,
criatividade e o trabalho em equipe, podendo ser classificado em trs modalidades:
"Single Rope": utilizando apenas uma longa corda, as pessoas realizam saltos, acrobacias
de diferentes formas e em velocidades variadas;
"Wheel Formation" ou "Chineese Wheel": vrias pessoas utilizando vrias cordas, realizam
trabalhos voltados para a coordenao motora, trabalho em conjunto e comunicao interna
no grupo;
"Double Dutch": saltando entre duas cordas alternadas, os praticantes realizam diversas
acrobacias e truques, individuais ou em grupos e esto sempre criando novos saltos.
Porm importante ressaltar que estes estilos podem e so sempre desenvolvidos
em conjunto com os outros, mesclados. Isso um dos fatores que torna o Rope Skipping
um esporte com inmeras combinaes, sendo um espao rico e criativo.
Em campeonatos, os grupos podem disputar provas de velocidade (quem realiza um
maior nmero de salto em menor tempo) e provas de estilo livre, onde os grupos mostram
trabalhos envolvendo bastante tcnica e muita criatividade, utilizando ou no a msica. Um
fator interessante a ser acrescentado com relao s notas atribudas em campeonatos
(vlido apenas para as modalidades de estilos livres), que so avaliadas de forma que,
sobre a nota final, 50% pela criatividade e tcnica e 50% sobre o grau de dificuldade
dos exerccios apresentados, com isso percebemos que a criatividade do grupo um fator
de grande relevncia .
As categorias
Para facilitar alguns aspectos e organizar melhor os eventos, os atletas do Rope
Skipping so divididos por categorias, conforme a faixa etria, pelas quais competem,
como exemplo:
Categoria Novatos - 12 a 14 anos;
Categoria Junior
- 15 a 17 anos;
Categoria Senior
- 18 a 34 anos;
Categoria 35 anos ou mais.
Consideraes Finais
Uma das caractersticas do Rope Skipping a facilidade de sua prtica, ou seja, no
h restries quanto a idade, sexo, peso e pode ser usado qualquer tipo de corda, tornandoo um esporte acessvel, sendo necessrios somente a corda e um par de tnis, que so
materiais de baixo custo.
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Por ser uma modalidade esportiva relativamente nova, o Rope Skipping, ainda no
conhecido no Brasil, porm todos, um dia, j brincaram de pular corda, praticando, sem
perceber, um pouco deste esporte.
Aproveitando alguns Jogos e Brincadeiras, com cordas, que fazem parte de nossa
cultura infantil, pode-se desenvolver diversos trabalhos dentro da proposta da Ginstica
Geral, abrangendo todos os elementos que fazem parte da nossa cultura corporal,
abordando questes de cooperao grupal, convvio social.
Por ser um esporte sempre receptivo a novas possibilidades, no Rope Skipping,
assim como na Ginstica Geral, a ludicidade um fator sempre presente. Desta forma
pode-se utilizar o Rope Skipping como um enriquecedor dos elementos desenvolvidos na
Ginstica Geral, apresentados em formas de coreografias em festivais organizados. Com
isso, alm da modalidade esportiva Rope Skipping estar sendo difundida, estar mostrando
uma outra possibilidade de prtica que no seja a competio.
Sendo assim, espero com este trabalho, contribuir para a literatura nacional sobre
Rope Skipping, at ento inexistente. Alm de estar abrindo novas possibilidades para a
prtica desta atividade esportiva.
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http://www.addl.org. Acessado em: Abril, Maio, Junho de 2001.
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EUROPEAN ROPE SKIPPING ORGANIZATION (ERSO). Organizao Europia de
Rope Skipping, onde contm a histria do esporte, calendrios de eventos, regulamentos.
Disponvel em: http://www.erso.org. Acessado em : Maro, Abril, Maio, Junho e Julho de
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RIDER, Nadine de. Rope Skipping for beginners (mimeo). Gent, Blgica, 1997.
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SOUZA, E. P. M. de. Ginstica Geral: uma rea de conhecimento da Educao Fsica.
Campinas, 1997. 163p. Tese ( doutorado ) - Universidade Estadual de Campinas, 1997.
Ana Paula Barbosa Sato
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Campinas SP Brasil
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GINASTICA GERAL: DIAGRAMAO DAS FORMAES COREOGRFICAS
Braulio Rocha
Grupo de Pesquisa em Ginstica Geral
da FEF/UNICAMP
Resumo: Este trabalho tem como objetivo criar um modo de diagramar composies
coreogrficas de Ginstica Geral (GG), que poder ser utilizado como instrumento para
facilitar a aquisio do posicionamento espacial, a fim de promover a compreenso e
visualizao da utilizao espacial pelo aluno, assim como o registro das composies
coreogrficas pelo professor.Este trabalho ser desenvolvido por meio de diagramao de
vinte coreografias do Grupo Ginstico UNICAMP que resultar num Banco de Dados,
o qual poder auxiliar aos professores na criao de coreografias de GG dando uma
viso ampliada das possibilidades de formaes coreogrficas a serem utilizadas.
O espao algo que o Homem sempre tentou conquistar. Cada um de ns ocupa o seu,
e este no pode ser dividido com outro corpo, afinal dois corpos no ocupam o mesmo
lugar no espao, Newton, h muito j dizia.
As leis da Fsica garantem o espao para cada corpo, mas mesmo assim, o ser humano
precisa delimitar o seu. E este no somente fsico, profissional, cultural, territorial entre
outros. Para isto trava batalhas infindveis com os que o rodeiam. Atualmente ouve-se
freqentemente: Garanta seu espao, Ganhe terreno, Defenda seu territrio e outras
frases que mostram a necessidade crescente de se ter um lugar bem delimitado, para que se
possa atuar sem se sentir ameaado.
Ao perceber esta tendncia da sociedade atual, fica patente que o profissional de
Educao Fsica, que lida com o corpo que se movimenta intencionalmente no espao,
tenha a preocupao de indicar formas de utiliz-lo.
Um outro aspecto que deve estar presente na atuao desse educador, o fato do ser
humano, apesar da sua necessidade de afirmao territorial (espacial), um animal que
precisa viver em contato com seus semelhantes, em sociedade. Por este motivo
importante a prtica de atividades que possibilitem o contato fsico entre os alunos e a
cooperao entre eles, porm, sempre respeitando a individualidade, as capacidades e o
espao delimitado por cada um.
A Ginstica Geral (GG), por ser uma modalidade sem carter competitivo, que no
impe limites quanto ao nmero de participantes e que leva cooperao entre os
membros da equipe, sendo praticada em um espao a ser ocupado e partilhado. portanto
um dos contedos da Educao Fsica que oferece um campo rico de possibilidades de
estudos e pesquisas, relacionados utilizao espacial.
O Grupo Ginstico UNICAMP (GGU) por entender a GG como uma manifestao da
cultura corporal, que rene as diferentes interpretaes da Ginstica integradas s demais
formas de expresso do ser humano, de forma livre e criativa (Perez Gallardo e Souza, 292
apud Souza 1997, p.88) e por existir h onze anos como veiculador de pesquisas na rea,
sendo assistido pelo Grupo de Pesquisa em Ginstica Geral da Faculdade de Educao
Fsica da UNICAMP- Brasil. Por estes motivos, mostra ser um Grupo que rene fatores
expressivos da GG no Brasil, preocupado tambm com aspectos pedaggicos.
E a idia de diagramar a utilizao espacial das coreografias de Ginstica Geral, surgiu
justamente da necessidade deste grupo em tornar mais fcil, o resgate (recuperar uma
coreografia j construda para ser reapresentada) de suas coreografias j criadas e em
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processo de criao, por novos integrantes. Esta necessidade mostrou-se mais claramente
nos preparativos para a Turn ao Chile e Argentina no ano de 2000, na qual eu estava
presente.
Durante os preparativos, percebi que os novos integrantes do grupo, como eu, tinham
dificuldade para se localizar no espao cnico (local da apresentao) e para entender a
lgica das coreografias e o encadeamento das formaes coreogrficas, compreendidas
aqui como a variedade de formas utilizadas pelo grupo durante uma performance (FIG,
1997, p.33, traduzido pelo autor), ou ainda, as formas geomtricas desenhadas pela
projeo da posio dos ginastas do grupo no solo durante a coreografia.
Para entender melhor as coreografias, passei a desenhar as formaes coreogrficas em
suas seqncias. Este desenho mostrava o posicionamento dos indivduos no espao,
embora as transies no fossem representadas. Como o objetivo era ajudar-me na
localizao pelo espao, passei a representar cada indivduo que compunha a coreografia
por meio de um nmero. Desta forma, consegui mais rapidamente e facilmente obter xito
em minha participao nas coreografias.
Percebi, com isto, que a diagramao facilita a aquisio dos posicionamentos que o
participante deve ocupar em cada momento da coreografia, ajuda-o a compreender a lgica
da coreografia, pois fornece uma viso de todas as formaes que estaro presentes, e
ainda auxilia o professor a promover correes de posicionamentos, que possam mostrar-se
necessrias.
O fato da coreografia estar documentada outra vantagem da diagramao pois, como
ressalta Laban (1978, p.53), uma literatura da dana e da mmica escrita em smbolos de
movimentos to necessria e desejvel como os registros histricos da poesia, na
escrita, e da msica, na notao musical.. Estendo esta afirmao ao pensar na
possibilidade de criar smbolos, que indiquem o posicionamento dos indivduos no
espao.
Estes registros organizados levam construo de um Banco de Dados que , na
verdade, um registro de possibilidades de formaes coreogrficas. Este Banco de Dados
pode ser utilizado para auxiliar na criao de coreografias dando uma viso ampliada das
possibilidades de formaes a serem utilizadas, abrindo portas para novos procedimentos
metodolgicos voltados para a GG, proporcionando anlise de coreografias (quantidade de
formaes utilizadas, diversidade, etc.) e estudos na rea das Cincias Humanas, que
busquem entender as produes da cultura corporal do ser humano relacionadas
utilizao e explorao do espao.
Esta pesquisa encontra-se em andamento e tem seu referencial terico baseado em trs
pontos:
-
Ginstica Geral: onde ser aprofundada a compreenso de sua conceituao e
abrangncia de acordo com a Federao Internacional de Ginastica, Confederao
Brasileira de Ginastica e o Grupo de Pesquisa em Ginstica Geral/FEF que
desenvolve trabalhos na rea.
Grupo Ginstico UNICAMP: ter sua histria e concepo de Ginstica Geral
analisadas, assim como suas composies coreogrficas criadas nos ltimos onze
anos de existncia.
Espao Cnico: ter como base os princpios de Laban que trata do movimento e
utilizao espacial, transferindo estes princpios para o mbito da Ginstica Geral.
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Portanto, compreender o espao cnico e suas possibilidades na criao de coreografias
de Ginstica Geral um desafio deste estudo, o que , certamente, facilitar a elaborao de
uma metodologia de registro de formaes coreogrficas, enriquecendo e facilitando o
trabalho do professor, a localizao do aluno no espao e a compreenso da totalidade
coreogrfica.
Bibliografia
FEDERATION INTERNATIONALE DE GYMNASTIQUE. Manual Grupo
Performances. Schweiz: FIG, 1997.
LABAN, R. Domnio do movimento. 3. ed. So Paulo: Summus, 1978.T
SOUZA, E. P. M. Ginstica Geral: uma rea do conhecimento da Educao Fsica.
Campinas, 1997. 163 p. Tese (Doutorado) Faculdade de Educao Fsica, Universidade
Estadual de Campinas, 1997.
ENDEREO: Rua Itu, n: 99, Ap: 705. Condomnio Marques de Itu.
BAIRRO: Bosque CEP: 13025-340
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e-mail:
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NO PRXIMO SCULO
Profa. Mestranda Cristiane Montozo Fiorin
Departamento de Educao Motora
Grupo de Pesquisa em Ginstica Geral da FEF/Unicamp
Resumo: O presente artigo tem como objetivo salientar a relevncia da Ginstica Geral
no mundo contemporneo, dialogando principalmente com as novas tendncias e
pensamentos do campo esportivo. Cada vez mais impossvel negarmos a grande massa
que pratica esporte no pelo prisma do alto rendimento, mas como uma atividade de
lazer. Neste caso, a Ginstica Geral surge como mais uma possibilidade para uma
populao que jamais conseguir atingir um ndice olmpico. Um dos objetivos sem
dvida apontar a Ginstica Geral como uma prtica que contempla um nmero muito
maior de pessoas e que ser, sem dvida, durante o prximo sculo a Ginstica que mais
crescer no mundo, dado que cada vez mais as prticas sero direcionadas para pessoas
no atletas, que so na verdade os grandes consumidores das prticas esportivas ao redor
do mundo.
Trazer a tona, reflexes acerca do futuro nos traz sempre uma aura de mistrio e
magia. Falar de futuro falar do desconhecido, do no concreto, do que ainda vir. Mas ,
antes de tudo, falar de sonhos, esperanas. lanar sementes esperando que elas
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frutifiquem neste distante tempo que denominamos futuro. dar asas a imaginao,
perspectivando melhoras para os diversos aspectos da vida, do homem e da sociedade.
No entanto, existe uma relao muito prxima entre presente e futuro, dado que o
tempo no algo desconectado. H uma ligao muito forte entre nossos atos no momento
atual e as suas conseqncias no futuro. Falar de futuro , antes de tudo, compreender o
presente. Sigo o meu pensamento, sendo apoiada pelas palavras de Bento (2000):
... quando se fala de futuro como se estivssemos a fazer referncia a algo
distante. E, no entanto ele depende mais daquilo que fizermos hoje do que de
ficarmos espera do que ser feito num longnquo amanh. No conseqncia
automtica do passado, nem alheio ao que for feito no presente; constri-se, com
base nos nossos desejos, a partir das nossas atitudes e acces. Dito de outro
modo, o presente pode ser pobre ou rico de futuro. nele que se alarga a linha do
horizonte.(pg.192)
Gostaria ento, neste momento presente alargar a linha do horizonte e lanar
algumas consideraes a respeito da Ginstica no prximo sculo. No texto Pedagogia dos
Esportes e Jogos Coletivos, Paes (2000) nos lana a seguinte questo: Como ser
praticado o esporte ao final do sculo que se inicia? (pg 1)
Tomo a liberdade de parafrasear este pensamento e lanar uma outra questo:
Como ser a ginstica praticada ao final do sculo XXI?
Sem dvida, para que esta questo seja respondida, teremos que passar por
reflexes em diferentes nveis e analisarmos antes de tudo, qual ser a viso de esporte que
teremos no prximo sculo, qual ser o foco das relaes dentro do mbito esportivo, para
quem ser dirigido este esporte. Quais so as primeiras luzes, que hoje, no tempo presente,
nos apontam para um futuro diferenciado em relao s prticas esportivas? Para responder
tal questo, olharei um pouco para o passado, a fim de compreender a estrutura na qual o
esporte moderno se desenvolveu. Segundo Marques (2000):
O desporto moderno nasceu com a revoluo industrial, cientfica e
tecnolgica. Aperfeioou-se com o desenvolvimento desta. Numa civilizao
do rendimento, com a cincia e a mquina como referncia, o desporto
ganhou sentido na relao com o rendimento de uma outra mquina,
extraordinria o corpo humano. Estudada esmiuadamente na sua
organizao e funcionamento, nas estruturas e sistemas que condicionam o
seu desempenho, possibilitou o desenvolvimento das capacidades do Homem
at limites inimaginveis. (pg.15)
O sculo XX que v nascer o esporte moderno, v tambm surgir outras
perspectivas para alm daquelas apontadas acima. O esporte, apesar de ser visto como uma
prtica para atletas, ligado aos ideais olmpicos, visando a competio e o auto rendimento,
acaba sendo compreendido de uma forma mais ampla. inegvel a popularidade do
fenmeno esporte no sculo passado, o que fez com que este passasse de uma prtica
reservada a uma minoria, para uma atividade de alcance mundial, sem fronteiras culturais
ou religiosas.
Nos anos 60 e 70 do sculo XX, vimos crescer em todo o mundo uma reao a
exacerbao do esporte destinado a uma pequena massa de competidores, resultando disto
movimentos de democratizao do esporte, como o Esporte para Todos (EPT) e os
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Manifestos do Esporte (1964), da Educao Fsica (1968), do Fair Play, e a Carta
Internacional de Educao Fsica e Esportes (1978).
No podendo ser visto apenas como rendimento, o esporte, como um fenmeno
scio-cultural acaba ocupando um espao significativo na vida das pessoas, tornando-se
desta forma um patrimnio cultural da humanidade, compreendendo diversas esferas, onde
o esporte profissional tornou-se apenas uma modalidade dentro de um fenmeno que
contempla tantas outras derivaes. Atualmente podemos dividir o esporte em diversas
vertentes que tentam contemplar a pluralidade de finalidades a qual este fenmeno se
destina. Este pode ser visto, segundo Paes (2000), como: contedo da educao fsica no
mbito da escola, contedo do lazer, adaptado para portadores de necessidades especiais
e profissional.
Olhando assim, amplamente para o fenmeno, podemos concluir tambm que se o
seu significado se expandiu, as prticas esportivas tambm expandiram os seus domnios
atingindo um nmero maior de pessoas. Os esportes tradicionais tiveram que sofrer
modificaes para que fosse possvel a prtica por muitas pessoas, desde crianas at
idosos, passando por deficientes fsicos e atletas profissionais.
Partindo deste cenrio, comeo a tecer as consideraes a respeito da Ginstica que
vislumbro para o prximo sculo. Considerando que teremos uma porcentagem
infinitamente maior de pessoas no atletas do que atletas, acredito que a Ginstica que
ganhar mais destaque ser, sem sombra de dvida, a Ginstica Geral. Isto no significa de
maneira alguma o desaparecimento das outras como a Ginstica Rtmica, Artstica,
Aerbica e Acrobtica. Na verdade, a expanso da Ginstica Geral trar benefcios para
todas as outras ginsticas, pois poder ocasionar o aparecimento de talentos. No que ela
tenha esse fim, mas quanto mais pessoas conhecem e praticam, maior ser a chance de
trazer novas pessoas para o esporte profissional.
A Ginstica Geral, segundo a FIG (Federao Internacional de Ginstica, 1993) ...
a parte da Ginstica que est orientada para o lazer, onde as pessoas de todas as idades
participam principalmente pelo prazer que sua prtica proporciona. Desenvolve a sade,
a condio fsica e a interao social, contribuindo para o bem estar fsico e psicolgico
de seus praticantes. Oferece um vasto campo de atividades, respeitando as caractersticas,
interesses e tradies de cada povo, expressados atravs da variedade e beleza do
movimento corporal.
Seus objetivos principais so possibilitar a participao do maior nmero de
pessoas em atividades fsicas de lazer, sempre fundamentadas nas atividades gmnicas;
oportunizar a auto-superao individual e coletiva, sem parmetros comparativos com
outros; propiciar o intercmbio scio cultural entre os participantes ativos ou no; valorizar
o trabalho coletivo, sem deixar de valorizar a individualidade neste contexto e incentivar a
realizao de diversos festivais onde tal ginstica pode ser observada.
Na prtica, a Ginstica Geral, possuindo uma base gmnica, consegue dialogar com
outras manifestaes da cultura corporal como a dana, o teatro, os jogos e o prprio
esporte, todos servindo como inspirao para a criao de composies ginsticas que
sero vistas por milhares de pessoas durante festivais, ou como uma parte da aula de
Educao Fsica. Um programa onde a Ginstica Geral esteja inserida deve ter sua base
fortemente estruturada nos princpios das diferentes ginsticas. O uso de aparelhos oficiais
(tanto da Ginstica artstica como da rtmica), ou de alternativos so permitidos,
possibilitando uma nova forma de se fazer um exerccio ou proporcionando um terreno
frtil para a criatividade na execuo de movimentos, j que possvel experimentar,
tentar, ousar.
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Alm disso, ela pode ser desenvolvida com qualquer tipo de pblico, independente
de sexo, raa ou condio social. Ela pode dialogar com a Educao, atravs de projetos
dentro da escola, com o lazer, destinando-se a pessoas da terceira idade e tambm pessoas
portadoras de deficincias fsicas, passando inclusive pela insero de talentos ou atletas
profissionais, desde que tenha um carter no competitivo.
A principal arena onde possvel ver, discutir e tambm praticar a GG para um
grande nmero de pessoas so, sem dvida, os festivais de Ginstica Geral. A existncia de
festivais vital para que esta tenha seu espao, j que no h campeonatos para isto. O que
vemos em tais encontros um congraamento entre diferentes tcnicas, culturas e
interpretaes do movimento gmnico. Para a FIG, a World Gymnaestrada1 o evento
oficial da Ginstica Geral, no entanto outros festivais so apoiados em nome da divulgao
cada vez maior desta prtica.
Jo Sommer, idealizador da World Gymnaestrada acreditava, de acordo com Ayoub
(1998) que a competio no deveria estar presente nestes eventos, onde o objetivo
principal seria promover um intercmbio de idias entre os diversos pases participantes no
que diz respeito multiplicidade de enfoques que a Ginstica possibilita.
A Ginstica Geral na Europa, aliada ao movimento de Esporte para Todos (EPT),
consegue ganhar amplitude e tornar-se uma prtica difundida e conhecida. Estes encontros
que conseguem reunir 22.000 participantes no podem ser encarados apenas como uma
manifestao qualquer, pois tais eventos chamam a ateno da mdia, dos grandes polticos
do esporte mundial, interessados em legitimar e apoiar a prtica de atividade fsica em todo
o mundo destinada a pessoas comuns.
Segundo Schwirtz (2000) Antonio Samaranch em 1995 no propsito da 10a.
World Gymnaestrada em Berlim, descreveu este como sendo o mais importante evento do
esporte de lazer no mundo. Vinte e cinco membros da comisso do movimento Sport for
all tiveram a oportunidade de estar em Gothemburgo na 11 a. World Gymnaestrada, onde
tiveram imediatamente uma forte impresso do evento dado as suas propores.(traduo
da autora)
Acredito ser a Ginstica Geral, uma ginstica democrtica e que nos remete ao
tempo em que fazer ginstica era faze-lo na rua, mostrando o seu corpo seja ele magro,
gordo, velho ou deformado. Esta ginstica trs em sua bagagem a arte de se exercitar. O
prazer de virar de ponta cabea, o espetculo, o homem no centro do tablado com suas
fraquezas, diferenas e medos. O homem do novo sculo.
Aps este perfil, fica mais fcil entendermos esta ginstica como sendo aquela que
possui potencialmente mais condies para ser desenvolvida nos prximos cem anos. As
Ginsticas de competio, que caracterizam o esporte profissional possuem uma srie de
demandas para a sua prtica que inviabilizam a sua popularizao. O preo de materiais
oficiais, treinamento, restries na dieta, o modelamento do corpo para determinada
prtica, faz com que o nmero de pessoas que consigam cumprir ao longo da vida com
todos estes requisitos fique cada vez menor.
No estamos pregando contra atletas talentosos e que nos maravilham com seus
incrveis saltos, ou outras habilidades nas Olimpadas e Campeonatos Mundiais, mas sim,
tentando mostrar que a prtica da Ginstica Geral pode ser mais ampla e caminhar ao
encontro de uma perspectiva de esporte que cada vez mais se aproxima do social, que v
de encontro com o ser humano.
1
A palavra gymnaestrada uma aglutinao de dois termos: gymna que se relaciona ginstica e
strada rua, caminho, palco; local onde se apresenta o desenvolvimento atual e as tendncias na rea da
ginstica. Poderamos traduzir o termo como caminho para a ginstica.
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Acredito para o prximo sculo numa ginstica que ser agradvel, que contemple
o artstico, o ldico e principalmente o prazer. Que possa usar a tcnica como aliada na
criao de sonhos, que possa fazer com que idosos se sintam vivos, que deficientes se
sintam integrados, que crianas brinquem/treinem, que atletas profissionais se sintam bem
vindos. E principalmente, que as pessoas se sintam especiais, fazendo parte de algo,
vivendo seu corpo, brincando com a vida. Vislumbro uma Ginstica que una pessoas
diferentes, com respeito, com carinho. Que a diversidade seja o maior trunfo desta
ginstica, que o diferente seja aceito como mais uma face da realidade, um outro ngulo,
uma outra forma.
Consigo vislumbrar no presente este futuro, atravs da Ginstica Geral.
Alguns autores acreditam que se o sculo XX foi o sculo do Esporte, o sculo XXI
ser o sculo das Artes. A respeito disso Marques (2000) sabiamente nos faz refletir:
A questo no se por, ento, na substituio do desporto, pela arte, ou
por outra qualquer actividade. As prticas sociais e culturais tero que ser
mais humanizadas, significando isto que o trabalho realizado respeitar a
essncia e a dignidade do homem. Ter sacrifcios e ter compensaes. S
assim ser significante. S assim ser humano.(pg.16)
E assim ser, mesclando arte, cincia e tecnologia que viveremos o sculo XXI,
tornando cada vez mais humanas as prticas esportivas, as relaes entre os praticantes,
fazendo com que o esporte seja sentido concretamente como uma patrimnio cultural da
humanidade. E que cada ser humano possa usufruir em diferentes instncias de tal
patrimnio.
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Cristiane Montozo Fiorin
Av. das Amoreiras, 3879 bl. 11 apt. 12
CEP 13050-100
Campinas - SP
E-mail:
[email protected]A GINSTICA GERAL COMO UM CONTEDO
PROCEDIMENTAL DA GINSTICA ESCOLAR
Eliana de Toledo
Mestra pela Faculdade de Educao Fsica UNICAMP
Resumo: Este texto faz parte da tese de mestrado, da mesma autora, cujo tema Proposta
de Contedos para a Ginstica Escolar: um paralelo com a Teoria de Coll, onde so
abordados os contedos factuais, conceituais, procedimentais e atitudinais, partir dos
estudos desenvolvidos por Csar Coll, na obra Contedos na Reforma (1998). O objetivo
deste texto, tratar especificamente da Ginstica Geral como contedo procedimental da
Ginstica Escolar. Sem dvida, sua melhor compreenso ser proporcionada dentro do
contexto da tese, mas neste texto teremos acesso proposta e a fundamentao terica
para pensarmos e aplicarmos a GG na Escola, com base numa nova tendncia na rea da
Educao, inclusive mencionada pelos PCNs.
Antes de abordarmos os contedos procedimentais, enquanto um tipo de contedo
na Ginstica Escolar, enfocando principalmente a Ginstica Geral, seria interessante
desmitificarmos alguns equvocos conceituais sobre procedimentos.
Primeiramente necessrio compreender porque os procedimentos so
considerados como contedos:
... o prprio nome contedos parece que o temos reservado
exclusivamente para identificar com maior propriedade os
conhecimentos de natureza informativa, definitria, terica, explicativa:
ou seja, os contedos factuais e conceituais, sem que ainda tenhamos
coragem de falar com a mesma propriedade das estratgias, dos
mtodos, das habilidades, etc., como verdadeiros contedos de
aprendizagem... O conjunto de aes ou decises que compem a
elaborao ou a participao o que chamamos de procedimento. O
procedimento completo pode constar de muitas operaes mais simples,
as quais se sucedem no tempo e com certa ordem. (COLL E VALLS,
1998, p.76 e 77) (grifo meu)
Segundo estas declaraes, possvel concluir que o procedimento caracteriza-se
basicamente por uma lgica interna do contedo, uma vez que uma ao ordenada, com
uma meta comum.
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Durante a obra, os autores citam exemplos de procedimentos em algumas
disciplinas escolares. E ao tratarem dos procedimentos na disciplina Educao Fsica,
fazem a seguinte colocao: aumentar as possibilidades de rendimento motor atravs do
condicionamento e aprimoramento das capacidades fsicas...(Ibid., p.104). Nesta citao
ficam destacados somente os aspectos motores que norteiam esta disciplina, mas nela j
possvel notar que o procedimento a utilizao de uma estratgia para a obteno de uma
meta. O termo estratgia tambm colocado pelos autores como sinnimo de
procedimento:
Trata-se sempre de formas determinadas e concretas de agir, cuja
principal caracterstica que no so realizadas de forma arbitrria ou
desordenada, mas de maneira sistemtica e ordenada, uma etapa aps a
outra e que essa atuao orientada para a consecuo de uma meta.
(Ibid., p.78)
Na Ginstica Escolar, podemos dizer que os contedos procedimentais so
representados pela lgica motora e cognitiva ideais para o aprendizado dos contedos
factuais e conceituais, que podem vir representar nossa meta.
Segundo os autores:
Pode-se falar de procedimentos mais ou menos gerais em funo do
nmero de aes ou passos envolvidos na sua realizao, da
estabilidade na ordem desses passos e do tipo de meta a que so
dirigidos.(Ibid, p.79)
A diviso do contedo que apresentamos como conceitual para a Ginstica Escolar,
em trs fases, possibilita que as capacidades fsicas e cognitivas do aluno sejam
respeitadas, partindo de aes mais simples para as mais complexas.
O aluno pode e deve vivenciar diferentes possibilidades de movimento propiciados
pela Ginstica, desde os mais simples, relacionados s habilidades motoras bsicas (como
o correr), ou s suas experincias nos jogos infantis (como saltitar, pular corda, manejar
pequenos objetos, etc), at as mais complexas, relacionadas aos movimentos prprios das
modalidades gmnicas competitivas (como os mortais, o lanamento das maas, a
prancha nas argolas etc). No entanto, o aluno deve dominar o movimento mais simples
para, posteriormente, dominar o mais complexo.
Como podemos solicitar do nosso aluno uma habilidade que neurologicamente
ainda no possvel de ser executada? Como podemos solicitar que nosso aluno execute o
rolamento na trave se ele ainda no o faz no solo? Como podemos solicitar que o aluno
lance uma bola, salte e a recupere, se ele ainda no diversifica a fase de vo, no aterrisa
com segurana e no amortece a recuperao da bola?
Estamos nos referindo, portanto, uma hierarquia pedaggica que serve como
critrio na determinao das seqncias de aprendizagens dos contedos procedimentais,
que esto diretamente relacionados com os contedos conceituais.
O aprendizado dos contedos em Ginstica Escolar deve acontecer:
- do mais simples para o mais complexo;
- e das menores possibilidades de movimento para as maiores.
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Baseando-nos nesta hierarquia, foi possvel formular o seguinte quadro (TOLEDO,
1999:167):
Quadro 4 - Hierarquia para o desenvolvimento dos contedos procedimentais na
Ginstica Escolar
GINSTICA RTMICA E ARTSTICA
elementos ginsticos (separados e combinados) + acrobticos +
aparelhos fixos e portteis
GINSTICA
elementos constitutivos da Ginstica + combinao entre eles
HABILIDADES BSICAS DO SER HUMANO
rastejar, rolar, andar, correr, saltitar, equilibrar, saltar, girar, ondular,
inverter
Nvel de Complexidade
GINSTICA GERAL
elementos ginsticos + modalidades gmnicas +dana + artes +
contedos da cultura corporal
O procedimento especfico de cada contedo refere-se lgica interna ou
estratgia que nica para o alcance de uma meta tambm especfica. Traando um
paralelo com a Ginstica Escolar, poderamos dizer que este tipo de procedimento refere-se
aos passos pedaggicos para o aprendizado de determinado contedo conceitual. Ou seja,
elencamos alguns elementos bsicos da GA e da GR (contedo conceitual), demos
exemplos de suas variaes (formas de variar ou complementar este contedo conceitual),
e agora trataremos de como viabilizar a aprendizagem destes contedos conceituais e suas
variaes (contedo procedimental).
Se utilizarmos como exemplo a aprendizagem do elemento acrobtico estrela
(contedo conceitual), podemos dizer que um procedimento bem adequado para este
ensino consiste, nesta sequncia, em: dominar o apoio das mos no solo; controlar o corpo
em inverso (variando o movimento das pernas e a amplitude do quadril); coordenar a
seqncia mo-mo-p-p (em diferentes situaes); execut-la em diferentes alturas;
aumentar a amplitude entre as mos e os ps, tanto no incio do exerccio quanto no final;
ampliar a abertura das pernas durante o exerccio; execut-la com comeo, meio e fim, de
forma controlada e ampla. Esta sequncia pedaggica consiste no contedo procedimental.
Alguns livros e apostilas abordam estes processos para o aprendizado dos
contedos gmnicos, e a eles que os professores podem recorrer, alm de logicamente
consultar especialistas na rea. No conseguiramos, neste trabalho, descrever o
procedimento especfico de cada um dos elementos gmnicos, levantados nestas trs fases,
mas, ressaltamos novamente o quo significativas so para o aluno as diferentes formas de
vivenciar aquele contedo numa ordem pedaggica, assim como poder, atravs deles,
realmente aprender a forma mais eficaz, segura, e, portanto tcnica de execut-los.
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Ou seja, o interesse pelo prtico, pela atividade, no reside somente em
conhecer, memorizar, recordar a informao referente a como se faz
uma observao, uma descrio, uma medida, uma manipulao, uma
composio escrita, etc., corretas, mas que tambm interessa aprender a
usar tais conhecimentos adequadamente em uma situao particular de
observao, de medida, de utilizao de instrumentos, de aplicao de
regras, de descrio de um fenmeno, etc., pelo grau de eficcia e de
aproveitamento dessa ao. (COLL e VALLS, op.cit., p.95)
No caso especfico da Ginstica Geral, possvel visualizar, partir do quadro
apresentado anteriormente, que ela ocupa a ltima escala na hierarquia de nveis de
dificuldade dos contedos da Ginstica Escolar.
Devido abrangncia de suas possibilidades de aes motoras e aos diversificados
contedos que agrega (contedos gmnicos, das artes cnicas, da dana, da cultura
corporal), a GG mostra-se como um contedo procedimental que possui um alto nvel de
complexidade para a Ginstica Escolar, pois, para que o aluno possa explorar de forma
tima2 cada um destes contedos e possa ainda integr-los de forma harmnica e
esttica, no processo de vivncia e aprendizagem ou numa coreografia, faz-se necessrio
que o mesmo j tenha tido contato prvio com estes contedos por ela agregados.
Parece claro que o aluno ter maior probabilidade de otimizar estes contedos e
integr-los, se j tiver tido acesso aos mesmos em estgios de aprendizagem anteriores, de
formas diferenciadas. O raciocnio que acompanha esta proposta o mesmo que foi
mencionado nas colocaes feitas aps a exposio do quadro 04, ou seja, muito difcil
esperar algo do aluno que ele no possa nos oferecer, pois a ele no fornecido subsdios
suficientes para isso.
A base desta proposta muito simples: o aluno deve inicialmente apropriar-se do
conhecimento, de diferentes formas, para depois aprofund-lo e integr-lo outros
contedos.
Como esperar dos alunos de premeira e segunda sries que eles sejam expressivos,
consigam transmitir para o pblico a essncia do tema que est sendo desenvolvido, se os
mesmos no possuem maturidade para isso ou no vivenciaram jogos cnicos? Como
esperar um processo muito criativo e ousado, se os alunos no possuem sequer um
vocabulrio motor ou vivncias corporais diferenciadas anteriores?
Uma das propostas da GG o trabalho com materiais alternativos. Um aluno que j
tenha tido contato com a modaliadade Ginstica Rtmica, por exemplo, j ter vivenciado e
explorado: diferentes tipos de manejo com os aparelhos de Ginstica Rtmica (rolar, lanar,
recuperar, fazer rotaes, balanceamentos, etc), a relao e a harmonia do movimento do
aparelho com os movimentos corporais, a adatao do movimento corporal segundo as
caractersticas fsicas do aparelhos (peso, tamanho, altura, forma de preenso, tipos de
movimento que proporciona, etc), a criao de novos movimentos de manejo para as
composies coreogrficas, a expressividade etc.
Esta justificativa fica muito evidente quando observamos a explorao e a
interpretao de um tema ou coregorafia por ginastas, ex-ginastas, ou alunos que em
algum momento de suas vidas j vivenciaram os contedos da GG (Ginstica, elementos
da cultura corporal, dana, artes, etc), como por exemplo, observarmos trabalhos
2
Entenda-se como forma tima, a forma ideal, intensa, significativa e reflexiva de se vivenciar, explorar e
compreender um contedo.
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desenvolvidos pelo Grupo Ginstico Unicamp ou por alguns grupos de clubes, e trabalhos
desenvolvidos em Escolas.
Isto no quer dizer que a GG no possa ser trabalhada com crianas, em diferentes
faixas etrias na Escola. Sem dvida, alguns ou muitos de seus contedos sero
contemplados, os alunos sero capazes de criar movimentos, com prazer e integrao,
participar de um processo valorativo e significativo, e este trabalho dar muitos frutos para
a Escola e para os alunos. Os estudos de AYOUB (1998), em que a Ginstica Geral
abordada como uma perspectiva para a Educao Fsica Escolar, apontam para uma
proposta de desenvolvimento da GG na Escola, com base em experincias prticas e com
respaldo terio profundo.
A prtica da GG aconselhvel em qualquer idade, para diferentes grupos de
interesse, no espao formal e no formal, sendo bem apropriada ao ambiente escolar
devido s caractersticas que possui. Algumas delas so:
- no possuir um nmero definido de participantes;
- no ter a faixa etria e o sexo dos praticantes pr-estabelecidos;
- no possuir elementos obrigatrios;
- propiciar a socializao;
- aproveitar e valorizar a vivncia individual dos participantes;
- proporcionar a elaborao de coreografias;
- possibilitar a execuo de coreografias de pequena e grandes reas;
- integrar movimentos da cultura corporal, da Ginstica, das Artes e da Dana;
- trabalhar com materiais alternativos ou no convencionais, etc.
Finalizando, o contedo procedimental Ginstica Geral, enquanto parte da rea de
conhecimento da Ginstica Escolar, pode e deve ser aplicado de diferentes formas, em todo
o mbito escolar, como contedo da Educao Fsica ou como atividade extra-classe, mas
talvez possa ser melhor apropriada e vivenciada, em toda sua abrangncia, com maior
profundidade, reflexo e ousadia, partir da vivncia prvia pelos alunos dos contedos
por ela agregadas, como sugere o quadro de Hierarquia para o desenvolvimento dos
contedos procedimentais na Ginstica Escolar (op.cit).
Referncias Bibliogrficas
AYOUB, Eliana. A Ginstica Geral na sociedade contempornea: perspectivas para a
Educao Fsica Escolar. Tese de Doutorado. Campinas: Faculdade de Educao Fsica,
Universidade Estadual de Campinas, 1998.
COLL, Csar et alli. Os contedos na reforma - ensino e aprendizagem de conceitos,
procedimentos e atitudes. (traduo Beatriz Afonso Neves). Porto Alegre, Artes Mdicas,
1998.
________________ & VALLS, Enric. A aprendizagem e o ensino dos procedimentos in
COLL, Csar et alli. Os contedos na reforma - ensino e aprendizagem de conceitos,
procedimentos e atitudes. (traduo Beatriz Afonso Neves). Porto Alegre, Artes Mdicas,
1998.
TOLEDO, Eliana. Proposta de Contedos para a Ginstica Escolar: um paralelo com a
Teoria de Coll. Tese de Mestrado. Faculdade de Educao Fsica, Universidade Estadual
de Campinas (UNICAMP), 1999.
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Endereo: Av. Jesuno Marcontes Machado, no. 2201, apto 103, Edifcio Piazza Navona Jd. Planalto Campinas SP
GINSTICA GERAL E FORMAO HUMANA
Fernanda Clia Alcntara Silva Chaparim-Mestranda
Elizabeth Paoliello-Doutora
Grupo de Pesquisa em Ginstica Geral- F.E.F./UNICAMP
Resumo: Este trabalho versa sobre a ginstica geral, a concepo pedaggica desta
prtica pelo Grupo de Pesquisa em Ginstica Geral F.E.F./UNICAMP, seus princpios
norteadores; formao humana e capacitao, e a vivncia de um projeto de Ginstica
Geral na concepo do Grupo, de 1997 a 2000, com adolescentes em situao de risco,
no Externato So Joo, instituio salesiana de proteo ao menor, situado na cidade de
Campinas-S.P.,que possui objetivos scio-pedaggicos coerentes com os princpios da
concepo do Grupo. Observou-se que durante a aplicao deste projeto foram
vivenciado, pelas adolescentes, valores humanos de acordo com a concepo de
Maturana & de Rezepka (1995) .
A Ginstica Geral
A Ginstica Geral uma atividade gmnica no competitiva, sem normas e padres
obrigatrios. Tem como um de seus objetivos propiciar o bem estar fsico, mental e social
de seus praticantes. Por sua caracterstica abrangente e aberta permite vivenciar inmeras
experincias motoras, utilizando de diferentes contedos; danas, ginsticas, lutas e jogos,
com diversos temas, formas, estilos, tendncias, ritmos, msicas, materiais e vestimentas.
No h um nmero determinado de participantes, podendo ter praticantes de ambos
sexos, de diferentes idades, capacidades, habilidades, condies fsicas, tradies e
culturas. No sendo seletiva, no exige um alto nvel de performance e permite formar
grupos mistos e diversificados quanto idade, performance e habilidade.
Proporciona a formao integral da pessoa nos aspectos motor, cognitivo afetivo e a
interao social, congregando pessoas e grupos, respeitando as caractersticas culturais e
tradies de cada grupo.
Ao proporcionar a interao social de pessoas e grupos torna-se um fenmeno sciocultural, congrega pessoas e respeita as caractersticas culturais e suas tradies, sendo esta
vivncia cultural muitas vezes o centro de partida do trabalho.
No mbito mundial a Ginstica Geral proposta orientada, difundida pela Federao
Internacional de Ginstica (F.I.G.), que a define como
parte da ginstica que est orientada para o lazer, onde pessoas de todas as
idades podem participar simplesmente pelo prazer que sua prtica proporciona,
promovendo a sade, a condio fsica e a interao social, contribuindo dessa forma, para
o bem estar dos praticantes. Oferece um vasto campo de atividades, sempre respeitando as
caractersticas, interesses e tradio de cada povo, expressadas atravs da variedade e
beleza do movimento corporal. (F.I.G., 1993)
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Esta instituio considera a Ginstica Geral como fenmeno educacional ao
proporcionar o crescimento humano e social, respeita a individualidade, e deve ser
praticada com esprito alegre e despreocupado, onde a pessoa deve estar consciente do
valor do esporte e sentir-se como parte do contexto esportivo (Souza, 1997, p.34).
O Grupo de Pesquisa em Ginstica Geral F.E.F./UNICAMP realiza h 12 anos
trabalhos na rea pedaggica da Ginstica Geral. De acordo com Souza (1997) a Ginstica
Geral para este Grupo de Pesquisa entendida como:
Uma manifestao da cultura corporal, que rene as diferentes interpretaes
da ginstica, integradas s demais formas de expresso de ser humano de forma livre e
criativa. Sua principal caracterstica a de proporcionar a prtica da Ginstica sem fins
competitivos, para o maior nmero de pessoas, independentes da idade, sexo, condio
fsica ou tcnica, proporciona uma gama infinita de experincias motoras, alm de
estimular a criatividade, o prazer no movimento, o resgate da cultura de cada povo e a
interao social. (p. 292)
Este Grupo, numa abordagem scio-cultural da Educao Fsica, cujo foco central
o ser humano, valoriza e privilegia as experincias da cultura corporal que o praticante j
possui, servindo de referncia de si mesmo como ser cultural e ponto de partida de todo o
trabalho, em direo apropriao dos conhecimentos da cultura corporal pertinentes aos
diversos grupos sociais.
A Formao Humana e Capacitao
Maturana & de Rezepka (1995) defendem a idia que o futuro deve surgir de
homens e mulheres que vivero o futuro. Homens e mulheres que deveriam ser ntegros,
autnomos e responsveis por seu viver e por aquilo que fazem, pois o fazem por si
mesmos; homens e mulheres sensveis, amorosos, conscientes de seu ser social e de que o
mundo que vivem surge com seu viver. E acreditam que a tarefa educacional formar
seres humanos para o presente, para qualquer presente, seres nos quais outro ser humano
pode confiar e respeitar, seres capazes de pensar tudo e fazer o que se queira como um ato
responsvel de sua conscincia social ( 1995, p.10).
Para estes autores a maior dificuldade na tarefa educativa a confuso existente
entre duas categorias de fenmenos distintas a formao humana e capacitao. Formao
humana considerada o desenvolvimento da criana em tornar-se pessoa capaz de ser cocriadora com outros de um espao humano de convivncia social desejvel (1995, p.11).
Como tarefa educacional consiste na criao de condies que orientem e apiem a
criana durante seu crescimento, como um ser capaz de viver o auto-respeito, o respeito
pelo outro, que pode dizer no ou sim por si mesmo, e cuja individualidade, identidade e
autoconfiana, no se fundam na oposio ou diferena em relao aos outros, mas no
respeito por si prprio, de tal modo que possa colaborar justamente porque no tem medo
que a relao desmorone.(p.11)
Prez Gallardo (1997, p.82) em relao a formao humana no processo educativo,
salienta a importncia de propiciar atividades onde aos alunos vivenciem os valores
humanos como: a cooperao, responsabilidade, a amizade, solidariedade, criatividade,
carinho, liberdade, confiana em si mesmo, a crtica e o fornecimento de solues dos
problemas que se critica, disponibilidade para estar a servio do grupo e no o grupo a
servio do indivduo.
Estes elementos da formao humana devem ser incorporados e exercidos no
cotidiano atual do aluno, visto que seu futuro uma incgnita.
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Capacitao, conforme Maturana & de Rezepka, relaciona-se com as aquisies de
habilidades e capacidades de ao no mundo em que se vive como recurso operacional que
a pessoa tem para realizar aquilo o que queria vivenciar Como tarefa educacional consiste
na criao de espaos de aes onde se exercitem as habilidades que se deseja
desenvolver, ampliando-se as capacidades de fazer com reflexo sobre esse fazer como
parte da experincia que se vive e se deseja viver (1995, p.11).
A concepo de Ginstica Geral do Grupo de Pesquisa em Ginstica Geral
F.E.F./UNICAMP, pedaggica, centrada na pessoa e na formao de valores humanos,
enfatiza a formao humana em relao capacitao. Por meio da capacitao o aluno
vivencia e aprende novas possibilidades motoras, sendo um meio para que o processo
educativo ocorra. Desta forma, o trabalho no pode ser analisado e avaliado apenas pelo
produto final, ou seja, a composio coreogrfica, pois a sua importncia encontra-se
principalmente no processo, onde os elementos de formao humana so desenvolvidos.
Os praticantes integram propostas de trabalhos grupais que tenham relao com as suas
necessidades, caractersticas, expectativas, enfatizando elementos culturais, com base nos
elementos de formao humana, tais como a cooperao, responsabilidade, auto-estima,
respeito por si e pelo outro, predisposio e criatividade. So incentivados a
desenvolverem suas qualidades, explorarem e descobrirem seus potenciais.
Adolescentes em situao de risco
O Externato So Joo uma instituio salesiana com objetivos e aes scioeducativas compatveis com os princpios e objetivos da concepo pedaggica do Grupo
de Pesquisa em Ginstica Geral F.E.F./Unicamp.
Situada na cidade de Campinas esta instituio deseja tornar-se um programa integral
de proteo aos jovens, conforme orientao do artigo 90 do Estatuto da Criana e do
Adolescente. Tem como objetivo contribuir na formao de cidadania e de valores cristos
do jovem, torn-lo cidado que saiba usar de seu livre-arbtrio de tal forma que isso resulte
em conseqncias boas para si e para os outros, que seja capaz de reger-se com base em
princpios cristos de fraternidade; de refletir sobre suas prprias aes e as do grupo.
Atende adolescentes que viveram nas ruas, moradores das periferias pobres e favelas
da cidade, jovens trabalhadores informais com poucas expectativas de profissionalizao,
entrada no mercado de trabalho e insero social, jovens que fizeram uso de drogas leves,
rejeitados, abandonados, encaminhados pela Vara da Infncia e Juventude.
De acordo com LELO (1997, p.29) os adolescentes provedores de suas famlias saem
de seus bairros de origem para o centro da cidade e por meio da mendicncia e/ou trabalho
informal correm o risco de tomar conhecimento e ingressar no mundo do trfico e uso de
drogas, o que por sua vez, vem fragilizar os vnculos familiares. Adolescentes que no tm
oportunidade de desenvolverem suas potencialidades e de vivenciarem realidades de sua
prpria faixa etria e suas famlias no oferecem uma estrutura segura para o
desenvolvimento afetivo, muitas vezes experimentam o sentimento de rejeio e abandono.
H adolescentes que mesmo estudando precisam de apoio e proteo fora do horrio
escolar, pois esto em situao de risco. So provenientes de favelas e conjuntos populares
da periferia, que desejam trabalhar, ajudar no oramento da famlia, mas esto
"despreparados, com baixa escolaridade, em expectativa de servio militar e no
encontram curso de carter preparatrio que os capacitem profissionalmente" (LELO,
1997, p.30).
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Alguns jovens com maturidade e responsabilidade precisam de um encaminhamento
e de incentivo para buscarem melhores condies de desenvolvimento profissional. Caso
contrrio optam pela profisso de seus familiares, ficando sem conhecer suas habilidades e
desacreditam de suas capacidades profissionais.
O Projeto
De 1997 a 2000, foi desenvolvido o projeto com os seguintes objetivos:
a.) Oferecer uma proposta de vivncia de Ginstica Geral na concepo do Grupo de
Ginstica Geral FEF/UNICAMP aos adolescentes em situao de risco, alunos da
instituio salesiana Externato So Joo-Campinas-S.P.
b.) Avaliar a proposta identificando o significado desta atividade e as contribuies
formao humana, s adolescentes participantes por meio de pesquisa qualitativa.
O projeto atendeu adolescentes com faixa etria de 11 a 18 anos, provendo de
diversos locais de Campinas, a maioria desprovida de condies mnimas de sade,
higiene, moradia, lazer e instruo escolar. Em seus quatro primeiros semestres
participaram em mdia 50 adolescentes de ambos os sexos, em sees semanais de 3 horas
de durao. E nos quatro semestres seguintes participaram em mdia 25 adolescentes do
sexo feminino, em sees semanais de uma hora e meia, das quais 20 adolescentes
constituram o universo da pesquisa.
A coleta de dados foi realizada por meio de observaes assistemticas das aulas e
entrevistas despadronizada da modalidade focalizada (Lakatos, Marconi, 1991, p.197) s
adolescentes participantes no final do projeto.
A anlise dos dados, encontra-se em fase de elaborao.
Consideraes finais
Por meio deste projeto pudemos observar que a maioria das jovens sofreram e sofrem
tantas marginalizaes e discriminao que acabam incorporando conceitos negativos
sobre si mesmas, passando a acreditar que no possuem valor e que no tm competncia
para realizar seus sonhos e ideais. A Ginstica Geral na abordagem scio-cultural com
nfase na formao humana proporcionou a elas, oportunidades para sentirem-se
valorizadas, vivenciarem valores humanos, com respeito por si mesmas, e responsabilidade
sobre seus atos, que valorizassem mais o saber ser ao saber fazer, que vivessem
solidariamente, vendo no outro um ser humano igual em seus direitos, mas diferente nas
suas caractersticas e, portanto, merecedor de respeito e oportunidade. Vivenciaram a
democracia e a igualdade ao darem sugestes e idias e estas serem ouvidas e discutidas
pelo grupo, ao solucionarem, em grupo, problemas relativos as montagens das
coreografias, provarem a si mesmas e aos outros que so capazes de produzirem e
apresentarem coreografias publicamente, de sentirem fortalecidas como pessoa.
Pelas observaes e entrevistas contatamos que o projeto oportunizou s jovens
vivncia de valores humanos e desde modo a Ginstica Geral na concepo do Grupo de
Pesquisa em Ginstica Geral F.E.F./UNICAMP pode vir a contribuir com uma parcela na
formao humana das adolescentes em situao de risco em uma instituio salesiana de
proteo ao menor, e representar um pouco de esperana e luz em suas vidas.
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Esta vivncia da Ginstica Geral com estas adolescentes confirma o pensamento de
Maturana & de Rezepka (1995) que a formao humana fundamental em todo o processo
educativo, e que ela s se completa quando a criana puder viver como um ser socialmente
responsvel e livre, capaz de refletir sobre seu querer e seu pensar, capaz de ver e corrigir
erros, capaz de cooperar e de ter uma conduta tica, que no desaparece em suas relaes
com os demais, e capaz de no ser levado as drogas ou ao crime porque no depender da
opinio dos outros, e no buscar sua identidade em coisas fora de si.
Bibliografia
FDRATION INTERNATIONALE DE GYMNASTIQUE - General Gymnastics
Manual, Montreal, 1993.
LAKATOS, E. M., MARCONI, M.A. Fundamentos de metodologia cientfica, So
Paulo. Atlas, 1991.
LELO, A. F. - Como educar adolescentes de rua, So Paulo: Ed. Salesiana D. Bosco,
1997.
MATURAMA, H. REZEPKA, S. N. - Formacion Humana y capacitacion, Santiago:
Dolmen, 1995.
PEREZ GALLARDO, J. S.- Educao Fsica: contribuio formao profissional, Iju:
Ed. Uniju, 1997.
SOUZA, E. P. M. - A ginstica Geral. Uma rea do conhecimento da Educao Fsica,
Campinas, 63p. Tese (Doutorado) , Universidade Estadual de Campinas, 1997.
A EXPRESSO DO MOVIMENTO NA GINSTICA GERAL
Prof Giovanna R. Sara
Grupo de Estudos em Ginstica Geral
FEF/ UNICAMP
Resumo: Entendo a Ginstica Geral como uma modalidade que compreende determinadas
manifestaes culturais de carter gmnico e proporciona a participao de todas as
pessoas executando movimentos rtmicos, acrobticos, de dana e (ou) de muitas outras
formas de expresso. Estas manifestaes so apresentadas corporalmente atravs de
coreografias com temas escolhidos pelo grupo. A Ginstica Geral apresenta seus
movimentos gestuais com expresso de alegria onde, o controle do corpo torna-se
instrumento para transmitir mensagens que so alcanadas no contexto da demonstrao
coreogrfica. As idias e sentimentos so expressos pelo fluir do movimento e se tornam
visveis nos gestos apresentados nas coreografias. A expresso portanto a prpria
execuo e apresentao dos movimentos.
O meu interesse em estudar a expresso dos movimentos na Ginstica Geral (GG)
vem desde 1999, quando vinculei-me ao Grupo de Pesquisa em Ginstica Geral da
FEF/UNICAMP, tal grupo, reconhecido pelo CNPq.
Este estudo procura mostrar o vnculo que os integrantes de um grupo de GG
estabelecem com o pblico atravs das coreografias expressivas apresentadas.
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Sendo a GG uma modalidade gmnica, ou rea da Ginstica, orientada para o
lazer, sem discriminao de idade, gnero, capacidade fsica, ou de habilidades tcnicas
ou tticas coletivas (FIG ,1993), fica ainda mais evidenciado a prtica prazerosa desta
modalidade onde, as formas de apresentaes tornam-se teatrais em haver por parte dos
ginastas interesse em mostrar e manter contato com o pblico, oferecendo experincia
esttica bastante diversificada para praticantes e espectadores. A grande meta, o grande
desafio dos praticantes da GG, acredito que est na sua habilidade de comunicar-se com o
pblico que assiste sua apresentao. A sua expresso traduz-se na forma esttica, e se
torna uma experincia para outros, confirmando uma relao entre arte e apreciao. Num
esporte de apresentao como a GG, as possibilidades de expresso so infinitas.
A Ginstica Geral tem sido uma forma de espetculo com apresentaes criativas,
onde, desde as roupas at os aparelhos alternativos so acessrios das coreografias que so
vistos sob um foco expressivo.
Prez Gallardo (1997,p.45) define:
Expresso corporal a capacidade que permite expressar idias,
pensamentos, emoes e estados afetivos com o corpo. Portanto, uma
capacidade de sntese que agrupa todas as outras capacidades no
relacionamento com o ambiente
As formas, as aes e os gestos so as possibilidades que os ginastas exploram com
seu corpo; essa expresso corporal transmitida com sentimento, este, sempre presente,
tanto no processo criativo bem como no momento de demonstrao, e em ambos, de forma
livre. No processo de criao das coreografias, as idias e as emoes so expressos pelo
fluir dos movimentos e se tornam visveis nos gestos mostrados em cena. Portanto, a
expresso est sempre no campo da emoo. Nos estudos dos temas propostos para a
criao das coreografias, so expressados diferentes sentimentos, formando assim um
acervo de idias. Uma idia simples pode servir de referencial para uma infinidade de
gestos e de cenas.
A expresso portanto a prpria execuo e apresentao dos movimentos. A
magia que se estabelece entre quem faz o espetculo e o pblico que o assiste, a
experincia esttica que nisso se molda, so elementos que esto no universo da arte.
Conforme afirma Laban (1971) A arte um fenmeno humano mais completo e
disseminado. Arte a criao de formas perceptivas expressivas do sentimento humano. O
desejo que o homem acalenta de orientar-se no labirinto de seus impulsos resulta em
ritmos de esforo definidos (p.43), acredito que tais desejos so apresentados e praticados
na Ginstica Geral.
A expresso corporal pretende portanto preencher um espao que h entre nosso
corpo e o mundo, entre ns e o outro, tornando-o assim uma unidade. O movimento um
meio de expresso artstica, e, podemos ver isto claramente nas coreografias da Ginstica
Geral. Na GG, a expresso de alegria dos movimentos, torna-se instrumento para transmitir
mensagens, que so passadas atravs de demonstraes coreogrficas.
evidente que atravs dos movimentos so revelados muitos gestos e formas
diferentes, estes, so transmitidos ao pblico acontecendo assim um contato imediato entre
pblico/ginasta , h a uma relao de sensaes e magias que interferem no
comportamento de quem assiste.
Esta arte dos movimentos apresentados numa coreografia, incorpora a totalidade
das expresses corporais, incluindo a dana, a ginstica e o acompanhamento musical.
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O senso artstico dos praticantes da GG e as qualidades expressivas podem ser
constatadas de vrias maneiras: no ritmo, na musicalidade, na sua capacidade esttica, na
forma, nos gestos e nas expresses faciais.
O movimento e sua vasta gama de manifestaes expressivas corporais no s
oferecem um denominador comum ao trabalho desenvolvido na ginstica geral, como
tambm assegura os fundamentos do entusiasmo comum a todos que participam de sua
criao.
Atravs das apresentaes que acompanhei como integrante e telespectadora do
Grupo Ginstico Unicamp (GGU), 3constatei que cada ginasta deixa-se levar pela fantasia,
experimentando diversos prazeres com a prtica e as possibilidades de apresent-la.
Percebo que h uma motivao por parte dos integrantes que consegue manter um contato
com o pblico atravs das coreografias, e acredito que tudo isso se d por conta desse
fenmeno que est em torno da expresso dos movimentos.
Conforme podemos ler em Roble (2000,p.58),enquanto a comunicao refere-se a
uma transmisso explcita de significados da maneira mais clara e sem interferncias
possveis, a expresso est no campo da emoo, seu desejo o de manifestar sentimentos.
No momento em que uma pessoa experimenta as possibilidades do seu corpo, explora
formas de aes e gestos h a uma influncia de sentimentos. Do indivduo em relao ao
grupo, de toda uma linguagem corporal historicamente construda encontrado um novo
corpo que nico mas, ao mesmo tempo, coletivo, pois faz parte de uma cultura que tem
sua realidade histrica, e, tambm, faz parte de uma sociedade que pertence a determinados
grupos com suas caractersticas peculiares. Seu corpo precisa expressar toda essa realidade.
Somente imitar e repetir subjuga violentamente sua existncia. Se h seguidores fiis de
modelos calcados na imitao e na repetio pela futilidade caracterstica de costumes
construdos no interior de uma sociedade capitalista onde, para se vender mais, preciso
que as pessoas imitem a propaganda e reproduzam hbitos de consumo.
Com isso, o objetivo principal deste estudo, mostrar que atravs de gestos e aes
os integrantes da ginstica geral, transmitem na forma de expresso corporal seus
sentimentos, e, isto acontece por a GG dar abertura para o divertimento, para o prazer, para
a simplicidade, para o diferente, para a participao de todos podendo todos
expressarem-se da maneira mais clara possvel.
Bibliografia:
FDERATION INTERNATIONALE DE GYMNASTIQUE. Manuel de Gymnastique
Gnerale. Moutier: 1993
Laban, R. Domnio do movimento. So Paulo, Summus, 1971.
Prez Gallardo, J. et al. Educao Fsica: contribuio Formao Profissional. Iju:
Uniju, 1997.
Roble, O. J. A Ginstica Geral como foco expressivo. In. anais: Frum Brasileiro de
Ginstica Geral. Campinas/ SP.: Unicamp: SESC, 2000
Giovanna Regina Sara
R.: Presidente Wenceslau, 337 Jd.: Flamboyant CEP.: 13.093-010
3
O Grupo Ginstico Unicamp um grupo de Ginstica Geral vinculado Faculdade de Educao Fsica da
Universidade Estadual de Campinas/Unicamp, desde 1989.
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Campinas / SP.
Tel.: 32529558 / cel.: 91236305
e-mail: [email protected]
A GINSTICA GERAL E OS CURSOS DE LICENCIATURA
EM EDUCAO FSICA
Prof. Ms. Ieda Parra Barbosa Rinaldi
Doutoranda em Pedagogia do Movimento DEM/FEF/UNICAMP
Professora do Departamento de Educao Fsica da UEM
Prof. Dr. Elizabeth Paoliello Machado de Souza
Departamento de Educao Motora/FEF/UNICAMP
Grupo de Pesquisa em Ginstica Geral da FEF/UNICAMP.
Resumo: Este estudo caracteriza-se como qualitativo do tipo descritivo e pretende
apontar caminhos para a insero da Ginstica Geral (GG) como componente curricular
na formao profissional em Educao Fsica. Foram coletados dados em nove Cursos do
Estado do Paran e a anlise foi feita atravs da metodologia Anlise de Contedo
(Bardin, 1977). Constatou-se que, existe uma maior preocupao com a capacitao nas
disciplinas gmnicas, contrariando o previsto nos projetos pedaggicos dos cursos
pesquisados. Portanto, a maneira como estas disciplinas esto inseridas nos currculos
deve ser repensada e, um dos caminhos seria a reflexo da proposta de GG do Grupo de
Pesquisa em GG da FEF/UNICAMP.
Consideraes Iniciais
Os cursos de Licenciatura Plena em Educao Fsica foram concebidos inicialmente
com o objetivo de formar professores para atuar na escola. Nesta linha de pensamento, o
palco central pensado para a futura atuao do acadmico de Licenciatura em Educao
Fsica a escola e o papel das Instituies de Ensino Superior decisivo e imprescindvel
na formao dos profissionais, pois estes, ao conclurem seus cursos, devem possuir os
conhecimentos necessrios para atuar principalmente na Educao Fsica Escolar,
enfatizando a reflexo e a compreenso da cultura corporal articulada com um projeto
poltico pedaggico.
No entanto, os dados levantados em um estudo relacionado com as disciplinas
gmnicas feito por Barbosa (1999), apontam para o entendimento de que a formao
profissional no est possibilitando que se cumpra este papel. Nista-Piccolo (1988)
confirma a deficincia do contedo Ginstica no mbito escolar, em seu estudo realizado
nas redes particular, municipal e estadual de ensino em Campinas, constatando a ausncia
de conhecimento do professor sobre a Ginstica Rtmica Desportiva e a Ginstica Artsitca.
Cabe ento aqui uma reflexo sobre o papel da Formao Profissional em Educao
Fsica, mais especificamente sobre o contedo Ginstica pois, preciso questionar a
formao profissional de Licenciatura em Educao Fsica, principalmente com relao s
disciplinas gmnicas.
Para Soares (1995: 138) o profissional de Educao Fsica deveria saber sobre seus
temas mais que do que a mdia para poder romper com a cultura de massa que mantm
linguagens simplificadas das atividades corporais. Sendo a Ginstica um dos contedos
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que o professor de Educao Fsica deveria dominar, preciso centrar esforos para
interferir na formao profissional em licenciatura, relacionada com as manifestaes
gmnicas. Mas que Ginstica seria adequada escola?
Certamente uma Ginstica que possibilite a participao de todos sem exceo.
Uma Ginstica que respeite os limites de cada um, privilegiando as potencialidades
individuais e coletivas, colaborando assim para o desenvolvimento de todos e respeitando a
subjetividade presente no movimento de cada um alm de promover o mtuo aprendizado
e a socializao de conhecimentos. Acredita-se ento, ser possvel legitimar a Ginstica
como contedo na escola, atravs da Ginstica Geral, que:
se apresenta como uma atividade gmnica sem cunho
competitivo, abrindo espaos para a participao e criao. No possui
regras rgidas nem est condicionada a nenhuma modalidade
convencional de ginstica. A Ginstica Geral busca atingir uma liberdade
gestual em qualquer nvel de complexidade, alm de se basear nas
experincias individuais dos alunos. Tem como caractersticas bsicas
promover o congraamento num carter descontrado de festa, enfatizar o
trabalho grupal, oferecendo diferentes possibilidades de atividade, mas
visando resgatar elementos culturais(Nista-Piccolo, 1995: 119).
Assim ela pode representar o contedo Ginstica no contexto escolar, tendo como
pressuposto o que Ayoub (1998: 128) afirma: podemos considerar que a Ginstica Geral
enquanto conhecimento a ser tratado na Educao Fsica Escolar, ou seja enquanto
contedo de ensino, representa o que podemos compreender como Ginstica.
Outro fator a ser considerado que as caractersticas da Ginstica Geral permitem
ao aluno a interpretao subjetiva das atividades ginsticas, atravs de um espao
amplo de liberdade para vivenciar as prprias aes corporais (Coletivo de Autores,
1993: 77) e, nesse sentido Soares (1995: 135) diz que nos escritos sobre a ginstica
encontra-se um olhar filosfico, artstico e literrio que, somado aos avanos das cincias
consolidadas com o empirismo, empresta um teor potico e esttico a este tema da cultura
corporal, e na Ginstica Geral que se encontra a cientificidade aliada subjetividade e
todas caractersticas supracitadas.
Considerando que a ludicidade, a criatividade e a liberdade de expresso so
aspectos marcantes e determinantes na Ginstica Geral (Ayoub, 1996: 41), e que,
enquanto um dos elementos da cultura corporal possui sentidos e significados atravs do
seu contexto histrico cultural (Bracht, 1992), acredita-se que a Ginstica Geral possa ser
um contedo da Educao Fsica.
Nesse sentido, provisoriamente, conclui-se que a Ginstica Geral pode ser
trabalhada como um contedo de sucesso dentro do espao que a Educao Fsica Escolar
ocupa, quando compreendida
como uma prtica corporal no competitiva que se fundamenta na
Ginstica, promovendo uma integrao e sntese entre a Ginstica
cientfica4 e as diversas manifestaes da Ginstica na atualidade, de
modo a recuperar o seu ncleo primordial e incorpor-lo
4
Para entendimento do termo Ginstica Cientfica, ler o livro de Carmen Lcia Soares, intitulado:
Imagens da Educao no Corpo: estudo a partir da ginstica francesa no sculo XIX, editado por: Autores
Associados, em 1998.
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contemporaneidade das diferentes interpretaes da Ginstica. Isto
significa que o seu eixo fundamental a Ginstica, podendo transitar
por outros elementos do universo da cultura corporal (como por
exemplo a Dana, o Jogo, os Esportes, as Lutas etc.), reinterpretando,
ressignificando e transformando esses elementos em sua prtica, porm
atenta sua especificidade e a cada um deles (Ayoub, 1998: 94).
Em suma, a Ginstica Geral um elemento da cultura corporal, podendo
participar do processo de formao de indivduos crticos, assumindo assim sua
funo educacional.
Dessa forma, acredita-se na necessidade da presena dessa manifestao
gmnica nos cursos de formao profissional de Licenciatura em Educao Fsica e
tem-se a seguinte inquietao: Quais so as perspectivas para a insero da Ginstica
Geral como componente curricular na Formao Profissional dos Cursos de
Licenciatura em Educao Fsica?
Ao lado deste problema, e para melhor compreend-lo, o objetivo aqui
proposto o de apontar caminhos para a insero da Ginstica Geral como
componente curricular na Formao Profissional dos Cursos de Licenciatura em
Educao Fsica, tendo em vista os cursos de Licenciatura em Educao Fsica do
Estado do Paran.
Metodologia
A pesquisa caracterizou-se como qualitativa, do tipo descritiva. Participaram do
estudo, 9 (nove) cursos de Licenciatura em Educao Fsica do Estado do Paran que j
tinham pelo menos uma turma de formandos. Fizeram parte da populao investigada 32
(trinta e dois) docentes que atuam em disciplinas relacionadas com as manifestaes
gmnicas e 279 (duzentos e setenta e nove) alunos do ltimo ano da graduao. Foram
utilizados dois instrumentos de medida: a) entrevista semiestruturada com os professores;
d) questionrio com os acadmicos. Os dados foram coletados nos Departamentos ou
Faculdades de Licenciatura em Educao Fsica das Universidades do Estado do Paran e,
foram tratados atravs da metodologia proposta por Bardin (1977), que entende anlise de
contedo como um conjunto de tcnicas de anlise das comunicaes, que utiliza
procedimentos sistemticos e objetivos de descrio do contedo das
mensagens(1977:38).
Buscando a realidade
Primeiramente sero apresentados os dados encontrados nos discursos dos docentes
e nos discursos dos discentes sobre a Ginstica Geral nos cursos de Licenciatura em
Educao Fsica do Estado do Paran. A seguir esses dados sero discutidos com o
objetivo de apontar caminhos para a insero da mesma como componente curricular na
formao dos profissionais destes cursos, como foi previsto para este estudo, pois:
Uma anlise da Ginstica Geral no mbito da Universidade, faz-se
necessria neste trabalho, por constituir a Ginstica uma das principais
manifestaes da Educao Fsica, desde sua origem at os dias de hoje,
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caracterizando-se como uma parte relevante do conhecimento produzido
e transmitido no contexto acadmico (Souza, 1997: 63).
A apresentao dos resultados sobre a presena do contedo Ginstica Geral nos
cursos de Licenciatura em Educao Fsica no Paran, provoca alguns questionamentos e
possibilita algumas constataes que se pretende apresentar a seguir.
Verificou-se que a maior parte dos docentes acredita que o contedo Ginstica
Geral, esteja presente nos cursos em que trabalham, 1 (um) docente diz que este contedo
no est presente nos cursos e os demais no souberam responder. Isto demonstra que os
docentes que acreditam no trabalhar este contedo nas disciplinas que ministram, no tem
conhecimento do que os outros professores trabalham nas demais disciplinas gmnicas.
Este fato parece demonstrar que as disciplinas acontecem desconectadas umas das outras,
ocasionando muitas vezes repetio de contedo e principalmente a falta de outros.
Nesse sentido Faria Jnior (1992: 235 - 236) diz que a formao profissional, hoje
marcada por contradies, que se tornam muito ntidas quando se busca constituir o
elenco de disciplinas dos currculos dos cursos de formao em Educao Fsica. Os
currculos continuam a fracionar o conhecimento.
Quanto concepo de Ginstica Geral, percebe-se que, embora a maioria dos
docentes acreditem que o contedo Ginstica Geral esteja presente em seus cursos e
tambm que trabalham com este contedo em suas disciplinas, a maior parte dos docentes
(72,8%), quando conceituam este fenmeno da cultura corporal, demonstram no ter
conhecimento sobre o assunto. Isto tambm observado nos discursos dos discentes.
Contudo, esta constatao indica a existncia de um paradoxo entre a concepo de
Ginstica Geral dos docentes e dos discentes pesquisados e a Ginstica Geral defendida
neste estudo.
Ainda com relao concepo de Ginstica Geral, parte dos docentes (23%) e dos
discentes (14%) demonstraram entendimento limitado sobre a Ginstica Geral, ou seja,
suas respostas aproximam-se da concepo previamente citada neste estudo. Contudo
percebe-se que o nmero de docentes e discentes que demonstraram ter conhecimento da
existncia da Ginstica Geral, enquanto manifestao cultural conhecida mundialmente,
percentualmente menor em relao aos que desconhecem a mesma.
A falta de entendimento por parte da maioria dos docentes e discentes no que diz
respeito Ginstica Geral fica ainda mais evidente quando estes citam suas caractersticas.
Dentre os docentes (25%) e discentes (22%) que apresentaram as caractersticas da
Ginstica Geral, a maioria das respostas no est relacionada com as caractersticas da
Ginstica Geral apresentadas pela pesquisadora neste estudo. Outra parte das respostas dos
docentes (25%) e dos discentes (2%) refletiu um conhecimento limitado sobre a Ginstica
Geral. Porm a maior parte das respostas, ou seja, 50 % dos docentes e 76 % dos discentes
no conseguiram defini-la, o que demonstra desconhecimento sobre esta manifestao
cultural, visto que a maior parte das concepes apresentadas sobre ela no foram a de uma
manifestao gmnica, mas sim de vrias manifestaes gmnicas, ou seja, parecem falar
da Ginstica em Geral e no da Ginstica Geral.
Perspectivas para a Ginstica Geral nos Cursos de Licenciatura em Educao Fsica
Retomando a discusso de resultados, no que diz respeito a forma como as
disciplinas gmnicas esto inseridas nos cursos de Licenciatura em Educao Fsica no
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Estado do Paran, o trabalho permitiu a verificao de uma predominncia na preocupao
com a capacitao, contrariando o previsto na maioria dos projetos pedaggicos, pois foi
possvel observar atravs dos discursos dos docentes que os cursos devem salientar a
formao humana (Barbosa, 1999). Quanto a isso Souza (1997: 84) afirma que uma das
grandes dificuldades na tarefa educacional tem sido a confuso existente entre a
formao humana e a capacitao, dois fenmenos distintos que permeiam toda ao
educativa.
Para que o real torne-se o ideal, ou seja, para que o projeto pedaggico destes
cursos venha realmente a se concretizar no que diz respeito s disciplinas gmnicas,
acredita-se que deva ser repensada a maneira como elas esto inseridas no currculo. Nesse
sentido um dos caminhos seria o conhecimento e a reflexo sobre a proposta de Ginstica
Geral do Grupo de Pesquisa em Ginstica Geral da FEF/UNICAMP, que se baseia nos
princpios de formao humana e capacitao.
No que diz respeito a preparao profissional dos cursos de graduao
em Educao Fsica, a Ginstica Geral deve, ao meu ver, ser integrada
como parte do contedo necessrio formao dos futuros professores.
Isto se justifica, pela sua ampla possibilidade de aplicao,(...) e
principalmente por proporcionar a prtica e o conhecimento das
atividades motoras que embasam a Educao Fsica (Souza, 1997:
131).
A proposta de Ginstica Geral acima citada, tem por base princpios a partir dos
quais
a formao humana privilegiada em relao a capacitao, que
mesmo tendo seu espao garantido, posto que contedo indispensvel
da Educao Fsica, no se sobrepe ao desenvolvimento dos valores
humanos. A capacitao um caminho para a realizao da tarefa
educacional, ela acontece na prtica do fazer, quando esta se d numa
situao de respeito mtuo entre o professor e o aluno. Ela s se
confirma como uma capacidade de fazer e refletir sobre o fazer, quando
o processo de aprendizagem ocorre com responsabilidade por aquilo
que se faz(Souza, 1997, 84-85).
Sendo portanto a Ginstica um contedo relevante na formao do professor de
Educao Fsica que vai atuar principalmente na escola, torna-se necessria uma proposta
que d conta da capacitao do professor, sem perder de vista a formao humana. Estes
objetivos podem ser atingidos tendo a proposta de Ginstica Geral do Grupo de Pesquisa
em Ginstica Geral da FEF/UNICAMP como um caminho norteador.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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Coletnea: textos e snteses do I e II Encontro de Ginstica Geral. Campinas : Grfica
Central da Unicamp, 1996.
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Educao Fsica Escolar. Campinas, SP: [s.n.], 1998. Tese (Doutorado em Educao
Fsica) Faculdade de Educao Fsica da Universidade Estadual de Campinas.
BRACHT, V. Educao Fsica & Cincia: cenas de um casamento (in) feliz. Iju: Ed
UNIJU, 1999.
__________. Educao Fsica e Aprendizagem Social. Porto Alegre: Magister, 1992.
BARDIN, L. Anlise de Contedo. Lisboa: Edies 70, 1977.
COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino da Educao fsica. So Paulo:
Cortez,1992.
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Moreira W. W. (org.). Educao Fsica & Esportes Perspectivas para o sculo XXI.
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MATURANA, H., REZEPKA, S. N de. Formacion humana y capacitacion. Santiago:
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NISTA PICCOLO, V. L. A Educao Motora na Escola: uma proposta metodolgica luz
da experincia vivida. In De Marco A. (org.). Pensando a Educao Motora.
Campinas, SP: Papirus, 1995 ( Coleo Corpo e Motricidade).
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Campinas: SP[s.n.] 1988. Dissertao (Mestrado em Educao) Faculdade de
Educao da Universidade Estadual de Campinas.
PREZ GALLARDO, J. S. & SOUZA, E. P. M. de. Ginstica Geral: Duas vises de um
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SOARES, C. L. Sobre a formao do profissional em Educao Fsica: Algumas
Anotaes. In De Marco A. (org.). Pensando a Educao Motora. Campinas, SP:
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SOUZA, E. P. de. Ginstica Geral: uma rea do conhecimento da Educao Fsica.
Campinas, SP: [s.n.], 1997. Tese (Doutorado em Educao Fsica) Faculdade de
Educao Fsica da Universidade Estadual de Campinas.
__________. et al. Sntese das Discusses dos Grupos de Trabalho do Encontro de
Ginstica Geral In Coletnea: textos e snteses do I e II Encontro de Ginstica
Geral. Campinas : Grfica Central da Unicamp, 1996.
Ieda Parra Barbosa Rinaldi
Endereo: Rua Campos Sales, 638, apt 1092, Zona 6, Cep. 87020-080. Maring Paran.
A GINSTICA NOS CAMPEONATOS ESCOLARES DE ESPORTE:
DA COMPETIO APRESENTAO
Jos Adnis da Silva Jnior
Graduado em Educao Fsica, Especializao em Pedagogia do Movimento
D.E.M F.E.F. UNICAMP
Resumo: Este trabalho espera antes de tudo ser uma contribuio para que a ginstica
seja desenvolvida nas aulas de E.F o motivo de realiz-lo acreditar no potencial da
ginstica enquanto contedo a ser desenvolvido nas aulas de educao fsica, porm
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sabemos que isto uma realidade distante hoje em dia, com domnio do esporte
competitivo como contedo nas aulas de educao fsica.
A primeira parte do trabalho procura ver o grau de participao nas modalidades de
ginstica rtmica e olmpica nos jogos escolares e a segunda uma apresentao de uma
proposta para desenvolver a ginstica no campeonato Escolar de Esporte. A participao
da G.R.D e G. O no campeonato escolar de esportes, atravs do nmero de alunos e escolas
participantes.
Coleta de dados estatsticos quanto a participao dos alunos das escolas pblicas nas
modalidades G.R.D e G. O nos campeonatos escolares de esportes nos anos de 97, 98, 99
nas categorias pr-mirim at 12 anos, mirim at 14, e infantil at 16 anos, na fase delegacia
de ensino que abrange uma rea de seis municpios (Araatuba, Bento de Abreu,
Guararapes, Rubicea, Santo Antnio do Aracangu e Valparaso). Os dados foram obtidos
junto a Delegacia de Ensino de Araatuba, por isso usamos o termo G.R.D e G. O).
Os resultados so os seguintes:
1997
Pr-mirim G.R.D, 1 representante, (Guararapes, E.E.P.S.G Prof. Aimone Sala),
G.O masculino 0 representante
G.O feminino 0 representante
Mirim- G.R.D 0 representante
G.O masculino = 0 representante
G.O feminino = 1 representante, (Araatuba, E.E. Prof Nilce M.S. Melo).
Infantil- G.R.D 0 representante
G.O masculino = 0 representante
G.O feminino = 0 representante
1998
Pr-mirim G.R.D 0 representante
G.O masculino 0 representante
G.O feminino 0 representante
Mirim- G.R.D 0 representante
G.O masculino = 0 representante
G.O feminino = 0 representante
Infantil G.R.D 0 representante
G.O masculino = 0 representante
G.O feminino = 0 representante
1999
Pr-mirim G.R.D 0 representante
G.O masculino 0 representante
G.O feminino 0 representante
Mirim- G.R.D 0 representante
G.O masculino = 0 representante
G.O feminino = 0 representante
Infantil No houve esta modalidade
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A ginstica no campeonato escolar de esporte de 1993 a 1999:
-Restringe-se ao campo da competio nas modalidades G.R.D e G. O.
-Poucos participantes
A partir de 1999 as duas modalidades (G.R.D e G. O) foram excludas dos campeonatos
escolares de esportes em todas as categorias e fases o que demonstra a tendncia a nvel
estadual dos resultados obtidos na rea da Delegacia de Ensino de Araatuba.
Concluso: A Ginstica pouco desenvolvida enquanto contedo nas aulas de Educao
Fsica, nas escolas da rede pblica, sendo que quando desenvolvida representa
exclusivamente o campo competitivo da ginstica, atravs das modalidades G.R.D
feminino e G. O masculino e feminino.
Objetivo: Desenvolver no campeonato escolar de esportes, uma modalidade com o nome
de ginstica.
Esta modalidade para fins de participao /inscrio se dividir em trs campos:
-Ginstica de apresentao (ginstica geral)
-Ginstica de competio (gin. rtmica, gin. artstica, trampolim acrobtico, etc).
-Ginstica de condicionamento (aerbica, step, localizada, etc).
Criar grupos de estudos para cada um destes campos no sentido de desenvolver a
metodologia necessria para aplicao da ginstica nos campeonatos escolares de esporte.
Conseqncias da incluso da Ginstica no Campeonato Escolar de Esportes
a) Cursos tcnicos pedaggicos nas Delegacias de Ensino para professores de
Educao Fsica da rede pblica;
b) Criao de turmas de treinamento de ginstica em escolas pblicas, desenvolvidas
por professores que realizarem os cursos tcnicos de ginstica nas D.Es
Autor: Jos Adnis da Silva Jnior
Endereo: Rua Vereador Aldo Campos, n 62
Bairro: So Joaquim CEP: 16050-240
Telefone: (18) 6211678 / 6255510
Araatuba - SP
E-mail:
[email protected]A GINSTICA GERAL E A PREVENO PRIMRIA AO USO DE DROGAS
Luciano Truzzi
Andresa Ugaya
Grupo de Pesquisa em Ginstica Geral
Unicamp
Resumo: O programa Ame a Vida sem Drogas objetiva a preveno primria ao uso de
drogas nas escolas, promover o entendimento da necessidade de uma boa qualidade de
vida e da necessidade do exerccio da cidadania. A Ginstica Geral, dentro do programa,
contribui promovendo o aumento da auto-estima, da auto-superao, da interao social,
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do respeito individualidade, entre outros, atravs da prtica da Ginstica. O programa
de Ginstica Geral desenvolvido baseia-se na proposta do Grupo Ginstico Unicamp que
tem como princpios norteadores a Formao Humana e Capacitao, como objeto de
estudo a cultura corporal e como paradigma de orientao a sociabilizao/socializao.
O Programa Ame a Vida sem Drogas est em seu terceiro ano de atividades.
Desenvolvendo nosso trabalho, desde sua implantao, em 1999, na oficina de Ginstica
Geral, consideramos de extrema importncia a divulgao deste trabalho, tanto no que se
refere a valorizao da Ginstica Geral enquanto contedo da Educao Fsica, quanto
valorizao dos projetos assistenciais realizados por entidades governamentais e no
governamentais, nos quais o profissional de Educao Fsica poder exercer fortes
contribuies para a busca de uma melhor qualidade de vida.
O Ame a Vida sem Drogas surgiu como uma ao no combate ao crescimento do
uso e do trfico de drogas. Sua estratgia atuar na preveno primria, levando
informaes aos pais, alunos, professores, comunidade escolar e local, com o propsito de
criar um ambiente de conscientizao e discusso sobre a grave questo da drogadio, que
vem se alastrando entre crianas e adolescentes.
O programa uma parceria entre COMEM (Conselho Municipal de Entorpecentes),
CMDCA (Conselho Municipal dos Direitos da Criana e do Adolescente), FEBRACT
(Federao Brasileira das Comunidades Teraputicas), GEAC (Grupo de Empresrios
Amigos da Criana) e Fundao FEAC (Federao das Entidades Assistenciais de
Campinas). Esses rgos, enquanto setores representativos da sociedade, uniram esforos
para desenvolver uma poltica na questo das drogas. Eles entendem e acreditam que para
existir uma poltica moderna e eficaz no combate as drogas h uma necessidade de unir
esforos tanto de rgos pblicos quanto de entidades civis. Porm, no existindo uma
poltica governamental slida, adaptada e eficaz nessa rea, eles procuraram suprir essa
carncia num trabalho em conjunto.
Segundo os idealizadores desse projeto, a ao ao combate as drogas deve estar
voltada preveno primria, ou seja, levando informaes sociedade sobre a grave
questo das drogas, principalmente, s crianas e aos adolescentes.
A instituio escolhida para a aplicao do projeto piloto, em 1999, foi a escola.
Para eles a escola , juntamente com a famlia, a responsvel pela formao do cidado.
Porm consideram um desafio, j que a escola sofre de diversas dificuldades (econmicas,
com insuficincia de materiais, de recursos humanos etc).
Existe uma grande preocupao em mobilizar toda a comunidade, principalmente
as famlias, no que diz respeito importncia das discusses, esclarecimentos e possveis
solues.
Com essa ao eles esperam alm de diminuir o consumo e o trfico de drogas
entre crianas e adolescentes, promover o entendimento da necessidade de uma boa
qualidade de vida e da necessidade do exerccio da cidadania.
O problema com drogas algo de extrema complexidade. So diversos os fatores
que levam um indivduo a se envolver com drogas:
- m distribuio de renda;
- crise de valores;
- segregao familiar;
- influncia da mdia;
- falncia do sistema escolar;
- despreparo e descaso da sociedade;
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A pessoa mais propensa a utilizao de drogas, segundo a OMS (Organizao
Mundial de Sade) aquela que:
- no tem informao adequada sobre o efeito das drogas;
- apresenta sade deficiente e est insatisfeito com sua qualidade de vida;
- possui personalidade deficientemente integrada;
- tem fcil acesso as drogas;
Algumas informaes relevantes:
- estudos mundiais demonstram que as drogas esto sendo experimentadas em idades
muito precoces
- segundo o CEBRID (Centro Brasileiro de Informaes sobre drogas psicotrpicas),
a juventude do Brasil usa predominantemente as drogas consideradas lcitas e as
obtm em casa, na farmcia e em estabelecimentos comerciais.
- segundo o Ministrio da Sade, as internaes na rede do Sistema nico de Sade
(SUS) relacionadas a doenas decorrentes do consumo de lcool, fumo e de outras
drogas psicotrpicas acarreta ao Brasil um prejuzo anual de um bilho de dlares;
- em 1997 a CEBRID publicou seu quarto levantamento sobre o uso de drogas por
estudantes de 1e 2 graus de dez capitais brasileiras. Concluiu que houve um
aumento no consumo de maconha e cocana de 68,9% (1993 - 4,5%/ 1997 - 7,6%)
Com o consumo e o trfico de droga atingindo altos ndices e o governo fechando
os olhos e ignorando tais dados, tornou-se necessria implantao de um projeto que
seja capaz de reverter esse processo. Com esse objetivo surgiu o Ame a vida sem drogas.
Esse projeto espera obter resultados positivos em prazos relativamente curtos. Sua
maior ao ser na disseminao de informaes adequadas sobre drogas, principalmente,
na faixa etria de 7 a 12 anos de idade, mas que, futuramente, ser estendido a todos os
alunos das escolas.
O objetivo geral deste projeto prevenir o uso de drogas nas escolas, construir o
conceito de qualidade de vida e de cidadania, informando e capacitando a comunidade
escolar atravs de atividades educativas, sociais, culturais, esportivas e ldicas, envolvendo
tambm nas aes: a famlia e a comunidade local de cada escola.
Dentro dos objetivos especficos citaremos aqueles que se aproximam do nosso
trabalho com a oficina de Ginstica Geral:
- desenvolver e elevar o sentimento de auto-estima;
- trabalhar limites e tomada de deciso;
- propiciar a incorporao de valores construtivos;
- desenvolver o campo scio-afetivo;
- promover um estilo de vida saudvel;
- ampliar atividades alternativas criana e ao adolescente dentro do ambiente da
escola;
- propiciar criana e ao adolescente a construo de uma vida mais sadia e digna;
- trabalhar para a eliminao do stress.
Quanto s estratgias, citando algumas temos:
- o envolvimento dos professores, funcionrios, famlias e comunidade no
planejamento das aes
- a promoo de oficinas e/ou atividades esportivas, culturais e ldicas;
- incentivar a mobilizao do trabalho dos pais na escola;
- recuperar os espaos escolares;
- abrir a escola para eventos a serem realizados com e para a comunidade.
Quanto metodologia os aspectos mais relevantes so:
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- equipe multidisciplinar
- estabelecer contato com outras instituies
- trabalhar com as seguintes oficinas: Capoeira e Dana regional, Bonecos, Arte e
Contos (parceria com o Instituto de Ambiente Total) e Ginstica Geral (parceria com
a Faculdade de Educao Fsica da UNICAMP).
As oficinas so avaliadas, anualmente de forma quantitativa e qualitativa, por
representantes externos (patrocinadores) e por representantes diretamente ligados ao
projeto (assistentes sociais, professores etc). A forma de avaliao foi elaborada
juntamente com o departamento de ps-graduao de psicologia escolar da PUCCampinas.
Sendo uma atividade desenvolvida dentro desse projeto, a Ginstica Geral tem como
objetivo contribuir, por meio da prtica da ginstica, para uma transformao interior em
cada indivduo, promovendo o aumento da auto-estima, da auto-superao, da interao
social, do respeito a individualidade, alm do incentivo criatividade e a aprendizagem de
gestos especficos da prpria ginstica.
O programa de Ginstica Geral desenvolvido no Ame a vida sem drogas baseiase na proposta do Grupo Ginstico da Unicamp que tm como princpios norteadores a
Formao Humana e a Capacitao, como objeto de estudo a cultura corporal e como
paradigma de orientao a sociabilizao/socializao.
Segundo essa proposta a Ginstica Geral se caracteriza como:
uma manifestao da cultura corporal, que rene as
diferentes interpretaes da Ginstica (Natural, Construda,
Artstica, Rtmica Desportiva, Aerbica, etc.) integrando-as com
outras formas de expresso corporal (Dana, Folclore, Jogos,
Teatro, Mmica, etc), de forma livre e criativa, de acordo com as
caractersticas do grupo social e contribuindo para o aumento da
interao social. (Prez Gallardo e Souza, 1992:292).
Quanto metodologia, o Grupo Ginstico da Unicamp a divide em duas partes:
uma destinada ao aumento da interao social e vivncia e
explorao de inmeras possibilidades de movimento e a outra
direcionada para a utilizao e explorao dos recursos que o
material proporciona. (Souza, 1997: 90).
O programa Ame a vida sem Drogas encontra-se no seu quarto ano de
implementao e a Ginstica Geral fazendo parte deste h trs. Neste ano ela est sendo
oferecida em duas escolas (Escola Estadual Prof. Messias Gonalves Teixeira, no distrito
de Nova Aparecida na cidade de Campinas e na Escola Estadual Jlio de Mesquita na
cidade no distrito de Sousas) e em uma instituio (Unio Crist Feminina/Campinas).
De um modo geral, esperamos estar contribuindo para uma mudana no
comportamento e atitude das crianas e adolescentes em direo valorizao de si
mesmos e das relaes com outros indivduos.
Essa uma etapa necessria e importante na preveno do uso e do trfico de
drogas, objetivo geral do programa Ame a vida sem Drogas.
Compreendemos e acreditamos que a atividade fsica em geral no vai acabar com
o problema das drogas, pois existem muitas outras aes necessrias. Mas ela pode
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contribuir de forma significativa na preveno e na amenizao do consumo de
entorpecentes.
Luciano Truzzi
Andresa de Souza Ugaya
R. Rev. Paulo Lcio Rizzo, 87
Rua Francisco Humberto Zuppi 20
13090-340 Campinas SP
13083 350 Campinas SP
F: (19) 32950122
F: (19) 32891345
E-mail:
[email protected]E-mail:
[email protected]A EXPERINCIA VIVENCIADA NO PROGRAMA INTERNACIONAL
DE FORMAO DE JOVENS LDERES
INTERNATIONAL YOUTH LEADER EDUCATION - 2000- IYLE - 2000
GYMNASTIKHJSKOLEN I OLLERUP DINAMARCA
Luiz Fernando Costa de Lourdes
Grupo de Pesquisa em Ginstica Geral
FEF - UNICAMP
Resumo: Este um relato de experincia, sobre o programa vivenciado numa escola
popular da Dinamarca atravs da cooperao do GGU (Grupo Ginstico UNICAMP),
DGI (Associao Dinamarquesa de Ginstica e Esporte) e a ISCA (Associao
Internacional de Esporte e Cultura), para formao de jovens lderes para o
desenvolvimento de atividades esportivas e culturais, buscando promover o entendimento
intercultural, desenvolvimento social e cidadania. Uma anlise sobre o dia a dia no
programa, o que uma escola popular dinamarquesa, as diferenas sobre a proposta
de Ginstica da Escola Dinamarquesa e a proposta de Ginstica Geral do GGU
vivenciadas e as contribuies para a formao profissional.
Introduo:
Este um relato sobre a experincia vivenciada no International Youth Leader
Education -2000 IYLE 2000 (Programa Internacional de Formao de Jovens Lderes2000) durante o perodo de Agosto a Dezembro de 2000, na Gymnastikhjskolen i
Ollerup (Academia de Educao Fsica de Ollerup) Dinamarca.
Ser feito inicialmente um breve histrico de todo o processo que culminou no
intercmbio e relacionamento para a participao neste programa.
O Grupo Ginstico UNICAMP (GGU) a formulao vivencial do Grupo de
Pesquisa em Ginstica Geral da Faculdade de Educao Fsica (FEF) da Universidade
Estadual de Campinas (UNICAMP), o qual realiza, apresentaes, workshops, cursos e
palestras tanto em mbito regional, nacional (Faculdades, Escolas, Congressos, festivais) e
internacional (Gymnaestradas Mundiais, Festivais em diversos pases, como Argentina,
Alemanha, Chile, Dinamarca, Espanha, Holanda, Itlia e Sucia) sob a coordenao dos
profes. Dres. Elisabeth Paoliello Machado de Souza e Jorge Sergio Perez Gallardo que
vem desenvolvendo trabalhos em Ginstica Geral a 11 anos, dos quais participo como
integrante h cinco.
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O GGU vem se destacando, com sua proposta inovadora, dando uma viso
pedaggica a este fenmeno chamado Ginstica Geral. A proximidade da concepo
filosfica no trato de questes como a participao de todos, interao social, respeito
mtuo entre os participantes, estabeleceram-se vnculos com o ISCA (International Sport
and Culture Association - Associao Internacional de Esporte e Cultura) e o DGI (Danske
Gymnastik & Idrtsforeninger Associao Dinamarquesa de Ginstica e Esporte),
gerando intercmbios entre professores e alunos.
O IYLE teve a presena de nove integrantes do GGU, dois em 1997, dois em
1998, um em 1999 e quatro neste ltimo ano, trs moas e um rapaz, e este trabalho vem se
firmando caca vez mais.
Para um maior esclarecimento, Vamos primeira questo: o que Ginstica Geral?
Segundo a FIG (Fdration Internationale de Gymnastique Federao
Internacional de Ginstica),
... a parte da Ginstica que est orientada para o lazer, na qual pessoas de todas
as idades participam, principalmente pelo prazer que sua prtica proporciona. Desenvolve
a sade, a condio fsica e a interao social, contribuindo, desta forma, para o bem estar
fsico e psicolgico de seus participantes. ... para a prtica sem fins competitivos e/ou
demonstrao... .(General Gymnastics Manual FIG 1993).
Segundo o GGU: uma manifestao da Cultura Corporal que rene as diferentes
intepretaes da Ginstica (Natural, Construda, Artstica, Rtmica Desportiva, Aerbica,
etc.) integrando-as com outras formas de expresso corporal (Dana, Folclore, Jogos,
Teatro, Mmica, etc.) de forma livre e criativa, de acordo com as caractersticas do grupo
social, e contribuindo para o aumento da interao social entre os participantes (Gallardo
& Souza, 1994 apud Coletnea p. 35).
Partindo deste pressuposto, foram desenvolvidas diversas experincias que
obtiveram xito, dando uma nova perspectiva de atuao ou instrumentalizao para os
profissionais de Educao Fsica. O GGU coloca-se como um Banco de idias para os
professores utilizarem se do universo da Ginstica Geral em suas aulas como
metodologia da Educao Fsica Escolar. Devido as caractersticas regionais brasileiras,
encontram-se focos de conservaes culturais que revelam formas muito peculiares de
explorao e adaptao do meio ambiente, tais manifestaes culminam em diferenas
culturais contadas no folclore, jogadas, danadas, etc, contendo uma riqueza plstica
e artstica expressadas atravs do movimento.
A proposta do GGU, a interao com estas linguagens, incentivando e
valorizando o indivduo, partindo destas experincias, socializando-as para basear a
explorao do grupo.
Contextualizado a Ginstica Geral e a proposta do GGU, vamos a segunda questo
o que o International Youth Leader Education IYLE (Programa Internacional de
Formao de Jovens Lderes)?
... um programa de educao no formal com o objetivo de contribuir para o
processo educacional dos jovens para serem jovens lideres em associaes voluntrias. O
programa um curso de 4 meses com o foco na liderana voluntria, democracia e trabalho
voluntrio como ferramentas da integrao social, atividades bsicas da comunidade,
entendimento intercultural e cidadania. O IYLE usa o esporte, e as atividades culturais para
o desenvolvimento individual dos jovens lderes ensinando-os como utilizar esta atividades
como instrumentos para desenvolver o trabalho social nas associaes locais, regionais ou
nacionais aps o curso. (ISCA p.1, 2001).
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Este programa se prope em dar a estes jovens lderes do futuro uma
oportunidade de inspirao que possa ser transferida dentro das atividades sociais nas
condies locais, fortalecer e dar suporte para as associaes voluntrias atravs de
atividades especficas de treinamento, onde possa contribuir com a democratizao e o
envolvimento na sociedade. Estimular a cooperao internacional no campo da juventude e
atividades esportivas atravs de projetos de treinamento e intercmbio de atividades. Usar
o esporte e as atividades culturais como instrumentos de integrao entre os jovens.
A ISCA uma associao internacional com organizaes membros nos cinco
continentes e os objetivos da ISCA so a princpio: Promover um entendimento entre as
pessoas atravs dos campos do esporte e atividades culturais; Acentuar a viso do Esporte
como suporte local, regional ou nacional de identidade, colocando-o como um centro de
intercmbio internacional de idias, crenas e expresses culturais; Encorajar a ampliao
possvel da participao em Esporte e atividades culturais entre todos os membros afiliados
(ISCA p.4, 2001).
Para completar estes objetivos so organizados intercmbios internacionais,
seminrios, cursos treinamentos, torneios esportivos e festivais. Atravs do IYLE, jovens
lderes voluntrios so preparados e treinados para muitas atividades de cooperao
internacional com o ISCA.
Participei do programa desenvolvido na Gymnastikhjskolen i Ollerup (Academia
de Educao Fsica de Ollerup), tambm conhecida como uma folkehjskole (escola
popular ou escola para o povo), esta idia se origina de um grande filsofo dinamarqus
chamado Grundtvig, padre, msico, matemtico, escritor, filsofo, ele buscava
implementar uma escola que buscasse desenvolver o indivduo num todo, preparando-o
para a vida que os temas fossem ligados a um modo de vida e no a uma grade curricular,
para o ensino de matemtica, lnguas etc., mas sim que buscasse a formao do carter e
que fosse voltado para o povo, que no tinha acesso formao formal (Erik H.A.
Jakobsen, 2000)
Este tipo de escola desenvolveu-se no interior da Dinamarca, ... Hvor det Folke
blivet... onde o povo estava, h mais de 100 anos, consolidando a educao no formal
naquele pas, uma das mais tradicionais hjskole a escola de Ollerup, fundada pelo prof.
Niels Bukh, difusor e mentor da Ginstica Dinamarquesa moderna.
A Gymnastikhjskolen i Ollerup, tem seu enfoque na Ginstica, mas tambm
buscando uma formao nas outras expresses culturais, o estudante que passa por Ollerup,
sai com a formao de Instrutor de Ollerup, dentro da estrutura organizacional
dinamarquesa, as hjskole tem sido a base educacional do trabalho voluntrio.
Os estudantes tm no seu dia a dia atividades que visam sua formao enquanto
cidado, existem espaos para debate sobre temas dirios, na classe geral, os assuntos
variam de acordo com o interesse do grupo, pode-se debater sobre temas polticos, sociais,
como a cincia e a mordenidade, ou sobre a juventude, sobre problemas ocorridos dentro
da escola, isto debatido e se possvel achado as solues, sobre o pensamento de cada
um, organizao de eventos, promoo de festas, estruturao de aes para os prximos
estudantes.
Em especial neste curso de que participei para os estudantes internacionais, 17 ao
todo no ano 2000, sendo, 4 brasileiros, 2 neozelandeses, 1 malasiano, 2 de Uganda, 2 de
Gana, 1 do Zimbabwe, 1 da Eslovquia, 2 das Ilhas Maurcio e 2 da Tanznia; Os temas
destas classes foram a democracia dinamarquesa, um breve histrico sobre a Dinamarca,
identidade nacional nossa e dos outros estudantes, visitas a parques, reservas e a prefeitura,
estudo sobre a escola popular, a ideologia do Folkelige = pensar nos excludos e voltar
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sua ao para os mesmos e Folkeoplysning = Iluminao/inspirao do povo
palavra viva.
As classes sobre liderana, nas quais eram colocadas as questes de como se
conduzir uma atividade e/ou aula em ginstica, jogos, esporte e atividades culturais, como
incentivar o potencial lder que surge nas diferentes situaes, as quais o grupo est
inserido.
As aulas de Ginstica, que se dividia em duas: tumbling/saltos e rtmica, que na
maioria das vezes se dividia rapazes para tumbling, uma ou outra moa vinha para este
grupo, e o outro apenas as moas, no foi observado durante este perodo de 4 meses
algum interesse por parte dos rapazes em participar das aulas de rtmica(feminina) e
abrir mo das aulas de salto, mas aps este perodo, permaneci um ms a mais para realizar
mais observaes, constatei apenas um rapaz, e eu mesmo me inseri em algumas aulas, por
tal razo mais 4 rapazes aderiram a idia, mas logo regressando para as aulas de
tumbling/salto(masculina), porm uma vez por semana ocorria uma aula , s no
aquecimento, em conjunto, aps voc optava por uma das duas aulas de ginstica.
Eram oferecidas algumas modalidades esportivas e os estudantes escolhiam a sua
preferncia, no perodo oficial do curso, nos foi oferecido as modalidades clssicas
como: Futebol; handebol; vleibol; basquetebol;atletismo e natao, nos quais a vivncia
era no mbito da prtica corporal e um resumo terico das regras, porm era interessante
observar as manifestaes culturais decorrentes do uso de uma terceira lngua para
expressar e agir, a dificuldade de se criar uma ponte segura entre as informaes e o
estudantes, as apropriaes que cada e indivduo dos diferentes pases realizava, abria um
universo de smbolos.
Uns outros elementos das atividades eram as atividades criativas que no primeiro
perodo antes do feriado de outono, s foi oferecido a Vida ao ar livre, aps o feriado
ofereceram-se: cermica, fotografia, msica, pintura em tecido e teatro, este ltimo apenas
para os dinamarqueses.
Todos estes elementos eram providos na grade comum de atividades, havia as
atividades paralelas como cursos e apresentaes em diferentes locais, dentro do
cronograma de atividades do IYLE Ollerup, estava prevista a Semana Internacional de
Cultura, na qual apresentamos um workshop num dia para os estudantes dinamarqueses
que estavam na escola.
Cada pas representado mostrou um pouco de suas tradies, manifestadas na
dana, na msica, nos jogos, nos costumes, na comida, etc..., Cada grupo usou a
criatividade conforme as condies, nosso grupo integrava o Brasil e a Eslovquia,
utilizamos o palco de teatro da escola.
Com painis temticos ao fundo, como um espao de festa junina, A cidade de
Ouro Preto, um painel, com fotos de Norte a Sul e Leste e Oeste do Brasil, (interessante!
muitas fotos emprestadas de uma das professoras da escola), alguns objetos, e o palco
ambientalizado num bar, os estudantes vivenciaram danas brasileiras, jogos, vdeo-clp
sobre a Ginstica Geral do GGU e por fim uma aclimatizao das maneiras e manias
brasileiras.
Aps este workshop, tivemos a semana para montar uma composio coreogrfica
juntos aos estudantes que escolheram o Brasil, para apresentar na Noite Internacional de
Cultura.
Nesta noite, houve uma recepo dos convidados e pessoas da comunidade de
Ollerup, com pequenas apresentaes orais sobre cada pas, o pblico se aproximava e
perguntava sobre determinados assuntos, logo aps houve um jantar com pratos tpicos de
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todos os pases que ali estavam representados, teve um intervalo e ento ocorreu o show!
Com o Brasil sendo o pas que encerrou a apresentao daquela noite e como gentileza
houve um caf e bolo para todos no restaurante.
O dia-a-dia de Ollerup se apresentava da seguinte forma: Havia o limpeza matutina
que a cada quinzena trocava o grupo de alunos, que limpavam a escola, o caf da manh e
a assemblia da manh, este espao era para que fossem dados recados, observaes,
agendamento ou ento pequenos assuntos reflexivos, sobre a vida, sobre fatos histricos,
lendas e contos, sempre iniciando e finalizando com msica, parte muito presente nas
hjskole (a comunidade cantando um importante elemento da folkehjskole - Erik H.
A. Jakobsen, 2000), s ento as atividades ocorriam, todas s segundas, quartas e sbados
noite tinham o kaffe e sang Caf e msica, onde os alunos se reuniam para cantar,
comer bolo, tomar caf enfim interargir-se, neste momento ocorriam as conversas, os risos,
os namoros, era um momento no qual, a formas mais apropiadas ou nem tanto eram
expostas em forma de um convite para jogar, ou perguntar quem eramos ns.
O motivo de relatar estes fatos e outros mais que esto inserido no relatrio a ser
entregue a comisso de ensino da FEF/UNICAMP e a Pr-Reitoria de Extenso, alm de
ser compromisso j firmado, mostrar atravs da experincia vivida, formas diferentes de
se atuar no campo profissional, tanto como profissional no sistema educacional formal,
como informal e no formal, at mesmo observar as diversas reaes de estados de cultura,
nos d o indicativo de como buscar solues reais para problemas ainda mais reais.
Sempre busquei ampliar minha formao acadmico-profissional, atravs da
participao de atividades de extenso na faculdade, representao discente departamental
e do centro acadmico, desenvolvimento de projetos atravs da empresa jnior da
faculdade, o prprio Grupo Ginstico, o envolvimento no programa do Universidade
Solidria de 98, com o grupo que foi para Olivena/AL, sabemos da questionabilidade e a
validade de programas como estes, mas buscando sempre trocar experincias, e no uma
dependncia assistencialista, sendo esta experincia no exterior de importncia relevante
para minha formao acadmico-profissional.
Foi-me dada a possibilidade de observar, quantas anda as propostas de Educao
Fsica Escolar, ou no, que campos de atuao esto sendo discutidos ao ponto de
provocarem mudanas, quais os novos espaos que criados que posuem uma ao profunda
e concisa, o que vem sendo a Educao Fsica dentro de programas sociais? Dentro da
educao no formal que espao tem a Educao Fsica? O voluntariado como difundido
tem aes concretas para mudana de paradigma ou do status quo? Ou so apenas aes
que no preconizam um fato real, ou ento apenas como subterfgio das estruturas
governamentais para cobrir algo que de sua responsabilidade? Qual o papel do
voluntariado? Quais aes tem sido concretas?
Tais questes abrem espaos para diversas discusses, creio haver um espao
diferenciado para a Educao Fsica atuar, no qual a construo de valores, as idias de
individualidade que contribui a uma coletividade podem ser construdas, atravs de
propostas que buscam estas metas. Um programa de educao no formal, se prope no a
dar conta de todos as incurses que surgem durante o processo, mas busca orientar para
uma possibilidade de construo conjunta de algumas solues que contribuem para esta
mudana.
Dentro da proposta da Ginstica Geral, real a possibilidade de atuar como tal,
buscando a valorizao do indivduo, explorando seu potencial, no qual o melhor de cada
um deve ser colocado em prol do grupo, ento o contedo a ser utilizado parte das
experincias individuais, socializando-as ao grupo.
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Este meio proporciona aos participantes um aumento da interao social, pois o
desenvolvimento e aperfeioamento das habilidades individuais aumentam os recursos a
serem socializados, que permitem criar uma linguagem comum a partir dos elementos
escolhidos.
A Ginstica Geral pode ocorrer tanto nos espao da Educao Formal e no formal,
pois a relao pedaggica vai alm das paredes formais da escola, podendo ser gerados
outros espaos de interveno atravs da Ginstica Geral.
Procurei apenas levantar pontos, esta discusso no se encerra por aqui, h muitos
questionamentos a serem feitos, algumas passageiras verdades a serem derrubadas. Esta
experincia na Dinamarca contribuiu e muito para minha formao acadmico-profissional
e espero poder retribuir isto aos demais profissionais e estudantes.
Referncias Bibliogrficas
Fdration Internationale de Gymnastique, General Gymnastics Manual. Mountier, FIG,
1993.
International Sport Culture Association, International Youth Leader Education. Encarte,
Copenhague, ISCA, 2001.
Jakobsen, Erik H. A. International Youth Leader Education i Gymnastikhjskolen i
Ollerup, programa do curso 2000, Ollerup, 2000.
Souza, Elisabeth P. M. De & Gallardo, Jorge S. P. A proposta de Ginstica Geral do
Grupo Ginstico UNICAMP in: Coletnea: textos e snteses do I e II Encontros de
Ginstica Geral. Campinas/SP: Grfica da Unicamp, 1997, p.25-32.
_____________ & _______________ - Ginstica Geral: Duas vises de um fenmeno
in: Coletnea: textos e snteses do I e II Encontros de Ginstica Geral. Campinas:
Grfica da Unicamp, 1997, p.33-38.
Endereo p/ contato:
Avenida: Santa Izabel, 1125 O-10 B. Geraldo Campinas/SP
CEP:13084 471 Tel: 11 94 18 03 27
Email:
[email protected]LA GIMNASIA GENERAL EN ESPAA
Marco Antonio Coelho Bortoleto5
Merc Mateu6
Resumen: Considerando los conceptos de Gimnasia General elaborados por la
Federacin Internacional de Gimnasia (FIG) y por el Grupo de Investigacin de
Gimnasia General (GGU FEF/UNICAMP), este estudio representa un intento de
elaborar un primer informe de la situacin actual y la perspectiva de futuro para esta
prctica en Espaa.
Doctorando en INEFC Lleida (Espaa), miembro del Laboratorio de Praxiologa Motriz (INEFC Lleida) y
del Grupo de Estudio en Gimnasia General (Unicamp Brasil)
6
Profesora Titular Inefc Lleida
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LA DECISIN DE EMPEZAR
Despus de algunos aos trabajando en Brasil, y en particular con el Grupo de
Estudios en Gimnasia General, la oportunidad de estar viviendo otra realidad me motiv a
escribir este documento.
Naturalmente, desde que llegue a Espaa he ido observando como la Gimnasia
General viene siendo desarrollada en este pas, pero ha sido a raz de la intervencin en
calidad de participante y ponente en la VIII Gimnastrada de los Inefcs y CCAA7 que pude
obtener informacin para elaborar este documento.
Afortunadamente, pude compartir la elaboracin de este documento con la
profesora Merc Mateu, que hace muchos aos viene acompaando el desarrollo de la GG
en Espaa y Europa en general.
UN OBJETO DE ESTUDIO LLAMADO GIMNASIA GENERAL
A qu tipo de prctica nos estamos refiriendo cuando decimos Gimnasia General?
Cuales son sus caractersticas? Y cuales son los conceptos existentes sobre tal prctica?
Para empezar entendemos por GG la modalidad oficialmente reconocida por la
Federacin Internacional de Gimnstica (FIG, 1993).
Segn Fiorin (en prensa), casi todas las interpretaciones impartidas sobre la GG,
tienen como base la definicin elaborada por la FIG a travs del Rglement Technique de
Gymnastique Gnerale (1993).
Conforme este documento, la GG comprende la esfera de la Gimnstica orientada
al ocio y que engloba programas de actividades en el campo de la Gimnstica (con o sin
aparatos), de la Danza y Juegos, conforme las preferencias nacionales y culturales.
Es una modalidad considerada em primeiro lugar uma atividade regular dentro de
um contexto de entusiasmo e de jogo e a participao , sobretudo determinada pelo
prazer de praticar (FIG, 1993 : 3).
Considerando la interpretacin propuesta por Ayoub (1998 : 58), este documento de
la FIG, nos permite entender que:
Seus objetivos so favorecer a sade, a condio fsica e a integrao
social e despertar o interesse pessoal pela prtica de atividade fsica,
contribuindo para o bem estar fsico e psicolgico de seus participantes e
aos espectadores. (...) Um dos seus compromissos e incumbncias
fundamentais oferecer um vasto campo de atividades para um grande
nmero de pessoas, proporcionando variedade, diverso e a oportunidade
de ser criativo.
Segn la propia FIG (1993) lo ms importante es que las personas participen en
gran nmero de estos eventos de GG, como la Gymnaestrada Mundial, no dando nfasis
exclusivamente a la calidad tcnica, sino objetivando el placer de la prctica, de formar
parte de un grupo o asociacin, adquiriendo experiencias que superen la simple
presentacin y que desarrollen la vivencia de valores humanos como la socializacin, el
contacto con otras culturas, otros pueblos y tambin tener la sensacin de pertenecer o
representar un grupo o pas.
7
Cuando decimos Inefs nos estamos refiriendo a los Institutos Nacionales de Educacin Fsica en Espaa,
por otro lado CCAA refiere a las Facultades de Ciencias de la Actividades Fsica y del Deporte.
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Estos aspectos hacen con que la GG est ganando espacio en las ms reas como
clubes, escuelas y asociaciones, conforme afirma Bortoleto (en prensa).
Para el Grupo de Investigacin en Gimnstica General (GGU FEF/UNCAMP) de
Campinas Brasil, el concepto de la FIG citado anteriormente, deja de manera explcita
espacios para interpretaciones personales, y de esta manera este grupo entiende la GG
como:
Uma manifestao da Cultura Corporal que rene as diferentes
interpretaes da Ginstica (Natural, Construda, Artstica, Rtmica
Desportiva, Aerbica etc) integrando-as com outras formas de expresso
corporal (Dana, Folclore, Jogos, Teatro, Mmica, etc) de forma livre e
criativa, de acordo com as caractersticas do grupo social e contribuindo
para o aumento da interao social entre os participantes (Gallardo y
Souza, 1994).
Segn Gallardo y Souza (1996 : 34-35), la diferencia entre las dos visiones de GG
presentadas arriba se distancian y se aproximan en los siguientes puntos: En cuanto la FIG
expressa uma viso organizacional ou tcnica que compartimentaliza as modalidades,
dividindo-as em competitivas e no competitivas e colocando tudo o que no esporte
reconhecido internacionalmente como sendo contedo da Ginstica Geral; el Grupo de
Investigacin desarrolla uma viso pedaggica que parte das experincias individuais
(cultura corporal), na qual o potencial de cada um incentivado e valorizado, servindo de
base para a explorao de todo o grupo.
Ambas definiciones apuntan la GG como modalidad gimnstica orientada a la
prctica por parte de personas comunes, en la cual, lo que est en juego no es el
rendimiento o la perfeccin, sino principalmente el espacio abierto para la prctica de una
GIMNASIA que no est definida y reglada por cdigos de puntuacin y que est siendo
legitimada y practicada a diario.
Considerando que la FIG la define en un intento de organizarla, el Grupo de
Investigacin, busca la manera de desarrollarla ms pedaggica posible, ampliando su
aplicacin a diversos campos como las actividades escolares, actividades de ocio,
actividades que se relacionan con otros tipos de modalidades gimnsticas, garantizando as
su difusin en otras reas, e intentando entenderla como un fenmeno complejo que est
presente y que puede ser interpretado por diversas perspectivas.
LA PENNSULA IBRICA Y LA GIMNASIA GENERAL (GG)
Considerando la GG como hemos conceptualizado anteriormente, este artculo
tiene la intencin de describir la actual situacin y el desarrollo de la Gimnasia General en
Espaa, teniendo como punto de partida la Gimnastrada de los INEFs, y cmo fundamento
terico los datos que hemos podido recoger sobre el tema. Por otro lado, creemos que el
relato de esta experiencia, la reflexin y anlisis que compartimos en este trabajo, pueden
ayudar a los profesionales que se dedican al estudio de la GG.
LA FUENTE Y EL MTODO PERCEPTIVO
Desde que los profesores de Actividades Gimnsticas y Acrobticas de las distintas
facultades de Educacin Fsica decidieron encontrarse anualmente se cre la Gimnastrada
de los Inefs, que fue celebrada en su octava edicin este ao, del 3 al 5 de mayo en el
Instituto Nacional de Educacin Fsica de Catalua Centro de Barcelona.
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Paralelamente a esta actividad prctica, como actividad formal y de intercambio de
conocimiento sobre las actividades gimnsticas, se realiz tambin el VI Simposium de
Actividades Gimnsticas, que este ao incluy por primera vez la participacin del
presidente de la AFRAGA (Assocition Franaise pour la Recherche en Activits
Gymniques et Acrobatiques).
La recogida de datos se sistematiz, con la intencin de obtener la mayor cantidad
de informacin posible sobre el tema con la mayor calidad.
Podemos dividir la recopilacin de los datos en 4 partes:
a) Observacin Directa: Nuestra observacin directa de la Gimnastrada que segn
Anguera (1985) es considerada un de los ms antiguos e importantes mtodos;
b) Conversaciones informales con profesores, entrenadores participantes o espectadores
de la Gimnastrada;
c) Anlisis de datos obtenidos por internet: correos electrnicos y pginas web de la Real
Federacin y de la Federacin Internacional de Gimnasia (FIG Gymnaestrada
Mundial) y otras instituciones;
d) Anlisis de las actas de los Simposios de Actividades Gimnsticas y de los Encuentros
de los Profesores de Gimnasia de los Inefs.
UNA PRCTICA POCO CONOCIDA
Para realizar el anlisis de los datos, seguimos la estructura de recogida de datos
que hemos citado anteriormente.
En el primero apartado, la observacin directa de la Gimnastrada, nos permite decir
que las presentaciones de GG son realizadas por estudiantes universitarios en su mayora,
por grupos de escuelas o clubes y tambin por atletas de competicin, en todas las edades y
niveles tcnicos.
La Gimnastrada es un evento que tuvo como inicio los encuentros de los Profesores
de Actividades Gimnsticas de los INEFs y CCAA, y que hoy agrupa tambin el
Simposium de Actividades Gimnsticas.
Es un evento festivo y participativo donde los participantes encuentran espacio para
intercambiar ideas y trabajos que vienen realizando en sus respectivos centros.
En general las presentaciones son de Gimnstica Artstica (GA), Rtmica, Danza y
Circo, pero las coreografas incluyen elementos diversos como la msica, el teatro, las
artes plsticas, el Acrosport y otras caractersticas que tambin son pertinentes a la GG.
En el segundo apartado, considerando los discursos de los participantes, de los
organizadores de la Gimnastrada, el objetivo de este encuentro y de la GG est en
promover la prctica de la Gimnasia para cualquier tipo de persona, desarrollando incluso
temas polticos, sociales promoviendo, principalmente la integracin y la diversidad
cultural.
Nos parece que estos discursos coinciden con la realidad, y que el intercambio
cultural y de conocimientos sobre la gimnasia son los principales objetivos de este evento.
Considerando los discursos de otras personas que hemos consultado, las
caractersticas que acabamos de citar se extrapolan de la Gimnastrada y pueden ser
atribuidas de manera genrica a la GG.
En el tercero apartado intentamos conocer otras manifestaciones de esta modalidad
presentes en Espaa; segn datos obtenidos va internet, podemos decir que existen dos
festivales que presentan las caractersticas y que buscan promover la GG: el Festival
Blume y la Gimnastrada de Extremadura.
El primero es el Festival Internacional de Gimnasia General Blume Gran
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Canaria, bajo la presidencia de Jess Telo, que todos los aos se dedica al que fuera
campen de Europa de Gimnasia Artstica Masculina Joaqun Blume y los gimnastas
Aguilar, Muller y Pajares, todos ellos fallecidos cuando se dirigan a esta isla en un
accidente areo. Durante los 40 aos de vida del festival, bajo la supervisin del Gimnasio
Las Palmas y con el apoyo de los Amigos de la Gimnasia en Las Palmas, la organizacin
ha tratado de superarse ao tras ao para conseguir la difusin de la Gimnasia General en
Espaa y en el mundo entero. La idea es seguir con las pautas indicadas por la
Gymnaestrada Internacional: participacin y contacto con deportistas de otras naciones y
lugares, exhibicin de nuevas ideas que sirvan de motivacin en el trabajo del club,
difusin de la Gimnasia General, exhibicin de la Gimnasia en todas sus modalidades, y el
dar a conocer las cualidades gimnsticas de los canarios. En la actualidad estn preparando
su 41 edicin en diciembre del 2001.
Es un festival donde la GG se caracteriza por la oportunidad de ver la diversidad y
la participacin de una gran cantidad de personas de cualquier tipo, edad y nivel tcnico, y
que se caracteriza como un evento no competitivo, sigue el modelo propuesto por la FIG
para la Gymnaestrada Mundial, permitiendo incluso la presentacin de danzas y otras
actividades que se adecuen a las reglas.
Sobre la Gimnastrada de Cceres se podra citar al creador y mximo organizador
Kiko Len, profesor de Actividades Gimnsticas Acrobticas en la Facultad de Ciencias
del Deporte de Cceres, evento que tiene como objetivo prioritario difundir las actividades
gimnsticas colectivas, y promover un encuentro con el placer, sin fin competitivo y con la
caracterstica participativa del Deporte para todos. Este festival tambin sigue los patrones
de la Gimnaestrada Mundial de la FIG.
Analizando la pagina web de la Real Federacin, la GG tiene un espacio reducido y
con pocas informaciones, y tal vez eso sea un reflejo de la falta de apoyo para esta prctica.
Segn los datos de la FIG, publicados en las actas de las Gimnaestradas Mundiales,
la participacin espaola en este evento fue la siguiente:
Gymnaestrada
Mundial
Herning 1987
Amsterda 1991
Berlin 1995
Cantidad de participantes
120
125
112
Continuando nuestra busca por la red, utilizando los buscadores Google y Yahoo y
la pgina Deporteyciencia, considerando varias palabras claves cmo: Gimnasia General,
Espaa, Gimnaestrada, Gymnaestrada, entre otras., obtenemos pocas o casi ninguna
informacin a aadir a las que ya poseamos.
Hemos constatado que existen algunos grupos que desarrollan actividades cercanas
a la GG, como el Grupo de Actividades Gimnsticas de la Facultad de Ciencias de la
Educacin Fsica y Deportes de Granada, pero que estos grupos suelen mantener como
actividad primera la GA o la GRD.
En el cuarto apartado, leyendo y analizando las actas de los Encuentros de
Profesores de Actividades Gimnsticas (I Valencia- 1993, II Lleida 1994 y III Galicia
1995), podemos decir que se discutieron temas ms relacionados con los planes de estudio,
cursos, postgrados, contenidos de las asignaturas GA y GRD, y algunos apuntes sobre el
Acrosport y la Gimnasia Colectiva, pero que la GG no formaba parte esencial de los
contenidos tratados en estos tres eventos.
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Con relacin a las actas de los simposios, podemos decir que la GG casi no forma
parte de las investigaciones comunicadas en estos eventos. Entre las ponencias y
publicaciones relacionadas con la GG, aquellas que tienen una proximidad de contenido o
objetivos aparecen de la siguiente manera:
Simposium
II Castilla y Len - 1997
III Granada - 1998
IV Valencia - 1999
V Cceres - 2000
VI Barcelona - 2001
Cantidad de ponencias
4
1
3
2
4
Esta reducida (respecto a la totalidad) cantidad de publicaciones significa que la
GG est poco integrada y manifiesta pocas o ninguna de sus caractersticas en los estudios
presentados, los cuales en su gran mayora se refieren a las modalidades gmnicas
deportivas de competicin, como la GA, la Rtmica y el Aerbic.
LA PERSPECTIVA PARA EL FUTURO DE LA GG
De momento diramos que estos datos son pistas sobre el desarrollo de la GG en
Espaa; podemos observar que esta prctica an no tiene un espacio suficientemente
grande para sea conocida y para que ms gente tenga la oportunidad de empezar a
practicarla.
Parece que la carencia de un concepto claro y una mayor difusin de la modalidad
mantienen tanto las entidades administrativas (Federaciones y Gobiernos) as como los
profesionales y clubes, distantes de desarrollar tal prctica. Es una realidad bastante
diferente de la vivida en pases como Dinamarca, Finlandia, Brasil, Suecia y Repblica
Checa, donde la GG ya posee estatus de modalidad con excelentes cualidades para el
desarrollo educacional, formativo, social, cultural y de la salud.
Por otro lado, se nota que poco a poco algunos eventos vienen siendo introducidos
en el calendario de la gimnasia espaola, como los que hemos citado y algunas
publicaciones no peridicas.
Otro punto importante a ser considerado, son las publicaciones sobre Acrosport,
Coreografa en Gimnasia, Gimnasia Colectiva y Gimnasia Escolar, y otros temas que se
acercan a la GG, que fueron realizados en los ltimos aos por profesores de INEF, de
magisterios y institutos de secundaria, como podemos visualizar en el cuadro siguiente:
BROZAS, Maria P. & VICENTE PEDRAZ, M. (1999) Actividades acrobticas
grupales y creatividad. Editorial Gymnos, Madrid.
ESTAP, E. & LOPEZ, M. & GRANDE, I. (1999) Las habilidades gimnsticas y
acrobticas en el mbito educativo. El placer de aprender. INDE, Barcelona.
GARCIA SANCHEZ, J. I. (1999) Acrogimnasia. Recursos Educativos. ECIR,
Valencia.
MATEU. M. (1990) 1300 ejercicios y juegos aplicados a las actividades gimnsticas.
Editorial Paidotribo, Barcelona.
VERNETTA, M. & LOPEZ-BEDOYA, J. & PANADERO, F. (1998) El acrosport en la
escuela. INDE, Barcelona.
Considerando lo que afirma Toledo (en prensa), cuando nos habla de la dispersin
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que an existe en Brasil sobre la prctica de la GG, debido una ausencia de un concepto
que determine los lmites y caractersticas pertinentes a esta modalidad, es importante citar
que creemos que la terminologa Gimnasia General an no est incorporada en los planes
de estudio o en las propuestas de eventos realizados en Espaa, pues suponemos que se
trata de un problema conceptual que puede ser solucionado a partir de la incorporacin de
la terminologa utilizada por la FIG.
Este concepto de la FIG, por atender necesidades administrativas y polticas es
demasiado amplio y poco claro, pero puede ser considerado como un buen principio.
Una sugerencia que podemos hacer, conforme autores como Gallardo (2000),
Ayoub (1998) y Paoliello (2000), es en el sentido de que los profesionales que trabajan con
la Gimnasia en el mbito escolar, de formacin universitaria o de ocio y salud
(participativo) deben observar con ms atencin la GG y sus caractersticas, y tratar de
conocer mejor est prctica. Deben tambin, como afirman Paoliello y Gallardo (1996),
intentar utilizar esta ptima modalidad y dejar de estar siempre copiando y adaptando los
modelos deportivos como lo hacen desde hace un siglo.
Sobre la diversidad (edad, nivel y modalidades tcnicas) posible en los eventos de
GG, podemos decir que esta es una caracterstica muy importante y que debe estar siempre
presente en eventos y trabajos de GG, como afirma Gallardo in Paoliello y Ayoub (2000 :
29):
Contrariamente ao que se poderia pensar, esta diversidade de
trabalhos no ruim, muito pelo contrrio, isto , muito bom, j que
podemos observar uma variedade muito grande de experessies culturais
que conseguem estar sob o guarda chuva da Ginstica Geral da Federao
Internacional de Ginstica (FIG).
Por fin, considerando el acercamiento de la prxima Gimnaestrada Mundial, que
ser realizada en Portugal (Lisboa 2003), entendemos que la Gimnasia General como
prctica participativa, integradora, educativa y de intercambio cultural debera ser
observada con ms atencin por los profesionales que se dedican a los estudios de las
actividades gimnsticas y quizs ganar un poco ms espacio terico y prctico dentro de
las modalidades gimnsticas.
BIBLIOGRAFA
ACTAS DEL I ENCUENTRO DE PROFESORES DE LAS ACTIVIDADES
GIMNSTICAS. INEF A Corua (1991).
ACTAS DEL IV SIMPOSIUM DE ACTIVIDADES GIMNSTICAS. Valencia (1999).
ACTAS DEL VI SIMPOSIUM DE ACTIVIDADES GIMNSTICAS. Barcelona (2001).
ANGUERA, Maria Teresa (1985) . Metodologa de la observacin en las Ciencias
Humanas. Editorial Ctedra, Madrid, Espaa.
AYOUB, Eliana (1998) : A Ginstica Geral na sociedade contempornea: perspectivas
para a Educao Fsica Escolar. Tese de doctorado, Unicamp/FEF, Campinas,
Brasil.
BORTOLETO, Marco Antonio Coelho en Grupo de Pesquisa de Ginstica Geral (GGU
UNICAMP) (en prensa). Uma Reflexo sobre o Conceito de Tcnica na Ginstica
Geral. Campinas (Brasil).
FIORIN, Cristiane en Grupo de Pesquisa de Ginstica Geral (GGU UNICAMP) (en
prensa). A Ginstica Geral na perspectiva do Lazer. Campinas (Brasil).
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GALLARDO, Jorge Prez Diferentes olhares sobre a Ginstica Geral: A viso
pedaggica en PAOLIELLO, Elizabeth y AYOUB, Eliana (2000) Actas del Foro
Brasileo de Gimnasia General, Unicamp, Campinas.
PAOLIELLO, Elizabeth y AYOUB, Eliana (2000) Actas del Foro Brasileo de
Gimnasia General. Unicamp, Campinas.
PAOLIELLO, Elizabeth Perspectivas para o desenvolvimento da Ginstica Geral no
Brasil: O papel da Universidade. en PAOLIELLO, Elizabeth y AYOUB, Eliana
(2000) Actas del Foro Brasileo de Gimnasia General. Unicamp, Campinas.
TOLEDO, Eliana de Toledo en Grupo de Pesquisa de Ginstica Geral (GGU
UNICAMP) (en prensa). As Fronteiras da Ginstica Geral. Campinas (Brasil).
BIBLIOGRAFA DIGITAL
DEPORTEYCIENCIA INTERNACIONAL: www.deporteyciencia.com
FEDERACIN INTERNACIONAL DE GIMNASIA (FIG): www.fig-gymnastics.com
FESTIVAL BLUME GRAN CANARIA: WWW.GYMEDIA.COM/Blume-Festival
GYMNAESTRADA MUNDIAL (FIG): www.sportuguese.pt/fptda
GOOGLE : www.google.com
GRUPO FLIC-FLAC: http://tecnob4.tecnobyte.com/flicflac/
GRUPO GINSTICO UNICAMP (GGU): www.unicamp.com.br/fef/ggu
REAL FEDERACIN DE GIMNASIA: www
A FANFARRA E A CONSTRUO DA GINSTICA GERAL
Maria Cristina de Souza
A violncia, vem nos ltimos anos tomando conta de nossas vidas as pessoas,
devido ao medo se tornaram egostas, desconfiadas e individualistas. preciso resgatar o
ser humano, despertando a sensibilidade nas pessoas e tentar recuperar a auto-estima. A
EMEF Cel. Mrio Rangel localizada na periferia de So Paulo no bairro de Capo
Redondo, vem junto com a Fanfarra tentando buscar alternativas ou encontrar caminhos.
Um dos caminhos encontrados foi o de promover todos os anos o Desfile da Fanfarra no
ms de setembro, onde as crianas saem s ruas prximas escola. A escola atravs da
Fanfarra acredita que pode contribuir de alguma forma com a melhoria da qualidade do
bairro que tem como caracterstica principal o alto ndice de violncia, a pobreza e poucas
oportunidades de lazer.
Este evento se d com os alunos uniformizados alguns tocando e outros
acompanhando agrupados em blocos e fazendo evolues usando elementos ou no. Estes
elementos so: cabos de vassouras cortados em 1m. ou 40cm, bambols, rfias, fitas de
papel ou cetim, papeles, caracterizados de alguma forma representando algum
acontecimento social importante ou reivindicando algo social ou poltico para o bairro.
H um planejamento do que fazer, como fazer e quem vo participar.
determinado um tema e se trabalham em sala de aula cada professor de sala com sua turma.
O tema geralmente esta ligado PAZ, UNIO e SOLIDARIEDADE devido s
caractersticas do bairro por ser um desfile cvico as cores verdes e amarelas esto
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presentes. Os alunos envolvidos neste evento so todos aqueles que queiram participar
desde a 1 srie 8 srie do Ensino Fundamental at a Suplncia.
O evento cresceu tanto que outras escolas comearam a desfilar com a EMEF
Cel. Mrio Rangel e hoje desfilam por conta prpria em um nico dia batizado como
Desfile do Capo Redondo em homenagem ao aniversrio do bairro com presena de
autoridades ligadas a vrios segmentos da vida social e poltica do Estado de So Paulo.
A Educao Fsica atravs dos desfiles vem descobrindo caminhos antes
desconhecidos e construindo a seu modo a Ginstica Geral. Alguns objetivos da Ginstica
Geral que so oportunizar o repensar constante sobre as possibilidades da Ginstica
Geral no aprimoramento de nossa sociedadee promover uma compreenso entre os
indivduos e os povos em geral (Anais do Frum Brasileiro de Ginstica Geral, 1999,
p.25) coincide com os objetivos da EMEF Cel. Mrio Rangel e dos professores de
Educao Fsica desta U.E. acreditando numa escola melhor, num bairro melhor e num
mundo melhor. Dentre esses objetivos os professores de Educao Fsica enumeraram
outros que tambm tem a sua devida importncia que so:
Estimular e valorizar a participao dos alunos em atividades coletivas que no
visem s a competio, aumentando o leque de conhecimento e a sua relao social com o
outro e com a comunidade fazendo com que ele cresa e se sinta parte do processo.
Promover de forma ldica o conhecimento do prprio corpo e do outro, seus
limites e suas possibilidades.
Reconhecer na fanfarra os diferentes ritmos que ela produz e, perceber que
estes ritmos esto presentes no dia a dia de forma diferente.
Promover no bairro momentos de lazer e descontrao.
Nos primeiros desfiles os professores de Educao Fsica por no ministrarem
aulas nas 1 e 2 sries do Ensino Fundamental apenas assessoravam os professores destas
salas ajudando-os nos ensaios sem a exigncia da marcha formal e sim que estes
acompanhassem de forma organizada alinhadas e em colunas a fanfarra. Timidamente os
professores de Educao Fsica que atuavam nas 3 e 4 sries foram introduzindo
pequenas formaes como a palavra PAZ onde cada ano se formava uma palavra. O
processo foi totalmente dirigido pelos professores sem nenhuma evoluo ou outra
formao qualquer cada sala era uma letra onde os alunos se posicionavam em colunas no
fundo da quadra e no ritmo da fanfarra estes se deslocavam ao seu lugar pr-determinado e
se agrupavam de acordo com o formato da letra e pronto formava a palavra.
Em 1.999 a Prof. (a) Maria Cristina de Souza que ministrava aulas para as 3
sries ao todo 5 salas ensaiou uma seqncia de movimentos com todos os meninos de
cada sala separadamente cujo final da apresentao seria a formao da palavra UNIO.
Foi ensaiado movimento por movimento ainda pr-determinado pela professora porm
alguns movimentos j eram conhecidos pelos alunos pois faziam parte das aulas de
Educao Fsica a novidade, estava nas formaes que foram possveis fazer: intercalar
colunas, formar crculos, fazer uma estrela com quatro pontas e formar a palavra UNIO.
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A professora resolveu determinar os movimentos devido ao tempo e s poucas aulas pois,
com as meninas resolveu fazer algo diferente ligado dana portanto, as aulas eram
divididas em dois momentos um momento para os meninos e outro para as meninas. Anos
anteriores a professora tambm fez um trabalho com formaes s que com meninas mais
velhas e com mais disponibilidade de tempo com esse grupo, foi possvel fazer com que
elas ajudassem na criao da coreografia e das formaes foi possvel unir bambols e
bastes (cabos de vassouras enfeitados) na mesma coreografia.
Quanto vestimenta dos alunos usamos sempre o uniforme da escola apesar de
ser uma escola pblica a comunidade escolar aprovou em conselho de escola o uso do
uniforme camiseta branca e cala azul marinho ou o abrigo: cala comprida de helanca
azul marinho e blusa de frio ou a bermuda com o nome da escola gravado. Outras roupas
so exigidas de acordo com o grupo que vai se apresentar. Os shorts brancos s foram
possveis depois de termos enviados um bilhete aos pais comunicando o porqu dos shorts
foi feito uma pesquisa de preo e comprado todos no lugar mais barato no caso no bairro
do Brs. Para as danas foram confeccionadas saias de papel crepom e de plstico e usado
colant confeccionados por uma costureira que fez um preo bem acessvel. Sempre
procuramos usar material de valor acessvel e reciclvel.
O desfile que se resumia em um dia ganhou outras dimenses com o passar do
tempo foi se introduzindo apresentaes de ginstica e de dana. Hoje como cresceram o
nmero de apresentaes existe um dia reservado para este evento ou seja h um dia para
o desfile e um outro para apresentao.
Nas danas o processo o mesmo, para as meninas mais novas o professor
quem direciona os movimentos para as mais velhas existe uma troca ou seja todos
constroem a dana e escolhe a msica a nica exigncia que no se aceita msicas com
coreografias prontas.
Nas apresentaes a participao dos alunos ocorre de forma natural porm
com muita responsabilidade onde todos participam da elaborao das coreografias, das
decises que so necessrias tomar e das vestimentas.
As aulas de Educao Fsica com isso deixaram de ser s esporte as atividades
relacionadas ginstica ao ritmo e a dana est cada vez mais presente na vida destas
crianas. A aplicao de conceitos e o significado do que est fazendo e onde pretende
chegar j uma realidade na EMEF Cel. Mrio Rangel.
Para este ano estamos planejando um evento com cara de Ginstica Geral ao
nosso modo claro. Os conceitos que esto sendo adquiridos no curso de especializao
em Ginstica na FEF UNICAMP vem dando forma e complementando o trabalho j
iniciado para isso estamos aplicando alguns contedos de G.A e G.R nas aulas de
Educao Fsica e no segundo semestre organizar tudo e ver no que vai dar.
Existe uma expectativa muito grande entre alunos pais e professores quando se
volta do recesso de julho nessa poca que se respira fanfarra at o desfile todos se
empolgam e se preparam para o evento isso s j importante pois todos direta ou
indiretamente querem participar ou ajudar desta forma, acreditamos estar buscando
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resgatar em nossos alunos e na comunidade em geral a sua identidade e a auto-estima para
que as relaes sociais melhorem e contribuam para a formao de um cidado melhor
mais crtico e mais participativo, ciente de seus deveres e direitos e, aprendendo que num
pas ou mesmo em seu prprio bairro s possvel mudar se todos participarem e se
valorizarem.
DESENVOLVIMENTO COREOGRFICO EM GINSTICA GERAL
TEORIA E PRTICA
Orientadora: Maria Teresa Bragagnolo Martins
Autores: Juliana Marino e Paola M. Reis
Instituio: Faculdade de Educao Fsica de Santo Andr
A Ginstica Geral-desenvolvimento pedaggico
A Ginstica Geral como disciplina, se ocupa em fundamentar o trabalho terico
baseado no desenvolvimento do ser humano.
O estudo baseado nas aquisies das habilidades motoras bsicas ou simples e
especficas ou complexas, e no potencial gentico denominado de capacidade.
A tarefa educacional tem como objetivo oferecer a maior variedade e diversidade
de experincias motoras, assim possvel levar o indivduo a obter um acervo motor rico
facilitando o seu convvio no meio fsico e social.
A Ginstica Geral favorece a compreenso e a interpretao dessa pedagogia, pois
o educador deve respeitar a personalidade, os sentimentos e o carter do aluno, dessa
maneira ele fica livre para expressar com criatividade os movimentos do corpo.
Pode-se entender a Ginstica como uma forma particular de exercitao onde, com
ou sem o uso de aparelhos, abre-se a possibilidade de atividades que provocam
valiosas experincias corporais, enriquecedoras da cultura corporal das crianas, em
particular e do homem. Coletivos de Autores, 1992.
Os princpios que fundamentaram a Ginstica eram baseados nos Mtodos
Ginsticos do sc XIX, onde a Ginstica passou a ser destinada aos dois sexos, todas as
idades, visando um desenvolvimento harmnico e natural, de forma crescente respeitando
as possibilidades individuais.
A Ginstica desenvolvida nas escolas trabalhava com as crianas de maneira bem
natural, permitindo-lhes brincar, correr a vontade com total liberdade (caractersticas
humanistas).
A prtica da Ginstica necessria, pois possibilita um enriquecimento corporal
associado s atividades culturalmente praticadas pelo indivduo.
Os Mtodos Ginsticos comearam a dar forma especfica ao trabalho desenvolvido
nas escolas, o movimento deveria ser bem definido e correto, comeando sempre pelos
movimentos mais simples e progressivamente chegar aos mais complexos e difceis de
maneira agradvel, aos poucos foram acrescentando msica para se tornar mais prazeroso e
material ginstico para melhorar a eficincia dos movimentos.
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Comea o interesse em estudar a Ginstica mais afundo, e relacionar seus
fundamentos aos conhecimentos da anatomia, fisiologia e cinesiologia, especificando ainda
mais o trabalho.
Ento duas linhas surgiram: a ginstica como prtica pedaggica (escola) e a
modalidade esportiva.
A Ginstica Geral II faz a ligao entre as duas, no deixando que as caractersticas
que fundamentam a ginstica, torne um meio para especializar uma modalidade, mas sim,
oportunizar o caco e o desenvolvimento da mesma em qualquer situao (Martins, 2001).
Para isso necessrio rever a terminologia aplicada Educao Fsica e Ginstica, planos
de movimentos e relacionar ao plano fsico, direes variadas, posicionamento e a msica
relacionada ao movimento corporal, desde o mais simples ao mais complexo ou
seqencial.
O processo de desenvolvimento da aprendizagem em Ginstica, assim como da
Educao Fsica, se faz por um processo de mudana que ocorre como resultado da
experincia vivida.
O condicionamento ou adestramento no faz parte do nosso sistema
educacional atual. O objetivo favorecer o aprendizado por meio da descoberta.
Skinner por volta de 1950, inicia por criticar o ensino tradicional, pela passividade
a que reduz o estudante, e se preocupa, em um primeiro momento, com a administrao
adequada de reforos e com as oportunidades que tem o aluno para dar respostas ativas.
(Coll, 1996)
Com base nesses princpios, que utilizamos a seqncia programada em
Ginstica, podendo ser dividida em:
a) formular os objetivos,
b) analisar e avaliar a situao inicial dos alunos, considerando os conhecimentos prvios
relacionados com a proposta da aula,
c) formular uma seqncia do contedo e anlise das tarefas,
d) avaliao do programa, dos processos de ensino e avaliao final dos alunos, em
termos de comparao com os objetivos propostos.
A partir desses princpios estruturado um esquema que envolve teoria e prtica
denominada de Croqui. Onde o trabalho apresentado pr-requisito para obteno de nota
semestral na disciplina Ginstica Geral.
Croqui teoria e prtica
Conceito: o mapeamento terico de um evento coreogrfico, onde os desenhos
coreogrficos e o deslocamento durante a coreografia so elaborados antes da prtica
propriamente dita.
Composto por planilhas:
Geral distribuio dos alunos no espao parcial, movimentos sem deslocamento;
Individual desenho coreogrfico, com a utilizao do espao total, movimentos em
deslocamento.
Organizao: o grupo se rene e discute o tema que ser abordado, a partir da comea a
ser feita a diviso de tarefas e a coreografia.
Tema proposto,
Coordenador geral,
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Auxiliares,
Nmero de participantes/ subdiviso de tarefas,
Espao fsico,
Msica / coreografia / figurino.
Exemplo de planilhas baseado nos estudos de Gurios (1961).
PLANILHA GERAL
3
40
32
24
16
08
39
31
23
15
07
38
30
22
14
06
37
29
21
13
05
36
28
20
12
04
35
27
19
11
03
34
26
18
10
02
33
25
17
09
01
1
FRENTE
PLANILHA INDIVIDUAL
3
2
XXX
XXX
XXX
XXX
XXX
XXX
XX
XXX
XX
XXX
XXX
XXX
XXX
XXX
1
FRENTE
Este trabalho prossegue no mesmo formato durante o segundo semestre acrescido
dos materiais manuais da GRD (corda, bola, arco, fita, maas e basto), pois estes
possibilitam o desenvolvimento da coordenao motora fina e a habilidade de
manipulao.
BIBLIOGRAFIA
CAMARGO, Maria Lgia. (1994). Msica, movimento: um universo em duas dimenses.
S.P. Editora: Villa Rica.
COLL, Cesar (org.1996). Desenvolvimento Psicolgico e Educao: psicologia da
educao. P.A Editora: Artes Mdicas Sul.
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Editora: Cortez
GURIOS, Stella. (1961). Contribuio para a sistematizao gmnica feminina. S.P.
Editora : Artes Grficas So Camilo.
HARROW, A (1988). Taxionomia do domnio psicomotor: manual para elaborao de
objetivos comportamentais em Educao Fsica. 2ed. R.J. Editora: Globo.
MARTINS, Maria Teresa B. (2001). Ginstica Geral: uma prtica pedaggica na
Faculdade de Educao Fsica de Santo Andr. Dissertao de Mestrado. UNISAL/SP.
MORATO, Maria Eugenia. (1986). Ginstica Jazz: a dana da Educao Fsica. S.P.
Editora Manole.
ESTUDOS AVANADOS EM GINSTICA: APROXIMAES ENTRE A
ESCOLA E A UNIVERSIDADE.
Marilene Cesrio, Ms.
Ana Maria Pereira, Ms.
Alana Pansanato Vilcenski, Rafael Marques Frana e Mariana Gonalves, Graduandos.
Universidade Estadual de Londrina
Resumo: Estes estudos, referem-se a questes significativas da prtica pedaggica na
formao inicial e atuao profissional. O interesse ocorre pela necessidade do trato da
Ginstica nos currculos de formao inicial, aliado a inteno em buscar novas formas
de interveno na formao profissional a partir da realidade escolar. A necessidade de
interao dos conhecimentos tratados na Graduao em Educao Fsica - Licenciatura com a realidade da prtica pedaggica desenvolvida no cotidiano escolar, tem sido objeto
de reflexes e questionamentos. Nesta direo, propomos um grupo de estudos
objetivando ampliar discusses, reflexes e buscar formas de intervenes em torno do
ensino da Ginstica.
Introduo:
Estudos Avanados em Ginstica, um Projeto de Ensino, na Universidade
Estadual de Londrina, Centro de Educao Fsica, Departamento de Ginstica, Recreao e
Dana, que tem como objetivo articular estudos em Ginstica, tendo em vista a formao
inicial em Educao Fsica e as aproximaes com a escola, favorecendo subsdios para o
trato da Ginstica no mbito escolar.
Pretende-se evidenciar a Ginstica como contedo da Educao Fsica e
manifestao da cultura corporal. Este Projeto de Ensino amplia discusses e reflexes
sobre o conhecimento e a prtica pedaggica da Ginstica. Investigar a Ginstica, na
perspectiva da formao inicial, tem como meta solidificar como rea de interveno na
escola.
Trata-se de um processo de construo, a partir do conhecimento j sistematizado
na rea, aliado a interveno pedaggica e metodolgica. A Ginstica, com seus contedos,
faz parte do conhecimento que transmitido no contexto acadmico.
A proposta do grupo de estudo e focar a Ginstica para alm de uma simples
modalidade. colocar a Ginstica como rea do conhecimento da Educao Fsica,
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Num primeiro momento, os estudos terico-cientficos tm possibilitado maior
aprofundamento quanto o sentido/significado dos contedos da Ginstica. Num segundo
momento os estudos voltam-se para organizao e tratamento desses contedos nos
diferentes ciclos de escolarizao, buscando novas formas de intervenes. Espera-se,
tambm fomentar a pesquisa sobre a temtica Ginstica no cotidiano acadmico,
almejando maior interao entre a prtica escolar e contedo tratado no campo da
formao inicial em Educao Fsica.
Justificativa:
A implementao do Grupo de Estudos via Projeto de Ensino se justifica pela
necessidade de fortalecer a Ginstica, enquanto contedo da Educao Fsica e
manifestao da cultura corporal a ser tratada na escola e na comunidade de forma efetiva
e competente.
A relevncia deste projeto ocorre no sentido de possibilitar estudo dos contedos da
Ginstica. E tambm, organizar o tratamento destes contedos nos diferentes ciclos de
escolarizao, buscando novas formas de intervenes.
Objetivos:
O grupo de estudos avanados em Ginstica, tem como objetivo discutir em
profundidade e analisar rigorosamente a Ginstica, tendo vista a formao inicial em
Educao Fsica e a realidade da prtica pedaggica a ser tratada no cotidiano escolar.
Organizar e sistematizar o conhecimento em Ginstica, a ser tratado na escola.
Estruturar de maneira consistente, quais os contedos que comporo os ciclos escolares e
sua respectiva base terica, buscando inovaes na prtica pedaggica e nos procedimentos
metodolgicos numa perspectiva de interveno e emancipao.
Fomentar a pesquisa em Ginstica. Oportunizar a iniciao cientfica entre os
discentes interessados na temtica.
Estimular a produo de Trabalhos de Concluso de Curso na rea de Ginstica.
Organizao de eventos e participao em congressos, tendo em vista, a
disseminao dos trabalhos realizados no grupo de estudo.
Elaborao e sistematizao de materiais didticos sobre a temtica Ginstica,
contribuindo para o processo de ensino/aprendizagem.
Metodologia:
A materializao deste projeto de ensino, ser de envolver de modo participativo /
associativo, discentes do curso de Educao Fsica e docentes que atuam em disciplinas de
Ginstica na UEL8. Os Estudos Avanados em Ginstica no Curso de Graduao em
Educao Fsica - Licenciatura, na UEL garantir respaldo na formao profissional em
Educao Fsica e efetiva disseminao dos contedos da Ginstica no mbito escolar.
Tentar-se-, na lgica do processo dialtico, entender fenmenos que transitam na
relao teoria e prtica do trato do conhecimento em Ginstica, visando qualidade na
formao profissional em Educao Fsica.
8
No Curso de Graduao em Educao Fsica - Licenciatura da Universidade Estadual de Londrina, a grade
curricular composta por disciplinas que tratam do conhecimento da rea Ginstica, sendos estas: Ginstica
Geral, Ginstica Rtimica Desportiva, agora denominada Ginstica Rtmica e Ginstica Olmpica.
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Partindo desta premissa, detalharemos agora, as aes do projeto de ensino
apresentando as seguintes metas: Na fase inicial, ocorre um levantamento de toda produo
acadmica em Ginstica. Seguido de estudo rigoroso e radical do conhecimento produzido
na rea.
Posteriormente as aes do projeto prev a elaborao e construo de textos, tendo
em vista, dar respaldo a prxis pedaggica. Denota-se aqui aes que possibilitaro
processos construtivos, com anlises, reflexes, abstraes e compreenses. relevante
ressaltar que a construo terica respalda as possveis intervenes prticas. No processo
dialtico, a prtica no se restringir, apenas aplicao da teoria, mas, sim, uma prtica
contextualizada pela teoria.
Perspectivas do Projeto de Ensino:
Este Projeto de Ensino no tem a inteno de traar um caminho exato ou seguro a
ser trilhado. Busca um incessante processo de aprender a aprender fazendo e a construir e
re-construir. Considerar-se, as situaes vivenciadas/investigadas na relaes entre
discentes pesquisador-participante e docentes pesquisador-participante.
As aes do projeto nos remetem a relaes dinmica e complexa, envolvendo a
teoria dos discursos e a prtica do fazer cotidiano na sala de aula. A perspectiva ocorre no
sentido de maiores aproximaes entre os contedos que so ministrados na universidade e
a realidade vivida na escola.
Referncias Bibliogrficas:
AYOUB, Eliana. A ginstica geral na sociedade contempornea: perspectiva para a
educao fsica escolar. Campinas, SP : 1998. (tese de doutoramento - Unicamp)
BARBOSA, Ieda Parra. Processo e produto da Ginstica Geral: uma abordagem
metodolgica. Anais do Frum Brasileiro de Ginstica Geral. Campinas : Unicamp:
SESC, 2000.
CESRIO, MARILENE. A organizao do conhecimento da Ginstica no currculo de
formao inicial do profissional de Educao Fsica: realidade e possibilidades.
Recife, 2000. (Dissertao de Mestrado - Universidade Federal de Pernambuco).
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Cortez, 1992.
DEMO, Pedro. Pesquisa: princpio Cientfico e educativo. So Paulo : Cortez :
Autores associados, 1990.
GALLARDO, Jorge S. Prez. Proposta de uma linha de Ginstica para a Educao
Fsica Escolar. In: Piccolo. V. N. (org) Educao fsica escolar: ser ... ou no ter? 3 ed.
Campinas, SP : Unicamp, 1995.
LANGLADE, Alberto & LANGLADE, Nelly Rey. Teoria general de la gimmasia.
Bueno Aires : Stadium, 1970.
NEGRINE, Airton ; GAUER, Ruty Maria Chitt. Educao Fsica e desporto: uma
viso pedaggica e antropolgica. Porto Alegre : Posenato Arte e cultura, 1990.
RAMOS, Jair Jordo. Os exerccios fsicos na histria e na arte. So Paulo : Ibrasa,
1982.
SOARES, Carmem Lcia. Imagens da Educao no corpo: estudo a partir da
Ginstica francesa no sculo XXI. Campinas : Autores associados, 1998.
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SOUZA, Elizabeth P. M. Ginstica Geral: Uma Proposta para Educao Fsica
escolar e comunitria . Revista Brasileira de Cincias do Esporte, Volume 21, n 1,
Florianpolis, 1999.
SOUZA, Elizabeth P. M. Ginstica Geral: uma rea do conhecimento da educao
Fsica. Campinas, SP, 1997. (tese doutoramento - Unicamp)
PEREIRA, Ana Maria. Concepo de corpo: a realidade dos professores de ginstica
das instituies de ensino superior do estado do Paran. Piracicaba, 1998. (Dissertao
de Mestrado - Universidade Metodista de Piracicaba).
TEIXEIRA, Roseli T. S. A Ginstica Rtmica Desportiva nas universidades pblicas
do Paran. Anais do I Congresso Latino Americano de Educao Motora e II Congresso
brasileiro de Educao Motora. Foz do Iguau : FEF/Unicamp, 1889.
Ana Maria Pereira e Marilene Cesrio - Universidade Estadual de Londrina, Centro de
Educao Fsica e Desportos, Departamento de Ginstica, Recreao e Dana. Campus
Universitrio. Caixa Postal 6001, CEP 86 051-990. Londrina - Paran.
A DISCIPLINA GINSTICA GERAL COMO PROJETO DE
TRABALHO NO CENTRO UNIVERSITRIO UNIFIEO:
UMA EXPERINCIA INTERDISCIPLINAR
Marlia Velardi
Doutoranda em Educao Fsica / Professora do Centro Universitrio UniFieo
Olavo Dias de Souza Jr.
Mestrando em Educao / Professor do Centro Universitrio UniFieo
Resumo: O objetivo deste trabalho apresentar a proposta desenvolvida no curso de
Educao Fsica do Centro Universitrio UniFieo em Osasco, SP, em que as disciplinas
Ginstica Geral e Atividades Rtmicas so integradas numa perspectiva interdisciplinar
durante todo o ano letivo. Tendo como base os conceitos de formao humana e a
capacitao (Maturana, 2000), a proposta se integra na construo das atividades, na
organizao dos contedos, nas metodologias de ensino utilizadas e nos processos de
avaliao. Assim, busca-se a criao de um espao de desenvolvimento e aprendizagem
que proporcione aos graduandos em Educao Fsica ferramentas e conceitos capazes de
amparar sua formao e atuao profissional.
A FIEO - Fundao Instituto de Ensino para Osasco foi instituda em 26 de outubro
de 1967. Seu objetivo: ministrar o ensino superior, estimular a pesquisa em todos os
campos das cincias e atravs da extenso cultural e prestar servios comunidade.
Atualmente, mantm o UNIFIEO - Centro Universitrio FIEO com cerca de 51 cursos.
caracterizada como entidade filantrpica de carter beneficente e reconhecida de utilidade
pblica federal, estadual e municipal. Como tal, apresenta Relatrio de Atividades e
concede bolsas de estudos a alunos carentes de mais de 22% de sua receita.
(http://www.fieo.br)
O curso de Educao Fsica no Centro Universitrio UniFieo teve seu incio em
1999. Constitui-se como um curso que possui como base a perspectiva da formao de
profissionais aptos a atuar na dimenso da Educao para a Sade. O Curso de Educao
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Fsica oferece as opes de Bacharelado e Licenciatura. O Bacharelado em Educao
Fsica est direcionado Educao para Sade, formando profissionais para atuarem na
rea de Educao Fsica, Esporte, Lazer e Recreao. J o curso de licenciatura, com grade
curricular complementar ao bacharelado, habilita os profissionais para atuao na
Educao Infantil e nos ensinos Fundamental e Mdio.
Dentre as disciplinas que fazem parte do currculo, as disciplinas Ginstica Geral e
Atividades Rtmicas so oferecidas no primeiro ano, e so desenvolvidas num total de 80
horas anuais. Em seus planos de ensino procuram contemplar duas concepes bsicas que
so caracterizadas por Maturana (2000) como fenmenos inerentes tarefa educacional: a
formao humana e a capacitao.
Maturana afirma que capacitao se refere capacidade de aquisio de habilidades
que permitem ao no mundo em que se vive com recursos operacionais disponveis. Para
que a capacitao seja contemplada como tarefa educacional, necessria a criao de
espaos de ao onde os alunos possam exercitar as habilidades que deseja-se
desenvolver,
...criando um mbito de ampliao das capacidades
de fazer na reflexo sobre esse fazer como parte do viver
que se vive e deseja viver. (Maturana, 2000:11)
So consideradas as capacidades de reflexo, anlise, adequao e aplicao como
fundamentais para a formao profissionais. Por este motivo, as atividades, contedos,
estratgias, metodologias e avaliaes levam em considerao essas capacidades em sua
consecuo.
Nos primeiros contatos com a disciplina Atividades Rtmicas so apresentadas as
definies de ritmo e suas caractersticas, tipos e funes gerais, relacionadas ao
movimento. Os alunos so levados a perceber que somente em termos de anlise pode-se
observar os diferentes tipos de ritmo propostos por Lpez (1977) e Gandara (1988)
(universal, sociocultural, situacional, grupal, individual e do movimento) que funcionam
integrados e de forma simultnea. As aulas so elaboradas no sentido de permitir que o
aluno expresse a percepo do fenmeno ritmo e o entendimento dos conceitos atravs dos
movimentos corporais .
Quando se comea a fazer a anlise dos efeitos do ritmo em relao ao
movimento percebemos que esta relao produz melhorias pois, de acordo com Lpez
(1977):
a) facilita a expresso total e autntica, a economia do movimento, o reconhecimento da
mecnica do movimento e a coordenao motora;
b) estimula a economia do trabalho, afastando a fadiga, a atividade do executante, pois
produz prazer; e
c) refora a memria motora.
Paralelamente, a disciplina de Ginstica Geral apresenta as caractersticas das
atividades ginsticas esportivizadas tentando estabelecer diferenas e semelhanas entre
elas e a Ginstica Geral. Neste momento no so introduzidos conceito de autores, mas
espera-se que os alunos sejam capazes de construir seus prprios conceitos a partir da
observao, anlise e reflexo. So introduzidos conceitos sobre movimento humano,
exerccio, atividades fsica, esporte e suas anlises e entendimentos so guiadas pelas
associaes dos conceitos trabalhados na disciplina Atividades Rtmicas para que sejam
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consideradas pontos de partida para a anlise e reflexo sobre estes conceitos e
especialmente sobre as atividades Ginsticas, especialmente a Ginstica Geral.
Ao longo de todo curso as disciplinas mantm um trabalho paralelo e
interdisciplinar em relao organizao dos contedos e adequao de conceitos e
estratgias. Tornam-se complementares na identificao de informaes e assemelham se
na nfase aos trabalhos e tarefas que sintetizam essa relao.
Atravs das atividades rtmicas criativas imitativas e interpretativas, das Parlendas
da msica e do estudos sobre ritmos fundamentais, auditivos, criativos, danas folclricas e
a dana social desenvolve-se o conceito de Atividades Rtmicas.
A partir da anlise e compreenso sobre as habilidades e capacidades motoras como
componentes da organizao interna e externa do ser humano ao longo do ciclo vital e sua
possibilidade de expresso e otimizao pelas atividades, especialmente pela Ginstica
Geral, estabelece-se o conceito desta atividade. A associao entre a apresentao dos
contedos e atividades relaciona o movimento humano na dimenso dessas duas
atividades.
Em relao metodologia de ensino utilizada, em ambas as disciplinas optou-se por
uma proposta metodolgica que consiste em transformar os contedos das disciplinas em
algo que possa contribuir para a formao do acadmico em Educao Fsica, tornando-o
um professor pesquisador na profisso que exercer.
A percepo do aluno deve ser orientada para um determinado contedo que lhe
apresente a necessidade de soluo de um problema nele implcito. Para tanto, a ao
pedaggica consiste em valorizar o momento da descoberta e explorao como ponto de
partida para o desenvolvimento dos contedos, e, a partir da, o que apresentado pelos
alunos ir determinar como prosseguir, que tipo de informao oferecer e quais tarefas
solicitar Mosston (1978).
O aprofundamento sobre a realidade atravs da problematizao de contedos
desperta no aluno curiosidade e motivao, o que pode incentivar uma atitude de reflexo
necessria ao futuro profissional quando estiver selecionando estratgias pedaggicas de
atuao.
Sendo assim, refletindo-se sobre o processo de ensino-aprendizagem das atividades
propostas em aula, parece fundamental ressaltar que estas atividades no devem ser
impostas a partir de modelos estereotipados e sim das descobertas proporcionadas pelas
prprias vivncias dos alunos. Desta maneira, estas situaes transformar-se-o em
conscincia, tornando-se efetivas enquanto aprendizagem, passando a ter um significado
para o aluno, provocando a criao de novos conceitos associados aos j existentes. Com
isto, em situaes futuras eles podero expressar as sensaes e os sentimentos associados
vivncia VELARDI (1997).Dessa forma, a idia a criao de um espao que permita
uma ordenao adequada aos princpios relacionados ao desenvolvimento e
aprendizagem salientados em vrias teorias sobre o assunto, especialmente em Vygotsky:
parte-se do conhecido para o novo, da descoberta para o reconhecimento, da execuo para
a compreenso das estruturas que permitem organiz-las. Da experimentao para a
reflexo e confrontao com modelos existentes.
Atkin e Karplus (citados por Brooks & Brooks, 1997) destacam a importncia de
auto regulamentao do professor e sugerem trs passos como modelos para o
desenvolvimento de currculos e propostas metodolgicas:
a) um primeiro passo deve significar a possibilidade de criao de um ambiente que d
oportunidade aos alunos para que, de forma aberta, possam explorar os materiais
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selecionados propositadamente pelo professor. Este passo, historicamente denominado
como descoberta oportuniza aos alunos a formulao de hipteses e perguntas;
b) no segundo passo, propem a interveno do professor para que sejam introduzidos
conceitos, que valorizem e estimulem as perguntas dos alunos, que providenciando
novas experincias, estruturando-as individualmente ou em grupos;
c) em um terceiro passo, o objetivo centra-se na aplicao dos conceitos, ou ainda nas
interaes relacionadas s descobertas introdutrias. Neste passo espera-se que a
acomodao dos conceitos iniciais evoque uma nova viso sobre estes mesmos
conceitos.
Especialmente em relao execuo de atividades em grupo, espera-se que os
alunos sejam capazes de descobrir melhor a si e aos colegas numa dinmica constante que
relaciona trocas, reflexes, auxlio e construes individuais e coletivas como partes do
processo.
Essa concepo que norteia nossa ao pedaggica encontra suporte no conceito de
Maturana sobre formao humana. O autor aponta que sua consolidao se d a partir da
criao de condies que permitam o crescimento do aluno na medida em que ele se
reconhece como um ser capaz de viver no auto-respeito e no respeito pelo outro. Salienta
ainda que nessa trajetria o aluno
... capaz de dizer no a si a partir de si mesmo, e
cuja individualidade, identidade e confiana em si mesmo
no se fundamentam na oposio ou diferena com relao
aos outros, mas no respeito por si mesmo, de modo que
possa colaborar
precisamente porque no teme
desaparecer na razo(Maturana, 2000:11)
Para que estas caractersticas prprias da formao humana estejam presentes nas
disciplinas, opta-se pela organizao das atividades, sejam elas conceituais ou
procedimentais, de natureza prtica ou terica em estratgias que permitam a relao entre
os colegas de classe, companheiros de trabalho e os professores. Na explorao das
atividades opta-se pela utilizao de modelos que permitam aos alunos conhecerem seus
potenciais de execuo e criao alm de identificar os dos colegas para que, na medida
das tarefas solicitadas, consigam adequar seus potenciais aos dos outros colegas a partir da
reflexo sobre a valorizao das diferenas individuais como ponto de partida para o
trabalho em Educao.
Coerente com a proposta pedaggica, as avaliaes empregadas so do tipo
formativa e somativa. A avaliao formativa ocorre ao longo de todo o processo educativo
com a funo de verificar at que ponto o aluno atingiu os objetivos propostos; tem a
funo de controle pois
antes de prosseguir para a etapa subsequente
de ensino-aprendizagem, os objetivos em questo, de
uma ou de outra forma, devem ter seu alcance
assegurado (Haydt, 1988, p.17).
Esta forma de avaliao pode ser til tanto para o aluno quanto para o professor.
Nela o aluno conhece seus erros e acertos e prossegue na aprendizagem. Orienta tambm o
trabalho do professor pois lhe permite detectar e identificar as deficincias na prtica
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educativa e reformul-la na tentativa de assegurar assim que os alunos alcancem os
objetivos propostos.
A avaliao, na perspectiva de construo do
conhecimento, parte de duas premissas bsicas: confiana na
possibilidade dos educandos construrem suas prprias
verdades e valorizao de suas manifestaes e interesses. A
avaliao deixa de ser um momento terminal do processo
educativo para se transformar na busca incessante de
compreenso das dificuldades do educando e a dinamizao
de novas oportunidades de conhecimento (Hoffmann, 1994,
p.20 e 21).
J a avaliao somativa se d no final de uma etapa do processo e tem a funo de
classificar os alunos conforme padres de rendimento estabelecidos previamente, em
forma de apresentaes de trabalhos, seminrios, pesquisas bibliogrficas, provas
bimestrais (tericas ou prticas) e semestrais visando a aprovao de um semestre para o
outro, usadas pela instituio.
Tanto as avaliaes formativas quanto a somativa possuem tambm um carter
interdisciplinar. Nas avaliaes formativas so utilizadas tarefas comuns e semelhantes e
muitas vezes utilizam-se os conceitos trabalhados em ambas disciplinas com vistas a
consecuo de um objetivo comum.
No caso da avaliao somativa, a apresentao de seqncias de habilidades
motoras com a utilizao dos conceitos desenvolvidos em ambas as disciplinas, bem como
a criao de uma srie de Ginstica Geral so partes do processo. As apresentaes partem
de trabalhos em grupo em que os princpios bsicos da Ginstica Geral sejam vividos e
explicitados: sejam adequadas a qualquer grupo, faixa etria ou potencial de execuo, seja
construda e dinamizada de forma amplamente democrtica, contemple a cultura corporal
como elemento determinante da composio das sries e favorece o crescimento e
desenvolvimento humano individual e coletivo.
Referncias Bibliogrficas
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Kerber). Porto Alegre: Artes Mdicas, 1997.
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de Mestrado) .
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Haydt, R. C. C. Avaliao do processo Ensino-Aprendizagem. So Paulo: Editora tica,
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Hoffmann, J. Avaliao: Mito & Desafio - uma perspectiva construtivista. Porto Alegre:
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Ayres: Paidos, 1978.
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Marlia Velardi
Rua Oscar Bressane,208
Jardim da Sade/So Paulo/SP
cep: 04151-040
tel: (11)5058-6210
[email protected]
Olavo Dias de Souza Jr.
Rua Carlos Sampaio, 118/113
Paraso/So Paulo/SP
cep: 01333-020
tel: (11) 289-9010
[email protected]GINSTICA ACROBTICA COM POM-POM E SEUS BENEFCIOS NA
EDUCAO FSICA ESCOLAR
Marta Botelho
Mestre
Faculdade Adventista de Educao Fsica IASP
Muitos so os trabalhos a serem desenvolvidos na Educao Fsica Escolar, porm
um trabalho a ser destacado com grande valor cultural, artstico e fsico, a ginstica geral.
So vrios os campos a serem atingidos pelos profissionais da rea, principalmente,
despertar e desenvolver os talentos de cada aluno, inclusive dos meninos, que tm uma
maior dificuldade em expressar seus sentimentos ou de mostrar a sua expresso corporal
em pblico.
Em meus anos de experincia, como professora de Educao Fsica, sempre
procurei desenvolver todos os aspectos motores dos alunos (meninos e meninas), vendo
hoje, os frutos deste trabalho.
Comecei a desenvolver a Ginstica Acrobtica com Pom-Pom, desde 1987,em um
Colgio em Londrina-Pr, trabalhando com crianas. Vrios temas foram desenvolvidos
como dramatizaes coreografadas utilizando materiais para ilustrar uma mensagem e
tambm materiais onde os meninos poderiam participar sem ficar constrangido.
Em um Colgio interno que trabalhei em Maring Pr, desenvolvemos um trabalho
artstico onde, no s fazamos em aulas de Educao Fsica, mas sim tnhamos um Grupo
a parte, onde usvamos pom-pons, acrobacias, bicicletas, skats, patins, cordas, fitas, arcos,
bolas e todo material necessrio para que pudessem participar todos que estivessem
interessados.
Neste Grupo 60 alunos entre meninos e meninas participaram por trs anos. Depois
de Maring tive uma excelente experincia no Chile.
Ai ento tivemos um Grupo de Universitrios onde 120 alunos participavam deste
programa de Ginstica
Acrobtica com Pom-Pom.
As apresentaes eram diversas, inclusive em Estdios de Futebol, praas, teatros,
Clubes e Ginsios.
Atravs da participao dos Universitrios, houve incentivo por parte dos alunos de
1o e 2o Graus. Onde tambm desenvolvamos com eles este tipo de trabalho.
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Aps o trabalho de 2 anos no Chile, retornamos para Porto Alegre, onde
elaboramos outro grupo de 40 jovens para participarem alm das aulas de educao fsica.
Ento, neste Colgio, elaboramos o I Concurso de Ginstica Acrobtica com PomPom, onde cada turma do Colgio deveria participar com o maior nmero de participantes
possvel.
A msica deveria ser escolhida pelos prprios participantes, orquestrada ou
instrumental.
As regras exigidas foram:
a) Durao de no mximo 5, o maior nmero de integrantes possvel de cada turma, tanto
meninos como meninas;
b) Ter movimentos em crculo, quadrado, diagonal e em toda a quadra;
c) Ter movimentos em todos os planos: baixo, mdio e alto;
d) Ter no mnimo dois movimentos acrobticos;
e) Ter um tipo de pirmide;
f) A roupa com o estilo da msica;
g) Criatividade;
Para a banca julgadora foi selecionado professores de Educao Fsica de outros
Colgios, e a pontuao foi estipulada da seguinte forma:
50 a 60 pontos, classificao ( C) bom; de 61 a 80 ( B) timo; de 81 a 100 (A)
excelente.
Se todos cumprissem os pr- requisitos j estariam classificados e a banca julgadora
decidiria a maior nota de acordo com a criatividade de cada turma.
Neste concurso, todos obtiveram classificao A. Foi planejado que todos
ganhassem medalhas.
O resultado nas aulas de Educao Fsica foi o seguinte: Alunos estimulados e
participativos, inclusive de modalidades que no lhes agradavam muito, perderam o temor
do pblico, o medo de errar desenvolveram a sua coordenao motora inclusive, se
destacaram comparando com os demais.
Aps o trabalho em Porto Alegre iniciamos em Hortolndia dentro do ensino de 1o
o
e 2 graus e da Faculdade a continuao deste trabalho, onde estamos desenvolvendo os
novos talentos e ajudando a expandir este trabalho.
Temos um Grupo Artstico em um total de 54 participantes, onde procuramos
desenvolver o seu limite e ajud-los a crescer neste tipo de modalidade.
Alguns alunos que j tiveram a oportunidade de participar deste grupo, esto
desenvolvendo este trabalho em outros lugares e ajudando novos alunos e pessoas a
desenvolverem sua coordenao motora e a sociabilidade com outros grupos e sentindo-se
assim mais til e feliz em sua vida.
O adolescente, por natureza, possui um grande potencial de criar e expressar-se,
alm de ser muito talentoso. Basta apenas um estmulo, apoio e um professor amigo.
Marta Botelho
Rua: Rodrigo de Carvalho,91
Pq. Ortolndia Hortolndia SP
Cep: 13.184-081 Fone: 019-3865-3443
E mail
[email protected]Anais do Frum Internacional de Ginstica Geral
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A GINSTICA GERAL NA EDUCAO ESCOLAR INFANTIL:
UMA EXPERINCIA COM PROJETOS
Martha Almeida Picaz Glomb
Licenciada em Educao Fsica UFPR
Prof de Educao Fsica da Prefeitura Municipal de Curitiba
Viviane Aparecida Fuggi
Licenciada em Educao Fsica PUC PR
Prof. de Educao Fsica da Prefeitura Municipal de Curitiba
Resumo: Considerando a necessidade de garantir um desenvolvimento global da criana,
acreditamos que a Ginstica Geral oportuniza uma vivncia que privilegia um
conhecimento corporal mais elaborado. Visando a mudana dos hbitos sedentrios da
sociedade contempornea, estes projetos pretendem desenvolver com reflexo crtica
sobre a prtica pedaggica da ginstica, tomando-se como ponto de referncia a
concepo de corpo que a sociedade tem produzido historicamente; elevar o nvel de
motivao e criatividade dos alunos nas aulas de Ginstica Geral e proporcionar aos
alunos um espao , onde o processo de transio e transformao da cultura corporal
ocorra de maneira crtica e consciente.
Na sociedade em que vivemos hoje, o sedentarismo est cada vez mais presente
na vida do ser humano. Refletindo sobre a rotina infantil, COSTE (1992: 16) descreve que
Muito mais horas do que seria desejado, as crianas permanecem grudadas s telas de TV
ou hipnotizadas por vdeogames. A partir desta afirmao conclumos que os avanos
tecnolgicos influenciam na prtica de atividade fsica interferindo na qualidade de vida,
tendo ento a criana apenas nas aulas de Educao Fsica um espao onde possa praticar
atividade fsica. Porm, a Educao Fsica possui alguns fatores que interferem
negativamente nesta prtica, como: tempo insuficiente para desenvolver todos os
contedos que fazem parte da rea de conhecimento, bem como o tempo de aula reduzidos
(45 a 50); turmas numerosas para um nico professor: escassez de material; e espaos
inadequados.
Diante da realidade que as diversas escolas brasileiras apresentam, verificamos a
importncia de realizar um trabalho que d oportunidades para um desenvolvimento
pessoal e social da criana, atravs da Ginstica. Dessa forma observamos que temos um
verdadeiro leque de conhecimentos, onde podemos citar o desenvolvimento da conscincia
corporal, temporal e espacial, o desenvolvimento rtmico e as expresses corporais e
artstica em suas diversas reas, consideramos, ento, que os movimentos ginsticos
servem de suporte de comunicao, interpretao e compreenso, colocando-se como
elemento fundamental para o desenvolvimento psicossocial e psicomotor da criana.
Aplicar a Ginstica Geral, respeitando a individualidade e a pluralidade cultural e
social, proporcionando situaes em que a criana possa explorar e desenvolver com
reflexo e criticidade acerca da cultura corporal, pois atravs do movimento a criana pode
aprender a conviver com outros colegas, desenvolver sua parte fsica e finalmente se fazer
presente no mundo, portanto interagir culturalmente no seu meio social.
Sabendo que o aspecto fsico no pode ser desvinculado do aspecto cultural,
inserimos as expresses artsticas para que o desenvolvimento seja completo e integral. A
Ginstica Historiada uma nova forma de trabalho, muito interessante, criada durante o
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trabalho desenvolvido numa turma do Curso de Educao Fsica do Centro Universitrio
Moacyr Sreder Bastos, no Rio de Janeiro.
Para FREIRE (1997: 83), a Educao corporal, um dos objetivos da Educao
Fsica. A criana pode apresentar movimentos cada vez mais coordenados, e isso se
consegue tanto pelas necessidades impostas pelo meio, como por uma educao
sistemtica, com orientao do professor. Esta seria a educao do movimento. Tambm
se conhece a educao pelo movimento onde todos os movimentos produzidos num certo
nvel podem e devem servir de base para outros mais elaborados. Assim, podemos dizer
que atravs dos movimentos aprendidos, pode-se atingir tambm outros mais difceis, ou
ainda aquisies no-motoras (intelectuais e sociais).
Segundo HOSTAL (1982: 10) a ginstica pe a criana em relao com seu
prprio corpo, permite-lhe descobrir diversos segmentos, exercer o jogo das articulaes,
sentir e realizar melhor os vrios movimentos que elas desencadeiam. uma
conscientizao geral da existncia do corpo, dos deslocamentos em um espao onde as
distncias, os intervalos, as direes e os sentidos so avaliados e controlados.
Desta maneira, devemos objetivar uma Educao de corpo inteiro (FREIRE,
1997: 84), procurando desenvolver um corpo em relao a outros corpos e tambm
objetivos dentro do espao, no apenas por meio de movimento, mas tambm uma
educao atravs do no-movimento.
Acreditamos na grande importncia que a linguagem corporal tem dentro da escola.
A linguagem corporal o conjunto de atitudes e comportamentos que tem um sentido para
outros indivduos e expressa-se atravs da dana, na mmica, na ginstica nas
dramatizaes e na expresso teatral. Fundamentalmente nesse sentido, que todos os
nossos gestos, nossas atitudes e comportamentos corporais, podem sempre ser
interpretados por outrem, incluindo a nossa inteno, pois o homem simultaneamente um
ser social e um ser de linguagem. (COSTE,1992; HOSTAL, 1982; SANTA ROSA,1990;
BERGE, 1988)
Atravs das formas bsicas da Ginstica, podemos desenvolver atividades
ginsticas que provoquem o aluno, com a finalidade de se obter atitudes de curiosidade,
interesse, criatividade e criticidade, onde haja oportunidades de descobrir solues para os
possveis problemas, ou seja, no apenas trabalhar um salto como um movimento de 3
fases, porm, levar o aluno a pensar numa soluo ao problema, de desprender-se da ao
da gravidade. Esse tipo de trabalho problematizador, assegura a globalidade das aes
das crianas e a compreenso do sentido/significado da prpria prtica. (SOARES, 1997:
79).
As atividades deste projeto vem se desenvolvendo desde 1999, quando surgiu o
desejo de desenvolver atividades diferenciadas para um grupo de alunos no perodo do
contra turno da escola, a temtica selecionada foi A Ginstica e Artes : uma unio para o
desenvolvimento global da criana do Ensino fundamental onde os alunos participavam
de atividades como: montagem de seqncias gmnicas atravs de colagens, desenhos,
mmicas; acuidade auditiva e rtmica; construo de bonecos articulados e produo de
pequenas peas teatrais. A seguir os alunos participavam das atividades de ginstica
utilizando as produes anteriores, trocas (entre os grupos) de seqncias previamente
produzidas, assim como a releitura das mesmas; manipulao de materiais utilizando as
atividades rtmicas; manipulao dos bonecos simulando movimentos selecionados pelo
grupo. Como resultado as crianas puderam se descobrir, reelaborando uma concepo de
corpo por meio de reflexes, partindo de outras concepes j conhecidas atravs das
Artes Plsticas. Puderam tambm fazer anlises de seus movimentos, explorando-os e
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desenvolvendo-os como forma de expresso. A confeco de materiais (bola, arco,
bonecos,...) com sucata, tornou acessvel o uso destes nas aulas de Educao Fsica, pois
no representam custo para a escola e as crianas adoram usar o seu prprio material.
No ano de 2000 o tema do projeto foi A Prtica da Ginstica por meio da
dramatizao , nesse ano visamos as concepes da Gimnastrada e do Cirque du Soleil
para tornar acessvel aos alunos a elaborao de uma produo teatral, assim como a
manipulao de materiais diferenciados. Os alunos, duas vezes por semana, participavam
das atividades que constituam a manipulao de materiais e posteriormente a
especializao no material de sua escolha ou preferncia, essa especializao foi utilizada
na montagem de uma produo teatral onde os alunos apresentavam sua seqncia. A
interao entre as apresentaes, a produo dos alunos e o trabalho em conjunto
constituram os pontos altos deste tema, os alunos exploraram suas possibilidades criando e
recriando seqncias gmnicas, selecionando as msicas e adequando os movimentos aos
diversos espaos onde foram apresentados (ptio da escola, num ginsio). Neste ano os
conhecimentos acerca da cultura corporal amadureceram, a temtica selecionada
proporcionou o contato com uma cultura e concepo corporal diferentes que resultaram
no desenvolvimento acerca da corporeidade.
Para o ano de 2001 a temtica eleita A Ginstica Historiada e o
Desenvolvimento da Criatividade utilizando a proposta utilizada no Curso de Educao
Fsica do Centro Universitrio Moacyr Sreder Bastos, no Rio de Janeiro, onde por meio de
uma histria os alunos realizam seqncias gmnicas de acordo com anlise da histria e da
personagem, adotaremos tambm a simbologia para identificao e registro dos
movimentos nas seqncias.
Oportunizar aos alunos refletir, experimentar, criticar, criar e recriar, sistematizar,
significar e mostrar, constitui realmente o processo de aprendizagem, os alunos apresentam
alegria e cumplicidade na execuo das tarefas. Com o projeto verificamos que a sua
realizao foi de grande valia, pois conseguimos alcanar nossos objetivos,
proporcionando situaes em que a criana pudesse explorar e desenvolver com reflexo e
criticidade, de forma harmoniosa, acerca da cultura corporal.
Acreditamos que um dos princpios fundamentais do desenvolvimento da criana
permitir sua vivncia corporal atravs de novas experincias de movimento, e despertar sua
criatividade proporcionando atividades utilizando materiais variados. Assim, utilizamos
diversos materiais como bola, fita, arco, corda, bastes, bandeiras e lenos, e como
conseqncia houve um grande estmulo participao dos alunos na aula do projeto. Os
movimentos ginsticos foram muito atraentes e elevaram o nvel de motivao das
crianas, onde os prprios exerccios educativos utilizados na aprendizagem dos
fundamentos, mostraram-se muito importantes neste trabalho.
Nossa finalidade no apenas o movimento, pois, mesmo pretendendo ensin-lo,
essa aprendizagem s ocorre atravs do processo que leva o aluno a descobrir suas
capacidades, conhecer suas potencialidades e trabalhar com elas transformando simples
movimentos em grandes habilidades. Dessa forma, acreditamos que a Ginstica uma
atividade onde a criana tem a oportunidade de descobrir seu corpo, tomar conscincia do
que ele faz e principalmente do que capaz. Certificamos, tambm, que o trabalho
desenvolvido mudou nossa prtica pedaggica e nos mostrou que possvel realizar um
trabalho pedaggico de alto nvel com nossos alunos, mesmo dispondo de pouco material
didtico-pedaggico. A superao das dificuldades mostrou que podemos desenvolver
essas prticas pedaggicas nas aulas de Educao Fsica estendendo, assim os resultados
todas as crianas da escola.
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Enfim, a participao dos alunos nas atividades proporcionadas por este projeto,
possibilitou uma valorizao da atividade corporal, onde atravs dos exerccios, puderam
desenvolver a sade, cidadania e consequentemente uma melhor qualidade de vida.
REFERNCIAS
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Martha Almeida Picaz Glomb
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EXPERINCIA DA APLICAO DOS CONTEDOS
DA EXPRESSO CORPORAL COMO FATOR SOCIABILIZADOR
NAS AULAS DE EDUCAO FSICA NA ESCOLA
Maryland Ribeiro S. Artusi
FEF/UNICAMP Orientadora Elizabetth Paollielo
A Educao Fsica na Escola de l e 2 Graus Dr. Lopes Chaves, uma escola
pequena no centro da cidade de Taubat, tinha como um dos seus obstculos principais
uma reduzida rea coberta, um ptio entre as salas de aula, bem como falta de infraestrutura geral que dificultava a prtica da disciplina. Ali aconteciam verdadeiras pelejas,
entre os pilares e escadarias, onde no mximo 5 alunos por time se dispunham a jogar.
Como se no bastasse, suas manifestaes eram sufocadas pelo cumprimento do silncio
que se fazia necessrio aos alunos das classes em processo de aula terica no mesmo
horrio.
A dificuldade de se propor outras atividades alm, era evidente; tambm a
interdisciplinaridade era cobrana constante da Diretoria, bem como a preocupao com a
viso dos alunos de 5 srie que estavam adentrando ao modelo de comportamento e
parmetros fixados ali, sobre a Educao Fsica.
Segundo Stokoe, no seu livro Expresso Corporal em crianas (87),
a atividade organizada sob o nome de expresso corporal, dotada de objetivos
especficos, com uma atividade artstica, desde que por artstico se entenda tudo aquilo
que desenvolve a sensibilidade, a imaginao, a criatividade e a comunicao humanas .
Foram tomados do vasto campo da Expresso Corporal, alguns aspectos
para a situao em si, salientando o papel do professor de Educao Fsica como
orientador, pois no momento da atividade em si, o aluno ele mesmo, e ao mesmo tempo,
o instrumento com que se expressa.
Levando em conta esses aspectos, este trabalho foi desenvolvido tendo por
um dos objetivos, tratar da possibilidade de desenvolvimento da sociabilizao, atravs de
uma das facetas da Educao Fsica, a Expresso Corporal.
OBJETIVOS
Gerais
-adequar as Atividades Fsicas a um espao mnimo destinado a Educao Fsica;
-interagir com outras disciplinas;
-aproveitar as oportunidades festivas para mostrar diferentes propostas corporais
dentro da Educao Fsica;
Especficos
-encontrar um novo estmulo para a prtica da Educao Fsica a partir do corpo
que
se expressa;
-sociabilizao;
-reconhecimento do prprio corpo e suas possibilidades, alm das habilidades
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esportivas, para a prpria evoluo da tcnica, enquanto repertrio motor.
ETAPAS DO TRABALHO
Com a necessidade de se reverter o processo e a viso da Educao Fsica
concebida naquela o trabalho objetivou-se possibilitar a manifestao cultural.
Inicialmente, levantados os contedos da Expresso Corporal, segundo Stokoe (87),
Pesquisa, Expresso, Criao e Comunicao, fez-se uma reunio com os alunos a respeito
das Literaturas adotadas pela Professora da disciplina de Lngua Portuguesa, cujo tema
enfatizava o Caipira, do folclore regional. Atravs da pesquisa, estimulou-se averiguar
as caractersticas dos personagens e as aes que poderiam ser realizadas sobre o prprio
corpo.Desenvolveu-se ento, um estudo chamando a ateno no s para as Estrias, bem
como para a situao e o comportamento dos personagens.
Democraticamente, passou-se a uma associao dos personagens, baseados numa
proposta que caracterizava-se mais acessvel ao grupo, principalmente pelo acesso as
imagens criadas nas estrias em quadrinhos, facilitando ou ampliando a idia de
Expresso, Criao e Comunicao. Identificou-se o personagem Chico Bento, de
Maurcio de Souza, com a proposta dos demais autores.
Assim, a Comunicao, como um dos itens da Expresso Corporal, foi considerada
sob vrios nveis de se comunicar: (intracomunicao individual) consigo mesmo, com o
outro (intercomunicao interindividual) ou com os outros (intercomunicao grupal), que
podem ser participantes ou observadores da atividade.
DISCUSSO OU DESENVOLVIMENTO
Compreendendo o aluno como um universo, o desenvolvimento da rea intelectual
inclusive, ser favorecido com o desenvolvimento equilibrado de outra reas: social,
emocional, corporal, etc.
Tendo nos contedos da Expresso Corporal expressos por Stokoe, o presente
trabalho pautando nessas diretrizes, teve incio com aulas laboratoriais, onde os alunos,
individualmente, puderam pesquisar e explorar literaturas voltadas a cultura popular,
enfocando a figura do Caipira, sob a viso de Monteiro Lobato ( criao do personagem
Jeca-Tatu) e Amncio Mazzaropi ( cinema nacional ). Democraticamente formaram-se
vrios grupos com tarefas distintas dentro do tema, que buscariam atravs do canto, da
dana, da interpretao, manifestar sua comunicao.
importante salientar que no envolvimento com as tarefas, algumas atividades
fsicas, como pequenos e grandes jogos foram incorporadas afim de introduzir a
corporeidade, antes reduzida a vivncia e prtica do futebol adaptado aquela realidade.
Num segundo momento, o grupo que interessou-se pelo trabalho corporal
especfico (de interpretao), foi separado, sendo os alunos estimulados a expressarem-se
de variadas formas com considervel desempenho. Porm, quando lhes era solicitado sobre
o tema em questo, notava-se de forma ainda limitada o envolvimento dos mesmos. Assim,
do modelo desenvolvido por Maurcio de Souza, num terceiro momento, foi possvel
estruturar diferentes formas de adaptar o vocabulrio verbal e corporal, no estabelecendo,
mas envolvendo, propondo aos alunos visualizar e vivenciar as cenas das estrias em
quadrinhos ( Chico Bento e sua Turma ).
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Ao estimularmos esse estudo do gesto/expresso, primeiramente o enfoque da
estria em si, e posteriormente de como as gravuras retratavam caractersticas da
personalidade do personagem, e como expressava-se. A partir da, apelamos a sua
particular possibilidade de transformao e ao aproveitamento de sua espontaneidade e
criatividade com o objetivo de chegar a um maior aprofundamento e enriquecimento do
seu Eu. Assim, o processo aos poucos foi envolvendo mais cada elemento do grupo.
O trabalho torna-se um conjunto, onde alunos de ambos os sexos estavam
envolvidos, partindo de um modelo fixo, para a naturalidade prpria do jovem, que passa a
expressar de forma mais espontnea. A expresso corporal assim, passa a ter uma espcie
de estilo prprio, manifestado atravs e seus movimentos, posies e atitudes.
CONSIDERAES FINAIS
O trabalho resultou no envolvimento dos alunos na montagem e apresentao de
um espetculo para a comunidade, seja encenando, cantando, ou colaborando no trabalho
de equipe de cenrio, etc, dando inclusive, uma viso diferenciada de como cultivar e
divulgar as nossas tradies. O respeito e sentido de equipe firmaram-se para o fluir de
outras atividades dentro da Educao Fsica. At mesmo a viso da Direo, sobre a
Educao Fsica ficou mais ampliada, assim como a importncia da mesma e o
profissional da rea como orientador.
O grupo manifestou interesse em continuar e divulgar o trabalho em outras escolas
no perodo Junino subseqente.
BIBLIOGRAFIA
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So Paulo, Summus, 1987
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
Feldenkrais, Moshe.......................................Conscincia pelo movimento (traduo Daisy).
So Paulo, Summus, 1977
Freire, Joo Batista.......................................Educao de Corpo Inteiro-Teoria e Prtica da
E.Fsica. Editora Scipione, 1992
Freire, Joo Batista.......................................As Relaes entre o fazer e o Compreender na
Prtica da Educao Fsica. So Paulo, 1982
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FERNANDO BROCHADO: UMA VIDA PELA GINSTICA GERAL
Rosa Maria Arajo Simes
Mestra em Cincias da Motricidade/UNESP-RC
Profa. FAFIBE/FANORP e F. F. C. L. S. J. R. Pardo
Resumo: No curso de graduao em Educao Fsica da UNESP/Rio Claro (1990-1993),
graas aos professores Mnica Maria Viviani Brochado e Fernando Augusto Brochado,
tive a oportunidade de experienciar atividades riqussimas relativas Ginstica Geral,
tais como, projetos de extenso comunitria, FEGIN, cursos internacionais de ginstica,
trampolim acrobtico, duplo mini etc. Reconhecendo a contribuio destes professores
para a ginstica em nosso pas, esta pesquisa tem como objetivo ilustrar, especificamente,
o trabalho de Fernando Brochado pela GG no Brasil, a partir da interrogao o que
GG?. A pesquisa segue a trajetria metodolgica fundamentada na fenomenologia
estrutural.
INTRODUO
Eu e a ginstica
Meu primeiro contato com a Ginstica Geral foi em 1982 quando participei (da 5 a
8 srie do I Grau) do grupo de ginstica da E. E. P. G. Exrcito Brasileiro - SP. Na
poca, no chamvamos de GG, apelidvamos as aulas como, aula de GA, GRD, Dana,
de acordo com os contedos bsicos da GA (solo), GRD, composio coreogrfica,
expresso corporal, (inspirados em temas de nossa cultura popular) que eram trabalhados,
os quais culminavam em apresentaes nos festivais realizados em nossa escola e na FIG
(Faculdades Integradas de Guarulhos). Nunca competimos, sempre demonstramos.
Infelizmente, durante o 2 grau, no participava das aulas de educao fsica porque
trabalhava, entretanto, sempre buscava uma diverso em que a dana, a msica, o desafio,
estivessem presentes. Freqentava ento danceterias; nas ruas, andava de skate, patins,
bicicleta e carrinho de rolemam; no Centro Cultural So Paulo (Vergueiro) participava de
cursos de dana. Desde criana meu sonho era ser professora de educao fsica, e o incio
da realizao deste sonho se deu quando em 1990, ingressei no curso de Bacharelado em
Educao Fsica da UNESP/Rio Claro. Quando vi o ginsio de ginstica, com tablado e
aparelhos oficiais da GA fiquei fascinada e mais feliz ainda porque as disciplinas
Atividades Fsicas e Exerccios Bsicos (GG) e Ginstica Artstica foram no 1 semestre do
1 ano, tendo ento, a partir do 2 semestre do 1 ano, a oportunidade de estagiar em
projetos de extenso comunitria, participar do FEGIN, de cursos internacionais de
ginstica, trampolim acrobtico, duplo mini-tramp etc. Os professores responsveis pelas
disciplinas Ginstica Artstica, Atividades Fsicas e Exerccios Bsicos (Ginstica Geral) e
Trampolim Acrobtico eram Fernando Augusto Brochado e Mnica Maria Viviani
Brochado. Tive o privilgio de ter sido aluna desta dupla que de extrema importncia na
histria da GG no Brasil. Hoje, olhando para estas experincias, vejo que elas foram
marcantes na minha formao e contriburam para que atualmente eu pudesse trabalhar na
formao de professores de educao fsica, com a disciplina Ginstica Geral, na
FAFIBE/FANORP. E foi a partir da experincia de ministrar tal disciplina que veio o
anseio de saber o que a GG para Fernando Brochado. Vejo que uma grande perda,
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no s para a Ginstica Geral, mas para a educao fsica, no termos mais Fernando
Brochado compondo o quadro docente da UNESP/Rio Claro, j que o mesmo se
aposentou. por isso que venho, a partir deste trabalho, falar de um grande professor,
tcnico e dirigente, tentando ilustrar a dimenso, se possvel, de seu trabalho desenvolvido
em GG no Brasil.
OBJETIVO
A interrogao que norteia este estudo o que GG para Fernando Brochado?
Nela est implcita o objetivo de saber afinal, o que a GG para uma pessoa to importante
na histria da GG no Brasil e, consequentemente, ilustrar seu trabalho numa tentativa de
contribuir para o desenvolvimento da mesma em nosso pas.
TRAJETRIA METODOLGICA
Neste estudo tenho inteno de buscar uma compreenso das qualidades essenciais
que aparecem no discurso de Fernando Augusto Brochado (sujeito) no que diz respeito
GG.
O material que dispus foi constitudo por fitas cassetes e um gravador. A
abordagem ao sujeito da pesquisa foi a mais natural possvel. Aps uma breve conversa em
que eu expus meu interesse em pesquisar a GG em sua vida, perguntei se podia fazer uso
de gravador e, pedi, ento, que ele discursasse sobre a GG. A tomada de deciso de no se
fazer um roteiro de perguntas, elaborando questionrio, est dentro de uma perspectiva de
se permitir o desvelar9 do fenmeno, portanto, uma perspectiva de no se colocar estmulos
ou dirigir a conscincia do sujeito para determinados pontos. Pretendi observar a
manifestao de seu pensamento em estado nascente (MERLEAU-PONTY, 1991, p. 13) e
no o que eu acredito ser importante. Dirigindo meu olhar para o fenmeno ser Fernando
Brochado na GG, permite-me ter a percepo da prpria coisa, sem fazer suposies.
O discurso foi gravado em fitas de udio para que houvesse a possibilidade de sua
transcrio na ntegra e de sua respectiva anlise. A anlise do discurso segue o mtodo
qualitativo, mais especificamente, anlise qualitativa do fenmeno situado como orientam
MARTINS & BICUDO (1989).
CONSTRUO DOS RESULTADOS: INTERPRETANDO O QUE A GG PARA
FERNANDO BROCHADO
1) Situando a GG
Quando falamos de Ginstica Geral (GG) temos que falar de ginstica de uma
maneira geral, primeiro, para situar bem o que GG. Existem vrias atividades gmnicas,
atividades ginsticas, a maioria delas so competitivas. Como por exemplo, podemos citar
a Ginstica Rtmica Desportiva (G. R. D.), a Ginstica Artstica (G. A.), que aqui no Brasil
tambm conhecida como Ginstica Olmpica (G. O.), a Ginstica Aerbica, a Ginstica
Acrobtica, o Trampolim Acrobtico (o que tambm uma atividade gmnica), entre
9
Sobre o desvelar segue o que Merleau-Ponty diz na p. 16 em O visvel e o invisvel: So as prprias coisas,
do fundo de seu silncio, que deseja conduzir expresso. Se o filsofo interroga e assim finge ignorar o
mundo e a viso do mundo que nele operam e se realizam continuamente, precisamente para faz-lo falar,
porque acredita nisso e espera deles toda a cincia futura.
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outras. Na Europa, existe a rhnrad (roda ginstica) que tambm uma atividade
competitiva. Enfim, existem todas essas atividades gmnicas competitivas e, tudo que no
competitivo, que serve para demonstrao, ou formao corporal, se enquadra dentro da
GG.
A GG pode ser competitiva? Ela pode tambm. Como? Se sairmos de todas essas
atividades oficiais conhecidas, e fizer por exemplo, uma competio de banco sueco, em
que iremos instituir um grupo de rbitros para julgar os grupos que esto fazendo as
apresentaes de banco sueco. Isso no Ginstica Artstica, no Ginstica Rtmica
Desportiva, no Ginstica Acrobtica, no nenhuma dessas modalidades oficiais, ou
seja, uma forma de GG competitiva. A GG tudo aquilo que foge a esses esportes
gmnicos oficiais.
A GG passou a ser uma das modalidades dos departamentos da Federao
Internacional de Ginstica (FIG), englobando a Ginastrada que o festival mundial de
ginstica. Na Ginastrada podemos ver bem essa caracterstica da GG, na qual existem
diversos tipos de apresentaes, e nela no existe forma competitiva, usamos elementos da
GA, da GRD, os aparelhos da GA, GRD, mas no de forma competitiva, e sim de forma
demonstrativa. A FIG, ao englobar a Ginastrada como seu evento mundial de
manisfestao mxima da GG, constituiu o Departamento de Ginstica Geral, o qual
responsvel pela Ginastrada e pela GG atravs do mundo.
2) Um breve histrico
No Brasil, a ginstica era dirigida pela Confederao Brasileira de Desporto, mas,
na dcada de 70, fundou-se a Confederao Brasileira de Ginstica (CBG). O primeiro
presidente da CBG foi o gacho, Vincent Frichart, este fez duas gestes e, o segundo
presidente, foi Fernando Augusto Brochado. Em sua gesto criou o Departamento de
Ginstica Geral dentro da Confederao Brasileira de Ginstica, instituindo o Festival
Nacional de Ginstica de Ouro Preto, o FEGIN, que acontecia todos os anos como seu
evento oficial. O primeiro diretor do Departamento de Ginstica Geral foi Carlos Roberto
A. de Rezende, de Minas Gerais, que organizava tambm o Festival Nacional de Ginstica
de Ouro Preto. Lamentavelmente foi extinto o FEGIN.
Como presidente da Unio Pan-americana de Ginstica, Fernando Brochado
comeou a organizar os primeiros encontros pan-americanos, internacionais, a partir da
Unio Pan-americana de Ginstica. Os primeiros encontros10 de GG foram realizados na
UNESP de Rio Claro, dos quais participaram equipes do Brasil, da Dinamarca, Noruega,
Sua, Sucia, Argentina, Itlia, Alemanha, enfim, vrios pases. Na gesto seguinte a de
Fernando Brochado, isto , na do cubano, Willian Torres Machado, foi criado na Unio
Pan-americana de Ginstica, um Departamento de Ginstica Geral do qual, Fernando
Brochado, a convite de Willian Torres Machado, foi diretor.
3) O Festival Alemo de Ginstica
Apesar da Ginastrada ser o evento de expresso mxima da GG no mundo,
Fernando Brochado, a convite da Federao Alem de Ginstica11, teve oportunidade de
10
Em BROCHADO & BROCHADO (1988, p. 4-6) consta currculos resumidos de professores
internacionais que ministraram o I Curso Internacional de Ginstica Geral.
11
A Federao Alem de Ginstica havia convidado Fernando Brochado para participar do Simpsio de GG
para idosos. Dentre os especialistas de alguns pases, ele foi o nico convidado das A mricas.
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assistir um outro evento, o Festival Alemo de Ginstica12, no qual no h apenas GG, ou
seja, neste mesmo festival so realizados campeonatos alemes nas modalidades oficiais
como ginstica rtmica, ginstica artstica, trampolim acrobtico, rhnrad (roda ginstica),
enfim, todos os campeonatos oficiais alemes das modalidades que eles tm na Federao
Alem de Ginstica. Eles aproveitam o Festival Alemo de Ginstica (que ocorre de quatro
em quatro anos) para a integrao de todas as modalidades, entretanto, muitssimo grande
o nmero de participantes em GG. no Festival Alemo de Ginstica que podemos ver a
GG competitiva. Por exemplo, um grupo de senhores acima de 60 anos se apresentam,
com aparelhos ou sem aparelhos, no banco sueco, com medicinebol, enfim, para qualquer
que seja a escolha destes grupos de senhores, haver um grupo de jurados para classificlos de acordo com suas apresentaes. O mesmo acontece para senhoras em apresentaes
de jazz, na ginstica para crianas, jovens.
H tambm diversas formas de demonstraes: demonstrao para palco,
demonstrao em ginsio, demonstrao de grupo, demonstrao teatral etc.
No Festival Alemo de Ginstica existem vrias categorias de participao, isto
pode ser ilustrado a partir, no s das demonstraes, mas tambm, a partir das
competies ginsticas, de jogos como queimada, voleibol, de provas combinadas (p. e.:
natao, atletismo e ginstica), de esgrima etc.
Ao fazermos uma comparao entre a Olimpada, a Ginastrada e o Festival Alemo
de Ginstica, veremos que a primeira muito mais elitista, so atletas de alto nvel,
portanto, um nmero no muito grande de participantes (mais ou menos 5000 atletas). A
Ginastrada j um evento maior mas, ainda elitista, porque os pases no querem
participar com grupos fracos, eles acabam escolhendo o que tem de melhor na sua GG para
mostrar para o mundo (isto sem falar das dificuldades financeiras de determinados pases).
A Ginastrada um pouco mais aberta, o nmero de participantes vai para a casa dos trinta
a quarenta mil participantes. Mas, no Festival Alemo de Ginstica que o nmero de
participantes muito maior, em torno de cento e dez mil participantes. Fernando Brochado
se baseia em dados da poca em que a DDR (Alemanha Democrtica Comunista) no tinha
ainda se separado oficialmente do bloco comunista, a Alemanha no estava unida, mas j
permitiam a participao de alguns grupos da Alemanha Oriental (da Alemanha
Comunista) e, acredita que depois da unio alem este nmero tenha ido para uns duzentos
mil participantes.
CONCLUSO
No discurso de Fernando Brochado podemos observar tanto a viso da Federao
Internacional de Ginstica bem como a do Grupo Ginstico Unicamp (considerando a
distino de vises sobre GG realizada por SOUZA & GALLARDO, 1996, p. 33-34).
Quando Brochado compara Olimpadas, Ginastradas e Festival Alemo de Ginstica,
enfatiza que este ltimo, muito mais completo e complexo, haja vista, as diferentes
maneiras de participao, demonstrao, modalidades (nas quais se enquadram os jogos, as
brincadeiras, teatro, lutas, expresso corporal etc.). Na forma de luta, no Festival Alemo
de Ginstica que Brochado assistiu, houve apresentao de esgrima. Num Festival de GG
no Brasil, por exemplo, poderamos ter uma apresentao de um jogo-de-luta-danada
brasileiro, a capoeira13, numa tentativa de ilustrar um trabalho pautado numa viso
12
O Festival Alemo de Ginstica o evento de expresso mxima da GG da Federao Alem de Ginstica.
Sobre os movimentos corporais deste jogo-de-luta-danada ver meu artigo intitulado Angola e regional:
uma anlise fenomenolgica dos movimentos na capura
13
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pedaggica, de baixo para cima, e mesmo assim, correramos o risco de ser to tcnicos
e competitivos, j que impera em nosso modelo de sociedade tais princpios. Mesmo
quando temos a iniciativa de enfatizar atividades da cultura popular, como o caso da
capoeira e das danas folclricas, poderamos, nem estar, na verdade, fazendo uma
demonstrao de capoeira em si , j que ela no nem s uma luta 14, nem somente uma
dana e nem somente um jogo. O mesmo poderamos estender para as danas folclricas.
O que ocorre em muitas composies, uma certa inspirao nestas fontes. Da a afirmar
ser demonstrao de capoeira, de bumba-meu-boi, samba de roda, enfim, destas
manifestaes folclricas, algo muito complicado, e deve ser trabalhado em outros
estudos, oficinas, cursos e discusses para esclarecermos e/ou refletirmos sobre este tema.
A partir da anlise do discurso de Fernando Brochado, vejo que a GG , de uma
certa maneira, um contramovimento em relao ginstica competitiva e ao elitismo, j
que (como na filosofia do movimento esportes para todos/esportes comunitrios), busca ser
inclusiva, valorizar a cultura local e o direito de todos pela ginstica. Porm, a GG no
somente uma busca pela demonstrao sem carter competitivo como acontece na
Ginastrada, ela tambm uma busca por novas maneiras de competir, o que no se
restringe criao de novas modalidades para se competir, mas tambm ao como
competir, sem ter que destruir o outro e se destruir como acontece com os profissionais do
esporte em nome do primeiro lugar. Talvez uma busca pela possibilidade de uma
competio no elitista, no exclusiva. Na busca por novas formas de competio, tambm
so manifestados elementos que caracterizam um anseio por uma liberdade de expresso
corporal, por uma possibilidade de estar em grupo exercendo a criatividade, seja,
cooperando ou competindo.
O ser Fernando Brochado na Ginstica Geral, um mundo-vida. Seus atos ficaram
marcados na FIG, no Departamento de Ginstica Geral, na Unio Pan-americana de
Ginstica, na UNESP de Rio Claro, no texto de AYOUB (1996, p. 42), enfim, em
diferentes espaos e tempos. Que este trabalho seja mais uma das formas de fazer
reverberar as palavras e os atos de Fernando Brochado na Ginstica Geral, sem o intuito de
ficar preso ao passado, mas desvelar sua experincia, valorizando-a, para quem sabe,
compreendermos, ou melhor, buscarmos incessantemente a compreenso da GG no Brasil;
enriquec-la, e at mesmo transform-la.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
AYOUB, Eliana. Ginstica Geral: um fenmeno scio-cultural em expanso no Brasil. In:
Encontro de Ginstica Geral, Campinas, 1996. Coletneas... Campinas: Faculdade de
Educao Fsca da UNICAMP, 1996 (p. 39-47).
BROCHADO, F. A., BROCHADO, M. M. V. Ginstica Geral. In: Curso Internacional
de Ginstica Geral. Rio Claro: Editora Costa/UNESP, 1988.
MARTINS, J., BICUDO, M. A. V. A pesquisa qualitativa em psicologia: fundamentos e
recursos bsicos. 1a ed. So Paulo: Educ Moraes, 1989. 110p.
MERLEAU-PONTY, M. O visvel e o invisvel. So Paulo: Editora Perspectiva, 1971.
267p.
________ Signos. So Paulo: Martins Fontes, 1991. 392p.
SIMES, R. M. A. Angola e Regional: uma anlise fenomenolgica dos movimentos na
capura. In: CONGRESSO CIENTFICO LATINO-AMERICANO FIEP-UNIMEP, 1,
14
Sobre significado e sentido de luta na capoeira ver meu artigo intitulado Capura e escravido:
movimento de resistncia versus submisso.
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Piracicaba, 2000. Coletneas... Piracicaba: Faculdade de Educao Fsica da UNIMEP,
2000. (pp. 335-38).
________. Capura e escravido: movimento de resistncia versus submisso.
Movimento. Porto Alegre: UFRGS, ano VII, n. 13, 2000/2. pp. 26-31.
SOUZA, E. P. M. de, GALLARDO, J. S. P. Ginstica Geral: duas vises de um
fenmeno. In: Encontro de Ginstica Geral. Campinas, 1996. Coletneas... Campinas:
Faculdade de Educao Fsica da UNICAMP, 1996 (p. 33-6).
ROSA MARIA ARAJO SIMES
Rua 10MP, 416 Rio Claro/SP
CEP 13.506-180
e-mail:
[email protected]A GINSTICA GERAL E AS CATEGORIAS ESTTICAS
Silvia Pavesi Sborquia
Mestranda da Unicamp
Resumo: Este trabalho de cunho bibliogrfico teve por objetivo analisar a relao esttica
na composio coreogrfica da Ginstica Geral. No decorrer dos estudos foi encontrado
algumas categorias estticas e suas definies, as quais podem contribuir para a
composio coreogrfica atravs de temticas que podem levar o sujeito a apropriao da
realidade atravs da percepo esttica. nesse sentido que o trabalho aponta para a
necessidade do processo criativo estar vinculado a apropriao da realidade, e tambm,
vincular-se a apropriao do sensvel atravs do saber esttico, com a finalidade de
alcanar o movimento intencional e expressivo.
INTRODUO
Este estudo refere-se a esttica em sua totalidade, sem amputaes e excluses, pois
a esttica est presente em toda diversidade cultural. A apropriao especfica da realidade
como objeto da esttica, destaca em primeiro plano o seu significado original de sensvel
(aisthesis) como um componente essencial de tudo o que consideramos esttico: objetos,
percepes, valores e o desenho coreogrfico na Ginstica Geral.
Conforme Vzquez (1999):
A esttica a cincia de um modo especfico de apropriao da
realidade, vinculado a outros modos de apropriao humana do mundo
e com as condies histricas, sociais e culturais que ocorre (p.47).
Se trata de uma aspirao impossvel de cumprir, pois a forma sensvel15 tem
sempre um significado inerente. No existe uma relao esttica pura incontaminada; o
esttico sempre impuro, ou seja, encontra-se contaminado pela cultura e vinculado por
isso esteticamente ao no esttico. S poderemos falar exatamente de relao esttica
se nela, e na contemplao correspondente, se atende a uma forma sensvel qual
15
Sensvel: Aquilo que pode ser percebido pelos sentidos. Aquilo que tem a capacidade de sentir. Quem tem
a capacidade de compartilhar as emoes alheias ou de simpatizar. Abbagnano (2000)
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inerente um certo significado. diferente em cada ser humano a apropriao esttica de
uma apresentao de ginstica geral, pela razo da essncia do ser humano ser nica.
A relao esttica do ser humano com o mundo pode ser rastreada nas sociedades
mais primitivas ou pr- histricas de acordo com os estudos antropolgicos autorizados.
Da a importncia da vinculao da esttica antropologia, particularmente a antropologia
social ou cultural, e no mbito da Ginstica Geral e da Dana, mais particularmente, so
vinculadas Cultura Corporal.
O desenho coreogrfico na Ginstica Geral no somente produzido para ser
compartilhado pelos outros naquilo que exterioriza ou expressa. Ele requer uma
apropriao peculiar, como seu objeto final, que somente alcanado atravs da
apresentao ao pblico. Portanto, se considerarmos a rela-o esttica como produo de
certos objetos destinados a serem consumidos e, consequentemente, como produtos que s
alcanam o objetivo final ou o uso apropriado em seu consumo, veremos que este se
apresenta de um modo peculiar. O desenho coreogrfico no elaborado com um fim em
si mesmo, mas para que seja apresentado ao pblico e em cada apresentao compartilhado
uma relao esttica.
Certamente descobrimos que o consumo que hoje fazemos no corresponde meta
ou funo que determinou sua produo. Consumimos alienadamente aquilo que nos so
apresentados como mercadoria. Muitas vezes as relaes que um sujeito tem com a
coreografia no so as mesmas que ela realmente representa. Torna-se, ento, essencial
conhecer as relaes que se estabelecem entre a coreografia na situao esttica e o sujeito
na situao esttica.
Vzquez (1999), elaborou algumas categorias estticas, que podem ser muito
utilizadas na elaborao do desenho coreogrfico. Em um desenho coreogrfico pode estar
presente uma ou vrias categorias estticas, as quais podero suscitar diferentes percepes
estticas.
Categorias estticas
A relao do sujeito com a coreografia est atrelada das condies sociais em que
ela se produz, distribui e consome e a certas condies espirituais, culturais ou ideolgicas
sem as quais no poderiam ocorrer como objetos estticos. Exige-se a existncia de
determinada superestrutura ideolgica da sociedade; quer dizer, de um conjunto de idias,
crenas, normas e valores que justifique e guie o comportamento esttico dos homens
( como um comportamento diferente dos outros: moral, religioso, poltico etc.), assim
como das instituies escolas, mercado, academias, etc. correspondentes.
O esttico como categoria geral caracteriza um tipo de objeto que, por sua forma
sensvel, possui um significado imanente que determina o comportamento do sujeito que
capta, percebe ou contempla esses objetos de acordo com sua natureza sensvel, formal e
significativa. Mas o esttico s classifica um e outro ( sujeito e objeto) na relao humana,
histrica e social que torna possvel sua existncia esttica, e na situao concreta, singular,
em que essa possibilidade se realiza efetivamente.
Vejamos as categorias estticas elaboradas por Vzquez (1999), que podem ser
utilizadas na elaborao dos desenhos coreogrficos na Dana e na Ginstica Geral.
As vicissitudes da beleza
No casual o incio pela categoria do belo. A beleza do homem associada sua
beleza moral, embora sem identificar-se uma e outra. Mas a beleza de uma pessoa est
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ligada a suas qualidades morais, medidas estas com uma rgua aristocrtica, tampouco se
desliga plenamente de sua aparncia sensvel, fsica, como se pode inferir dos elogios
homricos beleza de Aquiles e Helena.
Certamente o belo no existe por si mesmo margem de sua relao com o homem,
mas sim em determinadas condies histricas, sociais e culturais. Ento o que
consideramos belo? Conforme Vzquez (1999): chamaremos de belo a um objeto que, por
sua estrutura formal, graas qual se inscreve nela certo significado, produz um prazer
equilibrado ou um gozo harmonioso. O belo difcil (p.205).
possvel encontrar o belo nas grandes obras de ballet clssico, nas danas
modernas, no cirque de Soleil e nas apresentaes de ginstica geral.
As aventuras do feio
O feio como categoria esttica pode ser descoberto tanto na realidade como na arte.
So igualmente feios os objetos reais e aqueles representados pelos pintores. Contudo, ao
serem contemplados, produzem efeitos distintos e opostos. Mas essa distino ou oposio
no contradiz a natureza esttica comum do feio tanto na realidade quanto na arte.
O feio o que est em dissonncia com o contexto, o que no faz parte, ou o que
est sobredimensionado. O feio uma categoria que tambm pode ser usado no desenho
coreogrfico, ele pode ser o contraste, ou a mudana de intensidade, ou, ainda, a
representao de uma realidade dissonante.
O sublime
O sublime se encontra sempre em certa relao com o homem. Quando se trata do
sublime natural o mar raivoso ou a terrvel tempestade, sentimo-nos surpreendidos ou
ameaados por algo que, devido ao seu poder e grandiosidade, se impe diante de nossa
precariedade e limitao. Quando se trata de aes humanas, sua sublimidade provoca um
sentimento de admirao ante um poder que extrapola as limitaes da existncia normal,
cotidiana. No sublime o homem se eleva, a partir de sua precariedade e limitao, perante a
magnitude do negativo: o terror, o horrvel, ou a morte.
O sublime pode estar presente no desenho coreogrfico quando, por exemplo, o
coregrafo se utiliza de movimentos que ultrapassam os limites do corpo humano.
O trgico
A tragicidade caracterstica da existncia humana. No como um componente
essencial ou constante dela, mas sim em certas relaes do homem (indivduos, grupos
sociais ou povos) com o mundo, com a natureza ou em determinadas relaes dos homens
entre si. Nessas relaes humanas ocorrem situaes, comportamentos, atos ou resultados
de suas aes que podemos classificar de trgicos. Assim, por exemplo, so trgicos os
amores dos jovens que, ante a impossibilidade de transpor os obstculos insuperveis que
se opem a sua unio optam em um pacto suicida- em dar fim vida.
O cmico
Em nossa vida cotidiana distinguimos facilmente a comicidade de um gesto, de um
aceno, de uma situao ou de uma confuso de idias ou palavras, para o efeito o risoque provoca em ns.
O cmico adquire uma dimenso esttica prpria nem tanto na vida real como na
arte e na literatura. E, ao adquiri-la, o cmico se apresenta com estas caractersticas: a)
Ainda que na arte e na literatura o cmico seja sempre criao ou inveno, os
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personagens, atos ou situaes criados tm sempre a ver com a comicidade na vida real
como vertente essencial da existncia humana. E na msica o cmico pode ocorrer
indiretamente com a ajuda do texto literrio ( como nas peras cmicas, por exemplo);
mas, em todo o caso, a msica enquanto tal, mais do que representar o cmico, o que faz
evocar o sentimento festivo, prazeroso, associado a ele. b) Enquanto que a comicidade
artstica ou literria sempre inventada, imaginada ou criada, no produz o efeito natural,
espontneo ou intenso (o riso) que produz o cmico na vida real. Seu efeito sossegado,
contido, que no pode confundir-se com o intenso que suscita o cmico na vida real. O
cmico apresenta trs variedades fundamentais: o humor, a stira e a ironia.
O humor
Para a anlise do conceito de humor encontra-se em Vzquez (1999) algumas
definies, em diversos autores:
O humor a seriedade oculta dentro da gozao(Schopenhauer), a ironia que
termina em seriedade (Vladimir Jankelevich), o humor um pouco da intruso do
maravilhoso no raciocnio, ou no mecanismo normal da vida humana; debaixo do
humorismo existe sempre uma grande dor (Mark Twain), o humor a sutileza de um
profundo sentimento (Dostoievski), o humor a manifestao mais alta dos mecanismos
de adaptao do indivduo (Freud).
A stira.
Ao comparar a stira com o humor, vemos que a crtica mais demolidora porque o
objeto satirizado no s revela sua inconsistncia, mas alm disso sua negatividade, razo
pela qual os golpes que descarrega sobre o objeto buscam sua destruio. portanto uma
crtica que, longe de ser compreensiva, tolerante, como a do humor, traz entranhada uma
condenao. Sem deixar o menor resqucio para a simpatia, promove a repulsa ou
desaprovao.
A ironia
A ironia uma crtica oculta que preciso ler nas entrelinhas, e quanto mais oculta,
mais sutil e, talvez, mais profunda. Na ironia, o objeto some atrs de sua aparente ou
fingida elevao. O vcio aparece como tal ao apresentar-se como virtude; a mediocridade
se revela exatamente quando o medocre pretende comportar-se como gnio; o elogio
irnico, longe de enaltecer, rebaixa.
O grotesco
O grotesco est aqui na irrupo do fantstico, do estranho, na prpria realidade.
Essa irrupo inconcebvel, e o inclusive imagin-la, ou tom-la como argumento para
uma narrativa realista; e contudo, embora raro, nos diz ele finalmente, o absurdo, o
estranho, existe e acontece. Em suma, est na prpria realidade.
O grotesco um dos meios de que a arte e a literatura dispem para ajudar a
quebrar uma realidade que, indiferente ao tempo e mudana, se empenha em ser eterna e
imutvel. O mundo do grotesco, embora fantstico e irreal, no faz seno mostrar o
absurdo, o irracional, o prprio seio de uma realidade que se apresenta como coerente,
harmnica e racional. No por acaso que aparece associado historicamente na arte e na
literatura com movimentos anticlssicos e anti-realistas; resumindo: inconformistas.
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CONCLUSO
O movimento intencional e expressivo no desenho coreogrfico, uma forma de
comunicao e expresso corporal. E estas categorias devem ser atribudas no apenas nas
artes cnicas ou na literatura, mas, tambm, na Dana e na Ginstica Geral como veiculo
de comunicao e de esttica de quem participa.
Para que haja sentido no desenho coreogrfico, elaborado a partir de uma
manifestao da Ginstica Geral, acreditamos ser necessrio uma relao dialtica entre o
processo criativo e o saber esttico, resultando na prxis, que a coreografia. Entendo a
prxis como a ao de um ou vrios sujeitos, ela simultaneamente teoria e prtica e
pressupe a liberdade de criao e de expresso.
O artista isolado no processo criativo pode compor uma coreografia que seja alheia
ao entendimento da sociedade. Assim como o filsofo da esttica pode elaborar uma teoria
totalmente desvinculada a criatividade do sujeito. A coreografia a expresso e a
linguagem corporal atravs da qual, um sujeito ou um grupo, extravasam as emoes, os
sentimentos, as idias atravs do movimento. Conforme Silva (1992) O movimento
entendido como a realizao do potencial existente no Sujeito manifesto em uma ao
intencional e expressiva Intencional: conscincia de alguma coisa. Expressivo: a
transformao de pensamento e movimento em gestos (p.82).
nesse sentido que o trabalho aponta para a necessidade do processo criativo estar
vinculado a apropriao da realidade, e tambm, vincular-se a apropriao do sensvel
atravs do saber esttico, com a finalidade de alcanar o movimento intencional e
expressivo.
necessrio a relevncia nas relaes que se estabelecem entre a coreografia
(objeto), e o sujeito na situao esttica. Ao apropriar-se dessa realidade podemos
estabelecer os alicerces sobre o processo criativo e ampliar o leque de possibilidades na
construo coreogrfica em Ginstica Geral.
REFERNCIA BILBIOGRFICA
ABBAGNANO, N. Dicionrio de filosofia. 4ed. So Paulo: Martins fontes, 2000.
GALLARDO, J.S.P. (coord) Educao Fsica: contribuies formao profissional.
2.ed. Iju: Uniju, 1997.
SRGIO, M. Epistemologia da Motricidade Humana. Lisboa: Edies FMH, 1996.
SILVA, J.B. Educao Fsica, esporte e lazer: aprender a aprender fazendo. Londrina:
Lido, 1995.
TAFFAREL, C. N. Z. Criatividade nas aulas de educao fsica. Rio de Janeiro: Ao
livro tcnico, 1985.
VZQUEZ, A. S. Convite esttica. Rio de Janeiro: Civilizao Brasileira, 1999.
ENDEREO: Rua Meyer, 355 apto 303. Jardim Ipanema. Londrina Paran. CEP: 86015160
e -mail: [email protected] .br
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AULAS HISTORIADAS COMO ESTRATGIA DE ENSINO EM
EDUCAO FSICA: UMA EXPERINCIA VIVIDA COM A GINASTICA
Vagner de Lima Oliveira
Graduado em Educao Fsica Unicamp
Resumo: Este trabalho foi concebido a partir de uma experincia prtica vivida entre
1995 e 1997 com a ginstica artstica. Neste perodo, ministrei aulas desta modalidade
para crianas de 04 e 05 anos, buscando, ininterruptamente, estratgias pedaggicas que
elevassem o grau de motivao e participao das crianas. Buscava tornar as aulas mais
dinmicas e condizentes com a realidade delas, minimizando as dificuldades encontradas,
como: concentrao, organizao no espao, repetio dos elementos. Desenvolver as
aulas a partir de historias foi o melhor caminho encontrado.
1) Caractersticas do Projeto Crescendo com a Ginstica
Brincar com a ginstica! Essa uma das propostas do Projeto Crescendo com a
Ginstica (PCG), desenvolvido desde 1989 at 1997 na Faculdade de Educao Fsica
(FEF) da Unicamp. Para melhor clarear as questes que o envolviam, estruturamos este
texto em duas partes, que so:
A) Caractersticas do PCG
Este projeto foi desenvolvido na Faculdade de Educao Fsica da Universidade
Estadual de Campinas, como uma atividade de Extenso para a comunidade local, tentando
desmitificar a viso de ginstica como uma modalidade elitista, ou seja, deixando de ser
um espao onde somente os talentosos pudessem se aventurar a conhec-la e pratic-la. No
decorrer do tempo, este trabalho foi se aperfeioando e gerou maior participao dos
alunos graduandos em Educao Fsica, que tinham a oportunidade de desenvolver na
prtica os contedos tericos discutidos em sala de aula.
A partir da foi possvel constatar um nmero crescente de trabalhos cientficos
gerados por pesquisadores de iniciao cientfica, por monografias de final de curso,
dissertaes de mestrado e teses de doutorado, desenvolvido atravs da construo do
conhecimento terico/prtico dessa modalidade.
O prazer vivido pelas crianas na prtica das atividades era a mola propulsora desse
projeto. Todas vinham para aprender, e aprendiam com prazer... O prazer incita a
motivao, encorajando-os perante os desafios e as acrobacias propostas em cada aula,
facilitando, dessa forma, quebrar as barreiras do medo, superar as dificuldades.
Ultrapassavam seus limites individuais quando ajudavam seus colegas na execuo dos
elementos, quando trabalhavam em duplas ou trios ou ainda nas composies
coreogrficas, que sempre foi um meio de melhorar as relaes interpessoais entre os
participantes (Nista-Piccolo, 1998).
Nas aulas, nosso ponto de partida era o conhecimento que a criana trazia,
adquirido atravs de suas vivncias anteriores. A explorao dos movimentos em um
determinado aparelho utilizado em aula, a princpio era individualizada e com o passar do
tempo, socializado e imitado pelas demais. As aulas transcendiam a ginstica, pois
aconteciam com vida, tornavam-se arte. Vida que algumas instituies de ensino no
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deixam entrar por seus portes.(... )o ato de conhecer to vital como comer ou dormir,
e eu no posso comer ou dormir por algum [...] assim, a busca do conhecimento no
preparao para nada, e sim vida, aqui e agora (Freire apud Freire, 1994, p. 17).
As crianas tinham dois encontros semanais, em dois dias alternados, com uma
hora de durao, totalizando trinta aulas no semestre. A estrutura do projeto organizava-se
em trs fases: a iniciao, contemplada em dois semestres; o bsico, que se estendia at
seis semestres; e a escolinha que oportunizava a aprendizagem dos elementos acrobticos e
ginsticos primordiais, j visando a formao do ginasta.
Em ambas as fases, dividamos metodologicamente a aula em trs momentos que se
tornaram clssicos entre os participantes do projeto, aplicados nessa ordem:
1) EXPLORAO - momento em que as crianas podiam manifestar-se diante dos
aparelhos e contedos gmnicos a serem trabalhados naquela aula. Previamente o
espao era organizado pelos monitores para que esse momento fosse garantido.
Nele as crianas poderiam criar, improvisar, dominar, expressar, construindo bases
para execues seguras, assegurando sua subjetividade no movimento.
2) PISTAS nessa fase o monitor indicava uma pista que, de certo modo, limitaria as
outras possibilidades de se executar o movimento almejado. Era uma fase de
transio entre a pura explorao dos espaos pelas crianas e as aes pretendidas
naquele encontro. Aqui a explorao continuava presente seguindo apenas as
dicas sugeridas pelo professor para outras execues, de acordo com suas
capacidades.
3) O MOVIMENTO tnhamos uma ao motora a ser trabalhada em cada aula, ou
seja, as crianas tinham que sair do ginsio sabendo algo novo:
(...) o momento em que todas as atividades que deixaram de ser contempladas nos dois
primeiros momentos so agora propiciadas de forma adequada s caractersticas da
faixa etria que est sendo trabalhada; eu conduzo meus alunos a executarem as
propostas, sem perder a perspectiva ldica. Atividades que considero de extrema
importncia para alcanar objetivos pretendidos naquela aula (...) (Velardi, 1997
p.151).
Em linhas gerais, nos transcritos de Nista-Piccolo (1998, p.39), o projeto visava: O
aprender do aluno como objetivo central, dando espao para que ele possa ser o que ,
oferecendo maior complexidade a partir do seu domnio das aes motoras bsicas
combinadas em uma progresso lgica.
As nossas inquietaes em busca de uma estratgia pedaggica foram aparecendo
na medida em que as crianas demonstravam algumas caractersticas particulares, se
comparadas com outras turmas de outras idades, tais como:
- as crianas de 04 e 05 anos no se mostravam interessadas em realizar exerccios que no
tivessem sentido, significado para elas, ou seja, ala no andaria na trave de equilbrio se
no existisse uma razo;
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- devido s caractersticas especficas do desenvolvimento infantil no perodo
compreendido entre 04 e 05 anos de idade, as crianas no apresentavam ainda uma
ateno na realizao de determinados exerccios;
- o grupo era formado por 20 alunos que num ambiente gmnico, espaoso e rico em
estmulos novos e diferentes, impossibilitava o controle da atividade a ser desenvolvida;
- a necessidade de brincar das crianas associada com a proposta de aprender ginstica;
- a repetio dos movimentos cada atividade deveria ser proposta apenas uma vez, pois a
necessidade de explorar impedia a repetio dos movimentos.
B) FAZ DE CONTA...
As nossas inquietaes em busca de uma estratgia pedaggica foram aparecendo
na medida em que as crianas demonstravam algumas caractersticas particulares, se
comparadas com outras turmas de outras idades, tais como:
- as crianas de 04 e 05 anos no se mostravam interessadas em realizar exerccios que no
tivessem sentido, significado para elas, ou seja, ala no andaria na trave de equilbrio se
no existisse uma razo;
- devido s caractersticas especficas do desenvolvimento infantil no perodo
compreendido entre 04 e 05 anos de idade, as crianas no apresentavam ainda uma
ateno na realizao de determinados exerccios;
- o grupo era formado por 20 alunos que num ambiente gmnico, espaoso e rico em
estmulos novos e diferentes, impossibilitava o controle da atividade a ser desenvolvida;
- a necessidade de brincar das crianas associada com a proposta de aprender ginstica;
- a repetio dos movimentos cada atividade deveria ser proposta apenas uma vez, pois a
necessidade de explorar impedia a repetio dos movimentos.
Atravs de ensaio e erro, fomos aos poucos aperfeioando um instrumento
pedaggico que visava minimizar as dificuldades, relatada acima, facilitando atingir o
objetivo da proposta. Utilizei-me da estratgia de aulas historiadas com o faz-de-conta, que
serviam de porta de entrada para a manifestao do carter ldico inerente cultura da
criana, tornando as aulas mais prximas do mundo real da criana. Eram viagens a
florestas, pntanos, planetas, lua, em misses especiais, enfim, eram sempre heris ou
personagens de aventura emocionantes, muitas vezes sugeridas por eles.
Por compreendermos que a fantasia e o jogo so aspectos importantes para o
desenvolvimento da criana, buscaremos unir em nosso trabalho esses componentes ao
aprendizado da ginstica, seguindo um modelo pedaggico (Leguet, 1987).
CONTOS: VANTAGENS PEDAGGICAS
Percebemos que a ginstica, da maneira como foi concebida neste projeto,
vivenciada de forma prazerosa, numa perspectiva ldica, tem uma forte ligao com o
brincar infantil, pois a infncia um perodo muito intenso de atividades: as fantasias e os
movimentos corporais ocupam quase todo o tempo da criana (Freire, 1994; p.16) e dessa
forma foi possvel propor uma atividade dinmica e alucinante.
Quase sempre o espao era organizado para formar um caminho nico e longo,
contemplando todos os contedos planejados. Isso propiciava que a cada aula uma criana
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pudesse ir frente do grupo, estimulando sua capacidade de liderar, respeitar e imaginar os
obstculos que viam. Era preciso conter tambm o impulso de querer chegar ao final logo,
pois os primeiros, quando possvel, deveriam ajudar os demais na travessia. Mesmo
quando algum conflito acontecia durante a histria, procurvamos resolv-los inseridos
nela. Quando brincam as crianas podem construir relaes reais entre elas e elaborar
regras de organizao e convivncia (Wajskop, 1995; p.33).
Na obra de Wajskop (1995), h uma sntese de sua compreenso da brincadeira,
perfeitamente relacionada nossa conduta docente no Projeto Crescendo com a Ginstica:
- A criana pode assumir outras personalidades, representando papis como se fosse um
adulto, outra criana, um boneco, um animal etc. ( possvel de se acrescentar vrios
outros);
- As crianas podem utilizar-se de objetos substitutos, ou seja, pode conferir significados
diferentes aos objetos, daqueles que normalmente estes possuem;
- Existe uma trama ou situao imaginria;
- As crianas realizavam aes que representam as interaes, os sentimentos e
conhecimentos presentes na sociedade na qual vivem;
- As regras constitutivas do tema que orienta a brincadeira dever ser respeitadas.
Seguindo essa forma de pensar e agir, conseguimos sistematizar um mtodo que
minimizou as dificuldades pedaggicas encontradas em aulas de ginstica artstica para
crianas situadas na primeira infncia, que ressalvamos no utiliz-lo como modelo, e sim
como referncia quando consultados por profissionais que lidam com esta faixa etria.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS:
1) BENJAMIN, Walter Reflexes: a criana, o brinquedo, a educao So Paulo,
Summus, 1984.
2) FREIRE, Joo Batista Educao de Corpo Inteiro, So Paulo, 4a edio, Scipione,
1994.
3) FREIRE, Paulo Pedagogia da Autonomia: saberes necessrios prtica educativa,
So Paulo, Paz e Terra, 1996.
4) LEGUET, Jacques As aes motoras em ginstica esportiva, So Paulo, Manole,
1987.
5) NISTA-PICCOLO, Vilma L. Crescendo com a ginstica, Anais do I Congresso
Latino Americano, II Congresso Brasileiro de Educao Motora (p.35 41), Campinas,
Grfica da Unicamp, 1998.
6) WAJSKOP, Gisela Brincar na pr-escola. So Paulo, Ed. Cortez, 1995.
Vagner de Lima Oliveira
Rua: Manoel de Souza Filho, 326
Baro Geraldo Campinas CEP 13085-450
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VDEO PSTERES
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A GINSTICA GERAL EM CLUBES: ENSAIOS DE UMA PROPOSTA
PARTIR DA EXPERINCIA VIVIDA
Eliana de Toledo
Mestra pela Faculdade de Educao Fsica UNICAMP
Resumo: Este trabalho pretende mostrar a possibilidade de incluso e desenvolvimento da
Ginstica Geral em clubes, partir de turmas j existentes nas modalidades gmnicas
competitivas, como a Ginstica Acrobtica, Artstica e Rtmica, baseados na experincia
vivida pela autora. Atravs da mostra de coreografias em vdeo e da fala da autora, ser
possvel averiguar os aspectos mais relevantes desta experincia, que podem ser
apropriados e aplicados por outros professores da rea da Ginstica. Numa perspectiva
mais ampla, este talvez seja um dos caminhos para a difuso da Ginstica Geral no
ambiente clubstico em todo Brasil.
A Ginstica Geral ainda est pouco difundida e estruturada em todo Brasil, e est
notoriamente em expanso como possvel averiguar nos estudos de SOUZA (1997) e de
SANTOS (1999).
Assistindo muitos Festivais de GG, regionais e nacionais, num perodo de 10
anos, fcil distinguir, enquanto profissional da rea da Ginstica, a diferena entre grupos
que desenvolvem especificamente a GG e grupos de outras modalidades gmnicas, em
especial da Ginstica Acrobtica, Rtmica e Artstica, que adaptam coreografias e as
apresentam como Ginstica Geral. Estas coreografias adaptadas j nos sinalizam que a
GG foi gradativamente inserida em grupos ou instituies que praticavam outras
modalidades gmnicas, principalmente nos clubes.
No caso especfico das instituies da cidade de Campinas, este processo foi muito
claro. Um dos motivos mais relevantes para este processo de incluso ou da prtica da GG
nos clubes da cidade, foi a influncia do trabalho desenvolvido pelo Grupo Ginstico
Unicamp (GGU), e pelos estudos desenvolvidos na Faculdade de Educao Fsica da
Unicamp. Vale lembrar que alm das exposio de trabalhos e coreografias em toda cidade
(clubes, escolas, festivais, etc), muitos integrantes do GGU, desde de sua origem em 1989
(SOUZA, 1997), atuavam como professores de Ginstica Rtmica e Artstica em clubes.
No perodo de 1994 a 1999 foi possvel constatar a prtica da GG nos seguintes
clubes: Associao Atltica Banco do Brasil, Bonfim Recreativo e Social, Clube
Campineiro de Regatas e Natao, Clube Semanal de Cultura Artstica, Clube Vila Marieta
e Sociedade Hpica de Campinas. Destes grupos (clubes), todos possuam integrantes que
eram praticantes ou ex-praticantes de Ginstica Rtmica e Artstica.
possvel dizer que a elaborao e apresentao de coreografias de GG por estes
grupos foram muito significativas, tanto para os alunos, quanto para a projeo da GG no
Estado de So Paulo, mediante a verificao da participao dos mesmos em eventos de
GG. A expresso mxima do envolvimento destes grupos com a GG, foi a participao de
5 destes 6 clubes em eventos internacionais, como as Gymnaestradas Mundiais de 1995 e
1999 e o Festival del Sole Riccione Itlia, em 1998. Estes dados vm confirmar o
sucesso obtido neste processo de difuso da GG, partir de turmas j existentes de
Ginstica Rtmica e Artstica nos clubes.
Felizmente pude acompanhar de perto este processo enquanto integrante do Grupo
Ginstico Unicamp, tcnica de GR (Sociedade Hpica de Campinas) e pessoa prxima dos
profissionais dos clubes citados anteriormente. O fato mais interessante que pude constatar
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durante estes anos de acompanhamento que basicamente todos os grupos passaram por
situaes semelhantes no processo de incluso da GG em seus clubes.
Algumas destas situaes ou aspectos deste processo de incluso foram:
- a informao acerca da GG esteve acessvel aos professores, de diferentes formas.
Alguns faziam parte do GGU, outros tinham contato direto ou indireto com a Unicamp
e/ou com a Federao, outros participavam ou assistiam Festivais de GG, etc. O acesso
ao campo de conhecimento desta rea pelos profissionais que trabalham com as
diferentes modalidades de Ginstica (capacitao), se mostrou como um primeiro passo
para sua incluso nos clubes;
- as tcnicas dos clubes selecionavam alguns treinos para a elaborao de coreografias de
conjunto, sem seguir as normas do Cdigo de Pontuao (5 ginastas, 1 ou 2 aparelhos
pr-estabelecidos, no mximo com 3 minutos de durao, etc, objetivando geralmente o
encerramento do Festival de Ginstica de seu clube no final do ano. Esta era uma forma
descontrada no ambiente competitivo, de se organizar uma coreografia que
proporcionasse a integrao de todas as ginastas, onde cada uma pudesse expor suas
habilidades (dentro de seus limites), com uma msica diferenciada (geralmente
cantada, com 5 minutos de durao, etc), mostrando os contedos que foram
desenvolvidos durante todo o ano. As caractersticas destas coreografias vo ao
encontro das propostas da GG, e desta forma as tcnicas(os) as desenvolviam para o
Festival de seus clubes e participavam, tambm, de Festivais de GG, com estas
coreografias. A participao nestes Festivais, motivava indiretamente as alunas esta
prtica, a partir da vivncia positiva (prazerosa) e da observao de outros trabalhos
que eram apresentados;
- outra forma da incluso da GG nestes grupos de modalidades gmincas competitivas
aplicada pelas(os) tcnicas(os), foi a seleo de alguns treinos para proporcionar um
trabalho diferenciado, objetivando: quebrar a rotina dos treinos, facilitar o processo
criativo e melhorar a integrao entre as ginastas, posto que estas modalidades so
essencialmente individuais. Estes momentos eram to significativos e o seu produto,
geralmetne coreografias ou sequncias coreogrficas, eram to interessantes, que eram
apresentadas em outras circunstncias, como Festivais ou Eventos Esportivos dentro do
clube (inaugurao de novos espaos, abertura de competies desportivas, etc), ou em
Festivais de GG;
- outras(os) tcnicas(os), por terem vivenciado a prtica da GG no GGU, optaram por
inser-la em seus treinos, de uma forma diluda ou selecionando dias especiais durante
a semana para esta prtica, objetivando especificamente desenvolver os contedos
propostos pela GG, culminando na participao de Festivais nesta rea, no final do ano;
- outras(os) ainda optaram por criar turmas especficas de Ginstica Geral, convidando
suas ginastas ou ex-ginastas participarem deste grupo;
- outras(os) somente visualizavam, inicialmente, a participao de suas alunas em
Festivais de GG, nacionais e internacionais, e para isso, uniam as turmas de
treinamento de GA e GR e elaboravam uma coreografia.
Estes foram os aspectos mais relevantes que influenciaram a incluso da GG nos
clubes, no caso especial de Campinas, mas com relao continuidade da prtica da GG
nestes clubes, outros fatores parecem ter sido decisivos.
Um fator que merece destaque, partir desta experincia, e que parece ter
influenciado muito alguns clubes no desenvolvimento contnuo da GG, foi o sucesso de
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sua aplicao, principalmente com ex-ginastas que no mais competiam ou com ginastas
que no obtinham resultados satisfatrios em competies oficiais.
Alis, a GG vm preencher uma grande lacuna existente na prtica das modalidades
gmnicas competitivas nos clubes, pois forma-se um grande contingente de ginastas que
so apaixonadas por Ginstica e que acabam frustadas devido ao processo de seleo para
a competio, chegando muitas vezes parar de pratic-la. Parte deste contingente tambm
so aquelas que possuem idade superior 15 anos, que gradativamente encerram sua
carreira em competies, mas que gostariam de continuar praticando a Ginstica, devido
ao prazer e alegria que esta prtica lhes proporciona, e s habilidades (manejo de
aparelhos, execuo de elementos acrobticos, etc) e s capacidades (flexibilidade, fora,
agilidade, etc) j desenvolvidas em suas modalidades especficas, que poderiam ser ainda
vividas, redimensionadas e mostradas para o pblico.
Ao meu ver, o sucesso da GG parece garantido nos clubes, pois com sua proposta
de integrao, socializao, criatividade, aplicao e desenvolvimento de contedos
gmnicos e artsticos, etc, ela parece vir ao encontro das expectativas das tcnicas e at
mesmo das ginastas, como mencionamos nos pargrafos anteriores.
Logicamente a GG pode ser desenvolvida nos clubes, independente de um vnculo,
na fase inicial, com as modalidades gminicas competitivas, mas parece-me que sua relao
com as mesmas pode vir facilitar este processo de incluso.
Neste sentido, talvez uma proposta para a incluso da GG nos clubes seja a
capacitao e a orientao dos profissionais que j trabalham com as modalidades gmnicas
competitivas, partir das experincias j vividas com sucesso por alguns grupos ou
tcnicas(os).
Com relao capacitao de profissionais na GG, sentimos cada vez mais a
necessidade de um Plano de Capacitao e Divulgao na rea da Ginstica Geral,
coordenada pela Confederao Brasileira de Ginstica e suas Federaes. Independente do
no oferecimento de propostas pelos rgos burocraticamente responsveis por esta
modalidade no Brasil, alguns esforos j esto sendo despreendidos em outros setores da
sociedade para sanar esta carncia.
Um dos setores que tem se mostrado eficaz na capacitao e divulgao da GG,
mesmo porqu possui uma co-responsabilidade na difuso do conhecimento no pas, so as
Faculdades de Educao Fsica, em especial a Faculdade de Educao Fsica da Unicamp.
Esta ltima faculdade vm desenvolvendo atualmente os seguintes trabalhos para o
desenvolvimento da GG:
- incluso da GG nas disciplinas curriculares da Graduao;
- organizao de Festivais semestrais na Faculdade para a divulgao dos trabalhos
desenvolvidos nas disciplinas e dos trabalhos de clubes ou escolas orientados pelos
alunos enquanto estagirios;
- formao de um grupo de pesquisa, capacitao e apresentao de GG (Grupo
Ginstico da Unicamp);
- desenvolvimento de trabalhos cientficos na rea da GG (artigos, monografias, teses,
etc), vinculados especificamente um Grupo de Estudos da GG;
- intercmbio com a Organizao Dinamarquesa de Ginstica (DGI) e a filiao da
Universidade ao ISCA;
- capacitao e reciclagem de professores formados, atravs do curso de ps-graduao
em Ginstica e de outros cursos oferecidos comunidade ou professores
universitrios;
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organizao de Encontros e Fruns Nacionais, em parceria com outras instituies,
para a divulgao e melhor desenvolvimento da GG no Estado de So Paulo e no
Brasil.
A capacitao para que os profissionais da rea possam desenvolver a GG, em
diferentes ambientes de trabalho (clubes, escolas, instituies, etc) parece j estar tendo um
rumo mais definido, mas, a divulgao desta rea do conhecimento tambm pode e deve
ser efetuada por todos ns que j a conhecemos, profissionais da rea da Educao Fsica,
em especial da Ginstica.
Espero que as informaes deste trabalho, fruto de uma experincia vivida em
alguns anos na rea da GG, tambm em clubes, possam ser refletidas e discutidas, e num
segundo momento aperfeioadas numa proposta efetiva de incluso e desenvolvimento da
GG nos clubes, processo este que me parece possvel e garantido.
Referncias Bibliogrficas
SANTOS, Jos Carlos E. & SANTOS, Nadja Glria M. Histria da Ginstica Geral no
Brasil. Rio de Janeiro: Publicao Independente, 1999.
SOUZA, Elizabeth P.M. Ginstica Geral: Uma rea do conhecimento da Educao
Fsica. Campinas, SP [s.n.], 1997.
________________________. Perspectivas para o desenvolvimento da Ginstica Geral
no Brasil: o papel da Universidade. in Anais do Frum Brasileiro de Ginstica Geral.
Campinas, 1999.
Endereo Completo
Av. Jesuno Marcontes Machado, no. 2201, apto 103, Edifcio Piazza Navona - Jd. Planalto
Campinas SP CEP:
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GINASTICA GERAL PARA TODOS
Henrique Sanioto
Licenciatura plena, curso de Educao Fsica
Fundao Educacional de So Carlos FESC,
Escola de Educao Fsica de So Carlos
Resumo: A Equipe de ginstica geral orientada pelo professor Henrique Sanioto,
responsvel pelo projeto Ginstica Geral Para Todos, apresenta uma sntese de diversas
coreografias aliadas tcnica da ginstica olmpica, da dana, do teatro, da
interpretao corporal, e do lazer. Todos estes elementos se somam e promovem prazer e
sade, melhorando a condio fsica dos praticantes. A fita SHOW apresenta a
coreografia Isto Brasil que valoriza nosso povo e nossa cultura..
Introduo
A Equipe de ginstica geral j faz parte do calendrio cultural da regio de
Araraquara. A Equipe que j completou mais de uma dcada de trabalho, data oportuna
para comemorar as conquistas e tambm as derrotas que servem como instrumento de
impulso e reflexo e que do continuidade a nossa luta que constante e diria. A
dedicao do professor e coregrafo Henrique Sanioto vem conduzindo essa trajetria de
mais de 10 anos fez com que o grupo de Araraquara se firmasse como um dos mais
importantes no cenrio esportivo nacional.
Esse trabalho social, cultural e esportivo, sustenta uma estrutura com diversos
alunos praticando esta modalidade, que hoje se tornou um espelho para populao. Essa
unio da sociedade faz crescer ainda mais nosso percurso rumo a maiores conquistas
futuras. A utilizao da ginstica olmpica ao trabalho aliado as expresses artsticas como:
o teatro, a musica e a dana, trouxe contribuies significativas ao nosso grupo, que se
destaca e reconhecido em todo o estado. Aps brilhar nos mundiais da Alemanha em
1995, e da Sucia em 1999 representando o Brasil em um evento de tal grandeza que a
World Gymnaestrada, sem duvida este mega evento cultural, social, e esportivo, rene os
melhores atletas do mundo na ginstica geral e isto traz retorno no s para nossos atletas,
mas para a divulgao do Brasil em mbito internacional.
Hoje a equipe tem um arquivo coreogrfico muito rico, com mais de cem trabalhos
catalogados, prontos para apresentaes em diversos eventos.
A fita SHOW nos d idia da dimenso que o universo da Ginstica Geral.
Objetivos
Oferecer aos alunos elementos de discusso e reflexo sobre a ginstica geral.
Proporcionar condies pra que os alunos a partir da pesquisa conheam as danas de
origem indgena.
Proporcionar aos alunos condies para que tenham equilbrio fsico, lateralidade e
noes de espao por meio de tcnicas da ginstica geral.
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Proporcionar elementos para que os alunos apliquem as tcnicas aprendidas na
linguagem corporal.
Socializar o grupo com aplicao de dinmicas.
Pesquisar sobre os vrios estilos de dana (erudita, popular e contempornea).
Fornecer material de pesquisa para que os alunos transcendam os movimentos dos
animais para os seus devidos personagens.
Criar nos alunos atitudes com relao linguagem corporal.
Valorizar as diversas culturas como integrantes de uma nao, reconhecendo sua
contribuio no processo de constituio da identidade nacional.
Repudiar o mito social da no diferena entre as vrias raas que formam um povo.
Agir (pr em prtica), no aspecto fsico, conforme os padres de sade para um
cidado saudvel, isto , conscientiz-lo a ter hbitos sadios.
Dar idias de diversos trabalhos coreogrficos.
Valorizar a criao de novos temas e transforma-los em movimentos corporais.
Henrique Sanioto
R. So Pedro, 160 Vila Xavier
CEP: 14810-052 Fone: (16) 232-3598 / 9781-4734
A DANA NA TERCEIRA IDADE:
FUNDAMENTADA NO PROCESSO PEDAGGICO DA GINSTICA GERAL
Prof. Rejana Gomes Nogueira Torquato
Especialista em Ginstica / Unicamp
Resumo: O foco principal deste trabalho evidenciar a importncia do processo
pedaggico da Ginstica Geral nas aulas de Dana da 3 idade na Unidade do Sesc
Campinas. observado nas aulas, o prazer e a motivao que este tipo de atividade fsica
proporciona as alunas, atravs de um lazer orientado.O quadro que encontramos na
realidade brasileira formado por profissionais quase sempre no qualificados para este
fim e ainda acreditando que o idoso um ser frgil e dependente.Segundo uma viso scio
educativa, o objetivo desta proposta , dismistificar o conceito que, s se trabalha com
idosos utilizando-se de estratgias adaptadas.
I - INTRODUO
No desenvolvimento inerente ao homem durante o ciclo vital, o envelhecimento
apresenta mudanas quantitativas e qualitativas envolvendo ganhos e perdas que o
indivduo pode interagir e otimizar.
Neste trabalho abordo a importncia da elaborao de uma metodologia especfica
em Dana, para se trabalhar com grupos de 3 idade., ressaltando a responsabilidade de se
lidar com esta faixa etria da populao. Na realidade, o que encontramos com mais
freqncia, so profissionais despreparados, que se utilizam de frmulas adaptadas do
modelo escolar. Agindo assim, sem uma metodologia prpria, existe uma desmotivao do
idoso na atividade.
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Encontrei na filosofia da Ginstica Geral contedos fundamentais e importantes
para esta prtica, pois apresenta objetivos e pontos norteadores que esto totalmente
identificados com a proposta de trabalho corporal com idosos da Unidade do Sesc
Campinas.
II DANA PARA 3 IDADE
As aulas de Dana do Sesc Campinas esto inseridas no programa de Atividades
Fsicas para 3 Idade. Portanto, entrando na questo especfica do trabalho fsico para
idosos, observamos aspectos positivos no processo de envelhecimento. A atividade fsica
possibilita a reeducao dos movimentos, melhoria da aptido fsica, da disposio geral,
proporciona sensaes corporais agradveis, facilita a execuo das atividades da vida
diria, possibilita alteraes positivas nos quadros de doenas, bem como o bem estar
social e psicolgico do idoso (Okuma, 1998). Segundo Freire (1991), o benefcio do
exerccio transcende o limite do corpo fsico, melhorando tambm o estado psicolgico e
as relaes sociais. Sendo assim, as aulas de dana conduzem as alunas a resgatarem a
condio de eficincia, independncia e autonomia. Consequentemente, elas se tornam
novamente ativas e abertas para o mundo. Mas por outro lado, esta prtica ainda copiada
ou adaptada de um modelo escolar, ou ainda se utiliza da Dana de Salo como contedo
nas aulas. Na experincia prtica que tenho com minhas alunas, o que elas buscam com
esta atividade vai alm do que recordar os antigos bailes que elas freqentavam. Da a
importncia de se descaracterizar a Dana (atividade fsica) para idosos como sendo um
mtodo adaptado, copiado e criar uma metodologia adequada,
reconhecendo
principalmente a importncia de percebermos a multidimensionalidade do envelhecimento.
E, de acordo com Marquez Filho (1998), precisamos ter uma viso integradora, menos
dicotomizada sobre o corpo, a partir de uma perspectiva mais global do desenvolvimento
do ser humano. Atravs desta concepo do trabalho corporal com idosos, destaco os
objetivos gerais, especficos e os princpios metodolgicos usados no programa de
atividades fsicas do Sesc Campinas que esto inseridos nas aulas de Dana.
OBJETIVOS GERAIS:
- Conscincia e Autonomia Corporal.
- Exerccio da cidadania
- Melhoria da qualidade de vida
OBJETIVOS ESPECFICOS:
- Preventivo
- Sociabilidade
- Educao e Reeducao Motora
- Transferncia para o cotidiano
- Cultura de conhecimentos.
- Auto Gesto
PRINCPIOS METODOLGICOS:
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- Scio / Interacionista
- Interveno no diretiva.
- Scio cultural
- Difuso e interao social.
Identificados estes aspectos na Dana (atividade fsica) com idosos no Sesc
Campinas, poderemos entender como os pontos que norteiam a GINSTICA GERAL
esto associados ao contexto das aulas para motivar e acrescentar movimentos ao
repertrio corporal dos nossos alunos.
III O PROCESSO PEDAGGICO DA GG NA DANA PARA 3 IDADE
A Ginstica Geral uma manifestao da cultura corporal, que rene as diferentes
interpretaes da ginstica, integradas s demais formas de expresso do ser humano, de
forma livre e criativa (Souza, 1997).
O objetivo da Ginstica Geral proporcionar o desenvolvimento das qualidades
pessoais como autonomia, a capacidade de deciso, a autoconfiana, a cooperao, a
criatividade e a sociabilidade entre outras. Pode-se falar tambm dos trabalhos de
flexibilidade, fora e agilidade que preparam os idosos para a execuo das tarefas da
rotina diria provocando melhorias na auto-imagem, auto-conceito e na auto-estima.
De acordo com a concepo de Ginstica Geral do Grupo de Pesquisa em Ginstica
Geral da FEF/Unicamp, as aulas de Dana para a 3 idade priorizam a formao e a
capacitao humana, fenmenos estes que orientam a ao educativa da Ginstica Geral.
(Souza, 1997)
A formao humana tem como ponto principal fazer com que o idoso tome
conscincia de sua individualidade e desenvolva as suas potencialidades readquirindo
assim auto confiana. J a capacitao humana tendo em vista as limitaes,
caractersticas desta faixa etria, passa para um lado mais especfico, enfocando
principalmente o trabalho de reeducao corporal atravs de aulas que desenvolvam as
capacidade biolgicas e as habilidades motoras do idoso.
Um dado importante a ressaltar o resgate da histria corporal das alunas da 3
idade. Assim tenho em mos, com base nestes relatos, uma quantidade tal de experincias
motoras que me ser til para avaliar a turma e poder assim me orientar na elaborao do
processo educativo dos movimentos.
Dentro da filosofia da GINSTICA GERAL, destaco a seguir alguns pontos que
norteiam o meu trabalho em Dana para a 3 idade (Sousa, Prez Gallardo, 1997):
incentivo e a valorizao do indivduo em benefcio do grupo
o contedo utilizado nas aulas parte das experincias individuais
contedos da cultura corporal
resgate de valores culturais
prazer na atividade (ludicidade)
cooperao e participao
experimentao de diferentes forma de organizao grupal
estmulo auto-superao e criatividade
participao de todos do grupo
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aumento da interao social
composies coreogrficas como produto final do processo educativo
Identificados os pontos norteadores na concepo da Ginstica Geral e os objetivo
gerais, especficos bem como os princpios metodolgicos da Dana (trabalho fsico) com
idosos, abordarei o processo pedaggico utilizado na elaborao da coreografia Pijamas,
que est gravada no vdeo a ser apresentado.
Foi sugerido s alunas que elas providenciassem travesseiros para serem utilizados
nas aulas como material alternativo na concepo da coreografia. A partir da,
experimentando diferentes formas de organizaes grupais as alunas usaram da
criatividade para elaborar diversos movimentos com os travesseiros. Eu atuei como
facilitadora , interferindo algumas vezes para organizar e orientar melhor as idias dos
grupos formados. Desta forma a coreografia foi surgindo a partir de movimentos criados
pelas alunas e tambm alguns sugeridos e organizados por mim. As atividades em grupo
servem como suporte social, nas quais, as alunas constantemente no se deixam desmotivar
a qualquer sinal de dificuldade a frente, criando uma sensao de que, eu sou til e que
posso ajudar as outras alunas, ou que as debilitaes que a idade me impe podem ser
superadas facilmente, contribuindo assim para o desenvolvimento fsico, mental e social do
idoso.
Como a Ginstica Geral, a atividade de Dana para a 3 idade enfoca como ponto
principal, a participao coletiva do grupo a ser trabalhado priorizando e respeitando o
limite de cada aluno, as diferenas individuais e utilizando parte das experincias de cada
um para a realizao de um trabalho em grupo, identificado assim um processo no
diretivo, no copiado na metodologia empregada. Desta maneira o ser humano altamente
valorizado. Entendo que num grupo de idosos, esta concepo tem uma importncia
fundamental pois trabalha justamente a conscincia corporal do aluno levando-o a ser
gestor de suas atividades rotineiras do cotidiano.
Dentro do contexto da Ginstica Geral, a valorizao do indivduo no grupo, as
experincias individuais socializadas, o resgate de valores culturais de cada um, o prazer
na atividade e o estmulo auto-superao, so pontos que devem ser desenvolvidos como
contedo tanto na Dana como numa atividade fsica para idosos pois, sabido que,
desenvolvendo estes pontos o idoso adquire autonomia corporal, exercita sua cidadania
melhorando consequentemente sua qualidade de vida. Isto se consegue atravs de aulas
que valorizam o resgate de manifestaes culturais do corpo, nas quais os participantes
constrem, a partir de um processo educativo, composies coreogrficas, tomando como
referncia a bagagem corporal do participante. As estratgias utilizadas so: formaes
espaciais, ritmo, elementos gmnicos etc.
A sociabilidade altamente trabalhada nas aulas e por isso tem um papel
fundamental no trabalho corporal. O idoso tem necessidade de se unir a grupos, para no se
isolar do mundo. A cooperao, a participao, a discusso das manifestaes corporais e a
interao social promovida pela Ginstica Geral conduz o idoso a maior interao com o
mundo em que vive, dando subsdios para ele interagir de forma saudvel com seu
cotidiano, ampliando a sua cultura de conhecimentos, valorizando as potencialidades
individuais, promovendo uma reeducao corporal e consequentemente prevenindo
doenas decorrentes do envelhecimento
No que diz respeito s estratgias empregadas na realizao das aulas, desenvolvo
atividades que exploram a noo espacial, temporal, rtmica, culo manual, lateralidade e
expresso corporal. Utilizo nas aulas ou em composies coreogrficas, materiais
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tradicionais e no tradicionais da Educao Fsica (ex: pneus, panos, bexigas etc.), com
isso levo as alunas uma experincia nica atravs da manipulao destes materiais. Essas
estratgias fazem com que as alunas adquiram um maior conhecimento de seu corpo em
relao ao mundo.
IV CONSIDERAES FINAIS
Analisando os conceitos e as estratgias utilizadas nas aulas de Dana para 3 idade,
fundamentadas no processo pedaggico da GG, encontrei contedos que enriquecem o
trabalho corporal para grupos da 3 idade. Acredito que esta proposta valoriza o idoso
como um indivduo ainda atuante na sociedade e no marginalizado. Na escassez de
metodologias adequadas para se trabalhar Dana ou atividades fsicas com a 3 idade,
tenho certeza que consegui encontrar na GG meios para se realizar uma atividade ( no
adaptada ) onde o idoso percebe que ele ainda capaz de auto gerir movimentos,
entendendo a importncia da prtica de uma atividade fsica para a manuteno da sade e
da qualidade de vida.
V REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ALVES JUNIOR, E. de DRUMOND. "Objetivando construir uma metodologia mais
adequada para a prtica das atividades fsicas dos idosos". In Revista arquivos
de Geriatria e Gerontologia. Vol. III. n. 2. P57 - 61. RJ. Ed. Cientfica Nacional.
1999.
ENCONTRO DE GINSTICA GERAL. Coletnea: textos e snteses do I e II
Encontro de G.G, 2 ed. Campinas, Grfica Central da Unicamp, 1998 pg. 80.
FREIRE, JOO B. De corpo e Alma. O Discurso da Motricidade . So Paulo .
Ed. Summus. 1991.
MARQUEZ F., ERNESTO. "Atividade Fsica no Processo de Envelhecimento: um
uma proposta de trabalho. Dissertao ( Mestrado ), Campinas - Unicamp
1998.
OKUMA, S. S. "O idoso e a atividade fsica ". Ed. Papirus. Campinas. SP. 1998.
SOUZA, E. P. M. de, PREZ GALLARDO. J. S. Ginstica Geral: duas vises de
um fenmeno. In: Ayoub, E. (Org.). Coletnea: textos e snteses do I e II
Encontros de Ginstica Geral. Campinas: Grfica da Unicamp, 1997
SOUZA,E.P.M. de. A Busca do auto-conhecimento atravs da conscincia
corporal: uma nova tendncia. Campinas, 1992. Dissertao ( Mestrado)
Unicamp, 1992
________________. Ginstica Geral: uma rea de conhecimento da Educao
Fsica. Campinas, Tese (Doutorado) Unicamp, 1997
Rejana Gomes Nogueira Torquato
Av: Padre Gaspar Bertoni, 567 Bloco S Apto.123
Jd. Pacaembu Campinas SP
13033-480 tel: 19- 3284-3217
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ATIVIDADES DE GINSTICA GERAL NA ESCOLA
EDUCAO INFANTIL 4A SRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL
Profa. Suzana Bastos Ribas Koren
Mestranda em Educao
Fsica
Profa. Dra. Vilma L. Nista-Pccolo.
Faculdade de Educao Fsica Unicamp
Resumo: Este texto versa sobre as possibilidades de se aplicar atividades de Ginstica
Geral na escola com uma viso educacional, objetivando a formao e a explorao das
habilidades motoras bsicas da criana e a expresso corporal. Neste sentido a G.G. pode
ser considerada como Educao Fsica de Base ou Ginstica Formativa, j que atua
diretamente no enriquecimento do seu repertrio motor durante a 1a. Fase escolar de 5-10
anos de idade.
PALAVRAS-CHAVES: Ginstica Geral; Desenvolvimento Motor; Formao Humana.
A criana puro movimento, o seu prprio ritmo com sons e cores.
Sendo naturalmente ativa apresenta necessidades de movimento que est
intimamente ligada s exigncias de seu desenvolvimento fsico e psquico. Ela se
comunica, se entusiasma e realiza inumerveis movimentos, organizando suas experincias
no espao e no tempo por serem aes indispensveis ao seu processo de crescimento e
desenvolvimento. A criana realiza estas tarefas de movimento com muita alegria por
estar motivada pelas prprias exigncias de sua natureza.
O seu aprendizado facilitado pelo seu interesse em executar os movimentos de
forma prazerosa, tanto no momento em que est manipulando ou explorando um material
ao ritmo de uma msica, como vivenciando a satisfao de sentir o seu corpo girar no ar no
instante em que realiza uma acrobacia.
Um elemento facilitador do aprendizado motor a Ginstica Geral (G.G.) pois
possibilita qualquer manifestao da cultura corporal por meio de sua participao.
A Ginstica Geral, quando trabalhada com o objetivo de formao humana
antecedendo capacitao, transforma-se em um contedo indispensvel da disciplina
Educao Fsica escolar, pois respeita a individualidade da criana em relao aos seus
valores pessoais e sua bagagem motriz e cultural. A partir dos contedos culturais que
compem esta modalidade gmnica, somados s expectativas dos alunos na escola,
possvel construir a base de um processo educativo. Quando a criana aceita como ela ,
e encontra diferentes possibilidades de interagir com suas respectivas capacidades, poder
facilmente superar suas dificuldades, aprimorando-se. Com propostas de G.G. todos os
alunos sero capazes de se expressar, independente do seu potencial.
As atividades podero ser aplicadas de acordo com a fase de desenvolvimento
motor em que a criana se encontre:
- na Educao Infantil e Pr-escola, por volta de 4-5 anos de idade, as crianas esto no
estgio elementar de execuo dos movimentos fundamentais. Com a orientao do
professor, e por meio de atividades naturais bem diversificadas, poder ocorrer a
descoberta de novas formas de utilizao das habilidades motoras. O ritmo (musical, de
percusso,...) um recurso de grande valia quando utilizado nesta fase. Como experincia,
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por exemplo, temos utilizado vrios tipos de msicas e ritmos diferentes durante as
atividades de ginstica que trabalhamos na escola, e as crianas respondem executando
elementos gmnicos sincronizando-os com o ritmo que esto ouvindo. Nesta fase das
crianas, as situaes imaginrias esto muito presentes, nas quais elas so capazes de
executar os elementos gmnicos de uma forma extremamente ldica e criativa.
- na 1a. e 2a. Sries, entre 6-8 anos de idade, a aprendizagem caracteriza-se pela
combinao dos movimentos fundamentais ou das habilidades motoras especficas.
Atividades como a G.G. podem estar diretamente relacionadas ao conhecimento, ao
domnio do corpo e expresso corporal. Por meio de propostas que apresentem um ou
vrios tipos de materiais, colocados disposio dos alunos no momento da aula, faz com
que possam manipular e criar, respondendo ao ritmo da msica ou percusso com
expresses corporais. Assim, podem ser elaboradas pequenas coreografias compostas por
movimentos em que as crianas encontrem facilidade, naturalidade e prazer na sua
execuo. Desta forma, as atividades devem auxiliar as crianas a alcanarem um estgio
maduro de suas habilidades motoras e estimular a reflexo de aspectos sociais. As
situaes de grupo nesta fase declaram as dificuldades que as crianas tm para se
organizarem no desenvolvimento de um trabalho, portanto as atividades podem direcionlas sociabilizao enfatizando o respeito, a compreenso, o esprito de equipe.
- na 3a.e 4a. sries , entre 9- 10 anos de idade , a aprendizagem caracteriza-se em
aperfeioar as habilidades motoras vivenciadas nas sries anteriores, ampliando o desafio
da execuo de movimentos mais complexos. Isto se d por meio de atividades que j
estejam dominadas. A coreografia pode ser uma parte ou o final do processo de ensino
dessas novas habilidades, e as seqncias de movimento no precisam necessariamente
fazer parte de todas as aulas. Nesta fase, as atividades aplicadas com a G.G. podem ser
uma experincia ampla envolvendo meninos e meninas na participao de coreografias, j
que nesta fase alguns sentem dificuldades em dar as mos entre si, pois sentem vergonha
ou inibio. Estas atitudes ocorrem naturalmente por estarem acontecendo as primeiras
reaes de interesse e sentimentos pelo sexo oposto. O papel do professor valorizar os
sentimentos do seu aluno e ensin-lo a vivenciar os valores humanos, direcionando-o em
atividades nas quais ele se sinta valorizado pelo grupo e motivado a cooperar, a ser
responsvel e solidrio, desenvolvendo amizade e esprito de grupo.
A criana possui, por natureza, uma facilidade enorme em se agrupar. E nesse
momento que o professor pode se tornar um facilitador da aprendizagem ao propor
atividades que possam beneficiar os valores humanos a serem respeitados dentro do limite
que cada um possui. Segundo Maturana e De Rezepka, citados por Souza (1997:84), a
formao humana tem a ver com o desenvolvimento do menino ou menina como pessoa
capaz de ser co-criadora com outros de um espao humano e de convivncia social
desejvel. Para que isto seja alcanado necessrio criar condies que orientem e
apiem a criana durante o seu crescimento, considerando-a capaz de respeitar a si mesma
e ao outro e de fazer suas prprias escolhas.
Quando focalizamos a criana durante o seu desenvolvimento motor no podemos
fazer comparaes de desempenho, pois do ponto de vista da capacitao, segundo Souza
(1997) o objetivo no ser melhor do que o outro, mas ser melhor que si mesmo. Dessa
forma, a oportunidade de vencer igual para todos.
No ritmo de uma msica e na resposta a esse som musical podemos observar que a
criana expressa naturalmente, por meio de movimentos corporais, o que ela est sentindo,
no se importando, algumas vezes, com sua dificuldade na execuo dos movimentos, mas
sim uma satisfao centralizada no prazer em participar.
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Em nossas vivncias com a Ginstica Geral na escola, temos sempre considerado
tanto a naturalidade da criana em expressar seus movimentos como tambm a sua
criatividade ao execut-los durante as aulas de Educao Fsica. Por isso, possvel
ressaltar a importncia desta modalidade como parte do Programa Escolar face sua
amplitude de possibilidades, englobando alm dos jogos, a dana escolar e as expresses
folclricas, fazendo com que a criana vivencie, reflita e valorize as mais diversas culturas
que formaram o nosso pas como tambm a nossa prpria histria, alm de proporcionar
uma infinidade de experincias motrizes.
Como uma experincia inesquecvel com a Ginstica Geral na escola, relatamos
que em comemorao aos 500 anos da Descoberta do Brasil no Ano 2000, foi elaborado
um programa em que as crianas pudessem vivenciar a histria, de forma coreografada. E
assim, por meio de um envolvimento cultural abrangente, desde os momentos da
descoberta com a chegada dos tripulantes em suas caravelas, a viso da nova terra, a
curiosidade dos habitantes nativos com os brancos, a chegada dos negros escravos, os
primeiros colonizadores: portugueses, holandeses, japoneses, alemes, italianos, trazendo
sua cultura, alimentos e seus costumes que hoje fazem parte do Brasil, os alunos puderam
refletir sobre as mais diversas culturas que permeiam hoje nossa histria em nosso dia a
dia. Foi gratificante sentir o resultado deste trabalho, com o qual houve um aprendizado
tambm marcante na vida de cada criana que pode vivenciar aqueles momentos, tanto
durante os ensaios como na apresentao com os trajes tpicos de cada pas.
As caractersticas bsicas da G.G., organizadas a partir de fontes diversificadas,
indicam um longo caminho a ser percorrido para que esse fenmeno scio-cultural possa
ser compreendido em profundidade naquilo que o distingue e singulariza-o dentro do
mundo vasto e complexo da Ginstica.(Ayoub, 1996; pg...)
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
Coletnea: textos e snteses do I E II Encontro de Ginstica Geral. Campinas: Grfica
Central da Unicamp, 1997.
Gallardo, J.S.P., Oliveira, A.A. B.de, Aravana, C.J. O., Didtica de Educao Fsica: a
criana em movimento: jogo, prazer e transformao So Paulo: FTD, 1998.
Nista-Piccolo, V.L.(org.) Educao Fsica Escolar: ser...ou no ter. Campinas, Ed. da
Unicamp, 1995.
Souza, E.P.M. de Ginstica Geral: uma rea do conhecimento da Educao Fsica. Tese
(doutorado) Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educao Fsica. Campinas
So Paulo, 1997.
Suzana Bastos Ribas Koren
Rua Prof. Luiz Waldvogel, 245 Pq. Ortolndia
Hortolndia / SP CEP 13184-030
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GINSTICA DE GRANDE REA:
UMA REALIDADE POSSVEL NO CONTEXTO ESCOLAR.
Profa. Thais Franco Bueno Colgio Corao de Jesus de Campinas
Mestranda da Faculdade de Educao Fsica da Unicamp
Profs. Rosa E.Di Sevo Nesso, Tereza E. Barcellos, Valria A . dos Santos,
Marcio M. A . de Oliveira, Maurcio de Campos Ferraz
Colgio Corao de Jesus de Campinas
Profa.Raquel B. Gobbo Clube Campineiro de Regatas e Natao
Prof. Dr. Jorge Prez Gallardo Faculdade de Educao Fsica da Unicamp.
Resumo: Este vdeo pster visa mostrar a experincia de um trabalho de Ginstica de
Grande rea no contexto escolar, realizado na ocasio da abertura da Olimpada do
ano 2000 do Colgio Corao de Jesus de Campinas. Essa ginstica de demonstrao
privilegia a participao de um grande nmero de pessoas em reas extensas, utilizando
materiais de pequeno e grande porte, fomentando a interao social e a valorizao
humana. Com o tema Sydney aqui foi desenvolvida uma composio coreogrfica
no campo de futebol da escola com a criao da equipe dos professores de Educao
Fsica e a colaborao dos prprios alunos que vivenciam a Ginstica Geral no
contedo curricular da Educao Fsica. Foram convidados a participar do evento 900
alunos entre 03 e 17 anos alm de pais e professores. A eficcia do trabalho e o
envolvimento de todos vieram comprovar o valor da Ginstica de Grande rea e levar
adiante um princpio imutvel , de que a Educao s verdadeira se trouxer consigo a
realizao humana.
A Ginstica Geral uma modalidade orientada para o lazer. Ela pode ser praticada
por qualquer pessoa, no importando suas caractersticas individuais, cada participante
um sujeito ativo do grupo que contribui na produo de expresses do movimento .
Segundo Tibeau (1996,p.61):
A Ginstica Geral, envolve aspectos subjetivos de movimento num processo de criao,
harmoniosa e esttica gestual, que se transforma em um produto que pode ser apresentado
como resultado final de um trabalho. Desta maneira, em termos pedaggicos, processo e
produto levam o indivduo aquisio de uma autonomia e emancipao individual.
Seu valor educacional nos permite que seus contedos sejam trabalhados na
Educao Fsica escolar e comunitria.
Aprender Ginstica Geral na escola significa, portanto, estudar, vivenciar conhecer,
compreender, perceber,confrontar, interpretar, problematizar, compartilhar, apreender as
inmeras interpretaes da Ginstica para, com base nesse aprendizado buscar novos
sentidos e significados e criar novas possibilidades de expresso gmnica. Sob essa tica,
podemos considerar que a Ginstica Geral como conhecimento a ser estudado na
Educao Fsica Escolar representa a Ginstica.(Ayoub, 1999, p.40.).
Possibilita diversas formas de trabalho dentre elas esta a Ginstica de Grande rea
que uma ginstica de demonstrao, realizada em grandes superfcies, utilizando
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materiais de pequeno e grande porte, privilegiando a participao de um grande nmero de
pessoas. Esta manifestao da cultura corporal de grande relevncia, pois usada em
eventos esportivos, escolares, festas regionais entre outros. Fomenta a interao social e a
valorizao humana. Atualmente pouco utilizada no Brasil, no mbito escolar e
comunitrio, devido a falta de conhecimento sobre sua elaborao e organizao que os
profissionais tem em especial os professores de Educao Fsica, sendo que neste momento
na maioria das escolas e prefeituras, estes eventos passaram a ser terceirizados. O objetivo
deste trabalho resgatar esta manifestao da cultura corporal relatando a vivncia da
equipe de Educao Fsica do Colgio Corao de Jesus em Campinas na ocasio da
abertura de suas Olimpadas no ano 2000. Salientamos que esta foi nossa segunda
experincia com a Ginstica de Grande rea pois j a havamos utilizado na comemorao
dos 90 anos da escola no ano anterior tendo grande aceitao. Neste novo trabalho foram
convidados 900 alunos entre 03 e 17 anos de idade alm da participao de professores e
pais na coreografia. Divididos em grupos executavam diferentes expresses gmnicas
exploradas em diversas formaes , com e sem deslocamento que aconteciam
simultaneamente no campo de futebol da escola. A composio coreogrfica com tema
Sidney aqui... contou com a criao da equipe de Educao Fsica formada por 6
professores alm da contribuio dos prprios alunos que vivenciam a Ginstica Geral no
contedo curricular da Educao Fsica O trabalho envolvia o manejo de aparelhos
portteis de pequeno e grande porte (arcos encapados com panos, espaguetes de natao ,
guarda-chuvas de papel, bandeiras, bandeiras gigantes , grandes leques) tendo em suas
cores a representao dos continentes . Alm da utilizao de grandes bases imveis, como
quatro tablados em forma de crculos, uma pirmide de 06 metros de altura representando a
chama Olmpica e dois mastros de 5 metros de altura com tecidos representando a unio
dos continentes, todos confeccionados nas oficinas da escola pelos seus funcionrios. Os
alunos foram preparados para o evento utilizando uma das trs aulas semanais de Educao
Fsica alm de uma aula semanal de Artes, durante um perodo de 40 dias mais dois
ensaios gerais. Inicialmente foram preparados em subgrupos procurando explorar os
movimentos possveis de cada aparelho , lembrando tambm que sua movimentao
deveria ser vista de grandes distncias. O trabalho final com o grande grupo exigiu a
organizao e colaborao de todos quanto ao deslocamento simultneo no campo de
futebol. A apresentao da Abertura das Olimpadas ocorreu em uma manh de sbado
com grande pblico presente. A eficcia do trabalho e o envolvimento de alunos,
professores, pais , funcionrios e direo vieram comprovar o valor da Ginstica de Grande
rea no contexto escolar, e levar adiante um princpio imutvel, de que a Educao s
verdadeira se trouxer consigo a realizao humana.
Referncias Bibliogrficas
AYOUB, E. A Ginstica Geral no mbito da Educao Fsica Escolar. Anais do Frum
Brasileiro de Ginstica Geral, 1.,1999, Campinas,SP.
TIBEAU,C. M. Caractersticas da Ginstica Geral Uma Viso Pessoal . In Coletnea:
textos e snteses do I e II ENCONTRO DE GINSTICA GERAL. Campinas: Grfica
Central da Unicamp,1996.
Thais Franco Bueno
R: Roberto Simonsem,122 Campinas-SP
13090-160 Tel: 19- 32511937
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MOSTRAS PEDAGGICAS
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PROCESSO DE COMPOSIO COREOGRFICA EM GINSTICA GERAL
Andresa Ugaya
Luciano Truzzi
Grupo de pesquisa em Ginstica Geral
da FEF Unicamp
Resumo: A GG uma atividade democrtica, na qual cada praticante pode contribuir de
forma significativa para o desenvolvimento e o crescimento do grupo, flexvel podendo
ser praticada por todos indivduos. Enquanto processo educativo tem como produto final
a criao e demonstrao de composies coreogrficas. Partindo desse princpio,
iniciamos o processo de criao com 24 crianas de 11 a 13 anos de idade, participantes
da oficina de Ginstica Geral do programa Ame a Vida sem Drogas, na instituio
Unio Crist Feminina, localizada no Jardim Santa Mnica em Campinas. Os materiais
utilizados para esta coreografia foram pneus de automvel e bicicleta.
A Ginstica Geral uma atividade praticada mundialmente, com maior tradio nos
pases europeus, com destaque para Alemanha, Sucia e Dinamarca, entre outros.
A FIG (Federao Internacional de Ginstica) a principal organizao responsvel
pelos assuntos ligados Ginstica, tanto competitiva como recreativa (onde se enquadra a
Ginstica Geral). Em sua concepo a Ginstica Geral a parte da Ginstica que est
orientada para o lazer, onde pessoas de todas as idades participam principalmente pelo
prazer que sua prtica proporciona (Souza, p. 34, 1997).
A Ginstica Geral permite a participao de todos os indivduos. No existem
restries quanto ao gnero, faixa etria, etnia, condio fsica etc. Podemos dizer que a
Ginstica Geral uma atividade flexvel, pois se modifica de acordo com o pblico
participante respeitando limites e a individualidade de seus praticantes.
O Grupo de Pesquisa em Ginstica Geral Grupo Ginstico Unicamp - vinculado
ao departamento de Educao Motora da Faculdade de Educao Fsica da Universidade
Estadual de Campinas desde 1989, prope e difunde sua prpria concepo de Ginstica
Geral. a partir desta concepo que nosso trabalho vem sendo realizado.
Para o Grupo Ginstico Unicamp a Ginstica Geral uma manifestao da Cultura
Corporal que rene as diferentes interpretaes da Ginstica (Natural, Construda,
Artstica, Rtmica Desportiva, Aerbica etc.) integrando-as com outras formas de
expresso corporal (Dana, Folclore, Jogos, Teatro, Mmica etc.) de forma livre e criativa,
de acordo com as caractersticas do grupo social e contribuindo para o aumento da
interao social entre os participantes (Gallardo & Souza, 1994).
Essa concepo est baseada nos princpios de formao humana e capacitao,
segundo Maturana e De Rezepka, aspectos intimamente ligados a toda ao educativa e
tem como paradigma os fenmenos Socializao e Sociabilizao.
Na viso do Grupo Ginstico Unicamp a capacitao um caminho para a
realizao da tarefa educacional, quando esta se d numa situao de respeito mtuo entre
professor e aluno (Souza, 1997:84). Ela est ligada ao desenvolvimento das capacidades
biolgicas e das habilidades motoras.
Quanto formao humana, a principal atitude do professor deve ser a de ensinar
a vivenciar os valores humanos, criando atividades onde o aluno tenha a oportunidade de
experienciar a cooperao, a responsabilidade, a amizade, a solidariedade, o respeito a si
prprio e aos demais etc (Souza, 1997:85).
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Dentro dessa filosofia algumas metas devem ser atingidas ao se realizar um
trabalho de Ginstica Geral. Uma delas, abordada neste trabalho, a demonstrao de
composies coreogrficas como produto final de um processo educativo.
Para atingir essa meta necessrio um trabalho de base, onde se deve passar por
vrias etapas de aprendizagem (como de elementos especficos da Ginstica, ritmo,
explorao das diversas aes motoras etc) para se chegar criao de uma composio
coreogrfica.
Ao iniciar uma composio coreogrfica em Ginstica Geral tudo o que se referir a
esse processo levantado e discutido com todos integrantes/participantes da atividade.
Desde o tipo de msica que ser utilizado at a cor da roupa. Todos tm liberdade para
expor suas idias e opinies e elas so aceitas ou no, conforme a deciso do grupo como
um todo.
Acredita-se que o processo de criao pode promover aumento da interao social,
ampliao das vivncias motoras, estmulo a criatividade, aumento da auto-estima e da
auto-superao, alm de uma possvel melhora na coordenao motora, ritmo e
concentrao entre outros.
A elaborao deste trabalho tem como objeto principal de estudo as experincias
com a oficina de Ginstica Geral do Programa Ame a Vida sem Drogas, atualmente em
seu terceiro ano de atividades.
Iniciamos uma composio coreogrfica com crianas na faixa etria de 11 a 13
anos. O grupo formado possui ao todo 24 integrantes, na sua maioria participantes pelo
segundo ano consecutivo deste programa.
No ano passado (2000) foram criadas duas coreografias, as quais tinham como tema
principal o circo. Uma delas foi composta usando elementos da Ginstica Acrobtica e a
outra usando material alternativo, no caso, bambus gigantes. Essas coreografias foram
apresentadas no espetculo de encerramento do Programa Ame a Vida sem Drogas, na
Escola Estadual 31 de Maro e na FEF - Unicamp, na cidade de Campinas SP.
Para esse ano o objetivo recuperar as coreografias j produzidas e criar duas
outras novas.
Metodologia de Trabalho
A metodologia de trabalho utilizada com este grupo, a mesma que orienta a
proposta do Grupo Ginstico Unicamp, tem como principal objetivo proporcionar o
aumento da interao social, atravs do trabalho grupal, no qual cada participante
contribui com as experincias e habilidades que melhor domina e que podem ser teis para
o trabalho do grupo. O trabalho pode ser dividido em dois blocos, um destinado ao
aumento da interao social e outro para a explorao e utilizao de todos os recursos que
o material proporciona:
Aumento da interao social
1. Desenvolvimento e aperfeioamento das habilidades individuais, a fim de aumentar os
recursos a serem socializados, selecionando os movimentos que so comuns maioria e
que permitem a criao de um repertrio comum de movimentos. A isto chamamos de
"criao de uma linguagem comum de movimentos".
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Uma das formas que utilizamos, so os deslocamentos grupais com gestos esportivos e
imitativos da vida cotidiana, onde o professor coloca inicialmente alguns modelos de
movimentos que so conhecidos por todos. Alcanada a compreenso desta idia, formamse pequenos grupos onde os monitores so os prprios alunos.
2. Intercmbio de experincias entre os alunos, no qual so utilizadas diferentes formas de
organizao grupal. Inicia-se aos pares, passando a seguir para trios, quartetos, grupos de
oito, at um grande grupo, que de acordo com a idade e experincia dos alunos podem
chegar a 10, 12, 15 ou mais integrantes.
3. Alcanada a estrutura grupal, exploramos diversas formas coreogrficas, tais como:
formaes em linhas retas, curvas e combinadas; formaes em crculos, tringulos,
quadrados etc.
4. Utilizao das experincias motoras individuais e coletivas dentro das formas
coreogrficas descobertas.
Explorao dos recursos dos materiais adaptados
1. Explorao dos recursos prprios do material, no caso os pneus de automvel e bicicleta
em seu uso especfico (por exemplo, formas de rolar).
2. Explorao do material em outras situaes, por exemplo, uma transposio a diferentes
jogos, danas etc;
3. Explorao do material nas artes cnicas, por exemplo, no teatro, na mmica.
4. Explorao do material nas artes plsticas, por exemplo, na construo de esquetes,
aparelhos ginsticos ou de malabarismo etc.
Aps a explorao do material, utilizamos formas de trabalho que estimulem as
descobertas individuais e grupais, tais como:
1. Variaes de utilizao do pulso (o ritmo) da msica;
2. Utilizao das possibilidades de amplitude do movimento;
3. Utilizao de deslocamentos em diferentes direes;
4. Utilizao de diferentes posies do corpo;
5. Utilizando as variaes do centro de gravidade do corpo
6. Utilizao de variveis de expresso corporal ou expresses afetivas;
7. Utilizao de imitaes (teatralizao) de personagens, animais, atividades esportivas,
atividades profissionais etc.
8. Utilizao de diferentes expresses culturais, como por exemplo: dana (clssica,
popular, folclrica), teatro, mmica, jogos, lutas etc.
9. Utilizao das expresses da Ginstica (Artstica, Rtmica, Aerbica, Acrobtica).
Fase de elaborao de coreografia
Para a criao grupal da coreografia, os alunos so orientados para que faam um
trabalho de sntese, utilizando todos os elementos descobertos por eles. O professor
supervisiona o trabalho, podendo sugerir mudanas que venham enriquecer e ou facilitar a
execuo da coreografia. A msica proposta e escolhida pelos alunos com uma durao
que no ultrapasse 5 minutos.
Fase de demonstrao
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O resultado de todo processo de construo das coreografias levado a pblico em
festivais, festividades escolares, abertura de eventos esportivos, etc. Segundo Souza
(1997:94), a demonstrao uma das caractersticas fundamentais da Ginstica Geral,
pois consolida o trabalho grupal refletindo o esforo coletivo e reforando a sensao de
pertencer a um grupo que, ao mostrar-se, busca o reconhecimento de seus pares. Este
trabalho conjunto expressa as expectativas, a percepo de mundo e os valores de seus
integrantes e ao ser apresentado transforma-se numa tima oportunidade de avaliao,
transformao e superao.
Essa coreografia foi apresentada no Festival de Ginstica Geral do Clube Bonfim,
no Festival de Ginstica Geral da FEF Unicamp e na festa junina da Instituio Unio
Crist Feminina no Jardim Santa Mnica.
Referncias Bibliogrficas
GALLARDO, J. P. & SOUZA, E. P. M. de. La experiencia del Grupo Gimnstico
Unicamp en Dinamarca. IN: 3 Congresso Latino Americano - ICHPER - SD. Foz do
Iguau, 1995. P. 292-298.
MATURANA, H & REZEPKA, S. N de. Formacin humana y capacitacin. Santiago,
Dolmen, 1995.
SOUZA, E. P. M., PEREZ GALLARDO, J. S. Ginstica Geral: duas vises de um
fenmeno. In: coletnea: textos e snteses do I e II encontros de Ginstica Geral Campinas:
Grfica da Unicamp, 1997.
SOUZA, E. P. M. de. Ginstica Geral: uma rea do conhecimento da Educao Fsica.
Campinas, 1977. 162p. Tese (Doutorado) Universidade Estadual de Campinas, 1997.
UGAYA, Andresa S. A Ginstica Geral no Projeto Ame a Vida sem Drogas.
Monografia. Faculdade de Educao Fsica (UNICAMP), Campinas, 1999.
Andresa de Souza Ugaya - E-mail:
[email protected]Luciano Truzzi - E-mail:
[email protected]Anais do Frum Internacional de Ginstica Geral
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ANIMALE
Henrique Sanioto
Licenciatura Plena em Educao Fsica
pela Fundao Educacional de So Carlos FESC
Escola de Educao Fsica de So Carlos
Resumo: A equipe de ginstica geral orientada pelo professor Henrique Sanioto
responsvel pelo projeto ANIMALE desenvolve uma coreografia que expe linguagens
artsticas diversas, que formam um conjunto harmonioso, com movimentos dos animais,
acrobacias e tcnicas da ginstica olmpica.ANIMALE narra a lenda de uma tribo
ancestral que habitava a selva e vivia em harmonia com a natureza, a linguagem
expressiva do corpo relata em cada gesto e em cada olhar a invaso do homem. A
coreografia, o teatro e a msica nos revelam ser a trade perfeita para o enriquecimento
das potencialidades dos alunos para seu desenvolvimento fsico, psquico e cultural.
Fui em busca do selvagem e encontrei o homem
(Levi Strauss)
01 - INTRODUO
A equipe de ginstica geral faz parte de um programa esportivo, cultural e social do
municpio de Araraquara, este trabalho que tem mais de uma dcada, objetiva o
desenvolvimento fsico e psquico dos alunos, oferecendo-lhes oportunidades de ampliao
do seu universo cultural.
O trabalho aliado dana, utiliza-se de uma linguagem teatral, que necessita da
expresso corporal e da msica, unindo-se aos movimentos como instrumento de
sensibilizao do ser humano.
A versatilidade da equipe, trouxe contribuies significativas ao aprimoramento das
coreografias, algumas delas, j apresentadas na World Gymnaestrada na Alemanha, em
1995 e na Sucia, em 1999. Sem dvida, estas participaes em eventos esportivos e
culturais a nvel internacional, far-se-o divulgar a cultura de nosso pas.
Portanto, o trabalho realizado com o grupo, valoriza no somente os aspectos
esportivos e pedaggicos, como o ramo da arte, tal qual considerado de extrema
importncia para o desenvolvimento do ser humano, pois o presente trabalho, atende
alunos que poderiam estar ociosos, num mundo que a ociosidade dos jovens condenada, e
a globalizao tende a moldar o individuo. Neste prisma, a arte vem como instrumento
regulador dos valores dos jovens,e de suas ansiedades.
02 - JUSTIFICATIVA
No contexto histrico de ANIMALE, sua linguagem corporal, transforma-se num
exerccio de reflexo, para conhecermos o nosso passado, entendermos o nosso presente e
modificarmos o nosso futuro.
A coreografia ANIMALE narra a lenda de uma tribo ancestral, que habitava a
selva, e convivia em plena harmonia com a natureza, at que os membros da tribo foram
contaminados, aps a chegada de homens brancos. Esse contato inesperado trouxe consigo
problemas de comportamento para os membros da tribo, que passaram a desrespeitar as
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leis da natureza, e a maltrat-la. Em resposta, a natureza mostrou que implacvel com
aqueles que no sabem trat-la com respeito.
Aps a chegada dos homens brancos, com sua cultura de dominao e violenta
explorao das riquezas naturais, os membros da tribo viram-se ameaados da sua
sobrevivncia. A linguagem expressiva do corpo dos alunos denuncia em cada olhar e em
cada gesto, a invaso do homem branco, europeu, numa sociedade que vivia em equilbrio
com os elementos da natureza, ou seja, em total serenidade com seu meio, isto , o homem
sendo cosmos, a mesma serenidade dada ao cosmo era a receita para o equilbrio deste
povo.
Ao mesmo tempo em que, a coreografia tece criticas, obedece aos seus objetivos
pedaggicos e prope solues. Subjacentes aos movimentos, permeiam em ANIMALE o
discurso que a cultura, o esporte e a educao so as nicas formas possveis para que uma
nao no perca de vista, a sua identidade pois o homem s ir preservar e defender suas
tradies quando tiver plena conscincia delas e de si mesmo.
Utilizando recursos coreogrficos ANIMALE alia a tcnica da ginstica olmpica
com o teatro, a dana, a msica e o canto formando uma juno inovadora que trs
contribuies significativas ao trabalho do grupo, orientado pelo professor e coregrafo
Henrique Sanioto.
03 - OBJETIVOS
Os objetivos propostos so:
Oferecer aos alunos elementos de discusso e reflexo sobre a ginstica geral.
Proporcionar condies pra que os alunos a partir da pesquisa conheam as danas
de origem indgena.
Proporcionar aos alunos condies para que tenham equilbrio fsico, lateralidade e
noes de espao por meio de tcnicas da ginstica geral.
Proporcionar elementos para que os alunos apliquem as tcnicas aprendidas na
linguagem corporal.
Socializar o grupo com aplicao de dinmicas.
Pesquisar sobre os vrios estilos de dana (erudita, popular e contempornea).
Fornecer material de pesquisa para que os alunos transcendam os movimentos dos
animais para os seus devidos personagens.
Criar nos alunos atitudes com relao linguagem corporal.
Valorizar as diversas culturas como integrantes de uma nao, reconhecendo sua
contribuio no processo de constituio da identidade nacional.
Repudiar o mito social da no diferena entre as vrias raas que formam um povo.
Agir (pr em prtica), no aspecto fsico, conforme os padres de sade para um
cidado saudvel, isto , conscientiz-lo a ter hbitos sadios.
Pesquisar sobre o comportamento dos animais e sobrevivncia.
04 - CONSTRUO DA COREOGRAFIA
O professor e os alunos fizeram, por meio de pesquisa, um levantamento sobre
tcnicas de dana, de ginstica olmpica de teatro e movimentos corporais. As linguagens
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artsticas como msica, expresso facial, mmica, se uniram num conjunto harmonioso, as
acrobacias e tcnicas da ginstica.
Forma feitas dinmicas de grupo para que os alunos estivessem totalmente
preparados e concentrados para interpretar a coreografia com sensibilidade em cada
movimento. ANIMALE mostra uma tribo, que no tinha a convivncia com os homens de
outras origens a no ser a deles mesmos.
Os alunos tiveram que sentir parte integrante de uma tribo ancestral, para que
pudessem compor a coreografia e retratar atravs da linguagem da expresso corporal, a
vida de uma tribo que vivia em completa harmonia, que sofre com a aculturao
desestruturando toda a tribo.
05 - CANTO
Interpretao de cantos tribais, impostao de voz, classificao e diviso das
vozes. Ensaios com o grupo todo, experincias de um coral. Tcnicas de canto, de
aquecimento de voz, altura, tonalidade, timbre e exerccios.
06 - BIBLIOGRAFIA
CUNHA, M. C. Histria dos ndios do Brasil. Fapesp/SMC-SP, Companhia das Letras,
1992.
NBREGA, M. das Cartas do Brasil. 1549-1560. Belo Horizonte: Itatibaia; So Paulo:
EDUSP, 1988.
ORLANDI, E. P. Terra vista discurso do conforto: velho e novo mundo. So Paulo:
Cortez;
Campinas, SP: Editora da
UNICAMP, 1990.
ORTIZ, R. Cultura brasileira e identidade nacional. 5. ed. So Paulo: Brasiliense, 1994.
PUBLIO, N. S. Evoluo Histrica da Ginstica Olmpica. Ed. Phorte. So Paulo, 1993.
SANTOS, J. C. E. dos SANTOS, N. G. M. DA Histria da Ginstica Geral no Brasil.
Ed. Rio de Janeiro, 1995.
SALVADOR Frei Vicente da Histria do Brasil: 1500-1627. 4ed. Revista. So Paulo:
Melhoramentos, 1954.
Henrique Sanioto
R. So Pedro, 160, Vila Xavier
CEP: 14810-052
Fone: (16) 232-3598 / 9781-4734/ 236-7434
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CRESCENDO COM A GINSTICA NA ESCOLA
Profa. Laurita Marconi Schiavon,
Mestranda da Faculdade de Educao Fsica da UNICAMP
Resumo: Este trabalho de Ginstica nas escolas, se baseia na proposta do projeto
Crescendo com a Ginstica (PCG), desenvolvido pela FEF-UNICAMP, com uma
metodologia permeada pela ludicidade e fundamentada na teoria de Vigotsky,
possibilitando uma facilitao da aprendizagem, privilegiando o Aprender Brincando e
objetivando o desenvolvimento multilateral da criana e a iniciao ao esporte. Pensando
em torna este projeto vivel para escolas, foram desenvolvidos materiais desmontveis e
adaptados ao ambiente escolar. Os contedos desenvolvidos so baseados em LEGUET
(1987), que utiliza-se de aes motoras para sistematizar a modalidade, que ele denomina
Aes Gmnicas. um trabalho desenvolvido atualmente como atividade
extracurricular em escolas particulares nas cidades de Campinas e Rio de Janeiro, pelo
Grupo Imagynao.
CRESCENDO COM A GINSTICA NA ESCOLA
Partindo de uma viso de Ginstica Artstica e Ginstica Rtmica, fundamentada no
autoritarismo e rigidez dos treinamentos e imposta durante anos pelos pases que mais se
destacaram nesta modalidade, acredito ser importante estarmos falando de novas vises de
ensino desta modalidade.
Essa cultura, esportiva, refletiu-se, e reflete-se no comportamento de treinadores
que hoje so exportados para o mundo, para levarem seu sistema de treinamento que fez
e faz campees.
A influncia deste sistema nos trabalhos de base, faz com que questionemos formas
de iniciao esportiva que seguiram a mesma linha de trabalho do alto nvel de rendimento
e assim propormos possibilidades diferentes de desenvolvimento de propostas de base.
BENTO (xerox) ainda sugere algumas medidas para que o desporto no continue a
seguir apenas o caminho do rendimento de alto nvel, como: facilitar o acesso das crianas
e jovens ao desporto, aumentar a possibilidade de praticar diferentes modalidades
esportivas, o prazer de jogar e a aprendizagem devem estar em primeiro plano, ou seja, os
valores intrnsecos ao desporto devem ter prioridade.
Pensando ento nesta pequena reflexo anterior e nos fatores que BENTO coloca
em seu texto Pedagogia do Desporto: perspectivas e problemticas, venho destacar um
experincia com uma proposta educacional de Ginstica, envolvendo as modalidades
Ginstica Artstica e Ginstica Rtmica na escola.
UMA PROPOSTA COM IMAGYNAO
H que recriar o desporto, fabricando novas idias e
palavras e encorajando os homens a servir-se delas.
Jorge Olmpio Bento
Surge, a partir disto, uma proposta de Ginstica que proporcione criana descobrir
prazeres diferentes de ganhar uma medalha no esporte, os prazeres de se fazer o esporte, de
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virar uma cambalhota, de pendurar na barra, de equilibra-se na Trave, de lanar a Corda,
de apresentar-se, de rolar o Arco, ou seja, os prazeres das aes e do ambiente
proporcionado pelas modalidades esportivas, com uma metodologia que propicie isto.
O nosso objetivo neste trabalho no formar ginastas, mas no que no prepare
para isso. A idia desta proposta nasceu do projeto Crescendo com a Ginstica, projeto
este, de ensino, extenso e pesquisa da Faculdade de Educao Fsica da UNICAMP, do
qual participei inicialmente como monitora e mais tarde como vice-coordenadora
juntamente com a idealizadora do mesmo, a Prof.a. Dra. Vilma Len Nista-Piccolo.
Fundamentado em propostas de Ginstica Rtmica e Ginstica Artstica, tinha como idia:
...desmistificar a ginstica enquanto um esporte elitista, suas propostas vivenciadas
numa perspectiva ldica, tm como objetivo o desenvolvimento integral da criana,
ampliando seu vocabulrio motor. Atravs de atividades previamente estudadas mas
que permitem valorizar as experincias anteriores dos alunos, as aulas proporcionam
o amadurecimento de sua autonomia num processo educativo de reflexo e
conscientizao de cada ao (NISTA-PICCOLO, 1998).
Aps a graduao pensei em continuar este trabalho, em busca de proporcionar esta
vivncia para mais crianas, e o local ideal para isso era a escola. Pensando ento na
viabilidade deste projeto ser implantado em instituies escolares, esbarrei no problema do
material. Atualmente, grande parte das escolas no tm grandes espaos disponveis para
instalao de aparelhos grandes e fixos ao cho, ento desenvolvi um linha de materiais
que fosse possvel para espaos no especficos, materiais desmontveis e que tinham a ver
com as crianas, materiais mais parecidos com elas, ou seja, materiais adaptados,
coloridos, e que fossem viveis para o ambiente escolar.
Foi ento que se iniciou o Grupo Imagynao, um grupo de professores de
Educao Fsica, especializados em Ginstica, que levam este contedo para escolas, como
atividade extracurricular. O grupo, o qual atualmente coordeno, se baseia nas propostas do
projeto Crescendo com a Ginstica, tendo dentro da mesma aula atividades de Ginstica
Rtmica e Artstica para turmas mistas de 3 a 12 anos de idade.
Os contedos da Ginstica Artstica so desenvolvidos baseados em LEGUET
(1987), autor que utiliza-se de aes motoras para sistematizar a modalidade, que ele
denomina Aes Gmnicas. Estas so aes bsicas que compem os exerccios mais
complexos da Ginstica Artstica. A Ginstica Rtmica tambm trabalhada com aes
motoras de cada aparelho, sistematizadas pela Prof.a. Eliana de Toledo. Estas duas
modalidades so trabalhadas dentro da mesma aula e com a mesma metodologia,
desenvolvida pela EUNEGI (equipe universitria de estudos da Ginstica) e aplicada no
PCG. Esta metodologia fundamentada na teoria de Vigotsky, e possibilita uma facilitao
da aprendizagem, privilegiando o Aprender Brincando , o desenvolvimento multilateral
da criana e a iniciao ao esporte, contemplando assim trs momentos na aula:
1. EXPLORAO: perodo onde as crianas exploram o material proposto, de formas
mais variadas e diferentes possveis.
2. PISTAS: este segundo momento quando o professor, de acordo com o tema da aula,
vai dando pistas sobre onde ele quer que as crianas cheguem.
3. DIRECIONAMENTO: este terceiro e ltimo momento, quando o professor vai
direcionar para as aes que no foram contempladas nos momentos anteriores e
ensinar como fazer melhor cada uma destas aes.
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REFLEXES FINAIS
Sendo o saber sublime, aprender ser suave..
Victor Hugo
Pensando que o esporte aquilo que se fizer dele, que podemos, como PARLEBS
comenta, tanto formar patifes como homens, vemos que existem muitas possibilidades
concretas de se formar grandes homens e grandes mulheres.
Utilizando-me das palavras, muito enfatizadas, pelo professor ROBERTO PAES:
os professores precisam descobrir que o mais importante no o jogo, e sim quem joga,
ou seja, os professores no podem esquecer de inclurem a pedagogia, nos seus
planejamentos.
Alm disso, proporcionar prticas que despertem o interesse da criana pelo
esporte, pela atividade de cada aula. Sobre este assunto, FRISCHKNECHT, fala que
estamos a assistir ao crescimento da gerao do prazer, em que os jovens procuram
atividades de prazer....
Na atividade esportiva infantil, o que est em jogo so os
sentimentos que a criana experimenta em relao seus prprios
desejos, vontades, construindo assim uma auto-estima favorvel a
continuidade da prtica esportiva (GALDINO, 2000).
Temos que construir prticas desportivas para as crianas talentosas e as no
talentosas, para todas as crianas, atividades que adentrem no universo infantil e consigam
descobrir e alcanar o objetivo das crianas: aprender ginstica, aprender esporte de uma
forma alegre e divertida, onde a criana tenha prazer no s em vencer mas tambm em
cada aula, em cada ao.
Gostaria ainda de enfatizar a possibilidade de estarmos propondo outros modelos,
de estarmos iniciando o processo de mudana, ou pelo menos tentando diferentes
possibilidades, ao mostrarmos trabalhos concretos e possveis de perspectivas educacionais
na iniciao esportiva.
BIBLIOGRAFIA
BENTO, J.; GARCIA,R.; GRAA, A. Pedagogia do Desporto: perspectivas e
problemticas. (xerox)
FRISCHKNECHT, P. Jovens no desporto: um pdium para todos (mesa redonda). Revista
Treino Desportivo.
GALDINO, M. L. Pontos e contrapontos acerca da especializao precoce nos esportes, in:
MACHADO, A A . Delineamentos em Psicologia do Esporte. Campinas, Tecnograf,
2000.
NISTA-PICCOLO, V. L. Pedagogia dos Esportes. Campinas, SP: Papirus, 1999.
_________________. Crescendo com a Ginstica, in: Anais do I Congresso Latino
Americano de Educao Motora. Foz do Iguau, 1998.
SCHIAVON, L. M. a Ginstica Artstica como contedo da educao fsica infantil.
Monografia de graduao. Faculdade de Educao Fsica , UNICAMP, 1996.
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SNYDERS, G. Alunos Felizes: reflexo sobre a alegria na escola a partir de textos
literrios. 2 edio, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1993.
VELARDI, M. Metodologia de ensino em Educao Fsica: contribuies de Vigotsky
para as reflexes sobre um modelo pedaggico. Dissertao de Mestrado, FEFUNICAMP, Campinas, SP, 1997.
Laurita Marconi Schiavon - E-mail:
[email protected] /
[email protected]LA CREATIVIDAD EN LA DANZA ESCOLAR
Luis Alberto Linzmayer Gutirrez
Profesor de Educacin Fisica
Liceo Galvarino Riveros Crdenas. Castro Chilo Chile.
Resumen: El taller de Danza Escolar DALYEXCOR, compuesto por adolescentes de
Educacin Secundaria, se dedica en tiempo extraescolar a crear coreografas rtmicas,
con o sin msica, desarrollando la creatividad libre y espontnea de las integrantes hasta
llegar a organizar un todo que satisfaga las pretensiones de expresin respecto de la idea
que se quiere representar. Esta creacin es orientada por el profesor, mas l no participa
directamente en la construccin de las ideas psico y sociomotrices. Las alumnas
experimentan con todo tipo de estmulos eligiendo lo que representa en mejor forma sus
intereses y necesidades de expresin. Las coreografas tienen un carcter ldico y no
buscan desarrollar ninguna tcnica en especial, la finalidad es participar, divertirse,
jugar con y en el espacio, sensibilizarse en relacin al arte de la msica, la poesa,
creando en sociedad una identificacin propia que les permita evolucionar positivamente
como personas.
FUNDAMENTOS FILOSOFICOS:
Toda existencia humana busca un sentido propio, de identidad y pertenencia. La
Danza ofrece al individuo una posibilidad de bsqueda y expresin de estas necesidades de
movimiento e identificacin, ya sea por razones sociales, afectivas, espirituales, culturales
o simplemente por placer. Desde tiempos muy remotos el hombre ha utilizado la Danza
para expresar sus emociones, temores o rendir culto a sus creencias.
En el Taller de Danza DALYEXCOR, aparece como una posibilidad de
integracin y desarrollo de las cualidades personales a travs del contacto con otros en un
dinmico proceso de creacin libre y espontneo, en donde no existen reglas definidas y
donde la libertad es la principal caracterstica, ya que, al ser la Danza espritu en
movimiento, comunicacin mstica, no existen palabras precisas que puedan definirla, y
por lo tanto se remite a cada momento y realidad especfica, respondiendo a las
necesidades de cada individuo o grupo sociocultural.
Se intenta romper con los poderes hegemnicos y acadmicos que establecen
normas y directrices tcnicas, sociales y psicomotrices, incluso polticas y religiosas, que
reducen al hombre a una mnima expresin de todas sus potencialidades creadoras, por lo
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tanto modificadoras, necesarias para establecer una identificacin con lo propio y lo
universal.
Esta identificacin nace a la luz de las propias manifestaciones da cada cultura y la
Danza es el vehculo en el cual se transporta dicha manifestacin.
En el caso de la Danza Escolar que DALYEXCOR explora, pretende abarcar las
expresiones propias de las juventud actual o la manera como ellos lo interpretan, pero al
mismo tiempo esta juventud se compromete a establecer una comunicacin con sus races
culturales, de tal manera que se produzca el ptimo equilibrio entre la necesidad de
movimiento por placer y la identidad existencial, necesaria ambas para el desarrollo de una
personalidad ntegra, sana y multiplicadora de valores, de justicia social y respeto por la
libertad.
FUNDAMENTOS PEDAGOGICOS:
Uno de los aspectos ms importantes a considerar es el desarrollo de la creatividad
en un clima de completa libertad para la sensibilizacin, interpretacin y expresin de las
ideas, sentimientos y situaciones que pudieran aparecer producto de la exploracin de
algn elemento motivador como la msica o la poesa.
La libre exploracin, la aceptacin de las ideas de todos, la tolerancia, el
desorden ordenado, con una sutil orientacin del profesor, es lo que determinar un
proceso de enseanza aprendizaje dirigido a fortalecer variables psicomotoras y
sociomotrices.
Como todo proceso educativo, la Danza Escolar que practica DALYEXCOR,
obedece a mtodos y pautas tcnico-pedaggicas que no es el objeto analizar aqu, pero si
establecer algunos criterios que nosotros utilizamos para producir nuestras creaciones:
1.- El profesor sugiere y orienta.
2.- Los alumnos son los actores principales.
3.- Todos deben participar.
4.- Mtodo libre.
5.- Elementos no secuenciales.
6.- Construccin en sociedad.
7.- Respeto por todas las ideas.
8.- Utilizacin del espacio.
9.- Sensibilidad sociocultural.
10.- Sentir ms que pensar.
OBJETIVOS QUE PERSIGUE EL TALLER DE DANZA DALYEXCOR:
1.- Desarrollar la Creatividad.
2.- Permitir la libertad de expresin.
3.- Permitir la representatividad de la diversidad intelectual, fsica y social.
4.- Desarrollar la autonoma.
5.- Representar parte de nuestra cultura.
6.- Lograr unidad y esencia mstica.
7.- Estimular a lealtad, amistad, respeto y compromiso.
8.- Desarrollar aspectos psicomotores y sociomotrices.
9.- Desarrollar la autoestima.
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10.- Desarrollar objetivos transversales de la Educacin Fsica respecto de la Reforma
Educacional.
AFECTIVIDAD PARA LA EFECTIVIDAD:
Todo proceso educativo que pretenda lograr un desarrollo de todas las dimensiones
del ser humano, no puede olvidarse de la AFECTIVIDAD como un elemento motivador y
productor de ideas, con las cuales representar en el espacio sentimientos y sensaciones, con
movimientos propios y autnticos, dirigidos a cultivar una personalidad plena y realizada
como ser humano.
Algunas actividades Afectivas que realiza DALYEXCOR:
1- Celebrar los cumpleaos.
2 - Escuchar los problemas de todos.
3 - Acariciar.
4 - Organizar pequeos rituales.
5 - Saludar y despedirse de todos en cada prctica.
6 - Todos son necesarios.
7 - Abrazar sin preguntar.
8 - Sentir la importancia de la amistad.
9 - Valorar a todos con sus particulares caractersticas.
10 - Ayudar a que todos puedan participar.
11 - Destacar los avances de todos.
12 - Olvidarse de lo que no se puede hacer.
13 - Siempre animar a todos.
14 - Recordar nuestra esencia.
Todo proceso de creacin est marcado por un nfasis en el valor de cada individuo
respecto de su grupo, considerando siempre que lo ms importante no est en la ejecucin
motora ni en el producto final, ms bien es todo lo que sucede mientras se participa del
acto creativo. La amistad, la libertad, la autonoma, la alegra, la satisfaccin de compartir,
la necesidad y alegra de sentirse apoyado, el saber que eres escuchado y respetado, la
igualdad de condiciones , el abrigo de un abrazo, la perseverancia, la responsabilidad, la
alegra de ver terminada una creacin, en definitiva, todos aquellos valores que nos
identifican como seres sensibles a la realidad humana y que nos permiten expresar nuestros
sentimientos con toda franqueza y sin temor a ser criticados, eliminando las fronteras del
egosmo. Valores y principios que debemos educar para construir una sociedad ms justa
y libre.
Luis Alberto Linzmayer Gutierrez
Profesor de Educacin Fsica Chilo Chile -
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A GINSTICA GERAL E OS FALSOS MODELOS
Odilon Jos Roble
Graduado em Educao Fsica e Mestre em Educao pela Unicamp
Professor de graduao da Unicid, Creupi, Esefm e diretor do Grupo Gesto
Resumo: Considerando que a Ginstica Geral (G.G.) freqentemente est baseada em
modelos esportivos, esse texto levanta reflexes sobre linguagens na sociedade
contempornea, especialmente nas artes corporais, expondo possveis prejuzos desta
esportivizao na G.G. Compreendendo o termo espetculo, podemos acreditar que a
G.G. est inserida nesse fenmeno, pelo menos quando seu objetivo for o de compor
coreografias para serem apresentadas. Assim, os conhecimentos das artes cnicas podem
oferecer novos horizontes para o processo de criao em G.G. Na mostra pedaggica,
realizaremos uma composio explorando alguns fatores desse campo, como o jogo
cnico, o figurino e o elemento cnico, abrindo uma discusso sobre a aplicabilidade
desses conhecimentos para a G.G.
Um dos terrenos mais infrutferos, mas no pouco visitado o da
delimitao de linguagens. To logo um fenmeno comea a apresentar visibilidade entre
as pessoas, um sentimento afoito de nomeao se apresenta e, com ele, a determinao
tenaz daquilo que pode ou no ser compreendido pelo termo. Ainda que seja bastante
verdadeiro o argumento central em favor dessa prtica - que profuses conceituais podem
gerar desvios, dissuadindo a consolidao do fenmeno - preciso que se esteja atento ao
contrapeso desse raciocnio. medida que um fenmeno passa a ser compreendido dentro
de limites hermticos, podemos estar, com isso, determinando sua morte. S a revitalizao
constante que mantm um fenmeno vivo e esse processo advm, tambm, do
intercmbio com outras linguagens e da diluio entre as fronteiras.
A sociedade experimenta essa diluio no cotidiano e na arte. O psmodernismo, como lemos em SANTOS (2000, p.18), possui um princpio esvaziador,
diluidor: O ps-modernismo, desenche, desfaz princpios, regras, valores, prticas,
realidades. Para o autor, sofremos de uma des-referencializao do real e dessubstancializao do sujeito. Em outros termos, basta observarmos que nossas referncias
multiplicam-se e pulverizam-se. A avassaladora quantidade de informaes pelos meios de
comunicao e interatividade, lanaram o homem no terreno arenoso da multiplicao
extrema dos referenciais. Nesse contexto, tudo que por demais demarcado e no se interrelaciona, parece dogmtico, obsoleto. A flexibilizao dos conceitos uma prtica
corrente na esttica de tudo que vivemos. Nossos sentidos acostumam-se com essa
profuso e colocam em questo os perigos e os benefcios dessa nova realidade perceptiva.
O corpo, nessa amlgama contempornea, recebe o conjunto inerente dessas
foras e dessa esttica. A virtualidade, por exemplo, projeta o corpo em dimenses
imateriais, colocando em questo a natureza das experincias corporais. Por outro lado,
nunca o corpo foi to hbrido, to impuro. Nas grandes cidades, circulam corpos exticos,
tatuados, furados por piercings, andrginos, multicoloridos e, tambm, todo o conjunto das
variveis possveis entre os conhecidos como comuns. Menos relevante que a lista de
possibilidades, nesse momento, o que interessa a observao de que essa variedade
coabita sem excessivo estranhamento. O diferente no mais causa de tanto espanto e,
mesmo que restrito aparncia, o olhar precisou acostumar-se ao mutvel.
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Quando o corpo se espetaculariza, leva consigo a potncia coletiva que
remete a essa multiplicidade e mutabilidade. Entendamos aqui que o termo espetculo
tambm costuma sofrer de uma delimitao de linguagem, ficando restrito apenas a
algumas reas do conhecimento e sendo evitado por outras que muito bem poderiam (e
deveriam) contempl-lo. Vejamos a definio de PAVIS (p. 141, 1999), que contribui na
ampliao desse entendimento:
espetculo tudo o que se oferece ao olhar. O espetculo a categoria
universal sob as espcies pela qual o mundo visto1. Este termo
genrico aplica-se parte visvel da pea (representao), a todas as
formas de artes da representao (dana, pera, cinema, mmica, circo
etc.) e a outras atividades que implicam uma participao do pblico
(esportes, ritos, cultos, interaes sociais).
Entender esse olhar coletivo, participante nos muitos espetculos que o
corpo proporciona por meio do movimento, deve estar na ateno da Educao Fsica.
nesse exato sentido que a Ginstica Geral (G.G.) no pode ser vista pelo seu potencial
expressivo, pela sua caracterstica inerente de espetculo. A maior parte dos trabalhos em
G.G. so feitos para o olhar do outro, eles s se completam quando so apresentados,
quando participam de demonstraes pblicas daquilo que foi construdo. justamente
nesse sentido que o trabalho apresentado, inevitavelmente, dialoga com o corpo coletivo,
com a esttica social, com o sentir em comum. No h como fruir2 com um espetculo, se
ele no expressar, em algum nvel, as angstias e alegrias do homem atual. Que no se
entenda aqui tal afirmao como um convite para a teatralizao mais banal de jarges que
costumam transformar as coreografias de G.G. em uma desagradvel pantomima. a
situao mais ampla que envolve o espetculo, a coreografia ou a proposta gmnica, que
pode conter elementos para uma viso ampliada daquilo que se apresenta. Lembremos
tambm que tal fruio opera muito mais no plano simblico, ou seja, no tocante s
sensaes, do que nos planos narrativos mais explcitos.
Tomando-se, portanto, a G.G. pela sua qualidade de espetculo, podemos
evidenciar nela alguns pontos problemticos, que parecem no estar no centro das
discusses atuais. O que se v na G.G, com freqncia, parece ser um equvoco de
referencial. Podemos notar que os trabalhos comumente apresentados no fogem muito das
seguintes caractersticas: formaes fixas no espao (que, nos piores casos, so apenas uma
em toda a coreografia), uso do mesmo figurino para todos (com predominncia dos
collants e uniformes), uniformizao dos movimentos e valorizao do coletivo. Deixemos
claro o quanto antes: nenhum dos fatores anteriormente citados , em si, um revs
expressivo. A combinao imutvel e extremamente freqente de todos que o . Em uma
anlise simples de conjuntura, observamos que a G.G. est centrada em um modelo
esportivo e, mais que isso, costuma enclausurar-se nesse limite, replicando as mesmas
formas inesgotavelmente, como na reproduo padronizada e fixa da ginstica esportiva.
Pensemos pois em cada um dos exemplos destes vcios mais freqentes nas composies
em G.G.:
Cf. Barthes apud PAVIS, Dicionrio de teatro, p.143.
Fruir, que significa desfrutar, gozar de algo, correntemente usado no mbito do espetculo como a
capacidade que o trabalho apresentado tem de fazer com que o espectador mergulhe em sua esttica e se sinta
participante daquele tema.
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Em primeiro lugar, as formaes fixas. O discurso do espao, a forma com
que os participantes se movem e com isso constrem a coreografia um elemento flexvel,
precisa ser explorado por muitas possibilidades. As mudanas extremamente marcadas no
espao e a construo geomtrica de figuras espaciais remetem marcha militar, ou seja,
impessoalidade e ao esvaziamento do humano em detrimento da massificao.
O figurino, por sua vez, costuma ser sinnimo de uniforme na G.G. A roupa
representa, nas sociedades de hoje, um fator que est muito alm do simples vestir-se.
Quando optamos por um uniforme, fazemos assim uma escolha esttica que coloca todos
os integrantes na condio de um mesmo personagem. Essa condio , de fato, a situao
esttica mais corrente, mas vale lembrar que ela no precisa ser a nica. H uma
preocupao muito grande que o figurino no comprometa a limpeza dos movimentos,
expresso que por si s j revela um desejo estril de despersonalizao, de massificao
dos gestos. Ainda sobre o figurino vale lembrar que a roupa pode levar o praticante a
descobrir novas possibilidades expressivas, o que justificaria a experimentao. Vejamos
pois a dimenso que MAFFESOLI (1999, p.173), nos ajuda a vislumbrar nas roupas:
Aquele que usa uma roupa curva-se a um modo de viver especial.
Quando o senso comum declara que o hbito no faz o monge, ele
lembra, ao contrrio, que tradicionalmente o hbito e o monge so um
s. O fato de ter essa ou aquela pele induz a esse ou aquele modo de
viver. O vesturio e os costumes esto ligados. nesse sentido que a
forma faz corpo social.
Por fim, a uniformizao dos movimentos e valorizao do coletivo. A G.G.
ainda est carregada de muitos dos ideais de coletividade que deram sustncia
movimentos eugenistas e higinicos que valorizavam a massificao dos gestos como
elemento de formao cvica. Podemos perceber essa influncia quando observamos que os
gestos buscam ser indiscernveis entre os integrantes da coreografia. Tambm evidencia-se
essa tendncia quando os grupos equalizam seus potenciais expressivos ao estabelecerem
um conjunto de gestos possveis de serem realizados por todos. Muitas vezes, inclusive, no
desejo de se exibir alguma proeza possvel apenas por uma minoria dos integrantes, essa se
d sem conexo nenhuma com o restante da coreografia, como pode ser percebido
freqentemente com as acrobacias.
Responder pergunta sobre qual o fator que liga todos os exemplos
anteriores no uma tarefa difcil. A uniformizao e o hermetismo da proposta atual em
G.G. so seus elementos preponderantes e justamente seus fatores de desconexo com a
realidade social. Este texto comeou dissertando sobre a pluralidade da esttica
contempornea e, nesse momento, no pode deixar de observar a incongruncia dessa
esttica com a da G.G. Ainda que a ginstica seja uma das formas de expresso corporal
mais antigas, as discusses em torno da G.G. so bastante recentes. Trata-se de uma
problemtica nova, no que se refere construo de uma esttica peculiar a esse fenmeno.
Pensemos ento por vias que esto abertas, sem contudo estarem sendo
trilhadas. Algumas manifestaes tericas e mesmo prticas, vm se realizando em G.G.,
as quais revelam essa possibilidade maior de sua interao com o contexto atual. Por
exemplo, vrios trabalhos em G.G. hoje tentam partir das propostas dos prprios alunos
para a composio coreogrfica. Ainda que esse pressuposto possa indicar um pensamento
construtivista e, com isso abra um flanco de discusso bastante amplo sobre sua pertinncia
pedaggica, fato que um princpio como este tende a propiciar um maior dilogo entre o
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signo vivido e o representado. Outros exemplos de tendncias desse tipo so cada vez mais
fceis de encontrar e, evidentemente, redirecionam os objetivos do que se faz em G.G. no
pas atualmente. Entretanto, algumas questes, embora primordiais, parecem ainda no
contempladas. A G.G. deve continuar atrelando-se ao modelo esportivo ou deve entenderse como uma manifestao artstica? O lazer aparece como o eixo central da G.G., quando
esta definida pela Federao Internacional de Ginstica (F.I.G.)3. Se assim a assumirmos,
qual seria o conjunto de estratgias pertinentes a esse objetivo? O lazer mais do que a
reduo de um fenmeno sua prtica descomprometida. Em outros termos, a G.G. no
pode ser a ginstica esportiva sem as regras.
Penso que o esforo necessrio a esse momento na G.G. de natureza
didtica. Isso por ser o eixo fundamental da didtica uma relao entre objetivos,
contedos e mtodos (LIBNEO, p.153-154, 1997). A G.G. precisa definir com maior
clareza seus objetivos, se esportivos, de lazer ou artsticos. Com base nessa opo que ela
poder eleger seus contedos e mtodos. Nesse texto, inclino-me opo artstica e, por
ela optar, que vislumbro contedos e mtodos diferentes dos atuais. A multiplicidade de
smbolos que observei como caracterstica da ps-modernidade pode ser um elemento
relevante a essa opo. A G.G. precisa abandonar sua homogeneidade asfixiante,
relacionar-se com o mundo vivido, ser uma matria expressiva para o ginasta-intrprete e
no uma estereotipao pueril das formas e dos gestos.
A matria-prima ginstica , em si, rica o bastante para isso. Sua essncia
abriga o desafio, o risco e a descoberta. No seriam esses fatores antnimos da esterilidade
que observamos nas composies em G.G.? Em outro momento (ROBLE, p.58, 1999), j
busquei observar a G.G. pelo seu foco expressivo e l, pude constatar que essa opo leva
consigo mobilidade suficiente para valer-se da linguagem de origem, sem escravizar-se a
ela, ou pior e mais corrente: fetichiz-la. medida que o desejo criador se estabelece com
fora e liberdade suficientes para despertar a imaginao, nenhum limite hermtico pode
resistir. Projetar a ginstica, seus princpios e desafios no caldo profuso da sociedade
contempornea pode ser um desafio extremamente tentador e de uma beleza ainda no
conhecida no universo das artes corporais. preciso coragem para abandonar os apelos
fceis e a puerilidade caracterstica das coreografias atuais que se sustentam pelos efeitos
visuais mais imediatos e pelo simulacro do que acontece na sua vertente esportiva.
Alguns grupos de G.G. comeam a trilhar um caminho diferente, sobretudo
aqueles ligados s universidades. As possibilidades de pesquisa que cativam tais grupos,
iniciam propostas que podem conter o germe de uma transformao nesse modelo que
descrevi. A razo maior deste artigo , ao supor que a G.G. est sufocada pelo modelo
esportivo, entender que uma possvel sada para essa estagnao est justamente na
pesquisa de novos referenciais que no descaracterizem a ginstica, mas que ampliem seu
entendimento. Mais especificamente, ao entender a G.G. como um espetculo no sentido j
descrito, suponho que novas possibilidades de trabalho tcnico-expressivo devem fazer
parte de um processo com fins coreogrficos. Essas possibilidades partem da idia de que a
G.G. compe cenas e, desta forma, pode tirar proveito das teorias da cena como, por
exemplo, a do jogo cnico, do espao cnico, da coreografia, do elemento cnico e assim
por diante. Desta forma, estarei propondo uma mostra pedaggica, na qual ser
3
A G.G., segundo a F.I.G., a parte da Ginstica que est orientada para o lazer, na qual pessoas de todas as
idades paticipam, principalmente pelo prazer que sua prtica proporciona. (SOUZA & GALLARDO, p.33,
1996). Lembremos que a F.I.G. uma estrutura de administrao esportiva. O termo lazer aplicado de
modo empobrecido, caracterizando na verdade, uma vertente no-esportiva dentro do espectro que a F.I.G.
gerencia. No h, portanto, a mudana do paradigma esportivo nessa definio e o termo lazer apenas
oportuno.
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demonstrada uma construo coreogrfica baseada no gestual da ginstica e levando em
considerao alguns fatores cnicos elementares, a saber:
1. O jogo cnico: O jogo um fenmeno humano carregado de uma profuso de
significados culturais e envolto em uma magia sugestiva ao interior da prtica ldica. A
iluso, como observa HUIZINGA (1980, p.14) uma palavra cheia de sentido que
significa, literalmente, em jogo (de inlusio, illudere ou inludere). Tanto na prtica
cnica como na teatralidade cotidiana4, o ser humano joga com a realidade e esse jogo
pode constituir um fator a ser explorado. Seguindo uma terminologia que abrange
satisfatoriamente o que compreendemos por jogo, CAILLOIS (1958), dividiu-o em
quatro tipos: Mimicry ou jogos de imitao, nos quais a mmese concebida como uma
reproduo no fotogrfica do real e, sim, como uma transposio (abstrao e
reconstituio) de acontecimentos humanos5. Agon so os jogos de competio,
rivalidade. Ala o nome dado aos jogos de sorte, o que no caso da cena, trata-se do
uso do acaso, do improviso e da concluso aberta. Por fim, tem-se o Illinx ou jogos de
vertigem, nos quais o que se tenta produzir em cena a fantasia sugestiva para que o
espectador sinta-se envolvido pela representao.
2. O elemento cnico: Os objetos que so manipulados durante a coreografia e que
devem servir no de simples acessrios, mas de suporte visual carregado de
significados sobre a temtica explorada.
3. Figurino: Mais que simplesmente vestir, as roupas podem sugerir aes para a
expresso corporal, bem como carregar em si um amplo conjunto de significados.
Acredito que estes trs fatores bsicos, tomados como exemplo, aplicados a
uma composio em G.G., devem contribuir para uma nova forma que, possivelmente,
reduza os vcios que citei nesse texto, abrindo possibilidades para um novo horizonte de
trabalho. A proposta coreogrfica que apresentaremos nesse frum , assim, no uma
demonstrao de um produto artstico com fim em si mesmo, mas nesse caso, um exerccio
de criao e experimentao que deseja por vista referenciais diferentes de trabalho,
combinando propostas, aprofundando entendimentos e, sobretudo, contribuindo para dois
fatores: a desmistificao de que os conhecimentos das artes cnicas no so pertinentes
G.G. e reflexo sobre os possveis prejuzos que a reproduo do modelo esportivo oferece
composio coreogrfica dessa modalidade de expresso corporal.
Referncias Bibliogrficas
CAILLOIS, R. Les jeux et les hommes. Paris, Gallimard, 1958.
HUIZINGA, J. Homo Ludens. So Paulo, Editora Perspectiva, 1980.
LIBNEO, J.C. Didtica. So Paulo, Cortez, 1997.
MAFFESOLI, M. A conquista do presente. Rio de Janeiro, Rocco, 1984.
______________. No fundo das aparncias. Petrpolis, Vozes, 1999.
4
Michel MAFFESOLI em A Conquista do Presente, p.138, aponta a teatralidade presente na poltica, na
imprensa, nas ruas, na famlia, na escola e em todos os espaos de convvio social considerados cenrios
desse espetculo cotidiano. Ao teatralizar, as pessoas e as coisas jogam com a realidade, invertendo papis e
personagens de acordo com as situaes, como o mesmo autor observa em No Fundo das Aparncias, p.172:
Na teatralidade geral, cada um, em graus diferentes e em funo das situaes particulares, desempenha um
papel (ou papis) que o integra(m) ao conjunto societal. isso que funda a dialtica corpo/corpo societal
(...)
5
Patrice PAVIS, Dicionrio do teatro, p. 221.
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PAVIS, P. Dicionrio de teatro. So Paulo, Perspectiva, 1999.
ROBLE, O.J. A Ginstica Geral como foco expressivo. Campinas, UNICAMP/SESC
Anais do I Frum Brasileiro de Ginstica Geral, 2000.
SANTOS, J.F. O que ps-moderno. So Paulo, Brasiliense, 2000.
SOUZA, E.P. & GALLARDO, J.S.P. Ginstica Geral: duas vises de um fenmeno.
Campinas, Unicamp, 1996.
Odilon Jos Roble
R. Padre Vieira, 600, Apto.71. Campinas/S.P.
[email protected]GRUPO GINSTICO DA FACULDADE DE EDUCAO FSICA DA UNICAMP UMA EXPERINCIA DE COMPOSIO COREOGRFICA
Rodrigo Mallet Duprat
Ana Paula Barbosa Sato
Elizabeth Paoliello de Souza
Grupo de Pesquisa em Ginstica Geral da FEF/ Unicamp
Resumo: Este trabalho tem como objetivo apresentar uma experincia de composio
coreogrfica de um grupo de alunos das mais diversas reas, integrantes do Grupo de
extenso de Ginstica Geral da Faculdade de Educao Fsica da Unicamp, de acordo
com a concepo do Grupo de Pesquisa em Ginstica Geral da FEF/ Unicamp.
Introduo
A Ginstica Geral (GG) uma atividade proposta, orientada e difundida pela
Federao Internacional de Ginstica (FIG) e tem como caracterstica ser voltada para o
lazer, oferecendo uma gama variada de possibilidades com caractersticas especiais. uma
atividade gmnica, compreendendo especialmente exerccios no campo da ginstica com e
sem aparelhos.
Pelo seu alto valor educacional, por seus aspectos sociais, recreativos e de sade,
esta atividade permite que, atravs de sua prtica, se possa abrir um espao para a
criatividade, estimulando a participao de qualquer ser humano, independente de raa,
nvel social, idade, sexo, condio fsica ou tcnica.
Compreende, fundamentalmente, uma atividade com exerccios e jogos
regularmente praticados e realiza-se principalmente pelo prazer de sua prtica, a
inexistncia de normas rgidas vem colaborar com a participao mais efetiva, agregando
atletas, ex-atletas e no atletas, onde as aes motrizes, padronizadas ou no, favorecem a
liberdade de movimentos em qualquer nvel de complexidade (Souza, 1997).
Todas as caractersticas so permanentemente influenciadas pelas tradies,
smbolos e valores culturais de cada povo.
A GG vem contextualizar o mbito universitrio, em 1989, atravs da criao do
Grupo Ginstico da Unicamp (GGU) pela parceria da Profa. Dra. Elizabeth Paliolello
Machado de Souza com a Profa. Dra. Vilma Leni Nista Piccolo, como um projeto de
extenso, cujo objetivo era integrar a Ginstica Artstica, a Ginstica Rtmica Desportiva e
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a Dana, dentro de uma proposta de Ginstica Geral, foi formado inicialmente por 18
moas, ex-ginastas e bailarinas, convidadas pelas coordenadoras para integrarem este
projeto que visava a participao na VI Gimnasiada Americana em Buenos Aires Argentina no ms de Outubro deste ano. Aps esta gratificante experincia, o GGU
incorporou novos integrantes, abrindo espao para a participao de rapazes e moas na
prtica da Ginstica, principalmente universitrios de vrias reas.
No ano de 1992, a participao do Prof. Dr. Jorge Srgio Prez Gallardo, docente
da Faculdade de Educao Fsica da UNICAMP, o GGU torna-se um veculo de
experimentao e difuso das pesquisas desenvolvidas na GG na FEF/UNICAMP,
constituindo um grupo de pesquisa reconhecido pelo CNPq (CNPq. 5.UNICAMP.005
Grupo Ginstico Unicamp, 1994). Alm dos aparelhos tradicionais da Ginstica, passou a
utilizar materiais alternativos como bambus, cmaras de pneu, caixas de refrigerantes,
bandas elsticas, panos, chocalhos, e todo o tipo de implemento adaptado, proveniente da
natureza ou da fbrica humana.
O GGU, por estar vinculado ao Grupo de Pesquisa em GG da FEF/Unicamp,
investiga novas possibilidades de prtica do movimento humano integrando fortemente a
Educao Fsica, conhecida como a disciplina que trata de um tipo de conhecimento
denominado de cultura corporal que tem como temas, as Ginsticas, os Jogos, os Esportes,
as Danas e as Lutas com elementos das Artes Musicais, Cnicas e Plsticas, criando sua
prpria proposta metodolgica.
Concepo atual de Ginstica Geral do GGU (SOUZA,1997)
O Grupo de Pesquisa em GG da FEF/Unicamp entende a Ginstica Geral como
uma manifestao da cultura corporal, que rene as diferentes interpretaes da ginstica,
integradas s demais formas de expresso do ser humano de forma livre e criativa. Sua
proposta tem como princpios bsicos a formao humana e sua capacitao. Segundo
Maturana
e De Rezepka ( 1995:11) a formao humana "tem a ver com o
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desenvolvimento do menino ou menina como pessoa capaz de ser co-criadora com outros
de um espao humano de convivncia social desejvel". Esse objetivo pode ser alcanado a
partir do momento que o profissional desta rea der subsdios e condies necessrias para
que seu aluno desenvolva uma conscincia crtica, tendo noo de sua individualidade,
identidade, sabendo respeitar a si mesmo e aos outros, podendo ser influenciado pela
sociedade e influenciando-a, mostrando seu espao no grupo social. Para que isso se torne
possvel, cria-se atividades que proporcionem relaes de cooperao, responsabilidade,
amizade, sociedade.
A capacitao "tem a ver com a aquisio de habilidades e capacidades de ao no
mundo em que se vive, como recursos operacionais que a pessoa tem para realizar o que
queira vivenciar " (op. cit.: 11). Portanto a aquisio e melhoria das capacidades
biolgicas e habilidades especficas do ser humano, onde o professor deve criar espaos de
ao, desenvolvendo estas caractersticas, ampliando as capacidades de se fazer, refletindo
sobre este fazer, como parte da experincia que se vive e que se deseja viver. Criando
assim, pessoas capazes de refletir sobre o qu, o porqu e como fazem determinadas
aes.
Nesta viso o professor tem papel relevante na vivncia de valores significativos
para o ser humano, tais como: criatividade, o respeito s normas e leis do grupo e da
sociedade como um todo, o esprito crtico, a honradez, a afetividade, a liberdade, a
disponibilidade, entre outros.
De acordo com os princpios acima expostos, possvel destacar alguns pontos
importantes que norteiam nossa concepo de Ginstica Geral como o incentivo e
valorizao do indivduo em benefcio do grupo, a liberdade na utilizao dos contedos da
cultura corporal, o prazer na atividade (ludicidade), a promoo da cooperao, do
companheirismo e da participao, a experimentao de diferentes formas de organizao
social, o estmulo auto-superao e criatividade, a possibilidade de participao de
todas as pessoas de diferentes idades, o aumento da interao social, a demonstrao das
composies coreogrficas como produto final do processo educativo.
O Grupo Ginstico da Faculdade de Educao Fsica - GGFEF
Os mesmos idealizadores do GGU ministrando suas disciplinas perceberam que
alguns graduandos se identificavam com a filosofia e trabalho proposto pelo grupo,
desenvolveram um projeto denominado Grupo Ginstico da Faculdade de Educao Fsica
(GGFEF), composto por alunos da Faculdade de Educao Fsica e de outras unidades da
UNICAMP. Esse grupo alm de ser um espao de estudo da metodologia aplicada e
desenvolvida pelo Grupo de Pesquisa em GG, tambm responsvel pela preparao de
futuros integrantes do GGU, podendo haver uma rotatividade dos integrantes do mesmo.
O GGFEF est aberto a qualquer pessoa que queira praticar uma atividade ldica
de carter esportivo, ou esteja pensando em melhorar aptides fsicas com a pratica regular
dos exerccios propostos na GG. Hoje, este grupo composto por trinta pessoas de
diferentes cursos da Unicamp, entre eles, Educao Fsica, Dana, Engenharias de
Alimento, da Computao, Civil, Qumica, Eltrica, Agrcola, Economia, Biologia,
Cincias Sociais, Pedagogia, Fsica, Geocincias, alm de alunos do ensino regular mdio
e moradores da comunidade de Baro Geraldo, que se encontram duas vezes por semana,
em mdia 90 minutos por sesso. Tem como proposta a criao de composies
coreogrficas, estimulando o companheirismo, a criatividade, visando a aprendizagem e a
interao e no a competio, ocupando-se com a pessoa comum, preocupando-se com o
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desenvolvimento do potencial dos participantes, com as trocas de experincias de vida,
estando mais atento ao processo de vivncia de valores humanos de convvio social, que
com o resultado ou produto e seu objetivo mostrar comunidade o resultado de um
esforo grupal e a satisfao de um trabalho organizado coletivamente.
Objetivo do Trabalho
Este trabalho tem como objetivo apresentar a experincia do grupo, vivida durante
o primeiro semestre deste ano, na criao e apresentao de uma composio coreogrfica
para o Festival Interno de Ginstica e Dana da Faculdade de Educao Fsica da
Unicamp.
Procedimentos metodolgicos
Na primeira etapa do trabalho deu-se nfase a aquisio e aprimoramento de
elementos tcnicos de diversas reas tais como Ginstica Artstica, Ginstica
Rtmica, Ginstica Acrobtica, Dana, Artes Cnicas, Jogos Cooperativos,
Tcnicas Circenses, entre outras.
Num segundo momento, de acordo com o processo pedaggico, aumentando o
nvel de complexidade, desenvolveu-se trabalhos individuais, duplas, trios,
quartetos, aumentando o numero de pessoas por grupo, at abranger o grupo todo.
Dentro deste processo de atividade grupal, optamos por trabalhar a Ginstica
Acrobtica, pois tem como caractersticas marcantes o companheirismo, a
confiana no outro, as trocas de experincias e a coeso do grupo.
Neste processo de trabalho , foi introduzida uma fita elstica de aproximadamente
20 metros, que comeou a ser explorada sem interveno externa. Surgiram idias
muito criativas, porm havendo grande divergncia de opinies entre os
integrantes. Mesmo assim deixamos que ocorressem, para que eles percebessem
como e o porqu de estar trabalhando em grupo.
Atravs de nossa interveno, as idias propostas foram direcionadas sendo mais
exploradas com uma melhor utilizao do material. Fomos orientando o trabalho
sempre receptivo a novas idias, integrando-as ou at mesmo substituindo as
antigas, e propondo novas formaes coreogrficas e movimentos, atentos aos
porqus das modificaes, para melhor explorar, ou pelo menos, entender as
relaes existentes entre as formaes, os materiais, os focos e a viso dos
espectadores.
Um dos pontos mais importantes para a composio coreogrfica em GG a
msica. Fundamental, para finalizar o processo de criao, desenvolvemos um
trabalho com ritmo, intensidade e expresso, interagindo movimentos corporais que
obedeciam a mtrica e a subjetividade da msica. Dessa forma, foi possvel ordenar
os movimentos e formaes que mais se adequavam msica, criando uma
seqncia harmnica.
Conforme um dos pontos norteadores da Ginstica Geral, demonstrar o produto
final do processo educativo atravs de composies coreogrficas, nosso trabalho
foi apresentado, no dia 18 de Junho de 2001, no Festival Interno de Ginstica e
Dana da FEF- Unicamp.
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Consideraes Finais
Avaliando o processo educativo vivido durante o primeiro semestre deste ano, com
o GGFEF, destacamos alguns pontos, a seguir:
Tivemos uma certa dificuldade em algumas atividades propostas, devido ao grande
nmero de participantes e uma quantidade restrita de materiais.
Devido s caractersticas do Grupo, os integrantes apresentavam diferentes nveis
de performance e uma grande diversidade de experincias motoras vividas.
Houve uma boa aquisio de habilidades especficas e melhora das capacidades
fsicas.
Uma das caractersticas encontradas no grupo foi de estar sempre receptivo novas
vivncias de diferentes manifestaes corporais.
O grupo estava aberto s crticas e sugestes dos coordenadores, como tambm
deles mesmos.
Por trabalharmos bastante a questo do convvio social, criou-se um forte vnculo
de amizade entre os participantes.
Pelo fato da coreografia, desde o incio, ter sido criada em conjunto, os integrantes
incorporaram os gestos ao longo deste processo, tornando mais fluente o caminhar
do grupo. Por esse motivo, quando nos foi solicitado apresentar no Festival Interno
da FEF, tivemos apenas que ajustar os ltimos detalhes.
Referncias Bibliogrficas
GALLARDO, J.S.P.. Diferentes olhares sobre a Ginstica Geral: a viso pedaggica. In:
Frum Brasileiro de Ginstica Geral, Campinas, 1999. p. 29-34.
SANTOS, J.C.E. dos. Uma viso objetiva da Ginstica Geral na atual realidade brasileira.
In: Frum Brasileiro de Ginstica Geral, Campinas, 1999. p. 24-28.
SOUZA, E.P.M. de. Ginstica Geral: uma rea do conhecimento da Educao Fsica.
Campinas, 1997. 163p. Tese ( Doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, 1997.
___________. Ginstica Geral: A concepo do Grupo Ginstico Unicamp (mimeo).
Campinas,1999.
Rodrigo Mallet Duprat
Ana Paula Barbosa Sato - e-mail: [email protected]
Profa. Dra. Elizabeth Paoliello - e-mail: [email protected]
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CURSOS INTERNACIONAIS
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ROPE SKIPPING PARA INICIANTES
Texto extrado de:
BVLO Rope Skipping, septembre 1997 Vienna
Anne Van Cauwenberghe
Traduo de Cristiane Montozo Fiorin
Curso de Rope Skipping ministrado no Frum Internacional de Ginstica Geral
pelos professores Nadine de Rider e Geert Hoost.
No Rope Skipping existem trs modalidades bsicas:
Single rope: uma corda e um saltador;
Double dutch: duas cordas longas (por volta de 6 metros), com duas pessoas batendo a
corda e um ou mais saltadores;
Chinese Wheel: duas cordas (2,90 m) e dois saltadores sendo que cada saltador segura
uma ponta da corda.
Alm dessas trs modalidades, possvel executar diversas manobras com cordas
grandes (cordas de diferentes tamanhos com diferentes formas de bater e saltar).
1. Com apenas uma corda (single rope)
Tamanho da corda: quando voc ficar com os ps unidos em cima da corda, as pontas da
corda devem estar embaixo das axilas. Quando a corda grande demais, faa alguns ns na
prpria corda (no enrole-a em torno da mo). Quando voc quiser fazer saltos rpidos,
com maior velocidade e usando as cordas individuais, esta deve ser menor. As pontas da
corda devem atingir a linha do quadril.
Variaes: se voc no conseguir executar uma determinada manobra de um lado, tente do
outro. Se no conseguir fazer um salto para frente, tente faze-lo para trs. Voc ainda pode
fazer algumas manobras usando saltos duplos (girando duas vezes, saltando uma) ou em
combinao com outras manobras.
Obs: alguns nomes de saltos foram mantidos em ingls, uma vez que eles so melhor
entendidos com as denominaes nesta lngua.
- Dois Ps: salte com os ps juntos.
- Correndo: salte de um p a outro, gire a corda embaixo de cada p.
- Esquiador: salte da direita para esquerda com os ps unidos.
- Sino: salte para frente e para trs com os ps unidos.
- Side Straddle: saltar de ps unidos para ps afastados (abrindo) e voltar.
- Forward Straddle:
primeiro salto: um para frente e outro para trs;
segundo salto: ps unidos;
terceiro salto: o mesmo que o primeiro salto, s que agora invertido, o p que foi
primeiro para frente vai para trs e vice-versa;
quarto salto: ps unidos.
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- Wounded Duck:
primeiro salto: gire os ps para dentro;
segundo salto: gire os ps para fora.
- Salto em X:
primeiro salto: ps afastados;
segundo salto: ps cruzados.
- Peek a Boo (esconde-esconde):
primeiro salto: um dos ps na lateral e outro no meio;
segundo salto: muda a direo.
- Calcanhar para calcanhar:
primeiro salto: traga um calcanhar para frente e o outro p fica no meio;
segundo salto: ps unidos no meio;
terceiro salto: traga o outro calcanhar para frente.
- Dedo para dedo: igual ao de cima, mas trazendo os dedos para frente.
- Twister: saltando com os ps unidos e virando o corpo para a esquerda e para a direita.
- Can-Can (um can-can contado quatro saltos):
primeiro salto: levantando o joelho;
segundo salto: ps unidos;
terceiro salto: levante a perna o mais alto possvel;
quarto salto: ps unidos.
- Balanceio lateral: gire a corda na lateral do corpo (um giro inteiro da corda), ento abra
os braos e salte.
Variaes: salte no momento do balanceio lateral; salte quando a corda bater no cho.
- Criss-Cross (Cruzado): traga a corda para frente, cruze os braos e salte a corda com os
braos cruzados.
- Balanceio lateral + Criss Cross: esta uma combinao dos dois exerccios apresentados
acima. Aps um balanceio lateral pela esquerda, a mo esquerda cruza, a direita fica no
quadril esquerdo. Tenha certeza de que o brao esquerdo cruza o brao direito.
- Giro completo: inicie com o balanceio lateral (esquerdo) e gire ao mesmo tempo na
direo da corda (esquerdo). (Quando voc estiver olhando de costas meio giro a corda
estar no alto). Aps o giro completo, a corda estar baixa, ento possvel salta-la.
- 360 : o incio desta manobra o mesmo citado acima para o giro completo (balanceio
lateral e inicie o giro), na metade do giro (quando voc estiver de costas) voc dever fazer
um giro de costas. Traga a corda depois do giro de costas e inicie o 180o. restante enquanto
traz a corda para baixo.
- Mad Dog: ao invs de dois giros de 180 graus na mesma direo, mude a posio depois
do primeiro giro (180o. para a direita, 180o. para a esquerda).
- Salto duplo (Double under): salte uma vez enquanto a corda d duas voltas.
Manobras mais avanadas:
- E.B.: balanceie a corda na lateral do seu corpo (lado direito) e traga no momento do
balanceio, um brao (esquerdo, por exemplo) para trs das costas enquanto o outro brao
est na altura do estmago. Quando a corda estiver sob a sua cabea, abra os braos.
- E.B. Cruzado: o incio igual ao da manobra acima, mas salte uma vez antes de abrir os
braos.
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- Toad:
primeiro salto: gire a corda sob a cabea e traga a mo direita embaixo do joelho
esquerdo, a outra mo ir cruzar o corpo (mo esquerda est em cima da mo
direita);
segundo salto: abra os braos.
- Crougar: gire a corda sob a cabea e ento traga a mo direita embaixo do joelho direito
(de dentro para fora). O joelho dever estar encostado no cotovelo. A outra mo fica
prxima ao corpo (como em um salto normal).
- Caboose: gire a corda sob a cabea e traga ambos os braos entre as pernas de forma
cruzada (criss-cross) mo direita atrs do joelho esquerdo e vice versa. Faa o giro da
corda, passando pela cabea, salte a corda e comece a saltar de costas.
- Throwing handles lanando as pontas da corda: salte para trs e largue a ponta da
corda (esquerda) no momento em que saltar a ponta da corda deve tocar o cho. Puxe um
pouco a outra ponta da corda (direita) e tente pegar a ponta que foi largada usando a mo
esquerda.
2. Dois saltadores uma corda e Traveler
Cada saltador pode segurar uma ponta da corda, ou um pode segurar as duas pontas.
Deixe-os experimentar algumas combinaes, pois com certeza eles descobriro algumas
manobras interessantes.
Cada saltador com uma ponta da corda:
- Dentro e Fora: uma pessoa salta dentro e fora, para frente e para trs (trocando ou no
quem segura a ponta da corda).
- Mudando de direo: de trs para frente e de frente para trs.
- Mudando os lados com ou sem troca de pegada.
- Cruzado criss cross: uma pessoa salta na corda, a outra fica prxima a ele (a). Aps
uma contagem para a entrada, a pessoa que est na corda cruza os braos (segurando as
pontas), a pessoa que est prxima vai ento levar uma das pontas da corda para o outro
lado de quem est saltando (seu brao est abaixo do brao da pessoa que iniciou com a
corda). Um salto com braos cruzados e ento abra os braos.
Um saltador segurando as duas pontas da corda:
- Abaixo do brao: o saltador 1 gira a corda, o saltador 2 entra na corda (de frente para o
saltador1). Ambos esto saltando. O saltador 2 tenta saltar por debaixo do brao do
saltador 1. Este por sua vez, coloca ambos os braos um pouco para o lado, desta forma
possvel saltar por debaixo dos braos.
- Trocando quem segura as pontas da corda: saltador 1 gira a corda e permanece saltando
segurando ambas as pontas, saltador 2 entra na corda por trs do saltador 1. Enquanto salta,
saltador 2 segura primeiro o punho e depois a ponta da corda que antes saltador 1
segurava. Agora este quem vai girar a corda.
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- Trazendo o parceiro para dentro da corda: saltador 1 fica perto do saltador 2. Saltador 1
salta na corda, enquanto saltador 2 salta no mesmo ritmo s que fora da corda. O que
estiver pulando corda (nesse caso saltador 1) comea a saltar de lado at envolver quem
estava de fora para pular um ou mais saltos juntos. Quando ele volta para o lugar inicial o
outro saltador tambm sai da corda, ficando como era no comeo (um pulando corda e o
outro acompanhando o mesmo ritmo dos saltos s que fora da corda).
Traveller: pegar diferentes parceiros com a corda enquanto salta na lateral.
Obs: Antes de comear o Traveller, tenha certeza que h uma distncia suficiente entre os
saltadores. Desta forma a pessoa que est fazendo o travelling, pode fazer um salto entre
os dois parceiros.
Para medir a distncia: traga os cotovelos para prximo do seu corpo e coloque as mos na
lateral. A ponta dos dedos deve somente tocar as pontas dos dedos de quem estiver na
lateral.
Importante para fazer o traveller: TODOS OS SALTADORES DEVEM SALTAR NO
MESMO RITMO!!!
Msica pode ajudar a unificar o ritmo de todos os participantes.
3. Double Dutch
Duas pessoas giram a corda, sendo que cada pessoa segura uma ponta da corda. A corda
deve girar no sentido de fora para dentro.
Como girar as duas cordas: traga o cotovelo para prximo da cintura e toque com a mo
direita e esquerda, de forma alternada, a ponta do nariz. Tente bater a corda em um ritmo
regular. Os dois braos devem ficar ao lado do corpo. Imagine que h uma linha no meio
do seu corpo e tenha certeza que a mo direita fica prxima ao lado direito do corpo, e a
esquerda do lado esquerdo do corpo.
Entrando na corda: entre na corda quando a corda mais prxima estiver na fase alta.
Existem diferentes formas de aprender como entrar na corda.
Mtodo Global entre na corda quando a corda mais prxima estiver alta;
Mtodo Analtico: Gire a corda (a corda que esta do lado do saltador gira mais
afastado) e entre no momento em que esta corda estiver alta;
Ajuda Verbal: Conte 1, quando a corda que esta mais afastada do saltador tocar o
solo; conte 2 quando a corda mais prxima tocar o cho. No 2 deve-se entrar
na corda e j entrar saltando;
Ajuda Visual: Use duas cordas de cores diferentes.
Saindo da corda: a maneira mais fcil de aprender a sair da corda uma combinao com a
prpria maneira de entrar. Voc sempre tem que dar trs, cinco ou sete saltos antes de sair
da corda. A entrada e a sada devem ser feitas pela diagonal da corda.
Saltar: salte sempre alto (nunca d um salto pequeno entre dois saltos altos) por que h
sempre uma corda passando por debaixo dos seus ps.
Diferentes formas de saltar:
Pode-se fazer as mesmas manobras bsicas feitas com uma nica corda;
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Saltar na double dutch com uma corda individual;
Saltar com duas pessoas: trocando lugares, alternando;
Passar correndo;
Salto duplo;
Saltar e tocar o cho.
Jogos:
O saltador vai aonde ele quiser e a pessoa que est batendo a corda dever segui-lo.
Este um exerccio para aqueles que giram a corda;
Saltar dentro e fora sem contar 1-2-3, todo mundo deve estar dentro no 1 e fora
no 3. Tente fazer isso com o seu grupo sem que ningum saia da atividade.
4. Chinese Wheel (Roda chinesa)
Dois saltadores, duas cordas: saltador 1 segura duas pontas direita, saltador 2 segura as
outras duas do lado esquerdo. As cordas devero girar alternadamente.
Mtodo Global: tente girar a corda alternadamente, ento comece a saltar cada vez
que uma corda tocar o cho;
Mtodo analtico:
1) Trs pessoas, duas cordas: a pessoa do meio primeiro gira a corda alternadamente,
ento ele dever saltar cada vez que a corda tocar o cho.
Dificuldade: muitas pessoas comeam a girar com ambos os braos (ao invs de
alternado) no momento em que eles tentam combinar a batida da corda com os
saltos.
2) Uma pessoa, duas cordas: uma pessoa tem em cada mo uma corda (duas pontas).
Ele dever girar alternadamente cada corda e ele deve saltar no momento em que a
corda tocar o cho.
3) Duas pessoas, duas cordas: a mesma seqncia descrita acima, mas quem est
segurando uma ponta quem salta na corda.
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RODAS GINSTICAS
Profa. Sigrun Leisner
Internationaler Rhoenradturn Verband - Alemanha
Introduction to wheelgymastics
1. The wheel
...is a German invention called
"Rhnrad". It consists of two equalsized synthetic-covered tubular steel
rims, connected by six tubular steel
rungs. Two of the rungs have wooden
boards attached to then, two have
handles on them, and two are plain
bars. There is also a handle on each
of the rims.
2. The competitive disciplines
In the straight-line discipline the wheel is set in motion on both
rims. A move is performed within one rotation of the wheel.
Normally there are two rotations in one direction followed by two
rotations in the other direction and so on. The gymnast can either
stay fully within the wheel, or can leave the centre of the wheel
during several phases of the rotation. The senior men and women
perform their voluntary straight-line routines to music of their own
choice. (competition area 3 x 21 meter)
In the spiral discipline the wheel is set in motion on one rim. An approximately circular
path is traced by the rim in contact with the floor. In the big spiral a move is performed
within two rotations of the wheel. In the small spiral a move has a duration of 3 to 5
seconds. (competition area 12 x 12 meter)
The vault is performed, with a run-up, over the rolling wheel. The wheel is set in motion
(on both rims) by the gymnast. Possible vaults include straddle sitting, tuck through, or
somersaults.
3. Conceptual definition and categorisation of elements in
straight line and spiral
1. Basic categories
In view of similarities between elements (such an positioning relative to the apparatus,
body shape, or movement technique), the following categories are appropriate:
a) Centralised elements
The centre of body mass remains chiefly in the centre of the wheel throughout the
execution of the element, and/or, the points of contact between the gymnast and the wheel
are at a significant distance from each other.
b) Decentralised elements
Throughout the element, the gymnast is mainly at the edge of the wheel, and/or, the points
of contact between the gymnast and the wheel are close together. Decentralised elements
are performed in an upper and lower phase. In the upper phase the major part of the body
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mass is above the imagined horizontal through the centre of the wheel, while in the lower
phase the major part of the body mass is beneath this horizontal. More precisely defined,
the limits between the upper and lower phases are as shown in the diagram :
2. Moves
a) Moves in the straight-line discipline
In the case of centralised elements, a move is performed within one rotation of the wheel.
A distinction is made between individual elements that are executed during the course of a
complete rotation, and element combinations which involve the consecutive execution of
several elements (also within one rotation) with a change of position when inverted. Both
are examples of moves.
In the case of decentralised elements, a move consists of an upper and a lower phase which
follow on immediately from one another. The wheel must complete at least 3/4 of a full
rotation.
b) Moves in the spiral discipline
In the big spiral a move is performed within two rotations of the wheel. A distinction is
made between individual elements that take two rotations to be executed, and element
combinations which involve the consecutive execution of several elements (also during
two rotations) with a change of position either when upright or when inverted. Both are
examples of moves. In the small spiral a move has a duration of 3 to 5 seconds.
3. Mounting the apparatus (straight-line and spiral)
Mounting the apparatus consists of the approach to the wheel, the lifting into it and the
securing of the bindings.
4. Transitions
Transitions represent the links between elements. They include:
a) start of a move (gathering momentum)
b) upright change of position connecting two moves together
c) change of position within an element combination
d) change of direction (straight-line)
In addition,the following transitions are applicable to spiral:
e) tipping the wheel (at start of routine)
f) tipping the wheel (during routine)
g) transition from the big to the small spiral
h) transition from the small to the big spiral
i) transition from spiral to stand
i) transition from spiral to lying (on the floor)
k) change of direction
5. Dismounts
A dismount is a method of leaving the apparatus, by way of a flight phase, into a standing
position outside the wheel.
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6. Routines
A routine is a sequence of moves linked by transitions and ended by a dismount.
4. Catalogue of straight-line elements
1. General principles of body positioning
1.The head is kept in position es a linear extension of the back. The gymnasts gaze is
perpendicular to the shoulder axis.
2. In a straight position, free arms are held elevated and to the side. They should form a
plane with the gymnast's body. The elbows should be between shoulder height and eyelevel. The hands are closed and form a linear extension of the arms. Fingers are stretched
with thumbs alongside the fingers. In an upright position the palms of the hands face the
floor.
In a side position, free arms are bent of , and placed on the hips in front the body.The
hands form a linear extension of the lower arms. The elbows are in line with the front of
the body, hands are closed, fingers are stretched, and the thumb is supported separately
from fingers on the hip-bone at the side.
3. In a side position, a foot in bindings is turned out so that the toes are over the outer edge
of the board. The foot is then pointed against the board so that the binding becomes tight.
In a straight position, a foot in bindings faces forwards. The toes of the front foot are
pointed over the outer edge, while the back foot toes are pointed over the inside edge.
4. If elements in one binding are performed in a straight position, the free foot is placed
next to the foot in bindings, in a closed position. In a side position, the inside edge of the
free foot is placed at a right angle to the foot in bindings.
5. When one or both feet are out of the bindings, the following applies: any part of the foot
can be used to stand on, eg. the talls, the sole or the toes.
6. In generell, arms, legs and hips are extended. Any variations will be indicated.
2. Mounting the apparatus (also spiral)
Before the start of a routine the wheel will be brought into the competition area by the
gymnast and/or coach and will be placed in the appropriate starting position. A quick
check of the bindings is permitted. The gymnast approaches the wheel, stands in a side
position behind it (arms to the side) and holds the wheel still by placing toes on the back
rim. After the start signal has been given by the judges, the gymnast reaches either side of
the outer handle on thi; back rim and (with overarm grip) lifts into a side position on the
boards. This lifting is achieved by bending the arme and any sign of jumping should be
avoided. The gymnast crouches down in order to put the feet in the bindings. The knees
may be bent and the feet are permitted to be turned a number of times in the bindings until
they are in the right Position. Afterwards, the gymnast stands up in a side or straight stand,
arms to the side. The arm position is taken up only when momentum is being gathered.
3. Centralised elements (basics)
1.Basic elements
a) Side rotation
Body position: Side position, underarm grip on both inner handles, upper arms and
shoulders form a straight line.
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Technique: The support arm (in the rolling direction) is straightened, und at the same
time the hang arm (against rolling direction) is bent. Onve inverted, a weight transfer
occurs, es the previously straight arm is bent (now becoming hang arm), und the previously
bent arm is straightened (now support arm). In the case of all side rotations performed
without bindings, there will be a point in the inverted position when both arms are straight.
b) Front support
Body position :
Straight stand, overarm grip on the front inner handle (a different
grip may be indicated)
Technigue: The movement has two phases:
Front support backward:
1. hang phase;
2. support phase
Front support formerds :
1. support phase;
2. hang phase
Before reaching an inverted position, pressure in exerted by the foot on the board in the
rolling direction. After passing through the inverted position, pressure is exerted by the
foot on the board against the rolling direction. A weight transfer is achieved by a forwards
hip movement at the same time as the shoulders are pulled backwards in the hang phase.
- Back support on one board (underarm grip on the back inner handle)
- Back support on one board with radial grip on the rims under the back inner handle
e) Spindle rotation
Body position: Feet in straight stand, shoulders in side position, underarm grip on the inner
handles, if the left foot is in front then the right hand holds the front handle (and vice
versa), upper arms arid shoulders form a straight line.
Technique-. (as for above: side rotation), support arm straight and hang arm bent.
2. Bridges
All bridges in straight-line are performed in a straight position. The body is arched. Hips,
arms and the back leg (if not both legs) are extended. The head is between the arms; next
to the holding arm in a one-armed bridge; or next to the back arm in a spindle bridge.
Unless otherwise indicated, the extended, low and rim bridges are performed in both
bindings. If the bridge is to be executed on one board only, the appropriate board will be
indicated.
For bridges with a standing position on the boards, a distinction will be made between
extended, low and giant bridges.
For bridges with a different standing position, a distinction is only made between bridges
and giant bridges. The difference between extended and low bridges is not applicable in
such cases.
a) Extended bridge
Body position: in both bindings, radial grip on the outer handles, the front leg is bent.
Technique: the move consists of three phases:
Extended bridge forwards: 1. hang phase; 2. pull phase; 3. support phase
Extended bridge backwards: 1. pull phase; 2. support phase; 3. hang pase
In the case of bridges performed without bindings, the hang and pull phases are no longer
applicable. Instead, there is an additional front support phase.
b) Low bridge / Low rim bridge
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Body position: in both bindings, both legs straight, overarm grip on the back inner handle
(for low bridge), or radial grip on the rims behind the back handle rung, both hands level
(for low rim bridge)
Technique: the move consists of two phases:
Low bridge forwards: 1. hang phase; 2. support phase
Low bridge backwards: 1. support phase; 2. hang phase
The above applies also to the low rim bridge. The weight transfer is achieved by
movement of the hips, eg.
For forwards moves: forwards in the hang phase, backwards in the transitional phase,
forwards in the support phase;
For backwards moves: forwards in the support phase, forwards at the start and backwards
at the end of the hang phase.
c) Spindle bridge (on one board)
Body Position: underarm grip on the front inner handle and overarm grip on the back inner
handle.
In a spindle bridge on the front board with the right foot in the binding, the left hand is in
front. In a spindle bridge on the back board with the right foot in the binding, the right
hand is in front (adapt appropriately if the left foot is in the binding)
Technique: the move consists of two phases:
Spindle bridge forwards: 1. hang phase; 2. support phase
Spindle bridge backwards: 1. support phase; 2. hang phase (relative to the body and back
arm)
For the weight transfer, see as for the low bridge.
d) Giant bridge / Giant rim bridge
Body position: on the back board; for the giant bridge: overarm grip on the front inner
handle; for the giant rim bridge: radial grip on the rims next to the front inner handle
Technique: the move consists of three phases:
Giant bridge forwards: 1. hang phase; 2. pull phase; 3. support phase
Giant bridge backwards: 1. pull phase; 2. support phase; 3. hang phase
The weight transfer is achieved through a powerful pull by the arms in the pull phase and
pressure exerted by the feet in the support phase.
For giant bridges performed without bindings, the hang and pull phases are no longer
applicable for forwarda variations, while for backwards variations the hang phase ceases to
exist. Instead, there is an additional front support phase. All giant bridges may be
performed either with an overarm grip on a handle or rung, or with a radial grip on the rims
next to the relevant rung (both hands should be level). When holding the rims, the move in
known as a giant rim bridge.
e) Splits
Body position: straight stand on the stride rungs, radial grip on the outer handles
Technique: the move consists of two phases:
Forwards splits: 1. hang phase; 2. support phase
Backwards splits: 1. support phase; 2. hang phase
The weight transfer is achieved through movement of the feet and shoulders, eg. in
forwards splits: forwards in the hang phase, backwards in transition between the two
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phases, forwards in the support phase; in backwards splits: forwards in the support phase,
forwards at the start of the hang phase, backwards at the end of the hang phase.
f) Other bridges without bindings
Examples:
- rim bridge in the outer handles with radial grip next to the back board rung
- rim bridge on the lower stride rung with one leg in front on/in the back inner handle,
holding the rims behind the upper stride rung
- rim bridge on/in the front inner handle with one leg in front on the lower stride
rung,holding the rims behind the upper stride rung
3.
Free-fly elements
Technique; After gathering momentum, a stretched body position is maintained while
weight is transferred onto the foot in rolling direction. This foot exerts pressure on the
board in rolling direction, while the second foot employs a strong pulling effect on the
other board. As soon as the first handle rung has been in contact with the floor, the body
weight is transferred onto the other foot and the pulling effect is acchieved by the opposite
foot. During the weight transfer, there should only be a small pendulum movement of the
body (which should only take place at the time when the outer handles are in contact with
the floor).
a) Side free-fly
Body position: side position, arms on hips (bent)
b) Free-fly
Body position- straight position, arms elevated to the side
4.
Element combination
a) Examples without rotation about the longitudinal axis
change of grip or arm position:
- from free-fly forwards into one-armed front support forwards
change of foot or leg position:
- stride free-fly forwards (ie. from free-fly forwards on the back board with one leg in front
on the stride rung, into free-fly forwards with one leg behind on the other stride rung)
change of body position:
- from free-fly backwards, via pike, into free-fly backwards falling hang forwards (ie. from
extended bridge forwards on a board, into front support forwards holding the outer
handles)
- supported bridge (ie. from low bridge forwards on the back board (bent arms), via front
support forwards on the upper inner handle (bent arms), into a low bridge forwards again)
b) Examples with a quarter turn
without turning the feets
- from front support forwards on the front board, into side rotation with one leg crossed in
front of the other and the free foot on the stride rung against the rolling direction
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- from side free-fly on the board against rolling direction with one leg on the stride rung
(free), into extended bridge backwards
with foot rotation:
- from side rotation on the board in rolling direction, the free leg crosses in front of the
other and is placed on the stride rung, turn via side rotation with one foot on that rung, into
free-fly backwards with one leg in front on that rung
- from side rotation (change of grip) into front support backwards with underarm grip
c) Examples with a half turn
with change of grip:
- from spindle rotation forwards (change of grip via front support forwards, side rotation,
and front support backwards (all with underarm grip)) into spindle rotation backwards
- from extended bridge forwards on the back board (change of grip via the back outer
handle) into extended bridge backwards
with a free turn:
- from spindle bridge forwards on the front board (free), into extended bridge backwards
- from free-fly forwards into free-fly backwards
with a downward twist:
- from one-armed low bridge forwards with underarm grip (left foot in front implies that
the left hand holds and vice versa) (twist down), via one-armed front support backwards
(change of grip), into spindle rotation backwards
- from stride scale forwards on the front board (twist down), into spindle bridge backwards
with the arm behind in an underarm grip
with an outward or inward twist:
- from low bridge forwards on the front board with alternate grip (underarm/overarm)
(twist in), via front support backwards with one leg in front on the stride rung and arms
crossed, into free-fly backwards with one leg in front on the stride rung
- from front support forwards holding the outer handles (twist in), into front support
backwards with crossed radial grip
- from front support forwards with crossed radial grip on the outer handles (twist out), into
free-fly backwards
- from front support forwards on the front board with crossed alternate grip (underarm/
overarm) (twist out), into low bridge backwards with alternate grip
d) Examples with multiple turns
with two turns: - from low bridge backwards (free), via one-armed front support forwards
(opposite hand to front foot holds) (twist down), into one-armed low bridge backwards
with underarn grip
- from front support backwards with crossed radial grip on the outer handles (twist out and
change grip via one-armed front support forwards, radial grip with opposite hand to front
foot), (twist down), into spindle rotation backwards
- from stride scale backwards on the front board with radial grip (twist down), via onearmed low bridge forwards with one leg extended to the side (change of grip via radial grip
on the front inner handle), (twist down), into spindle rotation backwards
with three turns: - from one-armed front support backwards (twist down), via spindle
rotation forwards with the back hand in radial grip, (twist down under the front arm) and
via spindle rotation backwe,r-ds with front hand in radial grip (twist down under front
arm), into one-armed low bridge forwards
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- from low bridge forwards with alternate grip (underarm/overarm) (twist in), via front
support backwards with crossed alternate grip (free), via one-armed low bridge backwards
(underarn grip with opposite arm to front foot) (twist down), via one-armed front support
forwards, via pike forwards (change of grip to radial grip on front inner handle) (twist
down), into spindle rotation backwards
IV. Decentralised elements
1.
General principles of body positioning and movement tochnique
a) As far as possible the same principles of body positioning apply to decentralised
elements as to centralised elements.
b) Due to the large variety of decentralised elements, the starting and finishing positions
must be described if they are not obvious from the previous or subsequent elements.
c) In the upper phase of decentralised elements, the standard version is performed with
straight legs. If an element is to be executed in a tuck position, then this should be
indieated.
In the lower phase the leg positioning will always be given.
2.
Decentralised elements in the upper phase
a) Rolling movements
Rolling movements are characterised by a rotation of the body around its transverse axis.
- Roll: The rotation occurs between the arms, below the holding points on the wheel.
Hands hold in overarm grip on a rung, or in radial grip on the rims and outer handles.
Arms may be bent during the rotation. Legs are together (at least from when they have
reached the horizontal until the hips have passed through the arms). During this phase, feet
may not touch the rims, rung, handle, or boards. The rotation must not be initiated by a
jump out of the stand position, but must come from using the arms to lift the body and so
raise the centre of mass.
Example:
Tuck roll backwards
b) circles
Example:
upward back hip circle
c) leg-swing movements
Example: High straddle on forward
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d) static elements
Example: hip hang backwards
3.
Decentralised elements in the lower phase
a) Variations in standing position:
Example: tuck stand forwards
b) Variations in a sitting position
Example: Angled sitting forwards
c) Variations in a lying position
Example: front lying
d)
Variations in a support position
Example: tuck support
5. Spiral elements
I. General
The introductory remarks to the cataloguep of straight-line elements also apply spiral with the following additions:
to 3.: Foot positioning
When spiralling in bindings the gymnast may place the toes on rim. The feet are not
turned out over the board edge to as great an extent es in straight-line.
In addition to the foot technique described for straight-line, the gymnast may use a flexed
foot technique when spiralling behind. This is achieved by pulling the toes up as high as
possible so that only the heels are in contact with the boards.
to continue after point 6. ...
7. Technique and body positioning in the big spiral
Ttie different move phases (support, hang or pull phases) are the same as those in straightline. However, they occur twice in each move, in a big spiral consisting of two wheel
rotations. For one armed elements in a straight position, the arm nearest the floor retains
its grip. When spiralling in front in bindings the body is positionend between middle of
the wheel and plane of rolling rim. When spiralling in front without bindings, the body
remains mid-way between the rim planes. In an inverted position both arms are straight for
a moment, such that the shoulder axis is in line with the rim plane furthest from the floor.
When spiralling behind in bindings the upper body is in the middle of the wheel in a
slightly slanted position. The hips should be as extended as possible.
8. Technique and body positioning in the small spiral (see the descriptions of individuell
elements in D.IV)
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II. Mounting the apparatus (see straight line)
III. Centralised elements in the big spiral
Most of the straight-line centralised elements described above also be performed in the big
spiral in front or behind.
IV. Centralised elements in the small spiral
All elements in the small spiral are performed in a side position. Unless otherwise
indicated the grip will be a radial grip on the inner handles. There are no element
combinations in the small spiral, ie. every position must be demonstrated for 3 to 5 seconds
in order to be counted as a move.
In view of the low angle of wheel inclination in the small spiral (30), the transition from
one move to the next may take place within a complete wheel rotation.
1.
Element in the small spiral in front (basic)
a) Side front support
Body Position upper body is held up and slightly back from the line of lower body, in a
support position (i.e. shoulders are above holding position)
Technigue The support arm (leading arm in rolling direction) is extended, thus pushing the
wheel in a downward direction. At the same time the pulling arm (against rolling
direction) is bent, thus pulling the wheel in an upward direction. When the gymnast is in
an inverted position both arms are straight for a moment. Then the previously extended
(support) arm (now pull arm) is bent and the previously bent (pull) arm (now support arm)
extended. In this way a weight transfer is achieved.
Example of variation:
- One-armed side front support with one foot on stride rung (with or without bindings): the
free arm is held in an elevated position above the head (es opposed to being placed on the
hips)
- Side front support with one leg in front on the lower outer handle (eg. in a splits position)
- Side front support on the upper rim (legs together) holding the upper rim
V. Decentralised elements in the big spiral
At present only a few of the decentralised elements from straightline are possible in spiral.
In these cases the deseription is sirnilar to that in straight-line.
Example: Angled side straddle hang: (above: angled side straddle hang on... holding...;
below: angled side straddle stand)
Technique:The weight transfer is achieved with straight arms, through the shoulders. In
addition there is a slight up and down movement of the upper body.
VI. Decentralised elements in the small spiral
Example: Low angled side straddle stand
Body posotion: Stand on the rolling rim by the handle rungs; holding the upper rim; arms
stay straight.
Technique: When the grip position is at a maximun distance from the floor, the centre of
mass is lifted upwards (mith straight arms, through the shoulders). When the grip position
is near the floor, the centre of mass is lowered. This up and down movement of the centre
of mass is superimposed by alternate pressure on the two halves of the wheel.
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6. Vaults and Dismounts
I.
Basic categories
There are three diffrent types of vault:
1. straddle and tuck vaults
2. jumped dismounts
3. owerswings
II.
The units / phases of a vault
A vault is divided into 5 units:
Unit 1 consists of the phases 1. Setting the wheel in motion
2. Pause, legs together
3. Run-up
Unit 2 consists of the phases 4. Take-off from the floor
5. Mounting phase
Unit 3 consists of the phases 6. Placement of the thighs, hips or feet on the wheel
7. Support, standing, sitting or lying on the wheel
Unit 4 consists of the phases 8. Thrust with the hands or feet from the wheel
9. Flight phase
Unit 5 consists of the phase 10. Landing
7. Code of point
I.
DIFFICULTY AND COMPOSITION IN
STRAIGHT-LINE
( for voluntary routines both with and without music) AND SPIRAL
1.
Difficulty in straight-line
In straight-line a maximum of 8 elements of difficulty (A, B, C) are incorporated into the
difficulty score.
In order to achieve maximum difficulty (4.0) a routine in straight-line must contain at least
the following elements of difficulty:
Element
Value
Number
Total value
C
0.60 3
1.80
B
0.40 5
2.00
3.80
Bonus for B
or C dismount*
0.20
0.20
---------4.00
The B or C dismount may be one of the B or C elements already incorporated into the
difficulty score.
Without a B or C dismount the maximum difficulty score for a routine is 3.80.
A elements are only incorporated into the difficulty score if the routine has an insufficient
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number of B and C elements. The level of difficulty of the individual elements will be
determined by the difficulty catalogue of the 1997 German Code of Points. The D
elements listed in this Code of Points will be valued as C elements. For the total number of
moves required in a straight-line routine, see 5.4.1.1. in WB 97 (at least 8 moves +
dismount).
Example of a complete routine:
(3 x C elements = 1.8 points)
+
(5 x B elements [including B dismount] = 2.0 points)
+
an additional move (difficulty irrelevant) in order to have the correct total
number of moves
+
(bonus for B or C dismount = 0.2 points)
=
total 4.0 points as maximum difficulty
1.2
Composition in straight-line
See WB 97 for composition requirements. The requirements listed in paragraph 5.3.3 in
WB 97 are valid for routines both with and without music. These requirements have been
reproduced below:
1 move in both bindings
1 move in one binding
2 centralised moves without bindings
1 complete free-fly with a pike
1 bridge without bindings (no turn in inverted position)
1 decentralised move, whereby the upper phase comes from one of the
following groups: High rolls (see RTS Ch. IV 2, page 26) or Upward,
downward and forward/backward circles (see RTS Ch. IV 2, page 27).
The deduction for a composition error in straight-line is 0.2 points per missing move or
element from the above list of requirements. (In the case of routines to music 0.1 points are
deducted per missing move or element, see 4.4.2)
3. Difficulty in spiral
In spiral a maximum of 9 elements of difficulty are incorporated into the difficulty score.
In order to achieve maximum difficulty (4.0) a routine in spiral must contain at least the
following elements of difficulty:
Element
Value
Number
Total value
C
0.60
3
1.80
B
0.40
5
2.00
A
0.20
1
0.20
4.00
For the level of difficulty of the individual elements see chapter 2 in this IWB 2000.
For the total number of moves required in a spiral routine, see 5.4.1.2. in WB 97 (at least 8
and maximum 12 moves + dismount).
4.
Composition in spiral
The requirements listed in paragraph 5.3.4 in WB 97 apply:
1 element combination with turn
1 move in free-fly (2 rotations of the wheel, also as element combination)
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1 rotation of the wheel in a bridge (no turn)
1 move performed behind
1 move with a change of direction (as a transition before the move or between the
two rotations)
2 moves in small spiral
The deduction for a composition error in spiral is 0.2 points per missing move or
element from the above list, with the exception of small spiral, where 0.5 points are
deducted per missing move in small spiral.
8. FAQ - How to start
What wheel-size do I need ?
There are wheel sizes ranging from about 1.35 meters in diameter to about 2.40 meters.
There is no reliable rule to find the correct size - it all depends on your personal body
stature. People who are about 1.75 m tall should come along with a wheel of qbout 2.20 m
in diameter. A rule of thumb is : When you stand straight on the boards, there should be
place for two and a half fists between your head and the upper handle. The gymnast should
be able to straighten one arm while bending the other. normally you take a wheel 0,05
meter less than straight-line for spiral an 0,10 meter less for vault.
At what age do I have to start practicing ?
The nice thing about wheel gymnastics is, that there is no special age when you have to
start practicing. People at all ages start with wheel gymnastics. Elder people practice,
because wheel gymnastics is good for the development of the whole muscular system.
People with back-problems can build up musceles, that stabilize their back. Practicing
wheel-gymnastics can help young children to develop orientation skills and body control.
If you want to compete seriously in the world-class you should start practicing at early
ages.
How much is a wheel ?
There are two main-factors that make up the price of a wheel : 1) the size of the wheel ; 2)
how many parts the wheel consists of (if it is disassemblable). Large wheels are (of course)
more expensive than small wheels. You can get wheels in one part - thats the easiest way
to manufacur them ... so this is the cheapest. Further you can get wheels that are divided
into 2 or 4 parts. The more parts, the more expensive is the wheel. A normal wheel costs
about 620 Euro; a 2-part wheel about 800 Euro and a 4-part wheel 920 DM.
What about the transportation problem ?
The formerly well known transportation problem was more or less solved by the
development of divideable wheels. One-part-wheels are of course hard to handle. A
medium-sized wheel weighs about 40 kg. You can transport them with a pickup, truck or a
trailer. Sending them by ship or airplane can become a major problem (very expensive
problem). Four-part-wheels are more or less very comfortable to move from one place to
the other. You can pack up to three medium-sized wheels in a Volkswagen Golf. Friendly
airlines let them pass as normal luggage.
links
www.wheelgymnastics.com - International Rhoenradturn-Verband (IRV)
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Campinas/SP, 24 a 31 de Agosto de 2001
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www.gym-wheel.de - Informations and links of wheelgymnastics
www.gymmedia.com - News about wheelgymnastics
http://members.tripod.co.uk/rhonrad/index.html - Exercices
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RELATRIO DE ATIVIDADES
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O Frum Internacional de Ginstica Geral foi realizado nas dependncias do SESC
Campinas nos dias 24 a 31 de Agosto de 2001 contando com 185 inscritos.
ABERTURA - dia 24
A Cerimnia de Abertura contou com a presena do Sr Joel Naimayer Padula,
Superintendente Tcnico-Social do SESC SP, Sr Pedro Jos Winterstein, Diretor da
Faculdade de Educao Fsica da Unicamp, Sr Francisco Feron, Gerente do SESC
Campinas e Sr Anders Bulow, Presidente da ISCA International Sport and Culture
Association.
A seguir foi proferida a Conferncia: Participao Voluntria Ao Inclusiva, pelo Sr.
Anders Bulow ISCA International Sport and Culture Associatio e a Apresentao
Artstica a cargo do Grupo Gesto de Campinas.
CONFERNCIAS E MESAS TEMTICAS - dia 25
9.00 10.30h Conferncia: Ginstica Geral: da Formao Profissional ao
Mercado de Trabalho - Prof. Dr. Jorge Prez Gallardo FEF- Unicamp
11.00 12.30h Mesa Temtica: Formao e Mercado
- A Ginstica Geral e a Formao Universitria
Profa. Dra. Elizabeth Paoliello FEF - Unicamp
- A Ginstica Geral no Contexto Escolar
Profa. Dra. Eliana Ayoub - FE - Unicamp
- A Ginstica Geral na Perspectiva de Clubes, Associaes e Espaos Pblicos
Prof. Gunardo Pedersen - Universidade de Buenos Aires Argentina.
Obs: O Sr. Gunardo Pedersen foi impossibilitado de comparecer, tendo enviado sua
palestra que foi lida pelo Prof. Dr. Jorge Prez Gallardo.
14.00 15.30h Mesa Temtica: A Ginstica Geral na Dinmica da Comunidade
- SESC Servio Social do Comrcio Maria Luiza Souza Dias
- ISCA International Sport and Culture Association Anders Bulow
Obs: A mesa acima foi antecipada pela ausncia do Sr Lars Grael, do Ministrio dos
Esportes responsvel pela conferncia: Polticas de Desenvolvimento da Ginstica Geral.
O Sr. Thomas Dahl representante da DGI Danish Gymnastics and Sports Associations
no pode comparecer.
16.00 17.30h Relato de Experincias de Aplicao da Ginstica Geral
Escola: Claudia Mara Bertolini Colgio Parthenon Campinas
Prefeitura: Henrique Sanioto Araraquara
Universidade: Maria Tereza Bragagnolo Martins FEFISA Santo Andr
Clube: Odilon Jos Roble Clube Semanal de Cultura Artstica Campinas
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FESTIVAL DE GINSTICA GERAL dia 25
s 19.00 hora foi realizado no ginsio, o Festival de Ginstica Geral com a participao de
12 grupos que apresentaram 20 coreografias:
- Grupo da 3 Idade SESC Campinas
- Grupo Ginstico Unicamp
- Copenhagem Gymnastik Representative Team Dinamarca
- FEFISA
- Taller de Ritmo y Movimiento Del Instituto Dickens Argentina
- Regatas/Corao de Jesus GR
- Colgio Nossa Senhora de Lourdes
- Dalyexor Chile
- Clube Semanal de Cultura Artstica
- International Wheelgymnastic Group of IRV Alemanha
- Grupo Tempo
- Regatas GA
MOSTRAS PEDAGGICAS / SESSO DE PSTERES /
SESSO DE VDEO PSTERES - dia 26
No perodo da manh foram apresentadas 07 Mostras Pedaggicas, 07 Vdeo Psteres e
22 Psteres
OFICINAS INTERNACIONAIS - dia 26
No perodo da tarde foram ministradas 04 Oficinas Internacionais com participao de 254
pessoas.
- Rodas Ginsticas Alemanha 52 alunos
- Dana Escolar Chile - 51 alunos
- Rope Skipping Blgica - 75 alunos
- Ginstica Dinamarquesa Dinamarca 76 alunos
ENCONTRO DE MEMBROS DA ISCA AMRICA DO SUL e ENCONTRO DE
JOVENS DA ISCA AMRICA DO SUL dia 26
Durante todo o dia foram realizados encontros, com a presena de representantes dos
seguintes pases: Brasil, Argentina, Colmbia e Paraguai, Espanha e Dinamarca,
resultando na constituio do Comit Sul Americano da ISCA e do Comit Sul Americano
de Jovens da ISCA e na definio de um plano de ao para ambos.
CURSOS de 27 a 30
Durante 04 dias foram realizados 08 cursos com durao de 06 horas cada um , nos quais
participaram um total de 348 pessoas.
- Ginstica Rtmica Dinamarquesa - Turma A - 50 alunos - Turma B - 39 alunos
Professores: Thomas Dahl e Beth Nohr - Dinamarca
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- Ginstica Dinamarquesa Acrobacias - Turma A - 67 alunos Turma B - 29 alunos
Professores: Lars Joergensen e Stefan Walther - Dinamarca
- Rope Skipping - Turma A - 43 alunos - Turma B - 28 alunos
Professores: Nadine de Ridder e Geert Hoste RSC Rivierenhof - Blgica
- Rodas Ginsticas - Turma A - 53 alunos - Turma B - 39 alunos
Professora: Sigrun Leisner - Internationaler Rhoenradturn Verband - Alemanha
MOSTRAS INTERATIVAS DE GINSTICA GERAL de 27 a 30
Foram realizadas 04 demonstraes prticas de 45 minutos cada uma, com grupos de
Ginstica internacionais, seguidas de explanao e interao com o pblico: Dinamarca,
Chile, Alemanha e Grupo Ginstico Unicamp - Brasil
VIVNCIAS PARA ESCOLARES de 28 a 31
Foram realizadas Vivncias de Ginstica Geral para escolares em 08 perodos de 03 horas
cada um, com 03 oficinas: Ginstica, Circo e Msica e Movimento, atendendo um total de
21 escolas e 1935 crianas de 1 a 8a sries. Esta atividade foi realizada sob a coordenao
do Grupo Ginstico Unicamp, envolvendo 32 monitores, alunos da Faculdade de Educao
Fsica da Unicamp.
INTERVENES ARTSTICAS de 25 a 31
Todos os dias, s 13:00h, na praa de alimentao, foram realizadas intervenes artsticas,
com durao de 15 minutos, com os Grupos: BMTF, Echasse, uau a oh! e Dupla cone
Acrobtica.
FESTIVAL INTERNACIONAL DE GINSTICA GERAL dia 31
Como atividade de encerramento foi realizado o Festival Internacional de Ginstica Geral
no campo de futebol, com a participao dos seguintes grupos:
- Grupo da 3 Idade SESC Campinas
- Grupo Ginstico Unicamp
- Copenhagem Gymnastik Representative Team Dinamarca
- Taller de Ritmo y Movimiento Del Instituto Dickens Argentina
- Dalyexor Chile
- International Wheelgymnastic Group of IRV Alemanha
Alm da equipe do SESC, a Comisso Organizadora contou com a participao do Grupo
de Pesquisa em Ginstica Geral da FEF UNICAMP, do Grupo Ginstico Unicamp e de
alunos da Faculdade de Educao Fsica da Unicamp, num total de 40 pessoas.
Os trabalhos apresentados nas Mostras Pedaggicas, Vdeo Psteres e Psteres assim como
nas Conferncias e Mesas Temticas, sero publicados na ntegra nos Anais do Frum
Internacional de Ginstica Geral.
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Pode-se considerar que o evento atingiu os objetivos propostos, tendo grande repercusso
na rea tanto em nvel nacional como internacional. Esse sucesso deveu-se, em grande
parte, preocupao em destacar os diferentes mbitos da Ginstica Geral neste Frum:
- Na rea acadmica abrindo um espao de discusses sobre as questes tericas desta
atividade esportiva, alm da possibilidade de apresentaes de pesquisas nas sesses de
Pster, Vdeo-poster, Conferncias, Mesas Temticas e Relatos de Experincias. Deu
oportunidade para que professores que atuam nessa rea pudessem mostrar aspectos
metodolgicos de seu trabalho nas Mostras Pedaggicas e trocar experincias com seus
pares. O mesmo se deu nas Mostras Interativas, nas quais diferentes grupos mostraram
suas composies coreogrficas oferecendo-se, logo aps, um espao para interao com o
pblico.
- Na rea da formao profissional, as Oficinas e Cursos possibilitaram a ampliao dos
conhecimentos da Ginstica a alunos de Educao Fsica, Ginastas e Professores, trazendo
modalidades pouco conhecidas e praticadas no Brasil, como as Rodas Ginsticas e o Rope
Skipping, o que deu um carter original e inovador aos cursos. A avaliao dos mesmos,
feita pelos participantes, encontra-se em anexo.
- Na rea da aplicao e difuso da Ginstica Geral, as Vivncias para escolares atingiu um
grande nmero de escolas e de crianas, incentivando a prtica neste ambiente, alm de
oferecer a oportunidade para mais de 30 estudantes de Educao Fsica, de viverem a
situao de aplicao concreta da Ginstica Geral.
- O intercmbio entre culturas e diferentes estilos de se praticar a Ginstica Geral, tambm
foi estimulado com a presena de aproximadamente 100 ginastas e professores
estrangeiros.
- Finalmente a apresentao do produto resultante de todo esse processo pedaggico pode
ser apreciado nos dois Festivais, que integraram grupos nacionais e internacionais num
espetculo de grande beleza, que atraiu um pblico de aproximadamente 2000 pessoas.
Elizabeth Paoliello
FEF - Unicamp
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RELATRIO DO ENCONTRO DE MEMBROS
DA ISCA AMRICA LATINA
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Anais do Frum Internacional de Ginstica Geral
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Campinas/SP, 24 a 31 de Agosto de 2001
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No dia 26 de Agosto de 2001, durante a realizao do Frum Internacional de Ginstica
Geral em Campinas - So Paulo - Brasil, promovido pela Universidade Estadual de
Campinas UNICAMP e Servio Social do Comrcio SESC, teve lugar o Encontro de
Membros da ISCA Amrica Latina, que contou com a presena do Presidente da ISCA
Sr. Anders Bulow e representantes das seguintes organizaes:
Universidade Estadual de Campinas UNICAMP Brasil (membro)
Centro de Artes e Esportes Acrobticos Julius Brasil (membro)
Fundacin Libre Paraguay (membro)
Fundacin Pro Deporte y Recreacin Para Todos Colombia (membro)
Servio Social do Comrcio SESC Brasil
Associao Municipal de Assistncia Social AMAS - Brasil
Faculdade de Educao Fsica de Santo Andr FEFISA Brasil
Instituto de Educacin F. W. Dickens Argentina
Este encontro teve como objetivo estabelecer um plano de ao e estratgias para o
Comit Continental da ISCA Amrica Latina, alcanando os seguintes resultados:
1. Difuso da ISCA no Continente Latino Americano Estratgias:
Cada membro dever colocar em sua home page um link de acesso home page da
ISCA.
Criar um News Group (espao para discusso do Comit Latino Americano) no site
da ISCA.
Acrescentar na revista da ISCA uma agenda de eventos passados e futuros
organizados pelos seus membros.
Colocar o logo da ISCA nos eventos realizados pelas organizaes membros, que
tenham relao com a filosofia da ISCA.
Encontrar novos membros em nossos prprios pases e nos demais pases da
Amrica Latina. Utilizar a mala direta do Challenge Day oferecida pelo SESC.
Cada representante dever encaminhar o Boletim da ISCA ( News Letter) para todo
o seu address book.
2. Eventos:
Dia 14 de Abril de 2002 Esporte e Cultura em Ao (nome provisrio). Neste
dia ser promovida uma atividade esportiva e/ou cultural por todas as organizaes
membros, como uma realizao da ISCA.
Dias 22 a 24 de fevereiro de 2002 Encontro dos Membros da ISCA Amrica
Latina em Bogot Colmbia.
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Campinas/SP, 24 a 31 de Agosto de 2001
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3. Comit Latino Americano:
Elizabeth Paoliello Unicamp Brasil Presidente
Ricieri Patori - Centro de Artes e Esportes Acrobticos Julius Brasil
Liliana Ortiz de la Cruz - Fundacin Pro Deporte y Recreacin Para Todos
Colombia
Juan Carlos Velsquez - Fundacin Libre Paraguay
Gunardo Pedersen Universidad de Buenos Aires Argentina
Maria Luiza Souza Dias - Servio Social do Comrcio SESC Brasil
Carlos Roberto Alcntara de Rezende Associao Municipal de Assistncia
Social AMAS - Belo Horizonte Brasil
Paralelamente a esse encontro, foi realizado o Encontro de Jovens da ISCA Amrica
Latina com a participao de 8 jovens brasileiros e da representante do Comit
Internacional de Jovens da ISCA Cillas Morln Ortiz Espanha. Foi estabelecido o
Comit de Jovens da ISCA Amrica Latina e definido um plano de ao.
Elizabeth Paoliello
Presidente do Comit Continental da ISCA Amrica Latina.