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Modelo de Prova 7º Ano

A moça tecelã tinha o poder de tecer o que quisesse e trazer suas criações à vida. Inicialmente, ela tecia sozinha e era feliz com seu trabalho. Após desejar companhia, ela teceu um marido, mas ele passou a exigir cada vez mais de seu trabalho. No final, insatisfeita, ela desteceu o marido e voltou a viver sozinha.

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Modelo de Prova 7º Ano

A moça tecelã tinha o poder de tecer o que quisesse e trazer suas criações à vida. Inicialmente, ela tecia sozinha e era feliz com seu trabalho. Após desejar companhia, ela teceu um marido, mas ele passou a exigir cada vez mais de seu trabalho. No final, insatisfeita, ela desteceu o marido e voltou a viver sozinha.

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Avaliação de Língua Portuguesa

Professora: Andréa Folk

Aluno (a): ______________________________________________ Nota:


____________

Leia o conto abaixo, da autora Marina Colasanti, para responder às questões propostas.

A Moça Tecelã
Acordava ainda no escuro, como se ouvisse o sol chegando atrás das beiradas da noite. E
logo sentava-se ao tear.
Linha clara, para começar o dia. Delicado traço cor de luz, que ela ia passando entre os
fios estendidos, enquanto lá fora a claridade da manhã desenhava o horizonte.
Depois lãs mais vivas, quentes lãs iam tecendo hora a hora, em longo tapete que nunca
acabava.
Se era forte demais o sol, e no jardim pendiam as pétalas, a moça colocava na lançadeira
grossos fios cinzentos de algodão mais felpudo. Em breve, na penumbra trazida pelas nuvens,
escolhia um fio de prata, que em pontos longos rebordava sobre o tecido. Leve, a chuva vinha
cumprimentá-la à janela.
Mas, se durante muitos dias o vento e o frio brigavam com as folhas e espantavam os
pássaros, bastava a moça tecer com seus belos fios dourados, para que o sol voltasse a acalmar
a natureza.
Assim, jogando a lançadeira de um lado para o outro e batendo os grandes pentes do tear
para frente e para trás, a moça passava os seus dias.
Nada lhe faltava. Na hora da fome tecia um lindo peixe, com cuidado de escamas. E eis
que o peixe estava na mesa, pronto para ser comido. Se sede vinha, suave era a lã cor de leite
que entremeava o tapete. E à noite, depois de lançar seu fio de escuridão, dormia tranquila.
Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o que queria fazer.
Mas tecendo e tecendo, ela própria trouxe o tempo em que se sentiu sozinha, e pela
primeira vez pensou como seria bom ter um marido ao seu lado.
Não esperou o dia seguinte. Com capricho de quem tenta uma coisa nunca conhecida,
começou a entremear no tapete as lãs e as cores que lhe dariam companhia. E, aos poucos, seu
desejo foi aparecendo, chapéu emplumado, rosto barbado, corpo aprumado, sapato engraxado.
Estava justamente acabando de entremear o último fio da ponta dos sapatos, quando bateram à
porta.
Nem precisou abrir. O moço meteu a mão na maçaneta, tirou o chapéu de pluma, e foi
entrando na sua vida.
Aquela noite, deitada contra o ombro dele, a moça pensou nos lindos filhos que teceria
para aumentar ainda mais a sua felicidade.
E feliz foi, durante algum tempo. Mas se o homem tinha pensado em filhos, logo os
esqueceu. Porque, descoberto o poder do tear, em nada mais pensou a não ser nas coisas todas
que ele poderia lhe dar.
- Uma casa melhor é necessária, -- disse para a mulher. E parecia justo, agora que eram
dois. Exigiu que escolhesse as mais belas lãs cor de tijolo, fios verdes para os batentes, e pressa
para a casa acontecer.
Mas pronta a casa, já não lhe pareceu suficiente. – Para que ter casa, se podemos ter
palácio? – perguntou. Sem querer resposta, imediatamente ordenou que fosse de pedra com
arremates em prata.
Dias e dias, semanas e meses trabalhou a moça tecendo tetos e portas, e pátios e
escadas, e salas e poços. A neve caía lá fora, e ela não tinha tempo para chamar o sol. A noite
chegava, e ela não tinha tempo para arrematar o dia. Tecia e entristecia, enquanto sem parar
batiam os pentes acompanhando o ritmo da lançadeira.
Afinal o palácio ficou pronto. E entre tantos cômodos, o marido escolheu para ela e seu tear
o mais alto quarto da mais alta torre.
- É para que ninguém saiba do tapete, -- disse. E antes de trancar a porta à chave,
advertiu: -- Faltam as estrebarias. E não se esqueça dos cavalos!
Sem descanso tecia a mulher os caprichos do marido, enchendo o palácio de luxos, os
cofres de moedas, as salas de criados. Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o que queria
fazer.
E tecendo, ela própria trouxe o tempo em que sua tristeza lhe pareceu maior que o palácio
com todos os seus tesouros. E pela primeira vez pensou como seria bom estar sozinha de novo.
Só esperou anoitecer. Levantou-se enquanto o marido dormia sonhando com novas
exigências. E descalça, para não fazer barulho, subiu a longa escada da torre, sentou-se ao tear.
Desta vez não precisou escolher linha nenhuma. Segurou a lançadeira ao contrário e,
jogando-a veloz de um lado para o outro, começou a desfazer o seu tecido. Desteceu os cavalos,
as carruagens, as estrebarias, os jardins. Depois desteceu os criados e o palácio e todas as
maravilhas que continha. E novamente se viu na sua casa pequena e sorriu para o jardim além da
janela.
A noite acabava quando o marido, estranhando a cama dura, acordou e, espantado, olhou
em volta. Não teve tempo de se levantar. Ela já desfazia o desenho escuro dos sapatos, e ele viu
seus pés desaparecendo, sumindo as pernas. Rápido, o nada subiu-lhe pelo corpo, tomou o peito
aprumado, o emplumado chapéu.
Então, como se ouvisse a chegada do sol, a moça escolheu uma linha clara. E foi
passando-a devagar entre os fios, delicado traço de luz, que a manhã repetiu na linha do
horizonte.

Marina Colasanti.

Questões:
1. Conto é um texto curto que pertence ao grupo dos gêneros narrativos ficcionais e se
caracteriza por apresentar apenas um conflito, poucas personagens, poucas ações e tempo e
espaço reduzido. Sobre o conto “A moça tecelã” responda:

a. O texto “A moça tecelã” é um conto real, que aconteceu, ou ficcional, criado pela
imaginação da autora? Indique fatos do texto que justifiquem sua resposta.

b. No conto assim como em outros textos narrativos, o narrador pode ser narrador-
observador, narrador intruso ou narrador-personagem. Que tipo de narrador o conto “ A
moça tecelã” apresenta? Comprove sua resposta com frases do texto.

2. Qual era a fantástica habilidade da tecelã? Que tipo de coisas ela mais gostava de tecer?

3.Identifique as cores ou tons dos fios utilizados pela tecelã em cada uma das seguintes tarefas:

a- produzir raios de sol:


b- suavizar a luz solar:
c- produzir luz solar para acalmar a natureza:
d- produzir chuva:

4. Observe o trecho: “...ela própria trouxe o tempo em que se sentiu sozinha, e pela primeira vez
pensou como seria bom ter o marido ao lado”.

a) Como a tecelã concretizou seu maior desejo?


b) Qual foi a expectativa que a moça criou com a chegada do marido? Retire do texto o trecho
que comprova sua resposta.

5. Releia a fala do marido abaixo, e responda depois:

“Por que ter casa, se podemos ter um palácio?”

a) O que se pode inferir sobre o marido da tecelã, nessa fala?

b) Que tipo de coisas o marido passou a exigir que a moça tecesse?

c) Como a moça passou a se sentir em relação a esse comportamento dele?

6. Explique o que está acontecendo no penúltimo parágrafo.

7. A tecelã, ao tecer o seu destino, faz escolhas e as concretiza. Ao se decepcionar com suas
escolhas, ela as destece. O que a atitude de destecer o marido revela da tecelã, em relação ao
comportamento da mulher, principalmente no casamento? Explique e exemplifique.

8. “E eis que o peixe estava na mesa, pronto para ser comido”. Com base nessa frase do texto,
responda:

a) A linguagem do texto é mais formal ou informal? Que palavra da frase você usaria como
exemplo para comprovar sua resposta?

b) Como você escreveria essa frase de um jeito mais informal, sem mudar o sentido?

9. Determine quais são os adjetivos e locuções adjetivas dos substantivos sublinhados abaixo:

a) Delicado traço cor da luz


Adjetivo: ___________________ Locução adjetiva:_________________

b) Grandes pentes do tear


Adjetivo: ___________________ Locução adjetiva:_________________

10. Transforme os adjetivos sublinhados em locuções adjetivas correspondentes (com o mesmo


sentido):

a) Rua iluminada:
b) Chapéu emplumado:
c) Dia ensolarado:
d) Café matinal:

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