DEPEN – DEPARTAMENTO DE ENSINO
COORDENAÇÃO DE ENGENHARIA
ELÉTRICA
DISCIPLINA: ACIONAMENTOS ELÉTRICOS
Jósley Lélio Ferreira de Souza
RELATÓRIO I
LINGUAGEM DE PROGRAMAÇÃO FDB
Vitória da Conquista março de 2017
Jósley Lélio Ferreira de Souza
RELATÓRIO I
LINGUAGEM DE PROGRAMAÇÃO FDB
Relatório técnico apresentado como requisito
parcial para obtenção de aprovação na
disciplina de Acionamentos Elétricos, no
Curso de Engenharia Elétrica do Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
da Bahia - IFBA.
Professor: Drº Wesley de Almeida Souto
Vitória da Conquista março de 2017
Resumo
Este trabalho é fruto de um relatório de atividade avaliativa realizada na área de
acionamentos elétricos. O trabalho apresenta uma breve fundamentação teórica a respeito da
linguagem de programação FDB (Function Block Diagram), deixando claro algumas de suas
funcionalidades, histórico e aplicação. Os softwares de simulação de acionamentos elétricos
(CADeSIMU) e simulador de linguagem de programação em FDB (LOGOSoft) foram
utilizados no intuito de demostrar e comparar os métodos de controle por comando elétrico e
programação lógica.
As soluções propostas para cada problema estão dispostas ao longo do item Resultados
e Discussão, onde se é possível observar as imagens geradas da tela dos simuladores utilizados,
bem como entender o seu funcionamento por meio de um breve comentário.
O objetivo é apresentar de forma clara e objetiva algumas características desta
linguagem de programação, tornado claro o uso das funções dos blocos mais comumente
utilizados, como o OR, AND, RS, TON, etc. E demonstrar o completo entendimento destas
ferramentas por meio da solução de uma lista de exercícios e apresentação dos resultados.
Palavras-chave: Acionamentos Elétricos, FDB, Simulação computacional.
Sumário
1. Introdução .................................................................................................................................... 4
2. Fundamentação Teórica ........................................................................................................... 4
2.1. Linguagem de Programação FDB .................................................................................. 4
2.2. Blocos Biestáveis............................................................................................................... 6
2.3. Temporizadores .................................................................................................................. 6
2.4. Contadores........................................................................................................................... 9
3. Metodologia ............................................................................................................................... 12
4. Resultados e Discussão ......................................................................................................... 12
4.1. Problema proposto 1 ....................................................................................................... 12
4.2. Problema proposto 2 ....................................................................................................... 14
4.3. Problema proposto 3 ....................................................................................................... 15
4.4. Problema proposto 4 ....................................................................................................... 17
4.5. Problema proposto 5 ....................................................................................................... 19
5. Conclusão .................................................................................................................................. 20
6. Referências Bibliográficas ..................................................................................................... 22
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1. Introdução
A fim de se comparar a vantagem do uso de softwares de programação em conjunto com
CLP´s (controladores lógico programáveis), mais especificamente na linguagem de
programação FDB, frente ao uso de circuitos de comando elétrico. Foi estudado o
funcionamento dos blocos de funções mais comumente utilizados para solução de problemas
referentes à automação de diversos sistemas.
No intuito de satisfazer às especificações do professor orientador, foi seguido o roteiro
disponibilizado pelo mesmo previamente à produção deste relatório, na forma de lista de
exercícios.
Ao concluir os procedimentos necessários, com os resultados em mãos, foi realizada a
produção deste relatório, o qual apresenta a teoria envolvida no experimento, os procedimentos
realizados, soluções apresentadas e discussão dos resultados.
2. Fundamentação Teórica
Desde que as primeiras linguagens de programação foram desenvolvidas, houve um
considerável avanço em termos de facilitação para que o usuário pudesse escrever mais
rapidamente o programa que atendesse às suas necessidades.
As primeiras linguagens disponíveis, também chamadas de linguagem de primeira
geração, dispunham apenas de um pequeno conjunto de instruções básicas disponíveis. Assim,
qualquer outra função que o usuário desejasse deveria ser programada a partir deste pequeno
conjunto.
Com o passar dos anos, e à medida que as novas gerações de linguagens de programação
para CLP foram sendo desenvolvidas, os fabricantes de CLP passaram a incluir no conjunto de
instruções uma série de funções de alto nível capazes de realizar facilmente um sem número de
tarefas. Algumas destas funções, inclusive já são padronizadas pela norma IEC 61132-3.
Assim, na sequência serão abordadas algumas destas funções mais usuais para a
programação de CLP.
2.1. Linguagem de Programação FDB
Um Diagrama de Blocos de Função, (Function Block Diagram) FBD é uma linguagem
gráfica para programação de CLP baseado na interpretação do comportamento do sistema. Este
comportamento pode ser descrito em termos do fluxo de sinais entre os elementos do diagrama,
caracterizando-se por uma grande semelhança com circuitos eletrônicos digitais.
Os elementos da linguagem FBD devem ser interconectados por linhas de fluxo,
seguindo a convenção utilizada em geral para linguagens gráficas. Nesta convenção o lado
esquerdo é destinado para os sinais de entradas do bloco, enquanto o lado direito é reservado
para os sinais de saída do bloco. A ilustração a seguir exemplifica o uso de um bloco para
representar a operação lógica E entre duas variáveis (BOTAO_1 e BOTAO_2) cujo resultado
deverá acionar a variável MOTOR.
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Figura 1 - Exemplo de bloco de função
Cada bloco tem um número fixo de pontos de conexão de entrada e de saída, é
representado por um simples retângulo A saída de um bloco pode ser conectada a entrada de
outro bloco. Os sinais se propagam da saída dos blocos para as entradas de outros blocos e as
saídas são atualizadas como um resultado do processamento dos blocos. A ilustração a seguir
mostra duas redes de blocos usados para montar as lógicas de SET e de RESET da variável
MOTOR. Observe que um sinal denominado TRUE (em inglês significa verdadeiro) é utilizado
para indicar a presença permanente de um nível lógico alto.
Figura 2 - Exemplo de conexões entre blocos
Num bloco de função deve-se estar atento à simbologia que se emprega para cada sinal
de entrada quanto ao tipo de sensibilidade. Conforme o caso pode ser sensível a nível (alto ou
baixo) ou por borda (de subida ou de descida). Veja a ilustração a seguir, onde o bloco OR é
sensível: ao nível lógico alto da variável SINAL_1, ao nível lógico baixo da variável SINAL_2,
à borda de subida da variável SINAL_3, e à borda de descida da variável SINAL_4.
Figura 3 - Tipos de sensibilidade dos sinais de entrada
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Devido à sua complexidade, algumas funções exigem um bloco para poderem ser
representadas, é o caso de temporizadores, contadores e outras, conforme será apresentado nas
seções seguintes.
2.2. Blocos Biestáveis
Este bloco de função realiza a memorização do estado da saída Q em nível lógico 0 ou
1 dependendo da entrada que for ligada (SET ou RESET). A primeira vez que a função é
executada o valor da saída Q é posto em 0. Ao se ligar a entrada SET o valor da saída Q é
colocado em nível 1, o sucessivo desligamento de SET não ocasiona o desligamento da saída
Q, ou seja, permanece memorizado. Para comutar a saída Q novamente para nível 0 será preciso
acionar a entrada RESET. Caso ambas as entradas forem atuadas esta função dará prioridade
ao desligamento da saída. A figura abaixo mostra a representação gráfica de um bloco RS.
Figura 4 - Bloco biestável RS
Um bloco de função biestável SR é um bloco similar ao bloco RS, com a diferença de
que caso ambas as entradas forem atuadas esta função dará prioridade ao desligamento da saída.
A figura abaixo mostra a representação gráfica de um bloco SR.
Figura 5 - Bloco biestável SR
2.3. Temporizadores
Os temporizadores constituem uma importantíssima função possível de ser
implementada nos sistemas automatizados com CLP. Pode-se dizer que praticamente quase
todas as aplicações empregam pelo menos uma das três principais formas de temporizadores.
Estes tipos de temporizadores são denominados: Temporizador de atraso na subida,
Temporizador de atraso na descida e Temporizador de pulso, os quais são mais bem detalhados
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a seguir. Observe que em todos os casos eles funcionam ligando uma saída dependente de uma
temporização que tem início definido pelo nível lógico do sinal na entrada.
Figura 6- Temporizador de Atraso de Subida (TON)
Após o início do pulso, a saída fica em nível baixo durante o tempo especificado na
entrada PT; depois irá para nível alto enquanto a entrada IN não volte ao nível baixo. A saída
ET apresenta o valor do tempo decorrido desde o início da temporização. Caso a entrada IN
seja colocada em nível alto por um período de tempo inferior ao tempo programado, a saída Q
não atua. O diagrama temporal a seguir demonstra o comportamento desta função.
Figura 7 - Diagrama temporal do temporizador TON
Figura 8 - Temporizador de atraso na descida TOF
Neste caso a saída vai para nível alto durante todo o tempo em que a entrada IN fica
ligada, permanecendo ainda ligado por um tempo após o desligamento da entrada IN. O tempo
de retardo para desligar é definido pelo valor especificado na entrada PT. A saída ET apresenta
o valor do tempo decorrido desde o início da temporização. Caso a entrada IN seja recolocada
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em nível alto antes de ter decorrido a temporização, a saída Q não chega a desligar. O diagrama
temporal a seguir demonstra o comportamento desta função.
Figura 9 - Diagrama temporal para o temporizador TOF
Figura 10 - Temporizador TP
Neste caso, quando a entrada IN vai para nível alto, a saída Q vai para nível alto e
permanece neste nível durante o tempo especificado na entrada PT, independente do estado da
entrada IN. A saída ET será incrementada enquanto Q estiver em nível alto. Ao final do pulso,
o tempo decorrido será mantido até o início do próximo pulso.
Figura 11 - Diagrama temporal para o temporizador TP
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2.4. Contadores
Similarmente aos temporizadores, os contadores também são estruturas muito úteis em
sistemas automatizados via CLP. Tipicamente eles podem ter estrutura de contagem crescente,
decrescente ou ainda bidirecional. Há, de certa forma uma semelhança conceitual entre
contadores e temporizadores, fato que leva muitos estudantes iniciantes a confundir seu uso em
aplicações diversas. A diferença fundamental entre contadores e temporizadores é que enquanto
estes últimos contabilizam “tempo” para atuarem suas saídas, os contadores por sua vez
contabilizam “eventos” que, geralmente independem do instante de tempo em que ocorrem.
Figura 12 - Contador crescente
Conta os pulsos (borda de subida) na entrada CU (Counter Up) até que um valor máximo
PV (Programmed Value) seja atingido. Neste instante o valor de contagem é congelado e a saída
Q é ativada. A entrada R (Reset) leva o valor do contador para zero. A saída CV (Current Value)
apresenta o valor atualizado do contador. Matematicamente a função de temporização pode ser
escrita como:
O diagrama temporal a seguir na Figura exemplifica o comportamento do contador
crescente no programa exemplo.
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Figura 13 - Programa exemplo com contador crescente
Figura 14 - Comportamento do programa exemplo para contador
crescente
Para o exemplo anterior deve-se observar que o valor de contagem é zerado todas as
vezes que a entrada R do contador é colocada em nível alto. Por outro lado, a saída Q do
cantador vai a nível alto toda vez que o valor de contagem for maior ou igual a cinco, cujo valor
foi programado na entrada PT.
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Figura 15 - Contador decrescente
Decrementa o valor de contagem a cada pulso (borda de subida) na entrada CD (Counter
Down) até atingir o valor zero. Neste instante a contagem é interrompida e a saída Q vai a nível
alto. A entrada LD (Load) é usada para carregar o valor inicial descrito em PV (Programmed
Value). Observe que o valor inicial do contador é zero e, por isto a saída Q é inicialmente posta
em nível alto até que a entrada LD seja acionada. A saída CV (Current Value) apresenta o valor
atualizado do contador. Matematicamente a função de temporização pode ser escrita como:
O diagrama temporal a seguir exemplifica o comportamento do contador decrescente.
Figura 16 - Contador bidirecional
Incrementa o valor de contagem a cada pulso (borda de subida) em CU (Counter Up) e
decrementa este mesmo valor de contagem a cada pulso (borda de subida) em CD (Counter
Down). A entrada R (Reset) zera o valor do contador, enquanto a entrada LD (Load) carrega o
mesmo com um valor inicial descrito em PV (Programmed Value). Toda vez que o valor de
contagem atingir o valor PV a saída QU é colocada em nível alto. E, toda vez que o valor de
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contagem cair a zero a saída QD é colocado em nível alto. A saída CV (Current Value) apresenta
o valor atualizado do contador. Matematicamente a função de temporização pode ser escrita
como:
3. Metodologia
A metodologia utilizada no presente trabalho consiste em resolver os problemas
propostos na lista de exercício e apresentar as soluções por meio de simulações computacionais
fazendo uso dos softwares CADeSIMU e LOGOSoft.
Os arquivos executáveis dos softwares CADeSIMU e LOGOSoft de todas as soluções
propostas em circuitos de força, comandos elétricos e FDB encontram se em anexo junto à pasta
de arquivo deste relatório.
4. Resultados e Discussão
4.1. Problema proposto 1
Elaborar um programa em FBD, para o controlador lógico programável da FESTO, na
qual um circuito de comando deve acionar 3 motores de indução trifásicos, de forma que o
primeiro seja acionado imediatamente, o segundo deve ser acionado 5 s após o primeiro e o
terceiro 8 s após o primeiro. A partida de cada motor deve ser simples e direta. Esta estratégia
é muito utilizada para evitar picos de consumo de energia e corrente, caso os motores partissem
todos simultaneamente. Os motores utilizados nesta aplicação são de 1 cv.
Para este problema, foi desenvolvido no software CADeSIMU a simulação dos circuitos de
força e de comando elétrico, bem como a solução lógica em FDB feita no LOGOSoft. Nas figuras
abaixo é possível observar o método de solução do problema abordado.
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Figura 17 – Imagem relativa à solução do circuito de força e comando elétrico desenvolvida
no CADeSIMU.
Na imagem é possível observar todos os elementos como fusíveis de proteção,
disjuntores, contatores e reles de proteção térmica, devidamente conectados de modo a atender
às especificações propostas no enunciado da questão. Na parte de comando elétrico, é possível
se observar as bobinas dos contatores K1, K2 e K3, responsáveis pela ativação sequencial dos
Motores MIT1, MIT2 e MIT3 respectivamente, bem como as bobinas dos temporizadores RT1
e RT2, que com seus contatos auxiliares, possibilitam a sequência de ativação dos motores.
Figura 18 – Imagem relativa à solução da lógica de programão em diagramas de bloco
(FDB), feita no LOGOSoft.
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Na imagem da figura acima, tem se a solução em FDB para o problema proposto 1. Na
imagem, a entrada I1 é a responsável pelo início do processo de ativação sequencial das saídas
Q1, Q2 e Q3, seguindo a especificação de tempo configurada para os temporizadores de atraso
na subida TON.
Percebe se, ao comparar a solução em circuito de comando elétrico e em FDB, que a
segunda alternativa se mostra bem mais prática, já que oferece uma solução lógica que não
ocupa tantos contatos físicos e cabos. O fato citado, pode proporcionar uma melhor organização
no ambiente de trabalho e operação dos equipamentos de acionamentos e automação das mais
diversas aplicações possíveis, seja comercial, residencial, rural e industrial.
4.2. Problema proposto 2
Elaborar um programa de CLP em FBD, capaz de interromper automaticamente o
funcionamento de uma esteira transportadora de peças. A parada se realiza sempre que um
sensor ótico não detectar a passagem de uma nova peça num intervalo menor que 5 segundos.
O religamento da esteira se dá pelo comando do operador em uma botoeira. Use um
temporizador TOFF.
Seguindo a metodologia especificada, foi desenvolvido a simulação dos circuitos de força e de
comando elétrico, bem como a solução lógica em FDB feita. Nas figuras abaixo é possível observar o
método de solução do problema abordado.
Figura 19 – Imagem relativa à solução do circuito de força e comando elétrico
desenvolvida no CADeSIMU.
Na figura, estão visíveis todos os elementos necessários ao bom funcionamento do sistema de
ativação do motor da esteira no problema proposto. A botoeira SOPT, simula o sensor de presença do
sensor óptico, onde ao atingir os 5 segundos especificados para a parada da esteira, o temporizador
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com retardo na descida interrompe o contato de selo por meio de seu contato de seu contato auxiliar
KT0, desenergizando assim o contator K0, responsável pela ativação do motor MIT1.
Figura 20 – Imagem relativa à solução da lógica de programão em
diagramas de bloco (FDB), feita no LOGOSoft.
Na imagem acima, é possível visualizar a solução proposta para o problema 2. A entrada
I1 é responsável por elevar para nível lógico alto a saída Q1. Q1 será levado a nível lógico baixo
sempre que a entrada I2 (desligamento manual) e/ou I3 (sensor óptico N/F) indicar a ausência
de uma nova peça por 5 segundos. Novamente a vantagem de menos conexões e cabos
utilizados na montagem do sistema indica que os sistemas assistidos por PLC’s são melhor
indicados para a solução de processos de automação com maior nível de complexidade.
4.3. Problema proposto 3
Desenvolver um programa de CLP em FBD, com as seguintes condições:
Ao pressionar o botão de START, a centrifuga deve fazer uma partida suave (estrela-
triangulo) utilizando o contator C3 (estrela). Após 1s liga o contator C1 que ficará por
3 s ligado até que a partida se inicie. Em seguida o contator C3 é desligado e após 1 s o
contator C2 (triângulo) é ligado;
A centrifuga ficará então ligada por 60 s e então desliga finalizando o ciclo e dando
condição para um novo ciclo. Os contatores C2 e C3 jamais podem ser ligados
simultaneamente, o que ocasionará a danificação do equipamento por curto circuito;
O relé térmico E0 é responsável pela segurança em caso de elevação de corrente,
desarmando e informando para o CLP seu desarme pela entrada I3. Em caso de desarme
do relé térmico a lâmpada de Defeito deve ser ligada e os contatores desligadas,
finalizando o ciclo e aguardando o usuário pressionar o botão de STOP;
A lâmpada liga quando o ciclo estiver em funcionamento, e o botão STOP finaliza o
ciclo.
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Para esta questão, foi disponibilizado a imagem da figura a seguir, a fim de auxiliar no
entendimento da questão.
Figura 21: Imagem referente ao problema da questão 3.
Seguindo os passos dos itens anteriores, foi desenvolvido a simulação dos circuitos de força e
de comando elétrico, bem como a solução lógica em FDB feita. Nas figuras abaixo é possível observar
o método de solução do problema abordado.
Figura 22 – Imagem relativa à solução do circuito de força e comando elétrico desenvolvida
no CADeSIMU.
Seguindo as orientações disponibilizadas no enunciado do exercício e na figura 21, foi
desenvolvido a solução dos circuitos de força e de comando elétrico como visto na figura anterior. Na
imagem, a partida estrela - triângulo é gerenciada pelos contatores C1, C2 e C3, sendo que estes têm
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suas bobinas de ativação alimentadas segundo o controle oferecido pelos temporizadores com retardo
na subida RT1 e RT2. Para a proteção e identificação de problemas de sobreaquecimento, o relé de
proteção térmica tem um contato normalmente fechado FT1 ligado de modo a desligar o circuito de
força, bem como um contato normalmente aberto ligado em série com a lâmpada LPT, afim de se
identificar o problema de superaquecimento do motor.
Figura 23 – Imagem relativa à solução da lógica de programão em diagramas de bloco
(FDB), feita no LOGOSoft.
A solução em FDB proposta para este item é mostrada na figura acima, em que I1 é o botão
responsável por partir o sistema, I2 desligamento manual, I3 é a entrada conectada ao relé de proteção
térmica e B007 é um temporizador com retardo na subida responsável por desligar a centrifuga após se
passado os 60 segundos especificados no enunciado da questão. A ativação e comutação dos contatores
C1, C2 e C3 ficam a cargo das saídas Q1, Q2 e Q3 respectivamente, as quais são comandadas pelo bloco
set-reset (B002) e os temporizadores com retardo na subida B006 e B003. As lâmpadas indicadoras
neste caso, estrão conectadas às conexões físicas especificas para cada caso.
Novamente a solução em FDB associada a um PLC se mostra mais eficiente na solução do
problema proposto.
4.4. Problema proposto 4
Considerar uma determinada cisterna que alimenta um reservatório de água de uma
fábrica de detergentes. Um estagiário de engenharia elétrica desta fábrica foi consultado para
propor uma solução para usar um CLP (em FBD) para automatizar o processo de recalque da
bomba quando tiver água suficiente no poço e houver necessidade de abastecimento do
reservatório, com o cuidado para evitar transbordamento no reservatório e evitar o acionamento
inadequado da bomba numa situação de baixo nível de água na cisterna. Em suma, a bomba
(BM1) somente deverá ser acionada se o sensor de presença de volume água na cisterna (SC1)
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estiver acionado, o qual indica a presença de volume de água na cisterna e o sensor do
reservatório que indica baixo nível no reservatório (SRL), estiver acionado. Quando o sensor
de nível máximo de água no reservatório (SRH) estiver acionado, a bomba não poderá ser
acionada. Para as situações divergentes desta lógica a bomba também não poderá ser ligada,
porém uma chave manual deve ser prevista para uma situação de manutenção do sistema. Pede-
se, portanto, elaborar o programa equivalente.
Legenda
BM1 Bomba 1;
SC1 Sensor de presença de volume água na cisterna;
SRL Sensor de nível mínimo de água no reservatório;
SRH Sensor de nível máximo de água no reservatório.
Continuando com a metodologia descrita, foi desenvolvido a simulação dos circuitos de força
e de comando elétrico, bem como a solução lógica em FDB feita. Nas figuras abaixo é possível
observar o método de solução do problema abordado.
Figura 24 – Imagem relativa à solução do circuito de força e comando elétrico desenvolvida no
CADeSIMU.
Para este item, foi desenvolvido a solução de circuito de força e de comando elétrico
visto na figura acima, o contator K0 quando ativo proporciona o funcionamento do motor MIT1,
conectado à bomba d`água BM1. K0 estará ativo sempre que o sensor de nível de água na
cisterna indicar que a mesma possui água disponível e o sensor de nível SRH indicar espaço
disponível no reservatório. A partida da bomba é dada quando o sensor SRL indicar
desabastecimento no reservatório, respeitando se a especificações necessárias.
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Figura 25 – Imagem relativa à solução da lógica de programão em diagramas de bloco
(FDB), feita no LOGOSoft.
A solução proposta em FBD é tal como pode ser vista na figura acima, onde a entrada
I1 está conectada ao sensor de nível mínimo do reservatório (SRL), a entrada I2 deve estar
conectada ao sensor de nível máximo do reservatório, a entrada I3 deve estar conectada a um
contato N/A responsável por desligar o sistema para inspeção e finalmente a entrada I4 que
estará conectada ao sensor de nível mínimo da cisterna (SC1).A saída Q1 responsável por ativar
o contator conectado ao conjunto motor-bomba estará em nível logico alto sempre que o
reservatório atingir o nível mínimo de água e houver água disponível na cisterna, estando em
nível logico baixo quando o botão de inspeção for pressionado, o sensor de nível máximo estiver
ativo e/ou ocorrer falta de água na cisterna.
Novamente para este caso, a solução de controlador lógico programável programado em
FDB se mostra prática na solução do problema abordado.
4.5. Problema proposto 5
Elaborar um programa para CLP, na linguagem, FBD, de modo a considerar as
seguintes características no controle de velocidade de um MIT:
I) O motor tem três faixas de velocidades;
II) O motor acelera automaticamente para a velocidade selecionada;
III) Uma botoeira pode parar o motor em qualquer velocidade;
IV) O motor possui proteção de sobrecarga;
V) Três botoeiras separadas selecionam 1ª, 2ª e 3ª velocidade;
VI) Há um atraso de 3 segundos para passar de uma velocidade para outra.
Para este problema, não foi possível desenvolver uma solução no CADeSIMU, já que o
software não disponibiliza configuração de motores com três velocidades.
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Foi feito então, uma solução em diagramas de blocos em que o programa aciona por
comando separado três contatores, simulando assim estar acionando três diferentes velocidades
de um motor. A solução proposta pode ser visualizada na imagem da figura a seguir.
Figura 26 – Imagem relativa à solução da lógica de programão em diagramas de bloco
(FDB), feita no LOGOSoft.
A solução em FDB proposta para o problema proposto 5, pode ser vista na figura acima.
A complexidade da solução aponta para a impossibilidade de uso de circuitos de comandos
elétricos, já que demandaria uma grande quantidade de contatores, temporizadores e cabos para
conexões. As ligações entre os blocos foram substituídas por atalhos, que se revelaram muito
úteis para projetos de maiores dimensões.
5. Conclusão
Ao fim deste trabalho, constata se uma boa aprendizagem dos conteúdos estudados,
onde os procedimentos adotados à sua produção proporcionam um bom entendimento entre a
teoria e a prática envolvida na programação de diagrama de blocos funcionais, bem como na
montagem de circuitos de comandos elétricos.
É notório a vantagem prática do uso da linguagem de programação em FDB em conjunto
com os CLP´s, frente ao uso de circuitos de comandos elétricos. A quantidade de ligações
físicas neste último método é bem superior àquelas necessárias quando se é utilizado os CLP´s
programados neste caso em linguagem FDB. Este fato evidência a necessidade de um maior
nível de atenção e abstração por partes daqueles profissionais envolvidos na montagem destes
sistemas, logo acidentes poderão ser mais frequentes neste caso.
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A única desvantagem observada é em relação a custos, já que para sistemas mais simples
ainda pode ser conveniente o uso de circuitos de comandos elétricos em relação ao uso de
sistemas de controle lógico programáveis.
Deste modo, pode se dizer que foram alcançados os objetivos pretendidos para o
presente trabalho, com a obtenção do conhecimento necessário a fim de se solucionar diversas
situações quando necessário for o uso de sistemas de acionamentos elétricos e ou sua
automação.
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6. Referências Bibliográficas
Blocos de função. Disponivel em:
<file:///C:/Users/J%C3%B3sley/Downloads/ET77F_Blocos_de_Funcao.pdf>. Acesso em 29
de março de 2017.
Eletrotecnica, automação e computadores. Disponível em:
<https://pt.scribd.com/document/24825016/Introducao-a-programacao-de-automatos-
industriais-em-linguagem-FBD>. Acesso em 29 de março de 2017.
Linguagens de Programação – Bloco de Função, SFC e Texto Estruturado. Disponível em:
http://www.feng.pucrs.br/professores/tergolina/Automacao_e_Controle/APRESENTACAO_-
_Aula_05_Linguagens_de_Programacao_FB_SFC_ST.pdf. Acesso em 29 de março de 2017.