0 notas0% acharam este documento útil (0 voto) 319 visualizações216 páginasMetalografia Dos Acos PDF
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aes
3.2
aed)
3.4
3.5
3.6
3.7
3.8
4-
4.1
INDICE
APRESENTACAO....
SOLIDIFICAGHO DE LINGOTES DE AGO
Solidificagao.....
Heterogeneidades fisicas decorrentes da
solidificagio. . oa
Heterogeneidades decorrentes da crista
‘Lizagao
Heterogencidades quimicas decorrentes
da solidificag3o ......
DIAGRAMAS DE FASES E CONTROLE DA ESTRUTURA .
‘Introdugdo ....
Sistemas de um componente......
Sistemas bindrios isomorfos.....
Sistemas binarios eutéticos .
Ferros fundidos . .
FORVAS DE GRAO E DISTRIBUICAO DE FASES..
Formas de graos ....
Estrutura dos agos ferriticos
Crescimento de gr0.......+
Distribuigéio de particulas de segunda
fase
tra doces
Deformagao plastica.
Recristalizagao e crescimento de gréo.......
Medidas de tamanho de grao..
‘TRANSFORMAQUES NOS ACOS PROXIM) DO BQUILTBRIO.....
Diagramas de equilibrio Fe-C ....
Estrutura de ligas eutetdides .
Ligas hipoeytetides e Hipereutetdides
1s
25
31
aL
34
35
3
53
61
61
65
66
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7
74
81
85
89
89
90
935-
5.1
5.2
5.3
6-
6.1
6.2
6.3
6.4
6.5
6.6
6.7
71
7.2
7.3
8.1
8.2
8.3
8.4
8.5
Ataques da microestrutura ..
Avaliagio do teor de carbono ...+e++
Medidas de fragSo volunétrica ......
Propriedades mec&nicas dos agos carbono recozidos . .
'TRANSFORMACOES DOS AQOS FORA DO BQUILTBRIO.......
‘Tratanentos isotérmicos em temperaturas
sub-criticas....
‘Transformagies nos agos: resumo .
Curvas TIT e de resfrianento continuo.
TTRANSFORVACAO MARTENSITICA . .
Caracteristicas gerais da transformagio
martensitica nos agos . eecees
‘Teoria da transformagio martensitica..
Morfologia da martensfta nos agos .
A dureza da martensita ..
© Revenido .....
Fragilidade do revenido.....
‘TEMPERABILIDADE .
Ensaios de temperabilidade
Fatores que afetam a gemperabilidade..
Seleco de agos pela temperabilidade.. .
EFETTO DOS ELEMENTOS DE LIGA NOS AQOS..
Introduglo,
Efeito dos elementos de liga nos agos
nao temperados ..
Efeito dos elementos de liga sobre a
fommagéio da austenita no aquecimento.....
Efeito dos elementos de liga sobre as
curvas TIT e a temperabilidade dos agos ..
Efeito dos elementos de liga sobre as
temperaturas de inicio e fim de trans-
formago martensitica ...
97
98
98
99
103
103
113
116
125
125
126
129
135
139
143
148
151
151
157
163
173
173
180
192
196
1968.6
8.7
8.8
8.9
Revenido dos agos ligados ........
Metalografia dos agos ferramenta
Agos Austeniticos ,
Agos Hadfield .,
Leituras complementares.....
196
203
210
221
223APRESENTACAO
A Microestrutura
A prdtica da selecio de materiais em engenharia de proje-
tos, principalmente por parte de engenheiros civis e mecanicos, da-
se frequentemente a partir de propriedades "médias" dos materiais ,
isto 8, supondo-se que os materiais sejam homogéneos e com proprie-
dades constantes, que sio especificadas pelos fabricantes ou carac-
teristicas da natureza do material.
0 engenheiro mecanico ou civil preocupa-se apenas em esco
her materiais com propriedades mecanicas que sejam adequadas as es
truturas ou maquinas que estdo sendo projetadas, estas sim, estuda-
das em detalhes.
No outro extremo da escala, o fisico do estado sélido preo
cupa-se em explicar as propriedades fisicas de cristais met@licos ,
aplicando modelos de mecdnica quantica, estudando as ligacdes carac
teristicas entre os atomos de metal, etc.
No entanto, as propriedades médias especificadas pelo en-
genheiro mecanico ou civil tem pouco a ver, ou tem a ver muito indi
retamente, com as propriedades fisicas inferidas a partir da liga -
Ho atémica de dtomos metdlicos em um cristal perfeito. Isto 6 devi
do ao fato de os materiais metalicos comuns serem bastante heterogé
neos. Em primeiro lugar, estes materiais sio 'policristais", ou seja,
sdo formados por iniimeros pequenos graos, cada um correspondente a
um cristal com orientacio cristalina diferente. Em segundo lugar,os
materiais comerciais usualmente apresentam heterogeneidades de com-
io metali -
posicao quimica (segregagao) e inclusdes de particulas
cas (tais como éxidos, particulas de refratarios e mesmo bolhas de
gases). Em terceiro lugar, frequentemente os materiais metdlicos sao
constituidos de duas ou mais fases met@licas (tal qual o granito é
constitufdo das fases quartzo, mica e feldspato); nestes casos, as
propriedades mecanicas vao depender da fracio volumétrica, disper -
so e morfologia das diversas fases.
Em um nivel mais fino, os cristais metalicos apresentam
defeitos na ordem cristalina , que podem modificar intensamente as
propriedades mecanicas, de resisténcia a corrosdo e elétricas.
Estas heterogeneidades dos materiais correspondem ao que
chamamos de microestrutura.
A figura 0.1 mostra uma classificacgdo das estruturas fei-tas pelo homem até particulas elementares. Observa-se que 0 que cha
mamos de microestrutura corresponde a heterogeneidades que vao de
defeitos cristalinos com dimensées da ordem de angstrons até graos
grosseiros com dimensdes da ordem de centimetros.
Esrutura di Cireaitos intearadoe Maratha da Ching
strutura de
7} Engenharia —
Espessura de contornos de Gras grandes
6 | Microestruturas | gros @ interfaces
Clluias unitdrias
5 | Fases ae
Mondmeror Pollmeros de cadeia longa
4| Moigculas mens Felt
3] Atomos ”
2| Nacleo m
7 | Particutas ~
lamentares i L L L : ; ff
iusto ps ae Nae (gegen aeete 1
TAMANHO 00S QBJETOS (m)
Fig. 0.1 - Classificacao das estruturas (1)
0 engenheiro metalurgista, em particular o metalégrafo,in
tervém para estabelecer a relacdo entre esta estrutura interna dos
materiais metdlicos (e mesmo alguns materiais ceramicos) e suas pro
priedades.
A caracterizacio desta estrutura interna dos materiais é
feita através de uma série de técnicas de observacio direta e indi-
reta da estrutura, a olho nii ou através de lupas, com microscépio 6
tico (aumento de 1500X), microscdpio eletrénico de varredura (aumen
to de 50.000X) ,microscépio eletrénico de transmissio (aumento de
200,000X) e€ microscépio iénico; auxiliado ainda por outras técnicas,
como dilatometria, calorimetria, medidas de resistividade, andlise
quimica, difragio de raios X, etc.
A aplicagaio destas técnicas a obtencdo de correla en-
tre as propriedades mecanicas e a estrutura interna dos metais (mi-
croestrutura), chama-se metalografia. A metalografia permite ainda,
© que é tdo ou mais importante, relacionar as propriedades mecani -
cas e a microestrutura com os processos de obtencao e fabricacao dos
metais. .
A técnica metalografica é utilizada na indistria para a-
companhar, tanto no desenvolvimento como no controle de qualidaderotineiro, as diversas etapas da fabricacio de um componente. Além
disso pode servir para detectar defeitos ou mesmo reconstituir acau
sa de "falhas em servico" de componentes.
A metalografia nao se restringe porém a uma simples técni.
ca de controle de qualidade. Ao relacionar os processos de fabrica-
¢Go, a microestrutura, as propriedades fisicas,bem ‘como. com os! con
ceitos e conhecimentos da Metalurgia Fisica, a metalografia permite
compreender os mecanismos envolvidos nos tratamentos térmicos e me-
canicos dos metais, e a partir disto prever o comportamento futuro
de materiais conhecidos e mesmo projetar novos materiais e proces -
sos de fabricagao.
A metalografia pode entdo ser um instrumento de pesquisa
e desenvolvimento de novos processos de fabricacio e de novos mate-
riais, e também um instrumento de pesquisa cientifica.
A Andlise Metalografica
A analise ¢ interpretacdo metalograéfica exigem um tipo de
raciocinio caracteristico, que alia o conhecimento de porque e como
ocorrem as transformagées de fase nos metais, com a capacidade de
entender as estruturas observadas diretamente.
Este livro apresenta, de forma introdutiva, os conhecimen
tos necessdrios para a andlise e interpretagdo metalografica. No en
tanto, este conhecimento nao é suficiente, pois deve ser acompanha-
do do aprendizado de interpretacéo de estruturas que sé é possivel
na pratica do Laboratério de Metalografia.
0 método que adotamos no Laboratério tanto em cursos in-
trodutérios como avancados, e mesmo como procedimento de trabalho
em atividades de rotina e pesquisa, é o de desenhar as microestrutu
ras.
A interpretacdo de microstruturas exige um raciocinio nao
verbal, diferente do raciocinio utilizado para entender a teoria.
Realizar um desenho da microestrutura obriga o metalégrafo a fazer
um esforgo de esquematizacao da estrutura, que implica em desprezar
os detalhes acessérios e caracterizar o que é essencial. Por outro
lado, para descobrir 0 que é essencial, necessdrio incorporar os
modelos teéricos que explicam a origem e a forma tridimensional das
microestruturas.1. SOLIDIFICACAO DE LINGOTES DE ACO
1.1 - Solidificacao
Existem varios métodos para a obtenco de metais no esta
do sdlido. No entanto, a maioria destes métodos passa por uma etapa
de fusdo de matérias primas adequadas, obtendo-se metal liquido, se
guido de solidificacio deste metal. Esta solidificacdo pode ser em
moldes de forma conveniente, como nos processos de fundicao, obten-
do-se pecgas com formato préximo ao do produto final, pode ser em
lingoteiras metdlicas quando o material deverd ser trabalhado meca-
nicamente (laminado ou forjado). A solidificacao pode ainda ser um
processo continuo, pela passagem do metal liquido através de moldes
refrigerados, pode ser em queda livre de goticulas de aerosdis, na
fabricac&o de pds metalicos, etc.
A solidificagio é, portanto, uma etapa inevitavel da fa-
bricagdo da maior parte dos produtos metalicos.
0 processo da solidificagdo, no entanto, embora parta de
um material relativamente homogéneo (o metal liquido) da origen a
diversas heterogeneidades no metal sélido formado. Estas heteroge -
neidades, podem ser herdadas pelos produtos metaliirgicos nas etapas
subsequentes de processamento e vao dar origem 4 muitas das estrutu
ras internas observadas nos produtos metdlicos.
Podemos classificar as heterogeneidades decorrentes da so
lidificagio em heterogeneidades fisicas (ou descontinuidades), hete
rogeneidades decorrentes da cristalizacio (estrutura policristalina
e dendritica) e heterogeneidades quimicas (segregacdo).
1.2 - Heterogeneidades fisicas decorrentes da solidificacaio
1.2.1 - Vazio ou Chupagem
A maior parte dos materiais contrae-se ao _ solidifican.
Sao excegées a Agua, o Si, Sb e o Bi e alguns ferros fundidos.
Devido a esta contracgio, é inevitdvel o surgimento de um
vazio ou chupagem. 0 que se procura fazer & modificar sua posicao ,
sua forma ou sua dispersao.
No caso mais simples, a solidificagao de um metal inicia
-se nas partes que estado em contato com as paredes do molde ou da
lingoteira e na parte superior, onde o metal fundido esta exposto10
0 forma-se uma camada sélida
ao ar. Na primeira fase da solidifica
em toda a periferia do lingote ou peca, fechando, num envoltério ri
gido, toda a parte que ainda permanece liquida. A medida que o con-
junto vai se esfriando, a solidificacao prossegue na parte interna,
aumentando sucessivamente a espessura da camada ja sdlida. Mas, co-
moo metal, ao passar do estado liquido ao estado sélido, sofre uma
diminuigaéo de volume, apareceraé no interior da peca ou lingote uma
regiao dca correspondente ao vazio ou chupagem, como pode ser visto
na figura 1.1.
Fig. 1.1. - Evolucio da solidificacio em uma
lingoteira. (1)
Este defeito se localiza habitualmente no centro da par-
te superior dos lingotes, regiao que, em geral, se solidifica por
1timo.
0 volume do “vazio" € extremamente variavel, nao havendo
relacio definida com.o tamanho do lingote. Ora é constituido de uma
cavidade, ora compde-se de varios cos, uns préximos dos outros. Em
qualquer dessas -hipéteses, sua forma de conjunto lembra a de um co-
ne de vértice voltado para baixo.
A penetragao desses vértices 6 mais profunda nos lingo -
tes de base maior voltada para baixo do que nos de base maior volta
da para cima (figura 1.2).Figura 1.2 - Penetragio da chupagem em lingotes
de base voltada para baixo e base
voltada para cima. (1)
Dependendo do tipo de resfriamento, o vazio ou chupagem po
de tomar outras formas. Na figura 1.3,a seguir,o Tipo 1 corresponde
ao resfriamento principalmente pelo fundo de uma lingoteira, em ge-
ral refrigerada, como o que encontramos na refusao de um lingote sob
vacuo ou escéria ("Vacum Remelting" ou "Eletroslag"), em que se man-
tém uma fonte de calor na parte - superior, criando condigées para u-
ma solidificacdo direcional. Este tipo de contrag&o pode correspon -
der também a fundig&o continua. Os Tipos 2,3 e 3a correspondem ao va
zamento em lingoteiras convencionais. 0 Tipo 4 é um tipo especial de
vesfriamento que ocorre do interior do lingote para fora, obtido pe-
lo merguiho de uma barra de metal frio no centro da lingoteira. 0 Ti
po 5 & caracteristico de lingotes de aco efervescente bem como lingo-
tes de Cobre Tenaz, quando a contracao contrabalanceada pela pre-
senga de grande niimero de bolhas de um gas nao oxidante. Estas bolhas
caldeam-se perfeitamente na laminagio subsequente, desde que nao es-
tejam abertas para a superficie do lingote.12
ee
oe]
|
*
Fig. 1.3 - Varios tipos de "vazio" de acordo com
método de vazamento. (2)
1) Eletrodo consumivel
2-3) Vazamento convencional de metal acalmado
4) Lingote "temperado”"
5) Vazamento convencional de metal efervescente
0 vazio & um defeito grave, que . deve ser eliminado pelo
corte da parte que o contem, enquanto o lingote ainda se acha quente
No caso do corte nao ser suficiente ou existirem falhas internas nao
notadas na ocasiao do corte, esses defeitos vao aparecer nos produ -
tos acabados, e se diz entGo, que se observa no material "restos do
vazio".
Como o material cortado é perdido, ha todo o interesse em
cortar o menos possivel. Para se reduzir essa perda ao minimo,usam -
se certos artificios engenhosos, como o "massalote", também, chama-
do "cabecga quente", que é um prolongamento sobreposto 4 lingoteira ,
constituido por material refratério. Nele se conserva quente, isto é,
no estado de fusdo, certa quantidade de metal destinado a preencher
© Sco que tende a aparecer no lingote. Com este recurso localiza-se13
o "vazio" no interior do massalote e obtem-se um lingote sao (figu-
ra 1.4).
|_ zona
Se oregada
| Zona sem
‘segregagao
Fig. 1.4 - Posicio do vazio, massalote e zona
segregada em lingote tipico.(1)
Fungo andloga tém os iniémeros canais de fundicgao justapos
tos As pecas moldadas: assegurar a alimentacdo de todas as partes do
molde, suprindo os pontos em que se manifestarem deficiéncias de ma-
terial devido 4 contracdo que acompanha a solidificacio. A fungdo des
ses canais é atrair para si, o quanto possivel, esse defeito que de
outra forma ocorreria no interior da peca.
As pecas moldadas, que tém simultaneamente partes finas e
partes grossas estao particularmente sujeitas a apresentar esse de -
feito e, nio obstante as precaugdes do fundidor, @ frequente o apare
cimento de "vazios nas regides mais espessas, cuja solidificacio é
sempre mais demorada, como na figura 1.5.
Fig. 1.5 - Vazios em pecas moldadas (1)4
0 "vazio", nesses casos, pode manifestar-se sob a forma de
porosidade. Observando-se essa regiao com mais cuidado, especialmen
te numa fratura, notam-se com uma lupa, e as vezes até a olho né,os
cristais que tiveram seu desenvolvimento interrompido por insufi -
ciéncia de material. Os espacos néo preenchidos entre os cristais é
que formam a porosidade.
Nos lingotes, quando a parte 6ca nfo se comunica com o ar
exterior, ela contém quase sempre uma atmosfera redutora (CO), que
impede a oxidagio das paredes do vazio. Este fato permite que,na la
minago a quente, essas paredes se soldem ao serem comprimidas uma
contra a outra, atenuando o inconveniente de um eventual resto de
vazio.
Ja 0 mesmo nfo acontece quando o vazio fica em contato com
© ar por estar aberto, como pode suceder nos lingotes pequenos.Suas
paredes oxidam-se e nao mais se soldam quando comprimidas na lamina
cao, trazendo como consequéncia fendas no interior do metal, 0 que
em certos casos é muito perigoso. 0 mesmo se di quando as paredes do
vazio se acham cobertas de impurezas.
Mesmo quando, pelo trabalho mecinico a quente, as paredes
do vazio se soldam, deixam sempre superficies de menor resisténcia.
Quando hd oxidac&o ou interposicdo de impurezas, os "restos do va-
zio" formam no interior das pegas, solugdes de continuidade que a-
tuam como fissuras incipientes susceptiveis de se propagarem, se as
condigées Ihes forem propicias. Essas condicdes so frequentemente
favorecidas pela debilitacgao do material em consequéncia das impure
zas provenientes da segregacao. Essas solucdes de continuidade tor-
nam-se particularmente perigosas quando. ocorrem em pecas sujeitas a
solicitagoes dinamicas, choques, ou esforcos alternados, como tri-
Ihos, eixos de maquinas, vigas de pontes, etc., pois passam em ge-
ral desapercebidas até se dar a ruptura brusca da pega num processo
de desenvolvimento progressivo de uma trinca de fadiga.
As pecas provenientes da parte superior do lingote sao as
mais sujeitas a apresentar esse defeito.
2.2 - Bélhas
As bélhas sao pequenas cavidades cheias de gases, princi-
palmente CO, que se apresentam nos lingotes e nas pecas fundidas.
Frequentemente essas cavidades se enchem de material impuro, de pon15
to de solidificacao mais baixo do que o resto da massa e que para e
las reflue pela compressio resultante da contragio do lingote duran
te o esfriamento ou devido 4 propria pressdo metalostatica.
As bélhas podem provir do aprisionamento de gases mecani-
camente arrastados no vazamento do lingote, de gases dissolvidos no
material em fusao, ou ainda de gases que se formam devido a reacdes
quimicas antes da solidificagio total do lingote.
© aco liquido, por exemplo, dissolve quantidades conside-
raveis de hidrogénio, nitrogénio, oxigénio e o seu limite de solubi
lidade aumenta com a temperatura. Esses gases se libertam 4 medida
que a temperatura baixa, vindo 4 tona e desprendendo-se, enquanto a
viscosidade da massa o permitir. As bolhas que se formam por dltimo
nfo conseguem mais desprender-se e ficam retidas na peca ou no lin-
gote, acumulando-se em maior niimero nas proximidades de sua cabeca.
Quando 0 lingote é laminado ou forjado, as paredes das bd
has que nao se oxidaram devido 4 presenga de gases redutores, cal-
deiam-se, e nessa hipétese as propriedades do material nao -sofrem
praticamente alteracdes. Se, porém, as bélhas contiverem impurezas
estas dificultardo ou mesmo impedirao o caldeamento das paredes.Nes
tes casos, as bélhas se deformarao no sentido do trabalho mecanico,
formando pequenas solugdes de continuidade dentro do material.
No caso de bélhas junto 4 superficie, elas ficam frequen-
temente em contato com o ar, que oxida suas paredes e descarboneta a
parte que as circunda, dando origem a pontos moles e menos resisten
tes. A figura 1.6 mostra uma seccio de um lingote de aco efervescen
te, contendo grande quantidade de bélhas de CO.16
Fig. 1.6 - Bolhas em lingote de aco efervescente (2).
Se na laminagdo ou no forjamento as paredes dessas bdlhas
nao se soldarem (fato comum quando contém certas impurezas) ,ficardo
como fissuras junto 4 superficie da peca, o que pode afetar seria-
mente as suas propriedades mecinicas.
Nos lingotes de aco, quando o teor de carbono é elevado e
a pega permanece a uma temperatura suficientemente alta, durante um
tempo bastante longo, a camada de 6xido pode ser reduzida pelo pré-
prio carbono do aco e as paredes caldeiam-se novamente durante a la
minaco ou forjamento. Esta redug&o traz como consequéncia uma des-
carbonetagdo local, as vezes visivel a olho ni, apéds um ataque com
reativo adequado. Para atenuar 0 aparecimento das bélhas, usa-se ge
ralmente a adicao de certas substancias chamadas desoxidantes tais
como o ferro-silicio, 0 aluminio, o ferro-manganés e outras. Elas ¢
xercem uma influéncia notavel sobre a formacio das béihas, porque re-
duzem o teor do oxigénio dissolvido no ferro, formando sélidos, e
evitam que 0 oxigénio combine com o carbono do aco acarretando des-
prendimento de CO ou CO na solidificacéo. Este material 6 chamado
de aco acalmado.7
1.2.3 - Trincas
# muito frequente os lingotes ou pecas fundidas apresen-
tarem trincas que podem ser superficiais, profundas ou internas.
Sua origem comum esta nas tensdes excessivas que se de-
senvolvem durante o resfriamento ou reaquecimento demasiado rapidos,
ou ainda devido a transformacées de fase no estado sdlido, com mu-
danga de volume, recalescéncia e o surgimento de tensdes entre as re
gides externas e internas da peca ou lingote.
Na solidificacdo em lingoteiras, rugosidades da face in-
terior da lingoteira ou impurezas a ela aderente restringem os movi
mentos de contragao do lingote e originar tensdes superficiais. As
pecas fundidas de aco com teor elevado de carbono sio muito sujei -
tas a se trincar, assim como as que apresentam heterogeneidade qui-
mica.
Podem ocorrer trincas maiores nas arestas dos lingotes ,
no encontro dos graos dendriticos sobre a bissetriz do angulo.Dai a
conveniéncia de as lingoteiras quadradas ou retangulares teren os
cantos arredondados.
Em virtude da contracdo do lingote ou das pecas durante o
esfriamento, eles se desencostam das paredes da lingoteira ou domol
de em alguns pontos. Nesses lugares o esfriamento torna-se entdo mais
lento, porque a camada de ar que se interpde age como isolante tér-
mico. Esta circunstancia torna mais desigual o esfriamento do lingo
te ou da peca e & mais um fator que intervém na ja complexa distri-
buicgio das tensdes internas.
Uma désigual distribuicfo das massas nas pecas fundidas,
impedindo seu esfriamento uniforme, podem originar tensdes mais ele
vadas.
Dando-se & superficie interna da lingoteira uma forma on
dulada, que facilite os movimentos de dilatagio ou contracio do me-
tal, atenua-se a tendéncia a formacdo de trincas.
Na fundic&o de pecas, trincas esto associadas a excessi
va rigidez do molde ou de machos,bem como a presenca de 1iquido re-
sidual de baixo ponto de fusdo devido 4 presenga de impurezas.18
1.2.4 - Gotas Frias
Ao vazar o metal liquido na lingoteira ou no molde, pe-
quenas gotas respingam contra as paredes, resfriando-se com rapidez
e oxidando-se superficialmente. Algumas permanecem aderentes as pa-
redes, outras soltam-se e caem novamente na massa liquida.
As que ficam na parede nfo aderem depois completamente ao
lingote devido 4 pelicula de dxido e constituem um defeito superfi-
cial.
1.3 - Heterogencidades decorrentes da cristalizagio
A solidificacaéo dos metais se di pela nucleacdo e cresci,
mento de cristais da fase s6lida no interior do liquido. Pode-se di
zer ent&o que a solidificagao & um processo de cristalizacao. A nu-
cleacao de cristais € em geral heterogénea, ou seja, ocorre sobre
um substrato que pode ser a parede do molde, particulas sélidas ou
embrides do préprio metal sélido presentes no 1iquido.
Para ocorrer a nucleagao € necessdrio um superesfriamen-
to, ou seja, que a temperatura do liquido esteja abaixo da tempera-
tura de inicio de solidificagdo em condicdes de equilibrio termodi-
namico. Este fato pode ser verificado através das curvas de resfria
mento na solidificagdo, que sao descritas no capitulo 2.
Cada niicleo de cristalizacdo tem uma directo cristalogré
fica e vai dar origem a um grao. Os metais solidificados normalmen-
te sao, portanto, policristalinos, com cada grao correspondendo a u
ma direcao cristalogrdfica aleatéria, correspondente a orientacio do
niicleo que a originou. E possivel solidificar um monocristal; neste
caso a solidificac&o se dd a partir de um dinico niicleo ou semente.0
crescimento de monocristais a partir do liquido desta forma,pelo mé
todo de Bridgeman ou de Czochralsky, tem grande importancia na fabri
cagao de semicondutores.
1.3.1 - Cristalizacao em Lingoteiras
No caso mais geral, ao se preencher uma lingoteira com me
tal liquido, a rapida extracdo de calor junto 4 superficie interna19
do molde (parede da lingoteira) vai promover uma intensa cristaliza
cio, formando uma camada de gr@os extremamente finos e abundantes ,
conhecida como zona coquilhada, ou pele do lingote. Estes graos a-
presentam diregdes cristalograficas ao acaso, aleatérias.
Os cristais metdlicos, em geral, apresentam velocidades
de crescimento a partir do liquido diferente em direcdes diferentes.
Assim, os metais que apresentam simetria ciibica, por exemplo,tém ve
locidade maxima de crescimento nas direcdes <100> (indices de Miller
em Cristalografia).
Este fato faz com que se estabeleca uma competicao entre
os inimeros cristais nucleados junto & superficie do molde.Como nor
malmente existe um gradiente de temperatura na direcdo normal & pa-
rede da lingoteira, os cristais que por acaso tenham suas direcdes
de crescimento rapido alinhadas ou paralelas 4 direcdo de maxima ex
tracio de calor irdo crescer mais rapidamente, como esquematizado na
figura 1.7.
Y
SS
——+a00>
Fig. 1.7 - Formagao de grdos colunares por cresci
mento preferencial de graos orientados
com a direcao <100> paralela ao gra-
diente de temperatura
A estrutura resultante, de graos alongados na direcdo nor
mal @ parede da lingoteira, correspondente 4 diregao cristalografi-
ca <100>, & chamada de regiao colunar, ou regiado basdltica, e os
grios assim constituidos de graos colunares.20
A regido colunar esta presente na maiotia dos lingotes.E
la é tanto maior quanto maior a capacidade térmica da lingoteira em
comparagao com o metal liquido. Assim, lingoteiras menores ou de pa
redes mais espessas tendem a dar regides colunares mais espessas,de
vido a um gradiente térmico mais intenso, implicando em um cresci -
mento unidirecional do sélido.
Por outro lado, temperaturas altas de vazamento também dao
origem a uma zona coquilhada maior, embora provavelmente por outros
motivos. Em fundicao continua de placas, como uma das dimensdes da
placa 6 menor que as outras duas, a zona coquilhada costuma ir até
© centro da placa dando origem 4 estrutura em "telhado", esquemati-
zada na figura 1.8, que também aparece na fundicio de pegas finas.
Figura. 1.8 - Estrutura da solidificacio em
"telhado", na fundicdo de pla
cas, pecas finas e fundicio —
continua. (1)
No centro dos lingotes costuma aparecer uma regio for
mada por gros com formato poligonal, de dimensdes iguais em todas
as direcdes(grdos equiaxiais), que é chamada de zona equiaxial.
© mecanismo pelo qual o crescimento colunar interrompe-se
e forma-se uma regio equiaxial € ainda pouco conhecido.
Uma primeira hipdtese é que o crescimento colunar inter-
rompe-se devido @ segregacio de impurezas 4 frente da interface sé-
lido-liquido, baixando a temperatura de equilibrio sé1ido-1iquido lo
calmente (como sera discutido no capitulo 2). Quando 0 crescimento
colunar para, surgem novos niicleos no interior do liquido, em uma
regido em que nao ha um forte gradiente de temperatura, dando origem
a grads equiaxiais.
Uma segunda hipétese é que os graos equiaxiais formam-se21 ,
a partir de niicleos isolados formados na hora do vazamento e arras-
tados pelo fluxo do metal no enchimento. Esta hipétese explica o fa
to de, ao se vazar muito quente o metal, a zona equiaxial ser menor
ou inexistente. Uma variante desta hipétese é que os gros equia -
xiais formam-se a partir de bragos de dendritas arrastados pelas cor
rentes de conveccdo no interior do liquido (dendritas sio descritas
em seguida).
eS a
Fig.1.9 - Zonas cldssicas de cristalizacio de uma
peca solidificada.(2)
A figura 1.9 mostra esquematicamente as tres zonas encon
tradas, no caso mais geral, em uma peca fundida.
A figura 1.10 apresenta as zonas de cristalizacio e os per
fis de temperatura correspondentes ao tempo em que cada zona estava
se cristalizando.
Fig. 1.10- Zonas de cristalizacao e os perfis de temperaturas
correspondentes 4 sua cristalizacao: (2)
1) Zona coquilhada; 2) Zona colunar; 3)Zona equia-
xial: Tf - Temperatura de fusao.22
1.3.2 - Estrutura Dendritica
Na solidificagdo na maioria dos metais em condigdes in-
dustriais, a interface entre a fase sdlida que vem crescendo e a fa
se liquida nao é plana; ela tende a apresentar perturbacgdes ou pro-
tuberancias. Estas protuberancias encontram um 1iquido mais superesfria
do, ou um gradiente de temperatura mais acentuada 4 sua frente, °
que faz com que cres¢a. mais rapido o resto do cristal. Em seguida
as paredes laterais destas protubérancias podem sofrer perturbagées
andlogas e formar, por sua vez, protuberancias secunddrias. A estru
tura resultante deste crescimento é parecida como tronco e os ga-
Ihos de uma arvore conifera (pinheiro) e é chamada de dendrita.
Nos metais ciibicos, tanto o eixo principal da dendrita
como seus bracos secundarios (e eventualmente ternarios) correspon-
dem a direcdes <100>, diregdes de crescimento mais rapido dos
cristais.
As figuras 1.1la e 1.11b ilustram, respectivamente,ocres
cimento dendritico nas zonas colunar e equiaxial.
Figura 1.11 - a) Crescimento dendritico na zona
colunar; b) Crescimento dendriti-
co na zona equiaxial. (1)
Um mesmo niicleo pode dar origem a iniimeras dendritas, to
das com as mesmas orientagées cristalograficas. Ao fim da solidifi-
cagao todo o espaco entre as dendritas tera se solidificado e as den23
dritas que partilham a mesma orientacio cristalogréfica (oriundas do
mesmo niicleo), estarao encerradas dentro de um Gnico grao.
Os graos alongados da zona colunar apresentam dendritas
longas, com o braco principal alinhado na direcio do gradiente tér-
mico, ao passo que os graos da zona equiaxial apresentam dendritas
aproximadamente equiaxiais. A figura 1.12 mostra uma seccio parale-
la
parede da lingoteira de um lingote. 0 lingote nao estava total
mente s6lido quando o liquido residual foi retirado (virando a lin-
goteira). Observa-se a interface sdlido-liquido, com as dendritas
em cor clara e o espaco anteriormente ocupado pelo 1liquido cheio de
resina de cor escura.
Fig. 1.12 - Secgao de um lingote em que o 11
quido foi retirado antes da soli
dificacéo completa. Dendritas cia
Tas € 0 espaco previamente ocupado pe-
lo liquido,escuro.Aumento de 5X.24
A figura 1.13 reprodugio de uma impressao de carimbo de
uma secc&o transversal de um lingote, polida e atacada quimicamente
mostrando as dendritas crescendo na direcao do centro do lingote,on
de aparece um vazio de contracio.
Fig. 1.13 - Dendritas crescendo em diregio ao
rechupe no centro de um lingote.
Tamanho natural. (2)
Em muitos casos o crescimento dendritico cria regides 12
quidas entre as dendritas, sem comunicacio com o restante do metal
liquido. Estes "micro lingotes" ao se solidificarem podem dar ori-
gem a um fendmeno andlogo 4 formacio de vazios ou rechupes, criando
grande niimero de microporosidades interdendriticas. Estas microporo
sidades, por estarem alinhadas ao longo dos eixos das dendritas ,
criam linhas de menor resisténcia no material, podendo dar origem a
trincas de fadiga ou acarretarem perda de dutilidade na pega acaba-
da. Em casos extremos estas porosidades podem estar interligadas ,
formando canais, que chegam inclusive a criar problemas de estan -
queidade em pecas fundidas (valvulas de ar comprimido, por exemplo).
Na figura 1.13 € possivel se observar as dendritas, embo
ra nao exista vazios (microrechupes) entre elas. Este contraste 6
obtido através de um ataque por um reativo quimico, e sé é possivel
devido 4 existéncia de heterogeneidades quimicas (de composicio qui
mica), no metal cristalizado.25
1.4 - Heterogeneidades quimicas decorrentes da solidificacao
Em geral o metal fundido & homogéneo, devido & facilida-
de de difusdo, & existéncia de correntes de conveccio no interior do
liquido e 4 elevada solubilidade do 1iquido comparada com a do séli
do.
Na solidificag&o em geral, verifica~se que ocorre o fend
meno da segregagao, em que o sdlido formado apresenta diferengas de
composig&o tanto macroscépicas em distancias da ordem de grandeza
da espessura do lingote) quanto microscépicas (distancias da ordem
de grandeza das dendritas).
A segregacdo é devida ao fato de as impurezas e elemen-
tos de liga alterarem a temperatura de equilibrio sélido-1iquido da
liga. Assim, impurezas e solutos que abaixam o ponto de fusio -
(a maioria) sfo segregados para as Gltimas regides a se solidificar,
enquanto solutos que elevam 0 ponto de fusio da liga (mais raros)sio
segregados para o primeiro sélido a formar-se.
Como veremos no capitulo 2, o fendmeno da segregacio es-
ta diretamente relacionado com a diferenga de temperatura entre as
linhas liquidus e solidus do diagrama de fases, chamada de interva-
lo de solidificacio, e com a baixa difusividade dos solutos no cris
tal sélido.
Em geral, as impurezas abaixam o ponto de fusdo dos me-
tais, e a regiado mais segregada é a filtima a se solidificar, em tor
no dos vazios ou rechupes, como ilustrado na figura 1.14.
Na solidificacdo de lingotes de ago, a composicao quimi-
ca pode apresentar variagdes, sendo mais puro na periferia e na ba-
se e mais impuro no centro, isto 6, nas proximidades do "vazio".Es
sa diferenca nao € muito notavel nos teores de silicio e manganés ;
em relacio ao carbono, entretanto, j4 6 mais sensivel, e muito mais
ainda quanto ao fésforo e ao enxofre.
Isto nao teria importancia se a variagdo de composic¢ao
quimica nao acarretasse também a variacio de propriedades mecinicas.
Com efeito, as regides que contém teores de enxofre, ou de fdsforo,
ou de ambos, acima de certos limites, apresentam qualidades mecani-
cas inferiores. 0 aco torna-se mais duro, quebradico, menos maled -
vel e oferece um campo favordvel 4 propagacio de fissuras
Por esse motivo,na especificacao do ago, ou de pecas de a
go, € comum fixarem-se com certo rigor os limites maximos tolerados26
para os teores desses elementos. A sua verificacgao 6 feita pela and
lise quimica de uma amostra tirada de modo que os valores determina
dos representem a composicdo média do material.
Se a amostra for extraida com broca: caso esta penetre
pouco (como em (a) na figura 1.14, ter-se-4 um material de composi-
¢40. muito mais pura do que a média da peca. Dar-se-4 0 contrario se
a broca penetrar como em (b). A amostra tirada conforme (c), é, nes
te processo de extracaéo, a que mais se aproxima da média.
A amostra que realmente representa o valor médio sio os
cavacos de plaina de toda a seccio transversal da peca, quando se
trata de um produto laminado. sendo isso possivel, perfuragées a
broca, de fora a fora e evitando as beiradas da peca, constituem a
forma mais acertada para se obter uma amostra média
Fig. 1.14 - Efeito da regiao_amostrada_na andlise
quimica, devido. segragacao. (1)
Como as impurezas, principalmente 0 f6sforo e o enxofre,
difundem-se com grande dificuldade, a segregacio continua a existir
no produto acabado, e nele pode ser posta em evidéncia, como se vé
na figura 1.15, nao obstante os tratamentos mecanicos e térmicos a
que tenha sido submetido.
Em virtude de sua maior dureza e de sua posicao central,
a zona segregada deforma-se menos, sob a acdo do forjamento e da la
minagdo, que a zona periférica. Por isso, observando-se . a seccao
transversal de 'certos perfilados, encontram-se 4s yezes vestigios