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O documento discute a história do urbanismo, desde as primeiras cidades na Mesopotâmia há cerca de 4.000 a.C. até o desenvolvimento das teorias do urbanismo no século XIX. As primeiras cidades surgiram devido à revolução agrícola e ao desenvolvimento da civilização, com a organização do espaço urbano em torno de templos que serviam como centros políticos, econômicos e religiosos.

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O documento discute a história do urbanismo, desde as primeiras cidades na Mesopotâmia há cerca de 4.000 a.C. até o desenvolvimento das teorias do urbanismo no século XIX. As primeiras cidades surgiram devido à revolução agrícola e ao desenvolvimento da civilização, com a organização do espaço urbano em torno de templos que serviam como centros políticos, econômicos e religiosos.

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TEORIA E

HISTÓRIA DO
URBANISMO
Aula 01
ARQUITETURA E URBANISMO – 4º Fase – 2018/2
Prof.ª Tulainy Parisotto
[email protected]
HISTÓRIA DO
URBANISMO
INTRODUÇÃO
• Somente em meados do século XIX;
• Várias transformações decorrentes do processo de
industrialização, que nasceram teorias de bases
científicas sobre a questão urbana;
• Embora a prática do URBANISMO seja bastante
antiga, datando dos primórdios da humanidade.

3
4
INTRODUÇÃO
• Desde a Antiguidade, o homem viu o ESPAÇO
URBANO como campo de intervenção,
projetando cidades novas ou ainda fazendo
modificações nos traçados das antigas.
• As experiências eram fundamentadas em questões
técnicas e estéticas (sem terem uma visão social,
política e econômica ao se abordar o fenômeno) -
Subsistência.

5
São Paulo

6
O QUE É
URBANISMO?

7
• Técnica de organizar a cidade;
• Estabelecer condições de harmonia nos centros
urbanos;
• Planejamento da cidade;
• Estuda a cidade e seus conflitos;
• Atividade multidisciplinar que dialoga com a
Arquitetura.

8
• O URBANISMO era visto somente como um
conjunto de normas de composição
arquitetônica, baseadas em critérios funcionais,
construtivos ou estéticos.
• Características:
 Idade Antiga = Planta ortogonal e zoneamento
funcional;
 Renascimento = aplicação de eixos perspectivos e
normas de composição geométrica.

9
• Atualmente, a CIDADE é vista como uma
entidade global, representando o ponto crítico
das relações sociais, econômicas e políticas, as
quais se expressam a partir de sua
espacialização;
• Etapa fundamental de um processo histórico
irreversível e dinâmico.

10
11
12
13
• Planejamento Urbano torna a cidade um
objeto de estudo multidisciplinar, ou seja, da
aplicação de conhecimentos históricos, sociológicos,
econômicos, psicológicos e tecnológicos, entre
outros;
• Desenho Urbano é responsável pelas propostas
projetuais (configuração) em nível físico-espacial.

14
15
16
• Historicamente, o surgimento das primeiras cidades
coincidiu com o início da CIVILIZAÇÃO (civitas = cidade,
em latim), o que representou o aparecimento de novos
valores de identidade àqueles indivíduos que passaram a ser
denominados de cidadãos (ou civis).

17
• Estudar a HISTÓRIA DAS CIDADES é o mesmo
que estudar a história da civilização humana, já
que o homem passou a ser considerado civilizado
somente quando começou a habitar em
aglomerados urbanos, os quais se
caracterizavam por sua maior densidade de
ocupação e sua diferenciação espacial, além da
forte dependência com o entorno próximo ou
longínquo.

18
• CIDADES são lugares onde existe uma divisão
social do trabalho por meio de atividades
especializadas, cujas bases são econômicas
(produção agrícola intensiva, extração de minerais,
industrialização, trocas comerciais, prestação de
serviços ou símbolos do poder temporal e/ou
religioso).
• Atualmente, a metade da população do mundo
mora em cidades.
• Para o ano 2025, esta cifra aumentará para 75%.

19
20
21
22
HISTÓRIA DAS
CIDADES
ORIGEM DAS CIDADES
• Cidade = Organização de
funções urbanas =
Sociedade
• Sede da autoridade (centro
do poder);
• Nasceu da aldeia;
• As primeiras cidades de que
se tem notícia se A cidade é o resultado de
localizavam no sul da uma profunda
Mesopotâmia em 4.000a.C. REVOLUÇÃO AGRÍCOLA,
– Região da Ásia – situada URBANA E SOCIAL.
atualmente entre o Irã e o
Iraque;
24
• Locais primitivos → são consideradas
aglomerações e não cidades.
• Há mais de 10.000 anos atrás, no Mesolítico (entre
o período paleolítico e neolítico), a população do
mundo não passava de 5 a 8 milhões de habitantes.
Inicialmente nômade, caçador e coletor de
alimentos.
• O ser humano vivia em bandos formados por não
mais que 50 indivíduos, que se abrigavam em
cavernas ou construções provisórias.

25
• Olhando a imagem quais as características da
aldeia?

26
• Inúmeras cidades foram criadas quando o
desenvolvimento das artes e das técnicas modificou
o modo de vida dos homens.
• Estes aglomerados, criados por razões defensivas
ou econômicas, estavam organizados,
hierarquizados, de acordo com as estruturas da
sociedade e as funções que deviam cumprir.

Modelo de cidade suméria 27


• Disposição organizacional que expressa vontade de
relacionamento harmoniosa entre a hierarquia
de edifícios.

CIDADE = ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO

• A organização das cidades reúne uma hierarquia


de usos especiais que funcionam em forma de
redes.

28
REVOLUÇÃO AGRÍCOLA
• Oriente Próximo
 Território plano, em
forma de meia lua, entre
desertos da África e Arábia
e montanhas do Norte, do
Mediterrâneo ao Golfo
Pérsico
 Sofreu mudanças de clima
após o fim da era glacial.
 Apresenta vegetação
desigual, mais rala do que
as florestas do Norte, na
fronteira com áreas de
deserto.

29
• Região próxima a rios e
mares – comunicação –
troca de mercadorias e
notícias.
• Planície cultivável
(cheias dos rios, nascentes
ou oásis), diversidade de
plantas frutíferas
(oliveiras, tamareiras,
videiras, figueiras).

30
REVOLUÇÃO URBANA
E SOCIAL
• A origem das cidades teve relação não apenas com
as inovações técnicas que permitiram a
agricultura e a formação de excedentes
alimentares capazes de alimentar uma ampla
camada de não-produtores diretos — irrigação em
larga escala —, mas com mudanças culturais e
políticas profundas, mudanças da ordem social
em geral.
• Nova economia ditada pelo aumento da produção e
concentração do excedente nas cidades.
• Aumento da população.
• Domínio técnico e militar da cidade sobre o
campo.

31
EVOLUÇÃO DO TRAÇADO URBANO

Turim - Itália
32
• Local da especialização do trabalho
→ 2 grupos:
 Dominantes;
 Subalternos.
• Mudanças profundas na composição e nas
atividades da classe dominante que
influenciaram toda a sociedade.
• Campo (lenta transformação: onde era
produzido o excedente) x cidade (rápidas
transformações: onde era distribuído o
excedente).

33
MESOPOTÂMIA
(em grego, “entre rios”, atuais Iraque e Kuwait)

• Primeiras civilizações por volta de


6 mil a.C.
• Planície aluvial dos rios Tigre
(Dijla) e Eufrates (Frat).
• Excedente concentrado nas mãos
dos governantes, representantes
do deus local (sacerdotes).
 Recebiam rendimentos de parte
das terras comuns e a maioria do
espólio de guerra.
 Administravam riquezas
acumulando alimento para a
população, fabricação e
importação de utensílios de
pedra e metal para o trabalho e
a guerra, registro de
informações e números da vida
da comunidade.
34
• As cidades de Nínive, Ur, Mari e Babilônia
eram as mais conhecidas da Mesopotâmia.
• Os templos, conhecidos como zigurates, eram o
grande centro dessas cidades.
• Serviam como centros econômicos, políticos,
religiosos e sociais.
• Os templos eram verdadeiros centros de poder,
controlados pelos sacerdotes, dos quais dependia
toda a sociedade.

35
• Sacerdotes: só eles podiam entrar nos templos,
como intermediários entre deuses e pessoas.
• Não precisavam trabalhar no campo e
conduziam a construção de diques e canais
de irrigação.
• Ciência: céu claro permitia observar as estrelas e
medir o tempo (ano, estações). As observações
astronômicas se davam a partir do alto dos
zigurates

36
Templo dos deuses se erguia sobre a planície com terraços e pirâmides em
degraus (zigurates).
37
Imagens do zigurate de Ur, durante sua escavação em 1930, após parte de
sua restauração, foto aérea atual e convivência com a Guerra do Iraque. 38
• Resquícios de construções
humanas que também foram
encontradas nos tells (colina
| sítio arqueológico) e são
testemunhos da evolução da
sociedades desde o Neolítico
ao Calcolítico.
• Escavações revelaram
inúmeras aglomerações
humanas que não são
qualificadas como cidades,
apesar de organizadas e
evoluídas.
Idade da Pedra ou Neolítico - caracterizado pelo uso
de artefatos de pedra polida.
Idade do Cobre ou Calcolítico - período de transição
entre o Neolítico e a Idade do Bronze. 39
• Religião politeísta: deuses representavam
elementos da natureza (água, ar, Sol, Terra, etc.),
responsáveis por coisas boas ou más como as
pessoas.
• Expansão territorial: grandes impérios
(civilizações da Acádia, Suméria, Babilônia,
Assíria).
• Surgia neste período uma sociedade,
marcada pela diferença social: alguns tinham
prestígio e riqueza; outros tinham pouco ou
nada, nem liberdade.

40
• Os sacerdotes estão no topo da pirâmide social da
mesopotâmia.
• Algumas atividades inspiravam respeito (escriba,
soldado, ferreiro).
• Outras, eram consideradas inferiores (agricultores,
construtores).

41
• CARACTERÍSTICAS
1. Técnica construtiva de templos e casas comuns:
 Tijolos de argila (ainda hoje), amassados com palha e
cozidos ao sol.
 Levados à parede e recobertos com nova argila.
 Fácil degradação por intempéries, necessitando de
manutenção contínua.

42
2. Canais que levavam água dos rios às terras
cultivadas, permitindo transporte de produtos e
matérias-primas.
3. Muros circundantes garantiam individualidade e
defesa da cidade.

43
• CARACTERÍSTICAS:
1. Estrutura singular;
2. Tudo localizava-se à volta do templo (tido por morada
dos deuses);
3. Ruas principais que partiam do templo em direção ao
exterior;
4. Dispunham de ruas internas;
5. Muralhas.

3 3
4

2
4 4

4
3
3
1 5 44
Modelo de cidade suméria
AS CIDADE-ESTADO
• Até 3 mil a.C., cidades da Mesopotâmia formavam
Estados independentes que lutavam entre si pela
planície irrigada pelos rios, já completamente
colonizada.
• Conflitos limitavam o desenvolvimento econômico
e só terminavam quando o chefe de uma cidade
impunha seu domínio sobre toda a região.
• A população das cidades cresceu e as comunidades
urbanas se transformaram em cidade-estado
independentes.
• Elas se caracterizavam por ter um órgão central
que governava a cidade.

45
• Os chefes de exército se tornaram reis para
defender as fronteiras de suas cidades dos povos
invasores.
• O rei passou também a acumular o poder do
sacerdote.
• As lutas entre as cidades-estados cresceram e
surgiram os primeiros impérios: o Sumério, o
Acádio, o Assírio e o Babilônico.
• Eram verdadeiros Estados, com um poder central
que se estendia sobre todo o território submetido.
• O palácio substituiu o templo como centro
administrativo e de poder.

46
• Primeiro fundador de império estável
(durante cerca de um século, por volta de
2200 a.C. foi Sargão I (Sharru-kin), da
Acádia.
• Mais tarde novos impérios surgiram com
os reis sumérios de Ur, por Hamurabi da Palácio de Sargão I (2270 a
Babilônia e pelos reis assírios e persas. 2215 a.C.), descoberto em
1881 por Hormuzd Rassam,
• Fundação de novas cidades onde próximo a Baghdad.
estrutura dominante não era o
templo e sim o palácio do rei (cidade-
palácio).
• Ampliação de algumas cidades que se
tornaram capitais de impérios (poder
político e centro de comércio).
Ex: Nínive e Babilônia – as primeiras Palácio de Sargão II (721-
grandes cidades, metrópoles, comparáveis 705 a.C.), descoberto em
às cidades modernas. 1843 por Paul Botta,

47
próximo a Khorsabad
(Iraque).
URBANISMO DA MESOPOTÂMIA
• A evolução da civilização está associada ao
desenvolvimento urbano;
• As cidades da Mesopotâmia estão concentradas em
três zonas principais: Sul, Centro e Leste;
• Estas zonas coincidem com a fixação das
populações que dominavam a política e a cultura.
• Cada civilização da Mesopotâmia, tem
características específicas quanto a geografia,
clima, topografia, materiais de construção,
fronteiras naturais, situações étnica e barreiras
entre raças e os diversos grupos.

48
• Civilização ao Sul:
 Eridu, Uruk, Nippur, Lagash – Cidades mais antigas.

• Civilizações no Centro:
 Akkad, Mari, Haradum, Borsippa, Babilónia – Núcleos
territoriais Acadianos e dos Babilónios

• Civilizações ao Leste:
 Assur, Kalash, Nínive e Dur Sharrukin – Território
dos Assírios.

49
• Em 2 mil a.C., as cidades sumerianas já tinham
mais de 10 mil hab.
• O modelo sumério da Cidade-templo aparenta ter
tradições mais antigas.
• Características:
 Forma oval;
 Atravessada por cursos de água;
 Cercada de muros com várias torres de defesa;
 Bairros são cortados por ruas sinuosas e passagens
estreitas;
 O lado dos ventos favoráveis, parecem ser reservados
para os bairros residências privilegiados;
 No centro da cidade encontram-se grupos de edifícios
religiosos e por palácios.

50
Mari
• Foi uma das cidades-estados mais importantes e
atingiu o máximo do seu poder no inicio do
segundo milênio;
• A origem do aglomerado remonta a 2.900 a. C.
• Situada a beira do Rio Eufrates, por meio de um
canal permitia que a água chegasse até ela;
• Características:
 Cidade circular;
 Contornada por muros;
 Palácios e grandes monumentos ao centro.

51
PLANO DE URBANISMO COERENTE E GRANDIOSO COM
ELEVADO GRAU DE ORGANIZAÇÃO.

Canal de água que


atravessa a cidade

52
Uruk
• Metrópole de maior importância com 550ha descobertos;
• As escavações realizadas trouxeram a tona importantes
bairros especializados;
• No centro da cidade, as construções parecem relacionar-
se umas com as outras.

53
Ur
• A cidade de Ur tinha cerca de 100 hectares.
• Circundadas por muro e fosso para defesa.
• Pela 1ª vez excluído o ambiente aberto natural do
ambiente fechado da cidade.
• Campo foi transformado pelo homem. Antes:
pântano e deserto; depois: paisagem artificial
(pastagens e pomares com canais de irrigação).

54
• Ur é uma cidade de perímetro oval, cuja situação, à
beira rio, faz dela um centro comercial
importante;
• A cidade é coroada de muralhas e cercada pelo rio
Eufrates e seus canais;
• Os portões de entrada a leste e oeste são
caracterizados pelas suas funções: comércio
externo e interno;
• Os bairros residenciais densos, da região leste e
oeste, são conjuntos ordenados de edifícios
representativos. Nas outras regiões este modelo de
edifício é raro.
• Ruas estreitas delimitam os bairros compactos de
habitação.

55
• Na cidade, templos (zigurates) se distinguiam das
casas comuns: massa maior e mais elevada, com
santuário e torre-observatório, armazéns e lojas
onde viviam e trabalhavam os sacerdotes.
• Terreno dividido em propriedades individuais
(cidadãos x campo), administrado em comum pelos
sacerdotes (teocracia).

56
57
Plantas e perfis da cidade de Ur 58
59
URBANISMO DA ASSÍRIA
• O urbanismo assírio caracteriza-se por uma
concepção rigorosa, regulada por uma ordem
militar;
• Os traçados das cidades antigas adaptam-se as
condições particulares do lugar;
• As construções públicas estão dispostas em grupos
no final da cidade, perto dos muros e das vias de
comunicação fluvial;

60
Khorsabad
• Inaugurada cerca de 707 a.C., a cidade não tem
aparência de composição;
• A implantação do portão de entrada parece indicar
a presença de um conjunto de eixos principais
octogonais;

Primeira manifestação de planificação


que se pode qualificar como “composição
urbana”.
61
URBANISMO DA BABILÔNIA
• O urbanismo da babilônia retoma as tradições
sumérias ou acadianas e funde-se com os
princípios assírios;
• Características:
 Ordem geométrica;
 Posição central do santuário principal;
 Implantação excêntrica dos palácios, ligados à cidade
através de avenidas e cursos de água;
 As vias principais dispõem de trama geométrica;
 Os bairros não são feitos de acordo com os princípios
sistemáticos da planificação.

62
Nínive
• Foi fundada em um local
habitado desde a época proto-
histórica (3.000 a.C.);
• Capital do império Assírio;
• Urbanismo pensado;
• Introdução de praças –
Composição urbana;
• Ruas pensadas mais largas –
Via Real

63
Babilônia (Babel)
• Capital do rei Hamurabi (cerca de 2 mil
a.C.) - retângulo de 2500m x 1500 m,
dividida em duas metades pelo Rio
Eufrates.
• Características:
 Traçado com regularidade geométrica
(inclusive templos e palácios);
 Ruas retas com largura constante e muros a
90°;
 Primeira via triunfal do mundo antigo;
 Desapareceu distinção entre monumentos e
zonas habitadas pelo povo;
 Cidade era formada por série de recintos: os
externos abertos a todos e os internos
reservados aos reis e sacerdotes. Estes
representavam deuses têm domínio absoluto
sobre coisas materiais;
 Jardins suspensos (uma das 7 Maravilhas da
Antiguidade);
64
65
IMPÉRIO HITITA

Império Hitita - 1200-1100 a.C. Atual Turquia

66
URBANISMO HITITA
• O urbanismo hitita não fornece elementos
significativos para extrairmos lições em matéria de
traçados ou composições urbanas.
• Algumas cidades nos dão ideia das fortificações,
dos traçados de vias, orientadas em função do
desenvolvimento de aglomerados de casas e de
habitações isoladas.

Cidade de Hatusa –
capital do reino dos Hiititas.
67
• Acrópole de Büyükkale - Hattusas
1. Grande Templo
2. Palácio
3. Bairro de Templos na cidade baixa
4. Habitat – Anatoliano clássico (pátio interior)

Desenvolveu-se adaptando-se a topografia


68
1. Terraços em socalcos (técnica agrícola);
2. Rede de circulação interna;
3. Adaptação às ondulações do terreno;
4. Zoneamento:
 Zonas Públicas (Função religiosa e política);
 Zona Privada (Palácios);

69
EGITO
• A origem da civilização urbana egípcia não pode
ser estudada como na Mesopotâmia pois os
estabelecimentos antigos foram destruídos pelas
cheias anuais do rio Nilo.
• As cidades mais recentes, como Mênfis e Tebas, se
caracterizavam por monumentos de pedra,
tumbas e templos, e não por casas e palácios.
• Segundo se presume, o faraó conquistou as aldeias
já existentes e absorveu os poderes mágicos das
divindades locais.
Faraó = deus e não um representante dele (como nos
sumérios). Ele deveria garantir a fecundidade da
terra e especialmente a grande inundação do Nilo.

70
• O faraó tinha o domínio sobre o país inteiro:
 recebia um excedente de produtos, bem maior que o
dos sacerdotes sumérios, assírios e babilônios.
 com esses recursos, ele não só administrava a
construção das obras públicas, cidades e templos de
deuses locais e nacionais, mas principalmente sua
tumba monumental, que simbolizava sua
sobrevivência além da morte e garantia, com a
conservação do seu corpo mumificado, a continuação
do seu poder em proveito da comunidade.

• Governo fortemente centralizado no faraó,


chefe religioso supremo, como sumo-sacerdote dos
muitos deuses em que acreditavam.

71
Sociedade organizada em classes: família do faraó, sacerdotes,
nobres, militares, agricultores, comerciantes e artesãos – escravos.
72
• Em 3000 a.C., o Egito se tornou mais populoso e
mais rico → tumbas aumentaram a imponência,
embora sua forma externa continuasse bastante
simples (pirâmide quadrangular). A maior, Quéops
(Khufu) mede 225m de lado e quase 150m de
altura. Segundo o historiador grego Heródoto,
exigiu o trabalho de 100.000 pessoas e demorou 20
anos.
• A forma do conjunto do estabelecimento
permanece desconhecida, e não é fácil imaginar
a relação entre esses monumentos colossais e
os locais de habitação dos vivos, ao que tudo
indica, bastante diferente da relação entre templo
e cidade na Mesopotâmia.

73
URBANISMO EGÍPCIO
• O urbanismo egípcio foi concebido em função
do Rio Nilo e dos cultos;
• Relação monumental das cidades e das
necrópoles = Relação Rio Nilo
• A ideologia faraônica e a religião suscitaram a
criação de modelos urbanos particulares que
evoluíram segundo os tempos e as necessidades;

74
• Características:
 Permanência da simetria:
construção de acordo com
eixos longitudinais é um
dos princípios mais
importantes da
arquitetura e das formas
urbanas egípcias;
 Repetição de formas:
define a característica
estética da arquitetura;
 As composições ordenadas
e rigorosas das massas
construídas apresentam
uma analogia com os
grandes movimentos das
paisagens do Nilo;
 Cidade linear
acompanhando o curso do
Rio Nilo;
 As pirâmides, os pilares
e os obeliscos,
desempenham um papel
importante na
concepção formal do
urbanismo. 75
• Cidade divina: formas geométricas simples - prismas, pirâmides,
obeliscos.
• Proporção fora da escala humana, se aproximava, pela
grandeza, dos elementos da paisagem natural (estátuas
gigantescas como a grande esfinge).
• Habitada pelos mortos que repousam cercados de todo o
necessário para a vida eterna, vista de longe como pano de fundo
sempre presente da cidade dos vivos.
• Cópia fiel da cidade humana, com exemplos de personagens e
objetos da vida cotidiana (esculturas com fisionomias realistas)
reproduzidos e mantidos imutáveis.

76
• Os monumentos não formavam o
centro da cidade, mas eram
dispostos como uma cidade
independente, divina e eterna,
que dominava e tornava
insignificante a cidade transitória
dos homens.
• Técnica construtiva: templos de
pedra (para permanecer
imutável ao longo do tempo) e
casas das pessoas comuns e
palácios dos faraós de tijolos
(morada temporária, logo
abandonada ou destruída).
• Operários e suas famílias
moravam em acampamentos
próximos aos monumentos,
durante a construção.

77
De acordo com Castelnou (2007), o Egito
diferencia-se da Suméria, em função dos
monumentos não situar-se no centro da cidade, mas
estarem dispostos como uma cidade independente,
divina e eterna, construída em blocos de pedra,
que dominava e tornava insignificante a cidade
transitória dos homens, construída em tijolos,
inclusive os palácios dos faraós no poder.

78
• A economia egípcia entrou em crise por volta de
3000 a.C. A cidade dos mortos, como cópia perfeita
e estável da vida humana, deixou de ter a mesma
intensidade.
• Quando a economia se reorganizou, sob o Médio
Império, o contraste entre a cidade divina e a dos
homens apareceu atenuado, com tendência a se
fundirem.

Cidade divina Cidade dos homens


79
Tebas
• Capital do Médio Império, dividida em 2 setores:
 povoado à margem direita do Nilo
 necrópole à margem esquerda.

Planta geral da zona de Tebas: templos na margem direita do Nilo e tumbas


na margem esquerda.
80
• Edifícios dominantes: grandes templos (Karnak
e Luxor), na cidade dos vivos.
• Tumbas escondidas nas rochas, sendo visíveis
somente os templos de acesso.
• Sociedade era mais variada onde a riqueza era
mais difundida.
• Faraó ocupava o topo da hierarquia social, podendo
escolher os produtos mais ricos para sua tumba
ou palácio.

81
A necrópole e a cidade são
Patrimônio Mundial
(UNESCO).
82
83
IMPÉRIO PERSA
• Do séc. VI ao IV a.C.: unificação de todo o Oriente
Médio no Império Persa.
• Região passa por longo período de paz e
administração uniforme, que permite a
circulação dos homens, das mercadorias e das
ideias de uma extremidade à outra.
• Persépolis (nome grego) – residência monumental
dos reis persas.

84
• As cidades persas, por mais numerosas que
tenham sido, deixaram-nos pouco material;
• Características:
 Uma acrópole em forma de losango, envolta por
paredes que acompanham as inclinações do
terreno, uma ortogonalidade e um paralelismo
rigoroso;
 Os critérios persas e os medos influenciaram o
traçado urbano das cidades.

85
Persépolis
• A mais de 1100m de altitude, sobre a encosta do monte
da Misericórdia, foi erguido um vasto terraço artificial
com cerca de 12ha rodeado de enormes muros de
sustentação;

86
• A CAPADÓCIA, região localizada no planalto
central da Turquia, cujo relevo acidentado foi
esculpido pela ação da erosão e por atividades
vulcânicas, possui peculiaridades representadas
por uma intricada rede de cavernas que
penetram dezenas de metros no interior da terra
para formar verdadeiras cidades subterrâneas,
as quais foram ocupadas pelos hititas, a partir de
2500 a.C.; e pelos persas, até a libertação por
Alexandre, o Grande, em 334 a.C., os quais foram
sucedidos pelos romanos.

87
• Provavelmente criada por volta de 3000 a.C., a
cidade de Mohenjo-Daro, situada no Vale do Indo
(Paquistão), possuía duas zonas distintas: a alta
e a baixa, apresentando traçado mais regular
do que se apresentava nas cidades primitivas.
• Identificam-se três ruas principais orientadas
no sentido Norte-Sul e outra perpendicular a
elas, que cortam um conjunto de pequenas ruelas
que constituem núcleos mais primitivos.

88
Seu traçado uniforme
e as ruínas de
construções em ladrilho
(cerâmica artesanal) e
adobe (tijolos de barro
cru) apontam para uma
civilização emergente,
cuja cidade já
apresentava
preocupações com a
pavimentação de ruas
e com o escoamento
das águas, assim como
balneários públicos.
(GOITIA, 2003 apud
CASTELNOU, 2007).

89
• Eram estas as características das cidades antigas
do Oriente Próximo:
 Localização estratégica, derivada de condicionantes
naturais (clima, fertilidade do solo, proximidade com
rios, etc.) e da afirmação simbólica (sede de poder, de
riqueza e de proteção militar);
 Inexistência de um conceito unitário de planejamento
urbano, resultando em uma planimetria irregular e
um traçado espontâneo predominante;
 Segregação nítida entre o recinto da cidade e o
campo, devido à muralha, mas completa
dependência entre ambos;
 Apesar da variedade, os palácios, os templos e as
principais moradias apresentavam forte
configuração geométrica e simetria axial;
 Imponência das edificações que representavam o poder
e a presença de uma avenida monumental
destinada a desfiles triunfais e cortejos religiosos.

90
As cidades-estados de Creta
• Na Ilha de Creta - entre o Mar Mediterrâneo e o
Mar Egeu - existiu (3000 a 2000 a.C.) uma das
mais brilhantes civilizações da Antiguidade:
a civilização cretense ou egéia.
• Fundadores do primeiro império marítimo, o
cretenses, com a madeira das florestas da ilha,
construíram navios de até 20 metros de
comprimento.
• Mas não navegavam em alto-mar, limitando-se à
navegação de cabotagem entre um ponto e
outro da costa.
• As numerosas ilhas do Mar Egeu facilitavam essas
viagens.
91
• O domínio da técnica de construção de
barcos e da navegação, somado a capacidade de
produzir objetos em metais -- cobre, ouro, prata,
bronze -- e cerâmicos e a capacidade de produzir
excedentes agrícolas fizeram com que os
mercadores cretenses monopolizassem o
comércio no mar Egeu.
• Na ilha de Creta fundam-se as cidades de Mália,
Cnossos e Faistos. Essas duas últimas destacam-se
em relação às demais, construindo grandes
palácios.
• Essas cidades cretenses, das quais temos ruínas
bem conservadas de alguns palácios, tinham
ruas acompanhando as curvas de nível; eram
estreitas e pavimentadas, possuindo também,
rede de água e esgoto.

92
93
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS
• BENEVOLO, Leonardo. História da cidade. 3. ed. São Paulo:
Perspectiva, 1997. 729 p.

• CHOAY, Françoise. O urbanismo: utopias e realidades uma antologia.


São Paulo: Perspectiva, 1998. 350 p.

• CASTELNOU, Antonio. Teoria do Urbanismo. Curitiba: UFPR, 2007.


40p.

• DELFANTES, Charles. A grande História da Cidade – da


Mesopotâmica aos Estados Unidos. Instituto Piaget, 1997, Traduzido
por Dorindo Carvalho Lisboa.

• Imagens diversas da Internet.

94
• No EXTREMO ORIENTE, de acordo com Jellicoe
& Jellicoe (1995) apud Castelnou (2007), que
abrange a Índia, a Indochina, a China e o Japão, a
civilização urbana começou mais tarde do que a
zona compreendida entre o Mediterrâneo e o Golfo
Pérsico, por volta de 2000 a.C., isto devido:
 diferenças geográficas (territórios tropicais);
 opções econômicas de agricultura (plantações
extensivas);
 diretivas culturais (preceitos religiosos).

95
• Essa região mais quente e úmida que a
precedente, isolada do resto da Ásia pelo grande
sistema montanhoso do Himalaia e regada por
rios, bastante impetuosos e inconstantes, devido
ao clima de monções, permitiu o
estabelecimento de populações numerosas
em planícies irrigáveis (favoráveis ao cultivo do
arroz), circundadas por montes em que
permaneceram habitantes incultos e nômades não-
civilizados.

96
• Tal organização econômica permitiu a formação
de grandes Estados unitários, onde a classe
dirigente era composta por aqueles que
concentraram em suas mãos um enorme
excedente de produção que garantia as
condições de sobrevivência.
• Estabeleceu-se um contraste fundamental: ao
norte, as montanhas hostis e desconhecidas, de
onde vinham ventos frios, animais selvagens e
inimigos; e, ao sul, a planície cultivada, o mar e
o calor.

97
• Desde o início, a relação entre poder,
prosperidade e virtude dominou a cultura
oriental, que sempre buscou assegurar a paz e a
harmonia social através da mediação entre os
princípios opostos do YIN e do YANG (o frio e o
calor, a sombra e a luz, o descanso e a atividade,
etc.).

98
• Por esta razão, os assentamentos humanos
orientais deveriam garantir o justo equilíbrio
entre o norte e o sul, mantendo à distância os
perigos do primeiro, refreando em canais as
águas que desciam dos altiplanos e
transformando-as em elemento de vida no sul.
• No seu desenvolvimento geral, a CIDADE
ORIENTAL tornou-se um posto dominante e de
grande quantidade de significados utilitários e
simbólicos, pois era a sede do poder e, logo, a
mediação entre opostos, que regulava e
representava todo o território.

99
• No Extremo Oriente, segundo Benevolo (2001), a
ordem latente do universo tornou-se uma ordem
visível, geométrica e arquitetônica.
• Os eixos de simetria ligavam a cidade aos pontos
cardeais (o “universo celeste”);
• Os muros imprimem-lhe uma forma regular e a
defendem dos inimigos;
• A multiplicidade dos espaços e dos edifícios revela
a complexidade das funções civis e religiosas,
com seu minucioso cerimonial.

100
• A CIVILIZAÇÃO CHINESA nasceu às margens
dos rios Amarelo (Huang-He) e Azul (Yang-Tsé-
Kiang), sendo sua tradição cultural codificada após
a unificação do império no século III a.C.,
permanecendo substancialmente a mesma em toda
a sua história, apesar das crises e das revoluções
políticas e religiosas.
• Mesmo invasões como as dos mongóis no século
XIII não interromperam a sua continuidade.
• As regras urbanísticas e de construção
chinesas formaram-se na era Chu (1050-350 a.C.),
sendo transmitidas até hoje.
• As cidades nasceram como refúgio, residência
estável da classe dirigente (sacerdotes, guerreiros
e técnicos) temporariamente capaz de acolher a
população camponesa do distrito circundante.

101
• As antigas cidades chinesas eram rigorosamente
quadradas e compostas por dois cinturões de
muros:
 um interno, que encerrava a cidade habitada;
 um externo, que rodeava um espaço vazio de hortas e
pomares.

• As regras foram descritas pelo literato chinês


Meng-Tsi (372-289 a.C.), empregando a unidade
de medida urbanística denominada li,
correspondendo a cerca de 530 m.

102
• Segundo sua grandeza, as cidades chinesas podiam
ser de três categorias:
 tscheng (cujo cinturão interno teria perímetro de 1 li e
externo de 3 li, podendo chegar a 7 li);
 ji (a intermediária, com cinturão interno de 7 li e
externo de 11 li);
 e tu (com cinturão interno de 11 li e externo de 14 li)
(BENEVOLO, 2001).

103
• Os ambientes individuais ou coletivos da
cidade chinesa conservavam sua forma regular
e simétrica, mas o conjunto adquiria um aspecto
irregular devido às características do local.
• O paisagismo tornava-se então o elemento
vinculador.
• Tais regras repetiam-se tanto nos conjuntos
monumentais (palácios do imperador, que era a
suprema autoridade religiosa e civil) como nos
edifícios e espaços para a vida privada, buscando a
harmonia do ambiente cósmico.

104
• A CIDADE PROIBIDA, situada na capital
chinesa, foi a residência oficial de 24 imperadores
das dinastias Ming e Qing, de 1420 até 1911.
• Rodeada por um largo canal e uma muralha de 10
m de altura, cuja extensão de 3,4 km encerra uma
área de 720.000 m² (equivalente a 90 campos de
futebol), este recinto reúne seis palácios e mais de
800 edifícios, perfazendo 9.999 aposentos antes
frequentados apenas pelo imperador, a família real
e os funcionários palacianos.

105
• A espinha dorsal do complexo
são dois conjuntos de três
palácios no centro da
estrutura predominantemente
simétrica e cujo acesso
principal se dá pelo Portão
Meridional ou da Paz Celestial,
com 34 m de altura e que
conduz ao Palácio da Suprema
Harmonia, local do trabalho do
imperador e onde se
celebravam as festividades
reais, situando-se ali, em uma
de suas 44 salas, o trono
imperial.

106
• No JAPÃO, a falta de grandes espaços e de rios
navegáveis excluiu inicialmente a existência de
grandes cidades. Com a unificação do país, no final
do século III a.C., surgiu a exigência de uma cidade
capital, esta projetada segundo as regras rígidas
dos antigos chineses.

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Continua na próxima aula:

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