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Historia de Surdos PDF

Ao longo da história, a surdez foi vista de diferentes formas pelas sociedades. No Egito Antigo, surdos eram adorados como deuses, mas na Grécia Antiga eram vistos como incompetentes. A partir do século XVIII, começaram a surgir educadores interessados em ensinar surdos, desenvolvendo métodos de oralização e de língua de sinais. No Brasil, o ensino de surdos teve início no século XIX, passando por períodos de uso da língua de sinais e de métodos oralistas.

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Ao longo da história, a surdez foi vista de diferentes formas pelas sociedades. No Egito Antigo, surdos eram adorados como deuses, mas na Grécia Antiga eram vistos como incompetentes. A partir do século XVIII, começaram a surgir educadores interessados em ensinar surdos, desenvolvendo métodos de oralização e de língua de sinais. No Brasil, o ensino de surdos teve início no século XIX, passando por períodos de uso da língua de sinais e de métodos oralistas.

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HISTORIA DE SURDOS

A surdez consiste na ausência total ou parcial de sons, decorrente


de problemas auditivos. As primeiras referências aos surdos são
encontradas na Lei Hebraica, na época do povo Hebreu.

No Egito, os surdos eram adorados, como se fossem deuses,


serviam de mediadores entre os deuses e os faraós, sendo temidos
e respeitados pela população. Na Antiguidade, alguns povos os
lançavam ao mar ou em penhascos.

Na Grécia, os surdos eram tratados como seres incompetentes e


que por não possuírem uma linguagem, não eram capazes de
raciocinar. Assim, não tinham direitos, eram marginalizados e
muitas vezes condenados à morte.

Sócrates, em 360 a.C., declarou que era aceitável os surdos se


comunicarem com as mãos e o corpo. Os Romanos, influenciados
pelo povo grego, também viam os surdos como seres imperfeitos e
os excluía da sociedade. Mais tarde, Santo Agostinho defendia a
ideia de que os pais de filhos surdos pagavam por algum pecado
que haviam cometido. Acreditava que os surdos podiam comunicar
por meio de gestos, que, em equivalência à fala, eram aceitos para
a salvação da alma.

John Beverley, em 700 d.C., foi o primeiro a ensinar uma pessoa


surda a falar (em que há registro). Por essa razão, ele foi
considerado por muitos como o primeiro educador de surdos. Foi na
Idade Moderna que se distinguiu, pela primeira vez, surdez de
mudez. A expressão “surdo-mudo” deixou de ser a designação do
Surdo.

Entretanto, foi o monge beneditino espanhol Pedro Ponce de León


que recebeu créditos como o primeiro professor para surdos ao
desenvolver um alfabeto manual, que ajudava os surdos a soletrar
as palavras.

Juan Pablo Bonet, padre espanhol, deu continuidade ao trabalho de


León, ensinando os surdos a lerem e a falarem, utilizando outra
metodologia, o método oral. Já, John Bulwer, médico britânico,
publicou vários livros defendendo o uso de gestos entre os surdos.
Nesse sentido, John Wallis (1616 a 1703) desistiu de ensinar os
surdos a oralidade, dedicou-se somente a ensiná-los a escrever
usando gestos.

O primeiro Instituto Nacional de Surdos-Mudos foi criado em Paris,


por Charles Michel de L’Épée, nascido em 1712. Este instituto
reconhecia a pessoa surda como um ser que tem a sua própria
língua.

Na Idade Contemporânea, Pierre Desloges publicou o primeiro livro


escrito por um surdo. Ele se tornou surdo ao adquirir varíola aos
sete anos, aprendendo a comunicar-se apenas por gestos. Em
1880, com a realização da Convenção Internacional de Milão, os
educadores presentes determinaram a supremacia dos métodos
orais puros. Sendo assim, qualquer forma de comunicação sem ser
oral era proibida, sendo esses surdos rejeitados.

No Brasil, uma língua nacional de sinais passou a ser difundida a


partir do segundo império. O educador francês Hernest Huet era
surdo e foi o introdutor dessa metodologia aqui no Brasil. Ele fundou
o Imperial Instituto Nacional de Surdos-Mudos, por meio da Lei nº
839, de 26 de setembro de 1857, no Rio de Janeiro, com apoio do
imperador D. Pedro II. Este Instituto tratava crianças surdas
somente do sexo masculino. Um século após sua fundação, por
meio da Lei nº 3.198, de 6 de julho, a instituição tornar-se-ia o
Instituto Nacional de Educação dos Surdos (INES), que inicialmente
utilizava a língua dos sinais, mas que em 1911 passou a adotar o
oralismo puro. (O oralismo puro consiste em efetivar a comunicação
por meio do entendimento dos movimentos normais dos lábios
(lábios-leitura, leitura labial e leitura orofacial).

O século XX assistiu, até a década de 60, uma abordagem quase


exclusivamente oralista entre as escolas de surdos e nesta década
estudos demonstraram insuficiente eficácia destes métodos no
desenvolvimento linguístico e cognitivo da pessoa surda. Nos anos
50, uma série de inovações aconteceu em benefício à surdez.
Surgiram, por exemplo, as primeiras escolas normais e jardins de
infância para crianças surdas. Após esse período começou um
movimento pelo resgate da língua de sinais, de forma bimodal (dois
modos de linguagens), como uma fala de instrução, por meio da
Filosofia da Comunicação Total (fazer uso simultâneo da língua de
sinais e da língua oral). Fontes retiradas: A história da Educação do
surdo. (Professor Isaías Leão).

Em 1970, já havia tratamento para bebês surdos. Já em 1980, o


INES intensificou o trabalho de pesquisas sobre a Língua Brasileira
de Sinais e sobre a educação de surdos, criando o primeiro curso
de especialização para professores na área da surdez. O
Bilinguismo passou então a ser difundido.

Nos anos 80 e 90 teve início um movimento reivindicatório dentro


da comunidade surda, advogando a primazia da língua de sinais na
educação dos surdos, concomitante com o aprendizado da
linguagem oral de forma diglóssica (duas línguas independentes,
ensinadas ou praticadas em momentos distintos).
Atualmente, o INES é um centro de referência com atendimento
diversificado para atender os surdos no Brasil.

Outros nomes importantes para a história dos surdos nacional e


internacionalmente são:

• Alexandre Graham Bell – cientista defendia a oralização dos


surdos;

• Edward Miner Gallaudet – filho de Thomas Gallaudet - educador


de surdos;

• Fernando César Capovilla, Walkiria Duarte Raphael criaram o


alfabeto e os numerais em Libras;

• Hellen Keller – cega e surda aos sete anos, sufragista, pacifista e


apoiante do planejamento familiar e entre outros;

• Jacob Rodrigues Pereira – defendia a oralização dos surdos;

• Jean Itarde – primeiro médico interessado pela surdez;


• Jean Massieu – um dos primeiros educadores de surdos;

• Laurent Clerc – surdo educador acompanhado por Thomas


Gallaudet;

• Roch-Ambroise Cucurren Sicard – instrutor de surdos, apoiou a


criação de vários institutos de surdos na França;

• Ronice M. Quadros e Nelson Pimenta – elaboraram 61


configurações de mãos;

• Samuel Heínicke – ensinou vários surdos a adquirir a língua oral;

• Thomas Braidwood – fundou uma escola de surdos na Europa;

• Thomas Hapkins Gallaudet – educador ouvinte, responsável por


abrir uma escola para surdos em 1817 nos Estados Unidos da
América e criar a Língua Gestual Americana.

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