Centrais A Vapor
Centrais A Vapor
o Ano
Grupo II
Discentes: Docente:
1. Introdução 1
2. Centrais Térmicas 2
4. Conclusão 32
5. Bibliografia 33
1. Introdução
A energia eléctrica representa, actualmente, um bem essencial e indispensável para o bem estar
do homem, visto que esta se apresenta como uma das fontes mais recorrentes de energia. Visto
que nem todos países podem construír centrais eléctricas de fontes de energia renovavel devido a
escacez dessas fontes, as centrais térmicas surgem também como alternativa para esses países
que não possuem outras fontes de energia. As centrais térmicas são instalações industriais
destinadas à produção de energia eléctrica. Elas baseam-se na transformação da energia química
em térmica (por combustão) e a energia mecânica (rotação das turbinas) em energia eléctrica
(nos alternadores). O presente trabalho falará das centrais térmicas, limitando-se nas centrais
térmicas a vapor.
1
2. Centrais Térmicas
A conversão de energia térmica em mecânica é feita com o uso de um fluído que produzirá, em
seu processo de expansão, trabalho em turbinas térmicas. O acionamento mecânico de um
gerador eléctrico acoplado ao eixo da turbina converte energia mecânica em eléctrica.
Centrais cuja geração é baseada na combustão são conhecidas como térmicas. As baseadas na
fissão ou fusão nuclear são chamadas de centrais nucleares.
Fonte: [2]
2
As centrais térmicas (convencionais) são classificadas de acordo com o método de combustão
utilizado.
As centrais a vapor, a gás e nucleares formam os grandes grupos de centrais térmicas. Em muitas
aplicações, as centrais térmicas são utilizadas, no sistema de co-geração, para produção conjunta
de eletricidade e vapor para uso em processos industriais. O rendimento de uma central
termoelétrica convencional foi considerado em 35%.
As centrais térmicas que usam combustíveis fósseis apresentam desvantagens tais como a
produção e emissões gases poluentes (CO2, NOx), o preço do combustível depende directamente
do preço do petróleo em mercado, operam a partir de uma fonte de energia primária finita e
apresentam tempos de arranque complexos e demorosos. Como vantagens, permitem uma
produção constante e controlável, uma vez que a sua exploração não depende de energias
endógenas, a tecnologia é conhecida e o tempo de montagem é reduzido.
A localização deve ser próxima a lagos, rios e mar, pois esta necessita de muita água em seu
funcionamento para ser utilizado no condensador.
3
2.1. Principais tipos de centrais térmicas
Centrais a carvão;
Centrais de fuelóleo;
Centrais a gás natural;
Centrais de ciclo combinado;
Centrais nucleares.
Carvão Mineral é um combustível fóssil natural extraído da terra por processos de mineração. É
um mineral de cor preta ou castanho prontamente combustível. É composto primeiramente por
átomos de carbono e hidrocarbonetos sob a forma de betumes. Dos diversos combustíveis
produzidos e conservados pela natureza sob a forma fossilizada, acredita-se que o carvão mineral
é o mais abundante (NHAMBIU: s/d).
Nas centrais térmicas a vapor, o combustível sólido (carvão) é levado para as centrais em vagões
ferroviários e acumulado em pilhas num armazém a céu aberto. Por meio de esteiras
transportadoras, ele é levado ao sector de preparação do combustível, o que inclui uma trituração
preliminar e uma etapa de pulverização nos moinhos. O carvão pulverizado é classificado
atendendo à sua granulometria em classificador/separador de carvão pulverizado e ciclone, sendo
4
que as fracções mais grossas retornam aos moinhos. O carvão, com a granulometria requerida, é
armazenado nos silos, de onde é enviado para sua queima na fornalha da caldeira, sendo
injectado na mesma por meio de queimadores. Nas superfícies de aquecimento, gera-se o vapor
superaquecido que é fornecido à turbina. O vapor condensa nas superfícies dos tubos do
condensador, sendo que o calor latente removido utilizando água de resfriamento de uma fonte
fria que é levada ao condensador pelas bombas de circulação. O condensado, logo após as
bombas de condensado, passa pelo aquecedor de baixa pressão, desaereador, a bomba de
alimentação e os aquecedores de alta pressão, retornando novamente para a caldeira, a fim de
fechar o ciclo. A electricidade produzida no gerador é convertida para a tensão requerida
fornecida aos consumidores através das linhas de transmissão. Na sala de controle, os
funcionários de operação controlam os parâmetros requeridos e comandam as intervenções
operativas”[8].
Fonte: [2]
5
3.1. Fundamentos teóricos envolvidos nas centrais térmicas a vapor
Neste tópico serão apresentados alguns princípios teóricos envolvidos nas centrais térmicas, como as leis
fundamentais da termodinâmica, apresentação dos principais componentes de uma central térmica a
vapor, além do uso dos ciclos de Rankine em processos de produção de energia eléctrica.
̇ ̇ ∑ ̇ ∑ ̇ (1)
Onde:
̇ ̇ ∑ ̇ ∑ ̇ (2)
A equação (2) é utilizada para calcular para calcular algumas grandezas, tais como: energia
térmica recebida pelo gerador de vapor ou fornecida pelo condensador, o valor do trabalho que a
turbina realiza, a variação de massa que flui pelo sistema e entalpia no início e no fim de cada
elemento do sistema.
∮ ∮ (3)
6
A relação abaixo mostra o trabalho que é gerado, por meio da diferença entre o calor fornecido
por uma fonte quente e o calor recebido por uma fonte fria:
(4)
Onde:
Em todos os ciclos térmicos, a referência é o ciclo de Carnot, que trabalha entre duas
transformações isentrópicas e isotérmicas.
Apesar das condições exigidas no ciclo de Carnot não possuir aplicação prática em máquinas
térmicas reais, esse ciclo determina os limites de rendimento máximo para todos os ciclos. Para
qualquer ciclo termodinâmico, o rendimento térmico é dado pela seguinte relação:
(5)
As centrais térmicas a vapor podem ser classificadas tendo em conta dois promenore:
b) Centrais de co-geração a vapor: o vapor é utilizado para outras aplicações, dentre as quais
pode-se citar processos industriais (aquecimento ou limpeza de peças, catalisação de reações
7
químicas, tingimento de tecidos, etc), preparo de alimentos, acionamento de centrais de ar
condicionado, entre outros.
a) Centrais ciclo simples a vapor: a operação da central procede-se com o uso de um só fluido
de trabalho, geralmente a água.
Caldeiras: são equipamentos destinados a produzir e acumular vapor sob pressão superior à
atmosférica, utilizando qualquer fonte de energia, exceptuando-se os refervedores e
equipamentos similares utilizados em unidades de processo. Assim, as caldeiras utilizam a
energia química liberada pelo processo de combustão de algum tipo de combustível e provoca a
transformação da água do estado liquido para o estado de vapor, a uma pressão elevada.
Turbinas a Vapor: é uma máquina térmica rotativa onde a energia térmica proveniente do
vapor, medida pela entalpia, é convertida em energia cinética em virtude de sua expansão. A
energia é então convertida em energia mecânica de rotação por meio da força que o vapor exerce
nas pás rotativas. É classificada como uma máquina de combustão externa uma vez que os gases
provenientes da combustão do combustível não entram em contato direto com o fluído de
trabalho que flui interiormente na máquina e efetua os processos que convertem a energia do
combustível em potência de eixo.
8
resfriamento. O vapor proveniente da exaustão da turbina entra no condensador por meio da
seção de exaustão da turbina. O processo de condensação ocorre quando o vapor entra em
contato com as superfícies dos tubos nos quais existe a circulação de água em seu interior. Esses
tubos devem possuir resistência à corrosão, sendo assim devem ser construídos de ligas de cobre,
latão e aço inox. Os tubos do condensador possuem feixes dispostos de forma ondulada, com o
objectivo de aumentar a superfície de troca de calor além de diminuir a velocidade com a qual o
vapor passa pelos tubos.
Desaeradores: o processo de desaeração consiste na remoção dos gases que estão presentes na
água (O2 e CO2). A existência de gases dissolvidos provoca corrosão das superfícies de alguns
equipamentos (tambor, tubos do economizador). O desaerador, também possui outras funções,
como:
9
A presença do desaerador, imediatamente após os aquecedores de baixa pressão, visa assegurar a
temperatura ideal do vapor que é extraído da turbina.
Acessórios:
No decorrer dessa seção serão apresentadas algumas configurações básicas do ciclo de Rankine
assim como seus diagramas de temperatura x entropia (T x s).
10
É um ciclo reversível que converte calor em trabalho. O calor externo é fornecido a um laço
fachado (água). O ciclo de Rankine ideal não envolve nenhuma irreversibilidade interna e
consiste nos quatro seguintes processos:
A água entra na caldeira como um líquido comprimido no estado 2 e sai como vapor
superaquecido no estado 3. A caldeira é basicamente um grande trocador de calor, no qual o
calor originário nos gases de combustão é transferido para a água essencialmente a pressão
constante. A caldeira, incluindo a região onde o vapor é superaquecido, também é chamada de
gerador de vapor.
O vapor de água superaquecido no estado 3 entra na turbina, na qual ele se expande de forma
isoentrópica e produz trabalho, girando o eixo conectado a um gerador eléctrico. A pressão e a
temperatura do vapor caem durante esse processo até os valores do estado 4, no qual o vapor
entra no condensador. Nesse estado, o vapor em geral é uma mistura de líquido e vapor saturado
com título elevado. O vapor é condensado a pressão constante no condensador, que é
basicamente um grande trocador de calor, rejeitando calor para um meio de resfriamento como
um lago, rio ou atmosfera.
A água deixa o condensador como liquido saturado e entra na bomba completando o ciclo. Em
locais onde a água é escassa, o resfriamento nas centrais é realizado pelo ar e não pela água. Esse
método de resfriamento a ar, que também é usado em motores de automóveis, é chamado de
resfriamento a ar. Varias centrais do mundo, incluindo algumas nos Estados Unidos, usam o
resfriamento a ar para economizar a água.
11
A área sob uma curva de processo do diagrama T-s representa a transferência de calor dos
processos internamente reversíveis, a área sob a curva do processo 2 – 3 representa o calor
transferido para a água na caldeira e que a área sob a acurva do processo 4 – 1 representa o calor
rejeitado no condensador. A diferença entre essas duas (a área compreendida pela curva do ciclo)
é trabalho líquido produzido durante o ciclo.
Fonte: [1]
( ) ( ) (kJ/kg) (6)
A caldeira e o condensador não envolvem nenhum trabalho, e considera-se que a bomba e turina
sejam isoentrópicas. Dessa forma, a equação de conservação da energia aplicada a cada
dispositivo pode ser expressa como:
12
Bomba ( ): (7)
ou,
( ) (8)
onde,
e (9)
Caldeira ( ): (10)
Turbina ( ): (11)
Condenador ( ): (12)
(13)
onde,
(14)
A eficiência térmica também pode ser interpretada como a razão entre a área envolvida pelo
ciclo em um diagrama T-s e a área sob o processo de fornecimento de calor.
13
3.4.1.2. Diferênça entre os ciclos reais de potência a vapor e os idealizados
O ciclo real de potência a vapor difere do ciclo de Rankine ideal em virtude das
irreversibilidades em vários componentes. O atrito do fluido e a perda de calor para a vizinhança
são duas fontes comuns de irreversibilidades.
O atrito no fluido causa queda de pressão na caldeira, no condensador e nas tubulações entre os
diversos componentes. Como resultado, o vapor sai da caldeira a uma pressão um pouco mais
baixa. Da mesma forma, a pressão na entrada da turbina é mais baixa do que à da saída da
caldeira, devido à queda de pressão na tubulação de conexão. A queda de pressão no
condensador em geral é muito pequena, para compensar essas quedas de pressão, a água deve ser
bombeada ate uma pressão suficientemente mais alta do que aquela que o ciclo ideal pede. Isso
exige uma bomba maior e que consome mais trabalho[1].
(a) (b)
Figura 4: (a) Desvios do ciclo real de potência a vapor do ciclo de Rankine ideal. (b) O efeito da irreversibilidade Rankine
ideal.
Fonte: [1]
A outra fonte importante de irreversibilidade é a perda de calor para a vizinhança à medida que
esse escoa através dos diversos componentes. Para manter o esmo nível de potência líquida
produzida, é preciso transferir mais calor para o vapor da caldeira para compensar essas perdas
indesejáveis de calor. Consequentemente, a eficiência do ciclo diminui.
14
As irreversibilidades que ocorrem dentro da bomba e da turbina são particularmente importantes.
Uma bomba exige maior consumo de trabalho e uma turbina produz menos trabalho em virtude
das irreversibilidades. Sob condições ideias, o escoamento através desses dispositivos é
isoentrópico. O desvio entre as bombas e turbinas reais e as isoentrópicas pode ser calculado
utilizando-se as eficiências isoentrópicas definidas como:
(15)
(16)
Figura 5: Representação esquemática da central de potência a vapor operando no ciclo de Rankine ideal com reaquecimento
e o respectivo diagrama T-s.
Fonte: [1]
O ciclo de Rankine ideal com reaquecimento difere do ciclo de Rankine simples ideal, pois o
processo de expansão ocorre em dois estágios. No primeiro estágio (a turbina de alta pressão), o
15
vapor é expandido de forma isoentrópica até uma pressão intermediária e enviando novamente
para a caldeira na qual é reaquecido a pressão constante, geralmente ate a temperatura de entrada
do primeiro estagio da turbina. Em seguida o vapor se expande iosentropicamente no segundo
estágio (a turbina de baixa pressão) até a pressão do condensador. Dessa maneira, o fornecimento
total de calor e a produção total de trabalho nas turbinas para um ciclo com reaquecimento
tornam-se:
( ) ( ) (17)
( ) ( ) (18)
Uma observação cuidadosa do diagrama T-s do ciclo de Rankine, Figura 7. revela que o calor é
transferido para o fluido de trabalho durante o processo 2 – 2’ a uma temperatura relativamente
baixa. Isso diminui a temperatura média do processo de fornecimento de calor e, portanto, a
eficiência do ciclo.
Figura 6: A primeira parte do processo de fornecimento de calor na caldeira ocorre a temperaturas relativamente baixas.
Fonte: [1]
16
Para minimizar-se esse problema, procuram-se modos de aumentar a temperatura do líquido que
sai da bomba (chamado água de alimentação) antes que ela entre na caldeira. Uma possibilidade
seria transferir calor do vapor que está se expandido na turbina para a água de alimentação que
escoaria em contracorrente em um trocador de calor construído dentro da turbina, ou seja,
efectuar uma regeneração.
Um processo prático de regeneração nas centrais de potência a vapor de água é realizados pela
extração do vapor na turbina em diversos pontos. Esse vapor, que poderia ter produzido mais
trabalho se completasse a expansão dentro da turbina, em vez disso é usado para aquecer a água
de alimentação. O dispositivo no qual a água de alimentação é aquecida por regeneração chama-
se regenerador ou aquecedor de água de alimentação (AAA).
A regeneração não apenas melhora a eficiência do ciclo, mas também oferece um meio
conveniente de desarear a água de alimentação (remover o ar que se infiltra no condensador)
para evitar corrosão da caldeira. Ela também ajuda a reduzir a grande vazão volumétrica de
vapor nos últimos estágios da turbina (devido aos altos volumes específicos a baixas pressões).
Assim, desde a sua introdução no início dos anos 1920 tem sido usada em todas as centrais a
vapor modernas.
Um aquecedor de água e alimentação aberto (ou de contacto directo) é basicamente uma câmara
de mistura, onde o vapor extraído da turbina se mistura à água de alimentação que sai da bomba.
Idealmente a mistura sai do aquecedor como liquido saturado a pressão do aquecedor.
17
Figura 7: Ciclo de Rankine regenerativo ideal com um aquecedor de água de alimentação aberto e o respectivo diagrama T-s.
Fonte: [1]
Em um ciclo de Rankine regenerativo ideal, vapor entra na turbina à pressão da caldeira (estado
5) e se expande de forma isoentrópica até uma pressão intermediaria (estado 6). Parte do vapor é
extraída nesse estado e direccionada para o aquecedor de água de alimentação, enquanto o
restante vapor continua se expandindo de forma isoentrópica até a pressão do condensador
(estado 7). A água deixa o condensador como líquido saturado à pressão do condensador (estado
1). Essa água condensada também chamada de água de alimentação, entra em uma bomba
isoentrópica, na qual é comprimida até a pressão do aquecedor de água de alimentação (estado 2)
e é direccionada para o aquecedor de água de alimentação, onde se mistura ao vapor extraído da
turbina. A fracção de vapor extraído é tal que a mistura sai do aquecedor como líquido saturado
à pressão do aquecedor (estado 3). Uma segunda bomba eleva a pressão da água até a pressão da
caldeira (estado 4). O ciclo se completa pelo aquecimento da água na caldeira até o estado da
turbina (estado 5).
Na análise das centrais de potência a vapor é mais conveniente trabalhar com quantidades
expressas por unidade de massa do vapor que escoa através da caldeira. Para cada 1kg de vapor
que sai da caldeira, y kg se expandem parcialmente na turbina e são extraídos no estado 6. Os (1
- y) kg restantes se expandem completamente até a pressão do condensador. Assim, os fluxos de
massa são diferentes nos diferentes componentes. Se o fluxo de massa através da caldeira for ̇
por exemplo, ele será ( ) ̇ através do condensador.
18
De acordo com figura 7, as interações de calor e trabalho de um ciclo de Rankine regenerativo
com um aquecedor de água de alimentação devem ser expressas por unidade de massa do vapor
que escoa através da caldeira da seguinte maneira:
(19)
( ) ( ) (20)
( ) ( ) ( ) (21)
onde
̇
̇
(fracção de vapor extraído)
( ) (22)
( ) (23)
A eficiência térmica do ciclo de Rankine aumenta como resultado de regeneração. Isso acontece
porque a regeneração eleva a temperatura media na qual calor é transferido para o vapor da
caldeira, elevando a temperatura da água antes que ela entre na caldeira. A eficiência do ciclo
aumenta ainda mais à medida que o número de aquecedores de água de alimentação aumenta.
Outro tipo de aquecedor de água de alimentação muito usado em centrais a vapor é o aquecedor
de água de alimentação fechado, no qual o calor é transferido do vapor extraído da turbina para a
alimentação sem que ocorra qualquer processo de mistura. As duas correntes podem estar a
pressões diferentes, uma vez que não se misturam.
19
O vapor condensado é então bombeado para a linha de água de alimentação ou direccionado para
outro aquecedor ou ainda para o condensador por meio de um dispositivo chamado purgador.
Um purgador permite que o líquido seja estrangulado para uma pressão mais baixa, mas impede
o escoamento do vapor. A entalpia permanece constante durante esse processo de
estrangulamento.
Figura 8: Ciclo de Rankine regenerativo ideal com um aquecedor de água de alimentação fechado e o respectivo diagrama T-s.
Fonte: [1]
Os aquecedores de água de alimentação fechados são mais complexas por causa da tubulação
interna e, portanto, são mais caros. A transferência de calor em aquecedores de água de
alimentação fechados também é menos efectiva, uma vez que duas correntes não entram em
contacto directo. Entretanto, os aquecedores de água de alimentação fechados não exigem uma
bomba separada para cada aquecedor, uma vez que o vapor extraído e a água de alimentação
podem estar a pressões diferentes. A maioria das centrais a vapor utiliza uma combinação entre
aquecedores de água de alimentação abertos e fechados[12].
20
Figura 9: Central de potência a vapor com um aquecedor de água de alimentação aberto e três fechados.
Fonte[1]
As centrais de ciclo combinado são baseadas na utilização dois ciclos termodinâmicos, ciclo de
Rankine e ciclo de Brayton, pois são constituídas por uma turbina a gás e uma turbina a vapor.
A energia eléctrica produzida resulta da soma da conversão da energia mecânica produzida por
ambas turbinas. Em centrais de ciclo combinado, os gases à saída da turbina a gás, resultantes da
queima do combustível com ar, são enviados para uma caldeira recuperativa onde a energia
calorífica contida nos mesmos é recuperada. A energia contida nos gases de exaustão da turbina
de potência é, deste modo, usada para gerar vapor que será expandido numa turbina a vapor. A
utilização de ambos ciclos permite obter rendimentos superiores aos verificados em centrais
térmicas que usam apenas o ciclo termodinâmico de Rankine ou de Brayton.
21
Figura 10: Central de ciclo combinado gás-vapor.
Fonte[1]
( ( ) ( )) (24)
Uma central térmica com ciclo a vapor é composta por três elementos principais: caldeira
a vapor, tubulações para o transporte de vapor e o grupo turbogerador. Na figura 4 é possível
visualizar os principais fluxos de energia e as perdas de calor de um ciclo de vapor, sendo as
linhas descontínuas o volume de controle do grupo turbogerador. A partir dela é possível obter o
balanço de energia, o qual representa os fluxos de energia de uma central termelétrica, como
equacionado em (25).
22
(25)
Sendo:
Já o rendimento bruto das centrais térmicas (sem considerar o consumo próprio de electricidade)
pode ser calculado pela razão da potência eclétrica produzida pelo gerador e o consumo total de
calor:
(26)
Ou então:
(27)
Onde:
23
Com relação ao rendimento total das centrais térmicas, este pode ser obtido pelo produto
dos rendimentos dos diferentes componentes de uma central térmica, podendo ser obtido por:
( ) (28)
Detalhando mais tal equação e igualando-a ao rendimento bruto obtido acima, tem-se a seguinte
equação:
( ) (29)
Onde:
Na prática, alguns valores típicos do rendimento dos componentes de uma central térmica a
vapor são:
= 87 a 95%
= 98 a 99%
= 42 a 45%
24
condensador é o responsável pela maior perda do ciclo, rejeitando muito calor ao meio ambiente.
Nela também é possível observar que as perdas geradas pela caldeira e pelo condensador são
extremamente pequenas se comparadas as perdas provindas do condensador.
Figura 11: Diagrama de Sankey do balanço energético de uma central térmica com ciclo a vapor.
Fonte: [8]
Como vários tipos de geração de energia eléctrica, a energia térmica também causa impactos
ambientais, pois contribuem para o aquecimento global. A produção de energia eléctrica a partir
da queima de carvão envolve emissão de gases de efeito estufa, contribuí para o esgotamento de
recursos hídricos e poluição de rios.
A contaminação do ambiente através destas centrais consiste na emissão de gases, como SO2
(dióxido de enxofre), óxidos de nitrogênio, partículas de metal pesado bem como CO2 (dióxido
de carbono). Os óxidos de nitrogênio e de enxofre provocam chuva ácida, que afecta
directamente as florestas e as áreas de plantação.
25
A tabela a seguir ilustra alguns dos efeitos produzidos pelos gases e partículas emitidos por estas
centrais sobre a saúde e meio ambiente.
Produtos Efeitos
Chuva ácida
Dióxido de enxofre (SO2) Edemas pulmonares
Morte com alta exposição
Óxido de nitrogênio (NOx) Problemas respiratórios e pulmonares
Partículas Problemas respiratórios, pulmonares e ósseos
Alteração climática
Dióxido de carbono (CO2)
Diminuição do pH da água
O funcionamento da central a vapor em Moatize está prevista para o presente ano, 2018, e terá a
capacidade de produção inicial de 300MW. Está central tem o factor impacto ambiental como o
calcanhar de aquiles para que ela entre em funcionamento[3].
Maputo tem uma central termoeléctrica de ciclo combinado a gás em construção cuja conclusão
está prevista para Agosto de 2018. Está infra-estrutura, localizada no bairro Luís Cabral, Cidade
de Maputo, é a primeira de alta eficiência no país e na região Austral de África, e vai gerar
106MW a partir do gás natural produzido em Pande e Temane na província de Inhambane[4].
26
3.7.2. Centrais térmicas a vapor no Mundo
A energia eléctrica gerada a partir do carvão no mundo atingiu seu nível mais alto na história. De
acordo com os últimos dados globais da Agência Internacional de Energia (AIE) a produção de
energia eléctrica a partir do carvão chegou a 9613TWh em 2013, o que representou 41.1% da
energia eléctrica global produzida. O crescimento da produção de energia a partir do carvão foi
liderado por países não membos da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Económico (OCDE)[7].
O processo de transição generalizada para um modelo de energia mais sustentável, que levou ao
recente acordo de Paris de Dezembro de 2015 é uma estrada sem retorno na qual o carvão será o
combustível mais afectado pelas políticas de redução de emissões de gases de efeito estufa.
O consumo global de carvão, a energia fóssil com mais emissões de CO2 desacelerará fortimente
nos próximos anos e até 2020 a participação do carvão na produção de energia eléctrica
diminuirá de 41% para 37%. Uma das principais razões para o declínio do carvão é o
fortalecimento das políticas ambientais, como evidênciado pelo acordo de Paris sobre o clima[7].
China é um dos país com maior dependência de carvão e possuí 6 centrais a vapor que constam
na lista das 11 maiores centrais a vapor do mundo sendo que a maior é a de Taiwan.
27
2. Central térmica de Belchatow, Polônia
A central térmica de Belchatow é a segunda maior central do mundo e a maior e mais poluente
central da Europa, com uma capacidade de produção de 5354MW. Produz cerca de 27-28TWh
de eletricidade por ano, que equivale a 20% da geração total de energia na Polónia.
A central térmica de Waigaoqiao está situada na nova área de Pudong em Shanghai, é uma das
quatro centrais de categoria 5000MW da China. Também a energia produzida nesta central
destina-se a abastecer a rede elétrica da China Oriental. A central dota de 4 unidades de geração
sub-crítica de 300MW, duas super-críticas de 900MWe duas ultra-super-críticas de 1000MW.
28
Esta central está localizada a 50km da cidade de Taishan, na província de Guagdong, e é uma
central com planta térmica de 5000MW. As instalações são compostas por cinco unidades sub-
críticas de 600MW construídas entre 2003 e 2006, e duas unidades de geração super-críticas de
1.000MW postas a funcionar em 2011.
A central térmica de Jiaxing está situada a 41km da cidade de Jiaxing, na província de Zhejiang,
tem uma capacidade de 5000MW e está ativa desde 1995.
A central é composta por duas unidades sub-críticas de 300MW ativas desde 1995, quatro
unidades super-críticas de 600MW operacionais desde 2004-2005 e duas unidades geradoras
ultra-super-críticas de 1000MW em funcionamento desde 2011.
A central térmica de Paiton está situada a 35km a leste da cidade de Probolinggo em Java
Oriental, Indonésia. Esta central possuí uma capacidade de produção máxima de 4710MW sendo
ela composta por nove unidades de produção - duas de 400MW cada, duas de 610MW cada,
duas de 615MW cada, uma de 660MW e duas unidades foram actualmente subistituídas por uma
super-crítica de 800MW.
Esta central térmica situa-se em Mundra, no distrito de Kutch, no estado de Gujarat. O carvão
queimado nesta central é importado principalmente para Bunyu, na Indonésia. A capacidade da
central térmica de Mundra é cerca de 4620MW. A central conta com nove unidades de produção
de energia eléctrica em que 5 são de tecnologia super-crítica com uma potência de 660MW cada
e 4 unidades com capacidade de 330MW cada.
29
11. Central de Zouxian, China
Esta central térmica localiza-se na província de Shadong possuí uma capacidade de 4540MW e é
gerida pela empresa estatal China Huadian Corporation. As instalações foram construídas em
quatro fases, sendo que as duas últimas unidades geradora foram construídas entre 2006 e 2007.
A central é composta por 4 unidades de produção com capacidade de 335MW, duas unidades de
600MW e duas unidades ultra-super-críticas de 1000MW cada.
30
Gases sulfurosos (dando origem a acidez e a precipitação de sulfatos e a
precipitação de sulfatos e sulfetos) e materiais residuais sólidos.
31
4. Conclusão
a energia eléctrica tornou-se a principal fonte de energia usada actualmente. A partir desta é
possível obter luz, calor, força motriz entre outros. Deste modo a energia eléctrica apresenta-se
como um bem essencial ao bem estar das pessoas e desenvolvimento socioeconómico do mundo
moderno visto que grande parte dos avanços tecnológicos deve-se à electricidade. Visto que os
centros de produção de energia que utilizam energia renovável não garantem uma produção
constante de energia eléctrica, as centrais térmicas tem um papel fundamental no equilíbrio de
um sistema de energia eléctrica pois podem facilmente garantir uma potência constante
dependendo apenas da disponibilidade do combustível.
As centrais térmicas cujo o combustível é carvão, são as que mais emitem gases de efeito estufa.
Devido a emissão de gases, como SO2 (dióxido de enxofre), óxidos de nitrogênio, partículas de
metal pesado bem como CO2 (dióxido de carbono) e a utilização de grandes quantidades de água
para refrigeração que é devolvida para os rios, as centrais térmicas a vapor tem um grande
impacto negativo sobre a saúde e meio ambiente.
32
5. Bibliografia
[1] ÇENGEL, Yunus A.; BOLES, Michael A. Termodinâmica. 5 ed. São Paulo, SP: McGraw-
Hill, 2006. 740P.
[3] MEDIATECA. Nova térmica a carvão gera preucupações sobre emissão de poluentes em
Moçambique. Disponível em <<m.dw.com/pt-002/nova-térmica-a-carvão-gera-preucupações-
sobre-emissão-de-poluentes-em-moçambique/av-17238030>>, postado em 18/11/2013, acesso
em 15/04/2018
[4] MUCHANGA, Elísio. Maputo terá em 2018 uma Central Termoeléctrica de Ciclo
Combinado a Gás. Disponível em << www.magazineindependente.com/www2/maputo-vai-ter-
dois-anos-central-termoelectrica-ciclo-combinado-gas-natural/ >>, postado em 18/11/2016,
acesso em 15/04/2018
[6] Relatorio do estudo de impacto ambiental (reia) – commissie voor de m.e.r. Disponível em
<<api.commissiemer.nl > mer > diversen>>, acesso em 24/04/2018
[7] ROCA, José A. Las 10 mayores centrales térmicas decarbón del mundo. Disponível em
<<https://elperiodicodelaenergia.com/las-10-mayores-centrales-termicas-de-carbon-del-
mundo/>>, postado em 01/02/2016, acesso em 15/04/2018
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[9] central termoelétrica in Artigos de apoio Infopédia. Disponível em
<<https://www.infopedia.pt/apoio/artigos/$central-termoeletrica>>, acesso em 16/04/2018
[10] <<macua.blogs.com/moambique_para_todos/2016/11/electricidade-nasce-central-térmica-
combinada-de-gás.html>>, acesso em 20/04/2018
[11] <<macua.blogs.com/moambique_para_todos/2011/10/nasce-em-tete-central-para-produzir-
energia-à-base-do-carvão-mineral.html>>, acesso em 18/04/2018
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