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Desafios e Estratégias de Ensino para Alunos Com Deficiência Intelectual

O documento discute desafios e estratégias de ensino para alunos com deficiência intelectual. Ele lista características comuns destes alunos, como dificuldades cognitivas, de comunicação e motoras. Também aborda possibilidades de inclusão destes alunos na escola regular por meio de planejamento pedagógico individualizado e capacitação de professores. Por fim, sugere estratégias como atividades interativas e uso de jogos para facilitar a aprendizagem.
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Desafios e Estratégias de Ensino para Alunos Com Deficiência Intelectual

O documento discute desafios e estratégias de ensino para alunos com deficiência intelectual. Ele lista características comuns destes alunos, como dificuldades cognitivas, de comunicação e motoras. Também aborda possibilidades de inclusão destes alunos na escola regular por meio de planejamento pedagógico individualizado e capacitação de professores. Por fim, sugere estratégias como atividades interativas e uso de jogos para facilitar a aprendizagem.
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UNIVERSIDADE ANHANGUERA UNIDERP

Curso de Pedagogia

POLO: Caratinga

ACADÊMICO:Ana Carolina Baião Nunes


RA: 3382596402

TUTOR A DISTÂNCIA: Silvana Maria Batista

DESAFIO PROFISSIONAL

CARATINGA - MG
Abril de 2019
ACADÊMICO:Ana Carolina Baião Nunes
RA: 3382596402

TUTOR A DISTÂNCIA: Silvana Maria Batista

DESAFIO PROFISSIONAL

Trabalho apresentado ao Curso de Pedagogia


do Centro de Educação a Distancia - CEAD
da Universidade Anhanguera UNIDERP,
como requisito parcial para obtenção de nota
nas disciplinas de: Didática, Didática da
História e Geografia, Didática do Ensino da
Matemática, Didática do Ensino de Ciências,
Direitos Humanos, Educação Inclusiva,
Educação em Ambientes Não Escolares,
Psicologia da Educação e Teorias da
Aprendizagem e Projeto de Extensão a
Comunidade.

CARATINGA
Abril de 2019
SUMÁRIO

DESAFIOS E ESTRATÉGIAS DE ENSINO PARA ALUNOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL ............. 4


INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 4
CARACTERÍSTICAS MAIS NOTÓRIAS EM ALUNOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL .................... 5
POSSIBILIDADES DE INCLUSÃO...................................................................................................... 7
ALGUMAS ESTRATÉGIAS DE ENSINO ............................................................................................. 8
CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................................. 11
Projeto Contextualização Interdisciplinar das disciplinas de Matemática e Ciências. Tema:
Alimentação Saudável. ................................................................................................................ 11
Apresentação e Caracterização do projeto ................................................................................. 12
Justificativa .................................................................................................................................. 13
Análise do Problema ................................................................................................................... 13
Eixo Central ................................................................................................................................. 14
Objetivos ..................................................................................................................................... 14
Conteúdos ................................................................................................................................... 15
Desenvolvimento do Plano de Ação ........................................................................................... 15
Avaliação ..................................................................................................................................... 16
Referências .................................................................................................................................. 17
DESAFIOS E ESTRATÉGIAS DE ENSINO PARA ALUNOS COM
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

O presente trabalho visa elencar algumas estratégias práticas de ensino para


incluir os estudantes com deficiência intelectual e facilitar o trabalho docente em sala de
aula, devido as dificuldades que os educadores encontram para potencializar as
aprendizagens destes alunos. Assim, a metodologia utilizada foi bibliográfica,
considerando os obstáculos mais comuns nas práticas educacionais de professores da
rede pública de ensino. Considerar as especificidades de cada estudante, planejar e
executar atividades interativas que estejam relacionadas com a vida cotidiana de alunos
com deficiência intelectual, buscar sempre o aperfeiçoamento pedagógico por meio de
formações em serviço e utilizar brincadeiras e jogos interativos como ferramenta de
ensino são alguns dos desafios do fazer docente para incluir educandos com deficiência
intelectual na escola regular e no ambiente social.
Sabe-se das dificuldades dos professores em estimular a aprendizagem destes
estudantes devido a diversidade de deficiências e das possibilidades de aprendizagem de
cada educando, portanto torna-se essencial um planejamento que foque nas
especificidades de cada aluno, considerando seus limites e valorizando suas
potencialidades. A intenção é proporcionar uma inclusão social autônoma.

INTRODUÇÃO

A escola, principalmente na sociedade vigente, tem enfrentado múltiplos


desafios na formação dos estudantes. Busca formar um indivíduo que: tome
conhecimento dos saberes historicamente acumulados, atue criticamente nos processos
deliberativos da sociedade, seja solidário e dialógico e, acima de tudo, respeite e
valorize as diferenças no cotidiano. Com as políticas públicas de inclusão, cada vez
mais, educadores vislumbram a necessidade de ter conhecimentos sobre os diferentes
tipos de deficiências, objetivando compreender o que são e como trabalhá-las durante o
processo educacional dos alunos com deficiência. Para que a educação seja democrática
e igualmente qualitativa, atender todos os estudantes em suas especificidades torna-se
primordial.
No entanto, os profissionais da educação encontram muitos obstáculos no
processo de ensino e aprendizagem. Apesar de as escolas, por vezes, contarem com
profissionais de educação especial, ainda carecem de conhecimentos de práticas que
possam auxiliar o educando com deficiência.
Os desafios enfrentados pelos educadores são grandes, mas não maiores que a
necessidade de possibilitar a qualquer um de seus educandos o direito de se tornarem
cidadãos.

CARACTERÍSTICAS MAIS NOTÓRIAS EM ALUNOS COM DEFICIÊNCIA


INTELECTUAL

Os educadores possuem dificuldades e, ao mesmo tempo, estão interessados em


incluir os alunos com deficiência intelectual. Apesar de não receberem cursos de
capacitação capazes de lhes dar subsídios para seu trabalho em sala de aula, necessitam
de apoio para desenvolver seu trabalho e incluir estes cidadãos.
Para tanto, torna-se necessário, primeiramente, conhecer para identificar as
principais características dos alunos com deficiência intelectual. Segundo Hilário (s/d,
p. 23), existem quatro áreas distintas em que os indivíduos com deficiência intelectual
podem se enquadrar (considerando sempre que cada indivíduo possui características,
dificuldades e habilidades próprias):

Area motora: algumas crianças com deficiência intelectual podem apresentar


alterações na motricidade fina, atingindo graus mais severos na coordenação e
manipulação, obtendo dificuldades para andar. Area cognitiva: parcela dos estudantes
com deficiência intelectual podem:

 apresentar dificuldades na aprendizagem de conceitos


abstratos;
 aprender de tudo só que de maneira mais lenta;
 apresentar dificuldades para focar atenção;
 demorar a memorizar;
Área da comunicação: alguns alunos podem apresentar dificuldade de
comunicação. Área sócio educacional: em alguns casos pode ocorrer disparidade entre a
idade mental e a idade cronológica. No entanto, indica-se que esses alunos tenham
contato com pessoas da mesma idade cronológica para contribuir com o seu
desenvolvimento.
Todavia, é importante salientar que as limitações das pessoas com deficiência
intelectual dependem das oportunidades e necessidades individuais. Deve-se
compreender, portanto, que cada indivíduo com deficiência intelectual tem, como
qualquer outro, limitações e competências. Assim, o estímulo por parte de familiares,
amigos e professores podem determinar o grau de desenvolvimento da pessoa com
deficiência intelectual e, deste modo, as formas de enfrentamento das dificuldades.
Na escola é possível criar mecanismos de estímulo cognitivo, social e motor,
criando, assim, para qualquer criança, maiores possibilidades de desenvolvimento
global. Portanto, a inclusão da criança com deficiência intelectual na escola regular
permite amplificar seu universo de aprendizagem e, com isso, criar possibilidades de
inserção social, seja em nível afetivo ou mercadológico. Afinal, “[…] o homem não é
uma essência imutável, ele está aberto ao mundo, completa-se nos signos, no outro, na
troca com a exterioridade (MOSÉ, 2015, p. 36).
Para tal, é preciso que tanto a estrutura física quanto os profissionais em
educação e demais funcionários da escola estejam preparados para enfrentar juntos com
essas crianças seus obstáculos, dando o suporte necessário, considerando suas
diferenças e possibilitando a garantia ao direito de igualdade e equidade.
O perigo está em inserir ao invés de incluir a pessoa com deficiência intelectual
nas escolas públicas regulares. Não basta disponibilizar vagas nas escolas, pois isso
seria apenas uma tentativa de interação, tão pouco, portanto, pode-se convencer de
que, se a escola regular não tem como receber esses alunos é melhor deixá-los em
instituições especializadas, fortificando um discurso de segregação, mas torna-se
essencial que a criança com deficiência intelectual seja conhecida, ou seja, é
imprescindível identificar suas dificuldades e suas potencialidades de aprendizagem
para, assim, elaborar um planejamento pedagógico que auxilie em seu desenvolvimento
escolar. E isso vale para todas as crianças, tendo algum tipo de deficiência ou não. É um
processo que fortalece a democratização do espaço escolar. Para que se possa
diagnosticar as dificuldades e potencialidades das pessoas com deficiência intelectual,
torna-se primordial contar com uma equipe qualificada, preparada e integrada para
trabalhar com este público. Essa equipe, além de auxiliar essas crianças e possibilitar
sua inclusão social, ajudará a escola no processo de orientação da família, de modo que
coopere com as ações das instituições de ensino e possibilite o melhor desenvolvimento
desses alunos. A participação familiar é fundamental para que qualquer criança atinja o
seu melhor no processo de aprendizagem escolar.

POSSIBILIDADES DE INCLUSÃO

Atualmente a educação inclusiva conta com um respaldo legal que garante a


educação gratuita a todos os alunos com algum tipo de deficiência. A Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional (LDB), lei n. 9.394/96, por exemplo, é um forte
documento que prioriza o atendimento educacional especializado gratuito na rede
regular de ensino e garante serviços de apoio especializado para cada aluno com
deficiência (BRASIL, 1996).
Portanto, as escolas públicas possuem alunos com deficiência intelectual
frequentando regularmente salas de inclusão. Como já exposto, esta inclusão é essencial
para o melhor desenvolvimento psíquico- social desses indivíduos. A atenção à
diversidade está focalizada no direito de acesso à escola e visa à melhoria da qualidade
de ensino e aprendizagem para todos, irrestritamente, bem como as perspectivas de
desenvolvimento e socialização. A escola, nessa perspectiva, busca consolidar o
respeito às diferenças, conquanto não elogie a desigualdade. As diferenças vistas não
como obstáculos para o cumprimento da ação educativa, mas, podendo e devendo ser
fatores de enriquecimento (BRASIL, 1998, p. 23).
Sabe-se da importância dos familiares, docentes e demais funcionários da escola
estarem integrados ao processo de aprendizagem das crianças para juntos, criarem
estratégias que fortaleçam suas potencialidades. No entanto, para atingir o objetivo
deste artigo, será necessário focar na importância do preparo pedagógico dos
professores. O art. 59, inciso III, da LDB afirma que os sistemas de ensino devem
assegurar aos educandos com deficiência „professores com especialização adequada em
nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do
ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns”
(BRASIL, 1996).
Logo, é fundamental que todos os profissionais que terão contato com crianças
com necessidades especiais (pedagogos, psicólogos, assistentes sociais etc.) tenham
uma formação sólida, capaz de auxiliá-las da melhor maneira possível e, caso tenham
algum déficit em sua formação inicial, é de sua responsabilidade, e também dos
sistemas de ensino, buscar aperfeiçoamento por meio de formações continuadas.
Nunca se deve esquecer de que ser educador é ter um comprometimento constante com
seus educandos, é fornecer uma educação emancipadora, igualitária que possibilite aos
alunos atingir seu maior grau de autonomia. O diálogo é ferramenta essencial para o
melhor desenvolvimento das crianças com deficiência intelectual. Compreender
situações de sucesso na aprendizagem destas pessoas em outras instituições de ensino e
buscar auxílio são uns dos caminhos a percorrer para realmente possibilitar a inclusão
no sistema regular de ensino. Apesar da educação inclusiva estar bem respaldada em
termos legais no Brasil, ainda enfrenta muitas dificuldades em incluir crianças com
deficiência intelectual na rede pública regular de ensino. São necessários, ainda, muitos
investimentos governamentais para que a escola atenda estruturalmente e
pedagogicamente as necessidades dos alunos com deficiência intelectual. Cabe as
escolas e aos docentes enfrentar essa luta e buscar meios de sanar as principais
dificuldades.

ALGUMAS ESTRATÉGIAS DE ENSINO

Devido a diversidade presente nas escolas, o professor tem que realizar vários
planejamentos de aula com estratégias potencializadoras da aprendizagem. Afinal, nem
todos os estudantes seguem os mesmos caminhos para a construção do conhecimento.
Com as crianças com deficiência intelectual não é diferente. Afinal, como já visto, cada
uma apresenta limitações e potencialidades específicas (devido as experiências pessoais
vividas), tendo, assim, cada uma, um ritmo de aprendizagem diferenciado. Logo, não há
estratégia pedagógica que sirva para todos os alunos e é inadmissível que as limitações
das crianças com deficiência intelectual sejam justificativas para o conhecimento não
adquirido. As limitações devem sim ser consideradas, mas nunca determinantes. Deve-
se conhecer as dificuldades para elaborar atividades que fortaleçam as potencialidades
dos deficientes intelectuais, sempre considerando o que o aluno já sabe, o seu
conhecimento de mundo, sua forma de interagir com os outros, seu modo particular de
aprender. Isto é, o educador deve identificar as possibilidades de aprendizagem dos
alunos com deficiência intelectual e contar com recursos que permitam a organização e
concretização de suas estratégias pedagógicas. Para que o docente tenha um bom
planejamento de suas ações é necessário, primeiramente, considerar o aluno e seus
saberes. Planejar significa projetar, programar, elaborar roteiros para atingir
determinados objetivos, de forma a evitar improvisação. Como a Escola é o espaço de
concretização do Plano Escolar é necessário organizar as ações visando a qualidade de
formação dos alunos em todos os níveis (OYAFUSO; MAIA, 2004, p. 26, grifo das
autoras).

É essencial que o professor:

 conheça o aluno, sua família, suas características e seus


interesses particulares, seu meio social e seu processo de aprendizagem
(dificuldades e potencialidades);
 trabalhe coletivamente ao possibilitar entre si e os alunos
sistemas de cooperação, podendo compreender melhor as dificuldades de
aprendizagem de cada estudante;
 valorize as diferenças por meio de planejamento de
estratégias de ensino que considerem as diferentes formas e ritmos de
aprendizagem e que possibilitem a construção coletiva do próprio
conhecimento;

A partir dessas considerações, serão elencadas algumas estratégias de ensino


para alunos com deficiência intelectual com o objetivo de auxiliar docentes e
potencializar a aprendizagem desses educandos.
O jogo é uma maneira lúdica de adquirir novos conhecimentos, permite ao
estudante participar coletivamente e ativamente de sua aprendizagem, ajuda a
desenvolver a comunicação, a expressão, a criatividade, a autonomia. O professor é
essencial na mediação das aprendizagens por meio de jogos, pois ele, junto aos alunos
com deficiência visual, elaborará regras, estimulará a troca de informações e chegada
de conclusões pelos participantes, bem como poderá, desde o início, confeccionar o
jogo.
O computador auxiliará o aluno com deficiência intelectual ao propiciar o uso de
editores de texto e imagem, da Internet como meio de pesquisa e interação pelas redes
sociais, o acesso à informação e comunicação, bem como poderá obter softwares
específicos que estimulem a capacidade de criação, descoberta e construção
colaborativa do conhecimento. Logo, o computador torna-se uma ferramenta muito
eficaz no desenvolvimento de atividades que potencializem a aprendizagem dos alunos
com deficiência intelectual.
Um trabalho que tenha uma referência visual marcante (cartazes, murais etc.), com fotos
e letras grandes e coloridas, favorecem a aprendizagem de crianças com deficiência
intelectual, pois possibilita a visualização imediata, lúdica e chamativa do conhecimento
estudado e aprendido, facilitando a compreensão do conteúdo e a memorização.
O professor necessita elaborar atividades e projetos que estejam relacionados
com a vida cotidiana dos estudantes, focando em suas habilidades e potencialidades. As
atividades propostas necessitam ser detalhadas e explanadas repetidamente e de forma
tranquila para maior compreensão e aprendizagem dos alunos com deficiência
intelectual.
Para se obter uma melhor aprendizagem, principalmente dos aspectos sócio
afetivos, é necessário que sejam realizados trabalhos em grupos, propor trabalhos que
proporcionem situações problemas cotidianos que valorizem os aspectos comunicativos
e de cuidados pessoais são essenciais para fortalecer a autonomia da criança com
deficiência intelectual.
O docente deve procurar realizar atividades simples que valorizem os aspectos
sócio afetivos, tais como: abraço, demonstração de carinho; conhecer gostos, medos,
interesses da criança; trabalhar sua autoimagem etc. Além disso, deve buscar fortalecer
a linguagem e a comunicação por meio da identificação e da imitação de sons de
músicas, personagens, instrumentos, brinquedos etc. É necessário trabalhar, também, o
cognitivo pela identificação de objetos preferidos e pessoas próximas por meio de
imagens, por exemplo; a concentração por meio de histórias infantis, fantoches,
brinquedos sonoros etc.; aplicar atividades com objetos de tamanhos, formas, cores
diferentes para desenvolver noções de tamanho e permanência; fortalecer a motricidade
fina (manusear, sustentar e transferir objetos nas mãos, guardar objetos e classificá-los
por meio de recipientes de diversos tamanhos e cores, brincar com objetos de encaixe de
diferentes tamanhos e espessuras etc.) e ampla (sentar com e sem apoio das mãos,
engatinhar, passar por baixo, por cima, por dentro e por fora de obstáculos, se sustentar
em pé e agachar sem auxílio, subir e descer de locais e objetos sem auxílio etc.)
(HILÁRIO, s/d, p. 32-36). Essas estratégias estão longe de ser um livro de receitas, mas
são alternativas de ensino que poderão ser aprimoradas e aperfeiçoadas pelos
educadores, considerando as especificidades e potencialidades de cada aluno.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pode-se concluir que é de suma importância ter um sistema de ensino preparado


para receber alunos com diferentes tipos de deficiência intelectual, adequando o
ambiente para recebê-los e preparando profissionais que saibam atendê-los em suas
especificidades e habilidades, que saibam que estes alunos, assim como qualquer outro,
conseguem aprender e devem interagir com o mundo para poder se desenvolver
academicamente e socialmente, isto é, se tornarem cidadãos ativos e autônomos.
Possibilitar a inclusão social requer reflexão contínua sobre os processos de ensino e
aprendizagem, exige criar estratégias de ensino que sejam realmente potencializadoras
de habilidades e que considerem as especificidades de cada aluno, seja ele deficiente
intelectual ou não. E, para isso, é necessário alterar aspectos do currículo escolar, do
planejamento docente, da estrutura física e de materiais didáticos da escola, da formação
contínua dos docentes, das formas de avaliação, do apoio de toda equipe da escola, dos
familiares e do governo etc. Contudo, o professor se sentirá sempre o grande
responsável pela inclusão dos estudantes com deficiência intelectual e, portanto, cabe a
ele lutar, junto com toda a equipe escolar, por uma educação de qualidade, por uma
educação realmente inclusiva.

PROJETO CONTEXTUALIZAÇÃO INTERDISCIPLINAR DAS


DISCIPLINAS DE MATEMÁTICA E CIÊNCIAS. TEMA: ALIMENTAÇÃO
SAUDÁVEL.

Escola: Escola Estadual Bairro Boa Vista


Professores e Educadores envolvidos: Elisa, Patrícia e Ana
Turma: 5º ano A
Tema: Alimentação Saudável
Prazo de desenvolvimento: 40 dias

APRESENTAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO PROJETO

A escola é um lugar onde os alunos passam grande parte de suas vidas,


aprendem sobre seus direitos e deveres e podem aplicá-los durante suas ações na
sociedade, pode-se dizer que a escola é um ambiente formador de cidadãos conscientes
de suas escolhas: “promover a alimentação saudável na escola, na perspectiva do direito
humano, é melhorar padrões de saúde, garantir segurança alimentar e nutricional e,
sobretudo, construir cidadania” (BRASIL2008a, P. 8).
“A alimentação é uma das mais importantes atividades para manutenção e
recuperação da saúde e qualidade de vida adequadas para qualquer criança, e não
poderia ser diferente para aquelas com deficiência” (VITORINO, 2010, p.407). A
condição de alguns alunos com deficiência pode ser comparada aos bebês, que
necessitam dos cuidados de um adulto devido sua condição motora.
Neste sentido, a alimentação é uma necessidade básica de responsabilidade dos
pais e professores. Rego (2009, p. 58-59) destaca que o bebê humano:
(...) depende dos sujeitos mais experientes de seu grupo, que se
responsabilizam pelo atendimento de suas necessidades básicas
(locomoção, abrigo, alimentação, higiene, etc.) afetivas (carinho, atenção) e
pela formação do comportamento tipicamente humano.
Visando às rotinas voltadas ao ensino e à aprendizagem, relacionado à promoção
e à reflexão no ambiente escolar, dos hábitos alimentares dos alunos, o tema definido
foi intitulado: “ Alimentação Saudável”. Assim os alunos irão compreender os
processos de boas escolhas alimentares. Assim, o professor, segundo D’Ambrósio
(2001a), necessita focar sua ação pedagógica de modo que as experiências escolares
contribuam e forneçam elementos para o aluno ser atuante, contemplando que a
matemática e as ciências naturais são peças importantes na construção da cidadania,
visto que o aluno se servirá desses conhecimentos para entender e transformar sua
realidade.

JUSTIFICATIVA

Cada vez mais se tem certeza que o conhecimento matemático e científico das
ciências naturais é instrumento para que o sujeito se coloque na posição de ativo, capaz
de tomar decisões, com a finalidade de contribuir para o desenvolvimento da sociedade.
Para isso, o conhecimento da Matemática e da Ciência precisa estar ao alcance de todos,
de forma que seu ensino seja democratizado.
Com isso, o conhecimento matemático e científico das ciências naturais,
trabalhados com alunos com deficiência intelectual, fundamentou-se por muito tempo
meramente em atividades rotineiras e repetitivas. Contudo, é preciso romper as
concepções que preconizam as limitações, uma vez que, como afirma Vygotsky (1997),
o desenvolvimento do deficiente intelectual não difere do desenvolvimento das demais
crianças.

ANÁLISE DO PROBLEMA

Propusemos desenvolver estratégias pedagógicas que possibilitassem a melhor


aprendizagem em Matemática, de forma contextualizada e interdisciplinar, enfocando
uma abordagem dinâmica e efetiva, buscando dar sentido a tudo que está sendo
aprendido, em que o aluno é participante ativo. Com isso, desvinculando o ensino da
Matemática centrado em práticas pedagógicas com ênfase na memorização e repetição.
O presente trabalho é uma proposta em parceria com professores, evidencia a
necessidade da retomada e extensão da temática, tendo como princípio a observação dos
alimentos inadequados consumidos de maneira corriqueira e, muitas vezes, excessiva
por uma parcela dos alunos nos horários de intervalo. Uma alimentação rica e
balanceada é hoje uma preocupação mundial, em decorrência ao aumento dos casos de
obesidade. Sendo a escola um importante agente formador de hábitos, consideramos
importante trabalhar o tema alimentação saudável.
EIXO CENTRAL

A diversidade de atividades planejadas surgem na execução de projetos. Tais


situações provocam curiosidade e despertam interesse dos alunos, afinal, eles
demonstram expectativa em saber o que irão pesquisar e realizar na aula seguinte. Nesse
sentido, desencadeia-se, por meio do projeto, um ambiente propício para a
aprendizagem de Matemática e Ciências. Logo, conduz o aluno a estruturar o seu
pensamento, capacitando-o a enfrentar as dificuldades do dia a dia. As atividades
sugeridas contemplam os conteúdos de Matemática e de Ciências, em uma abordagem
contextualizada e interdisciplinar. Durante as atividades, para a execução do projeto, os
estudantes serão incentivados a socializar as suas ideias e percepções do conteúdo em
estudo. Esse momento de socialização no projeto, de acordo com Santomé (1998),
estimula a análise e comparação de opiniões, nas quais os alunos aprendem a escutar o
outro. Trata-se, assim, de expor o pensamento matemático oralmente, contribuindo para
que o deficiente intelectual expresse suas ideias, desenvolvendo sua oralidade.
Considera-se que Educação em Ciências deve promover aprendizagem de
conhecimentos que se tornem utilizáveis, integrados à prática de vida do aluno. Nessa
perspectiva, o aluno deixa de ser apenas um aprendiz de conteúdo.
Por meio de uma ação pedagógica adequada, deixa-se para trás a noção de que
as dificuldades decorrentes da deficiência intelectual são condições fixas e imutáveis
(COLL; MARCHESI; PALACIOS, 2004).

OBJETIVOS

Favorecer a reflexão sobre a importância de bons hábitos alimentares nas aulas


de ciências. Nas aulas de matemática os alunos irão compreender melhor gráficos e
medidas, trabalhando com comparação de tabelas nutricionais de alimentos. Durante a
culminância do projeto os alunos irão desenvolver a socialização com os colegas,
professores e comunidade. A exposição de trabalhos rompe com as fronteiras da sala de
aula.
CONTEÚDOS

No transcorrer das etapas do projeto, a ligação aos outros campos do


conhecimento torna a Matemática “viva”, contribuindo para a compreensão dos
conceitos ensinados. Assim, pelo fato da Matemática estar presente em muitas situações
do dia a dia, porém, muitas vezes não percebida pelas pessoas, cabe ao professor
orientar o aluno a descobrir a importância dela em sua vida. Logo, ensiná-lo a
compreendê-la como algo acessível, ao invés de apresentá-la a um nível de dificuldade
que, muitas vezes, torna-se inacessível para o aluno com deficiência intelectual. Aulas
de ciências: criar condições de o aluno entender a importância da boa alimentação,
definir uma alimentação saudável, como sendo aquela balanceada e diversificada, criar
a possibilidade de os alunos perceberem a necessidade de diversos nutrientes para o
bom desenvolvimento do organismo, incentivar o consumo de frutas, verduras e
legumes, conscientizar sobre o consumo abusivo de refrigerantes, balas e frituras,
compreender a pirâmide alimentar e como ela é composta, evidenciar a boa nutrição e a
prática física como aspectos essenciais para se ter uma boa saúde.

DESENVOLVIMENTO DO PLANO DE AÇÃO

As atividades propostas favorecem as construções dos conceitos matemáticos


alicerçados em situações do cotidiano. Para isso, a Matemática escolar deve permear as
necessidades do aluno enquanto cidadão, tendo significado na sua vida cotidiana. O
aluno com deficiência intelectual elabora suas funções psíquicas superiores baseadas em
situações que se tornam significativas para ele. Diante disso, o educando esforça-se para
pensar em estratégias para resolver um problema quando sua motivação e necessidades
são consideradas. O plano de ação consiste em: 1º etapa: Fazer uma roda de conversa
com os alunos, promovendo um levantamento prévio dos conhecimentos pertinentes s
com relação à alimentação. 2º etapa: levantamento dos itens trazidos para refeição
durante os intervalos pelos alunos. 3º etapa: Conversar com os alunos sobre as frutas e
preparar gravuras com relação a este item da alimentação, identificar as cores das frutas
e representá-las através de desenho. 4º etapa: nas aulas de matemática os alunos irão
trazer embalagens e montar um mural com informações de cada alimento. 5º etapa:
investigar propriedades e vitaminas dos alimentos. 6º etapa: confeccionar tabelas e
gráficos com propriedades dos alimentos escolhidos pelos alunos. 7º etapa:
apresentação do mural, tabelas e gráficos que os alunos confeccionaram. Apreveitando a
oportunidade os alunos irão apresentar suas conclusões aos colegas, professores e
familiares convidados.

AVALIAÇÃO

A aprendizagem, por meio de projetos de trabalho na perspectiva


interdisciplinar e contextualizada, torna as aulas atrativas, as quais despertam o interesse
do aluno para o conhecimento matemático. Além disso, se desejamos que o aluno
deficiente intelectual se coloque no seu lugar de cidadão, é necessário que a escola
oportunize experiências que promovam a participação e a integração social desse aluno,
como princípios norteadores para o ensino e aprendizagem.
As sete etapas do projeto serão divididas em quarenta dias, de acordo com o
aproveitamento dos alunos poderá ser extendido esse prazo. A avaliação ocorrerá com
base no interesse dos alunos. Nas etapas 1, 2 e 3 será observado a participação dos
alunos nas roda de conversa, e desenvolvimento das atividades de desenhos. Na etapa
4,5 e 6 as aulas de matemática os alunos serão avaliados na produção do mural, tabelas
e gráficos. Na sétima e ultima etapa os alunos serão avaliados conforme seu
desempenho de apresentação e socialização.
A partir das informações, cabe a toda comunidade escolar, incluindo família e
demais funcionários da escola buscar desenvolver um trabalho de mudanças nos hábitos
alimentares, visto que as crianças reproduzem as ações observadas nas pessoas a sua
volta. É papel da escola e da família preservar pela saúde e bem estar das crianças, por
isso espera-se que outras intervenções ou mesmo este projeto de intervenção seja
continuado dentro da escola e do ambiente familiar de cada aluno.
REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental.


Parâmetros Curriculares Nacionais: Matemática. Brasília: MEC/SEF, 1998.
ECLARAÇÃO DE BUDAPESTE. Marco Geral de Ação. 1999. Disponível em:
<http://www.unesco.org/ science/wcs/esp/declaracion_s.htm>. Acesso em: 24 abril.
2019.
MAZZOTTA, M. J. S. Educação especial no Brasil: história e políticas públicas.
2. ed. São Paulo: Cortez, 2002.
MENDES, I. A. Matemática e investigação em sala de aula: tecendo redes
cognitivas na aprendizagem. São Paulo: Livraria de Física, 2009.
MINAYO, M. C. S. et al. (Orgs.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade.
2. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 1994. 80 p.
MORIN, E. A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. 14.
ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003.
VYGOTSKY, L. S. Obras escogidas: fundamentos de defectología. Tomo. V.
Madrid: Visor, 1997.

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