Calibração de Medidores de PH e Medidores de Condutividade
Calibração de Medidores de PH e Medidores de Condutividade
Cadeias de rastreabilidade
Hierarquia de calibrações metrológicas
Fonte: P. De Bievre and P. D. P. Taylor, Traceability to the SI of amount-of-substance measurements: from ignoring to realizing, a chemist’s view
Fonte: Vocabulário Internacional de Metrologia – Conceitos fundamentais e gerais e termos associados (VIM), tradução realizada pelo corpo técnico
do Inmetro, 2009
A rastreabilidade é necessária para estabelecer a comparabilidade
Fonte: Janaína M. Rodrigues, 2009, referência original: P. De Bièvre and H. Kipphardt, 2000.
Por que é essencial demonstrar rastreabilidade
metrológica e incerteza de medição?
1. Para encontrar a melhor estimativa do “valor verdadeiro” em uma
matriz, a fim de torná-lo comparável no tempo e no espaço
Além do mais...
2. Rastreabilidade significa focar todo o resultado de medição no
padrão nacional através de uma cadeia contínua de calibrações
Padrões Internacionais
BIPM
Padrões dos Institutos Nacionais de Metrologia
Padrões
Nacionais
Padrões de Referência dos Laboratórios
de Calibração Acreditados
Calibração
Padrões de Referência dos
Laboratórios de
Ensaios Acreditados
Ensaios
Fonte: Janaína M. Rodrigues, 2009, referência original: Paul De Bièvre. Traceability of (values carried by) reference
materials. Accreditation and Quality Assurance. 5, 224-230, 2000.
Material de referência
Fonte: Vocabulário Internacional de Metrologia – Conceitos fundamentais e gerais e termos associados (VIM 2008), Inmetro, 2009
Material de referência certificado (MRC)
Fonte: Vocabulário Internacional de Metrologia – Conceitos fundamentais e gerais e termos associados (VIM 2008), Inmetro, 2009
Requisitos de um MRC
http://www.inmetro.gov.br/metcientifica/mrc.asp
MRC em Eletroquímica
Condutividade eletrolítica pH
Agricultura Pesquisa
Química
Saúde Alimentos
pH é o teor de acidez definido por Søren Sørensen (1909)
como o logaritmo negativo da concentração de íons
hidrogênio. Esta definição foi mais tarde mudada para o
logaritmo negativo da atividade do íon hidrogênio.
pH = − log (c H + )⇒ pH = − log (a H + )
Søren Sørensen
Neutro
Conceito: Método Primário de Medição
Eletrodo de Eletrodo
hidrogênio prata/cloreto
de prata
2 Eletrodos de hidrogênio
Sistema primário de medição de pH
Incerteza: U = 0,003
Medição primária de pH
Todas as células são preenchidas com
solução de HCl 0,01 mol/kg
2RT
Etapa 1
E0 = U * +
F
( ±
⋅ ln bHCl .γHCl )
Cada célula é preenchida com solução
tampão + diferentes adições de KCl
( )
U * − E0 .F
( ) A. I
+ log bKCl − = pH + ξ .bKCl
R .T . ln(
10) 1 + 1,5 I
Etapa 2
pH =
(U *
E0 .F
− ) A
+ logbCl− + DH
I
RT . ln10 1+ B I
Soluções primárias de pH
(Tampões primários)
F
pH x = pH MRC − ⋅Ux
RT . ln(10)
Comparação das incertezas entre os eletrodos
Type "A"
Temperature
U = 0,035 (k=2) de vidro
Instrument
LJP
CRM2
CRM1
Ionic strength I
de hidrogênio
DH coeff. A
Intercept
Atmospheric pressure
Molality KCl U = 0,0030 (k=2)
Temperature
Voltage
Standard Potential
pH =- Log
+ a
H+
Rastreabilidade
Confiabilidade
INMETRO/Dquim Sistema Primário de
Medição de pH
Solução tampão
U = 0,01 Padrão comercial: pH(X)
Incertezas típicas das medições de pH
Medições de pH primárias U (pH(PS)) = 0,003
Medições de pH secundárias
Composição química igual a das primárias U (pH(S)) = 0,004
Calibração de Medidores de pH
Calibração multipontos (5 pontos) U = 0,01 - 0,03
Calibração por 2 pontos U = 0,02 - 0,03
Fonte: IUPAC 2002
Comparação internacional (CCQM)
Institutos de Metrologia vs. Laboratórios
0,10
0,08 pH 7
0,06
CCQM-P37
0,04
2002
0,02
pH-pHref
0,00
-0,02
CENAM
CMI
GUM
NCM
DPL
NIST
INPL
KRISS
SMU
PTB
-0,04
-0,06
-0,08
L25
L21
L27
L28
L2
L22
L33
L26
L10
L19
L3
L5
L30
L18
L9
L12
L29
L1
L7
L8
L15
L20
L23
L24
L13
L31
L6
L14
L11
L16
L17
L4
L34
L32
-0,10
Laboratórium
Competência em Medição e Calibração (CMC)
http://kcdb.bipm.org/AppendixC
Rastreabilidade Metrológica das
Medições de Condutividade Eletrolítica
Condutividade eletrolítica (κ) é a quantidade que caracteriza a
capacidade do eletrólito de conduzir a corrente elétrica
Unidade κ no SI: S/m
1m
1m
l
K = = 1 m −1 K, constante da célula
A
l l
1 dx 1 l dx l
κ = ⋅∫ ≈ ⋅ κ = G⋅∫ ≈ G⋅
R 0 S (x ) R A 0
S (x ) A
G, condutância
Condutividade Eletrolítica: intervalos de medição
0,05 µS/cm Água ultra pura
Indústria farmacêutica
Indústria eletrônica
Indústria de alimentos
Geração de eletricidade
Análises químicas
Meio ambiente
Diálise
Salinidade
Fatores que influenciam a medição de condutividade
• concentração do eletrólito
• solvente (constante dielétrica)
• potencial e frequência (efeito Wien:
aumento da condutância
a elevados gradiente de potencial)
• temperatura
(κ aumenta 1% a 3% por oC)
κ t = κ 25 [1 + α (t − 25)] K.Gt
κ 25 =
1 + α.(t − 25)
Equação operacional
Variação da condutividade com a Temperatura
Normalmente aplica-se a seguinte equação para a correção da
temperatura:
κ T = κ 0 [1 + α (T − To )]
Entretanto, isto implica que se conhece, a priori, α, o coeficiente
de correção da temperatura.
Para uma solução de KCl, a 25ºC, a equação tem a forma:
∆l
Banho termostatizado
Rastreabilidade
Confiabilidade
Solução de Condutividade
Primária
Laboratórios Acreditados
(Célula secundária calibrada com
solução de c ondutividade primária)
U = 0,1%
Soluções de Condutividade
(Material de Referência
Certificado)
Usuários
(Laboratórios em geral)
U > 0,3%
Ensaios de Proficiência
(comparações interlaboratoriais):
Solução de condutividade: 1420 µS cm-1 a 25 ºC (2004)
Solução de condutividade: 50 e 1408 µS cm-1 a 25 ºC (2006)
Solução de condutividade: 500 µS cm-1 a 25 ºC (2007)
Etanol combustível nos parâmetros: pH e condutividade eletrolítica (2007)
Solução de pH: 4,00 e 6,86 (2008)
Solução de pH: 4,00 e 6,86 (2009)
pH em etanol combustível (2010) (CEEAC/ABNT)
Condutividade eletrolítica em etanol combustível (2010) (CEEAC/ABNT)
CMC em condutividade eletrolítica
Estimativa de Incerteza de Medição
Calibração
em
...........
.... ..
VRef .... ::x
::.:::::: .
::. ::::
es = erro sistemático ..::
e
S
e a
ea = erro aleatório
em = erro de medição
Estimativa de incerteza de medição
Roteiro
• Definir o mensurando e o seu modelo
• Identificar as fontes de incerteza
• Construir o diagrama causa-efeito (Ishikawa ou espinha de peixe)
• Quantificar as fontes de incerteza
• Calcular os coeficientes de sensibilidade
• Calcular os componentes de incerteza
• Calcular a incerteza padrão combinada
• Calcular o número de graus de liberdade efetivos
• Calcular o coeficiente de abrangência
• Calcular a incerteza expandida
• Declarar o resultado final indicando o valor do coeficiente de
abrangência e o nível de confiança (geralmente igual a 95%)
Estimativa de incerteza de medição
x1 x2
Certificado
Repetição
Repetição
z
Certificado
x3
Estimativa de incerteza de medição
sx a
ux = Desvio padrão ux =
da média 3
n -a +a
Distribuição triangular
Sx - desvio padrão; n - número de repetições
a
ux =
6
-a +a
Certificado
U - incerteza expandida declarada
U a - valor estimado
ux =
k k - coeficiente de abrangência
Estimativa de incerteza de medição
Z = f ( X 1 , X 2 , X 3 ,..., X N )
• Tendo as incertezas de X1, X2, X3, ..., XN encontrar a incerteza de Z.
z = f ( x, y )
Tenho: ux, uy Desejo: uz
Estimativa de incerteza de medição
∂f ∂f
f ( x + ∆x, y + ∆y ) = f ( x, y ) + ∆x + ∆y + ...
∂x ∂y
1 ∂2 f ∂2 f ∂2 f 2 1
... + 2 (∆x ) + 2 ∆x∆y + 2 (∆y ) + [...] + ...
2
2! ∂x ∂x∂y ∂y 3!
≈0
Quando os valores de ∆x e ∆y são pequenos, as parcelas dos
termos de ordem superior são cada vez menores
∂f ∂f
f ( x + ∆x, y + ∆y ) − f ( x, y ) = ∆x + ∆y
∂x ∂y
∆f ( x, y ) = ∆z
Estimativa de incerteza de medição
2
N
∂f 2 N −1 N
∂f ∂f
u z = ∑
2
u xi + 2∑ ∑ cov( xi , x j )
i =1 ∂xi
i =1 j =i +1 ∂xi ∂x j
Equação geral para a lei de propagação de incertezas
Estimativa de incerteza de medição
2
N
∂f 2
u z = ∑
2
u xi
i =1 ∂xi
∂f
Coeficiente de sensibilidade
c xi =
∂xi
x1 x2
cx1 cx2
Z
Estimativa de incerteza de medição
Distribuição t de Student
Pode-se aproximar a distribuição final do mensurando por uma distribuição t de
Student pois ela pode levar em consideração o uso de poucas repetições
u z4
ν eff =
u x4i Equação de Welch-Satterwaite
∑ν
xi
ν eff
k
NC
Estimativa de incerteza de medição
U z = k uz
Resultado final:
(Z ± U z )
para k = ... e NC = ...
Estimativa de incerteza de medição
Regressão linear
• Supondo uma reta do tipo: y ( x) = a + bx
• Podemos calcular as médias e os somatórios dos desvios quadráticos:
x=
∑x i
s xx = ∑ ( xi − x ) 2
n
∑ yi s yy = ∑ ( yi − y ) 2
y=
n
s xy = ∑ ( xi − x )( yi − y )
s 2
=
∑ ( y − yˆ )
i i
2
Dispersão dos pontos em
torno da reta ajustada
n−2
yˆ i = a + bxi
Incerteza Regressão Linear
Equações Gerais
2
s =
∑∆ 2
D = nt ∑ x − (∑ x)
2 2
nt − 2
2
s =
s 2
∑x 2
=u 2
a a
D
2 s 2
2
ra,b = −
∑x
s = nt = ub
b n ∑x 2
D t
Incerteza Regressão Linear
Estimativa de novas respostas (yest)
2 2 2 2
u yest (a, b) = 1 ⋅ S + x ⋅ S + 2 ⋅1⋅ x ⋅ ua ⋅ ub ⋅ ra,b u yest (a, b) = S
1 (
x −x
+ o
)
2
a b
(
nt ∑ xi − x 2 )
1
u yest (curva) = Se ⋅ 1 + +
(
xo − x )
2
u yest (curva) = Se ⋅
1 1
+ + o
(
x −x )
2
nt ∑ x − x 2
i ( ) (
m nt ∑ xi − x 2 )
Incerteza Regressão Linear
Estimativa de x a partir de y
xest =
y0 − a ∂xest 1
= − = ci (a)
∂xest (
y −a )
= − 0 2 = ci (b)
b ∂a b ∂b b
Se 1
uxest (a, b) = ⋅ +
(
yo − y )
2
b nt b2 ∑ x − x 2
i ( )
Se 1 1
uxest (curva) = ⋅ + +
yo − y ( )
2
b m nt b2 ∑ xi − x 2 ( )
Conceitos Relacionados à Calibração de
Medidores de pH e Medidores de
Condutividade Eletrolítica
Definições e Conceitos Metrológicos
– temperatura
– pH da amostra
– agitação
– força iônica
– alta concentração do sal
– amostra de água pura
– viscosidade da amostra
– envelhecimento do eletrodo...
(a) Eletrodos
Soluções de armazenamento:
Eletrodos de vidro (pH) H2O desionizada
Eletrodos combinado KCl 3 mol/L
Eletrodos de referência KCl 3 mol/L
Limpeza:
Lavagem antes da calibração; antes e depois da medição
e periódica com HCl 0,1 mol/L, NaOH 0,1 mol/L e com
bastante água desionizada
Manutenção do Sistema Medidor de pH (2)
(a) Eletrodos
Regeneração:
Solução de regeneração típica NaF 1 mol/L e HCl 2 mol/L
O eletrodo permanece na primeira solução por 1 a 2 min e na
segunda solução é tratado para remoção de fluoretos alcalinos
A membrana do eletrodo é lavada e acondicionada em água
desionizada durante um dia
MRC
Simulador de
pH/mV
Medidor de pH
Etapas para calibração do sistema de
medição de pH
24,9 °C pH mV ON
pH da amostra está entre o
valor de pH dos dois padrões MEDIDOR DE pH
O primeiro MRC está próximo ELETRODO DE pH
+ Pt 100
de pH 7 (6,86)
O segundo, depende do 25,0 °C
intervalo de medição:
Ácido
pH 6,86 pH 4,01
pH 2 (1,68) ou pH 4 (4,01)
Básico
pH 9 (9,18) ou pH 10 (10,01) BANHO AGITADOR MRC
TERMOSTATIZADO
Roteiro para Calibração com 2 pontos (MRC) (1)
E1 MRC 1
k = R × T × ln(10)/F
0,98 ≤ a ≤ 1,02
Ações Corretivas na Calibração do
Medidor de pH
Quando a inclinação da reta está fora da faixa aceitável,
convém realizar os seguintes procedimentos:
Banho
Resolução Repetitividade
pH
Resolução do
Medidor de pH Junção líquida Certificado
Eletrodo
MRC
Outros parâmetros
Calibração com 5 pontos (MRC) (multipontos)
Método mais exato Medidor de pH MRC
utilizando-se o sistema de
eletrodo de pH
Podem ser realizadas
medições com menor
incerteza e elevada 1,68 4,01 6,86 9,18 10,01
confiabilidade sobre um 1,68 4,01
amplo intervalo de medição
de pH
Usar MRC ou soluções
com pequena incerteza na
calibração
Amostra
Calibração com 5 pontos (Curva de Calibração)
Roteiro para Calibração com 5 pontos (MRC) (1)
Ambientar os MRC a temperatura de calibração
Lavar bem o eletrodo e o termômetro de resistência com água
desionizada e secá-los cuidadosamente
Inseri-lo(s) no primeiro MRC
Anotar os valores das medições de pH e de mV, conforme o manual
do equipamento
Lavar bem o eletrodo e o termômetro de resistência com água
desionizada e secá-los cuidadosamente
Multímetro
Medidor de condutividade
MRC
Etapas para calibração do sistema de
medição de condutividade eletrolítica
Medidor de condutividade
CAL
Década
(1000 ohm) Multímetro
(calibrado na função resistência)
= 1000 µS/cm
µS/cm
Ohm
Condutividade Eletrolítica
MRC
Repetitividade do MRC
Repetitividade da amostra desconhecida
Constante da célula
Certificado de Calibração do Medidor de
Condutividade Eletrolítica conforme NBR
ISO IEC 17025:2005...
Número do certificado referente ao número do processo
Identificação do cliente e do medidor de condutividade
eletrolítica
Condições ambientais
Especificação de padrões rastreáveis (MRC, multímetro
(resistência) e sensor de temperatura)
Resultados: declaração da comparação dos valores das
medições versus padrão das medições e a incerteza expandida