Cadorin (2011)
Cadorin (2011)
2 0 11
Abstract- This article presents a literature review about the environmental benefits
of urban forestry, such as the consequences of urbanization over the urban soil
and the relation between the soil waterproofing and the urban vegetation
development. Cities are highly modified systems, in which the elevated population
concentration allied to problems such as soil waterproofing generates serious
environmental problems. The urban afforestation mitigates the effects of
environmental degradation caused by the unplanned urbanization process. In Pato
Branco city were performed inventories of the afforestation of eight neighborhoods,
which shows the waterproofing dynamics of the soil and its relation with the public
highways. What can be observed is that neighborhoods of lower pavement-free
areas for development of tree species are those with a larger population density
and closer to the center of the city. The results also shows that there is a relation
between the size of pavement-free areas and the trees’ development, as the larger
is the pavement-free area, the larger was the diameter on chest-height of the
evaluated species, indicating greater force. So it is important that the pavement-
free areas have enough available surfaces to allow the entry of rain water and
possible soil fertilization and aeration, in order to optimize the tree development.
U n i v e r s i d a d e Te c n o l ó g i c a F e d e r a l d o P a r a n á
S y n e r g i s m u s s c y e n t i f i c a U T F P R , P a t o B r a n c o , 0 6 ( 1 ) . 2 0 11
U n i v e r s i d a d e Te c n o l ó g i c a F e d e r a l d o P a r a n á
S y n e r g i s m u s s c y e n t i f i c a U T F P R , P a t o B r a n c o , 0 6 ( 1 ) . 2 0 11
por exemplo, controlando o aumento indesejável de Em razão da ampla variação, resultado da natureza
insetos predadores e o mesmo pode acontecer com diversa de seus constituintes, é de se esperar que
os liquens em relação a microorganismos, portanto, os solos urbanos possuam peculiaridades
quanto maior for a diversidade ecológica, maior será diferenciadas apresentando grande variabilidade
a segurança do ecossistema urbano. O uso da espacial (CURCIO et al., 2004). Suportar e fornecer
vegetação, ao longo da malha urbana, constitui-se material para obras civis, sustentar agriculturas
em uma forma de preservação do equilíbrio urbanas, suburbanas e áreas verdes, recepcionar
biológico (SANTOS e TEIXEIRA, 2001). descarte de resíduos e armazenar e filtrar águas
Os solos da cidade, impermeabilizados por cimento pluviais são as principais funções desempenhadas
e asfalto, têm escoamento superficial e intenso, pois pelos solos no meio urbano (PEDRON et al., 2004).
quase toda a água escorre pelas ruas. Se o sistema A urbanização acaba por compactar o solo,
de drenagem da cidade não funciona de forma diminuindo a porosidade e a infiltração de água,
adequada, acontecem inundações. Uma cidade aumentando o escorrimento superficial, de modo
bem arborizada pode apresentar um melhor ciclo que um volume maior de precipitação escorre de
hidrológico, fato que pode ser percebido quando são forma mais rápida para os cursos de água,
comparadas as condições urbanas e rurais aumentando o pico de vazão e a potencialidade de
(MENEGHETTI, 2003). enchentes. A ocorrência da urbanização sem
planejamento em relação ao recurso solo acentua
as alterações morfológicas, a compactação, a
2.2 Solos urbanos erosão, a poluição por substâncias tóxicas,
vetorização de doenças e o deslizamento de
Mais da metade da população mundial vive em encostas (PEDRON et al., 2004).
cidades. Sendo assim, é muito importante e
O solo serve de abrigo e é o habitat de muitos
necessário que o solo seja estudado sob este tipo
organismos vivos, os quais desempenham funções
de uso, porém a maior dificuldade é distinguir entre
importantes ao ecossistema. Alguns dos benefícios
as características pedogenéticas das características
proporcionados pelos organismos do solo são a
resultantes do uso urbano (Blume apud PEDRON et
decomposição de materiais orgânicos, atividades
al., 2004).
simbióticas com raízes de plantas e a melhoria na
A grande dificuldade na definição de critérios para aeração do solo. Contudo, sua utilização
classificação dos solos urbanos se deve ao fato de inadequada acaba interferindo diretamente na
que a atividade humana é bastante complexa, atividade biológica. Danos como a compactação, o
podendo esta ser detectada pela alta concentração selamento superficial, a erosão, a remoção da
de metais pesados, metano, deposição de rejeitos matéria orgânica, adição de substâncias tóxicas ao
de construção e industriais, e/ou alteração do solo, entre outras, reduzem significativamente a vida
regime hídrico e térmico do solo. Esta variedade de no solo, descartando todos os benefícios
efeitos dificulta o estabelecimento de uma proporcionados pelos organismos, tão importantes
metodologia para levantamentos de solos em meio ao condicionamento do solo (PEDRON e
urbano (PEDRON et al., 2004). DALMOLIN, 2002).
A humanidade passou por um processo de evolução A influência antrópica nos solos urbanos pode
tecnológica que lhe garantiu a possibilidade de provocar muitas alterações morfológicas. É muito
modificar o chamado espaço natural. A falta de comum se encontrar camadas distintas e artificiais
planejamento quanto à expansão das cidades resultante da introdução de diferentes materiais, na
acaba por degradar o ambiente, dificultando sua tentativa de reconstituição do solo removido. Estas
recuperação e aumentando os custos deste diferentes camadas apresentam em geral
processo. Um dos elementos da paisagem mais características heterogêneas, as quais devem ser
afetados pela urbanização é o solo (PEDRON et al., consideradas no momento da implantação de
2007). espécies arbóreas em uma determinada área, pois
O processo natural de formação dos solos urbanos neste caso, as covas deverão receber tratamento
é alterado significativamente pelas atividades diferenciado para que haja condições semelhantes
humanas que causam um impacto tanto em espaço para o desenvolvimento vegetal (De Kimpe apud
territorial, quanto ao longo do tempo. O que se PEDRON e DALMOLIN, 2002).
evidencia no solo urbano é a modificação do perfil. Uma das principais alterações causadas ao solo nos
Podendo se definir melhor como sendo a atividade ambientes urbanos é a impermeabilização total ou
humana, não agrícola, que influencia a composição parcial do mesmo, impedindo-o principalmente de
e formação do solo no meio urbano. Os solos cumprir sua função no ciclo hidrológico. Em grandes
urbanos são formados através de inúmeros centros urbanos a mancha habitada possui em
processos antropogênicos. As funções ecológicas média 70% de seus solos impermeabilizados, de
destes ficam alteradas, o que resulta em forma que a dinâmica hídrica ocorre de maneira
mecanismos como por exemplo, impermeabilização anômala nestes espaços.
dos solos (Effland e Pouyat apud JUNIOR, 2008).
U n i v e r s i d a d e Te c n o l ó g i c a F e d e r a l d o P a r a n á
S y n e r g i s m u s s c y e n t i f i c a U T F P R , P a t o B r a n c o , 0 6 ( 1 ) . 2 0 11
U n i v e r s i d a d e Te c n o l ó g i c a F e d e r a l d o P a r a n á
S y n e r g i s m u s s c y e n t i f i c a U T F P R , P a t o B r a n c o , 0 6 ( 1 ) . 2 0 11
umedece o solo; e ocorre ainda o processo de circunferências das mesmas foram medidas e
escoamento por sobre a superfície do solo que, somadas, de forma a se obter a circunferência a
quando intenso, causa erosões, deslizamentos e altura do peito total. A partir da circunferência à
enchentes ocasionando o empobrecimento do solo altura do peito (CAP), foi calculado o diâmetro à
(GONÇALVES e PAIVA, 2004). altura do peito (DAP) através da fórmula: DAP =
As árvores desempenham um importante papel na CAP/ π.
dinâmica da água das cidades e na conservação do Para a análise dos valores do DAP foi utilizado o
solo, mitigando os efeitos da urbanização. A delineamento inteiramente ao acaso com número
arborização colabora com a conservação do solo variado de repetições por tratamento. As médias
basicamente pela interceptação e diminuição do dos tratamentos foram comparadas através do teste
impacto das gotas da chuva pela ação da folhagem, de Tukey a 5% de significância.
amenizando a desestruturação do horizonte
superficial e pela proteção física e estabilizadora 3.2 Resultados e discussão
das raízes, que amenizam os problemas
Conforme Santos e Teixeira (2001), área livre pode
ocasionados pelos processos erosivos (SUCOMINI,
ser definida como o espaço livre de pavimento que
2009).
permite a infiltração de água e nutrientes. A falta de
A vegetação urbana é capaz de melhorar o ciclo área livre compromete o desenvolvimento das
hidrológico através da interceptação da chuva, da plantas. A utilização de espécies de sistema
dinâmica de escoamento superficial e pelo aumento radicular superficial em área reduzida gera trincas e
da capacidade de infiltração da água no solo. No compromete o piso devido à pressão exercida pelas
que se refere ao escoamento superficial e raízes (Figura 01). Recomenda–se que a área livre
infiltração, a contribuição da arborização urbana é não seja menor que 1m².
pouca quando as áreas livres de pavimento são
pequenas em relação à área impermeabilizada.
Quanto à interceptação da chuva e o processo de
evapotranspiração, as características aéreas das
árvores são importantes, devendo-se dar especial
atenção à forma da copa e ao tamanho da árvore
(GONÇALVES e PAIVA, 2004).
3 IMPERMEABILIZAÇÃO DO SOLO E
VEGETAÇÃO URBANA EM PATO BRANCO
3.1 Metodologia
Na cidade de Pato Branco, oito bairros já tiveram
sua arborização inventariada: Centro, Parzianello,
Bancários, Pinheiros (SILVA et al., 2007); Cadorin,
Brasília, La Salle (CADORIN et al., 2008) e
Aeroporto (Cadorin e Mello, 2011 no prelo). Nestes FIGURA 01 - A) Raízes prejudicando a calçada por não haver área livre; B)
inventários, várias características das espécies Indivíduo arbóreo com nenhuma área livre C) Passeio com área
permeável e não permeável.
foram identificadas, dentre as quais, foi avaliado o
espaço de área livre de pavimento em cada
espécie. Em Pato Branco a realização do inventário da
A tipologia utilizada para avaliação do espaço físico arborização de oito bairros somou um total de 3496
nestes locais foi subdividida em função das indivíduos arbóreos. Os bairros já analisados foram:
condições de plantio. A subdivisão foi feita da Cadorin, Parzianello, La Salle, Bancários, Brasília,
seguinte forma: Pinheiros, Centro e Aeroporto. Nestes inventários
consta a freqüência da tipologia do espaço físico
• Nenhuma área livre: quando a árvore estava
circundada pela pavimentação com todo espaço em volta utilizado pelas espécies em cada bairro (Figura 02).
impermeável; A média da tipologia do espaço físico utilizado pelas
• Área livre pequena: quando a árvore estava com espécies inventariadas mostra que 17% das árvores
alguma área livre de pavimentação (menor que 1m²); estão em uma condição de nenhuma área livre de
• Boa área livre: quando a árvore estava com boa área pavimentação, 29% estão em uma condição de
livre de pavimentação (maior que 1m²).
insuficiente espaço livre e 54% estão em uma
Foi realizada avaliação do vigor destas árvores condição de área livre adequada.
através de alguns parâmetros quantitativos, dentre Os valores são diferentes para cada bairro e o que
eles o diâmetro a altura do peito (DAP): medida feita chama a atenção é a discrepância de valores entre
com fita métrica, à altura do peito, em centímetros. os bairros centrais e aqueles mais distantes do
Quando houve bifurcações a altura do peito, as centro da cidade. No bairro Centro, que é o bairro
U n i v e r s i d a d e Te c n o l ó g i c a F e d e r a l d o P a r a n á
S y n e r g i s m u s s c y e n t i f i c a U T F P R , P a t o B r a n c o , 0 6 ( 1 ) . 2 0 11
mais antigo da cidade, apenas 22% das árvores se demográfica de 45hab/ha. Os bairros Brasília,
encontram em condições de boa área livre de Bancários, La Salle e Parzianelle possuem
pavimentação, enquanto no bairro Aeroporto, este densidade demográfica de 33hab/ha; 35hab/ha;
próximo da área rural do município (Figura 03) 79% 36hab/ha e 39hab/ha, respectivamente. Já os
das árvores estão nestas condições. Tais dados bairros que possuem maior área livre de
mostram que pode haver uma relação entre o pavimentação, sendo eles os bairros Cadorin,
manejo e cuidado com as árvores e o perfil do bairro Aeroporto e Pinheiros são os que apresentam a
em que estão inseridas, pois o bairro Centro possui menor densidade demográfica sendo de 14hab/ha;
um grande número de estabelecimentos de 18hab/ha e 15hab/ha, respectivamente. A análise
comércio, enquanto o bairro Aeroporto é tipicamente destes dados permite inferir que existe uma relação
residencial. Além disso, é muito comum que haja entre a densidade demográfica, a quantidade de
ausência de calçadas nos bairros mais longes do solo impermeabilizado e consequentemente o vigor
centro da cidade, sendo que as árvores são das árvores. Quanto maior a densidade demográfica
plantadas sem que haja qualquer tipo de pavimento do bairro maior é a área construída do mesmo,
ao seu redor. inclusive de pavimentação, o que se contrapõe ao
desenvolvimento do potencial das espécies
80% 77% 80% 79%
arbóreas.
70% 65%
60%
Apesar dos benefícios que proporciona ao
60% 52% ambiente, a presença da arborização no meio
50%
46%
44%
41%
urbano, em decorrência da falta de planejamento,
40% 35%
não é isenta de conflitos, principalmente entre o
espaço vegetal e o espaço físico disponível. Esses
26% 26%
30% 24%
20% 22%
17%
20%
10%
15% 13%
9%
12% 11%
10%
problemas são diversos e se traduzem em
10% 6%
exemplares mutilados e propensos a problemas
0%
C a d o r in P a r z ia n e llo L a S a lle B a n c á rio s B r a s ília P in h e iro s C e n tro A e r o p o r to sanitários (SANTOS e TEIXEIRA, 2001).
N e n h u m a Á r e a L iv r e Á r e a L iv r e P e q u e n a B o a Á r e a L iv r e São vários os problemas que decorrem na malha
urbana e que se tornam limitadores de uma perfeita
arborização sendo diversos os fatores que
FIGURA 02 - Frequência dos tamanhos de áreas livres de pavimentação
dos indivíduos arbóreos dos bairros Cadorin, Parzianello, La Salle,
concorrem para que a arborização não se
Bancários, Brasília, Pinheiros, Centro e Aeroporto/Pato Branco – PR. desenvolva de forma ideal. Entre eles estão os
fatores culturais e também fatores intrínsecos ao
espaço urbano, como largura de calçadas e
impermeabilização excessiva do solo, entre outros
(SANTOS e TEIXEIRA, 2001).
Conforme Meneghetti (2003), no meio urbano as
árvores encontram-se sob condição de estresse e
por isso desenvolvem ciclo de vida mais curto. A
falta de adaptação ao meio enfraquece a árvore,
pequenos períodos de estresse são recuperados
com dificuldade, os mecanismos de defesa são
prejudicados, deixando a planta mais sensível ao
ataque de organismos.
Algumas alterações físico-químicas que ocorrem
nos solos urbanos, resultantes de compactação e
de deposição de resíduos, são responsáveis por
distúrbios nas funções fisiológicas das plantas. A
FIGURA 03 - Localização dos bairros A) Centro, B) La Salle, C)
Parzianello, D)Bancários E) Cadorin F) Pinheiros G)Brasília e H) Aeroporto deficiência de oxigênio nestes solos pode ser um
da cidade de Pato Branco/PR. fator determinante do crescimento relativamente
menor das árvores da cidade (Santamour Junior
Além da diferença da localização, existem apud MENEGHETTI, 2003).
diferenças quanto à densidade populacional entre Quando se comparou o diâmetro a altura do peito
os bairros. Observou-se que os bairros que das espécies Lagerstroemia indica L. (extremosa),
possuem maior densidade populacional são os que Schinus molle L. (aroeira), e Bauhinia variegata L.
também possuem menor área impermeabilizada nas (pata de vaca), - sendo estas espécies de grande
calçadas. representatividade na arborização das vias públicas
Segundo dados do IPPUPB (Instituto de Pesquisa e da cidade de Pato Branco - e a tipologia de plantio
Planejamento de Pato Branco), o bairro Centro, que utilizada para as mesmas (Tabela 01), foi possível
apresentou o menor número de árvores com boa observar que os maiores valores de diâmetro a
área livre de pavimentação possui densidade altura do peito foram obtidos nos indivíduos com
U n i v e r s i d a d e Te c n o l ó g i c a F e d e r a l d o P a r a n á
S y n e r g i s m u s s c y e n t i f i c a U T F P R , P a t o B r a n c o , 0 6 ( 1 ) . 2 0 11
boa área livre de pavimento. impermeabilização do solo. O uso das calçadas com
faixas de área permeável proporciona a redução da
Tabela 01 - Média do Diâmetro a Altura do Peito (cm) das espécies Pata de impermeabilização, diminuindo o escoamento
Vaca, Extremosa e Aroeira, nos Bairros La Salle, Aeroporto e Centro –
Pato Branco/PR em diferentes condições de área livre de pavimento. superficial da água através do aumento da
P a ta d e V a ca E xtrem osa A ro e ir a infiltração no solo sem pavimento e também
N enhum a 1 9 ,2 6 a ----- 2 4 ,5 b proporciona condições adequadas para o
In s u fic ie n te 2 0 ,3 7 a 2 6 ,7 6 b 3 6 ,0 4 a b desenvolvimento da arborização das vias públicas,
B oa 2 1 ,7 6 a 3 9 ,5 1 a 4 1 ,1 2 a para que esta possa desempenhar com eficiência o
seu papel ambiental na melhoria do microclima das
As médias em colunas seguidas pela mesma letra não diferem
estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
cidades e no ciclo hidrológico, tornando o ambiente
urbano mais sustentável. Na cidade de Pato Branco
já existe lei que dispõe sobre a padronização e uso
Segundo Velasco (2003), quando o espaço deixado
de calçadas, as quais deverão possuir faixas
para que as árvores se desenvolvam é pequeno
permeáveis que dependem das condições físicas e
comparado às suas necessidades, ocorre uma
do volume do tráfego de pedestres em cada via ou
competição do indivíduo por espaço aéreo e
trecho de via.
subterrâneo. A árvore urbana precisa de um espaço
de crescimento para sua parte aérea, para suas Portanto, a área de infiltração ou o espaço livre de
raízes, e precisa também de área permeável para pavimentação deve ter superfície para permitir a
que as raízes possam receber água e nutrientes de entrada da água da chuva, as possíveis adubações
forma adequada. O ideal seria que os passeios e a aeração do solo. Esta área livre não deverá ser
fossem compostos por partes permeáveis e não menor do que 1m². Uma boa opção para aumentar
permeáveis. Nas permeáveis poderia ser plantado a área livre é a utilização de faixas não
grama. Nesse caso, as árvores ganhariam muito em pavimentadas ao longo dos passeios, onde pode
termos de desenvolvimento. ser plantada grama.
Segundo Langowski e Klechowicz (2001), árvores Frente aos problemas gerados pela falta de solos
com área totalmente impermeabilizada ao redor do permeáveis nas cidades, é recomendável que novos
tronco, sem nenhuma área livre ou mesmo com estudos sejam conduzidos, visando avaliar, de fato,
área livre insuficiente, são muito prejudicadas e o efeito da área livre das calçadas sobre uso da
podem morrer por falta de água, sufocamento ou arborização urbana na infiltração de água no solo.
estrangulamento. Além disso, esta
impermeabilização exagerada dos solos nas REFERÊNCIAS
cidades irá contribuir para a ocorrência de
BORTOLETO, S. Inventário Quali - Quantitativo da Arborização
enchentes. Viária da Estância de Águas de São Pedro – SP. 2004.
É fundamental que as condições para o Dissertação (Mestrado em Fitotecnia) – Escola Superior de
desenvolvimento pleno das árvores em meio urbano Agricultura “Luiz de Queiroz”. Piracicaba: Universidade de São
Paulo.
sejam adequadas, isso permitirá que as árvores
desempenhem de forma otimizada as suas funções BIONDI, D.; ALTHAUS, M. Árvores de Rua de Curitiba: Cultivo e
Manejo. Curitiba: FUPEF, 2005.
quanto a melhoria do microclima e a regulação do
BRAGA, R.; CARVALHO, P. F. C. Recursos hídricos e
ciclo hidrológico, entre outras. Além do melhor planejamento urbano e regional Laboratório de Planejamento
desenvolvimento das árvores que possuem boa Municipal-IGCE-UNESP. p. 113-127 Rio Claro ,2003.
área livre de pavimentação, haverá também maior CADORIN, D. A; MELLO, N. A. Vigor das Espécies Lagerstroemia
infiltração de água nestes espaços. indica L., Bauhinia variegata L., e Schinus molle L., em três
bairros da cidade de Pato Branco-PR. No prelo.
Os conflitos gerados entre a arborização e a
estrutura física das cidades fazem com que as CADORIN, D. A, SILVA, L. M. HASSE, I, BETT, F. C, EMER, A. A,
OLIVEIRA, J. R. Características da arborização dos bairros
árvores de grande porte sejam sistematicamente Cadorin, Parzianello e La Salle em Pato Branco PR/2007.
substituídas por árvores de pequeno e médio porte Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, v. 3, p.
ou ainda por arbustos, prejudicando o efeito de 40-52, 2008.
melhoria ambiental que estas desempenham. CURCIO, G. R.; LIMA, V. C.; GIAROLA, N. F. B. Antropossolos:
Monico (2001) ressaltou que a arborização das vias proposta de Ordem (1ª aproximação). Colombo: EMBRAPA
Florestas, 2004.
públicas é comprometida pela falta de políticas
GONÇALVES, W; PAIVA, H.N. Árvore para o ambiente urbano –
públicas favoráveis e definidas para a questão da (Série Arborização Urbana), v.3, 243p., 2004.
arborização urbana e que as mudanças de gestão
GROSTEIN, M. D. METRÓPOLE E EXPANSÃO URBANA a
política influenciam negativamente o quadro da persistência de processos “insustentáveis” São Paulo em
arborização. perspectiva, São Paulo, n.15, v.1, p13-19, 2001.
JUNIOR, S. B. J. Solos Urbanos Residenciais do Bairro Jardim
Paulista, Campina Grande do Sul (PR). 2008. Dissertação (Pós
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Graduação em Ciência do Solo). Curitiba: Universidade Federal
do Paraná.
É importante que o poder público estabeleça
medidas de incentivo à redução da LANGOWSKI, E.; KLECHOWICKZ, N. A. Manual Prático de
Poda: manual prático de poda e arborização urbana. Cianorte:
U n i v e r s i d a d e Te c n o l ó g i c a F e d e r a l d o P a r a n á
S y n e r g i s m u s s c y e n t i f i c a U T F P R , P a t o B r a n c o , 0 6 ( 1 ) . 2 0 11
APROMAC, 2001. 40p. Arborização dos Bairros Pinheiros, Brasília e Bancários em Pato
MENEGHETTI, G. I. P. Estudo de dois métodos de amostragem Branco/PR. Scientia Agraria, Curitiba, v.9, n.3, p.275-282, 2008.
para inventário da arborização de ruas dos bairros da orla SUCOMINI, M, N. Caracterização e Análise do Patrimônio
marítima do município de Santos, SP. 2003. Dissertação Arbóreo da Malha Viária Urbana Central do Município de São
(Mestrado em Recursos Florestais) – Escola Superior de Carlos - SP. Dissertação (Mestrado em Engenharia Urbana) São
Agricultura “Luiz de Queiroz”. Piracicaba: Universidade de São Carlos: Universidade Federal de São Carlos, 2009.
Paulo. TUCCI, C.E.M. Aspectos Institucionais no Controle de
NUCCI, J.C.; Análise sistêmica do ambiente urbano, Inundações. I Seminário de Recursos Hídricos do Centro- Oeste.
adensamento e qualidade ambiental Ciências Biológicas e do Brasilia., 1999 Anais do I Seminário de Recursos .... Brasília,
Ambiente, São Paulo, v.1, n.1, p. 73-88, 1999. 2009.
PEDRON, F. A.; DALMOLIN, D, S, R. Caracterização e Manejo TUCCI, C.E.M.; COLLISCHONN,W . Drenagem urbana e controle
de Solos Urbanos. Centro de Ciências Rurais, Santa Maria, 2002. de erosão In: Carlos E. M. Tucci; David da Motta Marques.
PEDRON, F. A. et al. Solos urbanos. Ciência Rural, Santa Maria, (Org.). Avaliação e controle da drenagem urbana. Porto Alegre,
v. 34, n. 6, p. 1647-1653, 2004. RS: EDUFRGS, 2000.
PEDRON, F. A. et al. Levantamento e Classificação de Solos em VELASCO, G, D, N. Arborização Viária x Sistemas de
Áreas Urbanas: Importância, Limitações e Aplicações. In Revista Distribuição de Energia Elétrica: Avaliação dos Custos, Estudos
Brasileira de Agrociência, Pelotas, v. 13, n.2, p. 147-151, abr-jun, das Podas e levantamento de problemas fitotécnicos. 2003.
2007. Dissertação (Mestrado em Fitotecnia) - Escola Superior de
Agricultura “Luiz de Queiroz”. Piracicaba: Universidade de São
SANTOS, N. R. Z.; TEIXEIRA, I. F. Arborização de Vias Públicas: Paulo.
Ambiente X Vegetação. Santa Cruz do Sul: Instituto Souza Cruz,
2001. 135p. YAMAMOTO, M. A.; SCHIMIDT, R. O. L.; COUTO, H. T. Z.;
FILHO, D. F. S. Árvores Urbanas. Manual de Arborização Urbana.
SILVA, L. M; RODIGHIERO, D. A; HASSE, I; CADORIN, D. A. Piracicaba: Prefeitura Municipal de Piracicaba, 2003.
U n i v e r s i d a d e Te c n o l ó g i c a F e d e r a l d o P a r a n á