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O Conhecimento Indireto Da Realidade

O documento discute o método da exposição como uma forma indireta de adquirir conhecimento sobre a realidade através da assimilação das ideias e conceitos de pesquisadores e cientistas. A exposição é intermediária entre o sujeito do conhecimento e a realidade, permitindo que entendamos muitos aspectos da realidade sem precisar conduzir nossas próprias pesquisas. A crítica é essencial tanto para o conhecimento direto quanto o indireto para garantir que a exposição capture a realidade de forma verdadeira

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O Conhecimento Indireto Da Realidade

O documento discute o método da exposição como uma forma indireta de adquirir conhecimento sobre a realidade através da assimilação das ideias e conceitos de pesquisadores e cientistas. A exposição é intermediária entre o sujeito do conhecimento e a realidade, permitindo que entendamos muitos aspectos da realidade sem precisar conduzir nossas próprias pesquisas. A crítica é essencial tanto para o conhecimento direto quanto o indireto para garantir que a exposição capture a realidade de forma verdadeira

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2.

2 O conhecimento indireto da realidade (método


da exposição)
O método de exposição anunciado por Marx é o
meio pelo qual o investigador expõe os conceitos
que conseguiu formular sobre a realidade
investigada. Ou seja, o pesquisador expõe a
expressão "pensada" da realidade. Todavia, a
exposição é também o meio pelo qual podemos nos
apropriar, através de uma assimilação ativa, dos
conhecimentos expostos. Os pesquisadores
desenvolveram suas investigações, formularam suas
explicações da realidade e as expuseram, seja
através da fala, seja através da escrita. Nós
assimilamos o conteúdo dessas exposições, na
perspectiva de entendermos a realidade. E a isso
que denominamos "conhecimento indireto da
realidade", devido ao fato de adquirirmos um
entendimento do real através do entendimento
exposto pelo pesquisador. E, portanto, uma via
indireta de enfrentar a realidade do ponto de vista
cognitivo. No conhecimento denominado direto, a
confrontação cognitiva se dá entre sujeito do
conhecimento e objeto conhecido. No
conhecimento denominado indireto a confrontação
se dá entre sujeito do conhecimento e objeto
conhecido através da exposição do investigador.
Assim, o que está exposto num texto, num livro,
não substitui, de forma alguma, a realidade. A
exposição é intermediária entre o sujeito do
conhecimento e a realidade. E um meio eficiente
pelo qual podemos adentrarem muitos dos mistérios
da realidade física e da realidade social, sem que
tenhamos que proceder aos longos e minuciosos
processos da investigação. Aliás, nenhuma de nossas
vidas seria suficiente em termos de duração, nem
teríamos competência, para proceder a tantas
investigações quantas as que ocorrem
diariamenteno mundo da ciência e da cultura. Seria
um sonho vão acreditar que poderiamos, ao menos,
reconstituir uma pequena parcela das pesquisas já
realizadas em qualquer das possíveis áreas de
conhecimento. Temos mesmo que admitir com
muita clareza que a maior parte do conhecimento
que cada um de nós detém foi adquirida a partir da
exposição de algum pensador pesquisador ou
professor. Poucos de nós nos dedicamos a criar
novos conhecimentos, e poucos, proporcionalmente
à quantidade de seres humanos, são aqueles que se
dedicam efetivamente ao trabalho de produzir
conhecimentos novos. Um caminho aberto e
fundamental de apropriação de uma compreensão
da realidade, disponível a todos nós, é o
conhecimento indireto. E a aquisição da realidade
através dos resultados dos trabalhos de investigação
dos pensadores e dos cientistas. As duas formas de
conhecimento estão articuladas: não há como
produzir conhecimento direto da realidade sem se
dedicar a uma assimilação crítica dos
conhecimentos anteriormente estabelecidos. Os
conhecimentos anteriores servem de ponto de apoio
para o avanço da investigação, assim como muitas
vezes servem para demonstrar as lacunas onde há
necessidade de investigações novas ou mais
específicas. Nenhum conhecimento nasce de si
mesmo: cada conhecimento novo é herdeiro do
passado humano, assim como é herdeiro da
contribuição de investigadores contemporâneos. A
investigação sempre tem uma dívida histórica com
os que vieram antes, assim como tem uma dívida
para com os que vivem e convivem numa mesma
época histórica. A crítica, num processo de
conhecimento indireto da realidade, se nutre dos
mesmos critérios que apresentamos para o
conhecimento direto. Ou seja, o conteúdo que
estiver sendo exposto deverá ultrapassar o
aparente. Terá que dar conta de um patamar de
compreensão e explicação da realidade que vá para
além das aparências; que não tome a parte pelo
todo; que manifeste os elementos universais
explicativos de uma determinada realidade; que
busque o fundamento do entendimento, não só no
presente do objeto exposto, mas que o explique a
partir de sua gênese. Assim, o conhecimento
adquirido, via exposição de alguém, é um
instrumento crítico de compreensão da realidade,
na medida em que tenha sido construído de uma
forma crítica, com todos os elementos
metodológicos acima especificados. Nós,
apropriadores de conhecimentos, é que devemos
estar atentos para verificar se a exposição que
estamos recebendo tem um valor crítico ou não.
Não é devido ao fato de alguma coisa ter sido
escrita e publicada que é verdadeira. Nenhum
critério, em termos de definição de criticidade de
um conhecimento, poderá ser assumido como
superior aos limites da realidade. São os limites da
realidade que permitem estabelecer e distinguir o
verdadeiro. Um conhecimento é verdadeiro quando,
de forma universal, explica os nexos lógicos do
objeto que estamos querendo 129 entender. Uma
exposição será crítica na medida em que expresse
um conhecimento verdadeiro como expressão
pensada da realidade. Nisso tudo, o que importa,
radicalmente, é a compreensão da realidade, seja
através do procedimento direto ou do procedimento
indireto de conhecer.

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