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INTRODUCAO ‘Apds esgotarse a 2* edigiio deste Manual, a Editora PINI ¢ 0s a receber pedidos do livro, quer de livrarias, quer de leitores, demonstrando o interesse do meio técnico pela sua continuidade. Por outro lade, nos dhtimos anos, surgiram novas tecnologias aplicadas aos equipamentos de terraplenagem e de remogao de rachas. Assim, pareceu-nos ser cabivel preparar a 3" edigio deste Manual revista, ampliada € atualizada Na parte referente 2 terraplenagem, foi introduzido © manitoramento elewOnico de desempenho operacional e dos diversos sistemas das méquinas, a partir de sensores que fornecem, em tempo real, as suas condigbes de funcionamento. Algumas informagoes erlinentes ao assunte so mencionadas em diverse itens do texte, A informatica passou a ser aplicada nos célculos de produtividade, bem como no planejamento e controle das obras. No capitulo que trata da selegdo dos equipamentos é apresentada planilha eletronica que permite, em funcao de diversos dados de campo, calcular a pradugao de equipamento, dimensianamento da equipe, custes ¢ prazos provaweis. F possivel, também, conhecende as caracteristicas pluviais do local, prever a influéncia negativa desse fator climdtico no decorrer da obra, permitindo melhor planejamento, Na 2*parte, que trata da escavagode rocha, sio apresentadas novos conceites relativas A perfuracdo do terreno e aos tipas de equipamentos utilizados, especialmente no que se refere & transmissio hidréulica de esforcos funcionais, aos novos tipos de coroa das bbrocas de perfuracdo, as alturas de bancadas @ ao emprego e vantagens de equipamentas de furo-abaixo. Ao leitor, experiente ou iniciante, este livro permite determinar: 0 plano de fogo com todas suas grandezas; a escolha do explosivo; o métado € acessérios de ini¢iacao © 0 use de retardadares para obter vantagens diversas, no que diz respeito & fragmentagao da rocha ¢ ae aspecto final dos taludes resultantes. O Manual fornece, ainda, ferramentas para a escolha e dimensionamento dos equipamentos necessérios a lodas as etapas de execugao de desmonte, célculo de custo e pregos de venda. Cabe aqui agratiecer as empresas que se prepuseram a prestigiar esta nova edigao, a partir de patrocfnio que a tornou possivel: Construgées © Comercio. Camargo Conéa e Atlas Copco Brasil. Sem essa colaboragio, tal iniciativa nfo seria exeqifvel extremamente itil o apoia tecnico para apresentacao das equipamentas e das tecnologias mais recentes que, cam certeza, enriquecem o comedde deste Manual. Para finalizar, nosso agradecimento a todos que participaram do preparo desta edicio. Osautores ABREVIATURAS Abreviaturas ABNT. AAS.H.O, APL ASTM, DNER. DERSP. PCSAL SAE HRB. Notagiio de Normas Técnicas cof State Highway Officials ican Petroleum Institute ‘American Society for Testing Materials Departamento Nacional de Estradas de Rodagem Departamento de Estradas de Radagem do Estade de Sio Paulo Power Crane and Shovel Association Saciety of Automotive Engineers Highway Research Board = grau de compactacio de um solo, % = peso especifico solte de um salo = peso especifico de um solo no estado natural = peso especitico do material no corte (ou ¥,) = peso especitico do material compactado = volume de terra medido no estado natural (ou no corte) = volume de terra solta (empolada) = volume de terra compactada = falor de empolamento de um solo ou de conversio de volumes teor de umidade de um solo resisténcia de rolamento Coeficiente de rolamento peso total do equipamenio = Inclinagio da rampa, % = resisténcia de rampa resisiéncia de iméscia velocidade de translage do equipamento = variagao de velocidade = tempo de aceleragae ou desaceleragio = esfor¢o trator disponivel no trem propulsor = somat6ria das resisténcias epostas a6 movimento = peso aderente sobre as todas motrizes 6 Manual Pratico de Escavacie Tepe Seep kp eee eee & © = coeficiente de aderéncia ou de tracio poténeia de um motor no volante = poténcia disponivel no trem propulsor Coeficiente de Rendimento MecSnico da transmissio razaio de desmultiplicagao = namero de rotagdes de um motor no volante: = ndimero dle rotagbes das rodas motrizes '= conjugado ou torque disponfvel nas rodas motrizes = raio da toda motriz = tempo de ciclo = tempo de ciclo minimo = tempo de ciclo efetivo = tempo fix = tempo variivel tempo de parada tempo de ciclo do “pusher” = produgio de um equipamento (ou Q,.) = pradugde maxima de um equipamento. = produce efetiva de um equipamente = cooficiente de rendimento ou fator de eficiéncia = capacidade da cacamba de um equipamento distancia de transporte: = altura de corte ou de aterro (cota vermelha) = Angulo de talude = distancia de “off-set” & esquerda = distincia de “off-set” & direita custo harério de um equipamento = depreciagae hordria de um equipamento = valor inicial de um equipamento = valor residual de um equipamento = coeficiente de reparos mecanicos SUMARIO } parte — TERRAPLENAGEM LO 1 — GENERALIDADES Lt - Nogdes Gerais... 71.1 - Introdugao 3 terraplenagem .. 3.12 -Histdrico .. 4.13 —Terraplenagem manual = 1.4 —Terraplenagem mecanizada .. 515 ~ Coracteristicas da terraplenagem mecanizada .. 91-6 — Operagies basicas da terraplenagem. Ciclo de operacio.. “M12 — Estudo dos Materiais de Superticie 21 — Generalidades ..... ca 3.22 - Terminologia de rochas - TB-3 (ABNT).. 4» 25 - Critério para classificagio dos materiais 3.2.3.1 = Classificacdo do DNER € DER-SP = 24 - Importancia econémica da classificagao .. 1.25 — Empolamente dos solos .. = 2.5 — Reduclo volumétrica dos solos ou compactag’o 6.1 ~ Fundamentos teéricos da compactaco "3 Introducio aos Equipamentos de Terraplenagem: 1.3.2 — Classificagio dos equipamentos 7.3.3 — Generalidades sobre as unidades de tragao Wratores) 1.33.1 — Comparacao enwe tratores de esteiras e de pneus 3.3.3.2 = Campo de aplicagio ..... 1.3.3.3 — Partes constituintes de um wator de esteiras 7.3.3.4 — Partes constituintes de um trator de pneus. 7.5.3.5 —TransmissBes mociinicas e hidrdulicas — Conversores de torque 13.4 DescricSo dos equipamentos 1.3.4.1 - Unidades escavo-empurradoras ... 7.3.4.2 — Unidacles eseavotransportadoras 1.3.4.3 — Unidades escavocarregadoras 13.43.1~ Carregadeiras 1.3.4.4 — Unidades aplainadoras 1.3.4.6 - Unidades compactadoras ... 1.3.4.7 — Unidades escavo-elevadoras (= £4 — Locomocio dos Equipamentos de Terraplenagem 7.4.1 - Mecdnica do movimento das méquinas .. } 42 —Resisténcias opostas ao movimento .. SUMARIO 1.4.3 —Primeira condigio de movimento 1.4.4 ~ Aderéncia 1.4.5 — Segunda condicSo de mow 1.4.6 ~ Gomportamente das méquinas de esteiras e pneus quanto & aderdncia 1.4.7 — Distribuicao de cargas nos equipamentos de pneus.. 1.4.8 = Estudo das forgas motiizes 1.4.8.1 ~ Diagramas tagio x velocid Referincias Bibliogrificas 107 WW nz 122 128 Capiruto 2 = estimativa DE PRODUCAO DOS EQUIRAMENTOS 2.1 - Produtividade dos Equipamentos de Terraplenagem 2.1.1 —Tempos ¢ movimentos elementares. Ciclo. Tempo de ciclo 2.1.2 —Tempos de ciclo minima € efetivo.... 2.1.3 = Produgo de um eqipamenta 2.1.4 — Rendimento da operagao-ou fator de ctickéncia 2.1.5 ~ Formula bésica da producio de um equipamento.. 2.1.6 ~ Aumento da produtividade 2.2 - Estimativa de produgdo dos diversos equipamentos.. 2.2.1 — Unidades eseave-empurradoras 2.2.2 ~ Unidades escavotranspartadioras .. 2.2.2.1 = Temps VariMtls enn 2.2.2.2 —Tempos fixos 2.2.2.3 ~Ciclo do waior empurrador (pusher) 2.2.2.4 ~ Determinagio.do ntimero de “scrapers” empurrados por um “pusher” 2.2.2.5 — Otimizacio da prodlucaio dos “motoscrapers” © do “pusher” 2.2.2.6~Tempos elementares para 0 conjunte trator de esteiras com “scraper” 2.2.2.7 — Fator de reduao de welocidade. 2.2.3 - Unidades escavocarregadoras un 3.1 = Carregadelras de esteiras e pneus 2.2.3.2 ~ Escavadeiras 2.2.3.2.1 ~ Escavadeiras com lanca *drag.line” 2.2.3.2.2 ~ Produgao efetiva das escavadeiras 2.2.3.2.3 ~ Escavadeiras acionadas por comando hidraulico 2.2.3.24 — Produgie das escavadeiras em valas.... 2.2.4—Unidlades transportadoras 2.2.4.1 —Condicio desineronismo . 2.2.4.2 —Tempo de ciclo de transporte... 2.4.3 — Fator de redugaio de velocidade. 2.2.5 Unidades aplainadoras 2.2.6 - Unidades eompactadoras Reieréncias Biblograficas. woe 129 130 130 131 132 133, ‘CAPITULO 3 — SELECAO DOS EQUIPAMENTOS DE TERRAPLENAGEM ll 3.1 = Generalidades .. (8 3.2 — Fatores Naturals... 10 Manual Pratica de Escavagio 1 - Natureza do solo —Topogratia ... — Regime de chuvas 33 - Fatores de Projeto 3.3.1 - Volume a ser movido..... 3.3.2 - Distancia de transporte 3.4 — Fatores Econémicos ..... 35 - Selecao das unidades escavotransportadoras ¢ transportadoras ‘3.6 — Dimensianamento das equipes — Célculo de verificagao do prazo de execugao i 37 - Planejamento da obra ¢ dimensionamento do equipamento Referéncias Bibliogr&ficas cn... 210 212 .. 22d 232 (CapiTULO 4 —_ ExECUCAQ DA TERRAPLENAGEM mm 4.2 — Servicos Preliminares a Execucao da Terraplenagem . 4.2.1 = Instalagao do canteiro de obras .. 4.2.2 -Transporte dos equipamentos 4.2.3 — Construgdo de estradas de servic e obras-de-arte pravisérias . 4.2.4 — Consolidacéo dos terrenos de fundagao dos aterros 233 234 4.2.5 — Lacagio topogrifica 235 4.2.6 = Limpeza da faixa, desmatamento e destocamento 235 4.2.6.1 — Fatores que iniluem nas operagdes de limpeza. 235 4.2.6.2 — Equipamentos empregados na limpeza ..... soe 238 4.2.6.3 = Produgao dos equipamentos empregados na derrubada e empilhamento sve 242 @ 4.3 - Utilizacae dos diversos equipamentos na execucio da terraplenagem. on 246 4.3.1 ~Trator de esteiras com lamina ... 246 4.3.1.1 = Corte em meia-encosta ... 247 4.3.1.2 — Escavacao e transporte a curta distanci 248 4.3.1.3 — Preparo dos cortes e aterros 248 4.3.1.4 —Espalhamento de terra na ponta de alerro 249 4.3.1.5 ~ Escarificagio 249 4.3.1.6 —Emprego do “pusher”. 249 wn 249. 250 wo 250 250 250 250 251 = 252 252 254 ne B55 256 256 256 4.3.1.7 — Emprego na limpeza da faixa ¢ abertura de estradas de servico 4.3.1.8 = Acabamento dos taludes... 4.3.1.9 — Execugao de valetas .. 4.3.1.10 — Escavagao em trincheiras .. 4.3.1.11 =Operagao conjunta de duas maquinas 4.3.1.12 ~Tratores de pneus com lamina... 4.3.2 — Unidades escavotranspartadoras .. 4.3.2.1 — Uniformizagao da frota 4.3.2.2 — Técnicas de carregamento..... 4.3.2.3 -Transporte 4.3.2.4 - Combinacao de ciclos 4.3.2.5 — Descarga 4.3.3 = Unidadles escavocarregadoras .. 4.3.3.1 — Escavadeira com cagamba * hovel” "1 SUMARIO 4.3.3.2 — Escavadeiras cam cagamba “drag-line” ou de arrast0 on. 4.3.3.3 — Escavadeiras com cagamba “clam-shell” ou de mandibulas. 4.3.3.4 — Escavadeira com cagamba revroescavaders , 4.3.3.8 ~ Escavadelras de acionamento hidréulico. 4.3.3.6 ~ Carregadeiras de esteiras 4.3.3.7 ~ Caregadeiras de pneus ... 4.3.4 ~Unidades aplainadoras... 4.3.5 = Unidades compactadoras imi 4.4 - Execugio dos Cortes... = 4.4.1 — Locagio topogritica dos cortes 4.4.2 ~ Controle topogratieo da execugio das cortes 4.4.2.1 — Processes prdticns de controle do angule de talude.. 4.4.3 — Escavagao de materiais de 1 categoria 444 — Empréstimo e “bota-fora” 4.4.5 — Escavagaa de materiais de 2* categoria — Escarificacao — Generalidades . ~Tipos de escarificadores ~ Producie dos escarificadores . : = Uso de diagramas baseados na velocidade sismica ‘determinada em testes de campo . 275 4.8.5.5 = Processos de escaificaGh0 neon i 4.4.5.6 - Producdo estimada dos escarificedores... 4.4.6 — Eseavacao de solos brejosos ¢ turfosos 4.4.7 ~ Classificagao . WEA.S ~ Execugio dos Aterros....... 4.5.1 —Locago topogrética dos aterros . 4.3.2 — Gomtole topogrifico da execugio dos ateros 4.5.3 — Estabilidade dos atorros. Consolidacdo das tundagdes 4.5.3.1 ~ Remocaa da sola de md qualidade e substituicae. por material cle melhores caracterfsticas.. 4.5.3.2 ~ Deslocamento do material instavel 4.5.3.3 — Deslocamente por explasivas 4.5.3.4 — Drenos verticais de are... 48.3.8 — Outros processes... fi 4.6 — Execucdo e Compactacio dos Aterros 4.6.1 = Execugio dos atere0s 4.6.2 = Press estitica @ vibraG30 vere a 4.6.3)= Selego dos equipamentos de compactacao. 4.6.4 — Fatores que influem na corpactagio 4.6.5 ~ Especificagées para compactacao 4.4.6 — Seqiiéncia construtiva ...... 4.6.7 ~ Métodos de controle da compactaga0 4.6.8 — Emprego de crlérios estatsticos para o controle da conpacaito de aterros Referéncias Bibliogrdficas 12 Manwal Prético de Escavagao CapiTULO 5 — OPERAGAG E MANUTENCAO DOS EQUIPAMENTOS DE TERRAPLENAGEM, 5.1 — Generalidades 5.2 — Operagao dos Equipamentos. 5.3 - Manutengao dos equipamentos 5.3.1 — Manutengio mecinica .. 5.3.2 — Manutengao corretiva e manutengdo preventiva 5.3.3 ~ Oficinas de manutenao ... 5.3.4 ~ Almoxarifado e estoque de pegas para Fepsisio 5.3.5 = Manuais técnicos 7 5.4 — Lubrificacao dos Equipamentos. 5.4.1 - Lubrificantes ... 5.4.2 — Caracteristicas dos éleos lubrificantes 5.43-Aditivos 5.4.4 = Classificagae dos leo “Tubrificantes ~ 5.4.4.1 — Classificagdo API (American Petroleum Institute) 5.4.4.2 — Oleos para engrenagens .. 5.4.4.3 = Gleos de multiviscosidade 5.4.4.4 = Classificacdo S.A. (“Society of Automotive Eng Graxas lubrificantes . 5.4.5 ~ Pritica de lubrificagio-dos equipamentos de terraplenagem .... 5.4.5.1 — Instrugées gerais . 5.4.5.2 ~ Plano de lubrificacso 5.4.5.3 ~ Abastecimento de ‘combustivel.. Referancias Bibliogrsficas a a 312 313 313 2318 .. 320 321 74) 322 322 325 326 326 226 327 327 328 329 329 331 332 woe 333, CAPITULO 6 — ESTUDO ECONOMICO DOS EQUIPAMENTOS DE TERRAPLENAGEM 6.1 ~ Estimativa do Custo Hordrio.de um Equipamento .. 6.1.1 ~-Custos de propriedade 6.1.1.1 — Depreciagao ... 6.1.1.2 - Vida dil provavel 6.1.1.3. = Métodos empregados no calculo da depreciagao ....... 6.1.1.4 — A depreciacao nos regimes de economia inflacionaria 6.1.1.5 —Juros do investimento 6.1.2 ~ Custos de operagio 6.1.2.1 ~ Combustiveis .. 6.1.2.2 = Lubrificantes ... 6.1.2.3 = Graxa lubrificante .. 6.1.2.4 — Filtros 6.1.2.5 — Mao-de-obra e leis saciai 6.1.2.6 = Pneus @ parte rodante:.... 6.1.3 = Manutengao mecanics 6.1.4 — Beneficio e despesas indiretas (BDI) 6.1.3 — Custo da hora trabalhada e da hora impredutiva 6.1.6 — Critério para a decisaa da compra ou locagao de um equipamento.. 6.1.7 ~Renovacio de frotas.ou substituicao de equipamentos. 336 336 337 351 352 352 353 354 354 354 355 356 357 360 361 13 SUMARIO Bt 6.2 — Custo Unitdrio dos Servigos de Terraplenagerm ... 6.2.1 ~ Determinagio do custo do momento de transporte para distincias longas (d 21 km), ‘com caminhio basculante (m/km) 6.2.2 ~ Determinagie do custo do momento de transporte para (d.< 100-dam) = Com *matoscraper” — m? . dam Referéncias Bibliograficas Capiruto 7 — TeRRAPLENAGEM NAO-CONVENCIONAL Wi 7.1 ~ Equipamentos Escavo-elevadores 7.1.1 ~-Generalidades .. saater: 7.1,2 - Produco dos equipamentos escavo-clevadores 7.1.3 — Escavadeiras rotativas 7.1.4 ~ Experigncia com escavorelevacores Referéncias Bibliograficas ...... ApENICES a nsemesnenrnenn 28 parte - Escavacao pe RocHa CapPituLo 8 — EQUIPAMENTOS DE PERFURACAO IM B.1 —ClassificacSo das Perfuratrizes 8.1.1 ~ Perfuratrizes percussivas 8.1.1.1 - Funcionamento das perfuratrizes percussivas 8.1.1.2 = Sistema de percussio 8.1.1.3 — Dindmniea do sistema de percussao 8.1.1.4 - Sistema de rotagée 8.1.1.5 - Sistema de limpeza 6.1.2 - Perfuratrizes rotativas 8.1.3 — Perfuratrizes percussivo-rotativas 8.1.4 = Perfuratrizes de furo-abaixo (OTH! 8 6.2 ~ Avancos 8.2.1 = Avango pneumtico 8.2.2 ~ Avango de comente 8.2.3 - Avango de parafuso.... 8.2.4 ~ Avangos utilizados .... mi 8.3 — Locomogio das Perfuratrizes 8.3.1 ~ Locomogao manual 8.3.2 - Locomoga tracionada 8.3.3 - Lecomogao prépria mt 6.4 — Associacio de Perfurat 8.4.1 - Periuratrizes many 8.4.2 = *Bencher” 8.4.3 ~ "Wagon-dri 8.4.4 - Perturatrizes sobre trator... ‘Avanco-e Locomarao 14 Manual Pratica de Escavacso Generalidades ll 1.1 — Nocées Gerais 1.1.1 - Introdugao 4 terraplenagem De forma genérica pode-se definir terraplenagem ou movimento de teras como @ conjunto de opera Ges necessdrias & remagio do excesso de terra para lacais ande esta esteja em falta, tendo em vista um determinade projeto a ser implantado. Assim, 2 consirugio de uma estrada de rodagem, ferrevia ou aeroporto, a edificagdo de uma fabrica ou usina hidrelétrica, ou mesme de um conjunto residencial exigem a execucdo de servigos de terraplenagem prévios, regularizando-o terreno natural, em obediéncia ao projeto que se desoja implantar. Pode-se afirmar, portanto, que todas as abras de Engenharia Civil de grande ou pequeno porte exigem trabalhas prévios de movimentagao de terras. Por essa razio a terraplenagem teve © enorme desenvalvimento verificada no século XX. 1.1.2 = Histérico Cabe notar, entretanto, que a realizagao de obras de terra em larga escala nfo € privilégio desta época, pois ha muitos séculos elas vém send executadas pelo homem: Na Antigilidade os egipcias e babilnias realizaram feitos notdveis nesse campo, como, por exemplo, os canais de irrigagao as margens dos rios Nilo e Eulrates. A construgo das pirdimides, embora a sua motivagio no forse econdmica, mas religiosa, ndo deixa de constituir magnifico exemplo de escavagao € transporte de milhares de metros ctibicos de racha. Mais tarde, 08 romanos que, sem davida, foram os grandes engenheiros da Antigiidade realizaram grandes servigas de terra, necessérios 8 construgéo de suas estradas € aquedutes. Esses trabalhos eram executados manualmente ou cam o auxilio de animais que carregavam ou rebocavam instrumentos rudimentares, Esse quadro nie se modificoy até meados de século XIX, pois o instrumento utilizado era, ainda, a chamada “pi-de-cavalo” (“horse-drawn scraper"), constituida de uma cacgamba dotada de limina de corte, a qual, rebocada por tragao animal, escavava ¢ transportava © material. Com © adventa da maquina a vapor surgiram as primeiras tentativas de utilizé-la em equipamentos de terraplenagem, a partir da segunda metade do XIX, sendo que no seu final ja existiam escavadeiras providas de “shovel”, montadas em vagées ¢ usadas na construgie ferrovidria, a © desenvolvimento dos motores a combustio interna, acasionando a redugda do seu tamanho fisico, permitiu novas aplicagdes, No inicia do século XX, Holt-¢ Best langam 9 trator de esteiras, provido-de motor diesel, ao qual, desde logo, foi adaptada a ldmina, iniciando-se, desta maneira, a concepgao e fabricacio dos equipamentos de terraplenagem madernas. Nas décadas de 1920 e 1930, um inovador, R. G. Le Tomeau, criou o primeino “seraper” propelid, rebocado por trator, Em 1936 € introduzido o primeiro “motescraper, isto 6, 0“ denominagio comercial, até hoje conhecida, de “tournapull” craper” autopropelide © que recebeu a A partirdessa data é de todas conhecido o ripide-desenvalvimente dos equipamentos de terraplenagem, apresentande méaquinas cada vez mais eficientes sob 0 aspecto mecinico, de que resultou @ aumento extraardinario de sua produtividade. 1.1.3 — Terraplenagem manual Aié o aparecimenta dos equipamentos mecanizados e mesmo depois, a movimentagio das terras era {eita pelo homem, utilizando ferramentas tradicionais: pa e picareta para 0 Corte, carrocas ou vagonetas OM tra¢do animal para o transporte. Dado 0 seu pequeno rendimento, a terraplenagem manual dependia, sobretudo, da mao-de-obra abun- dante e barata, fator que © desenvolvimento tecnalégico ¢ sacial foi tornande cada ver mais escasso e, por conseqiiéncia, mais oneroso. 22 anus Frito ae Famsto Par ce ter uma idéia, na execuge bragal do: movimento de terra, com produgde de 50 n/n de escavagde, seriam utilizados pelo menos 100 homens. Em comparaco, uma escavadeira, operada apenas por um ho- mem, execula a mesma larefa, o que demonstra Claramente as transformagbes ocasionadas pela mecanizagao. Todavia, nlio pense que a terraplenagem manual conduzitia & exeessiva lentidao dos trabalhos. Desde que a mao-de-obra fosse numerosa, 0s prazos para a movimentacaa de terras em grandes volumes eram se comparades com os atuais Rego Chaves, em seu livro “Terraplenagem Mecanizada’, mostra 0 exemplo de ferrovias construidas nes Estados Unides, com milhdes de metros cabicos escavados © movidos em prazos relativamente cunos, dispondo-se, porém, de mo-de-obra abundante € de baixo custo. Com suficiente organizagan para resolver 0s sérios problemas de recrutamento, administragao, alaja- mento e subsisténcia dos trabalhadores, a terraplenagem manual apresentava rendimento capaz de causar admiragio, ainda nos dias atuais. 1.1.4 ~ Terraplenagem mecanizada Entetanto, o aparecimento dos equipamentos mecanizados, surgidas em conseqiéncia do desenvolvimento secnol6gico (de que resulkava mio-de-obra cada ver mais cara), em razo de sua alta produtividade, tomava ‘competitive o prego do movimento de terras, apesar do clevada custo de aquisicao dessas maquinas. 14 ficou patenteada, através do exemple citado, a natével economia de mio-de-obra introduzida pela secanizacSo, 0 que vinha de encontro 3 escassez cade vez maior do vabalhador bragal. Resumindo, pode-se entender que a mecanizacdo surgiu em conseqiéncia de: scassex e encarecimento da mio-de-obra causados, sobretudo, pela industrializaao; malta eficiéncia mecanica dos equipamentos, traduzindo-se em grande produtividade, a qual -conduzia a precas mais baixos, se comparades com os obtidos manualinente, especialmente ‘em virtude da redugio de mio-de-obra 1.1.5 - Caracteristicas da terraplenagem mecanizada Assim, @ mecanizagao caracteriza-se por: a) requerer grandes investimentos em equipamentas de a 1a custo; b) servicos racionalmente planejades e executadas, o que sé pode ser conseguide através de empresas de alto padrio de eficiéneia; ¢} reduzir substancialmente a mfo-de-obra empregada, mas, por outro lado, provacando a es- pecializa¢3o profissional ¢, conseqiientemente, melhor remunerac3o: @) permitir a movimentagaa de grandes volumes de terra em prazos cures, gracas a eficién de operagae-e, sabretudo, pela grande velocidade no transporte, o que leva a precos unitérios ‘extremamente baixos apesar do custo elevado do equipamento, Para se ter uma idéia da influéncia do aumento da produtividade no custo da terraplenagem, apesar da elevacao subs- tancial ocorrida no valor de aquisigao dos equipamentos, praticamente ndo houve acréscimo nos pregos de movimento de terra, nos Estados Unidos, no periodo de 1930 a 1960 Generalidades 23 1.1.6 — Operacdes basicas da terraplenagem. Ciclo de operacao Examinando-se a execugiio de quaisquer servigos de terraplenagem, pode-se distinguir quatro opera- Ses basicas que ocorrem em seqiiéncia ou, as vezes, com simultaneidade: @ escavagao; = carga do material escavado; m transporte: m descarga e espalhamento. Essas operacdes podem ser feitas pela mesma maquina ou por equipamentos diversos. Exemplificando, um trator de esteiras, provido de lamina, executa sozinho todas as operag6es a indicadas, senda que as trés primeiras com simultancidade. Um canjunte de trator com “scraper” as executa, também, sem auxilio de outro equipamento, sendo que as duas primeiras so simultineas ¢ as dltimas vém em seqiiéncia. Jd as maquinas escavocarregadoras executam as. duas operagées iniciais em seqiéncia ¢ as duas diltimas sao feitas com equipamentos diferentes (caminhdes, vagoes etc.) ‘A escavagao é @ proceso empregada para romper a compacidade do solo em seu estado natural, através do emprego de ferramentas contantes, como a faca da lamina au os dentes da cagamba de uma carregadeira, desagregando-o e tomando possivel © seu manuseio. ‘A carga consiste no enchimento da cagamba, ou no actimulo diante da lamina, do material que j& softeu © processo de desagregag’o, ou seja, que ja {oi escavado € o transporte na movimentagdo da terra do local em que é escavada para onde sera colocada em definitive. Distinguimos © transporte com carga, quando © equipamenta estd carregado, isto é, a cagamba est ocupada em sua totalidade pelo material escavade, de transporte vazio, fase em que a méiquina jé retorna ao local de escavagao sem a carga de terra. A descarga e€ 0 espalhamento constituem a execugio do aterro propriamente dito, Quando as. especificagées determinam a obtengae de certo grau de compactagao no aterro haverd, ainda, a opera- 40 final de adensamento do solo até os indices minimas estabelecides, Hi em certos casos, quando 0 solo a escavar for muito compacto, a necessidade de tratamento prévio, a fim de romper a resisténcia opasta 20 desmonte pelo salo, como no caso da escarificagao. As quatro operagdes baisicas repetem-se através do tempo, constituindo, portanto, um trabalho ciclico © seu Conjunto denomina-se ciclo de operagio. Como veremes, a determinagao do tempo do ciclo de operagio permitiré o estudo da estimativa da produgao de um equipamento de terraplenagem. 24 Manual Prético de Escavagio @§ 1.2 - Estudo dos Materiais de Superficie 1.2.1 — Generalidades Para 0 estudo da terraplenagem sera necessario conhecimento de algumas caracteristicas dos soles que sém grande influéncia no seu comportamento ao ser escavadoe, posteriormente, ao ser novamente adensado. Por outro lado, dada a imensa diversidade de solos existentes nas camadas superficiais, é preciso agrups- los em classificaces préprias da terraplenagem, para permitir a remuneracae dos servicos. Dentre as caract s mais importantes examinaremos a expansio volumétrica, ou empolamento, € ‘© adensamento ou compactagao dos solos, lembrando-se de alguns principios elementares da Mecan ca dos Solos. 1.2.2 — Terminologia de rochas - TB-3 (ABNT) Convém recordar & definir os termos téenicos relativos aos engenharia das obras de terra, conforme a Terminologia Bras! ateriais da crosta terrestre para fins de ra TB-3, De modo geral, os mat is de superficie classificam-se em: a) Rechas ~ materiais constituintes essenciais da crosta terrestre provenientes da solidificagao do magma ou de lavas vulcdnicas ou da consolidacdo de depésitos sedimentares, tendo ou ndo sofrido transformagGes metamérficas. Fsses materiais apresentam elevada resisténcia somente madificdvel por contatos com o ar ou a Agua em casos muito especiais; b) Solos — materiais constituintes especiais da crosta terrestre provenientes da decompasigio in silu das rochas pelos diversos agentes geolégicos, ou pela sedimentacdo nia consolidada dos grdios elementares constituintes das rochas, com adicio eventual de particulas fibrosas de material carbonoso ¢ matéria organica coloidal. Terminologia das rochas Tratando-se de ocorméncias de rachas de dimensOes limitadas, serdo empregados os seguintes termos: a.1) Bloco de rocha — pedaco isolado de rocha com didmetro médio superior a 1 m; 4.2) Matacae ~ pedaco de rocha com didmetro médio superior a 25 cm e inferior a 1m; 2.3) Pedra - pedaco de rocha com didmetro médio compreendido entre 7,6 em e 25 em. Rocha alterada — ¢ a que apresenta, pelo exame macrosc6pico ou micrascépico, indicios de alterac3o de um ou varios de seus elementos mineralégicos constituintes, tendo geralmente diminuidas as carac- seristicas originais de resisténcia, Para efeito da presente terminologia, os solos Classificam-se em: b.1) Pedregulho ~ solos cujas propriedades dominanies sio-devidas A sua parte constitufda pelos gros minerais de didimetros superiores a 4,8 mm e inferiores a 76 mm: 6.2) Areia - sols cujas propriedades dominantes sdo devidas a sua parte constituida pelos mi- nerais de diametros maximos superiores a 0,05 mm e inferiores a 4,8 mm; Generalidades 25 6.3) Silte — solo que apresenta apenas a coesio para formar, quando seco, torrdes facilmente desagregaveis pela pressiio dos dedos; suas propriedades dominantes sio devidas & parte geralmente constituida pelos graos de diimetros maximos superiores a 0,005 mm ¢ inferi= ores a 0,05 mm; b.4) Argila — solo que apresenta caracteristicas marcantes de plasticidade; quando st mente Gmido, molda-se facilmente em diferentes formas; quando seco apresenta coesio bastante para canstituir torrdcs dificilmente desagregaveis por presso dos dedos; suas pro- priedades dominantes sio devidas & parte constituida pelos gras de didimettos méximos res a 0,005 mm; infer b.5) Os solas em que nao se verifiquem nitidamente as predominancias de propriedades anteri- ormente referidas serio designados pelo nome do tipo de solo, cujas propriédades sejam mais acentuadas, seguido de adjetivos correspondentes aos que 0 completam. Por exem- plo: argila arenosa, argjla silto-arenosa, sillo-argilosa etc.; b.6) Solos com matéria orginica = caso um dos tipos anteriores apresente tear apreciivel de matétia organica, ser anotada sua presenca. Exemplo: argila arenosa com matéria organica; b.?) Turfas — solos com grandes porcentagens de particulas filnosas de material carbonoso a0 lado de matéria organica do estado coloidal; das rochas in situ pelos diversos dade e consisténcia ou el, a rocha de origem:; b.8) Alteragio de rocha ~ ¢ o solo proveniente da desagrega agentes geolégicos. Sera descrito pela respectiva textura, plast compacidade, sendo indicados ainda © grau de alteragio &, $2 pos b.9} Solos superficiais ~ a zona abaixo da superficie do terreno natural, igualmente constituida de mistura de areias, argilas e matéria organica exposta & ago dos fatores climédticos e de agentes de origem vegetal ¢ animal, serd designada simplesmente como solo superficial. 1.2.3 - Critério para classificagado dos materiais Os materiais existentes ma crosta terrestre © que sdo escavados, transportados e compactados durante a execugdo da terraplenagem apresentam-se sob os mais diversos aspectos, quer quanto & sua natureza, consisténcia, constituigao, quer quanto ao processo de formacio. s, tendo em vista a terraplenagem, constata-se que nenhum vistas anterior. Na tentativa de classificacdio dos mater auxilio pode ser obtide através das classificacdes geolégica ou da Mecdnica dos Solos, mente, pois estas os estudam sob ponto de vista diferente, © principal critério que intervém na classificacso dos materiais de superficie, no que conceme a esca- vacio, € a maior ou menor dificuldade ou resisténcia que oferecem ao desmonte, seja efe manual ou mecanizado, A classificagao geoldgica ndo se aplica neste caso, pois nao hé correspondéncia enire ela e a dificuldade ao desmonte. Sabe-se que uma rocha, bem caracterizada geologicamente, pode se apresentar em diferentes graus de compacidace, tendo em conta seu estado de alleracio, provocado por diversos agentes naturais {intemperismo}, reduzindo as suas caracteristicas originais de resisténcia mecanica 26 Manual Pratica de Eseavagao Assen uma rocha classificada sob o ponto de vista geolégico poderd apresentar diferentes resistencias a= desmonte, segundo o grau de alteragio que jé sofreu. Ainda que conserve bem nitida a estrutura da sacho-mater, a sua resisténcia mecdnica poderé ser bastante reduzida, devido & alteraco sofrida pelos sess elementos mineralégicos constituintes. Feranto, sob o ponto de vista da terraplenagem, a rocha classificada numa tinica categoria gealégica pade- = spresentar diferentes graus de compacidade ¢ sofreria © desmonte com maior ou menor diliculdade: & meme observagao pode ser feita com relagao as classificagdes da Mecanica dos Solos, pois um solo seu estado natural (V,) ¢ conseqiientemente, com a massa especifica solta (y,) correspondente a0 ‘=sterial solte, obviamente menor de que a massa especifica natural (y,) Assim temos: Y, < Y,y pois, V,> Var Choms-se fator de empolamento @, & relacao o=teel mes. 7, = ©, pela definicao de massa especifica e, ¥, = 5= ot mn Generalidades 33 Dp e Viz or ga pelo volume medido no corte €, portante, com a massa Como a terraplenagem, em geral, é inse o volume a seu estado natural, ou seja, no corte (VJ. especifica natural, convém, sempre, fel Vere Vs Chama-se porcentagem de empolamento (f) a relagao: 1 fm) =| 21/4 ove[ foe Os solos naturais apresentam expanstes volumétricas diferentes, gerando diversos valores de @, ¢ . De mode geral, quanto maior as porcentagens de finos (argila e silte), maior sera essa expansdo. Ao contrario, os solos arenosos, com pequenas porcentagens de finos, sofrem pequeno empolamente (Ver Tabelal. Tabela 1.1 Solos argilosos [ort Terra comam seca (solos argilo-siliosos com areial 2 [0,80 Terra comum amiga 25 [0.80 Solo arenose seco 12. 0,89 Exempto: 1) Um caminhao basculante, que transporta material solto, tem capacidade de 5 m?. A que volume correspondera no corte, esse volume solte, sabendo-se que @, = 0,80? Ve=o Vs 0,80 x 5 = 4 m? (no corte), 2) Acagamba de uma escavadeira tem 1 jarda cabica de capacidade rasa, medida no corte. Qual a sua capacidade em volume solto, sabendo-se que f = 32%? ole ) 20 34 Manual Pratico de Escavagao a 0,76 132 076m? m°(solto) 1.2.6 - Reducdo volumétrica dos solos ou compactagio ‘Os solos soltos, se trabalhados com equipamentos espectais (roles compactadores}, sofrem elevada Gminuicao de volume, au compactagao, causada pela aproximagao dos graos, devida & reducdo do wolume de vazios. Podemos definir a massa especifica compactada ogy, Pela relagio Yomp=Yoy = teremos, em geral, Mesa > Yr, pois Veomp a, Pera m constante, teremos: = yn = Vs = Temp Veame th. View My eee. Ve Ve Veonp = 1° 2M, Veomp = Px Va Va = OM, Em sazio da diversidade dos solos e das diferentes energias de compactacdo empregadas, € bastante Sci estimarse a 10laGIO Veomp ? Vey Tedavia, para a terra comum (solo argilo-siltaso, com areia) pode-se admitir uma redugdo volumétrica Ge 5% a 15%, em relacao ao volume no estado natural. Essa relacio 6 importante quando a terraplenagem for paga em volume medido no aterro como, por exemplo, no caso dé barragens de terra. Exemplo: Determinar qual o volume de terra medido no corte a ser escavado para a execugio de 1 m? de uma barragem de terra, supondo-se uma reducio volumétrica de 10%. Generalidades 35 ‘Qual o volume solto que deverd ser transportado na execucao, supondo-se p, = 0.80% ®» Logo, para a execugao de 1m) no aterra sera necessdrio transportar 1,39 m? de mater fos caminhdes, € que corresponde a 1,11 m no corte. | salto, medido 1.2.6.1 = Fundamentos teéricos da compactagaio Os solos, para que possam ser utilizados nos aterros das obras de terraplenagem, devem preencher certos requisites, ou seja, certas propriedades que melhoram © seu comportamento técnico, transfor mando-os em verdadeiro material de construgao. Esse objetivo € atingido de maneira rapida e econd- mica através das operagées de compactagao. Essas propriedades visam principalmente: ® aumento da resisténcia de ruptura dos solos, sob a acao de cargas externas; m reducdo de possiveis variagbes volumétricas, quer pela ado de cargas, quer pela acao da dgua que, eventualmente, percole pela sua massa; mt impermeabilizagao dos solos, pela redugae do cocficiente de permeabilidade, resultante do menor volume de vazios. Pela equacio de Coulomb t = ¢ + 6, 1g @, sabemos que a resisténcia A ruptura por cisalhamento de um solo depende da coesao & do atrito interno, sendo que estes, por sua vez, dependem da teor de umidade e do volume de vazios. Através da Mecanica dos Solos sabemos que a parcela referente 3 coesio é resultante, no caso das argilas, de forgas internas de natureza elétrica, geradas entre as particulas, de modo que a sua aproxi €40, conseqléncia da compactagao, ou seja, de um menor volume de vazios, tende a aumenté-la, Por outro lado, diminui com o aumento do tear de umidade que, por sua vez, pela maior presenca de Agua nos intersticios, tende a diminuir as forgas de natureza elétrica. Jd o aumento do atrito intemo dependerd do atrito gerado entre as particulas e do scu entrosamento, de forma que é facil entender que a aproximagio dos griios ¢ @ seu melhor arranjo sio resultantes de um baixo volume de vazios e de um teor de umidade adequado, que nao cause o distanciamento entre elas. 36 Manual Pritico de Escavagio As variagées de volume possiveis, isto é, expansdes ou contragées, dependem diretamente do teor de umidade inicial. Se executarmos 0 aterro com material muito Gimido, haverd mais tarde a possibilicade de grande perda de gua por evaporagio, favorecendo a contragdo que se manifesta através de trincas, fissuras etc. JS 20 contrario, com solo muito seco, haverd grande probabi te inchamento. idade de absorgao de Agua e 0 conseqtien- A impermeabilizago do solo do aterro, dependendo do seu Coeficiente de permeabilidade, diminui indiretamente com o volume de vazios, isto 6, quanto maior a reducao deste, menor a permeabilidade. A vista do exposto, denomina-se compactagao de um solo aos processes manuais ou mecSnicos que visem principalmente 3 redugio do volume de vazios. Resulta daf o aumento da resisténcia 4 ruptura pela elevacao do atrito intemo entre as particulas e a nuigiio das variagées de volume, através do melhor entrosamento entre elas. Em resumo, através da compactacao de um solo, obtém-se: a) maior aproximagao ¢ entrosamento das particulas, ocasionande aumento da coesio e do atrito interno ¢, em conseqliéncia, da resisténcia ao cisalhamento; b) através do aumento desta Gitima, iré se obter a maior capacidade de suporte; } com a redugdo do volume de vazios, a capacidade de absorgdo de gua e a possibilidade de haver percalacao diminuem substancialmente, tornando o solo mais estavel. (Com estas considerages fica patente que dois fatores sao fundamentais na compactagao: & oteor de umidade do sol = @ energia empregada na aproximaco dos gros e que se denomina energia de compaciagio. ‘Qengenheiro americano Practor, em 1933, foi o primeiro a estabelecer a correlagao entre os parametros que influem decisivamente na redugao de volume de vazins, ou seja, no aumento da massa especitica, Proctor verificou que na mistura de terra com maiores quantidades de dgua, quando compactada, a ssssa especifica aparente aumentava, porque a 4gua, de certa forma, funcionava como lubrificante, aproximando as particulas, permitindo. melhor entrosamento e, por fim, ocasionando a redugao do. wolume de vazins. Nom certo ponto, atingia-se a massa especifica maxima a partir da qual, ainda que se adicionasse mais Squ2, 0 volume de vazios aumentava, A.cxplicagdo desse fato reside em que as quantidades adicionais de dgua, ap6s o ponto citado, em vez Se ‘acilitarem a aproximagao das gros, fazem com que estes se afastem, aumentando novamente 0 wolume de vazios ¢ causando 0 decréscimo das massas especificas correspondentes. Generalidades 37 Curva de compactagio Assim, a um determinado teor de umidade, denominado “umidade étima”, corresponderd uma massa. especifica maxima. =f th A curva, obtida come descrito, ¢ a chamada curva de compactagao ou curva de Proctor Ycy (Figura 1.2), ‘Cada solo possui sua propria curva de compactacao, que € caracteristica do material. Para o seu tragado ‘€ conveniente determinar pelo menos cinco pontas, de maneira que dois deles se encontrem no ramo seco (parte esquerda da curva), um préximo da densidade maxima c os restantes no ramo timido. Adota-se, na pritica, a massa especifica aparente seca em relagdo ao teor de umidade expresso em porcentagem, obtendo-se: te Oo Yauco = Te TOQ Yoaco = Massa especifica aparente seca Yh, = Massa especifica da amostra timida h = teor de umidade Curva de saturacao Representa a massa especifica do solo quando saturado, ou seja, quando todes os vazios foram preen- chidos pela agua e todo 0 ar, expulso. Esta curva se mantém a uma distncia constante da curva de Proctor ne seu ramo imide. Yoco = ITs. (massa especifica aparente seca) 3 ~ “Y= (massa especifica absoluta dos gros) hs h = teor de umidade Myscx = Massa seca da amosira do solo ¥, = volume total da amastra do solo V4. = volume das particulas sélidas 2 curva de saturagao sera expressa por: het 8 38 Manual Pratico de Escavacao ta C.8.R apos saturacae Inchamento Inchemante Massa especifica (egerm) Curva de compactagéo hy hy Ba Da bh, Year de umidade h (25) Figera 1.2 - Curvas de compactacio Resisténcia do solo e curva de estabilidade © curva de estabilidade de um solo consiste na resisténcia por ele oferccida & penetragde de barra metilica, de peso e drea da secgie transversal padronizados, quando submetido a certa carga vertical, © cujo aspecto ¢ indicado na Figura 1.2, a0 variarse 0 tear de umidade. A = capacidade de suporte do solo, sab aco de certa pressdo vertical. st8ncia representara, pois, Aperentemente, considerando-se a curva de compactagao e a de estabilidade, seria convenien compactar o solo com a teor de umidade hy < ho, pois t ia r, bastante elevada, o qve € conveniente sob 0 aspecto da capacidade de suporte do solo (Figura 1.2}. Todavia, fica também claro que haveré um grande volume de vazios, pois a massa especifica apenas 28ingird o valor 7,. Generalidades 39 Na época de chuva, a gua, quase o saturando, iria penetrar nos vazios do sale, aumentando o teor de umidade para h,, mas a resistencia & penetragio decresceria a um valor F, muito baixo, ¢ 0 solo perde- tia a sua capacidade de suporte. Se, porém, compactarmos © solo com a umidade hy, proxima da étima, nao atingiremos um valor de resistencia muito alto e, ainda que haja condigées para a saturacao do solo, aleancando-se 0 teor da umidade h,, no haverd queda sensivel da resisténcia e a solo ainda tera razodvel capacidade de suporte. Conclui-se, portanta, que o solo compactado a umidade étima e com a massa especifica aparente seca maxima (volume de vazios minime) apresenta estabilidade aprecidvel, ainda que sob con saluragdo, 0 que nio acontece nos outros casos. Par isso, é necessairio compactar os aterros na umidade Stima, a fim de manté-los estéveis na estacaia chuvosa. Como principio fundamental os solos devem ser compactados de maneira a se conseguir a massa espe- cifica aparente maxima obtida com a umidade 6tima, que nao thes confere maior resisténcia, mas sim maior estabilidade, sob qualquer condigdo climét ido-se © Comportamento dos valores de CBR (California Bearing Ratio) de um solo, ao wariar- mos 0 teor de umidade, verifica-se que esse compartamento vai depender se houve ou ndo saturagao prévia do corpo de prova. A curva do CBR moldado (sem saturagao) acompanha de certa forma a curva de estabilidade, pois 0 CBR 6 um processo particular de medida da resistencia do solo. Todavia, a curva corespondente do CBR apés a saturago (imersio em agua durante quatro dias), apresenta uma caracteristica muito semelhante & curva das umidades, isto 6, passa por um maxima bem pronunciado enquanto varia o tear da umidade, decrescendo em seguida. A explicacao desse fato reside na ocorréncia de forte inchamento (expansio volumétrica) para os teares de umidade baixos ¢ a diminuic3o pronunciada da expansia ao atingir a umidade étima e que se mantém relativamente constante para teores elevados de umidade. ‘Outra constatagao importante a ser feita é que na umidade étima o valor do CBR (saturado) atinge o seu maximo, 0 que garante a estabilidade do solo, ainda que sob condi¢ao de saturacao. Além disso, verifica-se que se um solo € muito expansivo, com grande potencial de inchamento, & preferivel compacté-lo ligeiramente acima do teor élimo de umidade, porque nessa faixa a expansio é menor € aproximadamente constante. Energia de compactagio Analisemos, agora, a influéncia da energia de compactagao nas curvas de Proctor. De modo geral, aumentando-se © esforgo empregado na compactagao obteremos uma familia de cur- vas semelhantes, porém, haverd © progressive aumento da massa especifica aparente seca e a diminui- Ga do teor dtimo de umidade, o que significa 0 deslocamento das curvas para a esquerda do grafico (Figura 1.3). ‘A curva de Proctor Normal (PN) corresponde a um ensaio em que uma amostra é compactada dentro de um cilindro, em trés camadas consecutivas, pela queda de um soquete de 2,5 kg, da altura de 0,30 m, com 25 golpes por camada 40° Manual Pratico de Escavaeao. t ‘Curva de Proctor Modificado (PM I col | ‘Curey de Proctor Normal {PND i | hee Ba PM ha PE hy PN Figura 1.3 — Influéncia da energia de compactagao- A curva de Proctor Modificado (PM) corresponde a um ensaio andlogo a0 anterior, aumentando-se, entretanto, o esforco de compactagao pelos acréscimos do peso do soquete (4,5 kg), da altura da queda 0.45 m) e com 25 golpes em cada uma das cinco camadas consecutivas. Podemos também estabelecer um esforgo de compactagao intermediario que corresponde a queda do soquete de 5 kg, da altura de 0,30 m, com 35 golpes por camada. izada no Proctor Modificado cormesponde a cerca de 4,5 vezes a do A energia de compactacao ut Proctor Normal. Entretanto, a massa especifica aparente cresce em proporgao muito exigua, quando se utiliza @ Ensaio Modificado. Para as argilas, @ valor da massa especifica aparente seca, através ensaio do Proctor Normal, oscila em tomo de 90% do valor obtido, para a mesma amostra, com o Ensaio Modificado. Para as misturas silto-argilosas e silto-arenosas essa relacSo permanece em tomo de 92 a 95%, respectivamente. Quanto aos materiais granulares, hd uma aproximagao entre os dois valores, chegando o Proctor Nor- mal a atingir até 97% do valor ebtido para 0 Ensaio Madificado, Agila [87 291% Argilas e/ site 92 a 94% Silte-arenoso [95% Granular 196 a 979% ‘Obs: Resultaddas tides em 43 tipos de soles Generalidades 41 % tegin®) Solos arenosos [A1-A2 HRB) 2100] Solo sikto-argiloso WA-AS HRB 1800] <” 4600] Solo argilosa (AS-A7 HRB) o% 1a 25% hit Figura 1.4 Influéncia do tipo de sole na campactagio Tipo do sola Além dos parametros jd citados, hd a considerar a variagiio das curvas de Proctor, tendo em vista os ‘ersos tipos de solo Variando-se a granulometria, pademos constatar que os materiais predominantemente arenosas (solos Ale A2 na classificagiio HRB) conduzem a curvas de Proctor de maior massa espectfica aparente e menor teor de umidade, Ao contririo, os solos precominantemente argilosos (A6 € A7), quando ensaiados, levam a valores mais baixos do que no. caso anterior, mas a umidade stima é bastante clevada. 3 solos silto-arenesos ¢ silta-argilosos permanecem numa zona intermedisria. Esse comportamento diverse, abservado entre os varios tipos de solos, j vem Indicar, de antemao, que 08 processos e equipamentos utilizados na sua compactag3o serao também bastante diversos. l@® 1.3 - Introducdo aos Equipamentos de Terraplenagem Para executar a movi dos empreiteiros, iacdo de terras existem os mais diversas tipos de equipamentos a disposicae Assim, sera necessdrio, inicialmente, tomar conhecimento das maquinas existentes, e das suas caracte- isticas principais, para classificd-las e, em seguida, estudar a sua aplicagdo pratica nes servicos de terraplenagem. 1.3.1 — Classificagao e terminologia de maquinas rodovidrias — P-TB-51 A Norma Brasileira da ABNT — P-TB-51 refere-se & classificagao e terminologia das méquinas rodovis- rias, em vigor desde 1968, ¢ substituinde a antiga P-NB-103/62. Compreende as Parles | I relativas aos Equipamentos e Maquinas para Terraplenagem (I) € Equipamentos e Maquinas para Compactagao {ID). 1.3.2 — Classificagio dos equipamentos Para efeito do estude dos equipamentos de terraplenagem, adotaremos a classificagae proposta por Rego Chaves em seu livro “Terraplenagem Mecanizada” (referencia bibliografica n° 16). 42 Manual Pratico de Escavacao 1) Unidades de tagao (tratores) 2) Unidades escavo-empurradoras 3) Unidades escavotransportadoras 4) Unidades escavocarregadoras 5) Unidades aplainadoras 6) Unidades de transporte 7) Unidades compactadoras 8) Unidades escavo-elevadoras 1.3.3 — Generalidades sobre as unidades de trago (tratores) A unidade de tragdo (trator é a maquina basica da terraplenagem, pois todos os equipamentos A nossa disposigao, para executé-la, sao tratores devidamente modificados ou adaptados a realizar as operacées basicas da terraplenagem. Chama.se trator a uma unidade aut6noma que executa a tragio ou empurra outras maquinas e pode receber diversos implementos destinados a diferentes tarefas, Essa unidade bisica pade ser montada sobre esteiras e pneumiticos recebendo as denominagées gené- ricas de trator de esteiras ou trator de rodas (ou de pneus), respectivamente. Essas maquinas possuem certas caracteristicas comuns que devem ser definidas: a) esforgo trator: & a forga que o trator possui na barra de trago (no caso de esteiras) ou nas rodas motrizes no caso de tratores de rodas) para executar as fungdes de rebocar ou de empurrar outros equipamentos ou implementos; b)_velocidade: € a velocidade de deslocamento da maquina que depende, sobretudo, do dispo- sitivo de montagem, sobre esteiras ou sobre rodas; <)_aderéncia: é a maior ou menor capacidade de trator de deslocar-se sobre os diversos terrenos ‘ou superficies revestidas, sem haver o patinamento da esteira (ou des pneus) sobre 0 solo (ou revestimento) que © suparta; d) flutuagao: ¢ a caracteristica que permite ao trator deslocar-se sobre terrenos de baixa capacidade de suparte, sem o afundamento excessivo da esteira, ou dos pneus, na superficie que o susté e a qualidade que deve possuir © trator, proveniente de uma boa distribu nasa e de um centro de gravidade a pequena altura do chao, dando-lhe boas condigbes de equilibrio, sob as mais variadas condicées de trabalho. A esteira do trator é constituida par placas de aco rigidas, de varios tipos e tamanhos, ligadas umas as outras, de maneira que haja articulagao entre elas, permitindo sua adaptagao ou acamodagao as irregu- laridades do terreno. Generalidades 43 Essas placas possuem na superficie em Contato com 6 terreno uma saliéncia chamada garra, que nele penetra, aumentando a aderéncia entre a esteira € a superficie de suporte. De acorde com o tamanho dessas garras haverd maior ou menor aderéncia entre as superficies, mas com maior dificuldade de manobra da maquina. A largura da esteira é bastante varidvel, dependendo do tipo, porte e utilizagao da maquina, © uso de esteiras largas permite a diminuigao da pressio exercida sobre o terreno e o deslocamento da maquina sobre solos de baixa capacidade de suporte, melhorando as caracteristicas de flutuagao. De modo geral, as esteiras exercem presses sobre © terreno portante da ordem de 0,5 a 0,8 kp/em? aproximadamente, igual a pressio exercida por um homem em pé, sobre o chao. ‘Os equipamentos de rodas, ao contrério, transmitem ao terreno presses de contato da ordem de 3 a 6 kgicm?, ada esteira implica aumento da pressio de contato, de maneira que nos terrenos fracos haveré a tendéncia ao afundamento. Nos terrenos de maior suporte, a maior pressio exerce certo adensamento sobre o solo, resultando maior resisténcia ao cisalhamento, como jd vimos, especialmente nos solos argilosos. Entretanto, nos solos nio-coesivos (areias, silte-arenosos etc.) isso-n’io cone e, a0 contrdtie, procura-se aumentar a 4rea de contato evitande © patinamento pela falta de aderéncia. 1.3.3.1 — Comparacao entre tratores de esteiras e de pneus Relativamente as caracteristicas | citadas, podemos afirmar que os tratores de esteiras apresentam ele- vado esforgo trator, conjugado com boa aderéncia sobre a terreno, © que Ihes permite rebocar ou empurrar grandes cargas sem haver o perigo de patinamento, mesmo com rampas de forte declividadk Além disso, gracas as baixas pressées de contato entre esteira ¢ terreno, eles podem deslocar-se sobre solos de baixa capacidade de suporte, devide 4 boa caracteristica de flutuaglo que possuem, permitin- do @ trabalho em locais que nenhum outro vefculo poderia faze-lo. Entretanto, a maior desvantagem do trator de esteiras é quanto & sua baixa velocidade, atingindo no maximo 10 km/h, @ que impede, por razdes econdmicas, a sua utilizacao em longas distancias. Jd 0 trator de rodas tem como principal caracterfstica a velocidade de deslocamento que pode atingir, em certos casos, de 60 a 70 km/h, o que favorece © seu use em distncias longas constitui a sua maior vantagem pela redugia do tempo de ciclo e, em conseqiiéncia, pelo aumento de produgao. Em outros aspectos, todavia, 0 trator de redas apresenta desvantagem em relacao ao de esteiras. A aderéncia entre os pneus ¢ 0s diferentes tipos de solos e revestimentos sdio sempre mais baixas do que no caso de esteiras, de maneira que surge a tendéncia ao patinamento, especialmente nos solos argilo- sos Umidos e nos arenosos, quando muito secos. Em conseqiiéncia, 0 esforgo trator disponivel no trem propulsor fica limitado pela aderéncia, restringin- do as aplicagées do trator de rodas. Além disso, como a pressio de contato entre o pneu & a superficie é elevada, resulta a tendéncia ao afundamento nos terrenos fracos, ocasionando até 0 encalhe da maquina, iudo provindo da flutuagio deficiente do trator de redas, o que implica também limitacao de suas aplicagées nas condigées citadas. 44 Manval Pratico de Escavaco Quanto ao balanceamento, os projetistas das maquinas, quer de esteiras, quer de pneus, procuram uma distribuigéo racional de massa, reduzindo, tanto quanto possivel, a altura do seu centro de gravidade, para diminuir 0 momento de tombamento, sob as mais adversas condicdes de carga e de rampa. Caracteristicas das unidades de tragao E Tratar de csteiras Trator de rodas -esforge trator elevado | elevado, limitada pela aderéncia aderéncia boa [_safrivel Tatuneao boa [regular ama _balanceamento E bom, [bom velocidade | baixa (< 10 km/h} alta (< 70 kin) 1.3.3.2 — Campo de aplicagao Os tratores de esteiras e de rodas tém os seus campos de aplicago bem distintos em razdo de suas caracteristicas diferentes. Os trabalhos que requerem esforcos tratores elevados, com rampas de grande declividade, resultante da topografia acidentada, ou quando executados em terrenos de baixa capacidade de suporte, no impor tando 0 fator velocidade, constituem o campo de aplicagao ideal para os tratores de esteiras, Quando a topografia é favordvel, isto é, as declividades das rampas nao so fortes ¢ as condicbes de suporte © aderéncia do solo sd0 boas, as maquinas de pneus sao insuperiveis, porquanto podemas utilizar a sua maior vantagem que € a velocidade elevada, significando, em dltima andlise, maior pradugao. Contudo, ultimamente, os fabricantes € projétistas de equipamentos tém introduzido certas modifica~ ges na parte mecanica, que resultam na melhoria do desempenho dos tratores de pneus quanto a aderéncia e flutuagao. Assim, podemes citar a utilizagaio de tracdo nas quatro rodas, aumento da potén- cia dos motores, diferenciais ravantes, pneuméticos revestidos com esteiras ou correntes metélicas, fatores esses que tm contribuide para sanar as deficiéncias das maquinas de pneus, no tocante & ade~ réncia ¢ flutuagae, permilinde, inclusive, a execugde de trabalhos anteriormente considerados como apropriados aos tratores de esteiras. 1.3.3.3 = Partes constituintes de um trator de esteiras Cabina do operador de trator com transmissio “Power-Shift” 1) Alavanca de servotransmissao: permite a mudanga de marchas sem a interrupgdio de torque, avante ou a ré; 2) Alavaneas de diregio: sendo acionada: lualmente interrompem o fluxo de torque respectiva- mente as esteiras esquerda e direita, permitindo o giro da méquina. 3) Acelerador manual: aumenta a admissio de combustivel e 0 ntimero de rotagdes do motor e, por tanto, a velocidade da maquina, Fica travado na posicao escolhida, mantendo a mesma aceleracao do motor. Generalidades 45 4) Desacelerador: diminui a velocidade de motor sem alterar a posigio do acelerador. 5} Centrole das posigées da Lamina. 6) Controle das posigGes ¢ da forga do escarificador, 7) Alavanca de seguranca: trava a transmissdo quando a maquina fica esta Figura 1.5 - Detalhe da cabina do trator Figura 1.6 Esquema de trator de esteiras 45 Manual Prético de Escavacio 1) Motor diesel: fornece a poténcia necessaria para a maquina vencer as resisténcias opostas 20 movie mento ¢, ainda, para rebocar ou empurrar as cargas. 2) Embreagem principal: é 0 dispositive de discos miltiplos que pade unir ou separar momentanea- mente 0 eixo do virabrequim ao da transmissao (3), permitindo que as engrenagens da caixa de cambio sejam acopladas, de acordo com as varias marchas dispaniveis e, também, a interruprao do fornecimento de torque a parte restante da transmissao. 3) Eixo de transmissio: liga a embreagem principal & caixa de cambio. 4) Caixa de cambio de velocidades: compde-se de dois cixos com vérias engrenagens que podem ser acopladas aos pares, permitindo diferentes combinagoes de forca e velocidade, conforme o coman do manual de uma alavanca, pelo operador. 5) Coroa e pinhaa: engrenagens que permitem a transmissao do torque através de dois eixos que formam um dngulo de 90°. 6) Embreagens de direcao: sio duas embreagens de discos miltiples que possibilitam a interrupcao momentanea da lransmissao do torque, simultanea ou separadamente, as engrenagens de comando final ¢, conseqlientemente, as rodas motrizes ¢ as esteiras, 7) Comando final: pares de engrenagens de reducae de velocidade de rotagao dos eixos, com 0 conse- qilente aumento do esforco trator transmitide as rodas motrizes. Além disso, permitem o rebaixa- mento da altura do eixo motriz (9) conectado as rodas motoras, em relagae ao solo, & meia altura da 8) Ver parte referente a esteira. 9) Ver parte referente a esteira. 10) Freigs: so disposi permi ‘as de frenagem aplicadas externamente ao tambor das embreagens de direcao, ndo a imobilizagao simultanea ou independente das esteiras. 11) Ver parte referente & esteira. 12) Ver parte referente a esteira, 13) Esteira ou parte rodante Generalidades 47 Figura 1.9 — Detathe da esteira 48 Manual Pritica de Escavacbo A parte rodante é constituida pela esteira propriamente dita, pelas rodas de guia e motriz, roletes eriores e superiores, “chassis” da esteira, mola tensora, elos, pinos, buchas ¢ sapatas. “Chassis” da esteira: elemento estrutural que recebe 0 peso proprio da superestrutura do trator € 6 transmite aos roletes inferiores. Roda motri: mente ditas. roda dentada que transmite © torque, proveniente da transmissio, as esteiras propria- Roda de guia; roda lisa cuja func3o 6 alinhar e dar a tensio adequada 2s esteiras, pois 0 se pode se deslocar em relagio ao “chassis” da esteira. io-se sobre a Roletes inferiores: blocos de seccao circular que giram em torno do parte superior dos elos ou “links”. u eiXO, apoian Rolete superior: tem, apenas, a fungao de suportar o peso proprio da parte superior da esteir g Elos ou “links”: pecas individuais, justapostas duas a duas, ligadas por pinos articulados, de maneira que dois elos conseculives $36 articulados, movimentando-se livremente um em relagdo a6 outro. Sapatas; placas individuais, parafusadas a dois elos, cuja fungo ¢ ¢ solo. Cada sapata poss sobre a terreno, istribuir 0 peso do trator sabre o uma saliéncia, chamada garra (103, que aumenta a aderéncia das esteiras 8) Mola-tensora: mola helicoidal que trabalha sob tensio e tem como funcio absorver os choques (iragSio ou Compressio) soiridos pela esteira, pelo afastamento ou aproximagao da reda de guia em relacao 3 roda motriz, 9) Parafuso de repulagem da mola tensora: dispositive que permite variar a tensao aplicada a esteira, aumentando-a ou diminuindo-a, conforme 6 sentido de sua rotag3o. Nas maquinas de fabricacaa. recente, a regulagem da tensao na esteira é obtida com auxilio de pistdo acionado hidraulicamente. 10) Garra. 11)Pino: elemento de secao circular e forma cilfndrica que é introduzido entre dois elas cansecutivos articulados, permitinds 0 seu mavimento relative. 12) Bucha de aco temperado: de elevada dureza que envolve 0 pino, de modo que o desgaste se produz sabre sua superficie, ao entrar em contato com os dentes da roda motriz. Novas tendéncias no projeto dos tratores de esteiras Os tratores de esteiras mais recentes apresentam, em relagdo avs mais an modificagées de projeto e fabricagio. 105 ¢ convencionais, algumas 1 - Roda motriz elevada Os modelos mais recentes, desde os tratores de pequeno porte até os mais pesados, tém apresentado a roda motriz elevada em relacao ao plano médio da esteira. Esta fica apoiada na parte superior pela roda motriz, que substitui o rolete superior. Assim, a funcao da roda motriz serd apenas impulsionar a estei As vanlagens apresentadas por essa modificacao sao vérias, entre elas: Generalidades 49 a) com as rodas motrizes separadas do “chassis” da esteira ¢ dos roletes, os comands finais ¢ as embreagens laterais de diregae ficam aliviados de todas as cargas verticais de impacto, bem como todas as cargas & choques provenientes da lamina e da barra de traci 6) as cargas fletoras existentes no “chassis” da esteira que produziam desalinhamento do eixo motriz e das engrenagens do comand final foram eliminadas; ©) 08 retentores do comando final siio mais protegidos por ficarem mais distantes dos elementos abrasives constituidos pela terra, areia ete.: d) sob 0 aspecto da manutengao meeanica do trator, a grande vantagem esté na possibilidade de alcangar-se 0 comando final sem necessidade de abrir a esteira. 2 ~ Suspensio flutuante ¢ independente dos roletes Os roletes, em grupos de quatro, slo fixades ao “chassis” da esteira independentemente e padem os em torno de pinos fixos. Cada grupo principal tem, por sua vez, dois roletes da esteira, os quais também oscilam em toro de pinos fixos, As rodas-guia dianteira e traseira sio ligadas aos grupos principais © se clevam junto com eles quando encontram obstéculos. Esse sistema permite que as sapatas se amoldem as irregularidades do terreno pela sua aco de fluluacio, reduzindo os impactas nos raletes, pinos e “chassis” da esteira. Assit 05 roletes € as sapatas esto quase sempre em contato com © terreno, melharando a aderéncia © a tragdo da maquina ¢ tornando mais suave o seu movimento. 3 1 Roda motriz 2 —Rodas de guia 3 Roletes flatuantes Figura 1.10 3 - Servotransmissio © conjunte do conversor de torque e das engrenagens planetdrias, que constituem a servotransmissao, € colacado na parte posterior do trator, tornando facil 0 acesso e a sua remogao sem haver necessidade de desmontar parte da transmissio, como acontecia nos modelos antigos. 50 Manual Pratica de Escavacao rl 4 - Modificages das esteiras As esteiras das maquinas mais recentes apresentam modificagées relevantes a fim de aumentar sua durabilidade, em face do desgaste que safrem no uso normal. a) Roletes de lub agdo permanente © cixo dos roletes fica imerso em dleo lubrificante permanente, encerrado numa cémara vedada, © que sumenta sua vida dtil pela redugdo do desgaste normal por abrasio. 5) Pinos da esteira com lubrificacdo permanente Os pinos da esteira sdo envolvides pelas buchas, protegides por uma pelicula de dleo lubrificante, prove- siente de um reservatério situado no préprio pino, 0 que, também, reduz o desgaste entre essas pecas. ©) Roda mowiz segmentada 4 roda motriz no € inteiriga como nos modelos antigos, sencio os dentes colocados em segmentos ricos @ parafusados a ela. Podem ser removides e substitufdos com facilidade no campo, sem desmontar a esteira ea roda moatriz. &) Buchas rotativas Nos tratores antigos o centato permanente entre as buchas @ os dentes da roda motriz produzia, com o <0 continuado, desgaste localizado das duas pecas. Fra necessério, apés certo nimero de horas de eperacao, 0 giro das buchas para melhor distribuir o desgaste na superficie de contato. problema foi resolvido pela introducao das buchas rotativas. Com 0 mavimento de rotagio, 0 desgaste provacado distribui-se uniformemente ao longo de sua superiicie, Essa modificagao evita o das buchas e reduz o desgaste dos dentes da roda motriz. 5 — Sistema de direcao hidrostatica Este sistema de diregao hidrostatica envia a poténcia para ambas as esteiras, sem que haja interrup¢ao para a que se move internamente numa curva. sxesse cas0, a esteira interna tem velocidade mais baixa que a externa, gracas a um sistema de engrena- gens planetarias, movidas por um motor hidrostatico, que ahsorve o diferencial de velacidades, sem que se produza o arrastamento. Os raios das curvas resultantes so reduzidos, 0 que facilita a operacao em locais de pouco espaco. ‘Come as esteiras podem mover-se em sentidos contrarios simultaneamente (contra-rotagao), 0 trator pode girar sobre si mesmo. 1.3.3.4 - Partes constituintes de um trator de pneus As fungdes desempenhadas pelo motor, embreagem, caixa de cimbio, comand mente andlogas as jd descritas para © trator de esteiras. final etc. sAo absoluta- Entretanto, surge junto 4 coroa e porque permite a rotag3o dos sem inhao (5) um sistema de engrenagens chamado de “diferencial” (6), ‘ixos motrizes em velocidades diferentes. Esse mecanismo é imprescind/vel no trator de pneus, dada a velocidade elevada que esse eqripamento pode atingir. Assim, nas curvas de pequeno raio, as velocidades das rodas interna e externa serao diver- s2s ea diferenca de rotagdes absorvida justamente pelo mecanismo do diferencial. Generalidades 51 b 1 = Motor diese! 2 — Embieagem 3 — Junta univoesal = Caixa de cambio 5 = Coroa € pinhSor 6 — Diferonciat 7 = Comanda final 8 — Reda motriz 9) — Rodas dianteiras de 10 — Volante © sistema de direcie Figura 1.11 ~ Esquema de trator de pneus de dais cixos Outro sistema que diverge totalmente do adotado nos tratores de esteiras € a diregao da maquina. Esta dada pelas duas rodas dianteiras (9), devidamente acionadas pelo volante ¢ parafuso sem-fim acoplado a0 respective eixe (10). Esta descricao corresponde aos tratores de pneus de reduzido tamanho ¢ poténcia, e que si0 usados Para rebocar outro equipamento de pequene porte como, por exemplo, 05 roles de compactacio. Ha, porém, tratores de pneus, utilizados em maquinas mais pesadas, que so bastante diferentes dos jé descritos A seguir apresentamos o esquema de um trator de pneus de duas rodas motrizes (um eixo) e que serve de rebocador a um “scraper”, s6 podendo ser utilizado acoplado a ele. {= Monor diesel 2 = Engrenagens para mudanga die alaharmento do elxo mule 2 — Conversor de tongue (Ver 133.55 4 Fhko com jumta universal 5 ~ Cana de wansmissto Figura 1.12 —Esquema de trator de pneus de um eixo 52 Manual Pratico de Escavacao- Figura 1.13 = Rebocador de pneus de um cixo 1.3.3.5 — Transmissées mecanicas e hidraulicas — Conversores de torque A transmissio de torque, produzido no eixo do virabrequim de um motor, as rodas motrizes de um equipamento pode ser feita por dois sistemas diferentes: transmissdia mecanica e transmissie hidréulica. De modo geral, uma transmissio mecdnica se caracteriza pela existéncia de elementos rigidos méveis ‘eixos e engrenagens} que se acoplam de maneira a transmitir 6 conjugado do motor aos elementos que provocam @ movimento da maquina (esteiras ou pneumiticos) Para variar a velocidade do equipamento & necessirio, em certo momento, mudar duas engrenagens que esti em contato por outras duas que possuam uma razao de “desmultiplicagao” diferente, ou seja, 2 relacdo entre 0 numero de dentes deve ser alterada. A fim de permitir 0 acoplamento das duas novas engrenagens escalhidas & necessdério. que nao haja movimento relativo entre ambas nesse instante, isto €, a transmissao do conjugade devera ser interrom- pida teremos a mudanga de velocidade sem carga. Suse transmissdes hidraulieas, gragas ao mecanismo denominado “conversor de torque”, que no possui sculo mecanico entre o eixe motiz e 0 eixo movide, mas apenas um acoplamento fluido, a mudanga d= marcha e de velocidade pedera ser feita sem que haja interrupgao no fluxe de torque desde o motor 2 roda motriz. Dav a denominagao transmissio “power-shift", que significa a mudanca de marcha ccutada com carga, ou melhor, com transmisso ininterrupta da poténcia, 2a bom entendimento do que consiste uma transmissio hidrdulica, também denominada “acoplamento =sdo", vejamos, resumidamente, a descricao sucinta de um “conversor de torque”. Generalidades 53 1 = Bomba 2~ Turbine 3 = Bstatores 4 = Eixo matriz 5 = Bixo de tranemissio 6 — Careaga 7 ~ Pallwetas da bomba © da awbina Figura 1.14 — Esquema de conversor de torque Os conversores de torque passucm alguns elementos essenciais e que participam de todos os modelos fabricados, a saber: 1) Bomba: componente do conversor que esta acoplado ao eixo do motor, recebendo 0 conjugade moiriz ou torque. 2) Turbina: parte do conversor que recebe © torque, através do acoplamento fluido, transmitinda-o aos elementos propulsores do equipamento. 9) Estatares: clementes dispostos no percurso do éleo entre a bomba e a turbina e cuja finalidade reorientar o fluxo de particulas de dlea que sai da turbina para que incida sobre as palhetas de bomba, obtendo-se, dessa forma, a multiplicacao de torque. “} Palhetas: ps ou |iminas colecadas nas superficies internas da bomba e da turbina, em forma de calice, cuja fungao é impelir o fluido viscoso (6lea) cantido na carcaga para atingir as palhetas de forma idéntica, existentes na superficie da turbina. O sistema € montado dentro de uma carcaga cheia com fluide viscoso, ou seja, leo de baixa viscosidade. © funcionamento do conversor de torque se inicia com a rotagtio da bomba ligada a0 conjugada motriz, deslocando 0 dleo no mesmo sentido da sua rotagdo. As palhetas da bomba impulsionam as Particulas (gotas) do fluido, do centro para a periferia da carcaca, ¢ fornecem a estas, pelo efeito da fora centrifuga, certa quantidade de movimento. A curvatura da carcaga vai direcionar 0 dleo para o lado em que se encontra a turbina e suas palhetas, que nada mais sio do que imagem especular da bomba. 54° Manual Pratico de Escavagio Alcancando a turbina e as palhetas, a particula transmite 8 turbina a quantidade de movimento de que pertadora, fazendo com que ela se mova no mesmo sentide. Haverd, assim, a transmissio de energia, sob forma de movimento de rotagio, de um elemento motor bomba) para um elemento acionade (turlaina) sem que haja nenhum vinculo mecanico entre elas, existinds, na verdade, um acaplamento {luido. Apds chocar-se com as palhetas da turbina, ela retora ae centro da carcaga, ainda com quantidade de energia relativamente alta, Nao havendo a ulilizacao dessa energia, ela se dissiparia sob forma de calor e a transmissao hidraulica teria baixo rendimento, Essa energia, porém, sob a forma de quantidade de movimento, pode ser seaproveitada, redirecionando-a as palhelas da bomba no mesmo sentido de sua rotagdo, através dos estatores colocados no trajeto percorrido pelas particulas no retorne da turbina & bomba. Esse inerementa de energia que as palhetas da bomba recebem sama-se & energia produzida no conju- gado motriz, resultando a multiplicagéo do torque. E essa recuperacao da energia que ocasiona 9 aumento da multiplicagao do torque produzido pelo conversor, somando-se ao torque fornecida pelo eixo motriz. © mecanisme que permite © aumento do torque, pela transferéncia e transformagéia da energia cinética das particulas (gotas) em forca para mover as palhetas da bomba, é denominada “conversor de torque”. Ao iniciarse 0 mevimento da maquina, a energia, devolvida pela turbina (parada ou com pequena rotacae) através das particulas de dleo, é grande ¢ reorientada pelos estatores 4 bomba, o que produz uma grande multiplicag3o de torque. Esse movimento é chamade “fluxo de multiplicagao”, situagao em que hé o maximo de torque e minima de velocidade. A medida que a turbina comega a girar (e a m4quina a deslocar-se}, esse fluxo de mult agao vai se reduzindo e, com © aumento da rotagao da turbina, um novo tipo de fluxo se origina, denominado “fluxo de acoplamento”. Quando a velocidade da turbina aproximar-se (ou até igualar-se) & da bemba, teremos um flux de acoplamento maximo @ um minimo fluxo de multiplicagao de torque (ou até anularse). torque na saida do conversor 20 40 60 80. 100 Sade rolagio da turbina Figura 1.15 Generalidades 55 D Entre essas situagdes extremas encontramos simultaneamente todas as combinacdes possiveis entre os fluxos de multiplicacdo de torque e os de acoplamento, variando o primeiro desde um alto valor inicial até 6 minimo, praticamente igual ao valor do torque fornecido pelo motor. O fluxo de acoplamento varia desde um valor minimo inicial até um maximo final, o que permite 0 uso de conversor de torque como elemento de acoplamento e multiplicagie de torque. Em resumo, as vantagens do conversor de torque nas aplicagdes em equipamentos so: i aumento do torque: & acoplamento fluido entre o motor ¢ a transmissao (sem vinculo mecanico); si climinagdo da embreagem; adequagao do canjugado motor ac conjugado resistente, permitindo a variagao continua entre seus valores maximo e minimo; ® eliminagao dos choques na transmissio. Estas transmissGes no sda automaticas, j4 que requerem a intervenco do operador para a mudanga de marcha, embora nao haja embreagem a ser acionada. Acessétias do “conversor de torque” a) Trava = “lock-up clutch” Em certas aplicagdes do conversor de torque hi necessidade de travar 0 conjunto, isto é, que a veloci dace da bomba e da turbina sejam iguais, transformando-se numa transmissao direta. Isto se consegue através de um disco de embreagem ligado a turbina do conversor e de um pistio ligado- 4 bomba. Quando a turbina atinge a velocidade da bomba, a pressio do dleo fax com que © pistio. fique ligado ao disco, Q conversor vai girar como um conjunto Gnico, com a velocidade do motor. Fsse dispositive 6 encontrado na transmissio de alguns tipos de “motoserapers”. b) Divisor de torque Dispositive auxiliar que permite a transmissio hidrdulica de parte da poténcia no conversor e outra Parte mecanicamente, entre o yolante do motor © 0 eixo de saida. 1380 permite dispor-se simultanea- mente de transmissio mecinica ou hidrdulica no mesmo conversor. © modelo de conversor de torque, apticado em “motoscraper” da linha Caterpillar, oferece trés opgaes de velacidade: 18) reduzida com aplicagae do conversor de torque (primeira e segunda marchas); 24) do motor ~ transmissio direta (terceira a oitava marchas); 39) acelerada ou sabremarcha (“overdrive”), com velocidades no eixo motriz de safda maior do que a velocidade de entrada do motor. 56 Manual Pratice de Escavacdo ©) Retardador (“Retarder”) Dispositive de frenagem hidrdulica usado em rampas deseendentes longas para poupar o sistema de freios normal das rodas da maquina. Consiste num Conjunto de palhetas (rotor) fixadas ao eixo da turbina, colocada em uma carcaca fechada que possui outro conjunto de palhetas em volta do eixe motriz. Retardador Nivot do 6loo Nivel de éleo | (2 CNS) | eee. 3—} 4 = Palhetas (fotos 5 — Pathetas da carcaga 6 — Entrada e saida do dleo Figura 1.16 — Detalhes do retardador Por comando do operador abre-se uma valvula que permite o enchimento da camara com éleo. O sotor, através de suas palhetas, impulsiona o leo que encontra resisténcia nas palhetas de carcaca, snitando a velocidade do equipamento nas descidas. Assim, a energia mecanica sera transformada em calor, durante a frenagem, havendo necessidade de o -o circular num dissipador de calor. © retardador ndo conseguird deter a maquina em movimento, apenas limitard a velocidade de descida Ge equipamento a uma velocidade compativel com a seguranga. Transmissdo com mudanca de marcha em carga ou com transmissdo plena de poténcia (“Pawer-Shift Transmission”) = importante a instalagdo de um conversor de torque em certos equipamentos de terraplenagem pelas sentagens que apresentam na operacdo. Por outro lado, esse conversor limitaria as aplicacées da ma- quina. no caso de necessidade de varias combinagées de forca e velocidade, como ocorre: nos equipa- sentos de transporte, “motoscrapers” ou caminhées, que encontram as mais variadas condicoes de sepa laclives ou declives) e resistencia de rolamento muito varidveis em funcao dos solos existentes. Assim, seré necessério acoplar-se ae conversor um sistema de engrenagens que permita diversas combi- nagSes de forca e velocidade, isto é, que haja varias marchas com diferentes razoes de desmultiplicagio & Esposicao do operador. Mts esse sistema de mudanga de marcha devera permitir que as trocas de velocidade (e de forca) seem feitas sem que haja a interrupcao do fluxo de torque as rodas motrizes, isto €, efetuadas sem seeromper o fluxe de poténcia transmitide, pois do contririo eliminaria as vantagens introduzidas com a utilizagdo do conversor de torque, Esse tipo de transmisso ¢ denominado “Power-Shitt” (P-S.}, 0 que significa que as mudangas de cambio So feitas com transmissio integral da poténcia e se utiliza do sistema de transmissio planetéria. Generalidades 57 Nao esta dentro do escopo deste trabalho a descrigao de uma transmissio PS, dada a complexidade sistema, mas ser possivel explicar sucintamente os principios mec&nicos que a regem. AS partes Constituintes da transmissao planetaria sdo: 1)_Engrenagem sol (1): esti acoplada rigidamente a0 eixo motriz e aciona as duas engrenagens planetiérias (2). 2) Engrenagens planetérias: giram livremente sobre os seus eixos.¢ esto em contato com a face interna da engrenagem anelar (3), movimentando-a. 3}. Engrenagem anelar: gira num senticlo ou noutro, acionada pelas planetérias. Este movimento pode ser detido através da aplicagao da embreagem (6). 4) : entrada do fluxo de poténcia, Engrenagem acionadora Engrenagem acionadora extema — movimentos interna, ~ movimentos er sentidos canirarieg ho mesmo sentido Figura 117 5 = Engrenagem sol Engrenagens planet = Engrenagem Figura 1.18 Transmissie planctéria 58 Manual Pratico de Escavacho > Suporte das planetérias: as engrenagens planetarias sio 30, dependendo do movimento das planetarias. ixadas a uma base ou suporte que giraré ou © Embreagem de acionamento: através de sistema hidraulico, as embreagens poderio ser acionadas retendo ou nao o movimento da engrenagem anelar. Fixe movido: saida do fluxo de poténcia. Samos 0 que ocorre com o sistema de planetirias, conforme a embreagem seja ou nao aplicada, para === © movimento da engrenagem anelar (Ver Figuras 1.19 ¢ 1.20). > Aembreagem nao € aplicada — Supondo que o eixo de entrada da poténcia gire no sentido indicado na figura, as engrenagens planetérias serdo acionadas ¢ vao girar em sentido aposte. Como estado renadas com a engrenagem anelar, esta sera impulsionada ne mesmo sentido do giro das plane- Sara, mas contririo ao eixo motriz, Observa-se que o suporte das planetadrias permanecera imével, im como o eixe de saida, Conclui-se, portanto, que se a embreagem nao for acionada a poténci 20 se transmite 30 eixo movido e apenas a engrenagem anelar gira liveemente. engrenagem anelarparada Fra 1:19 ‘ombreagom aplicada J orbspon nein > € (0 = exo de saida parado ¥ ”\\ embceagam nile aptcassart es 120 Generalidades 59 2) Aembreagem é aplicada— Neste caso, cessa o movimento da engrenagem anelar. O movimento do efxo de entrada transmite-se As engrenagens sol ¢ planctérias. As engrenagens planetdrias, girando sobre a Parte interna da anelar (@ o suporte das planetirias a elas ligado}, adquirem o movimento de rotagao no mesmo sentido do eixo motriz, havendo entio a transmissio da potincia do eixo motriz ao mo: lo. Pel exposto, verifica-se que embora 0 eixo motriz esteja em ambos os casos transmitindo a poténcia que as engrenagens sol ¢ planetarias estejam em rotacdo permanente, a aplicacio ou nao da embrea- gem de acionamento permitiré ou nao a transmissdo da poténcia aa ex movido. Como ja dito, esse fato ¢ que dé origem & denominacao de "Power-Shift” a esse tipo de transmissia ou, ainda, transmissio sem interrupgao da poténcia na mudanga de marcha. Fica, também, eliminada a embreagem principal existente nas tansmissdes mecdnicas convencionais Servotransmissao Num equipamento de terraplenagem em que serd necessdrio 0 movimento avante e a ré, bem como diversas combinacSes de forca e velocidade (marchas), varios conjuntos de engrenagens planetarias so usados juntamente com © conversor de torque, formando o que se denomina de servotransmissao. a a a | Marchas Embreagens | acionadas 1 marcha avante (v> * marcha avante (Vb marcha 2 16 (R 2 marcha & 6 (R) ‘neutra ipante-morto) Figura 1.21 Na configuracao esquemtica de uma servotransmissdo mostrada na figura, temos quatro conjuntos de planetarias ligadas de modo a produzir duas marchas avante e duas.3 ré, bastande para tal o acionamento de duas embreagens simultaneamente, das quatro existentes. Transmissio automatica As transmissées que mudam a relaco de desmuhtiplicagao {pela traca de engrenagens acopladas) sem agao do operador e transmitindo plena poténcia sio denominadas ‘automaticas”” Amudanga automatica efewia-se por pressao hidrdulica ou através de sinais elétrices que so proporcionais a velocidade da maquina ¢ modulada pela posi¢ao do acelerador manual Assim, estando-se em certa velocidade ¢ acelerando-se a maquina, a transmissdo seleciona automatica- mente uma marcha de maior velocidade (e menos forca), como, par exemplo, se passa da terceita para a quarta marcha, sem interferéncia clo operador. 60 Manual Pratico de Escavagso 1 = Motor diesel 2 — Conversar dhe ton 3 — Caixa de 4 Coroa © pinhso 5 = Comando final 6 = Alavanca de mudanca des marchas 7 Junta universal 6 7 ‘Figura 1.22 - Disposi¢ae da servotransmisso em trator A redugao de marchas, no sentido contrario, também se faz de forma autor menos velocidade. tica com mais forca & Acionamento hidrastatico Mi 108 equipamentos de terraplenagem que operam em baixa velocidade de deslocamento sao provi- de acionamento hidrostético, eliminando as transmissGes usuais, especialmente em escavadeiras eicraulicas. A poténcia do motor é transmitida por um divisor de transmissdo que fornece torque para as Seiras ¢ para o sistema hidrdulico, através de circuitos independentes para acionamento de outros Secanismos e para 0 préprio deslocamento da maquina. © acionamento das esteiras é independente para cada uma delas e é feito através de dois cixos de ‘ensmissio e duas bombas ligadas a dois motores hidrdulicos, Variando-se a velocidade de ratacao, s=mos velocidades varidveis continuas na parte rodante, com o maximo de 10 km/h em marcha a vante eu 2 Fé Os pares do conjunto motar-bomba funcionam como transmissao. & velocidade de deslocamento sofre variagao infinita, sendo aplicada por seletor de velocidade manual. A pesicSe central da alavanca corresponde ao neutro. (ponto-morto}. Movende a alavanca para a posicio = ante, a maquina se desloca para a frente, aumentando-se a velocidade de deslocamento & medi 2 que ela se distancia do panto neutro. O movimento & ré ¢ obtide pela aplicagie do seletor no sentido inverso. Come nos outros tipos de transmissiio automatica, com aumento au diminuig&o da resisténcia ao movi- mento e da carga, a velocidade cresce ou decresce, mantendo a poténcia préxima do maximo, dando quipamento a maior velocidade compativel com a carga: 20 Pers a frenagem basta colocar o seletor no neutro, mantendo a maquina parada mesmo em rampas Sescendentes. Ha freios de estacionamento acionados automaticamente quando o motor é d igacio cu ligado. As mudangas de ditecdo e as curvas sdo feitas com a aplicagao de velocidades diferentes as =seiras pela acao maior ou menor dos pedais (ou alavancas} de direcao, podendo-se ainda inverter sectido do seu movimento para obteremt-se curvas de pequeno raio ou até o giro sobre si propr Generalidades 61 vante 4 neutro, od a 1 = Motor 2— Embreagem 3 — Divisor de transmnissio Bomba hidra Exo de transmiseio. 6 — Transmissior eseyierds 7 —Transmigsio direita 8 — Comande final 9 Roda motiz| rgnenagens planetsriasy Figura 1.23 — Transmisso Hidrostética 1.3.4 — Descrigéo dos equipamentos 1.3.4.1 — Unidades escavo-empurradoras O trator de esteiras ou de pneus, que é a maquina basica da terraplenagem, pode receber a adaptagao de um implemento que o transforma numa unidade capaz de escavar e empurrar a terra, chamando-se, por isso, unidade escavo-empurradora. Esse implemento é denominado lamina e o equipamento passa a chamar-se trator de Limina.ou “bulldozer. Figura 1.24 - Lamina e seus componentes ‘A lamina tem sua segao transversal curva para facilitar a operag3o de desmonte & na parte inferior recche a ferramenta de corte, constituida de peca coriante, denominada faca da ldmina, nela paraiusada. Nas extre- midades, temos duas peas menores que so os cantos da |Amina. As facas e-os cantos sdo facil mente remo- viveis para substituigio, quando desgastados pela abrasio resultante da operagio de corte, ou quando so- frem fraturas pelo choque com obstéculos diversos: blocos de recha, matacées, rests de concreto ete. 62 Manual Pratic de Escavagda —_ As liminas so suportadas por bragos laterais, fixados no “chassis” da esteira, um de cada lado. © acionamente da Kimina, ou seja, a sua movimentacdo no sentido vertical, era feito, nos modelos antigos, por um sistema de guincho, polias e cabos de ago. Nos modelos modems esse acionamento foi modificade para 0 tipo hidréulico, que apresenta diversas vantagens em relagao ao anterior. 1 = Cabiae do operadoe 2 Conake de diva 3 — Motor hidrsulico da direcno hidrastitica dlferenciat 4 — Tansmissier planetiria 5 — Comando final 6 = Conjunto de frcios 7 Motor 5 ~ Radiadow 9 = Converse de torque Figura 1.25 ~ Lamina com acionamento hidrsulico © acionamento hidréulico € feite por dois pistes de duplo efeite que sustentam a Limina e so movides pela pressio fornecida por uma bomba hidrsulica de alta pressao. Uma das principais vantagens consiste no fate de que os dois pistes podem exercer um empuxe (E) sobre 0 soto, forgando a lémina ou, especialmente, a faca sobre a superficie a ser cortada, facilitando a operagio. - disso, nos materiais mais compactas e, portanto, mais diffceis de serem escavados, 0 empuxo aumenta bastante a eficiéncia da operagio de corte, resultando em aumento de produgaa. 4 Lamina reta ou fixa 6 perpendicular ao eixo longitudinal do trator (Figura 1.26) ¢ ndo pode ser angulada. m 66 permite a escavagio ¢ 0 transporte para a frente. Assim, no caso de transporte lateral, sto necessdrias duas operagéies (1) ¢ (2) Figura 1.26 = Sistema de controle hidraulico de limina ¢ escarificador Para evitar esse inconveniente foram criadas as laminas anguldveis ou “angledozer*, que podem formar Angulos diferentes de 90° com o eixo principal longitudinal do trator. 5102019 es0¢¢4.097— Figura 1.28 ~“Angledozer” A principal vantagem da lamina “angledozer” esté no fato de o trator, ao se deslocar, leva a terra lateralmente, o que facilita a escavagao ¢ 0 seu transporte, especialmente no caso de corte em meia- encosta, formando-se uma leira continua paralela a direcdo seguida pelo trator. Em alguns equipamen- tos modernos a angulagem é feita através de dois pistées hidrdulicos de duplo eteito, 64 Manual Pratico de Escavagao Lira, Figura 1.29 — Lamina angulivel Além dessa angulagem, algumas ldminas podem ser in- cfinadas lateralmente em relacio a um eixo vertical do Stor, e denominam-se laminas “tilt-dozer” ou inclinaveis. © movimento de inclinacdo & conseguide por intermédio ge dois pistes hidrdulicos, colocados lateralmente, ou al xs de parafusos adaptados nos bracos laterais que perm sem o seu alongamento ou retragdo feitos manualmente. =. ainda, um tipo de lamina especial, “tip-dozer” (tom- Eemento), que pode variar o seu Angule de ataque em selacio A superficie do solo, facilitando a escavagio em Senos compactos. Poe Gitimo, convém mencionar as iminas especiais paca Figura 1.31 - Lamina para “pusher” ==purrar os “scrapers”, duranie a operagio de carga Séo as chamadas placas para “pusher*, vulgarmente d sominadas laminas “prato”, bastante reforcadas para r Sst aos esforgos e aos choques provenientes do conta com 0 para-choque do “seraper”. 4 Caterpillar Brasil, em seu “Manual de Produgao”, era 0s principais tipos de [mina apresentados em sei produtos, mostrando as caracteristicas ¢ as vantagens « cada uma, bem como 0 campo de aplicagaa. As conside- saz5es.a seguir dio informacées para a escolha da lamina mais adequada ao trabalho que se tem em vista. Lamina “U" (Universal) Figura Lamina “U” (Universal) ~ Tem a forma aproximada de “U" aberto, sendo apropriada para a movimenta- Bo de grandes cargas a grandes distincias. A relaco da poténcia disponivel do trator e a largura da Gina (HP/m), que é baixa neste modelo, impedem a penetracao profunda da faca em materiais resisten- ses 00 corte: Ela se aplica melhor aos solos de baixa a média resisténcia ao corte e, pela sua forma, evita as perdas laterais que ocorrem com outros tipes elagdo entre a poténcia e o volume solto de material que transporta (HP/m? solto), nde sendo muito da, indica que esta lamina deve ser usada com materiais mais leves. pada com cilindros para 0 “tombamento” “tip-dozer” é utilizada nos tratores mais pesados da linha pillar, isto é, da D7 ao B11, 6 que melhora a sua capacidade de escavar em profundidade, Generalidades 65 Lamina “S” —E a lamina reta (“straight blade”), muito versatil, com dimensées menores do que a lamina “U", Pede ser usada em materiais resistentes por possuir elevada relagao HP/m, obtendo-se maiores penetragées e maiores cargas. A relacao HP/m! solta permite o seu emprego em materiais de peso especifico clevado. Um pistio hidriulico produz 0 “tombamento”, como na lamina “U", o que também facilita a escava- Gao. E utilizada em toda linha de tratores, de pequeno até os de grande porte (CAT D3 a D11) Como possui largura reduzida, equipada com a placa para “pusher”, pode ser empregada na carga dos “motoscrapers”. Lamina “A” - £ a lamina angulavel que pode ser utilizada na posigao normal (90° com o eixo) ou angulada até 25° para cada lado. € apropriada para a escavagdo em meia-encosta, abertura de estradas de servico e de valetas, reaterro etc. Na linha Caterpillar é implement usado nos modelos desde © D4 até o D8. Lamina “C” — F a lamina amortecedora (“cushion blade”), usada em tratores de grande porte para o empuxo de “motoscrapers”, sendo reforcada por um bloco (ou placa) que suporta os impactos da operagao de empurrar ("push"). Possui largura reduzida, o que evita o contato de suas exiremidades com 08 pneus traseiros do “scraper”, ocasionando Cortes ou @ perdia total dos mesmos, sendo usada nos tratores pesados utilizados para essa operacao (CAT D9). ‘Outros implementos podem ser adaptados ao trator de esteiras, como, por exemplo, o escarificador ou “ripper”, montado na sua parte tras Figura 1.33.=Trator com Limina e escarificador 66 Manual Pritico de Escavacso Consta de um ou mais dentes reforcados, providos de pontas cortantes, uttlizacas para romper os solos muito compactos, inclusive os de 24 categoria, para depois serem transportados por uma [Gmina comum. Disp6e da acdo de pisides hidrdulicos que forcam os dentes sobre o solo, aumentando a eficiéncia co implemento. Figura 1.34 — Escarifieador com acionamento hidraulico Poténcia no volante: 123 kW 169 HP, Cspaciciade Esmina angulivel A STD" 318m Langura da Liming: 4,17 m altura: 1,03 m “Pi diversas opedes de: Limi dispontveis Dimenssies > da estoira 1,88 my guera do wator 26am da maquina X19 m mento da esteita 0. soles 2.61. yentor da azar Basico. 566m ® garra 65 em 13 sobee 0 sole 0.383 m sso sabre 0 solo 0.6 kpfcm? Fgura 1.35 — Trator de limina D6 R - Série 1 — CAT Generalidades 67 Poténeia no vol Capacidade lamina angubis Ve 231 kw 310 HP. 1A arm argura do enna’ 4,94 ala: 1,17 m Hi diversas opgies de Léminas dispontvers 3 — Langa do wae eam 7 Anes da mara 346m 9 Comprimento da catia soto 321m Compimeno dotuorbisee 499m 1 Ale oe are oko dem Figura 1.36 ~Trator de limina D&T - CAT 1.3.4.2 — Unidades escavotransportadoras ‘As unidades escavotransportadoras so as que escavam, carregam e transportam materiais de consistén- ias médias. Sao representadas por dois tipos basicos: rebocado e “scraper* automotriz ou “motoscraper”. a) “Scraper” rebocado £ uma cacamba montada sobre dols elxos com pneumistices, normalmente tracionados por trator de esteiras. As operagées por ele executadas so: wm escavagio; j@ carga; transporte descarga Qs comands de acionamento so executados por pistes hidriulicos e acionados por bomba hidraulica A escavagao ¢ feita através da Kimina de corte (9), que entra em contato com 0 terreno pelo abaixamen- to da cagamba do “scraper” a0 mesmo tempo em que @ avental (7) é levantado. A carga se faz pelo arrastamento do “scraper” ¢ da lamina, a qual penetra no solo, empurrando-o para o interior do “scraper”, GR Manual Pritica de teavacss. Engate Pescoga Bracos laterals de suspensio Pistio hidiraulico de controle da cagamba Articulagio Anieuisgse dos bragoe de suspense Avental ~ monimentos dé abertura ¢ techamento Fjewor - movimentos de cjecde € retonno Limina de carte - Pistdo hidrdul acionament Figen 1.37 - “Scraper” rebocado por trator de esteiras ‘Desante o carregamento o esforco de tracio é consumido para vencer resistencias opastas ao movimen- == sis como cisalhar (cortar) a camada de solo e empurré-la para dentro da cagamba e cuja intensidade gesenderi da sua maior ou menor compacidade. Siem dessas resist@ncias hd ainda os atritos gerados pelo solo em contate com as paredes laterais e o Seedo da cacamba, externa e internamente. ‘Essesesforcos resistentes podem ser estimados de 10 a 20 vezes a resisténcia de rolamento normalmente " aieecida pelo solo (ver 1.4.1) er fim, a prépria terra que esta sendo escavada, ao penetrar na cagamba, precisa deslocar-se e empur- == © material que jf se acha dentro dela, acrescendo maiores resisténcias durante 0 carregamento do scraper” (ver Figura 1.39). ‘Gempletada a carga da cagamba, esta é levantada por pistées hidrdulicos, ao mesmo tempo em que o genta! se fecha, iniciande-se a fase do transporte. Ege 1.38 = Fixo articulado do “scraper” Generalidades 69 b Para a descarga, a cagamba & novamente abaixada sem, contudo, entrar em contato com 0 solo, ao mesmo tempo-em que-o ejetor (8) 6 acionado, deslocanda-se para a frente e ajudando a saida do material, H, coma variante nos “scrapers” de pequeno porte, a descarga pela basculagem da cagamba para a frente, expelindo o material. © giro do equipamento se faz através do eix dianteiro que 6 rigido, mas arliculade em sua parte central junto ao pescoco (2) b) “Scraper” automotriz ou “motoseraper” £.um “scraper” com um dnice eixe que se apdia sobre um rebacador de um ou dais eixos, através do pescoca, Figura 1.39 - “Motoscraper” cam “pusher” A razao dessa montagem reside no ganho de aderéncia que as rodas matrizes do trator passam a ter, em ‘conseqiléncia do aumento do peso que incide sobre elas (peso aderente). Além disso, assegura grande independéncia de movimentas entre os dais componentes do “scraper”, permitinde a execugio de curvas e manobras com facilidade. © raio de giro é de cerca de 11 me o Angulo entre os eixos dos componentes pode atingir 90°. © acionamento dos movimentos do “motoscraper" é feito por intermédio de pistes hidréulicos que permitem os movimentos de abaixar ¢ levantar o “scraper” € o giro do rebocador em relacaio a este. 70 Manual Pratico de Escavagse aictoncraper 621 G Bontncia no volante: 242 kw 330 HP Dimensies Kaescidade coranda: 15 mv 1 Largura tral 347m en 23.950 ky 6 ~ Altura isbxiona 371m ie ceed va 3190 ke B= Altura lve do sola 0:55 m Sececidade 1" marcha: 5 kaw 12 Dierancia entre rodos 7,72. Geccidade 2 marcha: 31,5 kwh 13 Comprimento total 12,02'm eer 1.40 —“Motoseraper” com rebocador de um cixo “As partes que constituem a cacamba so exalamente iguais as do “scraper” rebocado, bem como os =ovimentos do avental e do ejetor. © péra-choque traseiro destina-se a receber a Lamina do trator “pusher”, que aux se cartegamento, a fim de se conseguir uma boa carga, num tempo bastante curto, ‘9 “motoscraper” Umea caracteristica interessante do “motoscraper”, bem come de “scraper” rebacado, é a possibilidade @ se obter um aprecidvel adensamento do material gragas ao uso do avental e do ejetor. ager 1.41 — Carga do “scraper” © ejetor, no inicio da carga, se encontra na posicdo avangada préxima do avental. Ele se move para =. 3 medida que o volume de terra carregada aumenta, fazendo com que a terra seja comprimida contra a sua parede, aumentando a sua densidade de 15 a 25% a mais do que se fosse simplesmente Ieecada sobre a cacamba por uma carregadeira, & Figura 1.38 mostra 0 “motoscraper” convencional com ck 25 “scraper” propriamente dito. eixos, um relative ao rebocadar e autro, Exe tipo apresenta a vantagem de possuit uma distribuicio de cargas, melhorando o seu desempenho quento & aderéncia enve as rodas matrizes € o solo, Com maior concentragao de cargas nas rodas sotrizes diminui a derrapagem na operacdo de carregamento do “scraper” ‘Qutra vantagem é a maior facilidade de giro entre © rebocador ¢ 0 “scraper”, © que permite Angules de =e 90". Entretanto, por passuir apenas dois eixos, apresenta menor balanceamento, podendo ocorrer, == curvas fechadas feitas em alta velocidade, 0 tombamento do “scraper”. Generalidades 71 Db Figura 1.42 ~ Comandos da cabina do “motoscraper” Convém assinalar que esses tipos canvencionais de “metascraper” nao dispensam um trator de esteiras que os auxilie no momento da carregamento ~ denominads “pusher” ou empurrador —, pois, caso contrario, o “motoscraper” nae consegue autocarregar-se num tempo razodvel ¢ sofrerd o patinamenta das redas ¢ até mesmo a paralisagao do motor por falta de torque suficiente, devido as grandes resistén- cias opostas pelo corte da terra ¢ atritos gerados entre as partes do equipamento e @ solo, Para sanar essa deficiéncia das méquinas convencionais, 5 fabricantes tém procurade criar outros tipos denominados “autocarregaveis”, que, sob condigdes favoréveis, podem dispensar o “pusher” durante @ carregamento. Figura 1.43.-“Motoscraper” com motor traseiro © tragio nas quatro radas, em operacdio Um dos modelas, autocarregavel (Figura 1.43), €o “matoscraper” que possui 6 eixo traseiro (do “scraper") também provide de forca motriz, fornecida por um motor colocado na sua parte posterior, chamando- se, por isso, “twin-motoscraper”, ou seja, com motores geminados que funcionam em conjunto. 72 Manual Pratics de Escavacao Figura 1.44 - “Matoseraper” com motor traseiro com tracko nas quatro rodas Joma-se patente que, com quatro rodas motrizes, © problema de falta de aderéncia fica parcialmente corrigido e, em condicées favoraveis, consegue-se 0 aulocarregamento. ura solugdo tentada € 0 “scraper” com elevador (“elevating scraper") (Figura 1.45). Sa parte dianteira da cagamba coleca-se um elevador inelinade com palhetas, acionado por motor sietrico ou por sistema hidréulico independente. As palhetas arrastam a material escavado pela lamina, stevando-o a parte superior da cagamba e vencendo a resisténcia oferecida pela propria terra que j4 se =scontra dentro do “scraper”. Figura 1.45 — nm solos de pouca compacidade, esse equipamento consegue a carga em tempo razodvel, sem 0 au o do “pusher”, +5 alguns modelos que podem inverter o movimento do clevader no momento da descarga, auxiliando > esvaziamento da cagamba Ultimamente surgiu a combinag3o denominada “push-pull” (empurra e puxa), na qual dois motoscrapers” de motor traseiro se ajudam mutuamente na operagao de carga, sem intervengao de qualquer outra maquina. Generalidades 73 Figura 1.46 - Engate automstico © sistema consiste na colocacao de um gancho no para-choque traseiro do “scraper”, que se acopla com uma alea mével no trator, permitinde o engate © o desengate das duas maquinas, através de manobras comandadas pelos seus operadores. Assim, enquanto a maquina da frente se carrega, é auxiliada pela outra que funciona como “pusher”, fornecendo © esforgo trator adicional necessério; ¢, posteriormente, o “motoscraper” j4 carregado rebo- €a © outra ne momento do carregamento © arranjo “push-pull* (empurra & puxa) permite que dois “motoscrapers” se ajudem para um carrega- mento total sem a intervengdo de qualquer outra maquina. © arranjo € composto de uma placa amortecedora de empuxo e de uma alga na frente do trator, um gancho no bloco traseiro alongado do “scraper” e Componentes reforcacos no "chassis" do trator © no pescoco. 1.3.4.3 = Unidades escavocarregadoras Sao as que escavam e carregam © material sobre um outro equipamento que o transporta até o local da descarga, de mode que o ciclo complete da terraplenagem, campreendendo as quatro operagées basi cas, € executado por duas maquinas distintas. As maquinas assim denominadas sao representadas pelas carregadeiras escavadeiras que, embora de construgao bastante diversa, executam as mesmas operaces de escavagio e carga. 1,.3.4.3.1 — Carregadeiras Sao também denominadas pas-carregadeiras e podem ser montadas sobre esteiras ou rodas com pneu- Na terraplenagem normalmente u na parte dianteira da unidade. izamese as carregadeiras com cagamba frontal (2), isto 6, instalada Sobre um trator de esteiras convencional, apenas ligeiramente madificado, si0 adaptados dois bragos laterais de levantamento da cacamba (1), acionados por dois pistées de clevagio de duplo efeito (3), alimentados por uma bomba hidrdulica de alta pressiic que, por sua vez, é acionada por uma tomada de forga do motor. 74 Manual Prdtico de Escavacao ura até © topo de axcerto 235 m 5 = altura até topo da chaminé 2am eabine 4m aniculagio O40. So pars Wis elew mix el " 180 24 Fegura 1.47 — Carregadoira de esteiras 924 G Versio-padrio pacidade da eaamba cormada 17a24 mt altura até 0 topo da cabine 32a 0 321m 322 m 0.68 m ra at6 a cagamba com elevacao maxima stara otal -da caomba hevortadhs = alcance ma elevacio mixima © descarga & 45° = othura no. carregamenia profanaidade de eseavag nim externa do pneu Sngula te giro na arc Figura 1.48 Carregadeira de radas Generalidades 75 (@) para escavar Figura 1.49 - Posicoes da cagamba A cagamba € articulada em relagdo aos bracos e pode ocupar diversas posi¢des, comandada por dois pistées de acionamento da cacamba, Ela pode ficar na posigio de escavacao (Figura 1.48 (a) ou de carga (b)), ou em qualquer situago intermedi sendo que no corte o ajuste da posig’o é feito automaticamente, voltando ao Angulo normal de escavacdo. Assim, também na posicao de descarga, a cacamba € retida, independentemente da vontade do operador, numa posicSo preestabelecida. Isto significa maior comodidade para 6 operador, j4 que simplifica 0 comando da maquina, resultando em maior produtividade. A altura maxima atingida pela cacamba, na posig&io de carga mais alta, ¢ cerca de 3,00 m, deixanda, assim, bastante espago entre ela € 6 topo da cacamba da unidade de transporte. ‘Quanto ae carregamento das unidades de transporte, as carregadeiras & que se deslocam, movimentan- do-se entre o talude de terra ¢ @ vefculo, sendo que num ciclo completo de carga haverd dois movimen- tos @ frente e dois a ré (Figura 1,50). ane camegadeira Figura 1.50 —Ciclo de operacio das carregadeiras 76 Manual Pratico de Escavagio = Sécil perceber que a movimentacdo das carregadeiras ¢ intensa em seu trabalho, além das freqiientes -secangas de direcdo. Isto obriga a utilizacdo de sapatas das esteieas ligeiramente modificadas em rela- “@Se 4s usadas nos tratores de laminas. Pe facilitar as manobras, evitando-se o desgaste excessivo da parte rodante, as garras das sapatas sio eSminadas havendo apenas algumas saliéncias de pequena altura, para garantir um minimo de aderén- CELE ‘Fema 1.51 ~ Sapata para carregadelras TIO “As carregadeiras de esteiras, por conseguirem praticamente girar sobre si préprias sem maiores dificul- Gedes, so indicadas para operagées em locais de dimensdes limitadas. fram langadas, no mereado de equipamentos, carregadeiras de esteiras com o motor na parte poste- Ser da maquina, como jé ocorria nas carregadeiras de pneus (Figura 1.47). Exes carregadeiras apresentam algumas vantagens, entre elas: = melhor balanceamento, pois o peso do motor serve de contrapeso 4 cagamba carregada que provoca consideravel momento de tombamento; & melhor visibilidace do operador para o controle da cagamba. Essex equipamentos possuem ainda transmissio hidrostatica, que melhora as condiges de aceleragio e =senobra da maquina diminuindo o tempo de ciclo basic de carga ¢ originando maior produc. As carregadeiras montadas sobre pneus apresentam certas vantagens ¢ deficiéncias de aperacdo, se comparadas as de esteiras. ‘Como vantagem nota-se a velocidade de deslocamento da maquina, o que resulta em grande mobilida- = bem como a possibilidade de 0 equipamento se deslocar a grandes distincias pelas suas préprias, Seecas, eliminando o custo elevado e as dificuldades inerentes ao transporte em carretas, exigido pelas ssquinas de esteiras. or outro lado, a tracao sobre pneus revela-se deficiente, especialmente na fase da escavacio, pois, em eonseqiiéneia dos elevados esforgos a serem vencidos pelas rodas motrizes, hd o risco permanente do seu patinamento. além disso, os terrenos fracas, de baixa capacidade de suporte, ou seu umedecimento excessive, device % chuvas, causam ainda maiores problemas chegando mesmo a impedir o trabalho das maquinas de jpeeus, Nesse sentido, as maquinas de esteiras so muito menos afetadas que as de pneus. Por essa razo 0s fabricantes de equipamentos tém procurado introduzir modificagées de projeto e de componentes mecfnicos para contornar ou eliminar essas dificuldades Generalidades 77 Figura 1.52 ~ Carregade' de pneus articulada Uma carregadeira de pneus modernos tem as seguintes caracteristicas que objetivam a sua melhor utilizagdo, quando as condi¢des vigentes sfia desfavordveis: raga nas quatre rodas, com dois eixos motrizes € dois diferenciais, melhorando substancial- mente as condigGes de operacdo quanto & falta de tragdo (patinamento); direcdo articulada, pela montagem de um eixo dianteiro rigide, mas pivotante em relagio A superestrutura da m&quina, 0 que diminui substancialmente 0 raio de giro, permitindo mano- bras mais faiceis em locais de dimensdes reduzidas; peso priiprio elevado, aumentando o peso aderente sobre as rodas motrizes e melhorando, portanto, a traca moter colocado sobre a eixo traseiro, com © mesmo efeito citado no item anterior e, ainda, equilibrande a maquina e fazendo contiapeso & cagamba carregada, melhorando as suas condigées de balanceamento. 1.3.4.3.2 ~ Escavadeiras Sao maquinas de escavacdo bastante antigas que surgiram em meado do século XIX, ainda mavidas a vapor, nos Estados Unides. Com o aparecimento do motor diesel, elas se tornaram mais compactas, mais potentes e com maior mobilidade, passando a desempenhar um papel primordial nas grandes escavagées como, por exem- plo, a abertura do canal do Panam. Aescavadeira, também chamada pé-mecanica, é um equipamento que trabalha parado, isto 6, a sua estrutura portante se destina apenas a Ihe permitir o deslocamento sem, contudo, participar do ciclo de trabalho, 78 Manual Pratico de Escavacae- Assim, cla poders ser mantada sobre: Bm oesteiras; = pneumiaticos; = wilhos. Ses trabalhos normais de terraplenagem geralmente se emprega a montagem sobre esteiras, razdo pela =a! somente estas sero aqui focalizadas. ‘Pedemos distinguir duas partes bem de idas nas escavadeiras: infra-estrutura e superestrutura ' infra-estrutura compoe-se de um “chassis”, apoiado sobre as esteiras, que suporta a superestrutura =svel em torno de um eixo vertical. © mecanismo que permite o giro de 360° consta de um circulo ou “coroa de giro”, dentado exterior ou “eecriormente, sobre 0 qual corre uma engrenagem acionadora do tipe “pinhao", ligada por uma trans- j=SSio ao eixo motriz. & seperestrutura, ou plataforma da maquina, esta soldada 4 roda de giro, de modo que, pela retagio do givhio, haverd a rotagéo da coroa de giro e, conseqiientemente, de toda superestrutura a ela ligada. coroa de giro Fors 1.53 — Dispositive de giro L= frei permite a diminuigao da velocidade de rotacio da plataforma e a sua imobilizagao. 4 infra-estrutura compée-se das esteiras que sdo bastante semelhantes As j4 descritas no caso do trator. as para melhorar a flutuacio e 0 equilibrio da maquina, a largura das sapatas € maior, além de lisas, sem garras. jocamento do equipamento é obtido através das esteiras acionadas por um sistema de transmissio a0 eixo motriz. Todavia, em 1720 do porte da maquina e do scu balanceamento- deficiente, a welocidade de translagao € muito baixa, atingindo cerca de 1,5 kmv/h. Assim, o deslacamento das =, entretanto, 6 serd possivel pela anilise dos fatores que influem na locomogio das maquinas, t come as forgas resistentes, as forgas que as impulsionam, as condicdes de aderéncia etc. 0 de dv a —~ = 0-—» velocidade uniforme e maxima 2)& -IR=my= 2 &-ZR=my=0 dt Sv <9 desaceleragio 3) E.-ER= o )E--ER=my< a Na hipatese 1; y= x > Otemos a aceleracao da méquina com aumento da velocidade. dy Na hipdtese 2: y = 0a velocidade seré constante (movimento uniforme) ¢ atingird o valor maximo dt (Viyaa) © temas: E-ER=0 E=ER concluindo-se que o movimento unifarme acorre quando os esforcos resistentes igualam as forgas mo- trizes, isto 6, 0 conjugado motar é igual ao conjugado resistente (C, = C,), Na hipétese 3 as forgas resistentes superam as forgas motrizes e teremos a desaceleragao da maquina (ou frenagem). 1.4.2 — Resisténcias opostas ao movimento As resisténcias opastas ao movimento de um veiculo podem ser classificadas a) resisténcia de rolamento; b)_tesisténcia de rampaz ©) resisténcia de inéreia; d) resisténcia do ar. 100 Manual Prétice de Escavacio 2) Resisténcia de rolamento- A maneira mais facil de se definir a resisténcia de rolamento é considerd-la como a forea horizontal = inima que deverd ser aplicada ao equipamento para iniciar o movimento sobre uma superficie plana, horizontal, continua e indefarmavel. ssas forcas resistentes provém do atrito interno geraco nos mancais ou rolamentos dos eixos, nos dentes Gas engrenagens das tansmissoes. Se caso de veiculos hd a considerar, ainda, o atrito gerado na superficie de contate entre o pneumatico = oterreno, devido a deformagao das paredes laterais causada pela flexibilidade da borracha. Exes esforgos so proporcionais 4 pressdo exercida sobre o solo numa direcdo normal & superficie de contato, isto é, ao peso total de vefculo, ou seja, 0 peso proprio somado ao peso da carga (P). Sstudos experimentais levaram a conclusio de que a forca horizontal minima, suficiente para iniciar © movi Sento de uma méquina de lerraplenagem, provida de pnéus, pode ser estimada em 2% do peso total P- ‘Contudo, a hipstese feita inicialmente de que a superficie do terreno é indeformavel no se realiza na exstica, De modo geral, os equipamentos trabalham sobre terra solta ou solos de baixa capacidade de Suporte, de maneira que o pneumitico, devido a pressio de contato, deforma o terreno, aumentando a superficie de contato, produzindo a penetracao de parte do pneu, até que se estabeleca o equilibrio sore a pressdo existente e a capacidade de suporte do terreno. =, assim, 0 fendmeno do afundamento, de que resulta maior atrito lateral e a necessidade de o pneu- =stico vencer constantemente uma rampa ascendente. ges 1.82 - Afundamento dos pneus ‘So significa que a maquina dever despender maior forga tratora para vencer essa resisténcia adicio- sal. que se denomina resisténcia de afundamento. Experimentalmente se determinou que o afunda- ==nto € responsavel por grande parte da resisténcia ao movimento, avaliando-se que atinja 0,6% do- peso total P. para cada centimetro de afundamento. Assim podemos exprimir a resisténcia de rolamento R, por: R, 02 P40,006.P.a ou RO = 20(kg@). P+ BKC Pa endo: & = resisténcia de rolamento (kg); Generalidades 101 Dp P = peso total do equipamenio (ti; a = afundamento (cm). A formula anterior pode ser modificada e teremos: R, = (0,02 + 0,006 a) P=K.P ou = (20+6.a)PeK.P onde: K = 0,02 + 0,006 . a define 0 chamado coeficiente de rolamento, que dependera principalmente da grandeza do afundamento. © coeficiente de rolamento apresenta diferentes valores, conforme o afundamento seja de maior ou menor grandeza. Dessa forma, conclui-se que 0s lerrenos soltos, ou muito imidos, e os que apresentam baixas capacidades de suporte, 330 08 mais sujeitos ao afundamento ¢, conseqiientemente, possuem coeficientes de rolamento elevados. © quadro a seguir resume 9s coeficientes de rolamento para varios tipas de terrenos. Tabela 1.4 Superiicie do terreno ‘Afundamento a (em) | Coeficiente de rolamento (ky/t) i j (maquinas de preus) Revestimento em asfalto ou concreto 20 Terra seca @ firme 30 Terra seca, salia 40 ~ 60 Terra seca, arada - 180 “Aterros sem compactagao 80 Aria salta ¢ seca = [133 7 100 Terra muito Umida € mole [23.3 7 160 Terra argilosa muito Grniela 126.6 Teo Cabe, ainda, observar que os valores especificados sao aproximados e validos, tdo-somente, para vefcu- los de abra que desenvolvem velocidades de translacao relativamente baixas. Na realidad, as resisténcias de rolamento referentes a veiculos que trafegam em pistas so dependentes da pressio dos pnous ¢ da velocidade. A seguir, apresentamos uma expressio proposta por Andreau, experimentalmente para a resisténcia de ralamento de um veteulo, trafegando sobre um pavimento. 1 a K=20-—as + 3994-105 p= p= na qual P= pressio dos pneus em kg/cm? V = velocidade do vefculo em km/h; K = coeficiente de rolamento em kg/t. 102 Manual Pratico de Eseavacio: a Figura 1.83 ‘Qutro fator que influi no valor da resisténcia de ralamento sao as irregularidades do terreno. era superar um obstéculo do terreno de altura h, um vefculo com peso P sobre a roda motriz, de raio « deverd desenvolver um esforge trator E, para vencer 0 referida obsticulo. ‘Demonstra-se que: h c-e ft e haze So significa que para F e P constantes, usando-se raios de rodas maiores, poderemos superar obstéculos e alturas maiores, 4, portamto, vantagem do emprego nas maquinas de terraplenagem de pneumaticos gigantes de gran- de raio, visto que durante toda a vida do equipamento as irregularidades do terreno oferecerio menor sssisténcia de rolamente, com economia na operagio. Isto justifica o seu emprego nas referidas maqui- sas, ainda que o seu custo de aquisic%o seja bastante elevado. ‘Restaria considerar 9 efeite da presse interna dos pneus na resisténcia de ralamento, © afundamente do pneumatico ne terreno dependerd, sobretudo, da pressae de contate atuante entre 2s duas superficies. Devido a elasticidade da borracha, o pneumstico se deforma em cantato com a tereng, até que se =sabeleca 6 equilibrio entre a pressdo exercida pelas todas ¢ a capacidade de carga do terrena, Figura 1.84 Generalidades 103 rt Sendo P a carga sobre uma roda e 5, a drea da superficie de contato entre o pneumatico e 0 solo, 2 pressdio de contato sera Experimentalmente, verificou-se que a press3o de contato esta ligada 4 pressde interna (calibragem) do pneu, sendo ligeiramente maior que esta, devido 2 rigidez das bandas laterais. PP, sendo: P.= pressiio de contato; P, = pressSo interna; P, = pressio ficticia devido & rigidez do pneu Qutra constatagao importante, j4 mencionada no estude dos compactadores de pneus, 6 que a pressio de contato & pouco influenciada pelo aumento da carga P, crescendo apenas ligeiramente com 0 incre- mento substancial desta Gltima. Chamando-se de C a capacidade de suporte de um solo, trés Pex Po=C Pic No primeiro caso 6 pneu se deforma até atingir o equilibrio entre os esforcos atuantes, nao ocor Se, P< P, Figura 1.85 rendo © afundamento. No terceiro caso haveré a ruptura do solo, acasionando o afundamento do. pneu, até que pelo aumento da nova superficie de contato (S'.) seja restabelecido o equilibrio entre ©5 esforgos atuantes. Dai se conclai que © afundamento do pneu est ligado & pressiio de contato e a capacidade de suporte do solo. Quando esta é baixa © afundamento dependeré em sua maior parte da pressio interna dos pneus. Obviamente haverd interesse na utilizac3o de pneus de baixa presse (30 a 40 libras/polegada?)* que irao gerar baixas press6es de contato, as quais, por sua vez, produzirio afundamentos menores, reduzindo substancialmente a resisténcia de rolamento. 2,102.8 kgen™ 104 Manual Pratico de Escavago As consideragées anteriores sio validas para as mAquinas de pneus. Nos equipamentos dotados de esteiras, a resisténcia de rolamento deve ser tratada de forma diversa. Em primeiro lugar consiata-se que, em igualdade de condicdes de terreno, 0s coeficientes de rolamento para esteiras silo menores do que para os pneus, em razio das melhores condicdes de flutuacado apre- sentadas pelas primeiras. Além disso, os valores assumidos pela resisténcia de relamento, no caso de trator de esteiras, sdo prati- camente despreziveis em relagao acs esforgos tratores disponiveis na barra de tragao. Pera exemplificar, supondo-se um trator de esteiras com peso total de 14 t, wafegando sobre um terreno com coeficiente de rolamento elevado (K = 60 ky), a resistencia de rolamento seria de 60 x 14 = 840 kg. Sxaminando-se no diagrama tracdo x velocidade respectivo, verifica-se que 0 esforgo trator maximo é @ cerca de 37.000 kg na primeira marcha, donde se conclui que o efeito da resisténcia de rolamento pode ser considerado desprezivel nas maquinas de esteiras, além disso, na determinagao pratica dos esforgos tratores disponiveis na barra de tragdo de um trator de sseiras, de acordo com as normas da Universidade de Nebraska, ja vem deduzido © efeito das resistén- cas de rolamento, para uma pista-padrio com K = 55 kpyt. Por essas razbes, nos problemas praticos é licito, como aproximagao, nao se considerar a resisténcia de solamento para os tratores de esteiras. 1) Resisténcla de rampa Fema 1.86 ‘Quando uma maquina sobe a rampa de Angulo & com a horizontal temos: R= P. sen a Pa pequenas inclinagdes de rampa podemos ter sen & & tg a, cometendo-se erro desprezivel para sclinacées menores do que 20%. Rom Petga = Pegi Generalidades 105 any temos: R= £10. oi © duplo sinal deve ser interpretado segundo a maquina sobe ou desce da rampa. Em aclive, o sinal da resisiéncia de rampa serd positive. Em declive tera forca ativa denaminada assisténcia de rampa al negativo, significance uma ©) Resisténcia de inéreta A resisténcia de inéreia surge toda vez que 0 veiculo sofre uma variagao de velocidade (A,), num certo intervalo de tempo (t). R= Av ' Adotando-se: Pemt av em knvh tems B= 9.8m teremos: + pos, t 28,3-P t © duplo sinal deve ser interpretado como positive quando Av =V, =V;, sendo V, > V, {aceleracio). Serd negativo quando V, <¥, (desaceleragao). d) Resisténcia do ar A resistncia oferecida pelo ar dada pela expresso: na qual & coeficiente de forma, sensivelmente constante entre 0 € 150 keh; 5 = drea da seccao normal a direcao do movimento (m?); V = velocidade de deslocamento (krv/h) 106 Manual Pratico de Eseavacso Valores de K’: weiculos (dependendo da forma}: 0,02 — 0,07; méquinas de obra: 0,07. Como os veiculos de obra tém velocidade maxima da ordem de 60 knv/h, verifica-se que a resisténcia do 2 serd, de modo geral, desprezivel em face das esforgas watores disponiveis no eixo motriz. Assim, num weiculo de obra, com $ = 7,5 m? deslocando-se & velocidade de 60 kmh, a resisténcia do ar seria apenas: 287.7560" R, 13 a6" A soma de todas as resisténcias (ER) que afetam um veiculo, em qualquer momento, serd expressa por. ER= KP £10-P 1+ 28,3-P AY nes unidades j4 mencionadas. 1.4.3 - Primeira condicae de movimento Para que o movimento da méq a seja possivel, a condigho necessdria serd: E,22R (14 condigao de movimento) sendo: = = esforco trator na roda mot =R = somatéria das resisténcias. Seo vefculo estiver parado, para iniciarse o movimento devemos ter: E,>2R Se o veiculo estiver em movimento, a condigio gura 0 deslocamento com © movimento uniforme. Come exemplo de aplicagao das férmulas acima, calculemos qual seria o esiorge trator minimo que a ser descnvolvido pela maquina para manter o movimento uniferme, sendo: peso total da maquina: P= 50; compa ascendente: = 15%; aceleragiio: Ay = 0 (mov. uniforme); Generalidades 107 rea da sega frontal: $=6 m; velocidade de translacao: v= 25 kewh; coeficiente de rolamento: K = 40 kgit. Célculo da resisténcia de rolamento: R= K.P = 40 x 50 = 2.000 kg. Célculo da resisténcia de tampa: R, 10.P.i= 10x 50x15 = 500 kg, Calculo da resisténcia de inércia: R= 263-P-a¥ 28,3-50-0=0 ‘Cilculo da resisténcia do ar: ay 6-257 = 2tkg Asoma de todas as resisténcias serd: ER=KP+10R+ 28,3 P- AY 4 Ks .y? ER = 2.000 + 7.500 +0 + 21 1521 kg, ¢ a esforgo trator minimo para manter o movimento uniforme seria: E,=2R = 9.521 kg. Pelo exemplo acima, cantirma-se 0 que foi dito anteriormente, ou seja, que a resisténcia do ar é despre- zivel, se comparada com as outras, para as velocidades baixas de translagdo. No exemplo anterior, qual seria 0 esforgo trator necess4rio para, nas mesmas condigées anteriores, permitir a aceleracio da maquina de 0 a 20 km/h em 10 segundos? Resisténcia de inércia: Av 20 ic 28,3 -50 “To 2.830 kg R,= 28,3 -P- R= 2.000 + 7,500 + 2,830 +21 = 12.357 kg £2 12.351 kg 108 Manual Pratico de Escavacae Rpera 1.97 1.4.4 - Aderéncia £0 agora admitimos a aderéncia perfeita entre as radas motrizes (ou esteiras) © © solo, isto 6, néio hi ‘Ssslizamento ou patinamento entre o trem propulsor e 0 terreno, Seponhamos, agora, que ao eixo da roda motriz (a qual se desloca sobre o terreno) seja aplicado um senjugado C,, representado por duas forgas iguais ¢ opostas E,, aplicada uma no eixo 0 € a outra na perferia do pneu, junto ao solo, paralela a este (A). A primeira equilibra, em todos os momentos, a soma = éncias a vencer, ou seja, ER. Sabendo-se que a resultante das forgas € nula, segue-se que, para haver equilibrio, a forca E,, junto ao solo, faz aparecer a forga igual e oposta F, aplicada em A, chamada de reacdo tangencial de solo, © conjugado C, sera representado pelo produto E, . r. Sumentando-se 0 conjugado C,, segue-se que haverd aumento de E,, desde que o raio soja constante, ss continua a ocorrer o rolamento da roda em relagdo ao terreno. Todavia, com o aumento continu- eco do conjugado, gera-se uma reagdo tangencial F,, suficientemente grande para vencer o atrito entre © pneu eo terreno, de maneira que, em vez de ocorrer o rolamenta, passa a haver o patinamento au eslizamento da roda em relacao ao solo, sem que se produza a translagao. ‘© patinamento se inicia quando a reagao tangencial F, atinge 0 valor a f. Poy sendo P.,, 0 peso sobre a roda motriz (ou peso aderente) e “f” 0 coeficiente de aderéncia entre o pneu- tico € 0 sola, Desse modo, sempre que o esforgo trator superar a forca de aderéncia, haverd o patinamento da roda sebre si mesma (E, > F,). Swersamente, sempre que 0 esforgo trator ndo superar a dita forca de aderéncia, nao subsistiré © ssnamento e 0 pneu rola sobre a superticie (E, < F,). 4.4.5 — Segunda condicdo de movimento Fea que haja aderéncia, € necessdrio e suficiente que =P, EER E5R anni ‘0 movimento no se inicia E267, E.>ER movimento acelerado E. one, Veiculo em movimento} E, > ER | 7 as rodas patinam cam 0 veiculo em movimento Ez fp, E, f.Pap Resumindo, a locomocSo ni se inicia se nao é satisfeita a relagao ER P, 1.53 x BO = 42,4 Na condigao-limite de aderéncia, teremos: £.P,,=KP410.P.i 450 . 42,4 = 60. B04 10. 80. Ing. 080 — 4.800 80. ima = Generali @ Caminhao CAT-769 Peso total carregado: 62,41 —> P, =P,,= 0,667. 62,4=41,6t f.P,=KP+10.P.i 450. 41,6 = 60. 62,4 + 10. 62,4. ing, = 2976 24% 624 & Motosctaper CAT-627 (trac3o nos dois eixos) Peso total carregado: 62,1 t —> P; = 0,48 x 62,1 = 29,8 Pp. 0,52 x 62,1 = 32,31 1 f{(P, +P) = KP +10 . Pi (tragdo nos dois eixos) 450 (29,8 + 32,3) = 60. 62,1. +10. 62,1 « inngy 27.945 = 3.726 + 621 Nona jingse = 39% 2) Sendo conhecidas as caracteristicas do “motoscraper” CAT 621, determinar qual a soma das resis- téncias totais apostas 20 movimento de maneira que © rebacador nao tenha condigdes de carregs- lo sozinho sem 0 auxilio do “pusher”, No ha declividade no terreno. Caleular a soma das resistencias para 0 caso de emprego do “pusher” D8. Peso proprio do “motoscraper” vazio: 27.719 kg. Peso da carga, . 7, = 15,3 x 1,3 1 19.890 kg. Peso total: = 47.609 kg. Esforco trator maximo do rebocador: 40.000 kg. ‘Coeficiente de aderéncia; f = 0,45 (terra solta). A condigio de aderéncia entre as rodas motrizes e 0 solo limita o esforgo total aplicado, el ER=K.P Para 0 “motoscraper" 621 > {.P,,=1. P,.0,51 = ER = KP, 0,45 x 47.609 x 0,51 =K . 47,6 10.926 ane. 330 kg/t 114 Manval Prético de Escavagao Quando as resisténcias atingem esse valor a carga do “motoscraper” seré possivel somente com 0 auxi- fo do “pusher”, pois as rodas motrizes comecam a patinar. Usando-se o trator D8 como “pusher” (P, = 38,1 0, a somatdria representada pela resisténcia ao rola~ mento do trator ¢ do “scraper”, acrescida das resisténcias oferecidas pelo corte @ carga da terra no “scraper”, nao poder superar a soma das esforcos tratores do “pusher” ¢ do “motoscraper”. Sendo: ER =somatéria das resistencias; 4= coeficiente de aderéncia do trator “pusher” = 0,6 vt K.= coeficiente de rolamento do trator “pusher” = 0,03 Vt coeficiente de aderéncia de “motoscraper” = 0,45 tt K, = coeficiente de rolamento de “motoscraper” = 0,06 vt P,= peso total do trator = 38,1 t P,= peso total do “motoscraper” = 47,6 t = peso sobre roda motriz = 0,51 P, ER-K,.P, PL K.P, AR. Py EK. Py =R-K, P, 38,1 (0,6 = 0,03) + 0,45 x 0,51 x 47,6 = 32,6 t. Se as resisténcias opostas ao movimento do conjunto “pusher” e “motoscraper” superarem 32,6 t, have~ = de inicio o patinamento da esteira e da roda motriz, impossibilitando a carga. Se K’ fosse um coeficiente que representasse as resisténcias totais acorridas no “motoscraper” durante a carga (resisténcia ao rolamento + resisténcia ao corte + resisténcia da carga), terfamos ERK, Pp= KP, 32,6 7 33g = 0-68 Ut ou 680 kart Se as resisténcias sobre o “scraper” durante a carga com o “pusher” superarem 680 kg/t, haveré 0 petinamento das rodas motrizes e da esteira, 1.4.8 - Estudo das forcas motrizes x forgas que impulsionam os equipamentos, vencendo as resisténcias opostas ae movimento, depen- em, em diltima andlise, das caracteristicas dos motores com que sie equipados. © poténcia desenvolvida pelo motor é 0 fator primordial que determina o comportamento da maquina, seodo em vista as suas aplicagdes. © estudo das forgas motrizes serd nocessario, entio, conhecer a poténcia desenvolvida pelo ele- mento motor instalado na maquina. Generalidades 115 D Torque - (kgm) ou Conjugada matri (C) ic VWalocidade governsaa Te (et de rpm do mater) -as do motor Figura 1.90 — Gurvas caracterist Essa determinagao é feita num banco de provas, pela medida do trabalho executado na unidade de ‘temps, através da aplicac¢ao de um processo como 0 freic de Prony, dinamémetro etc., ¢ a poténcia assim ealculada denomina-se “poténcia ao freio” ou “brake-horse power” (BHP), Nesse ensaia, constata-se que a poténcia é fungi da velocidade de rotagio do eixo virabrequim, aumentando com esta, conforme uma curva que é caracteristica para cada tipo de motor. m Para uma rotac8o Nagy, limitada por um dispositive denominado govemnador de velocidade, a poténcia atinge o seu valor maximo. @ Entretanto, outras fatores influem na poténcia do motor, além do nGmere de rotages do seu eixo motriz: a) duragao da carga; b) densidade ¢ temperatura do ©) carga dos acessérios do motor Dependendo de todos os fatores citados, temos duas modalidades de poténcia: poténcia de capacidade, determinada no banco de provas, sem os acessérios, com rotagiio méxima, durante apenas 5 minutos, a0 nivel do mar, presso 760 mm Hg. Esta seria a patén- cia maxima que o motor forneceria em condigées ideais de ensaio; m poténcia de desempenho, determinada na safda do eixo do virabrequim (ne valante), motor com todos os acessérios, rotagao maxima limitada pelas condigdes de uso no vefculo, nas. condigées de pressao e temperatura fixadas pela .A.E. (Society of Automotive Engineers): 746 mm Hg e 29,4°C, carga continua. A poténcia de desempenho (ou poténcia no volante) é a que nos interessa conhecer, por ser determina- da em condiges que se aproximam & situaco real de uso do motor. Sera designada pela notacdo N,, A poténcia no volante N,, passa As rodas motrizes através dos érgaos da transmissSo, jd descrita anterior mente, entre os quais a embreagem, caixa de cambio, comando final etc. Nessa transmissio haverd perdas por atrito nos mancais e engrenagens, de maneira que a poténcia realmente disponfvel nas rodas motrizes serd dada pela expressio: N Nos Mm 116 Manual Pratico de Escavagao em que Ny € © Coeficiente de rendimente mecanico da transmissio, cujo valor médio €7,, = 0,80 para maquinas novas. Para equipamentos muito desgastados admite-se 1,,. = 0,60. A fungdo bdsica da tansmissdo seri reduzir o ndmero de rotagGes do motor, no volante, para um Gmero bem menor nas rodas motrizes e compativel com a velocidade de deslocamento do vefculo, uma certa marcha. =, = némero de rotagées da roda motriz. 2a uma determinada marcha, escalhida para certa combinagio de engrenagens da caixa de cimbio, ‘eos um valor m fixo. Entretanto, se mudarmos a combinacdo dessas engrenagens, haverd variagiio do numero m. A uma poténcia constante, os esforcos tratores aplicados nas rodas motrizes vaio depender exatamente & rarao de desmultiplicagao, fixada pela escolha de uma certa marcha, e serdo tanto maiores quanto Senor for o ndimero de rotagées das rodas motrizes (n,). Por outro lado, 0 torque ou conjugade, aplicado as radas motrizes, pode ser representado por um Serio cuje brago de alavanca é 0 raio do pneumitico, medido do ponto de contato do pneumstico om o solo. Ce Epr B= o Er Sgera 1.91 — Conjugado motriz £6 esfargo trator aplicade as rodas motrizes e que impulsiona a maquina, vencendo as resisténcias ostas ao Movimento. Podemos determinar o esforco trator desenvolvido por um equipamento, conhecendo a poténcia © a selocidade de deslocamento. Generalidades 117 Pela definigao de poténs em que v = velocidade do veiculo; N, = poténcia disponivel nas rodas motrizes No- Noy E, usando-se: Ng em kW (1 HP = 0,746 kW) N, em HP N, em cv vem km/h E em kg temos (No em kW) (No em HP) (Na em ev} na qual r= raio da rada motriz (my; 1, = ntimero de rotagdes da roda motriz (rpm); v = velocidade de deslocamento (knvh). 118 Manual Protico de Escavacho ‘Nessas unidades, teremos. v=0377.0.n, Substituindo-se essa expresso na férmula 270 Nesta temos No-Mo 270 aa low Ere 716 Se © = conjugado ou torque em kgm — na rada motriz; . = poténcia na roda motriz em cv; = = ntimero de rotagdes da reda motriz. Lembrando que n, = Ft, temos: m(Neem kW) m(N,em cv) m(Neem HIP) Es: expressio indica © conjugaclo motria dispontvel na reda propulsora, em funcie da poténcia (N,) © 0 numero de rotacGes do motor no valante (n,), sendo m a razio de desmultiplicacso, A curva de torque mostrada na Figura 1.90 é representativa da expressiio acima. Pela superposicdo das duas curvas, de poténcia e de torque, vemos que a paténcia maxima ndo corresponde o torque ou esiorgo trator maximo. ‘© mque maximo 6 obtido a uma rotagdo n, mener do que a rotaco maxima, velocidade governada, = corresponde a 10% ou 20% a mais do valor do torque na maxima rotagio do Motor Npaig- ‘Scorque maximo € obtido ah rotagdes por minuto, que equivale a 2/3 aproximadamente de Myyie- cevendo em conta que &, = S € que 0 rai da roda motriz € constante, segue-se que, conhecida a cans caracteristica do torque de um motor, pode-se determinar as curvas de esfarga trator disponivel ss rodas motrizes E,. Generalidades 119 Dy Essas curvas, como veremos, so fundamentais para a determinagao das velocidades de translacao da maquina e, conseqiientemente, para 0 célculo dos tempos de ciclo. Para melhor fixar esses conceites, mostraremos alguns exercicios de aplicacdo. 1) Determinar 0 estorgo trator nas rodas motizes de um equipamento, conhecendo-se os seguintes dados: N, = 90 cy, a 1.800 rpm Ma = 0,80 50 rpm F=1,20m m=12 A velacidade de translagao sera: v=0377. 6.1, 1,20 m 150 rpm v= 0,377 x 1,20 x 150 = 68 km/h © 0 esfarco trator seré dado por “ten 279 SOAO8 - 256 kg Pode-se calcular 6 esforco trator na rada diretamente pela expresso: N, Toy onde: Nr = 90x 0,8 50 rpm =1,2m 120 Manual Pratico de Escavagaio = 716 ages = 286 kg -m = 150 x 12 = 1.800 rpm. Um “dumper” plenamente carregado (P= 27 0) deve trafegar numa pista horizontal, com K = 29 kg/t, 8 velocidade de 48 km/h, sendo conhecidas as caracteristicas do veiculo. N, = 162 cy, a 2,040 rpm, Ny, = 0,85 er =0,75m nta-se: a) se 0 veiculo teré torque suficiente para impulsionéto, a essa velocidade; b) qual a minima poténcia no volante que © motor deveria desenvolver para que 0 torque fosse suficiente; ©) sem = 12, qual seria o nimero de rotades do eixo do motor no volante, nas condigées vigentes. ER = KP = 29 x 27 = 783 kg in = 783 kg, min 783 X 0,75 = 587 kgm v=0377.6.n, ou G=716 See 162 x 0,85 C= 716 182 FBS 580 kgm Ce < Comin © veiculo nao terd torque suficiente para impulsioné-lo a essa velocidade. No = O85 5875 7169 No min = 164 ev Lomi A coténcia minima no volante, para impulsionar o ve(cula nas condigdes vigentes, seria de 164 cv. Do ng = 12 x 170 = 2.040 rpm Generalidades 121 Db 1.4.8.1 — Diagramas tracao x velocidade Para uma maquina provida de transmissio mecanica, isto 6, com diversas combinagGes de engrenagens na caixa de cambio, podemes determinar pela expressiio =716 Sota sm as curvas do torque em funcao do nimere de ratagées do mator no volante ou em fungao da velocida- de de translagao w fk Torque x Velocidade nas diversas Estorgo trator x Velocidade marchas (Transmissdo mecdnica) (Transmiss#o mecanica) Figura 1.92 onde Ivg,, vg, € vBy! sao as velocidades governadas nas diversas marchas, com razdes de desmultiplicacdo, respectivamente, m,, m, @ m3 ¢ com rotagdes Noy, Ngp € Ny, NO eiXO motriz. ve, =0,377%rx Fat vB) =0,377 xr x Pet ves O,377 30x Tee Para um equtipamento provide de transmissio hidrdulica com conversor de torque, ja descrito, as cur- vas de esforgo ator x velocidade assumem aspecto diferente, tendo em conta as peculiaridades desse tipo de transmissao. 122 Manual Pratico de Escavagso Eg, Reduzida {Low-range) Sobremarcha (High-range) ItLow-range = —______. It marcha 4! High-range —______ 2 marcha Low-range 21 High-range Se anal 3! Low-range {ise at High-range ottigrany Ronen. ” 1.93. — Diagrama lragio x velocidade = equipamento com conversor de torque cada marcha, dependendo das engrenagens planetirias acionadas, temos a variagao continua dos eslor s-atores com as velocidades, de maneira que hd infinitas combinagées possiveis entre essas grandezas, .. a principal fungao do conversor de torque é de ajustar automaticamente a carga, representada somatdria das resisténcias, com 0 esforco trator necessario para superd-las ou, no minimo, iguald- dentro das faixas de velocidades de cada marcha. Nota-se, pelo diagrama (Figura 1.92), que as jidades diminuem quando aumentam os esforgos tratores. Assim, para valores elevados de esforcos (ou torque) leremos, automaticamente, velocidades reduzidas. contudo, os esforgos trateres necessdrigs para vencer as cargas existentes ultrapassarem a faixa da marcha «so, © motor sofrerd parada por falta de torque, Sera, pois, necessirio alterar a marcha para uma faixa mais (low-range”), ou mesmo mudi-la para outra marcha de que resultem maiores esforgos tratores. sariedade das aplicagées de transmissées com conversor de torque leva o fabricante de equipamentos a er a opg3o de vdrias marchas avante e a ré, com diferentes faixas de velocidades para as diversas condi- do terreno, rampas em aclive e declive e, também, & condigio da miiquina estar vazia ou carregada, |. 08 tratores de esteiras @ carregadeiras em geral possuem trés marchas avante e trés a ré. Cami- basculantes e alguns veiculos “fora-de-estrada” utilizam quatre marchas avante e uma ou duas & “== Os “motoscrapers” & caminhées “fora.de-estrada” para grandes distncias sio provides de até seis a eee marchas avante © uma & 6, Alguns possuem ainda a opeao entre marcha reduzida ("low-range”) & “ebremarcha ("high-range”} para as diversas faixas de velocidades existentes. “Ss orincipais vantagens da transmissio hidrdulica com conversor de torque podem ser assim resumidas: ) sdequar automaticamente a carga varidvel com o torque au esforco trator desenvelvide pelo motor, através da transmissio, pela mudanga da velocidade. Isso impede que © motor, dentro de certos mites, pare por falta de torque, j4 que ele gira independentemente da variagao de carga; 2 permite a mudanga dentre da mesma marcha da reduzida (“low-range") para a sobremarcha (t range”), ou mesmo de uma marcha para outa (1%, 2# ou 34), sem que haja intemupcao do fluxo de srque para as rodas matrizes; daf o name “power-shift” (mudanga com carga) dado a essas transmissdes; Generalidades 123 Dp 3) _transmissao do torque, com a possibilidade de absorver os chaques, mudancas rdpidas de velocida- de ou de esforcos tratores, sem afetar 9 mecanisme de transmissdo, uma vez que © movimento do fluido bidrdulico, no interior do conversar, vai absarvé-las; 4) aumento da rapidez nos movimentos da maquina eliminando o acionamento de embreagem, ala- vancas de cambio de velocidade e de reversio; 5) aumento da vida util do motar e da transmissao pela absor¢ao das variagdes sdbitas de carga; 6) redugao da fadiga do operador, liberado no manejo de uma série de alavancas: 7) indiretamente, todas as vantagens anteriores resumem-se no aumento da produtividade da maquina. Estes diagramas tragio x velocidade so muito importantes porque permitem a determinacao da veloci- dade de translaco da maquina, desde que seja conhecida a somatéria das resistencias, Quando hi movimento uniforme (Av = 0), as resisténcias de inércia séo nulas € ha equilibrio entre as forgas motrizes eas resistentes, ou seja, E,= ER. a * a 2Xkm/h) Figura 1.94 = Diagrama tracio x velocidade = transmissio mecini Este principio € o que rege os célculos de tracio dos veiculos em geral e das méquinas de terraplenagem ‘em panticular. (Ver 1.4.1.) Se E, superar ER, iste e, E, > ER, haverd sobra de esforco trator e o veiculo passara a ter um movimento acelerado. Isto permitiré, usando-se determinada marcha, aumentar a velocidade da maquina, isto é, aceleri-la desde que haja sobra de esforco trator, em face da soma das resisténcias, inclusive, a resistén- ja de inércia. Na Figura 1.93, teriamos as velocidades V, (12 marcha), V, 2° marcha) ou V3 (34 marcha) para as somatérias de resisténcia R,, ER, ¢ ER,, respectivamente. 124 Manual Pratico de Escavacaa marcha (kesh) a Avante ©. 0-63 Ar ©. 0-74 TT. Ir | | | rage x velocidade 40 20 10 “Tregéo na barra — toneladas metrieas o 2 4 6 s 10 *Servotransmisséo velocidade — km/h ‘Figura 1.95 - Diagrama tragio x velocidade ~ trator com servotransmissio CAT-D7 Exercicios de aplicagao 7) Qual a marcha que deverd ser usada num “motoscraper” CAT 631-C, com as caracteristicas abaixo, para subir uma rampa i= 25%, num solo argiloso solto? Ke 0 kg/te y, = 1.4 Um Dados: Peso proprio: 33,5 t Carga coroada: 23 m* Diagrama tragao x velocidade — abaixo eso proprio + peso da carga = peso total Py = 33,5 +23 1,4 = 65,7 As resistéincias serao (Av = 0) Aw t ER“ KP+10.P.14+28,3.P, ER = 50 x 65,7 + 10 x 65,7 x 25 E, = ER = 3.285 + 16.425 = 19.710 kg = 19,71 t Generalidades 125 ER= 19.710 a, 5 70 5 tkenih) Figura 1.96 ~ Dingrama trac&o velocidade *Motoseraper” CAT-631-C Para ZR = 19.710 kg interceptamos as curvas da 1® e 28 marchas com as velocidades de v, = 2,5 kenth ou v; = 1,8 km/h. No caso deverla ser selecionada a 1 marcha, com a velocidade de v, = 2,5 km/h, por ser maior, © que representa menor tempo de cicla e, conseqientemente, maior producao de maquina: Além disso, a 12 marcha apresenta, no caso, maior sobra de esfor¢o trator que poderia ser utilizaco. para vencer possiveis aumentos nas forgas resistentes. 2) Qual a rampa maxima que o “motoscraper” (CAT 631-C) do exemplo acima poderé subir, plena- mente carregado? Admitimos que ha aderéncia suficiente entre 03 pneus ¢ o terreno. Do diagrama tragao x velocidade temos: Enix = 41.000 kg 65,700 kg ou 65,7 t E = ER=KP+10.P.i rm 47.000 = ER 50. 65,7 + 10. 65,7 «i, = 3271 65,7 x10 =57% (29°) 126 Manual Prético de Escavacio ‘© coeficiente de aderéncia fosse f = 450 kg/t (terra solta), 0 esforgo trator maximo nao paderia ser ,, pois haveria palinamento. A nova rampa, limitada pela condigao de aderéncia, seria: =f.P,=f.P; CAT-631: P, = 0,53 P,= 0,53 x 65,7 = 34,8 Fa = 450 x 34,8 = 15.660 kg = Er Fas Er = KP + 10. Pigg, Fa = IR = 15.660 = 50 x 65,7 #10. 65,7 « inay ime = 19% (10% Generalidades 127 D | Referéncias Bibliograficas (1)Abrosimoy, K., Bromberg, A. Katayey, &, Road Making Machinery. Mascou Mir Publishers, (2) Associagaia Brasileira de Normas Técnicas ABNT, Classificacao ¢ Terminologia de Maquinas Rodovidrias, P-TH-51, 1968. (G) Associagio Brasileira de Nermas Técnicas —ABNT, Solos ¢ Pavimentagae — Normas Brasileiras, 1958. 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J., Principles of Pavement Design, jotn Wiley & Sons, Inc., 1959. 128 Manual Pratico de Escavacdio Estimativa de producdo dos equipamentos 1 — Produtividade dos Equipamentos de Terraplenagem A.estimativa de produgao dos equipamentos de terraplenagem nao é um processe preciso, pois além de depender de diversos parimetros de determinacda dificil ainda existem outros fatores aleatérios que Se8uem de forma decisiva ne desempenho das maquinas, Assim, para os cilculos de estimativa de produce, somos obrigados a recorrer, muitas vezes, a julga- -=menios ou opinides pessoais baseados em experiéncia anterior para a obtengio de resultados corretos, ‘= comparados posteriormente com a realidade, Bevemos ressalvar que, se utilizarmos os processes de cilculo indicados neste capitulo, corrigidos quando necessério pela experiéncia anterior, chegaremos a resultados muito préximos da realidade. JE vimos que as méquinas de terraplenagem executam em seu trabalho quatro operagdes basicas, que podem acorrer em seqiiéncia ou, as vexes, com simultaneidade parcial, a saber: I eseavagio ou corte; = carga da cagamba; m transpor descarga e espalhamento #4 alguns equipamentos que realizam todas essas operagées basicas, Como exemple podemos citar 0 stor de esteiras que executa as trés primeiras simultaneamente para, em seguida, descarregar e espa- aro material escavado. Hé outros, porém, que apenas efetuam parte das operacdes indicadas. As emidades escavocarregadoras, como a prdpria designagao indica, apenas executam as duas primeiras. 2 completar as outras duas operagées, tems que empregar outra equipamento independente: a snidade transpertadora. 2.1.1 ~ Tempos e movimentos elementares. Ciclo. Tempo de ciclo © trabalho dos equipamentas de terraplenagem, feito através das citadas operagbes bisicas, se repete 2ravés do tempo, de forma ciclica, isto é, tetminada uma seqléncia de operagées, inicia-se-a seguinte, na mesma ordem anterior. As quatro eperagées bésicas constituem, pois, um ciclo de operagdo que se wepete num certo espaco de tempo. Ciclo € 0 conjunto das operacées que um equipamemto executa num certo lapso de tempo, voltanda, em seguida, & posicdo inicial para recomecé-las, Tempo de ciclo ¢ 0 intervale decorrido entre duas 129 Passagens consecutivas da miquina por qualquer ponto do ciclo. Convencionou-se que o tempo de ciclo seja medido a partir da instante em que © equipamento inicia a escavacso até o momento em que retorna a essa posigdo inicial. E claro que a fixagao do inicio da medida do tempo de ciclo é arbitra ¢ poderia ser feita em qualquer fase do ciclo. Analisando-se as quatro operacées basicas que constituem o ciclo, verifica-se que este pode ser decom- posto numa seqiiéncia de movimentos elementares repetidos através dos ciclos conseculivos, ‘A esses movimentos clementares Correspondem tempos elementares que podem ser observades ¢ medi- dos num grande ntimero de ciclos. Seré possivel, enido, aplicar os métodos de simplificagdo do. traba- Iho idealizados por Taylor, analisando-se cuidadosamente os movimentos e tempos elementares em que pade ser decomposto 0 ciclo de operacio para se tentar a eliminagio dos tempos de parada desneces- sirios, também chamados tempos parasitas, que aumentam o perfodo de ciclo reduzinde, em conseqtién- cia, a produtividade. Observando-se os tempos elementares num grande némero de ciclos, verifica-se que alguns deles se mantém mais ou menos constantes para um determinado tipo de equipamento, enquanto outros s40 muito varidveis, pois dependem diretamente das distancias percorridas, Os primeiras sio denominados tempos fixos (t) € 05 outros tempos varidveis Entre 08 tempos fixos temos os ternpos de carga, descarga e manobras, por serem constantes, indepen- dentemente das distancias percorridas, num grande nimero de ciclos repetides. Os tempos varidveis sao tempos de transporte carregado ou vazio (retorno), que dependem essencialmente das distincias percorridas. 2.1.2 - Tempos de ciclo minimo e efetivo Tempo de ciclo minimo € a somatéria de todos os tempos elementares, de que resulte o menor tempo de ciclo, em que a tarefa pade ser executada. fomin # Et + Ex, Tempo de ciclo efetivo é aquele gasto realmente pelo equipamento para executar 4 ciclo de operagao, computados 08 tempos de parada (t,) que ocorrem necessariamemte no decurso de muitos cicles, Zn, + Er, + Ez, 00 Sowia t Et ‘Tempo disponive! é a tempo em que temos © equipamento a nossa disposicio para executar a tarefa no: prazo, ou seja, @ turno de trabalho didria fixado. £ importante assinalar que 86 8 tempos de parada que ‘corre durante © tuo didie de trabalho so cansiderados no tempo de ciclo efetiva. 2.1.3 = Produgao de um equipamento Producao do equipamenta (Q) é a volume eseavada, transportado © descarregado na unidade de tem- Pe, representado pelo produto do valume solte da cagamba (C), pelo numero de ciclos () efetuados na unidade de tempo (freqiiéncia). Q=C.f 130° Manual Pratico de Escavagao ; ‘Mes a freqiiéncia, sendo 0 inverso do periodo — tempo de ciclo, no caso —, temos: 1 i, anc t produgao maxima ou todrica de equipamento seria: QWrnsx = Cnc * peodugio efetiva seria Qa = Cmts HE 41.4 = Rendimento da operacao ou fator de eficiéncia -s¢ rendimento da operagao ou fator de eficiéncia (E) 3 relagao: b= Qe ss . porém: t0, rendimento da operagiio seria a relagao, em geral inferior 4 unidade, entre o tempo de ciclo © 0 de ciclo efetivo. femnin min ou = 0 rendimento dependeré dos valores assumidos pelos tempos de parada ty. = Q, teremes E= 1 ou 100% € 9 tempo de ciclo seria miniMe (onc) _. = O, teremos E < 1 ou 100% ¢ o tempo de ciclo seria 9 efetive (t,,.) Reverso 6 mudanca ‘de moreha < a ‘de marcha ‘igura 2.6 ~ Determinagio da rampa média Para simplificar o problema, admite-se para © calculo do tempo de ciclo uma distancia média de percurso, representada pela distancia entre 0 centro de massa do corte e a do aterro, ou seja, D, com a rampa média iy. 142. Manual Pratico de Escavacao Os tempos varidveis de ida e retorno serio calculados em fungao dessa distancia média D. Por outro lado, durante o ciclo do trator de Kimina, isto 6, durante a escavagio, transporte ¢ descarga ‘cspalhamento), 05 esforges tratores empregados para vencer as resisténcias opostas ao movimento so ‘bastante desiguais. © ciclo pode ser dividide em irés partes: Eseavagao ou corte Nesta fase as resisténcias oferecidas ao deslocamento da maquina sdo provenientes do corte da terra pela faca da lamina e dos atritos que ocorrem entre partes da maquina e 0 solo, bem como da prépria carga de material que se acumula & frente da lamina, Essas resistencias, elevadas ¢ dificeis de serem quantificadas, serao contrabalangadas pelo esforgo trator ‘ou torque) das rodas motrizes. Entretanto, hd a limitagSo do esforco trator maximo pela condieSo de aderéncia, isto 6, se as forcas ativas que impulsionam a maquina superarem a forga de aderéncia entre as ssteiras © terreno, estas irdo patinar, prejudicando ou até impossibilitande o movimento da maquina. Assim 0 esforgo trator maximo que pode ser aplicado a esteira sera (Ver 1.4.4): Eri SF. Pry =m que = = coeficiente de aderéncia entre as sapatas da esteira ¢ o solo; peso aderente = P, = peso total da maquina; £_.. = esforco trator maximo aplicado sem patinamento, > terra solta temos f = 0,60. Para o sole natural, ainda n3o escavado, 0 valor pode chegar a 0,90. Sssim, um valor médio razoavel pode ser estabelecido em f = 0,70. Pede-se entio determinar E,,,, €, com esse valor, indicar a velocidade de escavagao pelo diagrama =acse x velocidade. A distincia percorrida pelo trator para escavar e carregar a Limina € em média de 5m, 0 que permite calcular 6 tempo de carga. Normalmente usa-se a 1! marcha, que produz os =Sorcos tratores elevados, compativeis com as altas resisténcias presentes durante o cere. en TS tsp Weeninak “Teesporte ou empurramento do material ‘Queante 0 transporte, jd conclufda a escavagao, © material fica solte e a [mina apenas rasante em se2c3o a0 solo, de modo que as resisténcias diminuem bastante, sendo reduzidas ao atrito de scoregamento da massa de material empurrade sobre o terreno natural, bem como atrito interno eerro da massa em movimento jt. See valor pode ser calculado pela expressao: Coq ehaPef Estimativa de produgdo.dos equipamentos 143 C = capacidade da lamina em volume solto; = massa especifica do solo solto; 11 = Coeficiente de atrito da carga; P, = peso total da maquina; coeficiente de aderéncia; K = coeficiente de rolamento Em termos praticos yt € avaliado em 1,3 Vt e a resisténcia oferecida no wansporte sera: BaC Hwa K Py A velocidade da maquina no empurramento (transporte) (\,) serd também determinada pelo diagrama do esforgo trator x velocidade ¢ 0 tempo de transporte sera: ae sendo D a distancia média de transporte. Retorno da maquina sem carga As resisténcias opostas ao movimento na volta do trator seri ER = P,(K+10i) = E, onde: K = coeficiente de rolamento do trator; P, = peso total do trator; rampa (aclive). A velocidade de retorno, v, serd calculada pelo diagrama tracao x velocidade ¢ o tempo gasto: tempo de retorno; o fincia média de transporte; V, = velocidade de retorno, 144 Manual Pratico de Escavagao Assim, 03 tempos varidveis seriam: om _15)"" 15? 15)" 5. Et" = teagat trary lrotomo > ee Virdemsty Veit sendo: = t, em minutos Dem metros sem keh 0.06 fator de unidades 0 tempo de ciclo minimo, somanda-se os tempos fixos, sera: Femi = 2+ Noaege sanap ths Os tempos fixos referem-se a duas mudangas de diregio (reversio) e duas mudangas de marcha, de -evante a ré e vice-versa. ‘ea tratores com transmissio mecanica, adota-se Etf = 0,3 min ¢ para tansmissao “power-shift” 0,05 min. Os tempos de ciclo devem ser calculades para © trajeto em nivel, ou seja, terreno horizontal. Quando © equipamento trabalha em deelives aparece, como jé vimos, no trajeto em rampa, a assisténcia de pa, que impulsiona a maquina fornecendo-Ihe um esforco trator adicional que, evidentemente, Sende a incrementar a producSo pelo aumento do volume transpartado pela lamina. Por autro lado, a sectocidade de retorna diminuird, j4 que a maquina nessa situagao deverd vencer a resisténcia da rampa, © que significa maior tempo de ciclo e, em conseqiiéncia, menor praducio. A experiéncia mostra que 0 aumento de volume escavado supera a perda de producto, o que fica seente na tabela de correcao da produgao em fungao da declividade, pois com @ aumento desta, a So cresce até a rampa de 20%, permanecendo quase invaridvel a partir desse ponto. Sees “Manual de Produgio Caterpillar” Estimativa de producdo dos equipamentos 145 5 — CAlculo da Produgaio 18 Proceso Assim, para calcularse a producao de um equipamente de lamina, trabalhando em rampa favordvel, procede-se a estimativa normal (i = 0) e, em seguida, aplica-se o incremento de producao. 2° Processo Pode-se estimar a produgdo determinando-se as velocidades durante a escavacao, © transporte € 0 retorno vazio pelas férmulas jd enunciadas anteriormente. 3° Processo Para estimativas de produgio menos precisas, mas vdlidas para qualquer trator de lamina, so usados os Brificos a seguir e que mostram © incremente de volume escavado com o aumento da declividade e o aumento do tempo do ciclo. 120 410 ° 10 20 30 40 Rompe % Figura 2.7 20 a0 60 80 100—«130~=~S«440. 160 Dist8ncia de transpore (m) Figura 2.8 146 Manual Pratico de Escavagiio As tabelas foram organizadas com as seguintes hipéteses de calculo: a) duas mudangas de marcha 0,20 min by) velocidade avante (1 marcha) 1,9 knvh ¢) velocidades de retorno em nivel aclive (+ 10%) aclive (+ 20%) aclive (+ 30%) aclive (+ 40%) 10,6 keh 9,0 kelly 7.8 kmh 5,3 krvh 4,2 keh Exe proceso aplicasse para estimativas de anteprojeto, onde se deseja a ordem de grandeza da produ- =o sem grande precisio, -se caso de desejarem-se valores mais rigorosos, recomenda-se 0 uso do 24 processo. ‘4300 000 - S800 = 400 $200 200 |- 2009 |. 4000 300 z700 }- 3800 F- 3400 2400 | 3200 |- 3000 = 2900 zio0 | 2000 |- —- 800 | 2400 | 2200 |- +00 | 2000 f= +00} — a. 200 + 1600 | +1400 = +00 |-1200|-—> 000 F coo |- 800 |= _——_— 00 |-——— . 200}. a00 ‘ is cea t === 3 a : "s 100° 200 300 400, 500 COO Pee ° a er 30 60 DISTANCIA MEDIA DE OPERACAO DE LAMINA Legenda. A- ONIN B= DUR CD C- DioR-t0u D-D9R-9U E — DBRIDBR Séré0 18U F— DPR Série 1-70) G~ 07G-7U See grifica basela-se em varios eswdos de campo realizados sob diferentes condigies. dé operayio. Consulte 05 fntores de cae em seguida a estes geiticos, 2.5 — Produco Estimada = Liminas universal - 07G.a D11R cs Estimativa de produgao dos equipamentos 147 Db MCs Josie wf a a = al = «| § = 2 sa z owt a Legenda $ nas a oy B- aes 3 = G_ Gre7s = cl B= O7R Série ® Fans | FBR Sere 1s oly 7 = er = sae Pe os Tae eto DISTANCIA MEDIA DE OPERAGAO DE LAMINA ‘Nota: Este grifico baseia.ce om varios extudes de camps feitos sob diferentes condicdes de operaco. Consulte os fatores de corregao na pagina 149, ‘A produgio estimada do 8348 com limina Universal pode ser encontrada na tego Manuseio de Cando, neste manual, Céloulo da produgio pelo Manual de Produgie Caterpillar — 33) edligio. Figura 2.10 — Produgo estimada— Laminas Retas ~ D6, D7, 814, 824, 834 ‘A produgio de um trator de lamina da linha Caterpi 80 € dos fatores de correc3o apresentados a segui lar pode ser calculada através de curvas de produ- Quy (MMVh) = Quage ¥ Fatores de correcdo. As curvas fomecem a produgao maxima para as laminas reta (I baseadas nas seguintes hipdteses: $) e universal (lamina U) @ sao m@ fator de eficiéncia E = 100% (Q,ace)s m= tempos fixos para maquinas com transmissiio “power- 0,05 min; ma maquina corta € preenche a lamina em 15 m, em seguida empurra a carga para despejé-ta com tempo de descarga igual a 0; m@ densidade do solo y, = 1,37 m3 (solto); 1B coeficiente de tragao (esteiras}: 0,5 ou mais; f@ lamina de comande hidréulico; j@ marchas: de escavacao: 12 avante, empurramento: 24 avante, retorno: 22 4 ré 148 Manual Pratico de Escavacao de corregao das condigées de trabalho: 1,00 0,75 060 1,20 tragao dificil com: inclindvel com cilindro hidréulico 0,80 inclindvel sem cilindro hidraulico 0,70 em caixdo (trincheira) 1,20 acao lado a lado 1,15 - 1,25 lade chuva ou neblina 0,80 or de eficiéncia 50/60 0,84 40/60 0,67 issdo direta 0,80 angulavel (A) 0,50 = 0,75 amortecedora (C) 0,50 ~ 0,75 rota (S) 1,00 a (material leve) (U) 1,20 ito de produgao em declives Figura 2.7 € a Tabela 2.2 indicam © aumento de produgao com a maquina operand em declive, pois sme carregado pela lamina aumenta com a declividade. lo - Proceso CAT © a produg3o de um trator DBR com lamina universal U, escavando argila compacta ¢ seca, A ja média de 60 m, em declive de 15%, usando método de corte em trincheira, operador com dade média. © solo tem 7 = 1,37 vm? e o fator de eficidncia de operagao E = 0,75. eréfico (Figura 2.10) de produeSo dos tratores, obtém-se para 0 DSR, com lamina U, a produgao ada de 550 m¥/h de material salto, na distancia de 60 m. Estimativa de producao dos equipamentos 149 Db Fatores de correcaa: Argila compacta Operador médio Cone em trincheira Fator deeficiéncia Lamina U Conegio de rampa Produgso Q = 550 x 0,6 x 0,75 x 1,20 x 0,75 x \ 20 x 1,18 = 420 mh (solo solto} Para obter-se a praducao no corte basta multiplicar pelo fator de conversio de volumes. Exemplos de estimativa de produgao de trator de lamina (2° processo) Trator: CAT D6 — wansmissio mecanica Lamina reta: 6S com capacidade de 3,04 m? (solte) Terreno plano e horizontal (i = 0%) Massa especifica solta do material: y, = 1,3 vm Peso total do trator: P, = 14,6 t Somatéria dos tempos fixos: Es, = 0,3 min Distancia de transporte D = 30 m Coeficiente de rolamento do trator: K = 60 kg {terra solta) Fator de conversio de volumes = @, = 0,80 Fator de eficiéncia: 0,83. Coeficiente de aderéne! 17 (terra firme Gmida) 1) Velocidade de escavagao As resisténeias a serem superadas durante © corte serao equilibradas pelo esforco tratar, limitade pela aderéncia. E,=f. P= FP, = 0.7 x 14,6 = 10,2 Da tabela tragao x velocidade de D6, temos: 150 Manual Pritico de Escavagso Esforco trator na barra — D6D | 2.7 (40 1,500 > 10,200 7 kev. 2) Velocidade de transporte do material ER=Cy,. +R, 2G. y. Ws K Py ER = 3,04 x 1,3 x 1,3 + 0,060 x 14,6 = 5,1 + 0,88 = 6,01 11 = 1,3 14 (Coeficiente de atrite da terra solta sobre a terra natural) tabela: £,=7,750>6,0 + V»a= 4,0 kmh Retorno vazio ER = KP = 0,060 x 14,6 =0,9t > vz, = 9,7 km/h ( ré) E, =2,560>0,9 de ciclo minimo 15 x 0,06 = (30 -15)0,06 | 30«0,06 te) temin = 013 + 0,33 +.0,23 + 0,19 = 1,05 min. Semin = 0,3 + a maxima. 3,04 x60. , Qa 10 = 174 m'/h (salto) Quy = 174 x 0,80 x 0,83 = 116 mh (no corte). vio da produgde considerando a rampa deseendente xemplo anterior, supondo-se que a maquina operasse na tampa descendente | = 20%, a produgao pode ==calculada procurando-se a nova velacidade de retomne, com a maquina subindo a rampa de marcha & ré, ER = P,(K + 10i) = 14,6 (60 + 10 . 20) = 3.796 kg E, = 3.960 > 3.796 > Va = 6,9 kmh (ré) Estimativa de produgao dos equipamentos 151 pb Assim, 0 efeito da rampa resulta na diminuigio da velecidade a ré de 9,7 a 6,9 km/h Tempo de ciclo minimo 30. 0.30 +0,33 +0,23 + 2020.06 bw = =1,12 min. 6, Produce maxima (declive: —-20%) acréscimo de volume = 1,3 (Figura 2.7) Qn = OFX EO RIS = 212 mish (Solto) OC aumento de produgao na eperagio com declive de 20% em relacao 4 operagio em nivel sera: 212 T7q = 122 A Tabela 2.2 fornece i = 20% —+ AQ = 1,22, confirmando o resultado acima. Trator: CAT D4 — transmissao “power-shift” Lamina reta: 4 com capacidade de 1,89 m? Terreno plano © horizontal: i = 0% Massa especifica solta do material: y, = 1,3 Ym? Peso total do trator: O2t Somatéria dos tempos fixos: Zty = 0,05 min Distancia de transporte: D = 30 m Coeficiente de rolamento do trator: K = 60 ky/t Fator de conversao de volumes: @, = 0,80 Fator de eficiénei, 83. 1) Velocidade de escavagao =£.P,=f.P,=0,7x9,2=64t Pelo diagrama esforgo trator x velocidade, obtém-se v,. = 2,2 km/h (14 marcha). 2) Velocidade de transporte (empurramento da carga) City B= 1,89 x 13x LF = 3,20 neise R= K.P, = 60x 9,2 = 552 20,6 ER=3,240,6=3,6t Do diagrama, temas: v,, = 2,8 km/h (14 marcha} 152 Manual Pratico de EscavacSo 3) Retorno ER=K P= 6 t ‘Do diagrama, temas: v,. = 6,0 km/h (24 marcha) Tempo de ciclo minimo 15%0,06 (30-15) 0,06 300,06 min = ae eS = 108 mit tem = 0,05 +5 + Te a min Producto maxima hag, = LAP 80 105 m? (alton Quy = 105 x 0,8 x 0,83 = 70 m* (corte). @ maquina trabalhar em declive i = -10%, a produgao do trator CAT D4 sera: velocidades de escavacaa e transporte séo idénticas ao calcul da produgdo em nivel. velocidade de retomo sera: ER =Ptk+10.i) ER =9,2 (60 +10. 10) = 1472 kg = 1,5 diagrama, temos: vy. = 5,3 km/h (28 marcha)" emia = 0008 4+ 0,41 40,32 4 205008 aa min acordo com a Figura 2.7, 0 incremento de volume devido 4 declividade é de 1,15. jugdo maxima _ 1489 x1,15 x 60 Qnie= THI =117 mYh {solto) Qy = 116 x 0,8 x 0,83 = 77 mh (corte) uz Incremento da produgao 55 = 12 Tabela 2.2 indica para i = -10% AQ = 1,12, confirmando o resultado acima, SEE 9 agar sxoree ower x velocidad para a marcha avonte porque os mansis de proda;So nto fomecem oF dramas paca 2 ral As velockdadies avant, que S80 us pouco menares, dr 2 favor elt seguranca, ise: &, produso ealculod scré to chris gue as0 sj sas 98 aloes B Estimativa de pradugao dos equipamentos 153 5 2.2.2 — Unidades escavotransportadoras 2.2.2.1 = Tempos varidveis © caleulo da produgio de “motoscraper” apresenta-se mais complexo do que o do trator de 1: vendo necessaria a determinagao da velocidade provavel em cada trecho do trajeto para, em obter-se o calcul do tempo de ciclo. £ precise decompor a trajeto em segmentos para serem defi © comprimenta e a inclinacdo da tampa. Consideramos 0 trajeto parcial de uma unidade escavotransportadora, com as caracteristicas a indicadas, admitindo-se que sejam conhecidos também os valores de @,, 7, ¢ K do solo, ¢:0 peso total. maquina vazia P, © P, da mesma carregada. Figura 2.11 ~ Trajeto das unidades eseavotransportadoras Determinagao da velocidade Trecho AB — em aclive, méquina carregada ‘& condicao para determinar-se a velocidade ja foi indicada em 1.4.6, tendo-se a igualdade ER = havendo, pois, mavimento uniforme (A, = 0}. ER,g = KP #10-R i +28,3¥ ok Conhecendo-se ER; = £, entramos com este tiltimo valor no diagrama tragao x velocidade, verifi em que ponto interceptamos as curvas das diversas marchas Ete v dervh) Figura 2.12 —-Diagrama tragio x velocidade E teremos a velocidade do trecho AB, em movimento uniforme, Vip = v,. Conhecida a velocidade provavel do treche, pademos calcular 0 tempo de trajeto 154 Manuel Pratico de Escavacso Trecho BC - i = 0%, méquina carregada: ER ae=KR+0+0 e tiramos a velocidade Vig =% donde, enim _ U3" x 0,06 Be V2 (Kah) Trecho Cb Como a rampa é descendente, teremoas: ERag = KP,— 10. Pt. ig ‘Trés hipéteses podem acorrer na rampa descendente, dependendo dos valores essumidos pela expres sio acima. a) DRepro KP, > 10 Py iy b) BRep = ©) ER <0 KP, <10P, . iy KP, =10P,. iy Na primeira hipstese, se a somatéria das resisténcias for pasitiva, utilizamos o diagrama tragio x velo- cidade para a determinagao da velacidade. Na hipétese b, segue-se que + ais k Quando i, assume 0 valor + = iy ndo haverd forcas atuando na maquina e ela poderd descer a rampa na welocidade maxima com seguranga, pois, neste caso, as declividades serao reduzidas ¢ iguais a ake Na hipétese c haverd sempre assisiéncia de rampa (ER < 0) € nao poderemos usar o diagrama estorgo ‘eator x velocidade. A maquina pode, teoricamente, descer rampas de quaisquer declividades com veloci- Gade maxima. Hé, entretanto, a limitagdo da velocidade por razes de seguranga da maquina, e o opera- gor tende a reduziela tanto mais quanto maior for a declividade, aplicando 0s frelos do equipamento. ies trechas lengos com rampas fortes, 0 uso continuado dos freios acasionaria, em pouco tempo, 0 seu squecimente e a conseqiiente perda de eficiéncia. Sor essa razio, as maquinas com transmissio hidromecanica so providas de um freio hidrodinamico enominado retardador (ver 1.3.3.5), que teré a funcao de estabilizar a velocidade nas rampas longas e cnclinadas, exercendo uma forca de frenagem que nao ira deter. a maquina, mas, apenas, reduzir € enter a velocidade de descida dentro dos limites de seguranga. As curvas do retardador (Figuta 2.14) representam a capacidade de frenagem hidrodinamica disponivel = cada marcha quando a camara do retardador esté completamente cheia de dleo. Estimativa de produg8o dos equipamentos 155 Determinagao das velocidades Para a primeira hipétese (a) usaremos o diagrama tragdo x velocidade. Poso bruto 1216 20 s5 90 0 S06) e109 180 09 990 00509 TO x00 wx 3015 20 25.90 40 som so mo 380 a Fe Ba CEP tt rrp ER a ote 20) 121 s100| soo $885 zoo “3 “Bal SI reo i) i GO} 800} ‘100 zal a f= aah 0] 3 20— sa} 00 ar 2r o 2 © 200} Rites a * wl 59) zg Ba * ait ST lL se eeparcas— BE EB xt ‘si SH 7B a Frerceira 223 sat 8 iH ate = a oe 4 ‘alerts #3 BE a al & ae asl 35 fauina = >| a ‘Sex 4 25} = s| {oak a ae lL os 3| 2s a 2| i q ts a tpAsion, Converete ge Tora, a ®itansmisséo Dirgta des a a xm a ee a mon Volocidade Figura 2.13 ‘Como esses diagramas utilizam o conceito de rampa efetiva para a determinagao da velocidade, sera necessario defi Na expresso: ER =KP+10P, pode substituirse a resisténcia de rolamento KP por yma rampa equivalente, denominada rampa fi cia, de modo a terse: KP=10.P.i,oukK=10 156 Manual Praties de Escavacao Substituindo-se na expressiio anterior ER = 10.Pie 10.Pi = 10.P (i, + i) i, +i a rampa efetiva, sendo: 4 +1 € 0 aclive efetivo e serd sempre i, + i > 0 4 — i € 0 declive efetive © que poderé assumir valores positivo, nulo ou negativo, dependendo das wandezas de i; ¢ i ¢ as velocidades serao calculadas: i> 0 > diagrama esforco trator x velocidade = 0 +a velocidade da maquina serd a maxima 4-1 <0 diagrama do efeito retardador, ‘Uso do diagrama tragdo x velocidade com auxilio da rampa efetiva © peso total do equipamento P ¢ i, + i 0 aclive efetivo, procura-se a intersegio das duas retas, indo © ponto A. “se uma horizontal, passando por esse ponto até interceptar uma determinada marcha. Daf se a vertical até © eixo das velocidades, determinando-se a velocidade com que © “motoscraper” ard a rampa. ‘Ssidente que se pode fazer a mesma determinagio, marcando-se no eixo vertical 0 esforgo trator lado E, = ER, tragande-se uma horizontal até encontrarse a marcha correspondente. Os dois das velocidades devem, é claro, coinc! lo: inar a velocidade de “motoscraper”, cuje diagrama & o indicado na Figura 108, sendo © peso de 52 te K = 50 kgit, com rampa (aclive) de 5%, ER = 50x 52+ 10x52x5=5.200kg=5,24 se no grafico E, = ZR = 5,2 1, determina-se a 3% marcha com v,, = 10 knvh ou, entao: ER=10.P = 10.52 (5 +5)=5.200kg=5,2t 50 5% € i, = Fy = 5% € 0 aclive efetive i+ i, = 10%. eaiico, como jé explicado, temos vy, = 10 kmv/h. Estimativa de producio dos equipamentos 157 Db Pose Total PT IE EH A a a _ e TiS 10___kg = 1000 a tll | i T Het jal Figura 2.14, Uso do diageama do retardador (i > i) A semelhanca do que foi feite para o aclive efetiva, se a maquina descer a rampa i, o declive efetivo seré i, 1 e 0 peso total Procura-se @ cruzamento das duas retas definindo o ponto A, ¢, por af, traca-se uma horizontal até interceptar a marcha (ponto B) que dard a velocidade estabilizada pelo retardador. Exemplo: Determinar a velocidade com que 0 “motoscraper” de peso total 106 t desce a rampa de declive i =-15%, com K = 50 kgit. Marca-se a reta vertical rolativa a0 peso de 106 t até interceptar a reta inclinada relativa [ponte A) ao valor do declive efetivo i, — i, ou 50 = =5-15 =— 19 7 13 = 5-15 =-10%, Tragando-se uma horizontal, atinge-se a 58 marcha das curvas do: retardador (ponto B) ¢ Ié-se a velocidade, Vp = 21 km/h. 158 Manual Pratico de Escavacas: Completado o trajeto de ida, devem ser determinadas as navas velocidades nos trechos de retonno com a maquina vazia, ou seja, Vx, Vz e ¥zx pelos mesmos processos jd descritos. 2.2.2.2 ~ Tempos fixos ‘Os tempos fixos do ciclo de um “motoscraper” referem-se a: tempo de carga: lm tempo de posicionamento; mi tempo de aceleracde e desaceleragao; tempo de manobra e descarga. Tempo de carga Apesar de ser considerado um tempo fixe, o tempo de carregamento de uma unidade escavotransportadora depende de varios fatores: & tipo do equipamento; lm compacidade do solo; = rampa favoravel; m habilidade de operador, Esses fatores podem influir favoravelmente ou nao, dependendo das condigdes vigentes, de sorte que os valores indicadas para 0s diversos tempos dlevem ser considerados como médias, podenda haver dis- crepancias razodveis com os tempos efetivamente cronometrados em condicbes reais. Naz tabelas a seguir, as condigdes designadas come favordveis, médias ou desfavordveis sao definidas coniorme 2.1.6 e baseadas em dads da publicacao “Production and Cost Estimating af Material Movement with Earthmoving Equipment”, (Referéncia bibliografica n® 3.) Os tempos de posicionamento ¢ espera de “motascraper” referem-se 4s manobras € ao tempo gasto para 0 acoplamento cam o trator “pusher” Os tempos do “motescraper” com dois motores s40 menores porque, sendo autocarregiveis, podem iniciar © carregamento, ainda que nao haja “pusher” & disposigio. Para condigdes médias a soma dos tempos fixos para um “motoscraper” de um mator cam dais eixos serd: Et, = tempo de carga + tempo de posicionamento + tempo de manobras e descarga = 0,8 + 0,6 + 0.6 =2,0 min. Resta adicionar 9 tempo de aceleracdo e desaceleragia que dependerd do tipo de maquina e também da marcha usada. Tempos fixos O*Manual de Produgio Caterpillar” (339 ed 10) indica os seguintes tempos fixos para varios tratores “pusher”. Estimativa de produce dos equipamentos 159 ‘Tabela 2.3 Autocarregavel 1a 6276 | 1D9R 4 0,6 6276 / PP | Autocarregivel 05" 0,6 63IG 1DOR 06 or 631G [1 Dior 05 07 (Obs: "Tempo de carga por par Os tempos de carga diminuem com o emprego de “pusher” com maior poténcia. Talbea 2.4 —Temapios de aga te “motnscraper Guin) (antes Refittocer Mb lngrlica St 3) Favoraveis Os Médias 0.6 D2 02 [Desiavordveis 08 15 0,3 [02 | (Transm. “Power-shift’) | 2% marcha (0-16 knvh) [38 marcha (0-40 kmh) Trator de pneus: ‘Te 2 marchas (16 km/h} (Transm. Mecdnica) ee dé marchas (36 km/h) S# marcha (48 kr’) 160° Manual Prético de Escavagso Calcular a producio de um “motoscraper” 631, num trajeto com as caracteristicas abaixo. Dados: Caracteristicas do solo K = 50 kgt @, = 0,80 %= 1,3 vms Caracteristicas do “motoscraper” 631 Capacidade: 23,7 m? Peso vazio: 43,41 t Tempos fixes: 2,0 mi Fator de eficiéncia: 0,75 Caracteristicas do trajeto A 1 = 188m Determinagao das velocidades Trecho AG — maquina carregada P = 43,41 + 1,3 x 23,7 = 74,22 t ERg=K.P-10.P.i=74,22 (50-10. 3) =+ 1.485 kg Vig = 52 krvh para a 78 marcha ou 5010-3 = 42% Pym 74,22 { Vig = 52 kmih, Trecho it ER gp = 74,22 (50 ~ 10, 20) = 11.133 keg tforga ativa) Usando-se 0 diagrama de efeito retardador para: Pa7422t 50/10 ~ 20 = -15% (declive efetivo) in Vag = 21 kivvh para a 44 marcha Estimativa de produgéo dos equipamentos 161 bp Paso Total $10 15 20 30 40 6060 0100 180 200 300 4.4 , 1999 fetorgo Teor 43a" 7a2t ‘aclve elatve I, + a a a a eT) Figura 2.15 — Diagrama tragio x velocidadle MS-631 Trecho G6 — méquina vazia P = 43,41 t 0.853 kg (diagrama tragao x velocidade) ER = 43,41 (50 + 10. 20) = i, + i= 50/10 + 20 = 25% {aclive efetivo) Veg = 9 kewvh para a 28 marcha Trecho BA — maquina vazia P = 43,41 t ER gg = 43,41 (50 + 10. 3) = +3.473 kg (diagrama tracao x velocidade} ing + 1= 50/10 + 3 = + 8% (aclive efetivo) Vig = 27 kmh para a 5¢ marcha Tempo de ciclo minimo ten = Dt, +Et, = 20 oe 162 Manual Pratica de Escavacto. 100 110 120 130 _kg x 1.000 a 30% amps efetive favardvel ‘Figura 2.16 ~ Diagrama do retardadar MS-631 temin = 3.19 min tog = 2212 = 4,25 min 0,75 Produgdio no corte 60 45 Q = 23,7 0,80 x——x — = 268 m*/h. 3,19 60 Velocidade média (no trajeto} 2183 +60) 419 24,5 km/h. Velocidade média~ maquina carsegada (ida) esse 38,4 km/h. 0,38 m Velocidade média ~ maquina vazia (retoo) 183460 | 500 218 km/h. 0,81 min Estimativa de producde des equipamentos 163 Db 2.2.2.3. = Ciclo do trator empurrador (“pusher”) Sabendo-se que a maioria das unidades escavotransportadoras necessita do auxilio do trator “pusher” ho momento do. carregamento, é preciso sincronizar os ciclos respectives. Teremos, pois, que fazer a andlise do ciclo do “pusher” para, em seguida, estucarmos a sincros com a operacao dos “motoscrapers". O ciclo do “pusher” pode ser decompesto em movimentos elementares: \ SS Ne = 2 3 oy ‘Trajeto do motoscraper Carregamento Mancbra de apronimagio 2 = Conte 3 Core 4 — mpune final para aceleracdio do *seraper™ 5 = Manoba de setomo e espera Figura 2.17 = Cicla de operagéo do “pusher” A soma dos tempos elementares constitui 9 tempo de ciclo do “pusher” (t.,), que pode assumir valores diversas, conforme as condicées vigentes. Tabela 2.8 Tempo de Carregamenio e enpuRo Tspera “Towa do eidlo Fonte: Referéncia Bibliogratica 42 3. 2.2.2.4 - Determinagao do nimere de “scrapers” empurrados por um “pusher” A condicio ideal para a determinagao do nimero de “motoscrapers” servides por um trator “pusher” & ade sincronismo, na qual ndo haverd espera de nenhuma das maquinas (balanceamento). Para esse calculo sera necessario conhecer © tempo de ciclo minime de “motoseraper” (E = 100%), isto 6, admite-se que a operacdo seja feita sem paradas. ‘© nimero de unidades servidas por um “pusher” serd na condigao de sincronismo: ‘ um "pushers = “empe de ciclo minimo de "motascraper" (E = 100%) N° de *motoscrapert para um "pushert fempy de cle do poker Nu lenin do "motoscraper* a ep Duas hipéteses podem ocorrer: 164 Manual Pratico de tscavacao a) N = n® inteire (candigao de sincronismo perfeito); b) N = n° fraciondrio. Se arredondarmos o ndmero fraciondrio para menos, isto 6, adotarmos @ numero inteiro imediatamente inferior N, teremos N, < N. Neste caso haverd um ntimero de “motoscrapers” menor do que © ntimero tedrico © a produgo seré por eles determinada ou governada, ¢ o “pusher” trabalhard com folga. Ao contrario, se adotarmos N, > N, haverd espera por parte dos “motoscrapers” ¢ o “pusher” vai gover- nar a producao, A experiéncia de campo indica ser preferivel que os “motoscrapers” no tenham tempo de espera, melho- rando a produgio, isto 6, as escavotransportadoras devem governar a produgo (N, < N) eo trator “pusher” trabalhara com alguma espera. Esse tempo ociose pode ser aproveitado para a melhoria das condicées da rea de corte, regularizando a pista, fazendo a pré-escarificacio quando o material € compacto etc. No campo hi, ainda, a possibilidade de tentar-se a eliminagdo da espera do “pusher” ou do “motoscraper’, aumentando-se ou diminuindo-se as distincias percortidas no transporte do corte ao aterro, com a consegiiente aumento ou diminuigao do tempo de ciclo, buscando a melhor condicao de balanceamento das unidades. Entretanto, diversos fatores aleatérios como 0 estado de oficiéncia mecainica do equipamento, operadores mais habilidosos ou mais lentos tornam, em geral, diffcil a sincronizaco perfeita durante toda a operacaio. Conclui-se que a supervisio eficiente da drea de corte é um fator imporiante no incremente da producao. Toma-se claro que © rendimento do *motoscraper’ deve ser admitida camo E - 100%, pois, caso contrério, se adotassemos E < 100% haveria sobra de “motoscrapers” nos ciclos em que nao existissem paradas evitaveis, Exemplo: Determinar 0 némero de “motosctapers” servides por um “pusher”, conhecendo-se t,,, = 2,0 do “motoseraper” = 8,0 min. Aunidades trabalhando sem espera Se, t, tem 9,0 min 4 Produgio governada pelos “motoscraper: N= 22 24,5 unidades 2,0 N, = 5 Produgao governada pelo “pusher” Se usarmos N = 4 unidades (“motoscrapers”), ¢ “pusher” terd folga; com N = 5 unidades haveré sobre~ carga do “pusher” e espera dos “motoscrapers”. Estimativa de producdo dos equipamentos 165 2.2.2.5 — Otimizacao da producao dos “motoscrapers” e do “pusher” Determinados principias permitem o aumento da produtividade pelo melhor aproveitamento dos equi- pamentos disponiveis. Entre eles: 1) Fazer, sempre que: possivel, 0 carregamento do “motoscraper” em declive, aproveitando a assisténcia de rampa, que resulta tempos dé earga reduzidos, com menor poténcia despendida pelos motores. 2}. Evitar, no retorno, a utilizagdo de trajetos com rampas ascendentes muito fortes, que conduzem a velocidades de translag3o muito baixas. As vezes, um caminho um pouco mais lango 6 compensado pela maior velocidade obtida em rampas mais suaves. 3) A boa conservagdo da pista ¢ outro fator que traz sensivel aumento na velocidade de deslocamento da maquina, além de poupd-la de choques ¢ impactos, que podem acelerar o desgaste eu mesmo produzir quebras mecanicas. Admite-se que se a resisténcia de rolamento atingir 150 kg/t, ou mais, a locomogio dos “motoscrapers” serd seriamente afetada, chegando a inviabilizar a sua utilizagio. Note-se que a experiéncia de campo mostra, bem como a andlise teérica feita anteriormente, que 0 estado das pistas ¢, talvez, o fator que pode ser decisive no aumento ou diminuigao da produgao real, comparada com a estimativa feita analiticamente. A resisténcia de rolamento de terreno (K,,)). como vimos, depende em larga escala do afundamento que, por sua vez. varia com as candicées de compactacao ¢ regularidade das pistas. A velocidade obtida no trecho sera funcao, em dltima and- lise, das boas condicées de ralamento das pistas, desde que tenhamos i constante. (Ver Tabela 4.3.) Por outro lado, estudos de eficiéncla mostraram que as perdas de tempo em um ciclo eram devidas a: @ fraca manutengao da drea de corte 5% m posicionamenta ineficiente 6,6%. lm carregamento muito demorado- 16,6% a emprogo de “pusher” inadequado 5% @ estradas mal conservadas 41,6% m manutengdo mecanica ineficiente 16,6% ® manutengdo deficiente na drea de aterro 8.4% 100% Observa-se, portanto, que as perdas de producao derivam em boa parte do estado de conservagao das pistas. 4) © trator “pusher” deverd ser dimensionada para que a poténcia do motor seja compattvel com os esforgos resistentes que vai enfrentar. 166 Manual Pratico de Escavacao Em primeira aproximagao, adota-se a regra de que a poténcia do “pusher” deve ser dimensionada pela capacidade da cacambe do “motoscraper”, obedecendo as relagées indicadas na Tabela 2.9. © uso de trator de poténcia. inadequades resulta no aumento indtil da tempo de carregamento devido a falta Além disso, recomenda-se escolher o “pusher” que apresentar a melhor condigao mecénica, pois, sendo a maquina basica nesta operagao, suas paradas, caso nao haja outro trator para substi imerferirdo de forma negativa na produgio, até a interrupgao. total. Tabela 2.9 Trator “pusher” Poténcia (HP) “Motaseraper” 305 6216 6316 6276 [ea7G 6576. Obs.: © emprego de tratores de maior potneia reduz o tempo de carga, podendo ses usadss relacdes HPIm? superiores as indicadas, 5) Oesforgo trator também é decisivo na carga do “scraper”, conseguindo-se o enchimento lanto mais répido quanto maior 0 esforgo trator disponivel. Admite-se, como regra pratica, ser necessério 1 kg de esforgo trator para carregar 1 kg de terra. Assim, para o enchimento de uma cagamba de 15,3 nv? (621G), com material y, = 1,3 vm?, ou seja, 20 t, seria necessiria o esforga trator minima de 20.000 kg. 6) A velocidade de enchimento da cacgamba decresce com o decorrer do tempo de carregamento, em razio das maiores resist@ncias oferecidas 3 entrada da terra pela que ja esti na cagamba. Represen- tando esse fato graficamente teriamas: Figura 2.18 ~ Carga do “seraper” Isto significa que ap6s 0,60 min a maior parte da cagamba (90%) estard cheia e, prolongando-se o tempo de carga, 0 aumento obtido ser muito pequeno. Para a carga total (100%} seriam necessities 1,5 min. Entretanto, a duplicacao do tempo de carregamento significa, apenas, 0 aumento de 10% ou menos, no volume de terra na cagamba. E preferfvel nao completar o carregamento total do “scraper”, economi Estimativa de produgao dos equipamentos 167 zando apreciavel parcela de tempo em cada ciclo que, repetido centenas de veres num turno de traba- Iho, significard sensivel aumento de produgdo e, portanto, diminuigao de custos. Exemplo: Um “motoscraper” 621 G carregaclo com auxilio do “pusher” necesita de 0,6 min para completar 90% da capacidace maxima da cagamba. Para canseguirse a carga plena de 100%, a tempo de carga au- menta para 0,9 min, Verificar qual a producao do equipamento nos dois casos. Dados: Peso total Peso vazio Capacidade- Fator de converse de volumes Fator de eficiéncia ‘Coeficiente de rolamento Pista sem declividade Distancia de transporte Transporte carregado ZR = 54x 70 = 3.780 kg Do diagrama tracao x velocidade obtém-se V = 23 km/h Transporte vazio ER = 32x 70 = 34 kwh 200 x 0,06 | 200 x 0,06 23 34 1 CaSO temin = 0,6 + 47 min 200% 0,06 200 x 0,06 2* a0 temin = 0,9 + a L77 min 23 FY] Produgio 1 caso Q= EE OT ME 2 BBS 351mvh Produgae 2° caso Q 25 7h No tumo de 8 h na 14 hipétese produz-se 26 mh x 8h 208 m'/dia, o que equivaleria a mais 36 min de operagae por turno. Assim, conclui-se que nao € interessante prolongar 0 tempo de carga para conseguir-se um pequeno aumen- to de volume, de maneira que esse tempo fixo de carregamento deve ser, na medida do possivel, respeitado, Pode-se determinar graficamente o ponto de enchimento da cagamba que daré maior produtividade ao conjunts “scraper” e “pusher”, (Fonte: Folheto “Optimum Load Time” ~ Caterpillar Tractor Co.) 168 Manual Prditico de Escavagao Capacidade do "scraper" (rn°) 1 Tempe de carga (Tempe de ciclo - Tempe de carga! Figura 2.19 ~ Otimizagio de tempo de carga AT = tangente a curva de carga DA = tempo de ciclo — tempo de carga = AB - OB OB = tempo de carga AB tempo de cicle = T,, JB = carga em m? de uma viagem do “motoscraper” =V 1B = £argaem més viagem Ce _ aa ee A Como AT é tangente & curva de carga, qualquer outra reta tirada de A sera secante a referida curva, TB conduzindo a um valor menor de tg ¢. Logo a mafor declividade corresponderd a = = tg. 0= Q, ou seja, & maior praducio da equipe, para a carga V da cagamba. Pode-se utilizar 0 mesmo raciocinio para se determinar © tempo de carregamento que di a melhor produtividade, GE = tempo de ciclo do "pusher"— tempo de carga = CE CP = tangente a curva de carga ®D = capacidade da cagamba que dé maior produgio SD = tempo de carga mais favorivel para o "pusbect ® = tempo de ciclo do “pusher* ‘© tempo de carga (OF ) que conduzira a maior producae estaré entre OD e OB, conduzindo a menores eustos, ‘Ontimera N de “scrapers” servidos por um “pusher” ser AF tempo de ciclo do "scraper" ED tempo de ciclo do "pusher" Estimativa de produg&o dos equipamentos 169 Para a otimizagao da producao, deve-se saber se os “scrapers” ou o “pusher” governardo a pradugdo. Se houver sobra de “scrapers”, com sobrecarga para o “pusher”, 0 tempo de carga poderd ser diminufdo para OD. Em case contrario, com sobra de terripo para o “pusher”: 6 tempo de carga podera ser Gi Os valores escolhidos entre OD e OF conduzirdo a tempos de espera minimos para os “scraper” e para © “pusher”. 2.2.2.6 — Tempos elementares para 0 conjunto trator de esteiras com “scraper” © conjunto trator de esteiras com “scraper” tera sua producao calculada de forma semelhante & do “motoscraper”. Apenas as tempos fixos serao modificados: tempo de carga sem “pusher’: 1,1 min tempo de carga com “pusher”: 0,6 min tempo de descarga € manobra 1,0 min tempo de aceleragao © desaceleracio: 0,2 min (transmissdio mecanica) tempo de accleragao @ desaceleragao: 0,0 min (transmissiio “Power-Shift”) Logo, teremos: sem “pusher": Et, = 2.3 min com “pusher”; Et, = 1,8 min. 2.2.2.7 ~ Fator de redugdo de velacidade Jd vimos que as variagdes de velocidade, observadas nos equi forgas inerciais resistentes ~ no caso de incremento de velocidade (accleragao) ou forgas ativas — na hipdtese de reduc da velocidade (frenagem). No item 2.2.2.1, através de uma anélise dos segmentos do trajeto percorrido pelo “motoscraper”, veri- fica-se que a maquina poderd ter ou nao velocidade inicial no comego de cada segmento; além disso, ha passagem de um trecho a outro, poderd haver mudanga de marcha, com aumento ou diminuigao da velocidade determinada pelo diagrama tragao x velocidade. Esta seria a welocidade maxima teérica possivel naquele segmenta. Entretanto, dois fatores influenciam © alcance dessa velocidade tedrica: a velocidade inicial que a maquina possui ne camego do trecho e, também, o comprimento total desse trecho. E facil imaginar que o equipamento, partindo do repouso até atingir a velocidade de regime {tedrica) tem de se acelerar, surgindo as resisténcias de inércia, vencidas através da utilizagdo do esforce trator fornecido pelas marchas adequadas. Nota-se que vio sendo sucessivamente utilizadas as que produzem esforgos tratores menores e, conseqiientemente, maiores velocidades. Haver§, assim, um tempo de aceleraco que ird depender, evidentemente, da velocidade inicial. E necessdrio considerar que, se o segmento a ser percorrido possuir Comprimento muito reduzido, nao haverd tempo suficiente para acelerar a maquina até atingir a velocidade de regime. A medida que os comprimentos aumentam, a sua influéncia sobre a velocidade a ser atingida evidentemente 170 Manual Pratico de Escavacao Pode-se, entio, admitir um fator de redugio da que ird depender da velocidad elocidade maxima, reduzindo-a a média no trecho Velocidade média no trecho = velocidade maxima x fator de redu¢ao da velocidade. Esse fator dependerd, também, da relagao peso/poténcia da mAquina, j4 que as resisténcias inerciais dependem diretamente do peso total do equipamento. A relagio peso/poténcia é definida pela expresso: Atabela a seguir indica os fatores de redugao da veloci Peso total do equipamento Poténcia no volante Tabela 2.10 = Fator de Reduciio da velocidade maxima A velocidade média lade, levando em conta as consideragies citadas. ‘Comprimento do Unidade em movimento, entrande no trecha “treche (en) = i ‘Velocidade inicial = 0 emnivel i=0%) em dective emactive F< 136 kg/HP 0-60 0,34 — 0,43 0,65 — 0,68 0,68 - 0,72 | 0,60-0,65 61 -120° 0,45 - 0,53 [0.72=0.76 0,76 - 0,78 | 0.67 — 0,72 13H — 180 O53 0,60 0,78 — 0.882 0,82 — 0,86 072-078 181 - 300 0,60 = 0,67 | 0.84 — 0.86 0,86 = 0,88 0,80 — 0,84 301 = 460 0,67 - 0,73 0,89 = 0,91 091-093 | 0,06-0,89 461 - 610 0,75 ~ 0,80 0,91 — 0,93, | 0.89-0,91 [613 760 0,0 0,85 0,93 0,95 0.51 - 0,93 761 — 1.070 0,85 — 0,90 0,95 — 0,97, 1071 — 51.071 090 -0.95 1,60 136 kg HPs esi72 kgf 0-60 | 932-036 | 0,58 — 0,60 [065-063 | 056-058 61-120 [0360.46 [0.63 —0.65 [065-068 | 060-063 121 - 180 | 046-051 | 0.65 — 0,67 0,67 — 0,69 181 = 300 [051-058 | 0.68 -0.71 [071-075 | 0.65 - 0,68 301 = 460 | 0,50 -0,64 [art —0, | 076- 0.80 0.69-071 461 — 610 [064-068 [74-078 [0,78 0,82 [ort — 074 611 = 760 1 068-072 [0.78 — 06d Of 087 | 0,740,768 761-1070 ~S~S*« 0.7 | 0.84 — 0.87 oa7 092 [078-084 L071 ~ 21.071 [0.76-0.86 [0.87 —0.92 092-095 | 0.84087 Exemplo: Pelo processo estudado anteriormente, determinou-se que num segmento de 200 m de extensao, em aclive, a velocidade maxima tirada do diagrama tragdo x velocidade é de v,,,, = 22 knvh, Sabendo-se que 0 peso total do “motoscraper” ¢ de P = 36 t ¢ a sua poténcia no volante N, = 250 HP, determinar a velocidade média e o respectivo tempo de percurso. Estimativa de producéo dos equipamentos 171 Db A unidade esté em movimento ao entrar no trecho. = 144 kp /HP Da tabela, para L = 200 m, em aclive, o fator dle redugao sera de 0,65 a 0,68. Adotando-se 0,65, Voy = 0,65 x 22 & 14 km/h € 0 tempo de percurso sera: 200 x 0,06 22 com velacidade maxima: 0,55 min. com velocidade média: 299 * 9,06 59,86 min 14 Obs.: Outra forma de considerar as aceleragdes e desaceleracées na estimativa de tempo de ciclo minimo seria adicionar, aos tempos fixas, o tempo gasto nessas operagées, mediante @ emprego dos valores ja indicados. (Ver 2.2.2.2, tabela 2.7.) Verifica-se que os resullados obtidos pelos dois processos de cilculo se aproximam, conforme @ estudo a seguir. Tomando-se os valores maximos da velocidade em cada trecho, calculados no exemplo anterior de producio do “motoscraper” 631 G, e aplicando-se os coeficientes de redugdo indicados na Tabela 2.10, terfamos as seguintes velocidades médias nos trechos: Trecho AC P = 74,22 t imaquina carregada) 450 HP Fator de redugio — declive x Ving. = 83m Vi #0 0,71 & yg = 0,71 & 52 = 37 knvh = 165 keyHP L,=60m V,#0 0,63 x Vez = 0,63 x 21 = 13 kmh R= 165 kgyHP 172 Manual Pratico de Escavac3o Trecho CA P = 43,41 t (maquina vazia) N, = 450 HP _ 43.410 450 = 96 kg/HP Fator de redugio— alive x Vixoy =60m v.70 0,65 x Veg = 0,65 x 9 = 6 km/h 1 = 96 kgit L, = 183 m Vy #0 0,80 x gx = 0,8 x 27 = 22 kev R= 96 kgit Tempos varidveis 183 x0,06 60x0,06 60x 0,06 183 x 0,06 Eey = ARO , ORO Oe eee 37 13 6 22 Et, = 0,30 + 0,28 + 0,60 + 0,50 = 1,68 min Tempo de ciclo minimo = com velocidades médias corrigidas 2,0 + 1,68= 68 min ‘© tempo de ciclo minima calculado ne exemplo anterior, com as velocidades maximas, era de 3,19 minutos. Adicionando-se 0 tempo fixo de aceleracao e desaceleracio 0,4 min, tirado da Tabela 2.7, para equipamento com transmissio “Power-Shift” 28 marcha, temos: temin = 3-19 + 0,4 = 3,59 min ¢ 05 dois valores so muito proximos. Pode-se resumir 08 cdlculos feitos no exercicio anterior mediante o emprego da Tabela abaixo. pea fies es ears [27 80 22 ‘Tornpas varlives Ey, = 68 min Estimativa de produgae dos equipamentos 173 Db 2.2.3 — Unidades escavocarregadoras 2.2.3.1 — Carregadeiras de esteiras e pneus O ciclo de uma carregadeira, quer seja de esteiras, quer de pneus, pade ser cecomposto nos seguinies movimentos elementares, quando trabalhando na carga de um vefculo transpartador. 50. 2- Carga da 2-Retorno carregade ‘4: Manobs 5. Avango até 0 velculo 6- Descarga 7-Retarno vazio &- Manobra igura 2.20 ~ Ciclo de operacao das caregadlciras Nesses movimentos elementares hé tempos varidveis, que dependem diretamente da distancia percorri- da, e tempos ditos fixes, que permanecem mais ou menos constantes no decorrer de muitos ciclos. Carregadeira de esteiras © tempo de ciclo da carregadeira de esteiras inclui: carga, manobra, descarga, bem come o tempo de transporte minimo definido pelas distancias d, © d,, percorridas em diregdo ao talude ¢ ao veiculo de transperte, respectivamente Os trés primeiros so considerados tempos fixos. Tempo de carga © tempo de carga da cacamba depende do material a ser escavado: Agregades de granulometria uniforme ,03-0,05 min Agregados misturados ¢ Gmidos 6,04-0,06 min Argila dmida 0,05-07 min Terra, matacées, raizes 0,05-0,20 min Materiais cancrecionados 0,10-0,20 min Tempo de manobras Inclui o tempo basico de transporte (ida e retorno) determinado pelas distincias d, e d,, corresponden- tes ao espaco minimo percorrido para o operader colocar 0 equipamente na posicae de corte ou de descarga, além de quatro mudangas de direc3o e o tempo de giro. Para um operader e! desses tempos atinge 0,22 minutos. Tempo de transporte Eo tempo gasto no movimento da maquina para aproximar-se do local de carga e do vefculo de transporte, bem como os tempos de retorno. 174 de Eseavagae © tempo bisico de tansporte pode ser estimado admitindo-se que as distancias minimas a percorrer sejam d, = d, = 3 meas velocidades de ida ¢ retorno sejam respectivamente V,=5 kmh eV, = 8 kivh 3.x 0,06 tempo de ida: 2 x= =0,07 3.x 0,06 tempo de retorno: 2 x Subtraindo-se esse valor do tempo de manobras (0,22 min), restaria 0,1 min para as quateo mudangas de direcio e tempo de giro. Tempo de manobras = 0,10 + 0,12 = 0.22 min Tempo de descarga © tempo de descarga da cagamba em caminhdes oscila entre 0,04 ¢.0,07 min. Pode ocorrer, ainda, um tempo de espera da carregadeira, enquanto aguarda a manabra de posicionamento da unidade de ransporte, Esse tempo de posicionamento € bastante variavel j4 que depende em grande parte das condicées vigentes ne local de carga; havendo boa coordenacao entre as unidades, poderé ser estima- do em 0,1 min. O tempo de ciclo total para a carregadeira de esteiras, na carga de caminhdes com terra, sera: Carga de argila Gmida: 0,06 Tempo de manobras: 0,22 Descarga: o. Tempo de ciclo basico: 0.33 min A esse tempo poderd ser adicic total de 0,43 min. nado, se houver, o de posicionamento de 0,1 min, obtendo-se o valor Carregadeiras de esteiras jelo Capac. Coroada | Carga de Tombamento PAP | a) 933. C [70 la [5.3 339C [30 as (eet 790 Ltt 7s - [ 9.93 his Te0, =z 13.56 157, [210 | 2,80 19277 j 924 G 938G 950 GI 962 GI Estimativa de produgdo dos equipamentos 175 © tempo de ciclo basico das carregadeiras de pneus articuladas é de 0,45 a 0,60 minutos, devenda ser cortigido, a partir de variagdes pravenientes das condices reais de trabalho, de acorde com as seguin- tes valores: Materiais: Misturados (vérias granulometrias) + 0,02 Ag 3mm (4,9 +0,02 De 3 mm ('/,") a 20 mm (/,") ~0,02 De 20 mm (7, a 150 mm (6") 0 De 150 mm (6") em diante + 0,03 ou mais No corte ou fragmentaco + 0,04 ou mais is empilhados De 3 m (10" de altura ou mais 0 De 3 m (10% de altura ou menos +001 Descarregada por caminhio +0,02 Diversos Mesmo proprictirie das carregadeiras ¢ caminhées até -0,04 min Caminhdes de terceiros até 40,04 Operagao continua até -0,04 Operagao descentinua até +0,04 Descarga em cagamba reduzida até 0,04 Descarga em equipamento fragil até 40,05, O tempo médio de ciclo de carga das carregadeiras CAT serd: ‘Modelo "Tempo de Ciclo Médio 914G ~ 962G 0,45 — 0,50 min 966G — 980G vest 0,50 — 0,55 min 9BEG — 990 = - 0,55 — 0,60 min 982G — 994 0,80 —0,70 min Esses tempos médios deverdo ser corrigidos pelos fatores das tabelas apresentadas anteriormente, de acordo com as condigées locais. Fator de carga da cagamba Esté ligado & natureza do material a ser carregado, levando-se em conta o volume de vazios existentes entre 0s fragmentos do material ¢ que dependera da sua granulometria. Além disso, a forca de desagre- gagdo @ a presenca de dentes na borda da cacamba sao fatores que afetam a carga. 176 Manual Prético de Escavagao Tabela 2.41 jor de Carga da cagamba Agregados timidas misturados “Agregados uniformes até 3 awn Cs) Timm (7, aed me, 7 0,90— 1,10 72 mm, ate 20 mm C7) 1 0,90- 1,10 ou acima, ae 6"), empilhada, com altura de 2 m. A frota de veiculos é de terceiros. E= 50/60 Das tabelas obtemos: fator de carga da cagamba — rocha bem fraturada = 0,80 material em pilha menor do que 3m +0,01 min frota de terceiros + 0,04 min material > @ 6" ou 15 em + 0,03 tempo de ciclo bisica 0,50 180 Manual Pratica de Escavacao. Do grafico de tempo de percurso: tempo de percurso para. 60 m (ida) 14 marcha 0,55 min tempo de percurso para 60 m (retorno) 18 marcha 0.45 min Tempo de ciclo total = 0,50 + 0,08 + 0,55 + 0.45 = 1,58 min 50 60 3 = 3x 0,76 x0,80x ——— x= 258 m/h 8 ice 2.2.3.2 — Escavadeiras © ciclo de uma escavadeira compreende varios movimentos elementares m carga da cagamba (t) 1 giro carregado (t,) m descarga (i) w giro vazio () Assim, ha tempos fixos como a carga é descarga da cagamba é tempos varidveis de giro que dependem diretamente do 4ngulo de giro utilizado. Este, por sua vez, dependeré do posicionamento da unidade transportadora em relagao 8 escavadeira. Entretanto, h4 outra elemento que afeta o desempenho dessas unidades, denominada altura étima do corte, Compreende-se que deverd haver uma relagdo entre o volume da cacamba ¢ a altura do talude de terra que vai ser escavado. Se esta altura for pequena e a cacamba de grande capacidade, completado o movimento correspon- dente a carga haverd apenas o enchimento parcial da cagamba. Para o enchimenta total é necessirio repetir a operagao, introduzindo um tempo parasila evitével. Para tanto basta utilizar uma cacamba de volume menor. Por outro lado, se usarmos uma cagamba de dimensdes muito reduzidas em relagao & altura do barran- co, haverd perda do material escavado, que ndo é recalhido pela cagamba, surgindo a necessidade de nova operacae de carga do material restante. A utilizagao da altura étima de corte, condicionada pela capacidade da cagamba, resulta no aumento da produgao do equipamento; ao contrério, o uso de qualquer altura, maior ou menor, ird diminui-la. © tipo de material também exerce iniluéncia no desempenho das escavadeiras, desde que nao se atinja © enchimento normal da cacamba, em razdo de vazios que permanecer devido ao tamanho e forma das particulas ou fragmentos resultantes da sua desagregacdo. A semelhanga do que foi dito em rela¢do 4s carregadeiras, aplica-se @ fator de carga, que leva em conta es vazios do material dentro da eagamba, Estimativa de produce dos equipamentos 181 Tabela 2.13 ee Fee nn an ee Areia com cascalho 0,90 a 1,00 [Tera comum a 0,60 20.90 Terra argilosa compacta 0,65 30,75 Terra argitosa Gmida 0,50 a 0,60 Rocha hom iraturada 0.60.0 0,75 Rocha mal fraturada 0.40 a 0,50 Feitas essas consideragées, pode-se calcular a produgao de uma escavadeira, aplicando-se a férmula geral Q=C.f Sie E C= volume da cagamba; f fator de carga da cagamba; 9 = fator de empolamento do solo; \. = tempo de ciclo de uma carga (depende do Angulo de gira); E fator de eficiéncia. 2.2.3.2.1 — Escavadeiras com lanca “drag-line” As mesmas consideracées feitas quanto as escavadeiras com “shovel” podem ser reiteradas para 0 caso da lana “drag-line”, no que concerne & altura dtima de corte, Angulo de giro ¢ o fator de correcao F. Em seguida, s40 apresentadas as tabelas com os valores indicados pela PC & $A para 0 caso da cagamba *drag-line”. Tabela 2.14 Escavagao com “drag-line” PC & SA 182 Manual Pratico de Escavacato Tabela 2.15 ‘Ailura Gtima de corte para escavadeiras com “drag-fine” (mn) = aba Eseavagdo média Escavagiio dificil 2,01 | 240 Fonte: PC & SA Tabela 2.16 Fator de corregao para angulo de giro ¢ altura de corte Loren eee Ecavadletras com "drag-line” Altura de corteem% da Angulo de giro (a), altura é6tima de corte 40 60 80 Fonte: PC& 5A 2.2,3.2.2 — Produgao efetiva das escavadeiras Até aqui admitimos que © coeficiente de rendimento & F = 100%, hipétese que poderd ser utilizada durante um certo néimero de ciclos, No decorrer do tempo de observagio necessariamente vio ocorrer tempos de espera devides 8 manuteng3o da maquina, as mds-condicéies meteoralégicas, 8 falta de sincronisme da operagio ¢ a mudanga da maquina para melhor posicionamento, em conseqiéncia dos quais a eficiéncia de operacdo se reduz sensivelmente, ccasionando a queda da producio, Estudos levados a efeito pelo “U.S. Highway Research Board” (HRB), através de grande ndimero de observacées de escavatieiras em trabalhos rodovidrias, mostraram que, devido aos fatores acima apon- tados, em condigoes desfavordveis, o tempo ce operacao produtiva podia atingir apenas 50% do tempo: 30 disponivel para o trabalho, ou soja, © valor de E podia ser estimade em E = mais favordvels, esse valor aumentava atingindo-se £ = 2 =0,75 = 0,50. Sob condigses 60 Esses resultados peemiitem que soja admitido um fator de eficiéncia médio da ordem de 60%, ou seja, E =0,60. Assim, nos exemplos de estimativa de pradugdo maxima apresentades serd necessirio, para se calcular a produgio efetiva, sob condigSes médias, multiplicar os resultados obtidos pelo fator E. No exemplo 1, a producao efetiva a ser esperada do equipamento seria: Qy (mh) = 0,60 x Q, a = 0,60 x 92 = 55 m/h. Estimativa de produgao dos equipamentos 183 re Por outre lado, estudes do HRB mostraram que a Angulo de giro adotado em mais de 80.000 ci observados variava de 45° a 90°, sendo 79° © Angulo cuja frequéncia foi maior, dentre o total dos ciclos anotados, Desse Angulo médio constatou-se que cerca de 45° eram utilizades no giro sobre a drea de corte © os restantes 34° sobre a 4rea em que se posicionava o veiculo de transporte. Isso indica que a utilizagae de giros inferiores a 45° & muito rara, pois as manobras da langa e da cagamba consomem uma parcela de tempo que equivale ao tempo de giro para 45°. Em outras palavras, para giros Muito pec|uenos 6 aperador terminaria percurso sem que a cagamba eslivesse na altura ¢ na posicio de descarga, demandando, por i380, um tempo adicional para completar essas operacées, 2.2.3.2.3 = Escavadciras acionadas por comanda hidréutico A introdugaa de escavadeiras de acionamento hidréulico data. de pouco mais de uma década. Esse fato, aliado & existéncia das carregadeiras de esteiras e de pneus, determinou a ripida obsolescéncia das unidades acionadas a cabo, com excegio das escavadeiras “drag-line”. Isso ocorreu porque os equipamentos hidrdulicos apresentam diversas vantagens em refacio as maqui- nas a cabo: 13) a operacdo e o manejo do equipamento hidrdulico sao mais faceis, reduzinde o trabalho do opera- dor especialmente quanto ao posicionamento répido e preciso da cagamba nas mais diversas condi- ges de corte; 23) maior poténeia do motor, para a mesma capacidade da cagamba, resultando em maiores forcas de levantamento da carga e de desagregacdo deo material: 34) eliminacao de problemas de manutengao mecanica existentes no acionamento a cabo, como por exemplo a ruptura ¢ emenda de cabos de aco, desgaste dos guinches, polias, embreagens etc.; 4°) maior produgie horaria dos equipamentos hidréulicos resultante dos fatores mencionados. A produgae das escavadeiras de acionamento hidrdulico depende de quatro tempos elementares: m= carga da cagamba; @ giro com a maquina carregada; wm descarga; m giro de torno vazio. Nesse campo nota-se, em primeiro lugar, que 0 ciclo das escavadeiras dle menor porte é menor do que as de maior tamanho, 0 que ¢ compensado em termos de producao pela maior capacidade das tiltimas. Por outra lado, as condicées do local de trabalho influenciam a produtividade das méquinas de forma acentuada. Materiais compactos, escavages mais profundas ¢ existéncia de abstéculos subterraneos diminuem a producio, pois os tempos de ciclo tendem a aumentar e o fator de eficiéneia global da operagdo a diminuir, 184 Manual Pratico de Escavacaia Obstéculos subtemineos como galerias de esgotos, dutos de eletricidade e telefone, adutoras de dgua represen- tam redugdo significativa da produgao das retroescavacleiras, especialmente: nas zonas urbanas. Assim, os valo- res indicados para 0. cleulo da producdo-das escavadeiras pressupdem a auséncia ou nao desses. obsticulos. As indicag&es constantes das tabelas a seguir so feitas em trés condicdes de trabalho na escavagiio: Condicées para a escavagio Escavagao fécil ‘im Solo pouco compacto m Profundidade 40% da profundidade méxinna mw Angulo de giro até 30° m Descarga em pilha ou caminhao mm Auséncia de obstrugies Escavacao média m Solo compacto de argila dura com racha fragmentada < 25% 1 Profundidade 50% da profundidade maxima m Angulo de gire até 60° m Poucas obstrugtes Escavagao dificil ® Solo compacto com 75% de fragmentos de recha @ Profundidade 90% da profundidade maxima mw Angulo de giro até 120° im Carga em caminhio junto a vala w Vala escorada m Presenga de pessoal na drea de trabalho Escavagao muito dificil @ Material de 22 alterado: calcdrios, xistos, etc. m Profundidade até 90% da profundidade maxima w Angule de giro até 120° 1 Presenca de obstrugoes m Presenga de pessoal na drea de trabalho w Area de despejo limitada Estimativa de produgao dos equipamentos 185 Fatores que influem na produtividade & Material compacto: aumenta o tempo dle carga ¢ descarga da cagamba = Angulo de gire maior aumenta o tempo de ciclo = Habilidade do operader melhora a produtividade &@ Presenga de obsticulos ¢ de pessoal na area de trabalho pode ser fator limitante da produgio Escavacao facil @ terra pouce compacta; ™ profundidade da vala menor do que 40% da maxima; m Angulo de giro até 30°; ® auséncia de obstaculos; descarga em pilha; © operador eficiente. Escavagao média lm terra medianamente compacta; @ escavagao até 50% da profundidade maxima; Angulo de giro até 60°; @ poucos obstéculos; = operador mediano. Escavacao dificil & terra muito compacta; ®@ escavacio até 90% da profundidade maxima; m Angulo de gira até 120°; descarga em vetculos de pequeno porte; & pessoal trabalhando na vala; @ obstaculos freqientes. 186 Manual Pratico de Escavacao Fator de carga da cagamba Argila 1,00 — 1,05 Mistura argila erocha 1,00 — 1,05 Rocha pouce fragmentada 0,85 - 0.95 Rocha bem fragmentada 0,95 — 1,05. Escavadeira frontal 5090 FS - CAT (5,2 m3) ‘Tempos de ciclo para diversas candi¢des de escavacio Escavagio teil 0,26 min — 0,47 min 19s — 228 0,39 min = O48 min 26 — 29% CAT 330 € (0,55 m) CAP 330 € (1,5 0} 0,17 0,22 [0.22 - 0.25 {a iB Tscavagia média T [os 035 [ps2 a0 0,45 Eseavagdo fell ‘Escavagio dificil Exemplo: Estimar a producdo de uma retroescavadeira que opera numa escavacao de vala, sob condigées médias, sendo o material constituido de areia e cascalho. Capacidade: 1,05 m* Tempo de ciclo (condigdes méclias): 2is gator de carga da eagamba: 0.95 Fator de conversio dé volumes: 0.85 3600 nie = VOS » 0,95 0,85 2145 m*/h(E =100%) Estimativa de tempo de ciclo para escavadeiras com lanca retroescavadora i ‘ Sabie zh CAT 320 Profundidade 34m Carga da cagamba | 9,09 Giro cagamba carregada 0,06) [0.07 Despejo da cagamba Giro eagamba vazia etal Estimativa da tempo de ciclo para escavadeiras com cacamba frontal Carga da cagamba Giro canegade Despeja da cagamba Giro cagamba vazia Total Exemplo: Estimar a producao de uma escavadeira “shovel” (despejo frontal) que carrega terra e matacdes, em local de escavacao dificil Capacidade da cagamba: 2,30 mt Tempo de ciclo: 31s (escavagao dificil) Fator de carga da cacamba 1,10 Fator de conversio de volumes: 0,90 3600 Quix = 2-5 *1,10% 0,90 ae 265 m’/h{E = 100%) 2.2.3.2.4 — Produgao das escavadeiras em valas Quando as retroescavadeiras (“back-shovel”) trabalham em valas de dimensées prefixadas, pode-se exprimir a produg3o em metros lineares executados de vala por hora ou por dia. Sendo Qa produgao da escavadeira (medida no corte) eV o volume por metro Linear de vala, a produ- cdo em metros lineares de vala (MV) sera: Q tm?) MY (m/h) = Ff V cm emp Admilindo-se que 0 terreno seja autoportante, isto &, permanece estivel quando cartado na vertical, ou préximo dela, a colocagao de tubulagSes exige a abertura de valas com as larguras minimas indicadas na labela a seguir, de acordo com a “American Concrete Pipe Association”, para tubos de concreto. ijaitil W=LxHxtm Figura 2.24 188. Manual Pratico de Escavacio Exemplo: 1) Calcular a producdo de uma escavadeira em metros lineares de vala sabendo-se que trabalha na, abertura de vala para colocagio de tubos de concreto de 1,06 m (42%), em solo de argila compacta. A profundidade da vala é de 2,5 m e o material areia e cascalho. A condigao de escavacio é considerada média. A produgao da escavadeira sera: ‘Capacidade da cagamba: 0,85 m> Fator de carga da cagamba: 0,95 Fator de conversio de volume: 0,80 Fator de eficiéncia: 40/60 Tempo de ciclo: 195 Q = 0,85 «0,95 x0,8x a © saa m! /hino corte) Volume da vala por metro linear Para tubos de concreto de @ = 1,06 m, a largura minima da vala serd: L=1,92 meH=2,5m VeLxHxim=1,92 x 2,5 x 1,00 =4,8 mm 82 (m' Ay) 4,8 (nv /m) My =17m/h Essa producao refere-se somente 4 escavagio para abertura da vala ¢ empilhamento do material. 2) Um empreiteiro contratou a abertura de vala 4 razio de 1.000 m/dia com material de escavacaa facil (argila arenosa), sendo @ volume (no corte) por metro linear V = 1,5 m’/m, Sabendo-se que o ture didrio de trabalho serd de 10 h’dia, pesquisar: a) qual a produgio minima da escavadeira necesséria para completar o trabalho, admitindo-se 6 fator de eficiéncia de 50/60? b) qual o equipamento a ser escolhido? Wy = 1000 nvdlia 100 m/h 10 h/dia Estimativa de produgao dos equipamentos 189 Produgao minima = M¥ xV = 100 x 1,5 = 150 mh tno corte) Suponde-se a escolha da retroescavadeira, teriamos: Tempo de ciclo (escavacio facil): 155 Capacidade: 1,05 me Fator de carga da cagamt 1,00 (argila arenosa) Fator de conversio de volumes: 0,77 Q=1,05 1,00%0,77 x 2600, 50 162 mh 15 60. Logo, a producao da retroescavadeira, nas condi¢des especificadas, superaria a produgac mit seria a maquina escolhida (162 > 150 mh} com folga. 2.2.4 — Unidades transportadoras As unidades transportadoras 30 utilizadas em operacao conjunta com as escavocarregadoras, realizan- do as operagées basicas de transporte e de descarga Normalmente, a candigio de balanceamento entre as unidades é estabelecida pelo sincronismo de ‘operacia, isto é, haveria permanentemente um veiculo sendo carregado pela unidade escavocarregadora. Esta condicSo 6 obtida desde que o flux de material carregado seja absorvido pela frota de transporte, sem que haja espera de qualquer das maquinas. Em outras palavras, a producdo da unidade escavocarregadora set4 igual 3 capacidade de produgio da frota de transporte. Q unidade escavecarregadora = Q frota de transporte, 2.2.4.1 = Condicao de sincronismo Sendo a frota de transporte constituida por N veiculos de capacidade C, cujo tempo de ciclo de trans- porte seja T., temos Qeangidein = 6-9) E=NC “2 E(E= 100%) Admitindo-se que a capacidade solta da cagamba da unidade de transporte soja igual a “n” vezes a capacidade solta da cagamba da caregadeira, temos: G=n.c 190° Manual Pratico de Escavactie Mas nt, €0 tempo de carga do vefculo: n be = Leng ‘a tempo de ciclo de transporte (E = 100%) tearge tempo de carga do verculo Conclui-se, assim, que a condicao de balanceamento entre a unidade escavocarregadora e a frata de transporte serd obtida por N veiculos determinados pela relagio acima. Admite-se E = 100%, pois se adotissemns & < 100% para um dos equipamentos, nos ciclos em que nao houvesse esperas, ¢ isso pode ocorrer durante muitos ciclos, um dos equipamentes, a carregadeira ou os ‘veiculos, teria espera desnecesséria. Por outro lade, a experiéncia mostra que deve haver adequagao entre a capacidade da cagamba da unidade carregadora ¢ a da wansportadora, € o ntimero “n” deve estar compreendido entre 3 © 6. ‘Com duas cagambadas, provavelmente devide & rapidez da carga, poderd haver espera no posicionamento da unidade transportadora seguinte e, com mais de seis cagambadas, © tempo de carga cresce inutil- mente, fazendo com que a unidade transportadora aumente desnecessariamente o seu tempo de cic © ntimero N poderd no ser inteiro. Nessa hipdtese optaremos pelo uso do ndmere inteire imediata- mente inferior ou superior, No caso de adotarmos o mimero inteiro imediatamente inferior, haverd pequena falta de unidades transportadoras e a carregadeira terd espera. A producao global serd governada pela frota de transporte. Na outra hipétese haverd, obviamente, espera da unidade transportadora ¢ a produgao sera governada pela produgo maxima da carregadeira. Assim sendo: Q = produgio da carregadeira; q = produgio da unidade de transporte individual; N = ndimero de unidades de transporte. Na condicio de sincronismo: Q=N.q Q q N Se N nao for inteiro, teremos: Q adotando N, > 2 ea earregad govemna a produgiio Nz < & cas unidades de transporte governam a produgio q Estimative de produsio des equipamentos 191 pb ‘Convém notar que, na pratica, ainda que teoricamente obtivéssemos um mimero inteiro para N, dificil- mente o balanceamento previsto seria efetivo, eliminando-se os tempas de espora na carga. Na realidade, @ tempo de ciclo de transporte T. € freqiientemente afetado por fatores imprevistos que tendem, em geral, a aumenté-lo, como por exemplo o uso de equipamentos de transporte com carac- teristicas diferentes dle desempenho, seja por fabrica¢So, seja por estado mecanico deficiente. A propria atitude do operacor ou motorista poderd levar a tempos de percurso de transporte maiares ou menores Eventualmente até os problemas do trafego local poderdo afetar a produgao de maneira sensivel, espe cialmente nos trabalhos em zona urbana. 2.2.4.2 — Tempo de ciclo de transporte © tempo de cielo da unidade transpartadora serd formado pelos seguintes tempos elementares: mm tempo de carga da unidade (t) @ tempo de transporte carregado (t,) § m= tempo de manobra ¢ descarga (4) j= tempo de retorno vazio (t) tempo de posicionamento para a carga (l) So considerados fixos os tempos de carga, manobras, descarga e posicionamento, enquanto os de transporte so variéveis, pois dependem das distincias percorridas. ic ‘O tempo de carga da unidade dependerd da relagao — = nenire as capacidades do veiculo ¢ da cacam- ba da unidade carregadora. Desde que essa relacao seja fixada, o tempo de carga sera expresso por: Yearga = 9+ be sendo t. o tempo de ciclo da carregadeira. Para os caminhdes “fora-de-estrada” de descarga traseira (“Rear-Dump"), ou de descarga pelo funda ("Bottom-Dump"}, esses tempos sio fornecidas pelos fabricantes, de acardo com a tabela a seguir. Tabela 2.17 Tempo de manobra € descarga Tempo de pasicionamenta na carga Condigio de “Rear Dump™ “Beltom Dump” “Rear Dump” “Bottom Dump™ operacio “ joins nin tmmin Favordvel | 1.0 Lo3 [ots [ous 113 lf [56 [o30 [oso Desfavorivel p1s-20 1,00 Fonte: Production and Cost Estimating of Material with Earthmoving Equipment (Ref. Bibl. ni 3) 192 Manual Pratica de Escavacio Tabela 2.18 ‘Tempos fixos para vagees (Botta Tempo de hianobra (2x) ¢ desearga (min) (Um vag com 2 a 3 efxos od 07 1,0 Fonte: Ret. bibliogréfica n® 10, pigs. 13-57 Os tempos varidveis ser30 Calculades para as unidades wansportadoras de acordo com a mesma siste= matica apresentada em 2.2.2.1, onde foi estudado o caso das unidades escavotransportadoras 1) Decomposicao da trajeto em segmentos, dos quais sejam cenhecides os comprimentos e inclinacao das rampas. 2) Determinagaa da soma das resisténcias em cada trecho. 3) Determinagio da velocidade em cada segmento, pela utilizagdo do diagrama tragdo x velacidade. 4) Determinagao do tempo gasto no percurso de cada segmento, através do seu comprimento e da velocidade da maquina 2.2.4.3 — Fator de reducio de velocidade As mesmas consideragées feitas em 2.2.2.6 so validas para o caso das unidades transportadoras. A velo- cidade média, a ser atingida num determinado trecho, dependerd da velocidade maxima calculada con- forme jd indicado, afetada por um fater de redug3o, que por sua vez é fun¢3o das seguintes varidveis: a) relagao peso/poténcia; b) velocidade inicial ou final; c) comprimento do trecho; d) fatores. desfavordveis. a) Quanto menor a relacao peseipoténcia, mais facilmente 0 veiculo conseguiré a sua acclera- 80 € 0 fator de redugdo seré numericamente maior, e inversamente. b) A quantidade de movimento com que a unidade entra num trecho, dependendo da velocida- de inicial ou final, afeta sensivelmente o fator de reducao. Um veieulo que entra ou sai de um segmento, na (ou préximo da) velocidade maxima, teré o fator de redugdo muito perto de 1,0, enquanto aquele que inicia o movimento ou deve dimi- nuir a velocidade ae final do trecho, teré obviamente valores mais reduzidos. ©) A quantidade de movimento e a aceleragae (ou desaceleragao) afetam apenas 0 inicio (ou fim) do movimento do veiculo no trecho. O comprimento sera outro fator a ser levado em conta, pois, quando for muito curto ¢ 6 vefculo parte do repouso ou com velocidade inicial baixa, nao. haverd tempo para atingir a velocidade de regime, e 0 fator de redugio seré grande. Por autro lado, quando a velocidade inicial da unidade supera a velocidade maxima calcula- da para © trecho, ¢ este 6 de pequeno comprimenio, o fator de redugio de velocidade poder ser maior que 1,0, d) Ha certas fatores negatives ou obstrugées no trajeto que podem diminuir substancialmente a velocidade, diminuindo paralclamente 0 fator de redugae: curvas fechadas, mé-visibilidade, estreitamento da pista, congestionamento de muitas unidades, resistencia ao rolamento varid- vel, pistas muito Umidas, grandes techos em declives pronunciados ete. Estimativa de producdo dos equipamentos 193

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