Informativo Maçônico Catarinense
Informativo Maçônico Catarinense
Informativo da
Academia Catarinense Maçônica de Letras
Edição nr. 16 Florianópolis (SC), 20 de novembro de 2017
DIVERSOS
22 – Albergue Noturno Manoel Galdino Vieira (administrado por Maçons dedicados e voluntários)
23 – Lojas aniversariantes de Santa Catarina (GOB/SC – GOSC e GLSC)
26 – ACML News Notícias & Variedades
Ansão)
36 - Fechando a Cortina – Ir. Adilson Zotovici ( Boa obra, não para) –
Expediente:
Editor – Acad. Jeronimo Borges Fo. (Cadeira nr. 40 - JP nr. 2307-MT/SC)
Conselho Editorial:
Acad. José Carlos Pacheco (GOSC)
Acad. Ruben Luz da Costa (GOB/SC)
Acad. Walter Celso de Lima (GOB/SC)
Acad. Eleutério Nicolau da Conceição (GLSC)
Informativo da Academia Catarinense Maçônica de Letras
Opiniões, comentários e colaborações para o endereço [email protected]
Primeiras Palavras
A principal função da talhadeira é cortar ou, em nosso jargão, “aparar arestas”. Deve ser constituída de
material forte, tanto para exercer seu poder sobre o objeto a ser trabalhado como para suportar a força
do malho.
As proporções do fio cortante também são de estrema importância para o resultado de sua ação. Da
pedra bruta separada do bloco ao polimento da pedra cúbica, o uso da talhadeira traz ao Maçom o
aprendizado do uso correto da força e da perseverança.
Moralmente, não é a obra que qualifica o Obreiro, mas a ação do Obreiro sobre os materiais que
deseja transformar. Saber quando, onde e com que força bater, gradua o Maçom acima dos títulos e
números estipulados em Ritos.
Se até aqui lhe pareceu estranho o uso da palavra “Talhadeira”, esclareço que “talvez” se trate do
Cinzel. Substituí apenas para dar ênfase simbólico a má compreensão que fazemos perante as arestas
encontradas.
Apesar de não podermos ser condizentes com o erro e nem negligentes com os trabalhos, não é
apontando o erro que ele se conserta.
JAMAIS DEVEMOS ESQUECER QUE A PEDRA BRUTA A SER LAPIDADA SOMOS NÓS MESMOS.
O TRABALHO MAÇÔNICO É INTERNO E NÃO EXTERNO, NÃO USAMOS A TALHADEIRA NO
IRMÃO.
Acredite: não há uma única Loja no Universo que trabalhe 100% perfeita, simplesmente porque todas
são constituídas por 100% de seres humanos imperfeitos.
O todo é sempre maior que a somatória das partes. Todos nós devemos nos preocupar em fazer o
melhor e apresentar, em trabalhos e comportamento, o que é certo.
Sempre haverá Irmãos de tênis, calças jeans, camisa xadrez, faladores, reclamões, dissimulados,
vaidosos, ótimos exemplos do que dentro de nossos preceitos e juramentos não é justo e perfeito. Eles
são importantes para o aprendizado e é por eles que aprendemos o que não gostaríamos de nos
tornar. Há pedra tão bruta que não dá lapidação.
Este artigo foi inspirado no livro A VERDADE SOBRE A MAÇONARIA cujo autor é o Irmão Pierre
Fontaine, que na página 57 instrui:
“Em todos os atos que tenha que realizar, o maçom deve dirigir seus poderes a um ponto ou fio,
concentrando-se na obra, pois, se não há concentração, a força se dispersa e o êxito é quase
impossível.”
Precisamos incentivar os Obreiros da Arte Real ao salutar hábito da leitura como ferramenta de enlevo
cultural, moral, ético e de formação maçônico.
Fraternalmente
Sérgio Quirino
Grande Segundo Vigilante – GLMMG
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A HISTÓRIA DA
ACADEMIA CATARINENSE
MAÇÔNICA DE LETRAS (Capítulo III)
CADEIRA Nº 3
Patrono: Irmão Elpidio Barbosa
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ELPIDIO BARBOSA
ELPÍDIO BARBOSA, nasceu no dia 2 de setembro do ano de 1.909, na Cidade de
Florianópolis, em Santa Catarina, sendo filho do Senhor João de Oliveira Barbosa e de Dona
Jenny Kumm Barbosa, sendo casado com a Senhora Eládia Maria Barbosa, tendo as seguintes
filhas Irene Elcy Barbosa e Ieda Maria Barbosa, e em segunda núpcias com Dona Maria da
Conceição de Oliveira Barbosa, morando a Avenida Hercílio Luz, Nº. 131, nesta Cidade de
Florianópolis, Santa Catarina.
Sendo de família modesta, conseguiu por seus próprios méritos galgar as mais altas
posições no Mundo Profano, sem passar por cima de seus semelhantes, tendo-os sempre acima da
sua dignidade.
No ano de 1.916, Elpídio Barbosa, inicia seus estudos no Colégio Coração de Jesus,
sendo hoje o Colégio Bom Jesus onde no ano de 1.922, prestou exames de admissão ao Colégio
Catarinense, sendo aprovado.
No ano de 1.928, Elpídio Barbosa termina seus estudos no Ginásio, que na época
podia exercer o Magistério, fornecendo assim os conhecimentos para sua busca de um Diploma
Superior.
Estando exercendo o Magistério na Região do norte de Santa Catarina, presta exame
no chamado “exame vagos”, que eram realizados nos períodos de férias escolares, no Curso de
Direito, iniciando assim, na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná, em Curitiba.
Corria o ano de 1.935, vindo para Santa Catarina, em Florianópolis, para ocupar o
Cargo de Técnico no Departamento de Educação de Santa Catarina, matriculando-se assim na
Faculdade de Direito de Santa Catarina, onde no ano de 1.938, obtém o Titulo de Bacharel em
Ciências Jurídicas e Sociais.
Nos anos de 1.931 a 1.934, ocupou o Cargo de Inspetor Escolar, sendo elevado a Sub
Diretor Técnico do Departamento de Educação do Estado Santa Catarina. Foi nomeado Secretario
de Estado da Fundação de Cultura, na gestão do Governo Celso Ramos.
Foi Professor no Colégio Coração de Jesus, hoje Colégio Menino Jesus, bem como
foi Professor na Escola Técnica de Comércio de Santa Catarina.
Exerceu a Chefia do Departamento de Ciências Jurídicas na Faculdade de Ciências
Econômicas.
Pelo Decreto Nº. 2.802, datado do dia 20 de maio do ano de 1.965, foi instalada a
UDESC – Universidade para o Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina -, sendo seu
Primeiro Diretor. Veio a falecer no dia 16 de outubro do ano de 1.966, como seu Reitor.
Foram 57 anos dedicados a Cultura e a Educação de Santa Catarina, que exemplo ....
No dia 12 de junho do ano de 1.992, foi apresentado pelo Conselheiro Ricardo José
Araújo de Oliveira, a indicação propondo a criação do Prêmio Educador Elpidio Barbosa, que
seria concedido todos os anos pelo Conselho Estadual de Educação de Santa Catarina, á pessoas
físicas e entidades educacionais que se tenham destacado no desenvolvimento do ensino no
âmbito estadual, sendo a proposta aprovada por unanimidade.
Do ano de 1.993 ao ano de 2.011 foram agraciados com o Prêmio Educador Elpidio
Barbosa, diversas personalidades e diversas instituições de ensino de Santa Catarina; podemos
citar: Ari Kardec Bosco de Melo; Colégio Catarinense de Florianópolis; Antonieta de Barros;
Universidade Federal de Santa Catarina; Irmão Maçom Osvaldo Ferreira de Melo; Maria Elza de
Oliveira Lima, esposa do Irmão Raimundo Nonato de Oliveira Lima, pertencente à Benemérita,
Augusta e Respeitável Loja Simbólica “Professor Mâncio da Costa”, Nº. 1.977; e muitas outras
Personalidades e Instituições.
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É eleito para Primeiro Vigilante no dia 15 de maio do ano de 1.951, para o bi^}Enio
1.951 / 1.952.
No dia 24 de junho do ano de 1.951, foi indicado para fazer parte da Comissão de
Redação Final do Projeto do Regulamento Particular da Loja, bem como no dia 9 de outubro foi
nomeado para integrar a Comissão de Obras e Melhoramento da Loja.
Foi eleito Deputado pela Augusta e Respeitável Loja Simbólica “Luz e Verdade 3ª”,
ao Oriente de Joinville, eleito na Sessão do dia 22 de agosto do ano de 1.952
Muito haveria de ser dito, afora o que ficou expresso, para retratar por inteiro a figura
maiúscula de Elpídio Barbosa.
Além dos registros sobre o Irmão Elpidio Barbosa, dos quais pinçamos pequena parte
para retratá-lo, não faltaríamos fatos de ordens testemunhais que bem elevam esta figura
maiúscula como de chefe de família exemplar. De praticante e pregador da moralidade; de homem
organizadíssimo e disciplinador.
Certa ocasião, falando sobre Elpídio Barbosa, disse-nos o Irmão Ignacio Queiroz que, segundo
Irmãos da Loja “Regeneração Catarinense”, Elpídio Barbosa era de raríssima compenetração;
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discorria com precisão e beleza sua oratória e, enquanto falava, descia lenta e altamente
compenetrado o degrau do Altar do Orador e muito lentamente se deslocava até próximo ao Altar
dos Juramentos, onde terminava seu discurso.
O Irmão Ignácio Queiroz também foi seu aluno na Universidade Federal e disse-nos
que Elpidio Barbosa não improvisava suas aulas, que eram sempre agradáveis e objetivas, e não se
desviava e se detinha ao assunto do primeiro ao último minuto; vinte ou quinze minutos para o
inicio da aula, já estava sentado à sua cadeira e, ali, era o centro das atenções dos alunos que iam
chegando. À hora marcada para o inicio das aulas, fechava a porta da sala e ninguém mais entrava.
Mantinha também o mais elevado respeito que se pode imaginar de uma autoridade:
sofreu enfarte e, ao invés de telefonar para a Universidade, bem antes do horário da aula, lá na
porta do prédio, estava sua filha avisando aos alunos e dizendo que seu pai pedia desculpas por
estar impossibilitado de dar aula naquele dia.
Por último cabe-me consignar meu muito obrigado aos Ilustres Convidados que
compareceram a este ato e aos confrades com os quais terei a honra e o prazer de conviver daqui
por diante.
Inúmeras homenagens foram feitas ao Professor Elpidio Barbosa, entre elas nomes de
ruas (Rua Professor Elpídio Barbosa – Trindade – Florianópolis) e nomes de Grupos Escolares
(Grupo Escolar Elpidio Barbosa – Joinville)
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(próximo número:
Histórico do Patrono Apheu Ferreira Linhares e do primeiro ocupante da Cadeira nr. 4, Sérgio
Boppré)
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O referido pilar Dórico tem muitas vezes seis diâmetros de altura e é o mais viril, tendo as
proporções da força e da beleza do corpo do homem. O arquiteto romano Vitrúvio atribui o seu
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invento a Doros, filho de Heleno, dizendo que os primeiros que o empregaram ‘mediram’ o pé de
um homem e, vendo que era a sexta parte do corpo, aplicaram às colunas esta proporção: qualquer
que fosse o diâmetro da coluna no seu pé, dava-se ao fuste, compreendido o capitel, uma altura
igual a seis vezes este diâmetro. Isto, entretanto, não passa de uma lenda.
O pilar Jônico é mais esbelto e gracioso, tendo a graça e a elegância da mulher. A sua altura é
igual a nove vezes o seu diâmetro de base, tendo o fuste assentado sobre um pedestal. Apresenta
24 estrias ou cracas separadas por um filete e não por uma aresta viva, como o Dórico. O seu
capitel é caracterizado por uma dupla espiral ou voluta. Segundo Vitrúvio, o seu nome provém de
Ion, chefe de uma colônia mandada para a Ásia pelos gregos, e que empregou esta Ordem na
construção de três templos, na cidade de Éfeso, dedicando-os a Diana, a Apolo e a Baco.
A origem das volutas que caracterizam o pilar Jônico é a seguinte: quando as colunas eram ainda
simples troncos de árvores, melhor ou pior desbastados, e postos a prumo para suportar o peso da
trava que aguentava o telhado, costumavam rematá-las por um pedaço de cortiça, destinado a
evitar a infiltração da água. Sobre a cortiça assentava um tijolo quadrado, e sobre este a trave. Pela
ação do tempo e da umidade, esta cortiça ia pouco a pouco se contornando em voluta, resultando
deste fato o capitel Jônico.
Voluta é um ornato em forma de espiral que aparece nos capitéis de colunas clássicas,
especialmente nas Jônicas.
O pilar Coríntio tem formas mais belas e elegantes e proporções mais delicadas, lembrando uma
donzela. A sua altura é igual a dez vezes o seu diâmetro de base e o seu fuste é liso ou estriado.
Em geral, as colunas são lisas quando são de pórfiro ‘Pórfiro é uma rocha do grupo das rochas
ígneas, de textura porfirítica na qual os fenocristais perfazem mais de 50% do volume da rocha.
O pórfiro é o produto de erupções vulcânicas antigas, com uma idade compreendida entre o Pré-
Câmbrico e o Mesozóico. São do tipo ácido ou intermédio’ ou de granito, e caneladas quando são
feitas de mármore. Neste caso, as suas caneluras são de 20 a 32, mas o seu número deve ser
divisível por 4.
A lenda contada sobre o capitel Coríntio é a seguinte: os antigos tinham o costume de depositar
sobre as sepulturas das virgens os objetos do seu uso e afeição. Morrendo uma donzela em
vésperas de casar, a sua alma depositou sobre a sepultura um cesto contendo vários objetos e
adereços da falecida, cobrindo-o a seguir com um tijolo quadrado. Na primavera, um pé de acanto,
sobre o qual, incidentalmente, tinha sido colocado o referido cesto, rebentou de novo. Revestindo
as paredes exteriores do cesto pelas quais subiram, e chegando ao tijolo, as folhas começaram a
dobrar-se em forma de voluta. Diz-se que o arquiteto coríntio Clímaco, ao passar pelo lugar da
sepultura, notou este fato, desenhando o cesto e as folhas. E foi daí, segundo a lenda, que proveio o capitel
a que se deu o nome de Coríntio.
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1. Savonarola: Florença, capital da região italiana da Toscana que fica às margens do rio Arno.
Florença foi, por muito tempo, governada pela dinastia dos Médici, uma das várias famílias
nobres que ostentavam sua riqueza construindo grandes e belos palácios e patrocinando as artes.
Por volta do ano 1500, Florença se tornou o maior centro cultural do Renascimento na Itália.
Aqui, viveram e trabalharam grandes artistas e escritores, como Maquiavel, Leonardo da Vinci,
Rafael e Michelangelo, autor da famosa escultura do Davi, cuja réplica pode ser vista na Piazza
della Signoria.
Foi nesta ciade que morou um personagem menos conhecido, mas que teve um papel
importante, não só na história da cidade, mas também na história do cristianismo. Trata-se do
frade dominicano Jerônimo Savonarola, que tem sua memória preservada numa placa que fica
na principal praça de Florença, a Piazza della Signoria, e que marca o lugar onde ele e dois de
seus seguidores mais próximos foram enforcados e queimados como hereges em 1498, vinte anos
antes do início da Reforma Protestante.
Savonarola chegou a Florença por volta de 1480, quando Lorenzo de Médici, conhecido como
o magnífico, estava no auge de seu poder. Era uma época de grande esplendor econômico,
artístico e cultural, mas também de uma decadência moral que Savonarola insistia em denunciar.
As pregações de Savonarola no Convento de São Marcos atraíam multidões, que se identificavam
com seus ataques contra os pesados impostos, contra a injustiça social e contra a corrupção e a
ostentação da riqueza que caracterizavam a vida dos nobres e dos líderes religiosos da época. Em
1494, Florença foi invadida pelo rei da França, Carlos VIII. Os Médici foram depostos, e a cidade
passou a ter, nos quatro anos seguintes, um governo republicano.
Savonarola, que havia previsto a invasão e que pregava constantemente contra o governo dos
Médici, passou a ser o governante de fatoda cidade e implementou, nesse período, uma grande
reforma moral em Florença. Ficou especialmente famosa a chamada “fogueira das vaidades”,
organizada por Savonarola, quando os cidadãos de Florença foram chamados a trazer, para
serem queimados em praça pública, objetos associados com o pecado, como jogos de cartas,
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artigos de luxo, enfeites e até mesmo livros e obras de arte considerados imorais. A reforma
liderada por Savonarola teve, incialmente, grande adesão. Dizem que a cidade se tornou um
grande convento.
Mas é óbvio que sua pregação radical e também suas posições políticas renderam a Savonarola
muitos inimigos, dentre os quais o próprio papa Alexandre VI, da família Bórgia, cujo estilo de
vida iníquo era frequentemente denunciado pelo frade dominicano. Savonarola foi várias vezes
proibido de pregar e foi finalmente excomungado da igreja Católica, mas não se calou. Foi preso
no Convento de São Marcos, em abril de 1498, passou por horríveis torturas e foi finalmente
enforcado e queimado na Piazza della Signoria, um mês depois.
Savonarola é apontado como um dos precursores da Reforma Protestante, mas não se pode
dizer que tenha sido um reformador no sentido teológico, pois não se desviou, em nenhum
momento, da doutrina da Igreja Católica. Ele foi, certamente, um reformador moral, que, com
voz de profeta, denunciou o pecado e anunciou o julgamento divino, chamando seus
contemporâneos ao arrependimento. Acabou pagando por sua ousadia com a própria vida, e
entrou assim para a galeria dos mártires que escreveram com o próprio sangue a história da igreja.
(Teologarte.com. Davi & Rosana Pinto)
todos os tempos pela lente de David Lean. Duas décadas mais tarde, os Nazistas queimavam
publicamente as obras de todos os autores Judeus e de livros apelidados de degenerados, num
total de cerca de dezoito mil títulos que consideravam não corresponder à sua ideologia.
Mais próximo a nós passaram-se alguns episódios similares nos Estados Unidos da América,
no tempo do Senador McCarthy, dirigidos aos livros Comunistas, e no Brasil de Getúlio Vargas,
que ordenou a queima pública das obras de Jorge Amado. No alvorecer do nosso século XXI,
mais concretamente em Janeiro de 2001, o Ministro Egípcio da Cultura mandou incinerar seis mil
volumes da obra de poesia homo-erótica da autoria de Abu Nuwas, depois de ter sido pressionado
por grupos de fundamentalistas Islâmicos. Os exemplos são muito mais numerosos do que os que
nos foi dado descrever aqui, e ocorreram em todas as épocas e em todas as localizações
geográficas, no entanto, o mais emblemático destes eventos, por não se limitar à queima de livros,
estendendo a diabolização do outro aos próprios objetos que eram considerados simbólicos do
pecado foi o que deu o nome a este tipo de ação, a Fogueira das Vaidades de Florença,
ordenada por Savonarola.
O aspecto mais simbólico destas fogueiras e dos seus objetivos psicológicos no controle das
massas, verificando que há paralelos não literais entre o ato concreto de queimar objetos que
simbolizam determinado bode expiatório e a exploração da destruição da imagem pública de um
qualquer personagem com base em comportamentos supostamente imorais, ilegais ou desonrosos,
mesmo que não correspondam inteiramente à verdade. (Fonte: Breviário Barreirense. Autor:
Pedro Estadao. Or. Portugal).
3. Livro: A Fogueira das Vaidades, Tom Wolfe. Ed. Rocco, 1978: Esta Fogueira das Vaidades
simbólica foi magistralmente utilizada por Tom Wolfe no seu romance com esse nome que
atualizou o termo para os nossos dias, tornando-o uma expressão comum na descrição de
determinado tipo de ações políticas focadas na utilização de um determinado bode expiatório. O
livro traça uma radiografia sociológica da sociedade nova iorquina nos anos oitenta do século
vinte, logo após a crise no setor do petróleo, ocorrida nos anos setenta. O editor afirma que o que
nesta fogueira se consome no lume de uma profunda e ácida ironia é a arrogância dos novos-
ricos e o ódio dos miseráveis, o poder não poucas vezes abusivo da classe média e a relatividade
da justiça, o ridículo de uma sociedade sem princípios, a corrupção e o arrivismo de tantos dos
seus mais sólidos pilares. Há, portanto, em A Fogueira das Vaidades, várias personagens que são
caracterizadas, melhor dizendo, caricaturadas, salientando impiedosamente o ridículo de toda
uma geração onde a ganância, o desejo de poder e a soberba, que se manifestam na presunção
obscena de quem se julga superior. Uma presunção que é exposta, desnudada e analisada,
centímetro a centímetro, em toda a sua grotesca realidade. O livro foi transformado em filme com
direção de Brian De Palma em 1990.
4. Salomão: (...) Diz o Eclesiastes: Vaidade das Vaidades. Tudo é Vaidade. O livro nos remete a
Salomão, visto como um rei, rico, belo, sábio e poderoso. Ele fala que só quem é rico pode criticar
a riqueza; só o belo pode maldizer a beleza; só o sábio pode queixar-se do conhecimento. Caso
contrário, corremos o risco de sermos ressentidos, bradando contra aquilo que não temos.
Não é por acaso quando Salomão abre o Eclesiastes faz questão de anunciar: Eu, o Pregador,
fui rei sobre Israel em Jerusalém (...) atentei para todos as obras que se fazem debaixo do Sol, e
eis que tudo era vaidade e aflição de espírito. O que ele está dizendo, que os latinos traduzem por
Vanitas, é que tudo passa, tudo é poeira.
O problema do ser humano é que ele está vivo. Ele é vazio por dentro, no sentido que vai
perdendo a conta de si mesmo, a segurança. Ele é vazio por fora, vendo-se no espelho a beleza
desmoronando, o pó que está entrando em seu rosto, ou melhor dizendo, o seu rosto está
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revelando a verdadeira matéria dele, que é pó, cinza. É uma questão de tempo. Na realidade
quando falamos de vaidade, estamos falando de vazio. A experiênica de tornar-se nada. (Luiz
Carlos Pondé).
Não custa lembrar os Irmãos a abertura do Livro da Lei no Grau de Mestre, também extraído
do livro de Eclesiastes: Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os
dias da desgraça e cheguem os anos dos quais dirás: Não tenho mais prazer. Antes que o pó volte
à terra de onde veio e sopro volte a Deus que o concedeu. (Ecl. 12, 1-7).
MAÇONARIA
2. Rituais REAA: (...) a beneficência maçônica não se traduz por atos de vaidade, próprios aos
que dão com orgulho, humilhando quem recebe.
(...) despojados dos metais, estais simbolicamente, despidos das vaidades e do luxo da vida
profana.
(...) Na Maçonaria a vaidade não pode medrar e todos se conformam aos direitos dos mais
dignos merecedores.
(...) Podemos encontrar na ciência humana os elementos precisos para a nossa regeneração
desde que não abusando de nossas próprias fraquezas e, muito menos do enlevo de nossas
vaidades.
Para finalizar... A vaidade é o caminho mais curto para o paraíso da satisfação, porém ela é, ao
mesmo tempo, o solo onde a burrice melhor se desenvolve. (Augusto Cury).
O ÁGAPE:
AS ORIGENS E O SEU SIGNIFICADO
NO SIMBOLISMO E NA RITUALÍSTICA MAÇÔNICA.
INTRODUÇÃO
Para falarmos da ceia denominada ágape e das suas origens, é mister começarmos
fazendo as seguintes perguntas: quão longe podemos recuar em termos de registros históricos? Será
que a grande referência que possuímos é a Bíblia, quando esta remete para a última ceia de Jesus?
Mas, aquele não era um contexto judaico e o que estava acontecendo ali não era o kidush? Seria essa
a verdadeira origem, então?
No intuito de responder as perguntas acima e outras que possam surgir, passo a passo,
então, buscaremos conhecer a origem e a evolução do ágape no curso da história, e mais
especificamente na Maçonaria.
Para definirmos ágape, de uma maneira sucinta, poderemos usar das seguintes palavras:
é uma ceia litúrgica que possui uma riqueza muito grande de significados envolvendo a união, a
fraternidade, a paz e o amor. Possui suas raízes na religião, no Judaísmo e no Cristianismo, sobretudo.
Mesmo na Maçonaria também pode ser considerada uma tradição antiga, sendo que foi instituído
oficialmente na mesma a partir de 1721. Antes, porém, seja no período Operativo, o fato das Lojas
funcionarem no próprio canteiro de obras e ter sofrido fortes influências religiosas, cooperavam para
essa prática. Após o surgimento da Maçonaria dos Aceitos ou Especulativa o hábito praticamente
evoluiu também para a Loja de Mesa e ou Banquete Ritualístico, onde o desenvolvimento de uma
ritualística própria para tais eventos. Há outros termos alternativos para que nos
refiramos ao ágape, quais sejam: repasto, banquete, ceia...
Vamos conhecer a história desse costume e da sua prática na Maçonaria, esse o objetivo
do presente trabalho.
“Historicamente, o termo designa o repasto dos primitivos cristãos, embora a palavra banquete também
tenha surgido desse hábito, pois ela deriva do italiano ‘banchetto’, que era o banquinho em que os
primeiros cristãos sentavam-se durante as ceias comunitárias nas catacumbas, onde se escondiam.”
EUCARISTIA
A Eucaristia é uma palavra de origem grega que significa “dar graças”, e se refere à ceia
realizada entre Jesus e seus discípulos mais chegados, antes dele ser sacrificado. Há indicações
concludentes no Novo Testamento de que o “ágape” ou a “festa de amor” era uma refeição completa e
que acontecia antes do partir do pão e do beber do vinho. No segundo século da nossa era, a
Eucaristia passou a ser considerada um evento separado.
A Eucaristia também é considerada uma refeição fraternal, e une ritualmente os crentes
que professam da mesma fé. (Girardi, pág.191, 2008)
COMENTÁRIOS:
Como podemos ver, a Eucaristia foi instituída por Jesus Cristo por ocasião da véspera
da Paixão, e com relação a esse fato é que os cristãos primitivos passaram a fazer posteriormente a
celebração de refeições em comum, as quais foram denominadas ágapes.
Vale lembrar que a Igreja herdou a maior parte das práticas do Judaísmo, e que a liturgia
eucarística, presente na missa, é uma prova dessas influências.
AS CONEXÕES
Agora é que vem a parte interessante: comecemos por transcrever um trecho da
JUDAICA, onde, após ser explicado que na refeição do Shabat, o chefe da família (que aqui pode ser
visto como um sacerdote oficiando a cerimônia) depois de encher o tradicional cálice do Kidush, e após
pronunciar a oração da santificação e as bênçãos, eleva a taça, sorve pequenos goles e passa a
mesma adiante para que todos os membros da família tomem um gole, o que possui evidentemente o
alto valor simbólico de uma comunhão religiosa. O autor, que comparece à enciclopédia citada, Nathan
Ausubel, faz o seguinte comentário:
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“Não se pode deixar de indagar qual será, precisamente, a relação _ e deve ter havido alguma _ entre
o gole de vinho do cálice de santificação do Kidush e o gole de vinho do primeiro cálice da Eucaristia
ingerido pelos primeiros cristãos-judeus. É quase certo que esses últimos derivaram seu rito, pelo
menos sem sua forma inicial, da festa do amor ou refeição comunal da seita judaica dos essênios. Ao
mesmo tempo, não se pode deixar de observar que a cerimônia do Kidush também possui em comum
com os ritos dos antigos gregos e romanos, que bebiam em honra de seus deuses _ num ato de
sacrifício _ antes de iniciarem a refeição familiar ou banquete público.”
COMENTÁRIOS:
Vimos que a partir das várias formas de refeições que foram citadas, e onde os destaques
para o “kidush” dos judeus e a Eucaristia dos cristãos, é possível extrairmos alguns pontos em comum.
UM POUCO DA HISTÓRIA
Ainda no que se refere aos banquetes, estes ocorriam já em Roma quando da passagem
do ano. Em Roma não levavam o nome de banquete, mas de festins romanos, Quando o costume foi
adotado também pelos primeiros cristãos, e pelo fato de usarem banquinhos nas suas ceias que
tinham o nome de “banchettos” é que surgiu a palavra banquete, hábito depois transmitido aos seus
pósteros e que chegaram até as organizações medievais de ofício, e aí é de se observar que os
banquetes de fim de ano se confundiram com a data solsticial além da data de São João, o
Evangelista.
Outros grandes adeptos dos banquetes foram os gregos, amantes da boa mesa, sendo
que uma diferença crucial em relação aos romanos é que seus banquetes não terminavam em orgias,
é o que dizem os estudiosos.
Então, como estamos no Brasil vamos usar as duas denominações: Banquetes
ritualísticos ou Lojas de mesa. Essa prática vem ocorrendo na Maçonaria desde que os Aceitos
passaram a ser maioria dentro das lojas inglesas – e isso foi no romper do século XVII.
Especificamente quando os Maçons deixaram os avarandados (ao sul das
construções), o local de reuniões, e passaram a reunir-se em tavernas.
Nas tavernas era servido um jantar, durante a reunião, ou almoço dependendo do dia. Após a
refeição e os debates faziam-se 5 ou 7 saúdes, e a cada saúde ingeria-se boas doses de bons vinhos.
Com a fundação da Grande Loja de Londres, ficou estabelecido que a Administração mais os membros
das Lojas afiliadas se reuniriam de 3 em 3 meses para prestação de contas do Progresso da novel
organização e comemorar ao final das reuniões com um suculento banquete, e novamente os bons
vinhos.
COMENTÁRIOS FINAIS:
Ainda que, alguns enxerguem uma diminuição na prática da comensalidade nas Lojas
maçônicas, parece que a Loja de Mesa ou Banquete Ritualístico, em função da comemoração dos
solstícios, tende a permanecer, e faz jus às comemorações antigas e carregadas de misticismo da
Maçonaria de Ofício e que a Maçonaria Especulativa recebeu de herança.
O Ágape reúne várias funções importantes, e cumpre destacar, pelo menos, aquela que
vem permitir aos Irmãos sentarem-se à mesa e desfrutar de uma refeição em conjunto, o que fortalece,
sobretudo, a harmonia que deve reinar entre todos, além de que, esse momento concentra por si só,
um significado altamente simbólico, pois, remete àqueles momentos outros citados que tem suas
origens em tempos remotos, particularmente, os tempos bíblicos.
*** O assunto sobre o qual versa o trabalho acima, partiu de uma sugestão do querido Irmão
Walter Ens, da Loja “Caridade Santanense nº 2”, em 22.09.17.
CONSULTAS BIBLIOGRÁFICAS:
Revistas:
A TROLHA, nº357, Julho/2016: “O Ágape na Loja Maçônica” – Artigo de autoria do Irmão Marcos
Banheti Rabello Vallim.
Livros:
AUSUBEL, Nathan. “Conhecimento Judaico I” - JUDAICA – A. Koogan Editor - 1989
CASTELLANI, José. “LOJA DE MESA” – Editora Maçônica “A Trolha” Ltda. – 1ª Edição – 2004.
CHAMPLIN, R. N. “Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia” - Vol. 1- Editora Hagnos – 9ª Edição -
2008
GIRARDI, João Ivo. “Do Meio-Dia à Meia-Noite Vade-Mécum Maçônico” – Nova Letra Gráfica e
Editora Ltda. - 2ª Edição – 2008
UNTERMAN, Alan. “Dicionário Judaico de Lendas e Tradições” – Jorge Zahar Editor - 1992
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COnsultÓrio Maçônico
do Ir. Pedro Juk
http://pedro-juk.blogspot.com.br
Filiação e Regularização de
Aprendizes e Companheros
O Respeitável Irmão Nilson Alves Garcia, Deputado Federal, Loja Estrela da Serrinha, REAA,
GOB-GO, Oriente de Goiânia, Estado de Goiás, solicita esclarecimento para o que segue:
COSIDERAÇÕES
T.F.A.
PEDRO JUK
[email protected] -
http://pedro-juk.blogspot.com.br
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Os Irmãos que coordenam essa instituição beneficente, que há 80 anos vem prestando esse
serviço fraterno, vêm encontrando sérias dificuldades financeiras para mantê-la. Não existe
qualquer auxílio do Poder Público.
Conclamamos o Irmão a ajudar com qualquer contribuição essa instituição benemérita, que
teve tantos maçons ilustres voluntários que participaram na sua coordenação e apoio,
mantendo-a por estes longos anos.
Faça a sua doação. Colabore. Qualquer contribuição pode não fazer falta para você, mas
fará muito bem aos necessitados de toda a espécie.
Lojas Catarinenses:
O Irmão Hélio Leite foi homenageado principalmente pela obra “O Grande Oriente do Brasil –
Comemora 195 anos de Fundação”. Mas nunca é demais rememorarmos as palavras do
estimado Irmão Lucas Galdeano:
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Saudades de Antão:
https://drive.google.com/open?id=1eMN33NdZ4APg5J6CMgs0fc72fCgxEP-6
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Queridos Irmãos,
Em João Pessoa, foram indicadas e aprovadas as sedes das próximas edições do Encontro:
XXV (Jubileu de Prata) em Juiz de Fora – MG; XXVI em Londrina – PR; e XXVII em Salvador – BA.
Em Juiz de Fora o Encontro será realizado nos dias 19 e 20 de outubro de 2018. A Comissão
encarregada está iniciando os trabalhos de preparação do Encontro em Juiz de Fora e informará
aos Irmãos os pormenores, à medida que eles forem sendo definidos.
Certos de contarmos com a sua inestimável presença em nosso Jubileu de Prata, nos
despedimos rogando as bênçãos do GADU
Fraternalmente,
Coordenador
32 98889-6197
Incomparável ferramental
Perfeito projeto altaneiro
Pois, do Grande Arquiteto afinal