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Informativo Maçônico Catarinense

O documento apresenta a história da Cadeira no 3 da Academia Catarinense Maçônica de Letras, com foco no patrono Elpídio Barbosa e no primeiro ocupante Hercílio de Fáveri. Resume a vida e carreira de Elpídio Barbosa, destacando seu papel como educador, professor e fundador da Universidade para o Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina.

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Informativo Maçônico Catarinense

O documento apresenta a história da Cadeira no 3 da Academia Catarinense Maçônica de Letras, com foco no patrono Elpídio Barbosa e no primeiro ocupante Hercílio de Fáveri. Resume a vida e carreira de Elpídio Barbosa, destacando seu papel como educador, professor e fundador da Universidade para o Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina.

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ACML News

Informativo da
Academia Catarinense Maçônica de Letras
Edição nr. 16 Florianópolis (SC), 20 de novembro de 2017

SUMÁRIO DA EDIÇÃO NR. 16

2 – Primeiras Palavras – Você sabe usar a Talhadeira Maçônica? - Sérgio Quirino


4 – Galeria dos Acadêmicos – História da ACML – Coletânea coligida pelo Acad. Ruben
Luz da Costa sobre a Cadeira nr. 3. Patrono, Acadêmico Elpídio Barbosa - Primeiro
ocupante, Acadêmico Hercílio de Fáveri
10 – A Ordem de Arquitetura Grega e suas Lendas – Acad. Paulo Roberto Pinto
12 – Fogueira das Vaidades – Ir. João Ivo Girardi
16 – O Ágape: as origens e seus significados...
Pilati Ir. José Ronaldo Viega Alves

CONSULTÓRIO MAÇÕNICO DO IR. PEDRO JUK


20 – Filiação e Regularização de Aprendizes e Companheiros

DIVERSOS
22 – Albergue Noturno Manoel Galdino Vieira (administrado por Maçons dedicados e voluntários)
23 – Lojas aniversariantes de Santa Catarina (GOB/SC – GOSC e GLSC)
26 – ACML News Notícias & Variedades
Ansão)
36 - Fechando a Cortina – Ir. Adilson Zotovici ( Boa obra, não para) –

Expediente:
Editor – Acad. Jeronimo Borges Fo. (Cadeira nr. 40 - JP nr. 2307-MT/SC)

Conselho Editorial:
Acad. José Carlos Pacheco (GOSC)
Acad. Ruben Luz da Costa (GOB/SC)
Acad. Walter Celso de Lima (GOB/SC)
Acad. Eleutério Nicolau da Conceição (GLSC)
Informativo da Academia Catarinense Maçônica de Letras
Opiniões, comentários e colaborações para o endereço [email protected]

Se o Irmão não deseja receber o informativo ou alterou


o seu endereço eletrônico, POR FAVOR, comunique-nos.
ACML News nr. 16 – Ano I - Florianópolis (SC), segunda-feira, 20 de novembro de 2017 - Pág. 2/36

Primeiras Palavras

Ir. Sérgio Quirino


MI da Loja Presidente Roosevelt nr. 25 e
Grande Segundo Vigilante da
Grande Loja Maçônica de Minas Gerais.
Especial para o ACML News

Saudações, estimado Irmão!


Você sabe usar a TALHADEIRA MAÇÔNICA?

A principal função da talhadeira é cortar ou, em nosso jargão, “aparar arestas”. Deve ser constituída de
material forte, tanto para exercer seu poder sobre o objeto a ser trabalhado como para suportar a força
do malho.

As proporções do fio cortante também são de estrema importância para o resultado de sua ação. Da
pedra bruta separada do bloco ao polimento da pedra cúbica, o uso da talhadeira traz ao Maçom o
aprendizado do uso correto da força e da perseverança.

Moralmente, não é a obra que qualifica o Obreiro, mas a ação do Obreiro sobre os materiais que
deseja transformar. Saber quando, onde e com que força bater, gradua o Maçom acima dos títulos e
números estipulados em Ritos.

Se até aqui lhe pareceu estranho o uso da palavra “Talhadeira”, esclareço que “talvez” se trate do
Cinzel. Substituí apenas para dar ênfase simbólico a má compreensão que fazemos perante as arestas
encontradas.

Quantas vezes presenciamos erros ritualísticos e comportamentos equivocados de Irmãos e reagimos


ou vemos reações tão brutas que provocam um “talho”, uma ruptura na harmonia das Lojas?

Apesar de não podermos ser condizentes com o erro e nem negligentes com os trabalhos, não é
apontando o erro que ele se conserta.

JAMAIS DEVEMOS ESQUECER QUE A PEDRA BRUTA A SER LAPIDADA SOMOS NÓS MESMOS.
O TRABALHO MAÇÔNICO É INTERNO E NÃO EXTERNO, NÃO USAMOS A TALHADEIRA NO
IRMÃO.

Acredite: não há uma única Loja no Universo que trabalhe 100% perfeita, simplesmente porque todas
são constituídas por 100% de seres humanos imperfeitos.

Então o que fazer?

Fazer o melhor! O melhor daquilo que você sabe fazer!


ACML News nr. 16 – Ano I - Florianópolis (SC), segunda-feira, 20 de novembro de 2017 - Pág. 3/36

O todo é sempre maior que a somatória das partes. Todos nós devemos nos preocupar em fazer o
melhor e apresentar, em trabalhos e comportamento, o que é certo.

Sempre haverá Irmãos de tênis, calças jeans, camisa xadrez, faladores, reclamões, dissimulados,
vaidosos, ótimos exemplos do que dentro de nossos preceitos e juramentos não é justo e perfeito. Eles
são importantes para o aprendizado e é por eles que aprendemos o que não gostaríamos de nos
tornar. Há pedra tão bruta que não dá lapidação.

Portanto, nos concentremos no caminho pessoal e saibamos diferenciar a talhadeira do cinzel.

Este artigo foi inspirado no livro A VERDADE SOBRE A MAÇONARIA cujo autor é o Irmão Pierre
Fontaine, que na página 57 instrui:

“Em todos os atos que tenha que realizar, o maçom deve dirigir seus poderes a um ponto ou fio,
concentrando-se na obra, pois, se não há concentração, a força se dispersa e o êxito é quase
impossível.”

Precisamos incentivar os Obreiros da Arte Real ao salutar hábito da leitura como ferramenta de enlevo
cultural, moral, ético e de formação maçônico.

Fraternalmente

Sérgio Quirino
Grande Segundo Vigilante – GLMMG
ACML News nr. 16 – Ano I - Florianópolis (SC), segunda-feira, 20 de novembro de 2017 - Pág. 4/36

Galeria dos Acadêmicos


História da ACML –Cadeira nr. 3

A HISTÓRIA DA
ACADEMIA CATARINENSE
MAÇÔNICA DE LETRAS (Capítulo III)

Com informações coletadas pelo Acadêmico Rubens Luz da Costa


(Secretário da ACML e Titular da Cadeira NR. 3)

Foco desta edição:


Histórico do Patrono Elpídio Barbosa
e primeiro ocupante da Cadeira nr. 3, Hercílio de Fáveri.

CADEIRA Nº 3
Patrono: Irmão Elpidio Barbosa
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ELPIDIO BARBOSA
ELPÍDIO BARBOSA, nasceu no dia 2 de setembro do ano de 1.909, na Cidade de
Florianópolis, em Santa Catarina, sendo filho do Senhor João de Oliveira Barbosa e de Dona
Jenny Kumm Barbosa, sendo casado com a Senhora Eládia Maria Barbosa, tendo as seguintes
filhas Irene Elcy Barbosa e Ieda Maria Barbosa, e em segunda núpcias com Dona Maria da
Conceição de Oliveira Barbosa, morando a Avenida Hercílio Luz, Nº. 131, nesta Cidade de
Florianópolis, Santa Catarina.

Sendo de família modesta, conseguiu por seus próprios méritos galgar as mais altas
posições no Mundo Profano, sem passar por cima de seus semelhantes, tendo-os sempre acima da
sua dignidade.

No ano de 1.916, Elpídio Barbosa, inicia seus estudos no Colégio Coração de Jesus,
sendo hoje o Colégio Bom Jesus onde no ano de 1.922, prestou exames de admissão ao Colégio
Catarinense, sendo aprovado.

No ano de 1.928, Elpídio Barbosa termina seus estudos no Ginásio, que na época
podia exercer o Magistério, fornecendo assim os conhecimentos para sua busca de um Diploma
Superior.
Estando exercendo o Magistério na Região do norte de Santa Catarina, presta exame
no chamado “exame vagos”, que eram realizados nos períodos de férias escolares, no Curso de
Direito, iniciando assim, na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná, em Curitiba.

Corria o ano de 1.935, vindo para Santa Catarina, em Florianópolis, para ocupar o
Cargo de Técnico no Departamento de Educação de Santa Catarina, matriculando-se assim na
Faculdade de Direito de Santa Catarina, onde no ano de 1.938, obtém o Titulo de Bacharel em
Ciências Jurídicas e Sociais.

Era Funcionário Público Estadual. Como Professor, ocupou o Cargo de Diretor do


Grupo Escolar Professor Luis Neves, na Cidade de Mafra, em Santa Catarina, no ano de 1.930,
bem como Diretor do Grupo Escolar Professor Joaquim Santiago, na Cidade de Joinville, no ano
de 1.931, em Santa Catarina.
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Nos anos de 1.931 a 1.934, ocupou o Cargo de Inspetor Escolar, sendo elevado a Sub
Diretor Técnico do Departamento de Educação do Estado Santa Catarina. Foi nomeado Secretario
de Estado da Fundação de Cultura, na gestão do Governo Celso Ramos.

Foi Professor no Colégio Coração de Jesus, hoje Colégio Menino Jesus, bem como
foi Professor na Escola Técnica de Comércio de Santa Catarina.
Exerceu a Chefia do Departamento de Ciências Jurídicas na Faculdade de Ciências
Econômicas.

Foi professor catedrático da cadeira de Direito Constitucional no Curso de Ciências


Econômicas da Universidade Federal de Santa Catarina.

Participou da estruturação da Fundação Universitária de Santa Catarina.

Pelo Decreto Nº. 2.802, datado do dia 20 de maio do ano de 1.965, foi instalada a
UDESC – Universidade para o Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina -, sendo seu
Primeiro Diretor. Veio a falecer no dia 16 de outubro do ano de 1.966, como seu Reitor.

Foram 57 anos dedicados a Cultura e a Educação de Santa Catarina, que exemplo ....

Fez parte do quadro associativo do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina

Na segunda legislatura da Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina, isto n


o período de 1.951 a 1.955, exerceu o mandato de Deputado Estadual, sendo Secretario da Mesa
Diretora.

Foi Membro do Conselho Estadual de Educação desde a sua primeira composição,


onde tomou posse no dia 28 de setembro do ano de 1.962, sendo esta solenidade presidida pelo
Governador do Estado de Santa Catarina, o Senhor Celso Ramos, onde Elpidio Barbosa foi
escolhido para Presidente, permanecendo como Presidente até seu paçamento ao Oriente Eterno.

Foi Elpídio Barbosa, Professor, Advogado, Político, sempre desempenhado suas


funções com esmero, dedicação, probidade, exercendo não como profissional, mas cumprindo sua
nobre missão.

No dia 12 de junho do ano de 1.992, foi apresentado pelo Conselheiro Ricardo José
Araújo de Oliveira, a indicação propondo a criação do Prêmio Educador Elpidio Barbosa, que
seria concedido todos os anos pelo Conselho Estadual de Educação de Santa Catarina, á pessoas
físicas e entidades educacionais que se tenham destacado no desenvolvimento do ensino no
âmbito estadual, sendo a proposta aprovada por unanimidade.

Do ano de 1.993 ao ano de 2.011 foram agraciados com o Prêmio Educador Elpidio
Barbosa, diversas personalidades e diversas instituições de ensino de Santa Catarina; podemos
citar: Ari Kardec Bosco de Melo; Colégio Catarinense de Florianópolis; Antonieta de Barros;
Universidade Federal de Santa Catarina; Irmão Maçom Osvaldo Ferreira de Melo; Maria Elza de
Oliveira Lima, esposa do Irmão Raimundo Nonato de Oliveira Lima, pertencente à Benemérita,
Augusta e Respeitável Loja Simbólica “Professor Mâncio da Costa”, Nº. 1.977; e muitas outras
Personalidades e Instituições.
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Seus principais títulos e méritos: - Bacharel em Direito; Professor da Faculdade de Ciências


Econômicas de Florianópolis; Professor Primário; Diretor de Grupos Escolares; Inspetor Escolar;
Sub Diretor Técnico e Consultor Técnico do Departamento de Educação; Inspetor Geral de
Ensino Normal; Diretor por 10 anos do Departamento de Educação; Primeiro Presidente e
Organizador do Conselho Estadual de Educação; Curso de Especialização do Instituto Nacional de
Estudos Pedagógicos do Ministério da Educação e Cultura; Deputado Estadual na Segunda
Legislatura da República Nova; Exerceu o Cargo de Segundo Secretario da Assembléia
Legislativa Estadual.

Na fundação da Augusta e Respeitável Loja Simbólica “Januário Corte”, Nº. 7, ao


Oriente de Florianópolis, do Rito Adonhiramita, no dia 20 de março do ano de 1.949, ocupou o
Cargo de Venerável Mestre Provisório; foi Iniciado em nossos Augustos Mistérios no dia __ de
__________ do ano de 1.9__, na Augusta e Respeitável Loja Capitular “União IIIa. Luz e
Trabalho”, Nº. 664, ao Oriente de Porto União, recebendo o CIM 046.644, vindo a se filiar na
Augusta e Respeitável e Sublime Loja Capitular “Regeneração Catarinense”, hoje Cruz da
Perfeição Maçônica, Estrela da Distinção Maçônica, Grande Benfeitora da Ordem, Benfeitora da
Ordem, Augusta e Respeitável Loja Simbólica “Regeneração Catarinense”, Nº. 138, em
Florianópolis, no dia 31 de janeiro do ano de 1.951, seguindo seus estudos filosóficos de nossa
Ordem, no Rito Escocês Antigo e Aceito, chegando ao Grau 18 no dia 10 de outubro do ano de
1.950 e ao Grau 30 no dia 02 de fevereiro do ano de 1.951, ocupando diversos cargos na
Maçonaria, destacando-se como exímio Orador.

É eleito para Primeiro Vigilante no dia 15 de maio do ano de 1.951, para o bi^}Enio
1.951 / 1.952.

No dia 24 de junho do ano de 1.951, foi indicado para fazer parte da Comissão de
Redação Final do Projeto do Regulamento Particular da Loja, bem como no dia 9 de outubro foi
nomeado para integrar a Comissão de Obras e Melhoramento da Loja.

Na Sessão do dia 12 de fevereiro do ano de 1.952, comunica a Loja “Regeneração


Catari8nense” que recebeu o nome simbólico de “Arcipreste Paiva”

Foi eleito Deputado pela Augusta e Respeitável Loja Simbólica “Luz e Verdade 3ª”,
ao Oriente de Joinville, eleito na Sessão do dia 22 de agosto do ano de 1.952

No período do dia 05 de novembro do ano de 1.955 ao dia 21 de junho do ano de


1.958, exerceu o Cargo de Grão Mestre Adjunto, na Administração do Grão Mestre Eminente
Irmão Manoel Galdino Vieira.

Muito haveria de ser dito, afora o que ficou expresso, para retratar por inteiro a figura
maiúscula de Elpídio Barbosa.

Além dos registros sobre o Irmão Elpidio Barbosa, dos quais pinçamos pequena parte
para retratá-lo, não faltaríamos fatos de ordens testemunhais que bem elevam esta figura
maiúscula como de chefe de família exemplar. De praticante e pregador da moralidade; de homem
organizadíssimo e disciplinador.
Certa ocasião, falando sobre Elpídio Barbosa, disse-nos o Irmão Ignacio Queiroz que, segundo
Irmãos da Loja “Regeneração Catarinense”, Elpídio Barbosa era de raríssima compenetração;
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discorria com precisão e beleza sua oratória e, enquanto falava, descia lenta e altamente
compenetrado o degrau do Altar do Orador e muito lentamente se deslocava até próximo ao Altar
dos Juramentos, onde terminava seu discurso.

O Irmão Ignácio Queiroz também foi seu aluno na Universidade Federal e disse-nos
que Elpidio Barbosa não improvisava suas aulas, que eram sempre agradáveis e objetivas, e não se
desviava e se detinha ao assunto do primeiro ao último minuto; vinte ou quinze minutos para o
inicio da aula, já estava sentado à sua cadeira e, ali, era o centro das atenções dos alunos que iam
chegando. À hora marcada para o inicio das aulas, fechava a porta da sala e ninguém mais entrava.

Mantinha também o mais elevado respeito que se pode imaginar de uma autoridade:
sofreu enfarte e, ao invés de telefonar para a Universidade, bem antes do horário da aula, lá na
porta do prédio, estava sua filha avisando aos alunos e dizendo que seu pai pedia desculpas por
estar impossibilitado de dar aula naquele dia.

Por último cabe-me consignar meu muito obrigado aos Ilustres Convidados que
compareceram a este ato e aos confrades com os quais terei a honra e o prazer de conviver daqui
por diante.

Muito se deve ao Professor Elpidio Barbosa e muito iríamos dever se o Grande


Arquiteto do Universo não o tivesse chamado para o Oriente Eterno, tão cedo. Contava apenas 57
anos de vida.

Inúmeras homenagens foram feitas ao Professor Elpidio Barbosa, entre elas nomes de
ruas (Rua Professor Elpídio Barbosa – Trindade – Florianópolis) e nomes de Grupos Escolares
(Grupo Escolar Elpidio Barbosa – Joinville)
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Acadêmico Irmão HERCÍLIO DE FÁVERI

Nasceu Hercílio no dia 25 de junho do ano de 1.918, na Cidade de Urussanga, Estado


de Santa Catarina, sendo filho do Senhor Fernando de Faveri e da Senhora Maria Dalto de Faveri,
Casado com a Senhora Marieta Vieira de Faveri.

Foi Iniciado na Augusta e Respeitável Loja Simbólica “Regeneração Catarinense”, N.


0138, pertencente ao Grande Oriente do Brasil, no dia 15 de maio do ano de 1.952, sendo Elevado
ao Grau de Companheiro Maçom no dia 23 de outubro do ano de 1.953 e sendo Exaltado ao Grau
de Mestre Maçom no dia 15v de junho do ano de 1.954. Alcançando o Grau máximo do Supremo
Conselho do Brasil do Grau 33 para o Rito Escocês Antigo Aceito, Grau 33.

(próximo número:
Histórico do Patrono Apheu Ferreira Linhares e do primeiro ocupante da Cadeira nr. 4, Sérgio
Boppré)
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A Ordem de Arquitetura Grega e suas Lendas


Acadêmico Paulo Roberto Pinto

Acad. Paulo Roberto Pinto -


Cadeira nr. 14 - Patrono - Ottokar Döerffel
[email protected]
Paulo Roberto
A Ordem de Arquitetura
Grega e suas Lendas

À natureza e às proporções das Colunas ou das pilastras e às do


entablamento dá-se, em arquitetura, a denominação de Ordem. Na
antiguidade, a determinação de tais elementos era de suma importância,
em vista de serem empregados grandes blocos de pedra, de granito ou de mármore, que deviam
ser sustentados a distâncias reduzidas por pilares, a fim de formar galerias internas ou externas. A
importância dos pilares em semelhante sistema de construção foi que determinou o tipo de
arquitetura, caracterizando também o estilo peculiar da Índia, do Egito, da Pérsia e da Grécia.
A ideia de sustentar um telhado por meio de suportes pode ser encontrada na arquitetura de todos
os povos do mundo. Imagina-se, por isso, que uma ideia tão generalizada e tão primitiva devia ter
uma origem comum, sugerida pelo emprego universal de troncos de árvores com esta finalidade –
Exemplo: a arquitetura nórdica – “Vikings”.
A Grécia produziu três Ordens perfeitamente determinadas, conhecidas pelos nomes de Dórica,
Jônica e Coríntia, que, inclusive, são na maioria das vezes, estudadas separadamente.
A Dórica é a Ordem por excelência, aquela da qual emanam todas as outras, e que os gregos
empregaram na maior parte de seus monumentos. O pilar Dórico grego é vivo, robusto e nobre e
tem forma ‘troncônica’, baixa e grossa. È o mais simples dos três. A sua altura mede oito vezes o
comprimento do seu diâmetro de base, tendo o fuste diretamente assentado no solo, sem pedestal
ou base. O seu contorno é vazado por vinte cracas, também chamadas caneluras ou meias-canas,
formando arestas vivas. O seu capitel, pouco elevado, é composto de uma grande moldura em
forma de taça.

O referido pilar Dórico tem muitas vezes seis diâmetros de altura e é o mais viril, tendo as
proporções da força e da beleza do corpo do homem. O arquiteto romano Vitrúvio atribui o seu
ACML News nr. 16 – Ano I - Florianópolis (SC), segunda-feira, 20 de novembro de 2017 - Pág. 11/36

invento a Doros, filho de Heleno, dizendo que os primeiros que o empregaram ‘mediram’ o pé de
um homem e, vendo que era a sexta parte do corpo, aplicaram às colunas esta proporção: qualquer
que fosse o diâmetro da coluna no seu pé, dava-se ao fuste, compreendido o capitel, uma altura
igual a seis vezes este diâmetro. Isto, entretanto, não passa de uma lenda.
O pilar Jônico é mais esbelto e gracioso, tendo a graça e a elegância da mulher. A sua altura é
igual a nove vezes o seu diâmetro de base, tendo o fuste assentado sobre um pedestal. Apresenta
24 estrias ou cracas separadas por um filete e não por uma aresta viva, como o Dórico. O seu
capitel é caracterizado por uma dupla espiral ou voluta. Segundo Vitrúvio, o seu nome provém de
Ion, chefe de uma colônia mandada para a Ásia pelos gregos, e que empregou esta Ordem na
construção de três templos, na cidade de Éfeso, dedicando-os a Diana, a Apolo e a Baco.
A origem das volutas que caracterizam o pilar Jônico é a seguinte: quando as colunas eram ainda
simples troncos de árvores, melhor ou pior desbastados, e postos a prumo para suportar o peso da
trava que aguentava o telhado, costumavam rematá-las por um pedaço de cortiça, destinado a
evitar a infiltração da água. Sobre a cortiça assentava um tijolo quadrado, e sobre este a trave. Pela
ação do tempo e da umidade, esta cortiça ia pouco a pouco se contornando em voluta, resultando
deste fato o capitel Jônico.

Voluta é um ornato em forma de espiral que aparece nos capitéis de colunas clássicas,
especialmente nas Jônicas.

O pilar Coríntio tem formas mais belas e elegantes e proporções mais delicadas, lembrando uma
donzela. A sua altura é igual a dez vezes o seu diâmetro de base e o seu fuste é liso ou estriado.
Em geral, as colunas são lisas quando são de pórfiro ‘Pórfiro é uma rocha do grupo das rochas
ígneas, de textura porfirítica na qual os fenocristais perfazem mais de 50% do volume da rocha.
O pórfiro é o produto de erupções vulcânicas antigas, com uma idade compreendida entre o Pré-
Câmbrico e o Mesozóico. São do tipo ácido ou intermédio’ ou de granito, e caneladas quando são
feitas de mármore. Neste caso, as suas caneluras são de 20 a 32, mas o seu número deve ser
divisível por 4.
A lenda contada sobre o capitel Coríntio é a seguinte: os antigos tinham o costume de depositar
sobre as sepulturas das virgens os objetos do seu uso e afeição. Morrendo uma donzela em
vésperas de casar, a sua alma depositou sobre a sepultura um cesto contendo vários objetos e
adereços da falecida, cobrindo-o a seguir com um tijolo quadrado. Na primavera, um pé de acanto,
sobre o qual, incidentalmente, tinha sido colocado o referido cesto, rebentou de novo. Revestindo
as paredes exteriores do cesto pelas quais subiram, e chegando ao tijolo, as folhas começaram a
dobrar-se em forma de voluta. Diz-se que o arquiteto coríntio Clímaco, ao passar pelo lugar da
sepultura, notou este fato, desenhando o cesto e as folhas. E foi daí, segundo a lenda, que proveio o capitel
a que se deu o nome de Coríntio.
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Fogueira das Vaidades


João Ivo Girardi

O Ir. João Ivo Girardi [email protected] da Loja


“Obreiros de Salomão” nr. 39 de Blumenau é autor do
“Vade-Mécum Maçônico – Do Meio-Dia à Meia-Noite”
Premiado com a Comenda do Mérito Cultural Maçônico
“Aquiles Garcia” 2016 da GLSC e com a Ordem do Mérito Templário
da Loja Templários da Nova Era.
Especial para o ACML News

FOGUEIRA DAS VAIDADES

“Se quiser por à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder”.


(Lincoln).

1. Savonarola: Florença, capital da região italiana da Toscana que fica às margens do rio Arno.
Florença foi, por muito tempo, governada pela dinastia dos Médici, uma das várias famílias
nobres que ostentavam sua riqueza construindo grandes e belos palácios e patrocinando as artes.
Por volta do ano 1500, Florença se tornou o maior centro cultural do Renascimento na Itália.
Aqui, viveram e trabalharam grandes artistas e escritores, como Maquiavel, Leonardo da Vinci,
Rafael e Michelangelo, autor da famosa escultura do Davi, cuja réplica pode ser vista na Piazza
della Signoria.
Foi nesta ciade que morou um personagem menos conhecido, mas que teve um papel
importante, não só na história da cidade, mas também na história do cristianismo. Trata-se do
frade dominicano Jerônimo Savonarola, que tem sua memória preservada numa placa que fica
na principal praça de Florença, a Piazza della Signoria, e que marca o lugar onde ele e dois de
seus seguidores mais próximos foram enforcados e queimados como hereges em 1498, vinte anos
antes do início da Reforma Protestante.
Savonarola chegou a Florença por volta de 1480, quando Lorenzo de Médici, conhecido como
o magnífico, estava no auge de seu poder. Era uma época de grande esplendor econômico,
artístico e cultural, mas também de uma decadência moral que Savonarola insistia em denunciar.
As pregações de Savonarola no Convento de São Marcos atraíam multidões, que se identificavam
com seus ataques contra os pesados impostos, contra a injustiça social e contra a corrupção e a
ostentação da riqueza que caracterizavam a vida dos nobres e dos líderes religiosos da época. Em
1494, Florença foi invadida pelo rei da França, Carlos VIII. Os Médici foram depostos, e a cidade
passou a ter, nos quatro anos seguintes, um governo republicano.
Savonarola, que havia previsto a invasão e que pregava constantemente contra o governo dos
Médici, passou a ser o governante de fatoda cidade e implementou, nesse período, uma grande
reforma moral em Florença. Ficou especialmente famosa a chamada “fogueira das vaidades”,
organizada por Savonarola, quando os cidadãos de Florença foram chamados a trazer, para
serem queimados em praça pública, objetos associados com o pecado, como jogos de cartas,
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artigos de luxo, enfeites e até mesmo livros e obras de arte considerados imorais. A reforma
liderada por Savonarola teve, incialmente, grande adesão. Dizem que a cidade se tornou um
grande convento.
Mas é óbvio que sua pregação radical e também suas posições políticas renderam a Savonarola
muitos inimigos, dentre os quais o próprio papa Alexandre VI, da família Bórgia, cujo estilo de
vida iníquo era frequentemente denunciado pelo frade dominicano. Savonarola foi várias vezes
proibido de pregar e foi finalmente excomungado da igreja Católica, mas não se calou. Foi preso
no Convento de São Marcos, em abril de 1498, passou por horríveis torturas e foi finalmente
enforcado e queimado na Piazza della Signoria, um mês depois.
Savonarola é apontado como um dos precursores da Reforma Protestante, mas não se pode
dizer que tenha sido um reformador no sentido teológico, pois não se desviou, em nenhum
momento, da doutrina da Igreja Católica. Ele foi, certamente, um reformador moral, que, com
voz de profeta, denunciou o pecado e anunciou o julgamento divino, chamando seus
contemporâneos ao arrependimento. Acabou pagando por sua ousadia com a própria vida, e
entrou assim para a galeria dos mártires que escreveram com o próprio sangue a história da igreja.
(Teologarte.com. Davi & Rosana Pinto)

2. Fogueira das Vaidade: Frequentemente, políticos menos escrupulosos embarcam em cruzadas


que visam a sua própria promoção à custa do bom nome de outros. Este fenômeno, que consiste
numa exploração pouco escrupulosa da queda em desgraça de uma qualquer figura pública,
frequentemente alimentada por mentiras ou meias verdades sobre a sua vida privada ou sobre a
moralidade das suas ações, (pelo personagem que procura a ascensão), chama-se a Fogueira das
Vaidades.
É uma das formas mais habituais de usar um bode expiatório para atingir objetivos políticos,
aproveitando a natural inveja que a pessoa que se quer que caia em desgraça possa suscitar nos
outros, (pares ou eleitores). O termo Fogueira das Vaidades nasceu no dia de Carnaval de 1497,
quando os fanáticos seguidores do padre Jerônimo Savonarola, reuniram e queimaram
publicamente milhares de objetos em Florença. Entre estes encontravam-se livros, manuscritos de
peças musicais, quadros e muitos artigos de luxo como espelhos, cosméticos ou vestuário, mesas
de jogo, e outros objetos supostamente pecaminosos a que conseguiram deitar as mãos. Conta-se
que terão sido queimadas todas as cópias do Decameron de Bocaccio e das obras de Ovídio que
haviam, na época, em Florença e que o próprio Boticelli foi obrigado deitar quadros seus ao fogo.
Estas fogueiras de vaidades não foram inventadas por Savonarola, de fato, eram um
acontecimento relativamente comum época e os atos deste padre baseavam-se nas fogueiras que
frequentemente acompanhavam os sermões de São Bernardino de Siena, na primeira metade do
século XV. Os primeiros registos deste tipo de fogueiras datam do tempo dos antigos egípcios.
Dois anos depois, em Granada, um auto de fé ordenado pelo Arcebispo Cisneiro levou à
incineração pública de mais de um milhão de livros árabes e hebraicos. A Santa Inquisição, de
resto, foi profícua neste tipo de ações ao longo de todo o século XVI. No final do século XVII, as
obras de vários autores, entre eles e principalmente, as de Thomas Hobbes, foram queimadas nos
jardins da Universidade de Oxford.
Depois, no final do século XVIII, Robespierre ordenou a destruição pelo fogo das bibliotecas
religiosas, bem como de todas as obras que glorificassem a monarquia ou os Reis Franceses, esses
livros foram classificados como Inimigos da França Reformada. No Início do século XX, durante
a Revolução de Outubro, os Bolcheviques ordenaram a destruição de todos os livros contrários
ao Comunismo, incluindo muitas obras religiosas, obras sobre a história czarista, sobre o
nacionalismo, a liberdade ou o lucro econômico. Em torno desta realidade, desenrola-se o
fabuloso romance de Boris Pasternak, O Dr. Jivago, consagrado como um dos melhores filmes de
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todos os tempos pela lente de David Lean. Duas décadas mais tarde, os Nazistas queimavam
publicamente as obras de todos os autores Judeus e de livros apelidados de degenerados, num
total de cerca de dezoito mil títulos que consideravam não corresponder à sua ideologia.
Mais próximo a nós passaram-se alguns episódios similares nos Estados Unidos da América,
no tempo do Senador McCarthy, dirigidos aos livros Comunistas, e no Brasil de Getúlio Vargas,
que ordenou a queima pública das obras de Jorge Amado. No alvorecer do nosso século XXI,
mais concretamente em Janeiro de 2001, o Ministro Egípcio da Cultura mandou incinerar seis mil
volumes da obra de poesia homo-erótica da autoria de Abu Nuwas, depois de ter sido pressionado
por grupos de fundamentalistas Islâmicos. Os exemplos são muito mais numerosos do que os que
nos foi dado descrever aqui, e ocorreram em todas as épocas e em todas as localizações
geográficas, no entanto, o mais emblemático destes eventos, por não se limitar à queima de livros,
estendendo a diabolização do outro aos próprios objetos que eram considerados simbólicos do
pecado foi o que deu o nome a este tipo de ação, a Fogueira das Vaidades de Florença,
ordenada por Savonarola.
O aspecto mais simbólico destas fogueiras e dos seus objetivos psicológicos no controle das
massas, verificando que há paralelos não literais entre o ato concreto de queimar objetos que
simbolizam determinado bode expiatório e a exploração da destruição da imagem pública de um
qualquer personagem com base em comportamentos supostamente imorais, ilegais ou desonrosos,
mesmo que não correspondam inteiramente à verdade. (Fonte: Breviário Barreirense. Autor:
Pedro Estadao. Or. Portugal).

3. Livro: A Fogueira das Vaidades, Tom Wolfe. Ed. Rocco, 1978: Esta Fogueira das Vaidades
simbólica foi magistralmente utilizada por Tom Wolfe no seu romance com esse nome que
atualizou o termo para os nossos dias, tornando-o uma expressão comum na descrição de
determinado tipo de ações políticas focadas na utilização de um determinado bode expiatório. O
livro traça uma radiografia sociológica da sociedade nova iorquina nos anos oitenta do século
vinte, logo após a crise no setor do petróleo, ocorrida nos anos setenta. O editor afirma que o que
nesta fogueira se consome no lume de uma profunda e ácida ironia é a arrogância dos novos-
ricos e o ódio dos miseráveis, o poder não poucas vezes abusivo da classe média e a relatividade
da justiça, o ridículo de uma sociedade sem princípios, a corrupção e o arrivismo de tantos dos
seus mais sólidos pilares. Há, portanto, em A Fogueira das Vaidades, várias personagens que são
caracterizadas, melhor dizendo, caricaturadas, salientando impiedosamente o ridículo de toda
uma geração onde a ganância, o desejo de poder e a soberba, que se manifestam na presunção
obscena de quem se julga superior. Uma presunção que é exposta, desnudada e analisada,
centímetro a centímetro, em toda a sua grotesca realidade. O livro foi transformado em filme com
direção de Brian De Palma em 1990.

4. Salomão: (...) Diz o Eclesiastes: Vaidade das Vaidades. Tudo é Vaidade. O livro nos remete a
Salomão, visto como um rei, rico, belo, sábio e poderoso. Ele fala que só quem é rico pode criticar
a riqueza; só o belo pode maldizer a beleza; só o sábio pode queixar-se do conhecimento. Caso
contrário, corremos o risco de sermos ressentidos, bradando contra aquilo que não temos.
Não é por acaso quando Salomão abre o Eclesiastes faz questão de anunciar: Eu, o Pregador,
fui rei sobre Israel em Jerusalém (...) atentei para todos as obras que se fazem debaixo do Sol, e
eis que tudo era vaidade e aflição de espírito. O que ele está dizendo, que os latinos traduzem por
Vanitas, é que tudo passa, tudo é poeira.
O problema do ser humano é que ele está vivo. Ele é vazio por dentro, no sentido que vai
perdendo a conta de si mesmo, a segurança. Ele é vazio por fora, vendo-se no espelho a beleza
desmoronando, o pó que está entrando em seu rosto, ou melhor dizendo, o seu rosto está
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revelando a verdadeira matéria dele, que é pó, cinza. É uma questão de tempo. Na realidade
quando falamos de vaidade, estamos falando de vazio. A experiênica de tornar-se nada. (Luiz
Carlos Pondé).
Não custa lembrar os Irmãos a abertura do Livro da Lei no Grau de Mestre, também extraído
do livro de Eclesiastes: Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os
dias da desgraça e cheguem os anos dos quais dirás: Não tenho mais prazer. Antes que o pó volte
à terra de onde veio e sopro volte a Deus que o concedeu. (Ecl. 12, 1-7).

MAÇONARIA

1. Vanitas vanitatum, et omnias vanitas. Palavras com a quais o Eclesiastes deplora a


insignificância da vida terrestre tornou-se praticamente, uma bandeira dentro da doutrina moral da
Maçonaria, que prega a humildade que exalta o homem e deplora a vanglória e a ostentação, que o
diminuem e o corrompem, levando-o a menosprezar seus irmãos, que, independentemente de
qualquer posição social, política ou econômica, merece o máximo respeito. Lamentavelmente -
vale a pena relembrar que a Ordem Maçônica, doutrinariamente, é perfeita, mas os homens são
apenas perfectíveis - a vaidade ainda não foi excluída da sociedade maçônica.
(...) Vaidade, palavra pequena e de fácil pronunciamento, de tonalidade suave aos ouvidos,
porém, encerram em muitas ocasiões, situações gravíssimas de comportamento do ser humano,
com consequências desastrosas. O fator poder é inerente ao ser humano, na Maçonaria no
desbastar da Pedra Bruta, ou seja, no seu próprio burilamento, cada um recebe a incumbência de
burilar a si próprio e aos que estão à sua volta. Arvorar-se na condição do dever cumprido, de ser
possuidor de títulos ou de possuir extensa bagagem maçônica, não contribui em nada para os
destinos da Ordem.
A Maçonaria se faz no dia a dia, na conquista permanente de novos adeptos e na tentativa da
melhoria constante da espécie humana. A busca incessante e permanente da verdade faz da
Sublime Instituição, organização sem similar. A permanência da Maçonaria como instituição
respeitável como é, deve necessariamente contar com a renúncia das possíveis vaidades de seus
membros para o bem comum. Ter a vaidade de ser maçom é muito bom e proveitoso, mas ser um
maçom vaidoso e refém do poder, com absoluta certeza, não trará qualquer benefício à Ordem e
aos Irmãos. Ninguém é dono de nada, apenas o seu guardião.

2. Rituais REAA: (...) a beneficência maçônica não se traduz por atos de vaidade, próprios aos
que dão com orgulho, humilhando quem recebe.
(...) despojados dos metais, estais simbolicamente, despidos das vaidades e do luxo da vida
profana.
(...) Na Maçonaria a vaidade não pode medrar e todos se conformam aos direitos dos mais
dignos merecedores.
(...) Podemos encontrar na ciência humana os elementos precisos para a nossa regeneração
desde que não abusando de nossas próprias fraquezas e, muito menos do enlevo de nossas
vaidades.

Para finalizar... A vaidade é o caminho mais curto para o paraíso da satisfação, porém ela é, ao
mesmo tempo, o solo onde a burrice melhor se desenvolve. (Augusto Cury).

Este artigo também foi publicado no JB News edição nr. 2090.


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O ÁGAPE: As origens e o seu significado no


Simbolismo e na Ritualística Maçônica
José Ronaldo

Ir.·. José Ronaldo Viega Alves*


Loja Saldanha Marinho, “A Fraterna”
Santana do Livramento – RS
Especial para o ACML News
[email protected]

O ÁGAPE:
AS ORIGENS E O SEU SIGNIFICADO
NO SIMBOLISMO E NA RITUALÍSTICA MAÇÔNICA.

INTRODUÇÃO
Para falarmos da ceia denominada ágape e das suas origens, é mister começarmos
fazendo as seguintes perguntas: quão longe podemos recuar em termos de registros históricos? Será
que a grande referência que possuímos é a Bíblia, quando esta remete para a última ceia de Jesus?
Mas, aquele não era um contexto judaico e o que estava acontecendo ali não era o kidush? Seria essa
a verdadeira origem, então?
No intuito de responder as perguntas acima e outras que possam surgir, passo a passo,
então, buscaremos conhecer a origem e a evolução do ágape no curso da história, e mais
especificamente na Maçonaria.
Para definirmos ágape, de uma maneira sucinta, poderemos usar das seguintes palavras:
é uma ceia litúrgica que possui uma riqueza muito grande de significados envolvendo a união, a
fraternidade, a paz e o amor. Possui suas raízes na religião, no Judaísmo e no Cristianismo, sobretudo.
Mesmo na Maçonaria também pode ser considerada uma tradição antiga, sendo que foi instituído
oficialmente na mesma a partir de 1721. Antes, porém, seja no período Operativo, o fato das Lojas
funcionarem no próprio canteiro de obras e ter sofrido fortes influências religiosas, cooperavam para
essa prática. Após o surgimento da Maçonaria dos Aceitos ou Especulativa o hábito praticamente
evoluiu também para a Loja de Mesa e ou Banquete Ritualístico, onde o desenvolvimento de uma
ritualística própria para tais eventos. Há outros termos alternativos para que nos
refiramos ao ágape, quais sejam: repasto, banquete, ceia...
Vamos conhecer a história desse costume e da sua prática na Maçonaria, esse o objetivo
do presente trabalho.

SOBRE AS ORIGENS DO TERMO ÁGAPE


Há quem relacione as origens dessa festa diretamente às guildas pagãs. Outros há que
as relacionem às refeições comuns dos judeus.
Com respeito à origem da palavra ágape, Champlin diz o seguinte:
“A palavra Agape vem de agapao. No grego clássico significava acolher, entreter, gostar de, amar,
contentar-se com. ‘Agape’ fala de ‘amor’. O termo figura no Novo Testamento grego por 116 vezes,
com a ideia de ‘amor’, ‘caridade’, ‘querido’ e ‘festa de amor’. A forma verbal aparece por 142 vezes no
Novo Testamento, dando a entender ‘amar’ ou ‘ser amado’.”
Por sua vez, o Irmão Castellani, em seu livro “Loja de Mesa”, apresenta também algumas
curiosidades do ponto de vista histórico, sobre as origens do mesmo:
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“Historicamente, o termo designa o repasto dos primitivos cristãos, embora a palavra banquete também
tenha surgido desse hábito, pois ela deriva do italiano ‘banchetto’, que era o banquinho em que os
primeiros cristãos sentavam-se durante as ceias comunitárias nas catacumbas, onde se escondiam.”

O ÁGAPE NO CONTEXTO CRISTÃO


No Lago de Tiberíades, Jesus compartilhou de uma refeição com sete de seus discípulos,
e tal fato acabou sendo reforçado pelas pinturas encontradas nas catacumbas onde aparecem grupos
de sete pessoas participando de refeições em comum. Depois, a Páscoa fez sugerir um vínculo maior,
onde Jesus e seus discípulos estavam presentes naquela que foi a primeira “Ceia do Senhor”. Nessa
ocasião, Jesus ordenou que todos se amassem mutuamente (agape), o que faz relacionar a ideia de
comunhão e companheirismo com a Ceia do Senhor. (Champlin, pág.73, 2008)
Do “Vade-Mécum Maçônico”, compilação do Irmão João Ivo Girardi, extraio o seguinte
trecho:
“Era uma ceia litúrgica, fraternal e sóbria que, como a última ceia de Jesus, precedia a celebração da
Eucaristia. Davam-se mutuamente o ósculo (beijo) de paz e fraternidade. Nela se recitavam salmos e
orações, e todos, pobres e ricos, comiam na mesma mesa, devendo estes providenciar o alimento que
faltasse para os pobres. Não chegou a ser costume universal, tendo sido banido pela Igreja no ano de
397 pelo Concílio de Cartago, alegando prática de abusos. Nas igrejas orientais e ortodoxas, o rito é
ainda observado.”

EUCARISTIA
A Eucaristia é uma palavra de origem grega que significa “dar graças”, e se refere à ceia
realizada entre Jesus e seus discípulos mais chegados, antes dele ser sacrificado. Há indicações
concludentes no Novo Testamento de que o “ágape” ou a “festa de amor” era uma refeição completa e
que acontecia antes do partir do pão e do beber do vinho. No segundo século da nossa era, a
Eucaristia passou a ser considerada um evento separado.
A Eucaristia também é considerada uma refeição fraternal, e une ritualmente os crentes
que professam da mesma fé. (Girardi, pág.191, 2008)
COMENTÁRIOS:
Como podemos ver, a Eucaristia foi instituída por Jesus Cristo por ocasião da véspera
da Paixão, e com relação a esse fato é que os cristãos primitivos passaram a fazer posteriormente a
celebração de refeições em comum, as quais foram denominadas ágapes.
Vale lembrar que a Igreja herdou a maior parte das práticas do Judaísmo, e que a liturgia
eucarística, presente na missa, é uma prova dessas influências.

O “KIDUSH” DOS JUDEUS


Porque falarmos na sequência a respeito do chamado “kidush”, o que parece ser uma
cerimônia essencialmente judaica? E, em sendo assim, qual a sua relação com o denominado ágape?
Vejamos em primeira instância qual a definição mais apropriada para o “kidush”, de
acordo com os costumes judaicos. A palavra é hebraica e seu significado é “santificação”. Essa
cerimônia, consiste em uma recitação de orações e bênçãos feitas sobre uma taça de vinho, no
começo do “Shabat” e outras festas, assim como, ao final do serviço matutino, o que é para ser, então,
antes do almoço. Essa cerimônia está fundamentada no mandamento “Lembra o dia do Shabat para
santificá-lo” (Êxo. 20:8). (Unterman, pág. 144, 1992)

AS CONEXÕES
Agora é que vem a parte interessante: comecemos por transcrever um trecho da
JUDAICA, onde, após ser explicado que na refeição do Shabat, o chefe da família (que aqui pode ser
visto como um sacerdote oficiando a cerimônia) depois de encher o tradicional cálice do Kidush, e após
pronunciar a oração da santificação e as bênçãos, eleva a taça, sorve pequenos goles e passa a
mesma adiante para que todos os membros da família tomem um gole, o que possui evidentemente o
alto valor simbólico de uma comunhão religiosa. O autor, que comparece à enciclopédia citada, Nathan
Ausubel, faz o seguinte comentário:
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“Não se pode deixar de indagar qual será, precisamente, a relação _ e deve ter havido alguma _ entre
o gole de vinho do cálice de santificação do Kidush e o gole de vinho do primeiro cálice da Eucaristia
ingerido pelos primeiros cristãos-judeus. É quase certo que esses últimos derivaram seu rito, pelo
menos sem sua forma inicial, da festa do amor ou refeição comunal da seita judaica dos essênios. Ao
mesmo tempo, não se pode deixar de observar que a cerimônia do Kidush também possui em comum
com os ritos dos antigos gregos e romanos, que bebiam em honra de seus deuses _ num ato de
sacrifício _ antes de iniciarem a refeição familiar ou banquete público.”
COMENTÁRIOS:
Vimos que a partir das várias formas de refeições que foram citadas, e onde os destaques
para o “kidush” dos judeus e a Eucaristia dos cristãos, é possível extrairmos alguns pontos em comum.

MAÇONARIA: O ÁGAPE, O BANQUETE RITUALÍSTICO OU A LOJA DE MESA?


A primeira coisa que devemos saber é que no Brasil, conforme Castellani, a Loja de Mesa
é chamada impropriamente de Banquete Ritualístico.
Difícil de distinguir, aquilo que na Maçonaria conhecemos como ágape, das demais
cerimônias, ou seja, Banquete Ritualístico ou Loja de Mesa, pois, fica muito claro que muitos usam
essa terminologia no sentido de sinônimos.
O ágape, podemos dizer, e entender mais facilmente, é a refeição em comum, aquela que
ocorre logo após o encerramento dos trabalhos no Templo da Loja, e que pretende simbolizar a
recreação em comum, bem como, a ideia de fraternidade, de amizade e de união que deve existe
entre todos os Irmãos que participam da cerimônia naquele momento especial.
Prosseguindo com o costume em seus diferentes aspectos, e até pelo fato de existir a
diversidade dos ritos, vejamos a opinião ainda do Irmão Castellani sobre alguns deles: “No Rito Inglês
_ que não tem nome, mas que, no Brasil é rotulado como ‘York’ _ é, sob tal ponto de vista, mais
organizado que o Rito Francês, onde se preconiza, simplesmente, que, após os trabalhos, há um
momento para a alegria, o relaxamento e a amizade dirigida. O Rito Francês e os Ritos Escoceses
preconizam, também (grifo meu!), um banquete de Ordem, no fechamento do ano maçônico.”
COMENTÁRIOS:
O mais comumente adotado no REAA, parece ser uma janta ou o ágape fraternal como
tem sido chamado (aliás, dizer ágape fraternal, soa como redundância, eis que, a palavra ágape, como
pudemos ver logo acima, já traz implícita em seu significado, a ideia de fraternidade, entre outros), ao
final dos trabalhos no Salão de Banquetes (aqui, vale dizer, independe do tipo de sessão, se
Econômica ou Magna), com os Irmãos que nelas participaram ali reunidos. Também, sobre o que mais
existe neste sentido: um banquete no fechamento do ano maçônico em lugar a ser definido
previamente, onde os Irmãos se reúnem com suas famílias conjuntamente e ainda, uma Loja de Mesa
ou Banquete Ritualístico, em pelo menos, um dos solstícios, normalmente em Julho.
Novamente Castellani:
“O Rito Francês e os Ritos Escoceses preconizam, também, um banquete da Ordem, no fechamento
do ano maçônico. O repasto, servido pelos Aprendizes, é conduzido de acordo como os preceitos
ritualísticos e com uma linguagem, um jargão, que faz ressurgir a lembrança das antigas Lojas
militares. Durante esses trabalhos de mesa, as palavras empregadas para designar os objetos de
mesa e os atos ritualísticos podem desconcertar os não-Maçons.
Certos Ritos introduziram, assim, uma Loja de Mesa, totalmente distinta dos ágapes ou
dos trabalhos de mastigação. Esse Rito arcaico, cuja legitimidade é discutível, consiste, entre outras
coisas, em armar uma mesa, no interior da Loja, a qual vai dar entrada ao Altar. Nos Altos Graus de
algumas Obediências, impregnadas de misticismo, os trabalhos são abertos nos mistérios, celebrando-
se a cena de repasto que instituiu a eucaristia (o kidush hebraico). No Rito Escocês Retificado, assim
como no REAA, o pão e o vinho estão no centro do Ritual, intimamente associados à caridade e ao
exercício espiritual da fé. De resto, os Rituais lembram mesmo Lojas militares.”
E por falar em rituais, no entender do irmão Kennyo Ismail, “o maior problema das lojas
brasileiras que desejam realizar um banquete ritualístico é a ausência de rituais e manuais oficiais
fornecidos pelas obediências, o que faz com que os banquetes difiram muito entre as Lojas.”
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UM POUCO DA HISTÓRIA
Ainda no que se refere aos banquetes, estes ocorriam já em Roma quando da passagem
do ano. Em Roma não levavam o nome de banquete, mas de festins romanos, Quando o costume foi
adotado também pelos primeiros cristãos, e pelo fato de usarem banquinhos nas suas ceias que
tinham o nome de “banchettos” é que surgiu a palavra banquete, hábito depois transmitido aos seus
pósteros e que chegaram até as organizações medievais de ofício, e aí é de se observar que os
banquetes de fim de ano se confundiram com a data solsticial além da data de São João, o
Evangelista.
Outros grandes adeptos dos banquetes foram os gregos, amantes da boa mesa, sendo
que uma diferença crucial em relação aos romanos é que seus banquetes não terminavam em orgias,
é o que dizem os estudiosos.
Então, como estamos no Brasil vamos usar as duas denominações: Banquetes
ritualísticos ou Lojas de mesa. Essa prática vem ocorrendo na Maçonaria desde que os Aceitos
passaram a ser maioria dentro das lojas inglesas – e isso foi no romper do século XVII.
Especificamente quando os Maçons deixaram os avarandados (ao sul das
construções), o local de reuniões, e passaram a reunir-se em tavernas.
Nas tavernas era servido um jantar, durante a reunião, ou almoço dependendo do dia. Após a
refeição e os debates faziam-se 5 ou 7 saúdes, e a cada saúde ingeria-se boas doses de bons vinhos.
Com a fundação da Grande Loja de Londres, ficou estabelecido que a Administração mais os membros
das Lojas afiliadas se reuniriam de 3 em 3 meses para prestação de contas do Progresso da novel
organização e comemorar ao final das reuniões com um suculento banquete, e novamente os bons
vinhos.

COMENTÁRIOS FINAIS:
Ainda que, alguns enxerguem uma diminuição na prática da comensalidade nas Lojas
maçônicas, parece que a Loja de Mesa ou Banquete Ritualístico, em função da comemoração dos
solstícios, tende a permanecer, e faz jus às comemorações antigas e carregadas de misticismo da
Maçonaria de Ofício e que a Maçonaria Especulativa recebeu de herança.
O Ágape reúne várias funções importantes, e cumpre destacar, pelo menos, aquela que
vem permitir aos Irmãos sentarem-se à mesa e desfrutar de uma refeição em conjunto, o que fortalece,
sobretudo, a harmonia que deve reinar entre todos, além de que, esse momento concentra por si só,
um significado altamente simbólico, pois, remete àqueles momentos outros citados que tem suas
origens em tempos remotos, particularmente, os tempos bíblicos.

*** O assunto sobre o qual versa o trabalho acima, partiu de uma sugestão do querido Irmão
Walter Ens, da Loja “Caridade Santanense nº 2”, em 22.09.17.

CONSULTAS BIBLIOGRÁFICAS:
Revistas:
A TROLHA, nº357, Julho/2016: “O Ágape na Loja Maçônica” – Artigo de autoria do Irmão Marcos
Banheti Rabello Vallim.

Livros:
AUSUBEL, Nathan. “Conhecimento Judaico I” - JUDAICA – A. Koogan Editor - 1989
CASTELLANI, José. “LOJA DE MESA” – Editora Maçônica “A Trolha” Ltda. – 1ª Edição – 2004.
CHAMPLIN, R. N. “Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia” - Vol. 1- Editora Hagnos – 9ª Edição -
2008
GIRARDI, João Ivo. “Do Meio-Dia à Meia-Noite Vade-Mécum Maçônico” – Nova Letra Gráfica e
Editora Ltda. - 2ª Edição – 2008
UNTERMAN, Alan. “Dicionário Judaico de Lendas e Tradições” – Jorge Zahar Editor - 1992
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Consultório Maçônico do Irmão Pedro Juk


(Filiação e Regularização de Aprendizes e Companheiros )

COnsultÓrio Maçônico
do Ir. Pedro Juk

http://pedro-juk.blogspot.com.br

Filiação e Regularização de
Aprendizes e Companheros

O Respeitável Irmão Nilson Alves Garcia, Deputado Federal, Loja Estrela da Serrinha, REAA,
GOB-GO, Oriente de Goiânia, Estado de Goiás, solicita esclarecimento para o que segue:

No caso de regularização e/ou filiação de um Aprendiz Companheiro Maçom, ao prestar


compromisso, o mesmo sobe ao Oriente. O Ritual em vigência não trata dessa possibilidade,
pois ao que parece ele só se refere ao Mestre Maçom, já que no Oriente só ingressam Mestre.
Qual a sua opinião?
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COSIDERAÇÕES

Filiação – RGF, Art.º 50 a 61 inclusive; Regularização – Art.º 50 a 61.


Provavelmente os “fazedores de rituais” esqueceram que Aprendizes e Companheiros são
passiveis de Filiação e Regularização, assim como também esqueceram que na alegoria
iniciática do REAA\ no Oriente só ingressam Mestres.
Infelizmente ainda são muitos os Irmãos que desconhecem essa particularidade e que o Oriente
em Loja aberta é lugar apenas daqueles que atingiram a plenitude maçônica, o que, sob o
aspecto iniciático, significa que o Mestre representa a maturidade humana.
Assim não faz nenhum sentido que um Aprendiz, digno representante da infância, ou um
Companheiro como virtuoso representante da juventude, ocupem lugar na maturidade em Loja.

Na síntese iniciática da evolução da Natureza o primeiro ciclo é a primavera, segundo o verão e


terceiro o outono. A senda maçônica do REAA\ segue essa ordem e nela todas as coisas
acompanham a ordem, a harmonia e o equilíbrio do Universo. Ninguém nasce com a idade
madura (Aprendiz no Oriente?).
Desafortunadamente os nossos ritualistas ainda continuam a só copiar procedimentos
anacrônicos e desprovidos de razão, ficando o ideário verdadeiro subjugado ao segundo plano
amparado pelos carimbos e convenções da peripatética Maçonaria latina do “onde está escrito”
ou “no ritual está assim escrito”. Na realidade isso nada mais é do que mero comodismo e uma
desculpa dada por aqueles que pouco compreendem da liturgia maçônica.
Dado a esses pormenores e por eu não me sentir confortável em simplesmente realizar algo
sem saber o que estou fazendo e usando como desculpa o “no ritual está assim” é que eu tenho
recomendado, na medida do possível, que o Altar dos Juramentos nas Lojas do rito não seja
fixo, de tal maneira que nessas ocasiões possa se trazer o Altar para bem próximo do limite com
o Ocidente. Dessa forma, sem ferir a liturgia iniciática, o recipiendário (Aprendiz ou
Companheiro), diante do Altar dos Juramentos não ingressa no Oriente.
Outra possibilidade no caso de Regularização ou Filiação de portadores do 1º e 2º Graus
durante a ratificação do compromisso, é que ele poderia se aproximar o máximo possível do
Oriente, mas sem nele adentrar, enquanto que lhe seria trazido um Livro da Lei para a
ratificação.
Em qualquer um dos casos, posicionando o Altar ou trazendo-lhe um Livro da Lei, a verdadeira
liturgia não seria ferida, obviamente desde que os encarregados pelo desenvolvimento
ritualístico compreendam o que significa a senda iniciática do simbolismo.
Eram essas as minhas considerações.
Não há aqui nenhuma intenção de estimular práticas contrárias ao ritual, mas sim complementá-
lo com atos ritualísticos tão necessários para a salutar compreensão da “arte”. Aos que
discordarem lhes é facultado o direito de seguir o que lhes é conveniente, inclusive o de
explicar convincentemente a razão e o porquê de Aprendizes e Companheiros ingressarem no
Oriente, mas sem o amparo comodista do “no ritual está escrito assim”. A rigor essa é uma
resposta muito pobre e despida de fundamentos.

T.F.A.

PEDRO JUK
[email protected] -
http://pedro-juk.blogspot.com.br
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Albergue Noturno Manoel Galdino Vieira


90 anos de atividades ininterruptas
(Administrado por Maçons
dedicados e voluntários)

O “Albergue Noturno” é uma entidade administrada por alguns abnegados irmãos da


Maçonaria catarinense, que ampara todas as noites os necessitados e indigentes, ofertando-
lhes banho, cama limpa, refeições e alguns outros possíveis auxílios básicos.

Os Irmãos que coordenam essa instituição beneficente, que há 80 anos vem prestando esse
serviço fraterno, vêm encontrando sérias dificuldades financeiras para mantê-la. Não existe
qualquer auxílio do Poder Público.

Conclamamos o Irmão a ajudar com qualquer contribuição essa instituição benemérita, que
teve tantos maçons ilustres voluntários que participaram na sua coordenação e apoio,
mantendo-a por estes longos anos.

Faça a sua doação. Colabore. Qualquer contribuição pode não fazer falta para você, mas
fará muito bem aos necessitados de toda a espécie.

(transferências ou depósitos para o Banco SICOOB CREDISC/756 – Ag. 3258, conta


corrente nr. 11347-7 (com recibo de incentivo fiscal) em nome da Caixa de Esmolas aos
Indigentes de Florianópolis CNPJ/MF 83.901-041/0001-86)

Maçonaria também é caridade!


ACML News nr. 16 – Ano I - Florianópolis (SC), segunda-feira, 20 de novembro de 2017 - Pág. 23/36

Lojas Aniversariantes de Santa Catarina


do mês de novembro

Lojas Catarinenses:

Grão Mestre: Ir. Flávio Rogério Pereira Graff


http://www.mrglsc.org.br

Data Nome da Loja Oriente


05.11.1997 União do Vale nr. 69 Blumenau
10.11.2001 Arte Real Santamarense nr. 83 Sto. Amaro da Imperatriz
14.11.1983 Obreiros da Liberdade, nr. 37 Xaxim
14.11.1983 29 de Setembro nr. 38 S. Miguel do Oeste
17.11.1950 14 de Julho nr. 03 Florianópolis
17.11.1986 Templários da Arte Real nr. 44 Blumenau
17.111993 Rei David nr. 58 Florianópolis
18.11.1993 Ottokar Dörffel nr. 59 Joinville
19.111996 Ordem e Progresso nr. 65 Joaçaba
19.11.2003 Fraternidade Lourenciana nr. 86 S. Lourenço do Oeste
19.11.1996 Manoel Gomes nr. 24 Florianópolis
21.11.1986 Liberdade e Justiça nr. 45 Abelardo Luz
21.11.1994 Fraternidade Capinzalense nr. 52 Capinzal
21.11.1992 União e Verdade nr. 53 Florianópolis
24.11.1982 Ary Batalha nr. 31 Florianópolis
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Grão-Mestre: Ir Rubens Ricardo Franz


https://www.gosc.org.br

Data Nome da Loja Oriente


02/11/1991 Seixas Neto Florianópolis
03/11/1971 Acácia dos Campos Campos Novos
03/11/2010 Colunas da Sabedoria Joinville
07/11/2001 Zodiacal Florianópolis
11/11/2005 Harmonia e Perseverança Itajaí
15/11/1979 Ciência e Trabalho Tubarão
21/11/1969 Jeronimo Coelho nr. 13 Florianópolis
22/11/1997 Templários da Liberdade Pinhalzinho
25/11/1977 Fraternidade Catarinense Florianópolis

Grão-Mestre: Ir. Adalberto Aluízio Eyng


http://www.gob-sc.org.br/gobsc

Data Loja Oriente


03.11.99 Delta do Norte - 3273 Florianópolis
04.11.81 Palmeira da Paz - 2121 Blumenau
09.11.10 Regeneração Guabirubense, 4100 Brusque
12.11.99 União e Justiça - 3274 Chapecó
15.11.01 Verdes Mares - 3426 Camboriú
15.11.96 Verde Vale - 3838 Blumenau
19.11.80 União Brasileira - 2085 Florianópolis
19.11.04 Verdade e Justiça - 3646 Florianópolis
21.11.69 Jerônimo Coelho - 1820 Florianópolis
22.11.95 Luz da Verdade - 2933 Lages
24.11.92 Nereu de O. Ramos - 2744 Florianópolis
25.11.04 Luz e Frat Rionegrinhense -3643 Rio Negrinho
25.L1.06 Obreiros da Terra Firme - 3827 Florianópolis
29.11.11 Ciência e Misticismo - 4177 São José
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Lojas Alferes Tiradentes e Ambrósio Peters


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ACML News – Notícias & Variedades

Irmão Hélio Leite, ex-Grão-Mestre do GOB/DF, Escritor e Acadêmico de


Brasília, recebendo homenagem em reunião de Loja de Mesa da Loja Luz do
Planalto Central.
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ACML News nr. 16 – Ano I - Florianópolis (SC), segunda-feira, 20 de novembro de 2017 - Pág. 28/36

O Irmão Hélio Leite foi homenageado principalmente pela obra “O Grande Oriente do Brasil –
Comemora 195 anos de Fundação”. Mas nunca é demais rememorarmos as palavras do
estimado Irmão Lucas Galdeano:

“Escrever a História da Maçonaria no mundo e no Brasil, em particular é uma obra de


difícil execução, pois muitas das fontes primárias e importantes documentos foram
perdidos e até adulterados.
Quando me deparo com o livro organizado pelo Irmão Hélio Pereira Leite, a "Coletânea
em Comemoração aos 195 Anos do Grande Oriente do Brasil" penso que a
contribuição dele é tamanha, para a historiografia da nossa Obediência Nacional.
O Grão- Mestre de Honra, do Grande Oriente do Distrito Federal conseguiu,
compromissado com a História , repor muitas verdades, através de certos documentos
organizados e publicados por ele, no referido livro. A Coletânea é uma obra que deve
ser adquirida por todo maçom comprometido com a pesquisa e que tem a vontade de
entender melhor toda essa "grande engrenagem" com que se move o nosso Grande
Oriente do Brasil.
Parabéns ao Irmão Hélio Leite! Que venha a Coletânea dos 200 Anos!”
ACML News nr. 16 – Ano I - Florianópolis (SC), segunda-feira, 20 de novembro de 2017 - Pág. 29/36

Grande Loja do estado do Acre em dia de festa.


Visita do Grão Mestre Fernando Zamora e o venerável Marcelo Moura da Loja 7 de
Setembro, além de comitiva da GLEAC, à loja Bolívar nr. 8, de Cobija, Pando, Bolívia.
ACML News nr. 16 – Ano I - Florianópolis (SC), segunda-feira, 20 de novembro de 2017 - Pág. 30/36
ACML News nr. 16 – Ano I - Florianópolis (SC), segunda-feira, 20 de novembro de 2017 - Pág. 31/36

Está no túmulo de William Cody, Búfalo Bill:

Acompanhe todas as edições do JB News e ACML News no site


maçônico “O ponto Dentro do Círculo”
https://opontodentrodocirculo.wordpress.com

Ir para conteúdo - Artigos - Biblioteca - Revista Libertas - JB News - ACML News - Fale Conosco
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NOVA Sede do GOB-SC


Parabéns aos Gobianos catarinenses
e ao seu Grão-Mestrado

Saudades de Antão:

Clique do link abaixo para matar um pouco da saudade de infância

https://drive.google.com/open?id=1eMN33NdZ4APg5J6CMgs0fc72fCgxEP-6
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XXV Encontro de Estudos e Pesquisas Maçônicas


“Jubileu de Prata”
Local: Juiz de Fora
Data: 19 e 20 de outubro de 2018
Circular Nº 1

Queridos Irmãos,

O XXIV Encontro de Estudos e Pesquisas Maçônicas foi um belíssimo evento. O Encontro


foi realizado na cidade de João Pessoa, na Paraíba, promovido pela Loja Fraternidade Brazileira de
Estudos e Pesquisas, do Oriente de Juiz de Fora - MG, e apoiado de forma brilhante pelo Grande
Oriente da Paraíba, contando com a participação Irmãos de vários estados brasileiros.

Em João Pessoa, foram indicadas e aprovadas as sedes das próximas edições do Encontro:
XXV (Jubileu de Prata) em Juiz de Fora – MG; XXVI em Londrina – PR; e XXVII em Salvador – BA.
Em Juiz de Fora o Encontro será realizado nos dias 19 e 20 de outubro de 2018. A Comissão
encarregada está iniciando os trabalhos de preparação do Encontro em Juiz de Fora e informará
aos Irmãos os pormenores, à medida que eles forem sendo definidos.

Em João Pessoa, dentre as sugestões apresentadas pelos Irmãos participantes, foi


aprovado como tema do XXV Encontro: “A Maçonaria diante das mudanças de valores sociais”.

O tema do “Clube do Ganso e da Grelha” discutido e aprovado pelos Irmãos da Loja


Maçônica Fraternidade Brazileira de Estudos e Pesquisas foi: “Somos discretos?”

Certos de contarmos com a sua inestimável presença em nosso Jubileu de Prata, nos
despedimos rogando as bênçãos do GADU

Fraternalmente,

Miguel Simão Neto

Coordenador

32 98889-6197

[email protected]

WhatsApp +55 32 988896197


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GLAC com Sessão e palestra em que todos os


Veneráveis Mestres do Estado do Acre trabalharam
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Do Irmão Adilson Zotovici da


Loja Chequer Nassif-169
de São Bernardo do Campo – GLESP
Especial para o ACML News.
[email protected]

BOA OBRA, NÃO PARA!

A boa obra é perenal !


Alicerçada no canteiro
Oficina da Arte Real
Que berço do livre pedreiro

Pela razão e pela moral


E com ritual sobranceiro
Arroja-se nela cada igual
Que dela mesmo é herdeiro

Incomparável ferramental
Perfeito projeto altaneiro
Pois, do Grande Arquiteto afinal

A prumo, cresce o tempo inteiro


Inda que se altere o pessoal
Ou descanse em paz um obreiro !
Adilson Zotovici
ARLS Chequer Nassif-169

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