Apostila Qualidade
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ADMINISTRAÇÃO DA
QUALIDADE
► Administração da Qualidade
Educação a Distância
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ADMINISTRAÇÃO DA QUALIDADE
Administração da Qualidade
APOSTILA INTERNET
CAPÍTULO ASSUNTO ATIVIDADE ASSUNTO
PRINCÍPIOS DA GESTÃO
3 DA QUALIDADE 3 VIDEOAULA 3
TÉCNICAS DE GESTÃO
5 DA QUALIDADE NA 5 VIDEOAULA 5
PRODUÇÃO
SISTEMA INTERNACIONAL
6 DE NORMALIZAÇÃO 6 VIDEOAULA 6
ISO 9000
FERRAMENTAS DA
7 QUALIDADE 7 VIDEOAULA 7
Administração da Qualidade
QUALIDADE - UMA BREVE ABORDAGEM CAPÍTULO 1
OBJETIVO
TEXTO
Introdução
A palavra qualidade vem impregnada de um conceito subjetivo, sendo que
está ligada diretamente à percepção de cada um. Falamos sobre qualidade em seus vários
aspectos, qualidade de vida (ar, água, terra, trânsito etc.), qualidade dos produtos e serviços
(empresas).
Qualquer que seja o tipo de organização, a competição será um fato, seja por
clientes, estudantes, pacientes, por recursos, por fundos - tratando-se de uma empresa -,
escola, hospital, banco, uma administração municipal, loja, companhia de seguros ou uma
fábrica. A competição estará sempre rondando, e todos têm a noção de que a qualidade é a
chave da vantagem competitiva.
De uma maneira ou de outra, todas as pessoas estão envolvidas no que diz
respeito à qualidade, uma vez que se tornou uma questão fundamental às organizações. E é
esse aspecto organizacional que será objeto de estudo.
Abordagem histórica
A preocupação com a qualidade não é recente. Desde o Código de Hamurabi,
há 2.150 a.C., já era demonstrada a preocupação com durabilidade e funcionabilidade das
habitações oferecidas na época. Se um construtor negociasse um imóvel que não atendesse
sua finalidade, ele arcaria com as penalidades.
Os romanos desenvolveram padrões de qualidade para as técnicas de pes-
quisas, sofisticadas para a época, métodos de medição e ferramentas para mapear, contro-
lar e dividir as terras que eram incorporadas pelo império.
Os fabricantes fenícios, que não atendiam as determinações governamentais
de qualidade para produção de determinados produtos, tinham como pena a mão decepada.
A questão da qualidade vai ganhando corpo quando os artesões começaram
a produzir. O artesão era um especialista que tinha o domínio de todo ciclo produtivo, aqui-
sição de matéria-prima, confecção e venda do produto. Com a proximidade com o cliente,
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Administração da Qualidade
CAPÍTULO 1
era mais fácil entender os seus desejos. Toda a reputação do seu trabalho dependia desses
clientes, que satisfeitos com o produto e sua qualidade propagariam seu trabalho.
Para o artesão, os conceitos como são hoje conhecidos não se aplicavam.
Tinha em mente apenas o bom atendimento aos clientes, a produção com matéria-prima
selecionada em conformidade com o solicitado pelo cliente, atendendo suas necessidades.
O artesão faz parte da primeira fase que passou a qualidade, a era da inspe-
ção. Produtor e cliente inspecionam o produto final, até que a Revolução Industrial atingiu seu
auge. Nessa época o principal era a detecção de eventuais defeitos de fabricação, porém,
não havia uma metodologia previamente estabelecida.
Na segunda fase já não era possível a execução da inspeção produto por
produto, em função da crescente demanda por produtos manufaturados em grande escala.
Começa a ser utilizado o controle estatístico, fazendo o controle da inspeção por técnicas
estatísticas utilizando a amostragem, produtos selecionados aleatoriamente para inspeção.
Ainda nessa fase como na anterior, o foco era o produto e não o processo.
Com o passar do tempo, esse enfoque foi deslocado do produto para o con-
trole do processo de produção, surgindo, assim, condições para o início da terceira fase, a
era da qualidade total.
Essa fase coincide com o momento atual, o cliente é o foco, o centro das
atenções das organizações. Todo esforço centra-se na satisfação às suas necessidades e
expectativas.
E, ainda nessa fase da qualidade total, a principal característica é a de que
todos (funcionários e setores) são envolvidos e responsáveis pela garantia da qualidade dos
produtos e serviços. Sendo, neste caso, a utilização da abordagem sistêmica um fato, visto
que os processos ligados à qualidade total devem ser feitos inter-relacionados e interdepen-
dentes.
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Administração da Qualidade
CAPÍTULO 1
Para David Garvin o conceito de qualidade evoluiu para quatro fases, sendo:
inspeção; controle estatístico da qualidade; garantia da qualidade; e por fim, a gestão estra-
tégica da qualidade (GEQ). Afirma que as organizações, na sua existência, podem ter várias
delas num mesmo período, sendo que uma nova fase não exclui as outras que as precedem,
ao contrário, incorpora elementos delas.
E sua proposta de definição para a qualidade é mais complexa que as dos
outros gurus. Para Garvin, a qualidade se define considerando cinco abordagens, sendo:
Garvin percebeu que a qualidade deveria ser pensada como uma combina-
ção de várias categorias, o que ele chamou de “dimensões de qualidade”. Uma organiza-
ção, dependendo de sua natureza e atividade, pode ter em seu ambiente várias delas, num
mesmo período de sua existência. A coexistência destes conceitos serve de estímulo para o
relacionamento entre clientes e fornecedores.
Definição de qualidade
A definição de qualidade é ampla, porém, a abordagem se dará sobre os
seguintes aspectos, segundo Juran e Gryna (1991):
1. a qualidade é o que o cliente espera do produto ou serviço, ou seja, as
características do produto ou serviço que atendam suas necessidades e
satisfaçam o maior número de desejos diferenciados, de acordo com o
grau de importância em relação a eles, para cada pessoa. A qualidade é
definida pelo cliente;
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Administração da Qualidade
CAPÍTULO 1
Outras definições
Para alguns gurus a qualidade se define como segue
• Deming (W. Edwards Deming): a qualidade é chamada de “melhoria contí-
nua”.
• Juran (Joseph M, Juran): como de “próprio para uso”;
• Crosby (Philip Crosby), é “em conformidade com os requisitos”,
• Ishikawa (Kaoru Ishikawa), é “o mais econômico, mais útil e que sempre
satisfaça o consumidor”.
• Kanri (Hoshin Kanri): enfoque no “gerenciamento de mudanças e na im-
portância da liderança”.
• Feigenbaum (Armand V. Feigenbaum), “atendimento às expectativas do
cliente”.
• Garvin (David A. Garvin): “se a qualidade deve ser gerenciada, precisa ser
primeiro entendida”.
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Administração da Qualidade
CAPÍTULO 1
Uma aeromoça quando vai fazer o serviço de bordo, serve aos passageiros
uma bandeja contendo alimentos e também oferece bebidas. Quando as entrega aos passa-
geiros, tudo deve estar dentro de padrões, porque naquele momento não dá pra ficar pen-
sando sobre problemas de qualidade, como no exemplo dado por Oakland (1994), que em
um curto voo doméstico, quando a aeromoça começou a distribuir as primeiras bandejas, na
terceira entrega já estavam devolvendo e reclamando que faltavam o pão e a geleia, o que
a fez prontamente começar a procurar por bandejas completas, verificando que uma gran-
de parte estava sem esses itens. Com a procura, demorou muito a entrega das refeições,
resultando em grande reclamação da prestação daquele serviço por parte dos passageiros.
A aparente tranquilidade da aeromoça desapareceu durante o percurso. Já estavam quase
chegando ao destino e não tinha terminado de servir. Muitos atribuíram a falha à aeromo-
ça. Uma clara falta de qualidade - os passageiros e a aeromoça sofreram com a prestação
insatisfatória. Mas, onde estava a falha? Certamente estava na preparação da refeição, era
falha do encarregado de preparar as bandejas do café para reabastecer a aeronave. Como
se tratava de um aeroporto pequeno, talvez não se preocupou com as quantidades de pães
e geleias suficientes para suprir a demanda.
Palavras-chaves
Para conhecimento dos aspectos acima mencionados é preciso a definição
de palavras-chaves:
1. excelência é a diferença entre coisas superiores de outras que não são,
ou seja, o mais alto nível possível observado sob um aspecto, utilizando os
melhores talentos e recursos para produzir os melhores e elevados resul-
tados;
2. produto é o resultado de um processo, qualquer que seja ele;
3. características do produto são as propriedades que um produto possui
e que visa à atender a certas necessidades dos clientes. Pode ser tec-
nológica (bi combustível, consumo de combustível) ou ter características
de assumir outras formas, rapidez na entrega, facilidade de manutenção,
cortesia de algum serviço não incluso;
4. cliente é quem sofre o impacto do produto, seja ele interno ou externo;
5. confiabilidade com o mesmo grau de importância que a qualidade.
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Administração da Qualidade
CAPÍTULO 1
• conformidade;
• durabilidade;
• capacidade de receber assistência técnica;
• estética; e
• qualidade percebida.
Desempenho é a capacidade de um produto atender as expectativas e
solicitações de seu projeto. Medir o desempenho de um produto é mais fácil do que a de um
serviço. Até o referencial de desempenho não é único, deve ser levado em conta o tipo de
tarefa desempenhada. Como pontua Queiros (1995), na aquisição de um carro observa-se
a velocidade, os consumidores compraram o desempenho do produto. E no que diz respeito
à prestação de serviço, a de um hospital, por exemplo, leva-se em conta o custo, o tempo de
recuperação do paciente, eficiência do tratamento médico.
Características secundárias são as que são adicionais às características
básicas dos produtos. É o plus. Com o exemplo do carro, um esportivo, uma qualidade se-
cundária, é a qualidade do equipamento de som que já vem de fábrica.
Confiabilidade é a probabilidade de não ocorrer falhas por um lapso tempo-
ral, estando em condições normais de operação. Podendo essas falhas ser medidas pela
taxa de falhas e pelo tempo médio entre as falhas (mean time between failures, MTBF) ou
pelo tempo médio até que ocorra a primeira falha (mean time to first failure, MTFF).
Conforme pontua Queiros (1995), esta dimensão da qualidade é muito impor-
tante quando:
99 a utilização do produto ou serviço envolve grandes somas de dinheiro,
como o caso do sistema informatizado do sistema bancário;
99 tempo de reparo longo envolvendo lucros cessantes, como em colheita-
deiras na época da colheita e equipamentos industriais indispensáveis
para a produção;
99 a manutenção é cara;
99 ocorre o envolvimento de vidas humanas, como em transporte aéreo (mo-
tores de aviões) e equipamentos de mergulho.
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Administração da Qualidade
CAPÍTULO 1
produção dentro dos limites especificados, sendo que o problema da dispersão dentro des-
tes limites é ignorado. Na segunda, a preocupação gira em torno do problema da produção
atender exatamente o alvo no ponto médio dos limites de tolerância. A ideia da “função da
perda”, do japonês Genichi Taguchi, inclui a insatisfação dos clientes, o custo que é gerado
por garantias e falhas de desempenho. A conformidade é uma dimensão baseada na produ-
ção e esta mantém uma relação próxima com a confiabilidade, por se tratar de dimensões
muito tecnicistas.
Durabilidade pode ser em termos de uma medida definida em tempo (dias,
meses, anos), porém, depende muito das condições de uso. A durabilidade de um produto
possui conotações econômicas e tecnológicas. Quanto maior a durabilidade de um bem,
maior poderá ser o seu valor de revenda, sendo atraente do ponto de vista do consumidor.
Com relação à tecnologia, representa a vida útil, o quanto é possível utilizar um produto.
Capacidade de receber assistência técnica pode ser medida pelo tempo
médio em que são gastos para reparar um produto e a competência destes reparos, ainda se
são recorrentes ou não. É possível verificar o nível de seriedade e honestidade da empresa
pela prestação do serviço, mesmo que demande tempo após a venda. Primam pela satis-
fação do cliente, entendem que é importante o grau de satisfação e a disposição de passar
pela experiência de compra novamente. A preocupação com a qualidade é uma constante,
mesmo no pós-venda.
Estética como estética está baseado inteiramente no “gosto do freguês”, é
uma dimensão subjetiva e deve ser bem cuidada, visto que em alguns segmentos a compra é
induzida justamente por essa dimensão. Sendo subjetiva deve ser observada quando se ven-
de para mais de um país, pois o gosto vai ser variável de acordo com a cultura de cada povo.
Qualidade percebida está ligada ao nome da empresa e a propaganda. Diz
respeito à qualidade que é percebida, induzida ou influenciada - é o que a empresa exerce
sobre o cliente.
A história da empresa, sua reputação em ofertar bons produtos e sua preocu-
pação com o cliente faz com que ele aumente sua credibilidade em relação a esta organiza-
ção. A conquista destes valores não é fácil, mas, uma vez consolidados, tornará decisiva a
influência desta dimensão da qualidade percebida sobre o cliente. Ele não vai querer arriscar
facilmente adquirindo um produto ou serviço de marca desconhecida.
Conclusão
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Administração da Qualidade
CAPÍTULO 1
REFERÊNCIAS
CARAVANTES, G. R. Teoria geral da administração: pensando e fazendo. 4. ed. Porto Alegre : Age,
1998.
CARVALHO, M. M.; PALADINI, E. P. (Coord.). Gestão da qualidade: teoria e casos. 2. ed. revisada e
ampliada. Rio de Janeiro: Elsevier: ABEPRO, 2012.
CORTADA, J. W.; QUINTELA, H. M. TQM Gerência da qualidade total. Tradução de Eliane Kanner.
São Paulo: Makron Books, 1994.
OAKLAND, J. Gerenciamento da qualidade total. Tradução de Adalberto Guedes Pereira. São Paulo:
Nobel, 1994.
OLIVEIRA, O. J. (Org.). Gestão da qualidade: tópicos avançados. Thompson Pioneira, 2003. 243 p.
ANOTAÇÕES
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Administração da Qualidade
OS GURUS DA QUALIDADE CAPÍTULO 2
OBJETIVO
TEXTO
Introdução
Muitos foram os teóricos que contribuíram para a construção da área de qua-
lidade. Uns mais expressivos que desempenharam um papel especial, que justificam serem
chamados de “gurus”, pois muito contribuíram teoricamente e pela intervenção em empresas.
Entender esse ou aquele é importante justamente porque os princípios de
cada perito influenciam com propriedade a aplicação da qualidade. Os consultores que
trabalham com os programas de qualidade podem seguir uma ou outra escola, qualquer que
seja afetará o seu desempenho.
Muito embora a qualidade seja medida basicamente da mesma forma, nos
dizeres de Cortada e Quintella (1994, p. 12), em qualquer negócio, isso ocorre “através de
margens de lucro, produtividade, parcela do mercado, aumento da receita, satisfação do
cliente (fidelidade), rentabilidade e assim por diante”.
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CAPÍTULO 2
Deming se concentrou cada vez mais no papel dos serviços, nestes últimos
anos. Ele passou a articular como esses 14 pontos se aplicam nos ambientes não ligados à
produção.
Foi responsável também pela elaboraçaõ do “Ciclo PDCA” ou Ciclo de De-
ming. Significa que tudo deve ser planejado (plan), executado (do), verificado (check) e se
necessário, melhorado (action).
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CAPÍTULO 2
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CAPÍTULO 2
soas que trabalhavam diretamente na produção. Eram grupos de funcionários bem informa-
dos que faziam sugestões de melhorias. Ishihawa observa que sendo o ser humano um ser
gregário, a produtividade e o aproveitamento aumentam quando uma pessoa pode contar
com a ajuda e cooperação de outra(s), em uma relação de mútua aprendizagem e cresci-
mento. Todos os níveis se sentem responsáveis pelo resultado final obtido, cada um sabe
sua participação para o alcance do objetivo e sabem igualmente sua quota de contribuição.
Foi ele também o responsável pela divulgação de técnicas de análise, solu-
ções de problemas, gerenciamento da rotina e especialmente das sete ferramentas da qua-
lidade que são utilizadas pelos círculos de controle de qualidade, sendo elas: diagrama de
causa/efeito (espinha de peixe); histograma; análise de Pareto; folhas de controle; diagramas
de escala; gráficos e fluxo de controle.
Trataremos mais especificamente desses assuntos no capítulo referente às
ferramentas de controle da qualidade.
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CAPÍTULO 2
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CAPÍTULO 2
para quem se fornece o resultado de um trabalho, os que fornecem produtos uns aos outros.
Aqui incluídos os departamentos às quais são fornecidos peças e componentes intermediá-
rios, para o processo ou montagem como também as divisões/departamentos da administra-
ção, por exemplo.
Foi Juran o primeiro a propor a trilogia da qualidade:
99 planejamento;
99 controle;
99 melhoria.
REFERÊNCIAS
CARAVANTES, G. R. Teoria geral da administração: pensando e fazendo. 4. ed. Porto Alegre: Age,
1998.
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CAPÍTULO 2
OAKLAND, J. Gerenciamento da qualidade total. Tradução de Adalberto Guedes Pereira. São Paulo:
Nobel, 1994.
ANOTAÇÕES
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CAPÍTULO 2
ANOTAÇÕES
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Administração da Qualidade
PRINCÍPIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE CAPÍTULO 3
OBJETIVO
TEXTO
Introdução
A qualidade é a chave, na atualidade, como uma estratégia competitiva. A
diferença principal entre a abordagem nos primórdios do século XX e nos dias de hoje é que
atualmente ela está ligada às necessidades e anseios dos clientes. Faz parte da conquista
e manutenção dos mercados, que dependem diretamente do foco nesse cliente, que leva a
uma contínua identificação de novos requisitos e necessidades.
Como pontua Carpinetti (2010), a gestão da melhoria contínua requer um es-
forço de análise da atualidade, visando ao planejamento de implementação de melhorias.
O envolvimento e comprometimento de todos pela busca da melhoria requer
um esforço de liderança. Sendo que envolvimento, comprometimento e liderança fazem par-
te dos princípios fundamentais da gestão da qualidade (CARPINETTI, 2010).
Foco no cliente
Conforme conceituação de qualidade com foco no cliente de Kotler (1998, p.
65), a definição de qualidade (adotada em nível mundial) da American Society for Quality
Control, “é a totalidade de aspectos que proporcionam a satisfação de necessidades declara-
das e implícitas”.
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CAPÍTULO 3
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Administração da Qualidade
CAPÍTULO 3
Liderança
A liderança é um fenômeno social em que uma pessoa exerce a capacidade
de influenciar as pessoas a fazerem aquilo que deve ser feito de boa vontade.
É necessário para implantação da qualidade que, além do foco no cliente e a
melhoria contínua, seja incorporada à cultura organizacional da empresa se houver uma lide-
rança com esse objetivo, pois cabe ao líder, como função, a autoridade de tomar decisões den-
tro da empresa. São eles quem definem os objetivos, a unidade de propósitos e as diretrizes.
Ballestero-Alvarez (2010) menciona em seu livro sobre a afirmação de Ishika-
wa (1993):
os diretores e gerentes precisam ser corajosos o suficiente para delegar
tanta autoridade quanto for possível. Esta é a forma de estabelecer o
respeito pela humanidade como filosofia de administração. É um sistema
de administração do qual todos os funcionários participam, de cima para
baixo e de baixo para cima, e onde a humanidade é plenamente respeitada
(BALLESTERO-ALVAREZ, 2010, p. 110).
►► Está claro quem são os responsáveis pela condução dos processos na organização?
►► Os objetivos da qualidade na organização estão claramente definidos?
►► Os planos são difundidos e conhecidos pelos que devem conhecê-los?
►► Todos os integrantes estão alinhados com os objetivos da organização?
►► Os líderes, nos diferentes níveis, são tomados como exemplos a serem seguidos?
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Administração da Qualidade
CAPÍTULO 3
Envolvimento e comprometimento
Considerando o conceito de administração: “a administração procura fazer
alguma coisa com e por meio de pessoas, em grupos formalmente organizados”, está claro
que são as pessoas a essência de qualquer organização. O produto ou serviço com qualida-
de é o resultado do envolvimento e comprometimento de todos na organização.
O envolvimento e comprometimento envolve uma série de outros fatores que
podem ser elencados, como exemplo:
99 motivação - remuneração, clima organizacional, atendimento as necessi-
dades etc.;
99 capacitação - treinamento;
99 conhecimento e reconhecimento do seu papel dentro da empresa;
99 políticas bem definidas;
99 outros.
Visão sistêmica
Sendo a empresa um sistema aberto, ela funciona como um todo organizado
logicamente. Seu funcionamento geral acontece de forma total e integrada, em que o todo é
maior que a soma de suas partes.
De acordo com um diagrama básico de sistemas, temos as entradas - inputs -,
mão de obra, material, capital e informação. O processo é a transformação das entradas num
produto/serviço que são as saídas – outputs -, com o objetivo de assegurar que o resultado
satisfaça as expectativas e necessidades dos clientes.
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CAPÍTULO 3
Visão de processo
Processos primários:
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Administração da Qualidade
CAPÍTULO 3
Processos de suporte:
Desenvolver e gerenciar RH
Gerenciar informações
Gerenciar recursos financeiros e físicos
Executar gerenciamento ambiental
Gerenciar relações externas
Gerenciar melhoria e mudança
Figura 5 - Processos de suporte.
Fonte: Adaptado pela autora (CARPINETTI, 2010).
Melhoria contínua
As empresas como sistemas abertos sofrem constante influência do meio
em que estão inseridas, portanto, o sucesso destas empresas deve-se ao fato, inclusive, de
acompanhamento das mudanças do mercado e da sociedade como um todo.
Este acompanhamento possibilita um monitoramento das tendências, do com-
portamento dos consumidores, sendo este consumidor o foco de sua atenção e para onde
são centradas as ações da organização, no atendimento das necessidades dos clientes,
tanto externos como internos.
Como o próprio nome sugere, melhoria contínua é uma abordagem sobre
aperfeiçoamento de processos, bens e serviços com o foco na melhoria de desempenho
continuamente, com a participação, envolvimento e comprometimento de todos os envolvi-
dos no processo, tanto gerentes como operários.
A filosofia de melhoramento contínuo é chamada pelos japoneses de Kai-
sen, que significa melhoramento. Conforme Ballestero-Alvarez (2010, p. 87), “mais que isso,
significa contínuo melhoramento na vida pessoal, na vida domiciliar, na vida social e na vida
do trabalho. Quando aplicado no local de trabalho, kaisen significa contínuo melhoramento
envolvendo todos [...]”.
1
São os stakeholders: clientes, funcionários, cadeia de suprimentos, acionistas e agências reguladoras.
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Administração da Qualidade
CAPÍTULO 3
A sigla PDCA tem origem do inglês e quer dizer plan (planejar), do (execu-
tar), check (verificar) e action (agir). É um método que é aplicado para o controle eficaz das
atividades de uma organização, aquelas relacionadas às melhorias, para que se possa ter
uma padronização das informações para o controle da qualidade e a menor probabilidade de
erros nas análises.
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Administração da Qualidade
CAPÍTULO 3
REFERÊNCIAS
CARVALHO, M. M.; PALADINI, E. P. (Coord.). Gestão da qualidade: teoria e casos. 2. ed. revisada e
ampliada. Rio de Janeiro: Elsevier; ABEPRO, 2012.
DUPLO FOCO Consultoria. A importância da melhoria contínua para a empresa. 23 nov. 2012.
Disponível em: <http://www.duplofoco.com.br/ciclo-pdca/melhoria-continua-para-empresas/>. Acesso
em: 3 set. 2013.
OAKLAND, J. Gerenciamento da qualidade total. Tradução de Adalberto Guedes Pereira. São Paulo:
Nobel, 1994. OLIVEIRA, D. de P. R. de. Sistemas, organização e métodos: uma abordagem gerencial.
19. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
OLIVEIRA, O. J. (Org.). Gestão da qualidade: tópicos avançados. São Paulo: Cengage Learning
Editores, 2003.
ANOTAÇÕES
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TEORIA GERAL DOS SISTEMAS CAPÍTULO 4
OBJETIVO
TEXTO
Introdução
Não tem como falar de gestão, principalmente sobre gestão da qualidade,
sem fazer uma abordagem da teoria geral dos sistemas, uma das mais importantes teorias
da administração.
Muitos estudiosos, cientistas e teóricos, a partir da segunda metade do século
XX, deram uma cuidadosa atenção à teoria sistêmica.
A intenção é apresentar neste capítulo os principais aspectos da teoria sis-
têmica que dará sustentação para os estudos que são inerentes a sistemas, organização e
métodos nas empresas, como pontua Oliveira (2010).
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CAPÍTULO 4
• Havia sempre um objetivo que guiava a empresa, uma razão para sua existência.
• Para atingir esse objetivo, havia um input na empresa, uma combinação de fatores
humanos, equipamentos e materiais utilizados em um processo de trabalho, que
gerava um output, isto é, o resultado final da atividade organizacional, materializado
em um bem ou serviço.
• O controle e as medidas de desempenho eram necessários para comparar o de-
sempenho real com o planejado e propiciar informações de feedback, realimento do
sistema para a avaliação das passadas e a tomada de decisões futuras.
• O processo de transformação já era visto como sendo influenciado pelas interações
entre funcionários e equipamentos.
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CAPÍTULO 4
Conforme Ramage e Shipp (2009), ele também rejeitou a grande visão alter-
nativa da biologia, o vitalismo, a que havia alguma força subjacente misteriosa para explicar
a complexidade da vida. Bertalanffy argumentou que essa visão não foi suficientemente
poderosa e que era ainda baseada em uma visão de mundo reducionista. Bertalanffy recor-
reu a alguns conceitos desenvolvidos pelo vitalista Hans Driesch, especialmente a equifinali-
dade, que observa que o mesmo desfecho (no desenvolvimento de um organismo) pode ser
alcançado de várias maneiras diferentes de diferentes pontos de partida.
O que propõe a teoria geral dos sistemas não são novos conceitos às ciên-
cias, mas sim, uma nova forma de análise, e, no momento em que ocorre a análise sob a
ótica da TGS, não há modificação, apenas observa-se sob o mesmo prisma.
Conceito
De acordo com Schoderbek, Schoderbek e Kefalas (1990), “sistema é o
conjunto de objetos com relações entre os objetos e os atributos relacionados com cada um
deles e com o ambiente, de maneira a formar um todo”.
Para Oliveira (2010), o “sistema é um conjunto de partes interagentes e in-
terdependentes que, conjuntamente, formam um todo unitário com determinado objetivo e
efetuam função específica.”
Sistemas como um conjunto de partes coordenadas para realizar um conjunto
de finalidades - a maioria dos estudiosos da TGS estão em consonância com esta definição.
Para Carvalho e Paladini (2012), o conceito de sistemas está presente no
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CAPÍTULO 4
nosso cotidiano, pois um ser humano, por exemplo, é um complexo sistema, constituído de
diversas partes que visam à subsistência, reprodução e outras atividades.
A finalidade de um sistema deve ser identificada como a principal, ou princi-
pais, para que se possa fazer uma boa administração. O objetivo do sistema está ligado à
finalidade. Nem sempre o objetivo declarado coincide com o real. Um bom exemplo é o da
administração pública, que declara que o objetivo é melhorar a prestação de serviços aos
cidadãos, porém, aumentam consideravelmente o número de funcionários para que possam
aumentar seu poder.
Não adianta uma empresa ter um departamento interno funcionando perfei-
tamente quando o seu cliente não é bem atendido por ineficiência de outros departamentos.
Isso ocorre quando um ótimo subsistema às vezes não coincide com o ótimo do sistema.
Identificando os objetivos reais, devem-se escolher os indicadores de desem-
penho.
Tipos de sistemas
Os sistemas se apresentam em dois grandes tipos: os sistemas abertos e os
sistemas fechados.
Sistemas abertos são todos aqueles que trocam matéria e energia com o am-
biente, que sofrem as suas influências, e que por suas ações também o influenciam.
Sistemas fechados são todos aqueles que estão isolados de seu ambiente,
não sofrem influências e nem influenciam. Não fazem intercâmbio com o meio. Não rece-
bem e nem produzem recursos externos.
Um sistema apresenta as seguintes partes constituintes, os seguintes parâme-
tros:
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CAPÍTULO 4
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CAPÍTULO 4
Com relação aos sistemas, entende-se que não é possível somar-se o com-
portamento do todo partindo das partes isoladas, porém, deve-se levar em consideração as
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CAPÍTULO 4
REFERÊNCIAS
BERTALANFFY, L. V. Teoria geral dos sistemas. 2. ed. Petrópolis: Vozes; Brasília: MEC, 1975.
OLIVEIRA, D. de. P. R. de. Sistemas, organização e métodos: uma abordagem gerencial. 19. ed. São
Paulo: Atlas, 2010.
OLIVEIRA, O. J. (Org.). Gestão da qualidade: tópicos avançados. São Paulo: Cengage Learning
Editores, 2003.
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Administração da Qualidade
CAPÍTULO 4
ANOTAÇÕES
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Administração da Qualidade
TÉCNICAS DE GESTÃO DA CAPÍTULO 5
QUALIDADE NA PRODUÇÃO
OBJETIVO
TEXTO
Introdução
O final do século XX foi marcado pela preocupação com a qualidade, o que
levou ao surgimento de várias técnicas para gerenciar a qualidade de produto e processos.
As primeiras ações neste sentido surgem nos Estados Unidos, em 1922, com
a publicação do The control of quality in manufacturing, que já abordava alguns dos princí-
pios da qualidade, mas se centra, principalmente, na inspeção. Outro fator importante foi a
criação, anos mais tarde, do Departamento de Garantia da Qualidade dos Laboratórios Bell.
E Shewhart publica o Economic control of quality of manufactured product, resultando em
contribuições para a visão da qualidade do produto, inclusive atualmente.
A técnica QFD, Quality Function Deployment, ou desdobramento da função
qualidade, surgiu no Japão nos anos 1960. Nesse ano muda-se o foco para o uso, diferente
da década anterior em que o foco era o padrão. Acontece então que sendo o consumidor o
foco, é ele quem ditará as regras da qualidade. Nos Estados Unidos, a NASA lança a estru-
tura matricial.
Na década de 1970, com a crise do petróleo o dinheiro se torna escasso e as
empresas passam a se preocupar com os custos dos produtos, surgindo o movimento pelo
controle, em que aparecem então os círculos de controle da qualidade.
Os anos de 1980 são marcados pelas transformações globais, surgimento de
blocos econômicos e de consumidores mais exigentes. A concorrência está acentuada, as
empresas se preocupam mais em conquistar o consumidor. As ferramentas existentes já não
são suficientes, o interesse pelo controle do produto dá espaço para o interesse pelo proces-
so em suas menores partes e oferece um resultado que é o produto.
Ainda nos anos 1980, o programa de qualidade desenvolvido pela Motorola
deu forma, a partir dos anos 1990, a um novo programa de gestão: o Seis Sigma, que apre-
senta uma nova abordagem.
O anos 1990 ficam marcados como a era da mudança - adaptações e modi-
ficações surgem como características necessárias. Os stakeholders (clientes, fornecedores,
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Administração da Qualidade
CAPÍTULO 5
Finalidade Ferramenta
Amostragem e estratificação
Folha de verificação
Gráfico de Pareto
Mapeamento de processo
Brainstorming
Matriz de priorização
Brainstorming
Estratificação
Diagrama espinha de peixe (diagrama de Ishikawa)
Análise e busca de causas-raízes Diagrama de afinidades
Diagrama de relações
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Administração da Qualidade
CAPÍTULO 5
Diagrama de árvore
Diagrama de processo decisório
Elaboração e implantação de soluções
5W1H
5S
Amostragem e estratificação
Folha de verificação
Histograma, medidas de locação e variância
Verificação de resultados
Gráfico de Pareto
Brainstorming
O brainstorming - tempestade de ideias ou tempestade cerebral - é um mé-
todo criado nos Estados Unidos, usado para explorar a capacidade criativa de indivíduos. A
técnica consiste em propor que um grupo de pessoas se reúna e utilize seus pensamentos
e ideias para que possam chegar a um denominador comum, com o intuito de gerar ideias
inovadoras. Os grupos devem ter entre cinco e doze pessoas e é recomendada a participa-
ção voluntária com regras básicas e claras com tempo determinado. É necessária a figura
de facilitadores, adequadamente treinados para lidar com o grupo.
Pode ser usado em qualquer etapa do processo de soluções de problemas.
É necessária a identificação e seleção das questões a serem tratadas para a geração de
possíveis soluções.
Regras do brainstorming:
ADQ – 45
Administração da Qualidade
CAPÍTULO 5
Etapas do braimstorming:
Tipos
Podem-se considerar dois os tipos de braimstorming:
As sete ferramentas
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Administração da Qualidade
CAPÍTULO 5
Estratificação
Estratificar significa desdobrar, classificar, organizar os dados em categorias
ou grupos que representem fatores críticos para compreensão e interpretação da situação-
-problema.
Processo que permite separar criteriosamente o conjunto de dados em ca-
tegorias, dividir um grupo em diversos subgrupos com base em características distintas. As
causas de variação que atuam nos processos produtivos constituem possíveis fatores de
estratificação de um conjunto de dados. Os fatores naturais para estratificação dos dados
são: insumos, pessoas, equipamentos, métodos, medidas e condições ambientais.
Alguns exemplos de fatores de estratificação mais utilizados:
• tempo: há uma variação dos resultados indesejáveis em função do perío-
do, manhã, tarde ou noite?
• Turno de produção: os efeitos são diferentes dependendo do turno?
• Local: os efeitos são diferentes nas indústrias dependendo das linhas de
produção ou da região em que é comercializado?
• Matéria-prima: os resultados são obtidos de acordo com o fornecedor?
• Operador: agregação segundo idade, sexo, experiência, tempo de empre-
sa?
• Máquina e tecnologia: os resultados são diferentes dependo do modelo,
tipo e anos de utilização?
Folha de verificação
Esta é uma ferramenta utilizada para determinar com que frequência ocorre
um evento em um tempo determinado. É também utilizada para planejar a coleta de dados a
partir da necessidade de futura análise e, ainda, detectar e exibir um padrão de tendência.
A folha de verificação é um formulário impresso dos itens que serão exami-
nados. Podem ser colhidas informações dos eventos que estão acontecendo e dos que já
aconteceram.
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Administração da Qualidade
CAPÍTULO 5
Outros aspectos:
Pode ser aplicada em qualquer área, cria dados fáceis de se entender num pro-
cesso simples e eficaz. A partir das observações, fornece uma imagem mais nítida dos fatos.
No exemplo que se segue é possível identificar se houve alguma avaria nos
lotes de fabricação e qual o tipo.
Diagrama de Pareto
O Diagrama de Pareto consiste na construção de gráficos de barras verticais
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Administração da Qualidade
CAPÍTULO 5
que dispõe informação de forma a torná-la visual, de estabelecer uma ordenação nas cau-
sas de perdas que devem ser sanadas. Baseia-se no princípio de que a maioria das perdas
tem poucas causas, ou, que poucas causas são vitais e a maioria é trivial.
O objetivo é a compreensão da relação ação x benefício, ou seja, prioriza a
ação que trará o melhor resultado.
A adaptação do princípio de Pareto aos problemas da qualidade foi feito por
Juran, a partir do princípio idealizado pelo italiano Vilfredo Pareto, economista do século XIX.
Este princípio foi desenvolvido com base no estudo sobre desigualdade na
distribuição de riquezas, que resultou na seguinte conclusão: 80% da riqueza estavam nas
mãos de 20% da população, enquanto o restante do povo detinha 20% desta riqueza. Ficou
também conhecido como 80/20.
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Administração da Qualidade
CAPÍTULO 5
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Administração da Qualidade
CAPÍTULO 5
Histogramas
O histograma é utilizado como uma das ferramentas da qualidade. Trata-se
de um gráfico de barras verticais, no qual o eixo horizontal, subdividido em vários pequenos
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Administração da Qualidade
CAPÍTULO 5
intervalos, representa a frequência das ocorrências individuais que são subdivididas em clas-
ses. Apresenta as informações de uma maneira que seja possível a visualização de como
foram distribuídos um conjunto de dados, a localização do valor central e da dispersão dos
dados em torno deste valor central (CARPINETTI, 2010).
Conforme Carpinetti (2010), o histograma segue basicamente os seguintes
passos:
Figura 3 – Histograma.
Fonte: Adaptado pela autora.
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Administração da Qualidade
CAPÍTULO 5
Diagrama de dispersão
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Administração da Qualidade
CAPÍTULO 5
Gráfico de controle
É uma das ferramentas da qualidade que é utilizada para avaliar a estabilidade
do processo, distinguindo suas variáveis. É usado no controle da qualidade de produtos e
serviços, cujo objetivo é garantir que o processo opere na sua melhor condição. É conhecido
também por cartas de controle.
Foi Shewhart quem propôs o uso desses gráficos na década de 1930.
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Administração da Qualidade
CAPÍTULO 5
• Causas comuns: os pontos que ficam dentro dos limites de controle indi-
cam que a maior parte das variações deve-se a essas causas, variações
comuns.
• Causas especiais: os pontos que ocorrem fora dos limites de controle são
indicações de causas especiais de verificação, variações imprevisíveis.
• Ficando todos os pontos dentro dos limites de controle, a maneira de fazer
melhorias é mudando fundamentalmente alguns dos aspectos de proces-
so (como exemplo: materiais, procedimentos, equipamentos, treinamen-
tos, etc.).
REFERÊNCIAS
MARSHALL JÚNIOR, I. Gestão da qualidade. 8. ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006.
SERRANO, S. C. Los costes de calidad como estratégia empresarial em lãs empresas certificadas
em La norma ISO 9000 de La CV. Profesor asociado Del departamento de Análisis Econômico de
La Facultad de Economía de La Universitat de València. Valencia, septiembre 2003. Disponível em:
<http://www.cyta.com.ar/biblioteca/bddoc/bdlibros/tqm/tabla_contenidos/tabla_contenidos.htm>.
Acesso em: 30 ago. 2013.
ANOTAÇÕES
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Administração da Qualidade
CAPÍTULO 5
ANOTAÇÕES
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Administração da Qualidade
SISTEMA INTERNACIONAL DE CAPÍTULO 6
NORMALIZAÇÃO ISO 9000
OBJETIVO
TEXTO
Introdução
Conforme Marshall Júnior (2006), em 1946, na cidade de Londres, 25 países
decidiram criar uma organização internacional com o objetivo de facilitar, mundialmente, a
coordenação e a unificação de normas para industriais, empresas, instituições e afins. Essa
organização é a International Organization for Standardization (ISO), a Organização Inter-
nacional de Normalização. Começou a funcionar oficialmente em 23 de fevereiro de 1947.
Sua sede é em Genebra, Suíça. É uma instituição sem vínculos governamentais que atua na
área de qualificação dos produtos, processos, materiais e serviços.
As normas gerais são baseadas em conhecimentos científicos, técnicos e das
experiências anteriores. São abrangentes, ou seja, diz respeito a todos os ramos do conheci-
mento humano, inclusive os sistemas de gestão da qualidade e meio ambiente.
A ISO é uma norma internacional; há também as normas regionais, como no
caso do bloco econômico Mercosul, as nacionais como a ABNT. Não contempla as áreas da
engenharia eletrônica e elétrica, que têm suas normas pela IEC – International Eletrotechni-
cal Commission.
Ballestero-Alvarez (2010) pontua:
Os mais atentos poderão indagar que a sigla ISO não combina com Interna-
tional Organization for Standardization. Não foi escrito erroneamente, porém, é simples a
explicação. ISO diz respeito ao prefixo grego “ISOS” que significa igual, que combina com os
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Administração da Qualidade
CAPÍTULO 6
Objetivos da normalização:
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Administração da Qualidade
CAPÍTULO 6
1. foco no cliente.
2. Liderança.
3. Envolvimento das pessoas.
4. Abordagem dos processos.
5. Abordagem sistêmica de gestão.
6. Melhoria contínua.
7. Abordagem factual para a tomada de decisão.
8. Relacionamento mutuamente benéfico com fornecedores.
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Administração da Qualidade
CAPÍTULO 6
ISO 14000
Sendo a questão ambiental uma preocupação mundial, foi desenvolvida uma
norma, as ferramentas e os sistemas de gestão ambiental. A norma ISO 14000 contempla
duas grandes abordagens:
1. padronização da organização;
2. padronização do produto.
Ela abrange seis grandes áreas e cada uma delas se divide em subcomitês,
sendo que cada uma dessas áreas são coordenadas por um país, conforme figura abaixo
(BALLESTERO-ALVAREZ, 2010).
ISO 26000
Acompanhando as tendências internacionais, a ISO reconhece a importância
que o conceito responsabilidade social vem adquirindo mundialmente e promove um esforço
para produzir uma norma internacional de responsabilidade social.
O Brasil, por ter criado a sua própria norma de responsabilidade social passa
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Administração da Qualidade
CAPÍTULO 6
OHSAS 18000
Esta norma OHSAS integra-se no mesmo modelo das normas ISO 9000 e
ISO 14000, que apresenta uma abordagem por processo. São baseadas na utilização do
ciclo de Deming, que permitem uma melhoria contínua dos processos.
OHSAS – Occupational Health and Safety Assessment Series 18001:2000,
série de avaliação da segurança e saúde no trabalho – entrou em vigor em 1999.
O objetivo desta norma é auxiliar as empresas a controlar os riscos de aciden-
tes no local de trabalho. A OHSAS 18001:2000 é uma norma para sistemas de gestão da
segurança e da saúde no trabalho (SST). A certificação garante o compromisso da empresa
com a redução dos riscos ambientais e ainda com a melhoria contínua do desempenho em
saúde ocupacional e segurança de seus colaboradores.
Sistemas de certificação
Segundo Ferreira (2012, p. 183), os fatores importantes dos sistemas de ges-
tão são, dentro do contexto internacional:
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Administração da Qualidade
CAPÍTULO 6
REFERÊNCIAS
<http://www.dualtec.com.br/blog/2013/04/16/fundamentos-beneficios-e-principios-da-gestao-da-
qualidade/>. Acesso em: 1º set. 2013.
MARSHALL JÚNIOR, I. Gestão da qualidade. 8. ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006.
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Administração da Qualidade
FERRAMENTAS DA QUALIDADE CAPÍTULO 7
OBJETIVO
TEXTO
Introdução
Do ano 2000 em diante, o termo gestão da qualidade total foi perdendo espa-
ço e sendo substituído pela gestão da qualidade. Programas de qualidade total amplamente
difundidos e implementados nas empresas nos anos 1980 e 1990 deixaram igualmente de
serem adotados.
Apesar da mudança de terminologia e abordagem, não acabou sua importân-
cia, visto que consumidores estão cada vez mais exigentes. O foco no cliente, envolvimento
e comprometimento são referências da gestão de desempenho. A certificação da ISO 9001
vem sendo cada vez mais exigida e adotada. Várias outras técnicas vêm sendo desenvolvidas
a partir de iniciativas da qualidade total. 5S, ferramentas estatísticas e gerenciais são empre-
gadas. Ainda que a onda do “total” tenha passado, deixou profundas raízes (Carpinetti, 2010).
5S
Desorganização em fábricas japonesas parece lenda para os dias atuais, po-
rém, num passado não muito distante, precisamente no Japão derrotado do pós-guerra,
isso era uma realidade e fez surgir com este fato, no final da década de 1960, o 5S, com o
intuito de promover um ambiente de trabalho adequado, para incrementar a produtividade.
O 5S no Brasil só surgiu em 1991 pelas mãos do Prof. Vicente Falconi, pela
Fundação Christiano Ottoni.
O 5S dá uma base física e comportamental para que as outras ferramentas
(just-in-time, círculos de controle de qualidade, Kaisen, Kanban, etc.) tenham sucesso.
Este sistema constitui um processo educacional para a promoção da mudan-
ça comportamental, sendo uma filosofia voltada à mobilização das pessoas, implementando
mudanças no ambiente de trabalho, um apoio filosófico à qualidade de maneira geral e à
melhoria contínua em todos os âmbitos da vida humana.
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Administração da Qualidade
CAPÍTULO 7
Benchmarking
Para Spendolini (1993 apud BALLESTERO-ALVAREZ, 2010, p. 246):
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Administração da Qualidade
CAPÍTULO 7
ou outra organização do mercado, para avaliar o desempenho superior e com isso trazer
para a sua própria organização melhorias que poderão ser significativas.
Classifica-se em três categorias:
• interna: comparam-se atividades semelhantes dentro da própria empresa;
• competitivo: comparam-se atividades de outras empresas no mesmo seg-
mento atuantes do mercado;
• genérico: comparam-se atividades de empresas de qualquer segmento.
6 Sigma
Bill Smith, engenheiro da Motorola, em 1985, comprovou que:
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Administração da Qualidade
CAPÍTULO 7
As origens dos princípios do 6 Sigma está fundamentada nas ideias dos gu-
rus, aqui já apresentados, como Shewhart, Deming e Juran. “O 6 Sigma traduz os esforços
de melhoria das organizações na meta específica de reduzir defeitos para próximo de zero”
(MARSHALL JÚNIOR, 2006, p. 121).
O programa 6 Sigma usa o ciclo Shewhart modificado (PDCA).
Rotondaro (2002, p. 18 apud BALLESTERO-ALVAREZ, 2010, p. 308), define
o 6 Sigma como um “processo que permite às organizações incrementar seus lucros por
meio da otimização das operações, melhoria da qualidade e eliminação de defeitos, falhas e
erros”.
O 6 Sigma é uma forma mais quantitativa de medir esforços de qualidade.
Consiste em quatro fases, sendo: medir, analisar, aprimorar e controlar, usando ferramentas
estatísticas em um ciclo único e dinâmico, levando à melhoria do processo. Quanto maior o
nível sigma, menor será a possibilidade de defeitos, seja em um processo, produto ou servi-
ço. O objetivo é reduzir a variação nos processos e chegar a 3,4 defeitos por milhão.
O “sigma” é em referência à letra grega (σ) sigma, que representa a medida do
desvio-padrão em notação estatística. Usa métodos estatísticos como alicerce para a toma-
da de decisões, o que garante uma base científica, e ainda, muda a forma de gerenciamento,
porque as decisões são abalizadas em dados.
Quanto mais próximas as empresas ficam em alcançar “zero” defeitos, mais
competitivas elas ficam no mercado.
Os objetivos do 6 Sigma, entre os principais, identificam-se em:
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Administração da Qualidade
CAPÍTULO 7
desenvolvimento tem que ser concomitante. O treinamento deve ser intensivo a todos os
envolvidos no processo.
REFERÊNCIAS
MARSHALL JÚNIOR, I. Gestão da qualidade. 8. ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006.
VERGUEIRO, W. Qualidade em serviços de informação. São Paulo: Arte & Ciência, 2002.
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Administração da Qualidade
CAPÍTULO 7
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