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Trabalho Golpe de Ariete

1) O documento discute o fenômeno do golpe de aríete, que ocorre quando há uma mudança brusca no fluxo de líquido em tubulações, gerando sobrepressão. 2) Explica que o golpe de aríete em instalações hidráulicas é semelhante ao uso do aríete, uma arma de guerra medieval, que causava impactos violentos. 3) Detalha as causas do golpe de aríete, como fechamento rápido de válvulas, e seus efeitos prejudiciais
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Trabalho Golpe de Ariete

1) O documento discute o fenômeno do golpe de aríete, que ocorre quando há uma mudança brusca no fluxo de líquido em tubulações, gerando sobrepressão. 2) Explica que o golpe de aríete em instalações hidráulicas é semelhante ao uso do aríete, uma arma de guerra medieval, que causava impactos violentos. 3) Detalha as causas do golpe de aríete, como fechamento rápido de válvulas, e seus efeitos prejudiciais
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Introdução

Golpe de aríete designa as variações de pressão decorrentes de variações


da vazão, causadas por alguma perturbação, voluntária ou involuntária, que se
imponha ao fluxo de líquidos em condutos, tais como operações de abertura ou
fechamento de válvulas, falhas mecânicas de dispositivos de proteção e
controle, parada de turbinas hidráulicas e ainda de bombas causadas por
queda de energia no motor, havendo, no entanto, outros tipos de causas.

História do golpe de aríete

O aríete era uma máquina de guerra amplamente utilizada nas Idades Média e
Antiga. Você já deve ter visto um inclusive, em algum filme medieval sendo
utilizado naquela cena em que os soldados que cercavam uma muralha
tentavam romper o portão principal para entrar na cidade inimiga. O aríete era
aquela arma usada para isso, ele era constituído por um tronco de grandes
dimensões, em uma de suas pontas era acoplada uma testa de ferro ou de
bronze que podia, muita das vezes ter o formato da cabeça de um carneiro, em
uma clara alusão ao animal que vive dando “cabeçadas” em seus oponentes.
Os aríetes podiam ser portáteis ou acoplados a um carro, seu princípio era
simples, os soldados o levavam até a porta de uma muralha e em sincronia,
faziam sua testa chocar-se contra os portões, destruindo aos poucos a
estrutura da entrada e abrindo caminho para o restante do exército.

Mas o que então essa arma de guerra medieval tem a ver com as instalações
hidráulicas?

O golpe de aríete nesse caso é um fenômeno que ocorre no interior das


tubulações que conduzem tanto água fria quanto água quente sob pressão
quando essa mesma água ao escoar pelos tubos em alta velocidade é
bruscamente interrompida. Tal processo acaba gerando sobrepressões nas
conexões e equipamentos da instalação hidráulica, algo muito parecido com o
que a arma medieval fazia, só que nesse caso ao invés dos soldados em
velocidade chocarem-se abruptamente com as portas de uma muralha é o
líquido em escoamento que chocas-se devido ao fechamento rápido de um
registro ou de uma válvula. Em casos mais severos é possível até escutar o
impacto devido a ele nos encanamentos.
Golpe de Ariete é o nome dado ao choque violento que se produz sobre as
paredes de um conduto forçado quando o movimento do líquido é modificado
bruscamente, como por exemplo no fechamento de um registro, ou uma curva
abrupta.
Este fenômeno sempre é evitado por que além de causar uma sobrepressão na
tubulação, podendo danificá-la, o golpe ainda causa o surgimento de
microrregiões de vácuo, que também podem, com o tempo, danificar peças
especiais e até mesmo uma bomba, que é uma peça cara em uma tubulação.
O vácuo surge porque, apesar de termos aprendido que a água é um fluido
incompressível, na prática, em situações extremas como esta, a água se
comporta como um líquido compressível. E temos sorte por isto acontecer! Em
uma situação hipotética, se um registro em uma tubulação fosse fechado
instantaneamente, a tubulação fosse completamente inelástica ( o que não é
verdade na prática) e a água fosse um líquido incompressível, a sobrepressão
causada pelo choque teria um valor tão grande que romperia a tubulação.
Conceito
De forma simplificada, golpe de aríete é o choque violento nas paredes de
uma tubulação quando há mudança brusca no movimento do líquido, como, por
exemplo, quando um registro é fechado.

Esse choque é resultante, sobretudo, da sobrepressão oriunda do


interrompimento do escoamento do líquido e é absorvido pelos esforços de
compressão da água e de deformação da tubulação.

Como a água é praticamente incompressível, dependendo da magnitude da


sobrepressão resultante, o golpe de aríete pode provocar uma deformação tão
acentuada que rompe as paredes do tubo, principalmente se ele estiver
fragilizado.

Além disso, o barulho resultante do golpe pode ser muito incômodo, mesmo se
não houver comprometimento da tubulação.

Quais são as causas? O que causa o golpe de aríete?


Origem do golpe de aríete hidráulico
Se uma tubulação é fechada muito rapidamente por uma válvula, o movimento
da coluna do líquido à montante da válvula de bloqueio é subitamente
interrompido. A força da inércia produz um choque de pressão. Como líquidos
são praticamente incompressíveis, este choque se propaga em todas as
direções. Imediatamente à jusante da válvula de bloqueio, o fluxo não cessa
instantaneamente e forma-se um vácuo. O líquido, em conseqüência, retorna
(efeito rebote) contra a válvula de bloqueio e forma uma onda de choque. Esta
onde viaja de um lado a outro e gradualmente perde sua intensidade.
Origem do golpe de aríete térmico
O golpe de aríete térmico ocorre quando bolhas de vapor entranhadas no
condensado ou formadas por vaporização rápida (flashing) adentram uma
tubulação cheia de condensado em uma temperatura mais baixa. As bolhas de
vapor colapsam abruptamente formando um vácuo. Imediatamente e de todas
as direções, o condensado circundante flui para esta região e implode. O golpe
de aríete é primordialmente causado por:
a) Instalação incorreta de válvulas e equipamentos e disposição imprópria da
tubulação.
b) Manipulação de válvulas por pessoal não qualificado.
c) Equipamento inadequado ou incorretamente dimensionado.
d) Equipamento defeituoso A intensidade do golpe de aríete depende da
extensão da superfície de contato entre o vapor e a água, a velocidade do
vapor e/ou água e da diferença de temperatura entre a água e do vapor.
O golpe pode ser causado por diversos equipamentos: bombas de recalque
ou pressurização, máquinas de lavar roupa, válvulas de descarga, registros de
esfera, registros de gaveta, válvulas monocomando, etc. Nas bombas
hidráulicas por exemplo, é muito comum haver problemas quando é instalada
uma válvula de retenção na rede muito distante do ponto de recalque e sem
dispositivos de proteção, vazamentos nos pontos de conexão entra as válvulas
e a tubulação são comuns nesses casos. Ainda nos sistemas influenciados
pela bomba, a abertura ou fechamento de registros, com a bomba em
funcionamento especialmente no caso dos registros de curso curto que
interrompem o fluxo de água de maneira mais abrupta também permite
verificarmos o mesmo fenômeno.

Pode parecer que o volume de água é o principal responsável pelo aumento da


pressão nos encanamentos, mas, na verdade, é a altura do cano. Por isso, a
pressão da água é medida em “metros de coluna d’água ou “m.c.a”. Como a
distribuição de água em edifícios geralmente ocorre a partir de um reservatório
superior (caixa d’água), a pressão dos canos nos andares inferiores é muito
grande.
De acordo a legislação brasileira e a Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT), a pressão máxima em qualquer ponto do sistema hidráulico
de um edifício não pode ultrapassar 40 m.c.a (metros coluna d’água). Por isso,
a diferença entre a altura do reservatório superior (caixa d´água) e o ponto
mais baixo da distribuição (subsolo do prédio) não pode ser maior que 40
metros. Se o edifício for muito alto, a pressão pode ultrapassar o limite
estabelecido.
A pressão no ponto B é maior que em A
Para cumprir esta norma, evitar o Golpe de Aríete e outros problemas, prédios
com mais de 40 metros de altura utilizam equipamentos como válvulas
redutoras de pressão, válvulas de retenção e juntas de expansão.
Em instalações hidráulicas de grande porte, como as de edifícios de mais de
dez andares, as consequências do Golpe de Aríete podem ser catastróficas –
se for muito forte, além de estourar a tubulação, o surto de pressão pode
causar fissuras em vigas e na estrutura do edifício.
Quando não causa danos imediatos, no entanto, o Golpe de Aríete também
traz problemas a médio ou longo prazo. O impacto faz com que o material dos
encanamentos seja desgastado aos poucos, enfraquecendo vedações,
vazamentos, causando ruptura de canos e conexões, ou danos a outros
componentes, principalmente nos equipamentos eletrônicos, como medidores e
sensores. Confira mais detalhes sobre os equipamentos que controlam a
pressão no interior dos sistemas hidráulicos:
Válvulas redutoras de pressão
A válvula redutora de pressão é um equipamento hidráulico para reduzir as
pressões nas tubulações acima de 10 pavimentos, e também para residências
que possuam uma pressão acima das normas da ABNT (40 mca). Elas
reduzem a pressão na entrada do sistema hidráulico, quando elevada ou
variável, para pressão de saída menor e constante, independente da variação
das vazões.
As válvulas redutoras de pressão podem ser instaladas no subsolo ou em
outros pontos do sistema:

Cálculo da sobrepressão
Pois bem pessoal, agora que já sabemos o que é, podemos aprender como
calcular a pressão resultante do golpe de aríete para, como isso, sabermos o
que fazer para minimizar seus danos.

Começaremos, então, a conhecer as variáveis de cálculo, a começar pela


celeridade, a seguir.
Ah, e caso você tenha interesse em se aprofundar nessa área, recomendo a
aquisição do livro Manual de Hidráulica

Celeridade
A celeridade é a velocidade de propagação da onda de pressão na tubulação e
é calculada pela fórmula de Allievi, abaixo:

\mathrm{C=\dfrac{9900}{\sqrt{48,3+K.(D/e)}}}C=48,3+K.(D/e)9900

Onde:

 C é celeridade (m/s);
 D é o diâmetro da tubulação (m);
 e é a espessura da tubulação (m);
 K é um coeficiente (adimensional), tabela 1.

Sendo:

\mathrm{K=\dfrac{10^{10}}{E}}K=E1010

Onde:

 K coeficiente (adimensional);
 E é o módulo de elasticidade do material da tubulação.

Tabela 1 – Valores de K para vários materiais

Material K

Aço 0,5

Ferro fundido 1

Concreto 5

Cimento-amianto 4,4

Plástico 18

Para facilitar ainda mais, a tabela 2 abaixo expressa alguns valores de


celeridade em função de K.
Tabela 2 – Valores da celeridade (C) em função do diâmetro e espessura do
tubo

D/e K=0,5 K=1 K=5

500 574,2 425,7 247,5

400 623,7 465,3 277,2

300 702,9 524,7 316,8

250 752,4 574,2 3468

200 811,8 623,7 386,1

180 841,5 653,4 405,9

160 871,2 683,1 425,7

140 910,8 722,7 455,4

12 950,4 762,3 485,1

100 999,9 811,8 524,7

80 1049,4 871,2 584,1

60 1118,7 950,4 653,4

50 1158,3 999,9 702,9

40 1197,9 1049,4 762,3


30 1247,4 1118,7 841,5

20 1296,9 1197,9 950,4

10 1356,3 1296,9 1118,7

Fase da tubulação
Fase nada mais é do que o tempo que a onda de pressão leva para ir e voltar
de uma extremidade a outra da tubulação e se dá pela expressão:

\mathrm{τ=\dfrac{2.L}{C}}τ=C2.L

Onde:

 τ é a fase da canalização (s);


 L é o comprimento (m);
 C é celeridade ou velocidade de propagação (m/s).

REPRESENTAÇÃO DA ONDA DE PRESSÃO NA SITUAÇÃO IDEAL


(ESQUERDA) E REAL (DIREITA)

Tempo de manobra
Calculada a fase, é necessário comparar com o tempo de manobra de
fechamento da válvula ou do registro.

Isso é feito porque, se o fechamento for muito rápido, o tubo ficará totalmente
obstruído antes da atuação da onda de sobrepressão e, desse modo, o
aumento de pressão na tubulação será máxima.

Classificação das manobras de fechamento


Desse modo, as manobras são classificadas, de acordo com o tempo de
fechamento (t), em:

Manobra rápida (t < τ)


Na manobra rápida, o tempo de fechamento é menor que a fase da tubulação,
resultando em um aumento de pressão máximo, calculado por:

\mathrm{h_a=\dfrac{C.v}{g}}ha=gC.v

Onde:

 ha é o aumento de pressão (m.c.a);


 C é celeridade ou velocidade de propagação (m/s);
 v é a velocidade média da água (m/s);
 g é a aceleração da gravidade (m²/s).

Manobra lenta (t > τ)

Já na manobra lenta, o tempo de fechamento é maior que a fase da tubulação,


resultando em um aumento de pressão em função de t e calculado por:

\mathrm{h_a=\dfrac{C.v}{g}\cdot\dfrac{τ}{t}}ha=gC.v⋅tτ

Onde:

 ha e é o aumento de pressão (m.c.a);


 C é celeridade ou velocidade de propagação (m/s);
 v é a velocidade média da água (m/s);
 g é a aceleração da gravidade (m²/s);
 τ é a fase da canalização (s);
 t é o tempo de fechamento (s).

Como evitar o golpe de aríete


Bom, já sabemos como calcular a sobrepressão resultante do golpe de aríete
de acordo com a velocidade de manobra. Mas saber isso é útil em quê?

Calcular o valor da sobrepressão para a sua tubulação é útil para


prevermos se o material do tubo é capaz de suportar um golpe de aríete e,
se não, quais providências devem ser tomadas.

Como o aumento de pressão é diretamente proporcional à velocidade de


escoamento na tubulação, limitar essa velocidade é um das medidas possíveis
para minimizar o golpe de aríete, mas não é a única.

Já vimos também que o tempo de fechamento da válvula ou registro influencia


significativamente na golpe de aríete, desse modo, outra medida possível é
utilizar peças que permitam um fechamento mais lento, além de dispositivos
mecânicos especiais, cuja descarga impedem valores excessivos de pressão.
Outra medidas envolvem ainda a utilização de tubulações de espessura maior,
a construção de tubos piezométricos e câmaras de ar comprimido, capazes de
absorver os golpes.

Agora, vamos solidificar o que foi aprendido sobre golpe de aríete até o
momento. Para tanto, propomos um exemplo prático bem simples.

Medidas a tomar contra golpes de aríete


Choques de pressão formados pelo fechamento rápido de tubulações contendo
líquidos podem ser calculadas ou determinadas por meios gráficos. É possível
permitir tolerâncias para forças de atrito e do módulo de elasticidade do líquido
e dos materiais utilizados. Estes choques de pressão podem ser absorvidos
pelo correto dimensionamento de válvulas e tubulações. Podem ser diminuídos
pelo uso dos chamados vasos amortecedores, conforme utilizados com
bombas do tipo pistão. Não se consegue calcular exatamente os choques de
pressão resultantes de golpes de aríete térmicos. Isto tem que ser levado em
consideração quando do projeto e operação de uma planta. Golpes de aríete
somente podem ser evitados se a planta for corretamente disposta,
dimensionada e operadas de forma competente e responsável. O ideal é
construir uma planta de forma que não possa ocorrer o golpe de aríete. Se isto
for impossível de se obter, deverão ser utilizados equipamentos que
efetivamente amorteçam este efeito.

Fontes:
http://www.vrppremium.com.br/golpe-de-ariete-como-eliminar/
http://www.bermo.com.br/wp-content/uploads/2016/03/Golpes-de-
Ar%C3%ADete-e-como-evit%C3%A1-los.pdf?x88542
https://hidraulica1e2.wordpress.com/2016/04/22/golpe-de-ariete/
https://www.guiadaengenharia.com/golpe-ariete/

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