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Análise Do Poema Escapulário

O poema "Escapulário" de Oswald de Andrade usa versos livres para contradizer o movimento anterior do Parnasianismo. O poema segue uma cronologia dos eventos históricos do Brasil e usa figuras de linguagem como paródia. O título parodia o "Pai Nosso" e usa o "Pão de Açúcar" como metáfora para o Brasil, inaugurando a obra com uma referência à descoberta do país.

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Análise Do Poema Escapulário

O poema "Escapulário" de Oswald de Andrade usa versos livres para contradizer o movimento anterior do Parnasianismo. O poema segue uma cronologia dos eventos históricos do Brasil e usa figuras de linguagem como paródia. O título parodia o "Pai Nosso" e usa o "Pão de Açúcar" como metáfora para o Brasil, inaugurando a obra com uma referência à descoberta do país.

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ANÁLISE DO POEMA ''Escapulário''

O poema “Escapulário” de Oswald de Andrade foi construído a partir de


uma quintilha, contendo versos livres e brancos, mostrando a liberdade com
que este escrevia, contradizendo totalmente o movimento anterior, o do
Parnasianismo, que buscava a perfeição em suas obras por meio de
estruturações fixas para as criações neste período. Pode-se dizer que o poema
em questão foi produzido como forma de concretização a teoria expressa em o
Manifesto Pau-Brasil, de autoria do próprio poeta e com apoio dos modernistas,
onde encaixa-se perfeitamente com o que aborda, pelo fato deste seguir uma
espécie de cronologia dos acontecimentos históricos do Brasil -desde o
descobrimento até o momento em que a obra foi escrita, não apenas
registrando os fatos, mas imprimindo em cada registro uma revisão desses
fatos, como forte marca autoral-, aludindo e afirmando a primeira frase deste
mesmo texto: “A poesia existe nos fatos”. Com isso em mente, podemos
aproximar alguns poemas de Oswald, como o analisado em questão, a uma
linguagem jornalística, tendo em vista os versos elaborados sob forma de
crônica do cotidiano, ou melhor colocada, crônica poética.
Oswald consegue cumprir as propostas do manifesto, transformando a
poesia tida até então como inacessível, sagrada e sublime, em algo não tão
distante, mas bem próximo, como algo do cotidiano, logo verificada no título
sacro do poema. Para isso, o poeta abusa de figuras de linguagem específicas
para causar tal efeito, como a paródia, que se mostra em praticamente todo o
poema.
Subvertendo-se o início da oração católica principal do país: “No pão de
açúcar/ De cada dia/ Dai-nos Senhor/ A poesia/ De cada dia”, O poeta cria uma
clara intertextualidade não só com o “Pai Nosso”, mas também com o “Pão de
Açúcar” –um ponto turístico muito famoso do Brasil-, uma metáfora da terra
recém descoberta, símbolo do Brasil. Como se a oração, modificada ao gosto
do poeta, inaugurasse a obra, fazendo uma referência direta a descoberta do
país e a primeira missa que dá a benção à nova Terra. Para o poeta modernista
só se pode descobrir o nosso Brasil com a benção da poesia.
O título “Escapulário” é, portanto, coerente com o assunto do poema, por
tratar-se de um santinho introdutório, numa paródia aos textos clássicos que
evocam o sagrado, como as epígrafes das obras mais tradicionais. Mas para
Oswald de Andrade o objeto de devoção só pode ser a poesia. Uma poesia
sucinta e precisa, com versos econômicos e inovadores na linguagem,
criadores de imagens que formam uma visão mais crítica e bem humorada do
país, bem característicos do novo modelo de produção de literatura que o
modernismo vinha até então trazer.
Outra característica das obras de Oswald de Andrade que é importante
mencionar e que correlaciona-se com a questão da introdução de um
nacionalismo nativista é a poesia voltada para um certo primitivismo, onde o
poeta consegue fundir elementos da cultura popular, assim como a oração do
“Pai Nosso”, a elementos da cultura erudita, assim como as epígrafes das
obras mais tradicionais, como citado anteriormente.
Mais tarde, assim como o poeta, o tropicalista Caetano Veloso
radicalizaria ainda mais, musicando o poema em samba, ritmo do carnaval,
também proposta de Oswald como no capítulo com o título “Carnaval”, que só
afirma ainda mais a ideia de produzir uma cultura nacional sem interferência de
outras nacionalidades.

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