Curso de Técnico
Auxiliar de Farmácia
Cognos Formação e Desenvolvimento Pessoal
Manual do Formando
Módulo II. Ética e Deontologia Profissional
Formador
Ricardo Lopes, Dr.
Manual elaborado por Ricardo Lopes, Dr.
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4400-134 Vila Nova de Gaia
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Índice
pág.
1. A Ética 4
2. A Deontologia 6
Cognos Formação e Desenvolvimento Pessoal
3. Código de Conduta 7
4.O Segredo Profissional 10
5. Ética Vs. Deontologia 12
6. A importância da Ética e da Deontologia na saúde 14
7. Referências Bibliográficas 18
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Objectivo Geral
No final deste módulo, os formandos deverão ser capazes de compreender
como actuar profissionalmente de forma ética e deontológica.
O formando deverá dedicar 8 horas de estudo para este módulo.
Conteúdos do módulo
Cognos Formação e Desenvolvimento Pessoal
A Ética
A Deontologia
Código de Conduta
O Segredo Profissional
A Ética vs. Deontologia
A importância da Ética e da Deontologia na saúde
Objectivos Específicos
No final deste módulo, os formandos deverão ser capazes de:
Compreender a diferença entre ética e deontologia;
Compreender o Código de Conduta;
Identificar a importância do segredo profissional;
Reconhecer a Importância da Ética e da Deontologia na Saúde.
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1. A Ética
Ética surge, do grego “ethiké” ou do latim “ethica”
(ciência relativa aos costumes), ética é o domínio da
filosofia que tem por objectivo o juízo de apreciação que
distingue o bem e o mal, o comportamento correcto e o
incorrecto. Os princípios éticos constituem-se enquanto
directrizes, pelas quais o homem rege o seu
comportamento, tendo em vista uma filosofia moral
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dignificante.
A importância da ética profissional
- A ética não é uma opção, é uma necessidade ninguém pode viver pode viver sem
normativos éticos.
- A ética profissional funciona como garantia e segurança da sociedade, protegendo a
sociedade contra determinados abusos por parte dos profissionais.
- A ética favorece a confiança da sociedade na profissão.
- A ética favorece um bom ambiente de trabalho.
Abordar esta temática, implica a mobilização a partir dos eixos da ética da profissão, tal
como referido antes, reforçando que a ética profissional implica:
1. Profissionalidade (Dedicação e competência);
2. Sentido social (Princípio de beneficência);
3. Humanidade (Dignidade humana - o espírito como valor).
A Ética nas organizações, adquire relevância na medida em que, para ser considerado
ético, um comportamento deve satisfazer três critérios fundamentais:
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1. Critério utilitário (não só consequentalista);
2.Critério dos direitos individuais (Respeito pelos direitos, dignidade e valorização do
consentimento para agir profissionalmente. Relaciona-se com a liberdade individual e
com a autonomia);
3. Critério da justiça (Tanto para o profissional como para o cliente ou beneficiário dos
serviços profissionais estão num contexto social – público ou privado – em que as
prioridades e os recursos devem ser determinados e distribuídos com critérios de justiça).
A ética é, assim, uma filosofia prática que procura regulamentar a conduta tendo em vista
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o desenvolvimento humano. Porque procura aperfeiçoar o homem através da acção e por
isso procura que os actos humanos se orientem pela rectidão, isto é, a concordância
entre as acções e a verdade ou o bem. Nesta medida, a ética é uma racionalização do
comportamento humano, ou seja, um conjunto de princípios obtidos através da razão e
que apontam o caminho certo para a conduta.
A ética constitui-se no princípio e fim da própria vida, na medida em que se torna o
próprio sentido da existência, a razão essencial de ser e haver, o motivo pelo qual a
existência se relaciona com o todo, pelo qual se transforma e por sua vez transforma o
próprio meio como agente e sujeito dessa mudança.
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2. A Deontologia
O termo Deontologia surge das palavras gregas
“déon, déontos” que significa dever e “lógos” que se
traduz por discurso ou tratado. Sendo assim, a
deontologia seria o tratado do dever ou o conjunto de
deveres, princípios e normas adoptadas por um
determinado grupo profissional. A deontologia é uma
disciplina da ética especial adaptada ao exercício da uma profissão.
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Princípios deontológicos
Independência;
Confiança;
Segredo profissional;
Honestidade;
Solidariedade Profissional;
Responsabilidade.
O objetivo da deontologia é reger os comportamentos dos membros de uma profissão
para alcançar a excelência no trabalho, tendo em vista o reconhecimento pelos pares,
garantir a confiança do público e proteger a reputação da profissão. Trata-se, em
concreto, do estudo do conjunto dos deveres profissionais estabelecidos num código
específico que, muitas vezes, propõe sanções para os infratores. Melhor dizendo, é um
conjunto de deveres, princípios e normas reguladoras dos comportamentos exigíveis aos
profissionais, ainda que nem sempre estejam codificados numa regulamentação jurídica.
Isto porque alguns conjuntos de normas não têm uma função normativa (presente nos
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códigos deontológicos), mas apenas reguladora (como, por exemplo, as declarações de
princípios e os enunciados de valores).
Neste sentido, a deontologia é uma disciplina da ética especialmente adaptada ao
exercício de uma profissão. Em regra, os códigos de deontologia têm por base grandes
declarações universais e esforçam-se por traduzir o sentimento ético expresso nestas,
adaptando-o às particularidades de cada profissão e de cada país. As regras
deontológicas são adoptadas por organizações profissionais, que assume a função de
"legisladora" das normas e garante da sua aplicação. Os códigos de ética são dificilmente
separáveis da deontologia profissional, pelo que é frequente os termos ética e
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deontologia serem utilizados como sinónimos, tendo apenas origem etimológica distinta.
Muitas vezes utiliza-se mesmo a expressão anglosaxónica professional ethics para
designar a deontologia.
3.Código de conduta
É um acordo explícito
entre os membros de um
determinado grupo social
(uma profissão, uma
empresa, uma associação) e visa explicar como aquele grupo pensa e define a sua
própria identidade e como se compromete a realizar os seus objectivos particulares de
uma forma compatível com os princípios universais da ética. É composto por normas de
conduta. A ética profissional favorece um bom ambiente de trabalho uma vez que, a ética
profissional é indispensável de qualquer profissão que se queira digna de confiança
pública.
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O código de conduta ética:
Constitui uma referência para o público, no que respeita aos padrões de conduta
da [entidade], quer no relacionamento interno entre colaboradores, quer no
relacionamento externo, contribuindo para que esta seja reconhecida como um
exemplo de excelência, integridade, responsabilidade e rigor.
Contribui para o correcto, digno e adequado desempenho de funções e prestação
de serviço público, para o que estabelece como essencial o aperfeiçoamento da
organização e respectivos procedimentos, a par da adopção de um sistema eficaz
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de prevenção e combate à corrupção e à informalidades
Representa um compromisso assumido por todos os colaboradores da [entidade]
cujos órgãos e demais estruturas internas prosseguem o interesse público com
respeito dos princípios de igualdade, proporcionalidade, justiça, imparcialidade,
reconhecendo os direitos de participação e colaboração dos cidadãos,
desenvolvendo a sua actividade e desempenhando a sua função da forma mais
eficiente.
O Código de Conduta Ética tem como objectivos,
essencialmente, contribuir para o correcto, digno e
adequado desempenho de funções com altos padrões
de qualidade e transparência na prestação de serviço
público, no âmbito da missão e atribuições do
Ministério da Saúde, mediante:
a. O aperfeiçoamento das instituições e a adopção de
um sistema eficaz de prevenção e de combate à corrupção e à informalidade;
b. A clarificação e harmonização dos padrões de referência no exercício da actividade;
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c. Os mais elevados padrões de reserva e segredo profissional no acesso, gestão e
processamento de toda a informação relevante ou sensível;
d. Uma gestão transparente, responsável, criteriosa e prudente;
e. A defesa dos interesses e o reforço da confiança dos cidadãos beneficiários e
utilizadores dos serviços, assegurando mecanismos de segurança e qualidade.
Características de um código de conduta
Define comportamentos a adoptar;
Explicita claramente as condutas a evitar;
Reflecte e define os princípios éticos a adoptar;
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Facilita a tomada de decisões por parte dos membros do grupo
- A simples implantação de um código de comportamento não assegura que se apreciem
e se pratiquem os valores e normas que nele se estabelecem. O Código de conduta é algo
que se pode aprender, enquanto a rectidão moral e a competência profissional se
adquirem com esforço, dentro de uma comunidade de aprendizagem e graças a
contínuos exercícios de ensaio e erro, de equívocos e melhorias.
A adoção de códigos de conduta ética visa contribuir para o correto, digno e adequado
desempenho de funções por parte dos trabalhadores, prestadores de serviços,
mandatários e voluntários, todos, para este efeito, genericamente designados como
colaboradores, em todas as áreas em que intervenham prosseguindo a missão e
representando as entidades empregadoras ou contratantes na prestação de serviço
público, devendo procurar-se a máxima participação dos profissionais na fixação dos seus
termos.
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4. O segredo Profissional
O termo sigilo tem origem do latim
sigillum, que significa selo ou segredo,
que no contexto profissional trata da
manutenção de segredo para
informação valiosa, cujo domínio de
divulgação deva ser fechado, ou seja,
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restrito a um cliente, a uma
organização ou a um grupo, sobre, uma vez que a ele é confiada a manipulação da
informação.
Diz-se que o sigilo profissional vai até o limite da transgressão de uma Lei, ou seja, o
profissional deve guardar todas as informações a que tiver acesso, ou vir a tomar
conhecimento, em razão de sua actividade profissional, mas aquelas que não são
criminosas, sob pena de ser enquadrado em algum crime contra a sociedade.
Um bom código de ética prevê sempre o sigilo profissional para a função
desempenhada.
O conceito de sigilo profissional tem evoluído ao longo dos tempos. Durante o período
Hipocrático, não era considerado como um direito do paciente, mas antes um dever do
médico, no entanto, estava sujeito a um processo de "blindagem" forte, pelo que se
equiparava ao segredo da confissão. Não existiam neste período quaisquer bases
jurídicas capazes de proteger o doente. Durante o século XIX, houve um gradual
processo de desconstrução da blindagem existente até aí, aproximando-se o sigilo
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profissional da esfera jurídica, pelo que poderia ser facilmente revogado sempre que
qualquer autoridade o pretendesse.
No século XX emerge uma nova preocupação pela protecção do sigilo profissional,
passando a estar consagrado no âmbito do direito do cidadão (não apenas como dever
do profissional), sendo protegido na constituição da República Portuguesa, Convenção
sobre os direitos do Homem, e vários códigos deontológicos, bem como no código Civil e
Penal. Desta forma a defesa do sigilo profissional passa a ser tanto um direito como um
dever. Transcende também a esfera médica, pelo que ficam obrigados a respeitá-lo todo
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o pessoal com acesso directo ou indirecto a informação de carácter confidencial, devido à
sua profissão/função.
O sigilo profissional — a guarda de informações obtidas em razão do exercício
profissional, de tudo aquilo que lhe foi confiado como sigilo, ou o que veio a ser
conhecido devido seu estatuto profissional — está previsto em muitos dispositivos
legais.
Constitucionalmente, ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer algo, senão em
virtude da lei, e que são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das
pessoas. Esse entendimento norteia os dispositivos legais que se referem ao sigilo
profissional, em particular o sigilo médico. A referência a esses dispositivos legais nos é
útil nessa reflexão para chamar a atenção que o direito à confidencialidade é tanto um
direito da pessoa, como também uma responsabilidade profissional. Em outros termos, a
existência do sigilo profissional interessa a toda sociedade, pois é condição indispensável
para o trabalho do profissional, na medida em que essas acções encarnam um interesse
da sociedade, definido historicamente.
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- O fundamento ético do sigilo profissional é o princípio da confiança. O dever de sigilo é,
por isso, pressuposto e contrapartida da confiança do cliente.
- A regra é a absoluta confidencialidade dos factos que se tenha conhecimento, directa ou
indirectamente seja no exercício das suas funções ou por causa delas.
5. Ética vs. Deontologia
Mas o que é a Ética Profissional?
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- A ética é a teoria como devemos viver. A ética
profissional não é mais do que a aplicação da ética ao
exercício da uma profissão;
- Definição: conjunto de normas de conduta que
deverão ser posta em prática no exercício de uma
profissão. - Associada à ética profissional surge a
deontologia profissional.
Mas o que é a Deontologia Profissional?
- É o conjunto de regras éticas e jurídicas pelas quais um determinado profissional deve
pautar o seu comportamento. A deontologia de uma determinada profissão inclui, assim,
as regras éticas e jurídicas no caso dos profissionais existe uma preocupação do legislador
em regulamento destes profissionais através da lei.
Apesar de existirem diferenças, não interessa contrapor radicalmente entre ética e
deontologia em termos profissionais. Para configurar o bom exercício profissional é
aconselhável combinar as referências éticas com as normas deontológicas, bem como
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situar as normas deontológicas no horizonte das aspirações éticas (Alonso, 2002, p.191)
Associamos nesta reflexão sobre a ética, a relação entre a vertente deontológica
relevando a dinâmica dos princípios, que se clarificam progressivamente e que definem as
obrigações dos profissionais, expressas em códigos deontológicos, sustentando a auto-
regulação evitando o moralismo (ignorando as condições específicas de cada profissão) e
a vertente teleológica que se caracteriza pela atenção na actividade profissional, como o
bem; a realização do profissional (componente do seu projecto de vida); o bem social e o
bem comum.
A ética determina a acção mais razoável para
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uma dada situação à luz dos valores partilhados,
isto é, reflecte não só sobre o meio a utilizar mas
também sobre o próprio fim a alcançar,
aplicando um valor prioritário; é uma forma de
auto-regulação: o bom comportamento decorre
da tomada de uma decisão tendo como base um valor prioritário. A decisão não é
fundada sobre o dever, como na deontologia, mas sobre os valores. O raciocínio ético é
um modo de raciocínio globalizante, que não substitui os outros modos de raciocínio
(fundados no dever ou no cumprimento de objectivos) mas que os integra, uma vez que
ajuda a identificar o valor que legitima a decisão. Nesse processo, pode até mesmo pôr
em causa (naturalmente, na sede própria) normas da moral, do direito e da deontologia.
Em resumo, se quisermos distinguir de forma sucinta:
a deontologia determina o dever que regula uma dada situação;
o sujeito apenas reflecte sobre o melhor meio de agir em conformidade com ele:
utiliza-se o raciocínio "normativo", que identifica e aplica uma norma que
corporiza um dado valor;
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é, por isso, uma forma de hetero-regulação: o bom comportamento decorre da execução
de uma norma, de uma obrigação imposta do exterior.
Os códigos de ética são dificilmente separáveis da deontologia profissional, pelo que não
é pouco frequente os termos ética e deontologia serem utilizados indiferentemente.
6. Importância da Ética e da Deontologia na saúde
É frequente dizer-se que o profissional de saúde
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enfrenta diversos dilemas éticos no exercício
da sua profissão.
Mas o que significa, de facto, a expressão
“dilemas éticos”?
Na Wikipedia vem definida como uma situação que envolve um aparente conflito entre
dois valores ou princípios éticos, ou seja, um conflito entre dois caminhos a seguir. A
solução para qualquer conflito está na escolha de uma
solução.
Então, como orientar essa decisão?
Na saúde, as soluções para os dilemas éticos deverão
ser pensadas em função do interesse do paciente ou
cliente, ou seja, o critério que deve ser utilizado na resolução de um qualquer dilema
ético, estará relacionado com a especificidade de cada pessoa, tornando-se assim o
paciente o centro do raciocínio ético.
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Existem inúmeros códigos de deontologia, sendo esta codificação da responsabilidade de
associações ou ordens profissionais. Regra geral, os códigos deontológicos têm por base
as grandes declarações universais e esforçam-se por traduzir o sentimento ético expresso
nestas, adaptando-o, no entanto, às particularidades de cada país e de cada grupo
profissional. Para além disso, estes códigos propõem sanções, segundo princípios e
procedimentos explícitos, para os infractores do mesmo. Alguns códigos não apresentam
funções normativas e vinculativas, oferecendo apenas uma função reguladora. Embora os
códigos pretendam oferecer uma reserva moral ou uma garantia de conformidade com
os Direitos Humanos, estes podem, por vezes, constituir um perigo de monopolização de
uma determinada área ou grupo de questões, relativas a toda a sociedade, por um
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conjunto de profissionais.
Claro que para além da necessidade de um código de ética, importa saber utilizá-lo como
ferramenta indispensável ao sucesso profissional e, por essa via, para a garantia da
melhor intervenção junto das pessoas.
Seguir os princípios éticos vertidos nos códigos deontológicos porque o seu
incumprimento tem consequências sociais (nomeadamente disciplinares) não é actuar de
forma ética. Porque as acções são apenas conformes à norma e não conformes ao valor.
Se o valor não é assumido pelo agente, este não age racionalmente, de forma livre e
responsável, de acordo com aquilo que, interiormente, sabe que deve fazer. E a verdade
é que para ser bom profissional, o homem deve desenvolver todas as virtudes humanas,
exercitadas através da profissão. Além do mais, a ética não se reduz a um conjunto de
proibições: o comportamento ético gera satisfação, uma vez que se opta, livre e
racionalmente, por praticar o bem. O comportamento ético nasce do interior do homem,
das suas convicções, quer estas sejam, de natureza transcendente, quer de natureza
humanista. E não deve ser adoptado apenas como "remédio" em caso de conflito: deve
ser vivido todos os dias, como parte de um projecto de vida pessoal.
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Para compreender melhor as questões subjacentes à ética e deontologia profissional,
vale a pena precisar o conceito de profissão.
A palavra profissão deriva do latim e significa pessoa que se dedica a cultivar uma arte.
Uma profissão é a prática de uma ocupação que influencia directamente o bem-estar
humano e requer o domínio de um corpo complexo de conhecimentos e capacidades
especializadas, acarretando igualmente prestígio ligado à posição social. Desta forma, a
profissão beneficia quem a exerce mas também está dirigida a outros, que serão
igualmente beneficiados. Neste sentido, a profissão tem como finalidade o bem comum
ou o interesse público, pois toda a profissão tem uma dimensão social, de serviço à
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comunidade e o valor de uma profissão mede-se pelo grau de serviço que traga ao bem-
estar geral.
Para alguns, a palavra "profissão" tem mesmo uma origem transcendente e religiosa: o
conceito de profissão aparece ligado ao conceito de vocação, como o exemplifica a
expressão ainda hoje utilizada de "professar uma religião". Embora não seja esta a
definição que é importante analisar aqui, contudo ela indica-nos que a dimensão mais
ampla deste conceito não reside apenas na obtenção da recompensa financeira nem no
controlo de um determinado conjunto de conhecimentos: uma profissão é sempre uma
forma de servir a sociedade com uma finalidade que transcende os meros interesses
pessoais.
Por outro lado, a profissão implica uma ideia de grupo: é partilhada por vários indivíduos,
voluntariamente organizados, que partilham uma ocupação, trabalhando de forma
eticamente admissível. Por esse motivo os ladrões não formam um grupo profissional.
Nesta óptica, os indivíduos identificam-se como membros de um dado grupo profissional
porque partilham ideais éticos: na saúde os médicos e enfermeiros existem para cuidar e
tratar pessoas.
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As razões para uma modelagem ética e deontológica do profissional de saúde estão
ligadas à necessidade de formar uma consciência ética de relação ou imprimir na
personalidade um forte acento de respeito incondicional aos direitos fundamentais. Essas
razões estão ligadas, ainda, à necessidade de oferecer ao profissional de saúde a postura
ética e deontológica aprendida e estimulada, saudável e proveitosa na relação com o
paciente, outros profissionais e a sociedade em geral.
Desta forma, a ética e a deontologia ajudam a tomar decisões
profissionais que sejam acertadas, mantendo assim, a boa
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reputação para que o grupo profissional consiga alcançar com
a sua conduta sucesso e reconhecimento junto dos
utentes/doentes e das suas famílias, não esquecendo também
o profissional e a instituição.
Em síntese, uma organização não consegue impor condutas éticas, mas pode incentivá-
las ou dificultá-las por meio de regras claras, sistemas correctos de gestão de pessoas e
projectos transparentes.
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7. Referências Bibliografias
Alonso, Augusto Hortal (2007). Virtudes del Profisional. IN: Brito, Jose Henriques Silveira
de Ética das Profissões Braga. Universidade Católica-Publicações da Faculdade de
Psicologia.
Alonso, Augusto Hortal (2004). Ética general de las profesiones. 2ed. Bilbao. Deciee.
Ordem dos Médicos. Código Deontológico.
Ordem dos Enfermeiro. Código Deontológico.
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Ministério da Saúde. Código De Conduta Ética Dos Serviços E Organismos Do Ministério
Da Saúde Enquadramento De Princípios Orientadores,2014;
WIKIPÉDIA – Disponível em http://wikipédia.org
Bom Estudo!
FIM
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