INSTITUTO SUPERIOR DE TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES
Licenciatura Em Engenharia Ferroviária
A Linha Férrea
F31
INSTALAÇÕES E APARELHOS
PARA DIRECCIONAR O TRÁFEGO FERROVIÁRIO
Discentes:
António Maheme
Benildo Zunguze
Gerson Melembe
Pedro Nhachungue
Docente:
Prof. Dr. Eng.º Ruy Cravo
Eng.º Selton Paulo
Maputo, Outubro de 2019
Índice
1 Introdução ............................................................................................................................... 2
1.1 Objectivos ........................................................................................................................ 2
1.1.1 Objectivo Geral ......................................................................................................... 2
1.1.2 Objectivos Específicos .............................................................................................. 2
1.2 Metodologia de Investigação ........................................................................................... 2
2 Aparelhos de Mudanças de via ............................................................................................... 3
2.1 Classificação dos Aparelhos de Mudança de Via ................................................................ 3
2.1.1 Aparelhos de Mudança de Via Simples ............................................................................ 3
2.1.1.1 Constituição do Aparelhos de Mudança de Via Simples ....................................... 3
2.1.1.2 Classificação dos Aparelhos de Mudança de Via Simples .................................... 4
2.1.1.3 Partes essenciais de Mudança de Via Simples ....................................................... 5
Grade de agulha ................................................................................................................. 5
Grade intermédia ................................................................................................................ 6
Grade da Cróssima ou Cruzamento ................................................................................... 6
2.2 Travessão ou Diagonais de Ligação .................................................................................... 7
2.3 Pera Ferroviária .................................................................................................................... 8
2.4 Cruzamentos ou Atravessamentos Ordinários ..................................................................... 8
2.4.1 Atravessamentos rectangulares ..................................................................................... 8
2.4.2 Atravessamentos oblíquos ............................................................................................ 9
2.5 Aparelhos de Mudança de Via Especiais ........................................................................... 10
2.5.1 Giradores ou Viradores de Locomotiva .......................................................................... 10
2.5.2 Carretão ou Charriot ....................................................................................................... 10
2.5.3 Triângulo de Reversão .................................................................................................... 11
3 Conclusão.............................................................................................................................. 12
4 Bibliografia ........................................................................................................................... 13
Aparelhos de Mudança de Via
1 Introdução
O desenvolvimento tecnológico é o que está sendo vivido hoje em dia em todas as áreas quer
dos transportes, comunicação, entretenimento, na medicina, entre outas áreas distintas.
No mundo dos transportes há uma grande concorrência em todos os pontos desde o
carregamento, a velocidade, a versatilidade de locomoção e a racionalização do tempo.
Os comboios possuem extrema importância no carregamento de mercadoria, normalmente
nos pontos estratégicos como portos, visto que ele descreve a via linearmente sem conseguir
manobrar o que vem a colocar em causa a direcção, e que surgem questões para as manobras,
mas o homem pela capacidade de raciocinar cria equipamentos ou dispositivos para ajudar
nas devidas manobras sem colocar em causa ou limitar o transporte para os diferentes pontos
do mundo.
1.1 Objectivos
1.1.1 Objectivo Geral
Estudar a instalações e aparelhos para direccionar o tráfego ferroviário.
1.1.2 Objectivos Específicos
Falar dos tipos de aparelhos para direccionar o tráfego ferroviário:
Aparelhos de Mudança de Via
Travessão ou Diagonais de Ligação
Pera Ferroviária
Cruzamentos ou Atravessamentos ordinários
Girador ou Virador de Locomotiva
Carretão ou Charriot
Triângulo de Reversão
1.2 Metodologia de Investigação
A metodologia usada para a realização do trabalho proposto, foi feita através de pesquisas
bibliográficas. A pesquisa foi feita de forma cuidadosa visando a clareza em seu conteúdo e a
não deformação da informação sobre a temática que abordado.
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Aparelhos de Mudança de Via
2 Aparelhos de Mudanças de via
O aparelho de mudança de via (AMV) é o dispositivo colocado na concordância de duas
linhas férreas para permitir a passagem do material circulante de uma linha para outra. A
mudança de via é realizada tangencialmente de uma via para a outra, sem que o percurso do
comboio seja interrompido, pois assegura a continuidade da via (LEITE, 2017).
2.1 Classificação dos Aparelhos de Mudança de Via
Aparelhos de mudança de via simples;
Diagonais de ligação ou Travessão;
Cruzamentos ou Atravessamentos ordinários;
Pera Ferroviaria;
Aparelhos de mudança de via especiais
o Giradores ou Viradores de Locomotivas
o Carretão ou Charriot
o Triângulo de Reversão
2.1.1 Aparelhos de Mudança de Via Simples
Os aparelhos de mudança de via simples são constituídos por carris e peças especiais
trabalhadas a partir de carris, ligados por fundição ou apoiados e solidarizados por travessas
de comprimento variável (LEITE, 2017).
2.1.1.1 Constituição do Aparelhos de Mudança de Via Simples
Figura 1: Constituição de um AMV
Fonte: (LEITE, 2017)
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Aparelhos de Mudança de Via
(1) Lança - São peças de aço, despontadas, de modo a que as suas extremidades na parte
anterior se adaptem perfeitamente às contra-lanças ou carris de encosto. Na extremidade
posterior as lanças são ligadas, por meio de talas flexíveis, aos carris de ligação, formando
uma articulação.
(2) Contra-lança - Geralmente são peças fabricadas a partir dos próprios carris, adaptadas
para servir de “batente” da lança.
(3) Carris de ligação - São carris que fazem a ligação do talão das lanças à cróssima do
aparelho de mudança de via. A ligação destes carris de ligação ao AMV é feita por meio de
talas aparafusadas.
(4) Cróssima - É a parte principal de um AMV que praticamente o caracteriza. Podem ser
constituídos por carris comuns cortados e aparafusados ou cravados a uma chapa de aço que
assenta no balastro, ou de uma só peça de aço fundido (solução mais utilizada devido à
grande resistência ao desgaste).
(5) Aparelho de manobra - É toda a aparelhagem que permite posicionar correctamente as
lanças. Os aparelhos de manobra podem ser manuais, eléctricos e pneumáticos.
(6) Varinha de transição - Peça impulsionada pelo aparelho de manobra, para movimentar
as lanças, a fim de dar a passagem para uma ou outra via.
(7) Contra-carris - Destinam-se a evitar que um movimento de lacete lance a roda sobre a
ponta da cróssima, danificando-a. Estes são ligados aos respectivos carris por intermédio de
calços fundidos, com os respectivos parafusos e são assentes de forma que o seu ponto médio
fique em esquadria com a ponta, matemática da cróssima.
2.1.1.2 Classificação dos Aparelhos de Mudança de Via Simples
As mudanças de via simples podem classificar-se como (LEITE, 2017):
Esquerdas, se a via desviada deriva para a esquerda da via directa;
Simétricas, se as vias desviadas têm raios iguais e
Direitas, se a via desviada deriva para a direita da via directa.
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Aparelhos de Mudança de Via
Figura 2: Esquema de AMV (a) à esquerda; (b) simétrica e (c) à direita
Fonte: (LEITE, 2017)
2.1.1.3 Partes essenciais de Mudança de Via Simples
Grade agulha;
Ramo intermédio;
Cruzamento.
Figura 3: Aparelho de Mudança de Via - Grades
Fonte: (CORDERO, 2016)
Grade de agulha
É a parte do aparelho que através da movimentação das lanças faz o desvio dos veículos,
sendo constituída por duas lanças, duas contra-lanças, varinhas de ligação e transmissão,
aparelho de manobra, travessas e material de fixação e ligação (FERREIRA, 2010).
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Aparelhos de Mudança de Via
Figura 4: Grade agulha
Fonte: (LEITE, 2017)
A cróssima é a peça do aparelho de mudança de via que permite o cruzamento dos verdugos
dos rodados com a outra fila de carris, onde se identificam os seguintes elementos mais
importantes: patas de lebre, coração, garganta, lacuna (zona da cróssima onde falta o
guiamento do rodado), ponta matemática (ponto de intercepção dos alinhamentos
correspondentes às faces de guiamento dos carris que se cruzam) ponta real ou bico da
cróssima e talão (FERREIRA, 2010).
Figura 5: Elementos da Grade da Cróssima
Fonte: (FERREIRA, 2010)
Grade intermédia
É formada por carris, travessas e material de fixação e ligação (FERREIRA, 2010).
Grade da Cróssima ou Cruzamento
É a parte do aparelho que permite a intercepção do carril da via desviada com o da via
directa, sendo formada por cróssima, contra-carris da cróssima, travessas e material de
fixação e ligação (FERREIRA, 2010).
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Aparelhos de Mudança de Via
Figura 6: O cruzamento
Fonte: (LEITE, 2017)
Uma característica importante sobre a cróssima é o tipo de desvio que o aparelho de mudança
de via simples, quer esquerda ou direita, apresenta. O AMV pode apresentar um desvio com
coração curvo ou com coração recto, sendo que para cada um dos casos é possível realizar o
cálculo da sua geometria de via (LEITE, 2017).
2.2 Travessão ou Diagonais de Ligação
O aparelho denominado travessão, tem por função fazer a transferência de um trem de uma
linha distinta para outra linha distinta (CRAVO, 2016) ou seja, para LEITE 2017 são
aparelhos de via constituídos por duas mudanças de via simples, inseridas em linhas
diferentes e em posições contrárias, que se destinam a estabelecer a ligação entre essas duas
vias.
É usado na circulação das ferrovias de linha dupla. Mas é, sobretudo, utilizado nos pátios
ferroviários para facilitar as manobras (CRAVO, 2016).
Figura 7: A esquerda - desenho esquemático de um travessão e a direita - Travessão utilizado em um pátio ferroviário
Fonte: (CRAVO, 2016)
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Aparelhos de Mudança de Via
2.3 Pera Ferroviária
As peras ferroviárias são usadas para mudar a direção de circulação de uma composição, no
entanto diferem do triângulo, pois o trem circula por ela diretamente, sem manobrar
(CRAVO, 2016).
As peras ferroviárias são mais usadas em linhas com maior tráfego. Isso deve-se ao facto de
não haver a necessidade de se fazer manobras com o trem, tornando, assim, a operação de
reversão do sentido do trem mais rápida. (CRAVO, 2016)
Figura 8: A esquerda desenho da Pera ferroviária e a direita a Pera ferroviária com um terminal para Grãos no Tocatins
Fonte: (CRAVO, 2016)
2.4 Cruzamentos ou Atravessamentos Ordinários
São aparelhos que permitem a passagem do material circulante por outra linha que cruze o
seu trajecto (LEITE, 2017).
Isto só acontece em pátios de oficinas ou em postos de revisão. Os atravessamentos podem
ser rectangulares ou oblíquos.
2.4.1 Atravessamentos rectangulares
Os atravessamentos rectangulares não têm cróssima, sendo constituídos por fracções de
carril. Este tipo de atravessamentos apresenta dois tipos de soluções.
Quando há o cruzamento de duas vias secundárias onde as velocidades são reduzidas, o
atravessamento é considerado de nível, ou seja, com a superfície de rolamento de ambas as
vias no mesmo plano horizontal. As peças dos carris são cortadas e entalham-se, para darem
passagem aos verdugos dos rodados.
No caso de uma via de pouca importância, com o objectivo de manobrar composições,
atravessa uma via onde os comboios circulam normalmente em velocidades superiores, é
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Aparelhos de Mudança de Via
importante conservar-se a continuidade na via principal, sendo os carris da via secundária
interrompidos para dar passagem aos verdugos das rodas do material circulante da via
principal. Para evitar o choque dos verdugos com a cabeça do carril, são colocados
contracarris ao longo da via principal, evitando assim um movimento transversal das rodas.
Figura 9: Atravessamento rectangular
Fonte: (LEITE, 2017)
2.4.2 Atravessamentos oblíquos
Os atravessamentos oblíquos são constituídos por quatro cróssimas, sendo que duas delas são
idênticas às de mudança de via simples. As restantes são cróssimas de dois bicos, pois
apresentam dois corações voltados um para o outro, com as pontas relativamente próximas.
Nestas cróssimas de dois bicos é necessário colocar contracarris de modo a proteger os
rodados, porque com um movimento de lacete das composições estes poderiam chocar contra
as pontas do coração da cróssima.
Figura 10: Atravessamento oblíquo (a) desenho esquemático e (b) aplicada num pátio de trabalho
Fonte: (LEITE, 2017) & (CRAVO, 2016)
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Aparelhos de Mudança de Via
2.5 Aparelhos de Mudança de Via Especiais
2.5.1 Giradores ou Viradores de Locomotiva
Estes aparelhos não só permitem mudar o sentido da marcha da locomotiva, como também
dos veículos de linha, principalmente, em áreas de espaço reduzido, como oficinas e postos
de revisão (LEITE, 2017).
Trata-se de uma espécie de bandeja giratória apoiada sobre um estrutura em treliça que gira
sobre um eixo central.
Pode direccionar o veículo para linhas convergentes ao eixo do aparelho.
Figura 11: Girador (a) desenho esquemático e (b) Mesa giratória em Patio Parada, Argentina
Fonte: (LEITE, 2017) & (CRAVO, 2016)
2.5.2 Carretão ou Charriot
Um aparelho destinado a promover a transferência de veículos entre linhas paralelas entre si e
perpendiculares ao eixo do aparelho. Trata-se de uma espécie de prancha montada sobre
carris que se desloca lateralmente, permitindo alinhar o material circulante na via a que este
se destina (LEITE, 2017).
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Aparelhos de Mudança de Via
Figura 12: Desenho de um Carretão
Fonte: (LEITE, 2017)
2.5.3 Triângulo de Reversão
O triângulo de reversão destina-se a inverter o sentido de tráfego de uma composição, sem
que seja necessário uma estrutura complexa como o girador ou o carretão (LEITE, 2017).
Trata-se de um conjunto de três desvios interligados, em forma de triângulo, tendo um
prolongamento num dos vértices, chamado de chicote do triângulo.
Figura 13: Triângulo de reversão
Fonte: (CRAVO, 2016)
Uma composição estando na via CD (chicote do triângulo) que pretende mudar de direcção,
pode dirigir-se para o ramo B, invertendo a marcha até ao ramo A. Voltando com a marcha à
frente o comboio volta à via principal, já com o sentido contrário ao inicial.
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Aparelhos de Mudança de Via
3 Conclusão
Realizado o trabalho foi verificado que os aparelhos para direccionar o tráfego ferroviário são
equipamentos especiais aplicados na via, em função de realizar manobras do material
circulante. Estes equipamentos são fabricados de material especial e são de diversas
configurações com um único objectivo e que é comum para todos “o direccionamento do
material circulante na via”.
Normalmente o material circulante descreve um sentido linear devido a disposição dos
rodados, sem que consiga fazer uma transição de uma via para a outra, eis a importância dos
aparelhos para direccionar o tráfego ferroviário, ou seja, é a solução do direccionamento do
material circulante na via.
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Aparelhos de Mudança de Via
4 Bibliografia
1. CORDERO, P. M. (2016). Engenharia Ferroviária – Traçado e Materiais de Via. Lisboa.
2. CRAVO, R. M. (2016). Módulo 6 - A LINHA FÉRREA Superestrutura. Maputo.
3. FERREIRA, J. N. (2010). INTERVENÇÕES DE CONSTRUÇÃO, RENOVAÇÃO E
MANUTENÇÃO NA VIA-FÉRREA. Porto.
4. LEITE, M. R. (2017). Especificações Técnicas da Via-Férrea. Porto.
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