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DA. Sistemas Administrativos

O documento discute três tipos de sistemas administrativos e faz uma comparação entre os sistemas britânico e francês. Argumenta que o sistema administrativo em Moçambique é mais semelhante ao sistema francês devido às suas características como centralização, direito administrativo público e independência judicial limitada.
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O documento discute três tipos de sistemas administrativos e faz uma comparação entre os sistemas britânico e francês. Argumenta que o sistema administrativo em Moçambique é mais semelhante ao sistema francês devido às suas características como centralização, direito administrativo público e independência judicial limitada.
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Aula 1- RESUMO SOBRE OS SISTEMAS ADMINISTRATIVOS

Por Sistema Administrativo entende-se um modo jurídico típico de organização,


funcionamento e controlo da Administração Pública.

Existem três tipos de sistemas administrativos: o sistema tradicional; o sistema tipo


britânico (ou de administração judiciária) e o sistema tipo francês (ou de
administração executiva).

Tendo feito a análise de cada um dos sistemas administrativos, suas


características, desta feita faremos o devido confronto entre os sistemas de
administração judiciária ou britânico e de administração executiva ou francês, pois
o sistema tradicional por conta das características que o mesmo comporta foi
afastado e não se adequa com as nossas realidades.

Confronto entre os sistemas de tipo britânico e de tipo francês

Têm, vários traços específicos que os distinguem nitidamente:

–         Quanto à organização administrativa, um é um sistema descentralizado. O


outro é centralizado;

–         Quanto ao controlo jurisdicional da administração, o primeiro entrega-o


aos Tribunais Comuns, o segundo aos Tribunais Administrativos.

–         Quanto ao direito regulador da administração, o sistema de tipo Britânico é


o Direito Comum, que basicamente é Direito Privado, mas no sistema tipo Francês
é o Direito Administrativo que é Direito Público;

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–         Quanto à execução das decisões administrativas, o sistema de
administração judiciária fá-la depender da sentença do Tribunal, ao passo que o
sistema de administração executiva atribui autoridade própria a essas decisões e
dispensa a intervenção prévia de qualquer Tribunal;

–         Enfim, quanto às garantias jurídicas dos administrados, o sistema


Britânico confere aos Tribunais Comuns amplos poderes de injunção face à
Administração, que lhes fica subordinada como a generalidade dos cidadãos,
enquanto que o sistema Francês só permite aos Tribunais Administrativos que
anulem as decisões ilegais das autoridades ou as condenem ao pagamento de
indemnizações, ficando a Administração independente do poder judicial.

Feito o Confronto entre estes dois tipos de sistemas administrativos concluímos


que o sistema administrativo na qual Moçambique assemelha-se é do tipo francês
consoante as características típicas que este comporta.

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Aula 2

O DIREITO ADMINISTRATIVO

O DIREITO ADMINISTRATIVO COMO RAMO DE DIREITO

A Administração Pública está subordinada à lei. E está também, por outro lado
subordinada à justiça, aos Tribunais. Isso coloca o problema de saber como se
relacionam estes conceitos de Administração Pública e direito.

Para haver Direito Administrativo, é necessário que se verifiquem duas condições:


em primeiro lugar, que a Administração Pública e actividade administrativa sejam
reguladas por normas jurídicas propriamente ditas, isto é, por normas de carácter
obrigatório; em segundo lugar, que essas normas jurídicas sejam distintas daquelas
que regulam as relações privadas dos cidadãos entre si.

   Subordinação da Administração Pública ao Direito

A Administração está subordinada ao Direito. É assim em todo o mundo


democrático: a Administração aparece vinculada pelo Direito, sujeita a normas
jurídicas obrigatórias e públicas, que têm como destinatários tanto os próprios
órgãos e agentes da Administração como os particulares, os cidadãos em geral. É o
regime da legalidade democrática.

Resultando daí o princípio da submissão da Administração Pública à lei. E quais as


consequências deste princípio?

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Em primeiro lugar, resulta desse princípio que toda a actividade administrativa está
submetida ao princípio da submissão da Administração ao Direito decorre que toda
a actividade administrativa e não apenas uma parte dela deve subordinar-se à lei.

Em segundo lugar, resulta do mesmo princípio que a actividade administrativa, em


si mesma considerada, assume carácter jurídico: a actividade administrativa é uma
actividade de natureza jurídica. Porque estando a Administração Pública
subordinada à lei – na sua organização, no seu funcionamento, nas relações que
estabelece com os particulares –, isso significa que tal actividade é, sob a égide da
lei de direitos e deveres, quer para a própria Administração, quer para os
particulares, o que quer dizer que tem carácter jurídico.

Em terceiro lugar, resulta ainda do mencionado princípio que a ordem jurídica


deve atribuir aos cidadãos garantias que lhes assegurem o cumprimento da lei pela
Administração Pública.

Vide o artigo 248, 249 e 252 todos da CRM de 2018.

Quanto ao Direito Administrativo, a sua existência fundamenta-se na necessidade


de permitir à Administração que prossiga o interesse público, o qual deve ter
primazia sobre os interesses privados – excepto quando estejam em causa direitos
fundamentais dos particulares. Tal primazia exige que a Administração disponha
de poderes de autoridade para impor aos particulares as soluções de interesse
público que forem indispensáveis. A salvaguarda do interesse público implica
também o respeito por variadas restrições e o cumprimento de grande número de
deveres a cargo da Administração.

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Não são pois, adequadas as soluções de Direito Privado, Civil, ou Comercial: têm
de aplicar-se soluções novas específicas, próprias da Administração Pública, isto é,
soluções de Direito Administrativo.

A actividade típica da Administração Pública é diferente da actividade privada. Daí


que as normas jurídicas aplicáveis devam ser normas de Direito Público, e não
normas de Direito Privado, constantes no Direito Civil ou de Direito Comercial

Noção de Direito Administrativo

O Direito Administrativo é o ramo de Direito Público constituído pelo sistema de


normas jurídicas que regulam a organização, o funcionamento e o controle da
Administração Pública e as relações que esta, no exercício da actividade
administrativa de gestão pública, estabelece com outros sujeitos de Direito.

A característica mais peculiar do Direito Administrativo é a procura de permanente


harmonização entre as exigências da acção administrativa e as exigências de
garantia dos particulares.

O Direito Administrativo como Direito Público

O Direito Administrativo é, na ordem jurídica moçambicana , um ramo de Direito


Público. E é um ramo de Direito Público, qualquer que seja o critério adoptado
para distinguir o Direito Público de Direito Privado.

Se se adoptar o critério do interesse, o Direito Administrativo é Direito Público,


porque as normas de Direito Administrativo são estabelecidas tendo em vista a
prossecução do interesse colectivo, e destinam-se justamente a permitir que esse
interesse colectivo seja realizado.

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Se se adoptar o critério da posição dos sujeitos, o Direito Administrativo é Direito
Público, porque os sujeitos de Direito que compõem a administração são todos
eles, sujeitos de Direito Público, entidades públicas ou como também se diz,
pessoas colectivas públicas.

Se, enfim, se adoptar o critério da qualidade dos sujeitos, também o Direito


Administrativo é o Direito Público porque a actuação da administração surge
investida de poderes de autoridade.

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