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MIGUEL e BIROLI, Feminismo e Política Uma Introdução

O documento apresenta um resumo do livro "Feminismo e Política: Uma introdução". Ele discute como o feminismo investiga as desigualdades de gênero e como as teorias políticas tradicionais reproduzem assimetrias. Também aborda a evolução do pensamento feminista ao longo dos séculos, desde suas raízes na Grécia Antiga até os debates contemporâneos, e como o feminismo busca entender as causas da dominação masculina e suas intersecções com raça e classe.

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O documento apresenta um resumo do livro "Feminismo e Política: Uma introdução". Ele discute como o feminismo investiga as desigualdades de gênero e como as teorias políticas tradicionais reproduzem assimetrias. Também aborda a evolução do pensamento feminista ao longo dos séculos, desde suas raízes na Grécia Antiga até os debates contemporâneos, e como o feminismo busca entender as causas da dominação masculina e suas intersecções com raça e classe.

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MIGUEL, Luis Felipe; BIROLI, Flávia. Feminismo e Política: Uma introdução.

São
Paulo: Boitempo, 2014.
Introdução
De acordo com os autores, a “teoria política feminista (...) investiga a organização
social tendo como ponto de partida as desigualdades de gêneros” – pág. 7. Dessa
forma, é oposta as teorias políticas tradicionais, pois essas são limitadas e
reproduzem assimetrias mesmo defendendo concepções igualitárias e democráticas.

 “(...) o fato de que as posições hegemônicas são também perspectivas e


posicionadas, mas foram, a partir da experiência masculina (e não de qualquer
homem, mas dos homens brancos e proprietários), amplamente traduzidas
como “humanas” e “cidadãs”. Aparecem, assim, desprovidas de marcas de
gênero, de classe, de pertencimento num sentido mais amplo” – pág. 14.
O livro situa-se em um contexto a partir de 1980 e de discussões proeminentes anglo-
saxãs, francesas, italianas e latino-americanas.
Observa-se que mesmo com a conquista de direitos e no maior poder de mulheres
sobre sua vida e seu corpo, ainda haviam dificuldades das mulheres de exercer
igualdades legais. Assim, “(...) em vez da incorporação das mulheres à ordem
existente, tornava-se clara a necessidade de uma transformação profunda dessa
ordem” – pág. 8.

 Assim, a categoria “gênero” não deve ser analisada de forma isolada, mas a
partir do entrelaço com raça, classe e sexualidade.
Há uma exposição de dados sobre a condição das mulheres na sociedade brasileira,
principalmente nos campos da economia, educação e família. Mesmo com mais tempo
de formação escolar, as mulheres ainda ganham menos. Mesmo chefes de família, a
“domesticidade feminina” e a “posição do homem como provedor coexistem”. Por que
isso acontece?
Outros temas como a incoerência entre a baixa participação política e a maioria na
sociedade. De que forma a divisão desigual do trabalho e do usufruto do tempo podem
influenciar nisso? Por que a eleição de uma mulher à presidência da República não
promoveu mudanças?
O objetivo do livro seria situar o leitor em alguns debates feministas e discutir as
diferentes possiblidades de abordagens. Nesse caso, os autores também expõem
suas próprias concepções a respeito.

1 – O Feminismo e a Política
“(...) o feminismo, (...), combina a militância pela igualdade de gênero com a
investigação relativa às causas e aos mecanismos de reprodução da dominação
masculina” – pág. 17.
Diante das conquistas feministas em diversas esferas e a perpetuação da
desigualdade de gênero, foi preciso entender as complexas ferramentas da dominação
masculina.

 Patriarcado x Dominação masculina: págs. 18 e 19.


Há escritos que questionam a desigualdade entre homens e mulheres desde a Grécia
antiga (Safo e Hipátia) e durante a Idade Média (Cristina Pizán). No entanto, o
movimento feminista é considerado “filho indesejado da Revolução Francesa”.
Embora os principais intelectuais da Revolução fossem desaforáveis à extensão dos
direitos políticos às mulheres, o sentimento subversivo da época tocou mulheres como
as da Sociedade das Republicanas Revolucionárias (Claire Lacombe e Pauline Léon).
E isoladamente Théroigne de Méricourt e Olympe de Gourges, que escreveu a
importante “Declaração dos direitos da mulher e da cidadã”.
É a inglesa Mary Wollstonecraft (1759-1797) considerada a fundadora do feminismo
por ter uma contribuição que tenta encontrar as raízes da opressão sofrida pelas
mulheres. A primeira fase do movimento feminista, chamado de “feminismo liberal” e
nascido no século XVIII, teve também como expoente Stuart Mill, que defendia a
igualdade de direitos com uma lógica ainda presa às ideias dominantes da época.

 “O programa dessa primeira fase do feminismo tinha como eixos a educação


das mulheres, o direito ao voto e a igualdade no casamento, em particular o
direito das mulheres casadas a dispor de suas propriedades” – pág. 21.
 A crítica feita a essa fase é de que teria um viés de classe.
No século XIX, o movimento sufragista nos EUA, principalmente nomes como
Elizabeth Cady Stanton e Susan B. Anthony, defendia a abolição da escravidão. Esse
fato, todavia, não pode ser usado para afirmar que esse movimento já fazia
intersecção entre classe e raça.
Ainda no século XIX, o feminismo socialista encontrou voz na francesa Flora Tristan,
que “fez da situação da mulher trabalhadora um dos eixos centrais de seu tratado
socialista utópico sobre união operária, vinculando opressão de classe e de gênero” –
pág. 23.

 Engels e Marx defenderam a igualdade entre homens e mulheres. Todavia,


“tenderam a ler a dominação masculina como um subproduto da dominação
burguesa” – pág. 23.
Contudo, os grandes nomes do feminismo socialista foram as bolcheviques atuantes
na fase leninista da União Soviética Clara Zetkin e Alexandra Kollontai e da anarquista
Emma Goldman na passagem do século XIX para o século XX – pág. 24.
As primeiras décadas do século XX é marcado pela conquista das mulheres do direito
do voto e da reformulação dos códigos civis. No entanto, logo percebeu-se que a
igualdade formal não garantia uma igualdade real. Outras formas de subalternização
das mulheres passaram a ganhar destaque.
O feminismo contemporâneo teve como figura central a francesa Simone de Beavouir.
O importante livro O Segundo Sexo (1959) representou, para Luis Felipe Miguel, “uma
tentativa poderosa de entender a construção social do ‘feminino’ como um conjunto de
determinações e expectativas destinado a cercear a capacidade autônoma das
mulheres” – pág. 25.

 Temas destacados: objetificação da mulher, negação de seu potencial de


transcendência e sua fixação perene no mundo da natureza (a ser contida pela
cultura) e como as mulheres são levadas a ser ver pelos olhos dos homens –
pág. 27.
 O livro teria avançado pouco em teoria política, mas sua importância se deu na
percepção entre as relações entre o público e o privado.
Nos EUA, Betty Friedan argumentou que as mulheres, em A mística feminina (1963)
eram infatilizadas, tendo o espaço doméstico como o único adequado. A mulher
estaria completa ao se casar e ser mãe, sendo uma dona de casa submissa ao
marido. Aquelas que não cumprissem essa espécie de rito eram marginalizadas.

 A escritora é criticada por presumir a mulher classe média branca norte-


americana como universal, ignorando as experiências das mulheres negras e
pobres, a quem o argumento da infantilização não parece ser tão adequado.
 Seu discurso, no entanto, provocou adesão do público ao qual se destinava,
tendo enorme impacto.
No Brasil, as pioneiras foram Nísia Floresta e Bertha Lutz. O pensamento feminista, no
entanto, despertou maior atenção nas décadas 60-70 com Heleieth Saffioti, Heloneida
Studart, Elizabeth Souza-Lobo e Rose Marie Muraro, que aliavam discussões sobre
gênero com classe social.

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