Cenários de Resposta
Sentidos 10 – Unidade 5, Os Lusíadas
Sentidos 10, Unidade 5 – Os Lusíadas
Páginas Domínio / texto Cenário de Resposta
1. (B) Infante D. Henrique; (C) D. Manuel I; (D) Vasco da Gama e (E) Luís de Camões.
218 Expressão Oral 2. O sonho e a concretização dos Descobrimentos ficaram a dever-se às três primeiras figuras da sequência (imagens B, C e D), mas o seu enaltecimento ou
elogio ficou a cargo da figura representada na imagem E.
3. O Infante foi o grande projetista das Descobertas.
4. Vasco da Gama comandou a expedição à Índia e Camões perpetuou-a em verso.
5. A ação central de Os Lusíadas, cujo autor é Luís de Camões, baseia-se na viagem de Vasco da Gama à Índia.
1. a. morte. b. junho. c. Portugal. d. conhecem. e. público. f. estudo. g. dever. h. difícil. i. construção. j. nacional. k. mundial. l. exaltação. m. crise.
219 Compreensão n. 1572. o. prodigioso. p. histórica. q. Vasco da Gama. r. Índia. s. 1497. t. portugueses. u. a fundação. v. empalidecer. w. XVI. x. portugueses.
do Oral y. fabulosas. z. grandeza. a.a. dia. a. b. cem. a.c. natural. a.d. celebrar. a.e. internacional. a.f. épico. a.g. tragédia. a.h. prestigiosa. a.i. amarga.
a.j. mitos.
Textos A e B
220-223 Contextualização 1. O texto A aborda a problemática da origem do termo lusíadas e da sua autoria. O texto B trata a questão da génese d’ Os Lusíadas.
2. Lusíadas significa ‘portugueses’.
3. Por um lado, as descobertas portuguesas dos séculos XV e XVI ofereciam matéria para o canto, na medida em que constituíam feitos excecionais. Por outro
lado, entre diversos poetas, sentia-se já a necessidade de criação de uma epopeia, como se comprova pelos desafios poéticos que diversos poetas lançaram aos
seus pares.
4. Ideias-chave:
• Estrutura externa: proposição, invocação, dedicatória, ação (narração) in medias res.
• Estilo: elevado, grandiloquente, com latinismos e helenismos.
• Outras características: presença de factos e figuras da História antiga; presença da mitologia clássica.
Textos C, D e E
1. Consiste no relato, em verso, de feitos históricos e sublimes, levados a cabo por um ou vários heróis.
2. (1) – o plano da viagem de Vasco da Gama; (2) – o da História; (3) – o da intriga dos deuses; (4) – o plano das considerações do poeta.
3. Essa designação deve-se aos assuntos explorados na obra e que são realmente objeto da narração do poeta.
4. Os narradores são Vasco e Paulo da Gama. Também são narradores do plano da história de Portugal uma Ninfa e Tétis, que apresentam os factos históricos
sob a forma de profecias.
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5. [A] – [4]; [B] – 6]; [C] – [2]; [D] – [1]; [E] – [5]
6. Ver Guia do Professor
7. a. Invocação; b. Dedicatória; c. Narração; d. Viagem; e. dos deuses; f. da História de Portugal; g. das reflexões.
8. Proposição: refere-se ao propósito ou intenção do poeta; Invocação: pedido de inspiração; Dedicatória: oferta do poema a D. Sebastião.
9. O plano da História de Portugal surge encaixado uma vez que vem na sequência do pedido feito pelo rei de Melinde a Vasco da Gama, e/ou por Paulo da
Gama ao Catual. Os planos dos deuses e das reflexões do poeta vão surgindo alternados com o plano da viagem.
10. Nos planos da viagem e da história de Portugal.
1. A matéria épica centra-se em três eixos: os feitos dos navegadores portugueses; os feitos dos reis que dilataram a fé e o império; aqueles que, pelas ações
224 Educação Literária empreendidas, se libertaram do esquecimento.
2. As ações levadas a cabo pelos navegadores, as dos reis que dilataram a fé e o império bem como as dos heróis individuais que se destacaram pelo serviço
Proposição prestado à Pátria constituirão motivo de orgulho e permitirão aos seus agentes libertarem-se da lei da morte, logo, serão mitificados.
3. Plano da viagem: “Por mares nunca dantes navegados.”
Plano da história: “as memórias gloriosas / Daqueles reis”
Plano dos deuses: “A quem Neptuno e Marte obedeceram.”
Plano do poeta: “Cantando espalharei por toda a parte, / Se a tanto me ajudar o engenho e a arte.”
4. Por exemplo, "Por mares nunca de antes navegados" (est. 1, v. 3); "Mais do que prometia a força humana" (est. 1, v. 6); "outro valor mais alto se alevanta"
(est. 3, v. 8).
225 Educação Literária 1. Argumenta com o serviço prestado às Ninfas, dada a sua dedicação à poesia, e com a grandiosidade dos feitos da famosa gente que deve ser reconhecida
universalmente e ter um canto grandioso e sublime que os iguale.
Invocação 2. Por exemplo, "Gente vossa, que a Marte tanto ajuda". (est. 5, v. 8).
3. Uso do vocativo (“Tágides”), uso da 2.a pessoa do plural (“vós”) e do imperativo (“Dai-me”).
4. Corresponde ao momento a partir do qual se marcará a diferença relativamente aos escritos anteriores.
5.1 O sujeito é [“Vós”] e classifica-se como nulo subentendido.
5.2 “ũa fúria grande e sonorosa”.
5.3 O recurso expressivo é a adjetivação e está ao serviço da caracterização do canto a que o poeta aspira.
6.
a. F. Trata-se de um verso que inclui duas orações articuladas pelo processo de coordenação.
b. V.
c. V.
d. F. É subordinada adverbial condicional.
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1.
226-229 Educação Literária a. 1.a parte: estâncias 6 a 8;
b. 2.a parte: estâncias 9 a 14;
Dedicatória
c. 3.a parte: estâncias 15 a 17;
d. 4.a parte: estância 18.
2.1 São utilizadas diversas apóstrofes (“E vós, bem nascida segurança / Da Lusitana antiga liberdade”, (est. 6, vv. 1 e 2) e também a segunda pessoa do plural do
pronome pessoal, anaforicamente repetida nas estâncias 6, 7 e 8.
2.2 O poeta descreve o Rei como defensor da liberdade pátria, continuador da dilatação da fé e do império e como um Rei temido pelos infiéis.
3.1 O imperativo surge como um modo dominante ao serviço do apelo feito pelo poeta ao Rei, no sentido de que este se digne olhar para a sua obra (“Inclinai”,
est.9, v. 1, e “Ponde no chão”, est. 9, v. 6) e ouvir o seu conteúdo (“Ouvi”, est. 10, v. 5 e est. 11, v. 1). É também utilizado o futuro do indicativo ao serviço da
apresentação das consequências do acatamento por parte do Rei, do pedido do poeta (“vereis”, est. 9, v. 6; est. 10, v. 1; est. 10, v. 5).
3.2 O poeta apresenta um conjunto de elementos constitutivos da matéria épica que se encontram ao serviço da persuasão do rei: o louvor dos heróis
portugueses; a anulação dos feitos fictícios cantados em epopeias da Antiguidade, substituídos pelos feitos reais dos portugueses; a superação dos heróis reais
da Antiguidade pelos heróis portugueses.
4.1 O poeta pretende incitar o Rei a desenvolver feitos nunca praticados, de forma a que possa produzir matéria para um novo canto, que o poeta levará a
cabo.
4.2 O poeta pretende envolver o Rei numa aura profética, ao apresentá-lo hiperbolicamente como escolhido por Deus e uma “Maravilha fatal da nossa idade”
(est. 6, v. 6), o que permitirá ao Rei alcançar feitos inigualáveis que serão matéria de “nunca ouvido canto” (est. 15, v. 4).
5. Sujeito. 6. “Olímpica morada”, “almas”, “paz angélica”, “Eternidade”. 7. Fim ou finalidade.
Por um lado, n’ Os Lusíadas, Camões propõe-se exaltar o valor dos Portugueses, sobretudo no projeto dos Descobrimentos, que constitui o tema fundamental
229 Escrita do poema. Por outro lado, dá-nos como exemplo o venerabilíssimo Velho do Restelo, que o condena. Cabe que perguntemos, por isso mesmo, qual é
verdadeiramente o objetivo: o da exaltação ou o da condenação? (57 palavras)
1. As interjeições, as exclamações e as afirmações valorativas comprovam o caráter subjetivo e reflexivo deste momento textual.
230 Educação Literária 2. O poeta faz referência à tormenta e aos malefícios com que os portugueses se depararam, tanto no mar como na terra.
3. Trata-se de uma metáfora, que se refere ao ser humano em geral e que pretende colocar em evidência a sua pequenez, a sua insignificância e a sua
Canto I incapacidade perante forças mais poderosas e superiores ao homem.
Reflexões do Poeta
4. A interrogação final exprime a reflexão que não se centra apenas nas dificuldades vividas pelos marinheiros portugueses, antes incide sobre a própria
condição humana. Refletindo sobre esta realidade, o poeta revolta-se perante a constatação da pequenez humana e da sua fragilidade perante todas as
adversidades que tem de suportar.
5. Sujeito.
6. Tem valor causal.
7. “Grandes” − grau normal; “gravíssimos” − grau superlativo absoluto sintético.
8. Reforça a ideia da quantidade de adversidades a que os navegadores e o ser humano estiveram, em geral, expostos.
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1. Proposta de segmentação:
231-232 Educação Literária • estância 92: introdução e apresentação do tema ou da tese;
• estâncias 93 a 96: desenvolvimento e argumentação para comprovação da tese inicial;
Canto V
• estância 97: fecho da argumentação anterior, introduzida pelo conector “Enfim”;
Reflexões do Poeta
• estância 98: extensão, de caráter mais universal, da conclusão, recorrendo ao conector conclusivo “Por isso”;
• estâncias 99 e 100: conselho de caráter particular, que pode integrar-se na conclusão.
2. A navegação de Gama é superior, uma vez que esta espanta o céu e a terra, como se vê no verso 4, estância 94.
3. Comparação, para mostrar que César, sendo guerreiro, igualava Cícero na eloquência.
4. O poeta elogia os portugueses, referindo que entre eles há heróis ilustres como os existentes noutras civilizações (“Cipiões, / Césares, Alexandros, e dá
Augustos”, est. 95, vv. 1 e 2). Porém, aos portugueses não se lhes concede o dom de saberem apreciar as Artes, o que os transforma em gente insensível e dura
(“Cuja falta os faz duros e robustos”, est. 95, v. 4). Desta forma, os portugueses são criticados por não saberem valorizar as Artes, ao contrário de outros povos,
cujos heróis souberam aliar as armas e as letras: “não houve forte Capitão / Que não fosse também douto e ciente” (est. 97, vv. 1 e 2). Consequentemente, o
poeta conclui que entre os portugueses não existem, nem existirão, grandes poetas e, embora haja matéria épica, esta não será cantada porque a arte não é
valorizada nem estimulada.
5. É aquele que consegue dedicar-se à guerra e, simultaneamente, acarinhar a arte, ou seja, o que concilia a guerra e as letras, (“nũa mão a pena e noutra a
lança” (est. 96, v. 3). Note-se que a imagem que ilustra o texto aponta para o mesmo ideal, ao representar a figura de Camões, segurando um manuscrito numa
mão e uma espada na outra.
6. Apresenta uma explicação, uma justificação, uma causa.
7. Complemento indireto.
233 Compreensão 1.1 [A] 1.2 [C] 1.3 [B] 1.4 [C] 1.5 [C] 1.6 [A]
do Oral
1.1 Dirige-se às Tágides para lhes pedir ajuda, de forma a concluir a tarefa a que se propôs.
234-236 Educação Literária 1.2 A presença do sujeito é visível nos pronomes pessoais e formas verbais de 1.a pessoa do singular (“Eu… cometo”, est. 78, v. 2; “me”, est. 78, v. 7) e
determinantes possessivos na mesma pessoa gramatical (“meu”, est. 78, v. 8).
Canto VI 1.3 O poeta faz uso de uma metáfora na afirmação “hei grande medo / Que o meu fraco batel se alague cedo” (est. 78, vv. 7-8). A expressão ilustra o medo
Reflexões do Poeta sentido pelo poeta de não concluir a sua obra, através do recurso à metáfora do naufrágio. Isto permite enfatizar a sua fragilidade, associada ao batel, e a
desgraça e tragédia que representaria a sua incapacidade de concluir a sua empresa.
2.1 O poeta refere dificuldades por que passou, como as viagens marítimas, a guerra, os problemas económicos, o desterro, as desilusões, o naufrágio e a falta
de reconhecimento por parte dos portugueses seus contemporâneos.
2.2 O recurso expressivo é a anáfora, que está associada à enumeração das dificuldades características da vida do poeta. Esta enfatiza a presença persistente
das “misérias”, assumindo diferentes formas. O conector serve também para presentificar as dificuldades, que se consideram uma constante da vida do poeta.
2.3. As dificuldades apresentadas pelo poeta funcionam como argumento que sustenta o pedido de ajuda dirigido às Ninfas. A apresentação do poeta como um
ser perseguido pelo Destino, em constante sofrimento e incompreendido pelo seu próprio povo são argumentos complexos que justificam a proteção divina,
condição essencial para a conclusão do canto épico.
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2.4. O poeta adota um tom irónico, patente em expressões como “engenhos de senhores” (est. 82, v. 1) ou “valerosos” (est. 82, v. 2), utilizadas com a intenção
de criticar o desprezo a que os seus versos são votados, sem qualquer reconhecimento do seu valor, o que funciona como uma forma de desmotivar futuros
escritores.
3.1 O poeta recusa cantar homens movidos pelos seus interesses pessoais e pela ambição pessoal. Rejeita, ainda, os opressores, os hipócritas, os demagogos,
os exploradores dos mais fracos ou os cobiçosos.
3.2 O poeta cantará aqueles que se colocam ao serviço de Deus e do Rei, abdicando dos seus interesses pessoais.
3.3 O cansaço e o desalento do poeta levam-no a contar com o apoio de Apolo e das Musas, para que a sua inspiração seja reforçada e para que possa, com
nova energia, regressar à sua empresa de concluir o canto épico.
4. a. para que;
b. porquanto;
c. cujos.
1. O tema é a exploração do planeta Vénus e surge apresentado no título e no parágrafo destacado.
237 Leitura 2. A revista Quero Saber, como o próprio título indica, aborda questões de várias áreas do saber e dá conta de um conjunto de novidades/ descoberta, como é
o caso da exploração deste planeta.
3. Tratando-se de uma publicação destinada ao público em geral, tem, obviamente, de permitir aos leitores menos versados no assunto aceder ao conteúdo do
artigo.
4. Termos como “sonda”, “cosmódromo”, “órbita”, “venusiana”, “atividade geológica” e “mapas meteorológicos” fazem parte de áreas do saber específicas,
pelo que não são usados com frequência no quotidiano.
5. A hierarquização é visível na forma como se parte do geral para o particular. O autor começa por apresentar o tema; de seguida, fala do envio da sonda e
descreve a sua utilidade, exemplificando com a sua atividade no planeta, e termina com alguns dados fornecidos pela sonda.
6. Por exemplo, quanto mais o Homem conhecer mais poderá expandir-se e aumentar a possibilidade de sobrevivência.
7. a. científica; b. expositivo; c. seletiva; d. hierarquização; e. o rigor; f. objetividade; g. monossémico; h. simples.
1. Frases simples: b. e c.
239 Gramática 2. a. logo. b. mas. c. ou / nem. d. pois. e. não só...como. 2.1 a. conclusiva. b. adversativa. c. disjuntiva / copulativa. d. explicativa. e. copulativa.
Aplicar 3.1 [C] 3.2 [B] 3.3 [D]
4. a. A poesia camoniana é sublime, mas a leitura de Os Lusíadas é exigente para o leitor. b. O poeta afasta-se dos homens do seu tempo, pois prefere
associar-se a Apolo e às Musas.
Educação Literária 1. Pode segmentar-se em dois momentos: do verso 1 ao verso 4 faz-se referência a Vasco da Gama, que permanece nas naus, dado que, pouco tempo antes,
240 estivera prisioneiro do Catual, tendo conseguido a libertação a troco de mercadorias; a partir do verso 5, e devido ao sucedido anteriormente, o poeta vai
Canto VIII refletir acerca do poder do dinheiro.
Reflexões do Poeta 2. O dinheiro (o ouro) foi, é e será sempre motivo de vários tipos de corrupção.
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1.1 Ambas as imagens representam o Infante D. Henrique. Contudo, na imagem A, este encontra-se sentado numa atitude de meditação e contemplação (do
241 Compreensão/ mar). Na imagem B, a mesma figura encontra-se já em ação, analisando os mapas, parecendo existir entre elas uma progressão: da observação à ação. Sendo
Expressão oral assim, o tema para que remetem é o das Descobertas.
1.2 O Infante terá estudado e analisado as condições que poderiam permitir a expansão dos portugueses.
2. a. The Tempest b. Miramax films c. Julie Taymor d. Helen Mirren (Próspera), Felicity Jones (Miranda), Alan Cumming (Sebastian), Alfred Molina (Stephano)…
e. Bruxaria, paixão, traição, vingança, estupidez… f. O filme é baseado na obra-prima de William Shakespeare com o mesmo nome e conta a história de
Próspero, Duque de Milão, e de sua filha Miranda, ambos expulsos do reino, vítimas de uma conspiração política arquitetada por Sebastian, irmão de Próspero.
1. A importância do episódio é desde logo percetível pela extensão que este ocupa bem como pela sua localização na estrutura da obra (cantos IX e X).
242-243 Informar 2. O termo “alegorese” resulta do facto de, nesse momento textual, se assistir à “apotéose” da viagem marítima, marcada pela glorificação dos navegadores
que alcançam a divinização pelo convívio/união com as divindades olímpicas. Por isso, a palavra remete para alegoria, isto é, uma espécie de representação
simbólica dos prémios que os portugueses conquistaram pelo seu atrevimento.
3. O discurso torna-se exortativo, porque o poeta se dirige a destinatários concretos, “os detentores do poder político, os conselheiros do rei, os responsáveis
pela administração pública e os cavaleiros e homens de armas” (ll. 32-34), com o intuito de reprovar e condenar a ociosidade, a cobiça e a tirania, reclamando a
proteção dos "súbditos mais frágeis e pobres” (l. 38).
4. O episódio é realmente simbólico ou alegórico, mas constitui uma forma magistral de elogiar os nautas portugueses, colocando-os ao nível das divindades
como forma de recompensar os seus esforços. Sendo assim, pode dizer-se que o poeta fez aquilo que seria desejável no culminar do seu canto.
5. Segundo o texto, as divindades que se distribuem pelo Olimpo são “Júpiter, Vénus, Baco, Marte, Mercúrio...”, pelo Oceano, “Neptuno, Tétis, Proteu,
Tritão...”; ao Submundo pagão pertencem “Alecto”, “Proserpina”, “trifauce Cao”, “reino escuro”.
6. Tal como se depreende pela leitura da segunda parte do texto B, a verdade histórica “interage com o maravilhoso” (l. 21), o que faz com que o leitor d’Os
Lusíadas não consiga, muitas vezes, distinguir o mito da verdade.
1.1 É trazida de longe por Vénus, que a coloca na direção dos marinheiros, de forma a assegurar-se que esta era avistada por eles.
244-245 Educação Literária 1.2 Termos como “viram” e “enxergava” bem como a notação cromática “branca”.
2.1 Centra-se agora nos marinheiros e nas atitudes que tiveram quando desembarcaram.
Canto IX
2.2 Face ao desconhecimento do lugar e dos seus habitantes, eram necessárias algumas precauções. Os marinheiros estavam também preparados para caçar
Imaginário Épico
alguns animais.
2.3 A referência aos matos, às florestas, à praia comprova que a sua atenção se dirigia para todos os pontos, refletindo o medo do desconhecido, mas também
a curiosidade e a procura de caça.
2.4 Finalmente avistam mulheres (“humanas rosas”, est. 68, v. 7).
3.1 É Veloso, um dos marinheiros portugueses.
3.2 O navegador fica espantado, aflito e duvidoso, pois percebe primeiro que aquela floresta era sagrada e pertencia às deusas, e depois fica dividido entre
duas hipóteses: eram as deusas fruto da imaginação ou existiriam realmente?
3.3 Inicia-se aqui a consideração do caráter excecional dos heróis portugueses, uma vez que, com a perseguição das Ninfas, tem início um convívio que só seria
possível no plano extraterreno, espaço até onde os nautas ascenderam. Deste modo, processa-se a mitificação dos marinheiros.
4. Refere-se a chegada dos navegadores a um território desconhecido bem como a sua atuação. Estes factos são reveladores da coragem e determinação dos
heróis da epopeia.
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246-247 Educação Literária 1. A Ilha simboliza o coroar do esforço dos portugueses, depois dos “trabalhos tão longos” (est. 88, v. 4). Nela serão recompensados, atingindo não só o
estatuto de heróis mas também de deuses.
Canto IX 2. A imortalidade será alcançada pelo esforço e pelas condutas ajustadas.
Imaginário Épico e
3. Segundo o poeta, a Ilha é “pintada” (est. 89, v. 2), ou seja, fruto da sua imaginação, logo o seu significado deve ser interpretado não de forma literal mas
Reflexões do Poeta
alegórica: ela representa o prémio, as honras, o reconhecimento que merecem aqueles que lutaram para chegar mais além, praticando feitos extraordinários.
Por isso, o poeta afirma “Os triunfos, a fronte coroada / De palma e louro, a glória e maravilha, / Estes são os deleites desta Ilha.” (est. 89, vv. 6-8) e acrescenta,
ainda, que este caminho da glória é difícil, mas, no final, “doce, alegre e deleitoso” (est. 90, v. 8), o que aconteceu, numa perspetiva alegórica, com os
marinheiros portugueses.
4. Estas divindades servem de exemplo à possibilidade de os humanos alcançarem o estatuto de deuses.
5. A mitificação do herói é atingida no momento em que os humanos convivem com as divindades, tornando-se imortais, divinizados e ascendendo, deste
modo, ao reino reservado aos deuses. Os portugueses alcançam, assim, a divinização, a mitificação.
6.1 Por um lado, os conselhos que o poeta dá aos homens do seu tempo são indiretamente uma forma de crítica, de denúncia dos vícios que os corrompem e
os afastam do caminho da fama e da glória. Assim, o poeta aconselha-os a abandonar o ócio, que limita a vontade, a controlar a cobiça, a ambição e a tirania,
porque as honras que recebem são imerecidas. Por outro lado, o poeta pretende dar conselhos que poderão funcionar como uma forma de ultrapassar os
vícios ou de os evitar. Aconselha-os, deste modo, a que sejam justos na paz e a que, na guerra, defendam o reino e a fé.
6.2 Os conselhos, "despertai", "ponde", "dai", "vesti", estão expressos por meio do imperativo, que é utilizado com um valor exortativo.
6.3 O poeta apresenta um conjunto de consequências positivas que advirão do acatamento dos seus conselhos. Refere, assim, a grandeza do reino, a
distribuição equitativa da riqueza, as honras merecidas e a glória do Rei.
250-251 Educação Literária 1.1 Depois que a fome foi saciada.
1.2 Tem valor de finalidade.
Canto X
2.1 O locutor é Tétis.
Imaginário Épico
2.2 Pretende que Gama a siga para lhe mostrar aquilo que os olhos humanos não podem ver.
3.1 Seguiram por um “monte espesso” e a deusa guia-o por um mato difícil para o ser humano, até chegarem ao cimo de um monte.
3.2 É-lhe mostrado um globo no ar, formado por vários círculos, por onde uma luz penetrava, o qual é designado por “máquina do Mundo”.
3.3 Todo o percurso é apresentado como uma metáfora do caminho para a Fama e para a Glória. Assim, as dificuldades do caminho percorrido por Gama
sugerem as dificuldades dos trabalhos associados às novas conquistas. A maravilha do que é dado a observar a Gama associa-se à recompensa destinada aos
homens no final do caminho da Fama e da Glória.
3.4 Este episódio contribui para a divinização dos marinheiros na medida em que ao Gama é concedido o dom da omnisciência e do saber que só aos deuses é
permitido.
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1. Esse espaço está reservado aos santos.
251-252 Educação Literária 2. A afirmação reduz os deuses ao seu verdadeiro papel. Estes são seres que resultam da imaginação humana, e que, na verdade, não têm consistência. Os
deuses apenas servem para dar o nome às estrelas. Esta afirmação contribui para o relevo dado à divinização dos marinheiros, que, sendo seres de carne e
Canto X osso, ultrapassam os deuses, que não passam de meras ficções.
Imaginário Épico 3. Os favorecidos são os bons e os desfavorecidos são os maus.
4. As constelações pertencem à “parte etérea”.
5. Pronome pessoal “te”, em “contar-te” (est. 85, v. 3) e a forma verbal “Olha” (est. 87, v. 1), no imperativo, que se repete também na estância 88.
6 Anástrofe, dado que a ordem deveria ser: que anda esmaltado de corpos lisos e radiantes.
7. Complemento indireto.
7.1 O “te” refere-se a Vasco da Gama.
8. O complexo verbal sugere continuidade, duração.
1. Marte é considerado "bélico inimigo" porque ele é o deus da guerra.
253 Educação Literária 2. Anáfora.
Canto X 3. Refere-se a Deus, que criou o céu e a terra.
Imaginário Épico
1.
255 Gramática a. Quando chegaram à Índia,
Aplicar b. embora tivesse vivido na pobreza.
c. se o rei o escutasse.
d. para que os nativos não o façam, de novo, prisioneiro.
e. que passou a duvidar de tudo.
f. dado ter semelhanças com as epopeias da Antiguidade.
g. como se fossem uma peça de joalharia, com várias incrustações.
2.
a. "que ficaram maravilhados" − subordinada adverbial consecutiva.
b. "uma vez que as condições climatéricas não eram favoráveis à navegação" − subordinada adverbial causal.
c. "desde que a agitação marítima o permitisse" − subordinada adverbial condicional.
d. "Logo que chegaram à Ilha dos Amores" − subordinada adverbial temporal.
e. "Ainda que o medo fosse grande" − subordinada adverbial concessiva.
3.1 [C]
4. a. […] embora tivesse procedido a algumas adaptações. b. […] se o rei se mostrasse indiferente. c. […] uma vez que o rei de Melinde fizera um pedido
estranho. d. Quando anoiteceu, […]
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1. A comparação diz respeito ao nível de conhecimentos que se possui sobre a superfície da Lua e as profundezas do mar, concluindo-se que se sabe mais sobre
256 Leitura a superfície do satélite natural da Terra (Lua).
2. O desejo terá surgido após ter sido imaginado o primeiro submarino por um estalajadeiro inglês.
3. O estudo das profundezas do mar pode ajudar cientistas e exploradores “a conhecer melhor a superfície do nosso planeta” (l. 12), nomeadamente ao nível
do estudo das placas tectónicas, contribuindo para prevenir “terramotos e tsunamis” (l. 14).
4. O texto apresenta uma linguagem objetiva, denotativa, um caráter demonstrativo e a concisão como marcas do texto expositivo.
5. Trata-se de uma oração subordinada adjetiva relativa restritiva.
1. Plano mitológico e plano do poeta, como se vê pela referência às musas, pela utilização da primeira pessoa gramatical e pelas lamentações do poeta.
258-261 Educação Literária 2. A exortação deve-se ao facto de o poeta pensar que o rei, apesar de dever alegrar-se por ter tão bons vassalos, ainda não ter agido em conformidade.
2.1. Uso do vocativo, do pronome pessoal “vós”, de segunda pessoa, e da forma verbal na mesma pessoa e no imperativo (“Olhai”).
Canto X
3. O desalento resulta da indiferença dos portugueses face ao seu canto. O poeta afirma ainda que a Pátria está envolta numa “austera, apagada e vil tristeza”
Reflexões do Poeta
(est. 145, v. 8); o orgulho e a esperança devem-se à consciência do seu talento e ao facto de os portugueses continuarem a lutar pelo rei, que o poeta espera
venha a reconhecer todos os que o merecem e o engrandecem.
4. a. Apóstrofe; b. “Quais rompentes liões e bravos touros” (est. 147, v. 2); c. Enumeração ou aliteração d. Hipérbole; e. “Pois com seu sangue intrépido e
fervente” (est. 151, v. 2); f. Interrogação retórica; g. “A vista vossa tema o monte Atlante” (est. 156, v. 2).
5. Como marcas de subjetividade e de lirismo, destacam-se o tom reflexivo que domina este conjunto de estâncias bem como o intenso dramatismo do poeta
que lamenta o estado a que chegou a Pátria. Além disso, as marcas da primeira pessoa dominam este momento textual.
6. a. e b. epêntese; c. prótese.
7. a. Coordenada copulativa; b. Subordinada adverbial condicional; c. Subordinada adverbial comparativa; d. Coordenada disjuntiva.
8. a. “os” − complemento direto; b. “me” − complemento indireto.
9. “a pres[s]aga mente”.
10. Modificador do nome restritivo.
1.1 [A]
263 Gramática 1.2 [D]
Aplicar 1.3 [B]
1.4 [C]
2.
a. “que Luís de Camões nasceu em Constância” − subordinada substantiva completiva.
b. "Quem sempre sofreu várias desditas” − subordinada substantiva relativa.
c. “que tinham ao seu alcance” − subordinada adjetiva relativa restritiva.
d. “a quem as seguiu” − subordinada substantiva relativa.
e. “que sobrevoavam as naus” − subordinada adjetiva relativa explicativa.
f. “que os portugueses desprezavam as artes” − subordinada substantiva relativa.
Cenários de Resposta
Sentidos 10 – Unidade 5, Os Lusíadas
3.
a. Complemento direto.
b. Sujeito.
c. Modificador do nome restritivo.
d. Complemento indireto.
e. Modificador do nome apositivo
f. Complemento do adjetivo consciente.
1. a. V.
264 Compreensão do b. F. É da responsabilidade do empresário Mário Ferreira.
Oral c. V.
d. F. Foi lá que nasceu o Infante D. Henrique.
e. V.
f. F. Nos estaleiros de Miragaia.
g. V.
h. V.
i. V.
j. V.
k. F. Podem experimentar a verdadeira viagem...
l. V.
m. V.
n. F. Deslumbrante e, por isso, obrigatória.
o. V.
p. F. O preço mais alto é de 14 euros.
q. F. O custo do investimento rondou os 8 milhões de euros…
1. O Parque temático World of Discoveries, da empresa DouroAzul, conta receber cerca de 250 mil visitantes por ano, maioritariamente estrangeiros. Nesta
265 Expressão Oral atração, situada em Miragaia recriam-se as rotas dos Descobrimentos e os 4000 m2 proporcionarão aos visitantes, através de vários equipamentos multimédia,
o conhecimento da epopeia marítima portuguesa, num ambiente interativo e numa recriação o mais fiel possível à época. O volume de negócios desta
iniciativa rondará mais de dois milhões de euros e criará 14 postos de trabalho diretos e outros indiretos.
(83 palavras).
1. Combinação harmoniosa de um registo culto, latinizante, com a língua tradicional, oral; vocabulário erudito e construções alatinadas, recorrendo ao
266 Informar hipérbato ou ao anacoluto; inversão das palavras, por exemplo antepondo o adjetivo ao nome; coexistência de formas populares e eruditas na mesma palavra.
2. Perífrases, metonímias, metáforas, paralelismos, antíteses, personificações e imagens de campos semânticos da guerra, da fauna e da flora, da navegação,
das cores.
Cenários de Resposta
Sentidos 10 – Unidade 5, Os Lusíadas
267-269 Informar 1. a. Reflexão a propósito do desprezo a que os portugueses votam as artes e da incapacidade destes em aliar as armas às letras.
O conteúdo de cada b. Na estância 2, surge nova intervenção do poeta a elogiar o espírito de cruzada dos portugueses. Na estância 78, o poeta invoca as Ninfas do Tejo e do
canto Mondego e lamenta a situação em que se encontra, tendo já sido vítima de vários infortúnios. Critica os opressores e aqueles que não prezam quem os canta,
afugentando assim outros escritores. Por isso, pede o favor das Ninfas para que, no seu canto, enalteça apenas os que o mereçam.
c. As reflexões centram-se no incitamento à ação daqueles que pretendem alcançar a imortalidade, devendo, para isso, recusar a tirania, lutar contra os
sarracenos, pois só deste modo se alcançarão as verdadeiras honras e o direito a serem recebidos na ilha de Vénus.
1.1 [A] 1.2 [B] 1.3 [C] 1.4 [B] 1.5 [D] 1.6 [C] 1.7 [C]
271-272 Verificar 2. B – A – D – C – F – E
3.
a. F. É revelada por Tétis a Vasco da Gama.
b. V.
c. V.
d. F. Recorre também à descrição e ao lirismo.
e. V.
f. F. Revela subserviência.
g. F. São criticados pelo poeta.
h. V.
i. F. Baseiam-se também nos factos concretos e nas experiências pessoais do autor.