CONTROLE DIMENSIONAL Manual: S-CD
MECÂNICA
MEDIÇÃO DE ROSCAS EXTERNAS Página: 1 de 6
PR-084 Revisão: 1 (Out/2008)
1. OBJETIVO
Este procedimento tem por objetivo descrever um roteiro e os métodos para verificações e medidas a serem
executadas na identificação e avaliação e fazer a medição simplificada de roscas externas, na modalidade de
Controle Dimensional.
2. DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA
2.1 Norma ABNT NBR NM-ISO1:1997 - Temperatura padrão de referência para medições industriais de
comprimento
2.2 Portaria Nº 29 de 1995 do INMETRO - Vocabulário Internacional de Termos Fundamentais e Gerais de
Metrologia (VIM)
2.3 Norma ABNT NBR 5876:1988 - Roscas – Terminologia
2.4 Norma ABNT NBR ISO 261:2004 - Rosca métrica ISO de uso geral - Plano geral
2.5 Norma ABNT NBR ISO 262:2004 - Rosca métrica ISO de uso geral - Seleção de diâmetros para parafusos
e porcas
2.6 Norma ABNT NBR ISO 68-1:2004 - Rosca métrica ISO de uso geral - Perfil básico - Parte 1: Rosca
métrica para parafusos
2.7 Norma ABNT NBR ISO 724:2004 - Rosca métrica ISO de uso geral - Dimensões básicas
2.8 Norma ABNT NBR ISO 965-1:2004 - Rosca métrica ISO de uso geral - Tolerâncias - Parte 1: Princípios e
dados básicos
2.9 Norma ABNT NBR ISO 965-2:2004 - Rosca métrica ISO de uso geral - Tolerâncias - Parte 2: Limites
dimensionais para roscas internas e externas de uso geral - Qualidade média
2.10 Norma ABNT NBR ISO 965-3:2004 - Rosca métrica ISO de uso geral - Tolerâncias - Parte 3:
Afastamentos para roscas de construção
2.11 Norma ABNT NBR ISO 965-4:2004 - Rosca métrica ISO de uso geral - Tolerâncias - Parte 4: Dimensões
limites para roscas externas zincadas por imersão a quente, para montagens com roscas internas com
posição de tolerância H ou G, após a zincagem
2.12 Norma ABNT NBR ISO 965-5:2004 - Rosca métrica ISO de uso geral - Tolerâncias - Parte 5: Dimensões
limites para roscas internas zincadas por imersão a quente, para montagens com roscas externas com
posição de tolerância h, antes da zincagem
2.13 Norma ABNT NBR11701/1991 – Roscas - Tipos e aplicações
2.14 Norma ASME B1.5:1997 – Roscas ACME
2.15 Norma ASME B1.1:1989 – Roscas Unificadas
2.16 Norma British Standard 93 : 1951 – Roscas B.A.
2.17 Norma British Standard 84 : 1956 – Roscas B.S.W. e B.S.F.
2.18 Norma DIN 13 – Roscas Métricas
2.19 Norma DIN 103 – Roscas Trapezoidais
2.20 Norma DIN ISO 228-1:1994 – Roscas G
2.21 Manual de Operação da Máquina de Medição Linear SIP 305M : 1981, Genève Suíça.
CONTROLE DIMENSIONAL Manual: S-CD
MECÂNICA
MEDIÇÃO DE ROSCAS EXTERNAS Página: 2 de 6
PR-084 Revisão: 1 (Out/2008)
3. TERMINOLOGIA
RBC: Rede Brasileira de Calibração formada por laboratórios credenciados pelo INMETRO para realizar
calibrações conforme escopo de credenciamento.
4. INSTRUMENTOS
- Micrômetro externo
- Arames para medição de roscas
- Pentes de roscas
5. GRAU DE APLICAÇÃO
As roscas podem ser avaliadas em vários graus de detalhamento, em função da aplicação, da finalidade e das
características das roscas.
Como exemplo de aplicação, finalidade e características, pode-se citar: as roscas extra finas, indicadas para
apertos locais sujeitos a vibrações, como em aeronaves; roscas trapezoidais ou mistas para transmissão de
movimento, como as empregadas em máquinas operatrizes; roscas cônicas para transmissão de movimento,
transmissão de torque, transmissão de flexão, aperto e vedação, como as roscas de tubos de perfuração, etc.
Roscas especiais podem exigir a medição da rugosidade superficial, classe de tolerância e ajuste com folgas
mínimas, teste de estanqueidade, emprego de calibradores, medição do semi-ângulo de flanco, medição do
passo, etc.
Este procedimento é um método básico de medição, onde são feitas medições básicas nas dimensões
principais das roscas.
6. ROTEIRO DE AVALIAÇÃO
6.1 Preparação
Limpeza – Utilizar benzina, éter ou álcool isopropílico, tecido de popeline branco, guardanapo de papel ou
papel toalha, escova e luvas de látex. Devem ser limpos a peça roscada e os instrumentos a serem
empregados nessa verificação.
Exame visual – Utilizar luvas de látex para manusear as peças. O exame da peça roscada consiste em fazer
um controle visual, verificando desgastes ou danos que comprometam a verificação. Verificar se a peça
roscada possui cantos vivos, rebarbas, oxidações, se os filetes não encontram-se amassados ou quebrados.
Caso constatado algum dano, anotar no registro de medição as condições da peça medida.
Estabilização da temperatura – Colocar as peças a serem medidas juntamente com os padrões sobre a mesa
de medição para estabilização da temperatura (mínimo 1 hora). A temperatura do ambiente, das peças e dos
instrumentos empregados, deve ser de (20 ± 2) ºC e verificada com um termômetro de resolução máxima 1 ºC.
Verificação da calibração dos padrões – os padrões e instrumentos utilizados devem estar calibrados por
laboratórios da RBC e dentro do prazo de validade da calibração. Anotar os dados dos padrões e instrumentos
e dos seus certificados de calibração no relatório de calibração.
6.2 Medição do diâmetro externo
Posicionar a peça com roscado externo entre os contatos de medição do micrômetro externo e fazer a
apalpagem, observando seu alinhamento e se a medição está ocorrendo realmente no diâmetro, e não em uma
corda, conforme Figura 1. O parafuso deve situar-se na posição central dos apalpadores. Medir o valor do
diâmetro externo “d” e anotar no relatório de medição.
CONTROLE DIMENSIONAL Manual: S-CD
MECÂNICA
MEDIÇÃO DE ROSCAS EXTERNAS Página: 3 de 6
PR-084 Revisão: 1 (Out/2008)
Figura 1 – Medição do Diâmetro Externo do Parafuso
6.3 Verificação do valor do passo nominal da rosca externa
Utilizar os pentes de roscas para verificar qual o passo e ângulo nominais que a rosca externa possui. Coloca-
se o pente de rosca sobre a peça roscada e verifica-se qual a lâmina que encaixa perfeitamente sem folgas no
roscado, conforme Figura 2. Anotar os valores encontrados no relatório de medição.
Figura 2 – Verificação do passo e ângulo da rosca com pente de rosca
6.4 Determinação do diâmetro ideal, máximo e mínimo do arame para medição de roscas externas
A escolha do diâmetro do arame “∅” para medição do diâmetro de flanco se faz em função do passo e do
ângulo de flanco da rosca. Os valores para algumas roscas estão na Tabela 1 e na Tabela 2 temos o diâmetro
do arame em seu valor comercial que seria o indicado para os vários passos das diferentes roscas. Porém se
for necessário calcular devemos considerar:
P
∅ no min al =
α
2 × cos
2
17 × P
∅ máx =
α
32 × cos
2
15 × P
∅ mín =
α
32 × cos
2
O valor do diâmetro nominal do arame deve estar dentro dessa faixa. Verificar se existe nos jogos de arames o
diâmetro desejado, senão, pegar o diâmetro mais próximo da faixa determinada acima.
CONTROLE DIMENSIONAL Manual: S-CD
MECÂNICA
MEDIÇÃO DE ROSCAS EXTERNAS Página: 4 de 6
PR-084 Revisão: 1 (Out/2008)
Tabela 1 – Fórmulas para cálculo dos diâmetros permitidos para os arames
Tipo de rosca ∅nominal ∅máx ∅mín
60° Métrica ou unificada 0,57735 . P 0,61343 . P 0,54126 . P
55° Whitworth 0,56369 . P 0,59892 . P 0,52846 . P
47° 30´ B.A. 0,54626 . P 0,58040 . P 0,51212 . P
30° Trapezoidal 0,51764 . P 0,54999 . P 0,48528 . P
29° ACME 0,51645 . P 0,54873 . P 0,48417 . P
Tabela 2 – Passos das roscas em função dos diâmetros padronizados dos arames
Rosca Rosca
Diâmetro Rosca unificada Rosca B.A. Rosca Rosca ACME
métrica Whitworth
do arame passo em fios passo em trapezoidal passo fios por
passo em passo fios por
∅ em mm por polegada mm passo em mm polegada
mm polegada
0,17 0,3 80 0,31
0,195 0,35 80 – 72 72 0,35
0,22 0,4 64 64 0,39 – 0,43
0,25 0,45 56 56 0,48
0,29 0,5 48 48 0,53
0,335 0,6 44 44 – 40 0,59 – 0,66
0,39 0,7 40 – 36 36 0,73
0,455 0,75 – 0,8 32 32 0,81 – 0,90
0,53 1,0 28 – 27 28 – 26 1,00
0,62 1,0 24 24 – 22
0,725 1,25 20 20 – 19 – 18
0,895 1,5 18 – 16 16 16 – 14
1,10 1,75 – 2,0 14 – 13 –12 14 – 13 – 12 12
1,35 2,5 11,5 – 11 – 10 11 – 10 10
1,65 3,0 9–8 9–8 3 8
2,05 3,5 7 7 4 6
2,55 4,0 – 4,5 6 6 5 5
3,20 5,0 – 5,5 5 – 4,5 5 – 4,5 6 4
Após separar o jogo de 3 arames, que serão usados na medição do diâmetro de flanco, deve-se fazer uma
medição de cada arame para verificar se não existe troca de arames nos jogos de 3 arames, anotar os valores
e calcular a média dos 3 arames. A diferença entre o diâmetro do maior arame e do menor, dentre os 3
arames, não pode ser superior a 0,002 mm.
6.5 Medição do diâmetro de flanco com o método dos 3 arames
Consiste em colocar 3 arames cilíndricos, de mesma dimensão nominal, entre os vãos dos filetes da rosca,
sendo 2 de um lado (em vãos consecutivos) e um arame do outro lado em posição intermediária, de modo que
o centro desse arame situe-se entre os centros dos arames opostos, conforme Figura 3. Aproximar os contatos
do micrômetro externo acionando a catraca ou fricção e anotar o valor medido M.
Calcular o valor do diâmetro de flanco de acordo com a fórmula geral ou através das fórmulas simplificadas,
conforme Tabela 3.
Fórmula geral – Diâmetro de flanco (d2)
P − ∅ ⋅ 1 + 1
d2 = M +
α α
2 ⋅ tg sen
2 2
sendo
M = medida sobre os arames
∅ = diâmetro médio medido dos 3 arames
P = passo nominal verificado na rosca
α = ângulo da rosca verificado
CONTROLE DIMENSIONAL Manual: S-CD
MECÂNICA
MEDIÇÃO DE ROSCAS EXTERNAS Página: 5 de 6
PR-084 Revisão: 1 (Out/2008)
Ø
d1
d2
M
d
Figura 3 – Medição do diâmetro de flanco com o método dos 3 arames
Tabela 3 – Fórmulas simplificadas para calcular o diâmetro de flanco
Tipo de rosca Fórmula simplificada do diâmetro de flanco
60° Métrica ou unificada d 2 = M + 0,8660 ⋅ P − 3 ⋅ ∅
55° Whitworth d 2 = M + 0,9605 ⋅ P − 3,1657 ⋅ ∅
47° 30´ B.A. d 2 = M + 1,1363 ⋅ P − 3,4830 ⋅ ∅
30° Trapezoidal d 2 = M + 1,8660 ⋅ P − 4,8637 ⋅ ∅
29° ACME d 2 = M + 1,9334 ⋅ P − 4,9939 ⋅ ∅
6.6 Avaliação dos roscados
Utilizando as normas respectivas a cada roscado fazer a avaliação se a rosca está aprovada ou reprovada de
acordo com a classe de tolerância solicitada.
7. REGISTRO DE RESULTADOS
Deverá ser preparado um relatório de medição das peças roscadas contendo:
- características dos padrões utilizados
- condições ambientais (temperatura e umidade relativa ambiente)
- dados da inspeção visual (riscos, mossas, oxidação, outros danos)
- valores medidos dos diâmetros externos
- valores verificados dos passos e ângulos das roscas
- valores medidos sobre arames
- valores calculados dos diâmetros de flanco
8. ANEXO
Anexo 1 - Relatório de medição de roscas externas
CONTROLE DIMENSIONAL Manual: S-CD
MECÂNICA
MEDIÇÃO DE ROSCAS EXTERNAS Página: 6 de 6
PR-084 Revisão: 1 (Out/2008)
ANEXO 1
Procedimento
RELATÓRIO DE MEDIÇÃO DE
ROSCAS EXTERNAS REV. 0
Set/2008
1) Características do micrômetro externo
Faixa de indicação: Fabricante:
Resolução: Modelo:
Nº identificação: Nº de série:
2) Condições ambientais Temperatura ambiente: ________________ Umidade relativa: ____________
3) Medições
Nº Peça: ∅ dos arames
ITEM Valor padrão de Valor Medido Calculado Medido
norma (limites) ou Verificado ∅nominal: ∅ arame 1:
Max.: ∅máx: ∅ arame 2:
∅ externo
Mín.: ∅mín: ∅ arame 3:
Passo Média dos ∅:
Ângulo da Cálculo do ∅ de flanco:
rosca
∅ de Max.: Croqui do perfil da rosca: Exame visual:
flanco Mín.:
Perfil
Sentido
Nº Peça: ∅ dos arames
ITEM Valor padrão de Valor medido Calculado Medido
norma (limites) ou verificado ∅nominal: ∅ arame 1:
Max.: ∅máx: ∅ arame 2:
∅ Externo
Mín.: ∅mín: ∅ arame 3:
Passo Média dos ∅:
Ângulo da Cálculo do ∅ de flanco:
rosca
Max.: Croqui do perfil da rosca: Exame visual:
∅ de flanco
Mín.:
Perfil
Sentido
Nº Peça: ∅ dos arames
ITEM Valor padrão de Valor medido Calculado Medido
norma (limites) ou verificado ∅nominal: ∅ arame 1:
Max.: ∅máx: ∅ arame 2:
∅ Externo
Mín.: ∅mín: ∅ arame 3:
Passo Média dos ∅:
Ângulo da Cálculo do ∅ de flanco:
rosca
Max.: Croqui do perfil da rosca: Exame visual:
∅ de flanco
Mín.:
Perfil
Sentido
5) Dados dos instrumentos e padrões utilizados
Inspetor:________________________ SNQC:_________________ Data: ______/______/________