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Guia de Coleta Botânica e Herborização

O documento fornece instruções sobre como realizar coletas botânicas, herborização e inventários florísticos de forma adequada. Ele explica os procedimentos e equipamentos necessários para a coleta de amostras, o processamento do material coletado, a montagem de exsicatas e a identificação botânica correta.

Enviado por

Cláudio Zimmer
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
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Guia de Coleta Botânica e Herborização

O documento fornece instruções sobre como realizar coletas botânicas, herborização e inventários florísticos de forma adequada. Ele explica os procedimentos e equipamentos necessários para a coleta de amostras, o processamento do material coletado, a montagem de exsicatas e a identificação botânica correta.

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Índice

03 . . . . . . . . . . Manual para coleta, herborização e inventário florístico

07 . . . . . . . . . . Material para coleta

10 . . . . . . . . . . Procedimento para a coleta

12 . . . . . . . . . . Processamento do material coletado


Foto: Maria Ogrzewalska

15 . . . . . . . . . . Montagem das exsicatas

17 . . . . . . . . . . Identificação botânica

19 . . . . . . . . . . Referências Bibliográficas
Sobre a autora

Fernanda de Carvalho é Engenheira


Florestal formada pela Universidade
Federal de Viçosa. Continuou seus
estudos na Technische Universität
München, Alemanha, onde cursou
disciplinas do Mestrado em Manejo
de Recursos Sustentáveis com
ênfase em Silvicultura e Manejo da
Vida Selvagem.
Manual para coleta, herborização e
inventário florístico

O inventário florístico é um estudo técnico que visa identificar as


espécies da flora ocorrentes em uma área e caracteriza e avalia o
estado de conservação da vegetação.

Foto: Maria Ogrzewalska

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A eficiência de uma boa Tudo isso depende de uma coleta
identificação botânica é necessária bem feita, obedecendo a regras
para dar subsídio a estudos básicas, mas muito importantes,
taxonômicos, auxiliar na uma vez que as partes coletadas
elaboração de trabalhos científicos não possuem todas as
sobre a flora de uma determinada características da planta no seu
região, determinar as espécies de habitat natural.
um inventário, facilitar o
conhecimento de plantas
medicinais e tóxicas com objetivo
de melhor utilizá-las e controlá-las
e, armazenar exemplares de todas
as espécies possíveis para
identificação de outras espécies
por comparação.
Foto: Maria Ogrzewalska

05
Foto: Maria Ogrzewalska

O processo de identificação é muito complexo, e exige do identificador, Com o nome correto de uma planta é possível acessar todas as
conhecimentos sobre a morfologia vegetal, já que, só através da informações a ela relacionadas como, por exemplo, dados de
combinação de diferentes características das plantas pode-se chegar a ecofisiologia, fitossociologia, fenologia, distribuição geográfica, dados
sua identificação. Identificar a espécie é o primeiro passo para o manejo tecnológicos e, ainda, indicar usos e potencialidadesda espécie.
correto dos recursos vegetais, pois, não se pode manejar algo que não se A equipe de campo também deve contar, se possível, com um bom
conhece. mateiro ou identificador botânico conhecedor da flora local. Além disso,
Estes levantamentos devem ser realizados com critérios, dado sua recomenda-se avaliar com cautela se o mateiro reconhece as mesmas
extrema importância, sendo essenciais à elaboração de uma série de espécies com o mesmo nome vulgar, dinamizando o levantamento e
estudos de cunho ambiental como: recomposição vegetal, estudos de evitando-se resultados duvidosos.
ecologia de comunidades, planos de manejo florestal, planos de gestão
de unidades de conservação, dentre outros.

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Porém, nem sempre é possível
reconhecer a espécie em campo,
sendo necessário a coleta de
amostras da planta para posterior
identificação. O ideal é coletar
ramos completos, procurando Uma outra situação normalmente encontrada em campo, são as grandes
escolher exemplares com flores e variações morfológicas que algumas espécies apresentam, variando desde
frutos, se ocorrer, e em consistência da folha, tamanho, até espécies que apresentam em um mesmo
quantidade suficiente para montar indivíduo folhas simples e compostas, paripenadas e imparipenadas. Neste
uma exsicata contendo em torno caso, deve-se coletar os diversos tipos de variação encontradas, tomando-se
de três a cinco duplicatas. o cuidado de registrar que se tratam de um mesmo indivíduo.
No caso de plantas dióicas,
procurar coletar tanto do
indivíduo feminino quanto do
masculino, no sentido de facilitar a
identificação.

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Material para coleta

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Quando não se consegue • Peçonha, escadas de alumínio • Jornal, para acondicionar as
reconhecer a espécie em campo, ou de corda, equipamento de amostras coletadas;
amostras devem ser coletadas para alpinismo e esporas, para
posterior identificação. Para a coletar material botânico nas • Folhas de papelão, medindo
coleta do material, alguns itens são árvores, cipós ou arbustos; cerca de 35 x 28 cm para
essenciais, dentre eles: intercalar entre as folhas de
• Fita métrica, para medir o jornal que contêm as amostras
• Caderno, lápis ou caneta e diâmetro ou a circunferência coletadas;
borracha, para registrar as das árvores;
informações inerentes a cada • Folhas de alumínio corrugado,
amostra coletada; • Podão, tesoura de poda, faca, são dispostas entre as folhas de
facão ou canivete, usado no papelão;
• Cinto de segurança, como corte de ramos a serem
segurança durante a coleta em coletados;
árvores e arbustos;

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• Prensas de madeira, para • Binóculos de longo alcance,
prender as pilhas formadas para observar a copa das
pelos jornais contendo os árvores a fim de localizar flores
exemplares intercalados com e frutos;
papelão e folhas de alumínio;
• Botas, para caminhar na
• Corda de sisal ou náilon, para floresta;
amarrar a prensa;
• Repelente, indicado
• Álcool 92,8 0 GL, para borrifar principalmente para quem tem
as amostras coletadas; algum tipo de alergia a insetos;

• Álcool 70%, para conservar • Etiquetas adesivas ou pedaços


flores e frutos; de papel, para marcar as
amostras colocadas nos
• Recipientes de vidro, para recipientes de vidro;
acondicionar flores e frutos em
meio líquido; • Sacos de plástico, utilizado para
acondicionar em campo, o
• GPS (Global Position System), é material coletado.
utilizado para medir altitude e
coordenadas geográficas do
material coletado;
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Procedimento para a coleta

Para a coleta do material, pode-se utilizar diversos métodos, dentre


eles, o podão, a escalada, o uso de escadas, esporões, etc. Já para a
anotação das informações, normalmente utiliza-se uma caderneta
de coletor, onde são feitas as anotações de dados das plantas
coletadas. Primeiramente anota-se as informações a respeito do
coletor, ou seja, seu nome e número de coleta, a data do
procedimento e o nome dos coletores adicionais quando for o
caso. Logo em seguida, deve-se registrar informações sobre a
localização da planta da qual se deseja coletar amostras, com o
GPS.

Foto: Maria Ogrzewalska

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A seguir, os nomes do país, do Finalmente, devem ser anotadas as Para facilitar a coleta dessas
estado, do município, do distrito e características da planta que não informações, pode-se utilizar
da localidade onde está sendo serão observadas após a também uma ficha de campo com
realizada a coleta. É necessário desidratação do material, tais informações predefinidas de
anotar alguns pontos como como: altura e circunferência da forma que escolha-se as opções
referência à localização da planta, planta, hábito, forma da árvore, com um "X".
os quais facilitem um possível disposição dos ramos, forma do
retorno ao local. Essas anotações tronco, tipo de base do tronco,
devem ser tomadas de maneira aspectos das sapopemas,
que outra pessoa possa localizar a características da casca,
mesma planta, caso necessite exsudação, coloração das flores e
observá-la posteriormente. tamanho, textura e cor dos frutos,
Importante também são as tipo de odor, denominação local e
informações acerca do ambiente, uso.
ou seja, tipo de solo e de
vegetação predominante.

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Processamento do material coletado

A prensagem do material coletado requer bastante cuidado e


paciência, pois o mesmo não pode ficar muito agrupado
dificultando o estudo. Deve ser arrumado, no jornal, de maneira a
evidenciar flores ou frutos. As folhas devem ficar arrumadas de
maneira a evidenciar as duas faces (virar algumas folhas para expor
o lado inferior), quando forem muitas ou grandes demais, deve-se
retirar algumas que serão cortadas no pecíolo, para que seja
possível verificar a filotaxia das mesmas.

Foto: www.uffs.edu.br

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É prático colocar a amostra em jornal apenas entre dois papelões e estes entre os dois lados da prensa de madeira,
fazer uma pequena pressão e amarrar com a corda ou cinta. Os corrugados poderão ser adicionados apenas no final
de todas as coletas de um dia, quando as amostras estarão menos frescas, facilitando a organização das mesmas.

Caso possível corta-se um fruto longitudinalmente e outro transversalmente, para adicionar em cada amostra.

Separar flores e frutos suculentos para conservação em solução: quando for possível separar flores e frutos suculentos
para conservação em álcool 70% ou FAA, não esquecendo de fixar no vidro as mesmas informações anotadas no
jornal.

Pode-se também, fazer as anotações em papel vegetal e colocar dentro do vidro.


Foto: Joaquim Prado

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A sequência para a montagem do conjunto a ser prensado é: folha de papelão,
folha de alumínio enrugada, folha de papelão, folha de jornal contendo o material
botânico, folha de papelão, folha de alumínio enrugada, folha de papelão. Esta
sequência pode ser repetida quantas vezes for possível de acondicionar na
prensa.
Foto: www.univates.br

Para secagem do material, utiliza-se uma fonte de calor branda, geralmente


estufas, com temperatura de aproximadamente 45ºC, as amostras serão expostas
o tempo suficiente para secá-las por completo. O material prensado deve ser
examinado regularmente, tendo o cuidadode apertar as cordas e virar aprensa,
pra que o calor seja distribuído igualmente.
15
Montagem das exsicatas

Para a montagem das excitas utiliza-se cartolina (29,5 x 42 cm).


A planta deverá ser costurada por pontos, com linha e agulha, na
cartolina, permitindo um manuseio mais seguro do material.
Os frutos ou flores que por ventura soltarem do material a ser
costurado poderá ser acondicionado em um pequeno envelope e
ser fixado no canto superior esquerdo da cartolina de montagem.

Foto: wiccaverna.wordpress.com

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A etiqueta (12 x 10 cm), é colocada no canto inferior direito da
cartolina de montagem. Geralmente de papel Kraft, a capa (42 x 59
cm), envolve a cartolina com o material já costurado e as duplicatas
em jornal (repetições do material botânico coletado. As duplicatas
ficam acondicionadas em jornais, contendo tantas etiquetas quanto
forem as duplicatas. Estes materiais ficam disponíveis para doações,
trocas e envio para identificação de especialistas.

17
Identificação botânica

O herbário consiste de uma coleção de plantas dessecadas,


constituindo um centro de informações ativo e atualizado, por
permutação de materiais e ou devido às coletas periódicas, que
vêm a incrementam a coleção, devendo portanto todo o material
coletado durante as excursões de campo ser depositado em
herbários.

Foto: www.dicyt.com

18
Todos os exemplares, antes de Este fichário pode ser ainda Determinar o nome para a
serem incorporados ao acervo de informatizado ou não, organizado amostra. Quando ocorrer da
um herbário, devem ser por ordem alfabética, de família, amostra nova não coincidir nas
registrados no livro de registros, gênero e espécie. características com nenhuma outra
organizado em numeração arábica As amostras devem ser levadas a do herbário, esta é dita “espécie
crescente, contendo as seguintes um herbário indexado nova”. Neste caso, deverá ser
informações: Família, gênero, internacionalmente, ou seja, que enviada a um especialista da
espécie, nome do coletor, data e esteja de acordo com as Normas família ou grupo taxonômico onde
local de coleta. Além disso, o do Código Internacional de ela apresente mais afinidade e este
fichário que consta da relação de Nomenclatura Botânica, onde providenciará sua descrição e
todas as espécies que compõe o terão sua identificação confirmada publicação dentro das normas.
acervo do herbário, é uma por um especialista.
ferramenta que muito auxilia na
localização de determinadas
espécimes.

19
Referências Bibliográficas

FERREIRA, G. C. Diretrizes para coleta e identificação de material


botânico. Belém-PA: Embrapa, 2006.

INSTITUTO DE BOTÂNICA (São Paulo). Técnicas de Coleta,


Preservação e Herborização de Material Botânico. 1984. 61p.
(Manual N0 4).

Foto: Maria Ogrzewalska

Foto: Maria Ogrzewalska


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