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Administração Financeira
Administração Financeira
Autoria: Jarbas Thaunahy Santos de Almeida
Como citar este documento: ALMEIDA, Jarbas Thaunahy Santos de. Administração Financeira. Vali-
nhos: 2016.
Sumário
Apresentação da Disciplina 03
Unidade 1: Princípios básicos da Administração Financeira e suas metas 04
Unidade 2: Atividades Básicas da Função Financeira e as Áreas de Decisões Financeiras 31
Unidade 3: Análise do capital de giro 54
Unidade 4: O valor do dinheiro no tempo: juros simples, juros compostos, juros nominais, juros re-
76
ais e inflação
Unidade 5: Fontes de financiamento e mudanças nos padrões de crédito (Fontes de financiamento) 98
Unidade 6: Estrutura de Capital e Avaliação (WACC) 120
Unidade 7: Análise da gestão de recursos (WACC). Custo de capital de terceiros, de sócios 143
Unidade 8: Índices de Taxa de Retorno 164
2/201
Apresentação da Disciplina
Objetivos
4/201
Introdução
18/201
?
Questão
para
reflexão
19/201
Considerações Finais
20/201
Referências
ALMEIDA, Jarbas Thaunahy Santos de. Matemática financeira. Rio de Janeiro: LTC, 2016.
GITMAN, Lawrence J. Princípios de administração financeira – essencial. 2. ed. Porto Alegre:
Bookman, 2001.
HOJI, Masakazu. Administração financeira na prática: guia para educação financeira corporati-
va e gestão financeira pessoal. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
MEGLIORINI, Evandir; VALLIM, Marco Aurélio. Administração Financeira: uma abordagem bra-
sileira. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.
SANVINCENTE, Antonio Zoratto. Administração financeira. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
22/201
Questão 1
23/201
Questão 2
2. As funções do contador e do administrador financeiro têm característi-
cas diferentes. Sendo assim, considere as sentenças a seguir:
24/201
Questão 2
25/201
Questão 3
3. Tendo em vista as diferenças entre o regime de caixa e o regime de
competência, é correto afirmar que:
26/201
Questão 3
d) em contabilidade, estamos preocupados com as datas em que compras e vendas foram fei-
tas. Não estamos preocupados se já foram pagas ou se ainda (ou quando). Em outras pala-
vras, em contabilidade trabalhamos no regime de competência. Em finanças, estamos preo-
cupados com a efetiva data de entrada e saída de dinheiro na empresa. Em outras palavras,
em finanças trabalhamos no regime de caixa;
e) em contabilidade, trabalhamos no regime de competência, o que significa que estamos pre-
ocupados com as datas em que compras e vendas foram feitas e, obviamente, com as datas
dos pagamentos. Em outras palavras, em contabilidade trabalhamos no regime de compe-
tência. Em finanças, trabalhamos no regime de caixa, o que significa que estamos preocu-
pados com as efetivas datas dos contratos firmados. Em outras palavras, em finanças traba-
lhamos no regime de caixa.
27/201
Questão 4
4. Uma das primeiras decisões que os investidores devem tomar é quanto à
forma de constituição da empresa que desejam montar. No Brasil, os princi-
pais tipos de empresa quanto à sua constituição são, EXCETO:
a) empresa familiar;
b) sociedades anônimas;
c) sociedades simples;
d) sociedade limitada;
e) empresário “individual”.
28/201
Questão 5
5. São os objetivos tradicionais das empresas:
29/201
Gabarito
1. Resposta: D. tabilidade trabalhamos no regime de com-
petência. Em finanças, estamos preocupa-
A assertiva III está incorreta, pois o adminis- dos com a efetiva data de entrada e saída de
trador e os proprietários nem sempre deci- dinheiro na empresa, ou seja, trabalhamos
dem com vistas ao mesmo objetivo. no regime de caixa.
2. Resposta: E. 4. Resposta: A.
As três assertivas estão corretas, conforme Conforme texto apresentado neste capí-
demonstrado ao longo do capítulo desta tulo, apenas não foi mencionado o tipo de
disciplina acerca das funções do contador e empresa que consta na alternativa A.
do administrador financeiro.
5. Resposta: C.
3. Resposta: D.
São os objetivos tradicionais das empresas
Em contabilidade, estamos preocupados maximizar a riqueza e criar valor para os in-
com as datas em que compras e vendas fo- vestidores.
ram feitas; não estamos preocupados se já
foram pagas. Em outras palavras, em con-
30/201
Unidade 2
Atividades Básicas da Função Financeira e as Áreas de Decisões Financeiras
Objetivos
O objetivo econômico e financeiro de uma empresa é a maximização de seu valor de mercado
por meio de geração contínua no longo prazo, executando as atividades inerentes ao seu ob-
jetivo social, pois, com o aumento do valor da empresa, o proprietário da empresa (acionista
de uma sociedade anônima, cotista de uma sociedade por cotas ou o proprietário de uma
empresa individual) aumenta sua própria riqueza.
O objetivo social de uma empresa é a atividade principal que ela executa. Por exemplo, o ob-
jetivo de uma montadora de automóveis é fabricar e vender automóveis; o de uma loja de ma-
teriais de construção é comprar e vender materiais de construção; o de um hospital é prestar
serviços relacionados à saúde. Assim, este capítulo proporcionará a você:
1. compreender o processo de planejamento financeiro, incluindo os planos de curto prazo;
2. entender o papel de cada plano estratégico e operacional;
3. avaliar a importância do uso das demonstrações financeiras projetadas, evitando dificul-
dade financeira no negócio.
31/201
Introdução
Um aspecto que deve ser considerado, ini- sas) permanecem altas, sendo que, aproxi-
cialmente, é um dos postulados da teoria madamente, 30% das novas empresas pau-
contábil, segundo o qual “a entidade é um listas encerram suas atividades antes de
organismo vivo que irá viver (operar) por completar um ano de atividade e quase 60%
um longo período (indeterminado) até que fecham em cinco anos”. A alta mortalidade
surjam fortes evidências em contrário” (IU- poderia ser reduzida substancialmente se
DÍCIBUS; MARION, 2001, p. 46). É o princí- fossem eliminadas algumas deficiências de
pio contábil de continuidade, que prescreve gestão empresarial, principalmente a falta
que uma empresa é criada com o propósi- de conhecimentos financeiros essenciais de
to de existir eternamente, pois, com raras seus gestores, tais como o planejamento fi-
exceções, ninguém inicia um negócio para nanceiro e a margem de contribuição.
encerrar suas atividades logo em seguida.
Existem no mundo, e também no Brasil, di-
versas empresas centenárias.
Segundo a pesquisa do SEBRAE-SP (Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Em-
presas de São Paulo), “[...] as taxas de morta-
lidade das MPEs (micro e pequenas empre-
32/201 Unidade 2 • Atividades Básicas da Função Financeira e as Áreas de Decisões Financeiras
melhoria ambiental, entre outros. Existem
Link empresas que divulgam o balanço social, o
qual reflete a aplicação de recursos em as-
Um planejamento financeiro corresponde a uma suntos de natureza social, tais como educa-
estratégia para atingir a meta de uma empresa, ção e melhoria de condições de vida de seus
seja para conquistar um aumento do ganho, corte funcionários e da comunidade. Esses bene-
nas despesas, eliminação de perdas, entre outros. fícios não poderiam ser dados se a empresa
Sobre esse assunto, consulte o link indicado. Ende- não fosse lucrativa.
avor Brasil. Controlar seu fluxo de caixa, projetar
cenários, desenvolver planos de ação: como um
planejamento financeiro bem estruturado pode Para saber mais
ajudar sua empresa a crescer, 2015. Disponível
Nota-se que o planejamento financeiro, além de
em: <https://endeavor.org.br/planejamento-
indicar caminhos que levam a alcançar os objeti-
-financeiro/>. Acesso em: 5 abr. 2017.
vos da empresa, tanto a curto como a longo prazo,
cria mecanismos de controle que envolvem todas
Uma empresa precisa ser lucrativa para po-
as suas atividades operacionais e não operacio-
der destinar parte do lucro para função so-
nais.
cial, como o pagamento de tributos, treina-
mento dos colaboradores, investimento em
33/201 Unidade 2 • Atividades Básicas da Função Financeira e as Áreas de Decisões Financeiras
presa, representada por seus administrado-
Link res (diretores e gerentes) e empregados em
geral, interage com os agentes econômicos
Os principais aspectos (alocação e obtenção de do ambiente em que está inserida, gera os
recursos, investimento, financiamento, fluxo de resultados econômicos e financeiros e re-
caixa etc.) de um planejamento financeiro empre- munera os acionistas pelo investimento re-
sarial podem ser observados no artigo: THÉ, Hina- alizado.
ra Araújo; MOREIRA, Héber Lavor. Planejamento
Financeiro Empresarial. Disponível em: <http:// Podemos definir atividade como a execução
peritocontador.com.br/wp-content/uplo- de algum trabalho ou função específica,
ads/2015/04/Hinara-Araújo-Thé-Planeja- uma ocupação, uma profissão, um tipo de
mento-Financeiro-Empresarial.pdf>. Acesso serviço, de comércio, ou de indústria.
em: 5 abr. 2017.
43/201
Considerações Finais
44/201
Referências
ALMEIDA, Jarbas Thaunahy Santos de. Matemática financeira. Rio de Janeiro: LTC, 2016.
GITMAN, Lawrence J. Princípios de administração financeira – essencial. 2. ed. Porto Alegre:
Bookman, 2001.
HOJI, Masakazu. Administração financeira na prática: guia para educação financeira corporati-
va e gestão financeira pessoal. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos. Dicionário de Termos de Contabilidade. São Paulo:
Atlas, 2001.
SANVINCENTE, Antonio Zoratto. Administração financeira. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
I. As decisões de investimento (DI) são decisões que envolvem decisões de onde investir, aquisi-
ção de máquinas e equipamentos, compra de matéria-prima, contratação de pessoas e treina-
mentos.
II. As decisões de investimento (DI) são decisões que envolvem gastos.
III. As decisões de financiamento (DF) são decisões relacionadas com obter e captar os recursos
para financiar os investimentos.
É correto o que se afirma em:
a) I, II e III;
b) I, apenas;
c) I e III, apenas;
46/201
Questão 1
d) II e III, apenas;
e) I e II, apenas.
47/201
Questão 2
2. Sob o aspecto financeiro, as atividades normalmente executadas em uma
empresa podem ser agrupadas segundo o aspecto gerencial e ser classifica-
das em:
48/201
Questão 3
3. Analise as alternativas a seguir e assinale a INCORRETA:
49/201
Questão 4
4. No contexto contábil financeiro, é INCORRETO afirmar que:
50/201
Questão 4
51/201
Questão 5
5. Analise as alternativas abaixo e assinale a INCORRETA no que se refere à
ética empresarial:
52/201
Gabarito
1. Resposta: A. mentos refere-se ao uso do capital de ter-
ceiros está incorreta.
As três assertivas referem-se corretamente
às atividades e responsabilidades do gestor 4. Resposta: D.
ou executivo financeiro em termos de deci-
sões de investimento e de financiamento. O DRE não mostra a situação de liquidez e
solvência da empresa. O demonstrativo de
2. Resposta: A. resultados, como o nome diz, apresenta,
mostra, demonstra os resultados da empre-
As atividades normalmente executadas em sa ao longo do tempo e, dessa forma, se as
uma empresa podem ser agrupadas segun- contas da empresa estão sendo pagas.
do o aspecto gerencial e ser classificadas
em: a) operações; b) investimentos; e c) fi- 5. Resposta: A.
nanciamentos.
Conceito equivocado: refere-se a prevenir e
3. Resposta: B. evitar atividades criminosas dentro das em-
presas.
A decisão de investimentos (DI) refere-se ao
uso do capital próprio e decisão de financia-
53/201
Unidade 3
Análise do capital de giro
Objetivos
66/201
Considerações Finais
67/201
Referências
ALMEIDA, Jarbas Thaunahy Santos de. Matemática financeira. Rio de Janeiro: LTC, 2016.
GITMAN, Lawrence J. Princípios de administração financeira – essencial. 2. ed. Porto Alegre:
Bookman, 2001.
HOJI, Masakazu. Administração financeira na prática: guia para educação financeira corporati-
va e gestão financeira pessoal. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
SANVINCENTE, Antonio Zoratto. Administração financeira. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
Uma empresa no curso de suas operações normais concede prazos para seus clientes pagarem;
por outro lado, as despesas da empresa continuam a ter data certa para pagamento...
....COMO CONSEQUÊNCIA ...
Isso gera uma pressão de demanda de caixa na empresa que deve fazer uma série de pagamen-
tos, contudo sem ter entrada efetiva de caixa, pois concedeu prazos para os clientes pagarem.
A esse respeito, conclui-se que:
a) as duas afirmações são falsas;
b) as duas afirmações são verdadeiras e a segunda justifica a primeira;
c) as duas afirmações são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira;
d) a primeira afirmação é falsa e a segunda é verdadeira;
e) a primeira afirmação é verdadeira e a segunda é falsa.
69/201
Questão 2
2. Assinale a alternativa que apresenta o que é risco em finanças.
a) Medida das queixas dos clientes e dos consumidores, dos processos abertos na justiça con-
tra a empresa e dos processos que afetam o código de defesa do consumidor.
b) Medida da probabilidade de um resultado ser lucrativo.
c) Probabilidade de um investimento proporcionar um prejuízo.
d) Probabilidade de um investimento dar problemas de qualquer natureza no futuro.
e) Medida da probabilidade de um resultado ser diferente do esperado.
70/201
Questão 3
3. A empresa Neves da Rosa & Cia Ltda. analisa a possibilidade de flexibilizar
seus padrões de crédito, visto que o mercado está atuando dessa forma e eles
percebem que estão perdendo vendas por não conceder maiores prazos de
pagamento a seus clientes. Dentre os fatores que podem afetar essa decisão,
assinale a alternativa correta:
a) A empresa deve fazer uma análise a partir dos custos adicionais que terá com a flexibiliza-
ção, pois o aumento nas vendas gerará caixa positivo para a empresa, portanto, não precisa
ser considerado na análise.
b) A empresa deve flexibilizar seus padrões de crédito para se manter no mercado, visto que os
concorrentes estão concedendo prazos mais elásticos e os consumidores preferem pagar no
longo prazo.
c) A empresa deve analisar se o resultado da flexibilização gerará um resultado financeiro po-
sitivo (contribuição adicional aos lucros), mediante projeção do aumento nas vendas, dedu-
zindo os custos adicionais projetados com antecipação de recebíveis e prováveis perdas com
devedores duvidosos. Se positivo, vale a pena flexibilizar.
71/201
Questão 3
d) A empresa deve fazer uma análise a partir do aumento no faturamento bruto, deduzindo daí
os custos adicionais com emissão de boletos de cobrança e devedores incapazes.
e) A empresa deve analisar a taxa de juros cobrada pelos bancos para antecipação dos recebí-
veis. Se for taxa de juros simples, vale a pena a flexibilização; se for taxa de juros composta,
não vale a pena a flexibilização.
72/201
Questão 4
4. A medida que determina a capacidade de uma empresa saldar suas obri-
gações de curto prazo, conforme o vencimento de suas obrigações, deno-
mina-se:
a) Medida de Pontualidade.
b) Medida de Liquidez.
c) Medida de Endividamento.
d) Medida de Atividade.
e) Medida de Lucratividade.
73/201
Questão 5
5. Quando elaboramos ou estudamos um balanço patrimonial, uma infor-
mação muito importante é o ativo circulante. Devem constar no ativo circu-
lante:
a) Máquinas da empresa.
b) Estoques.
c) Equipamentos.
d) Instalações.
e) Imóveis.
74/201
Gabarito
1. Resposta: B. 4. Resposta: B.
3. Resposta: C.
A empresa deve analisar se o resultado da
flexibilização gerará um resultado financei-
ro positivo (contribuição adicional aos lu-
cros), mediante projeção do aumento nas
vendas, deduzindo os custos adicionais pro-
jetados com a antecipação de recebíveis e
prováveis perdas com devedores duvidosos.
Se positivo, vale a pena flexibilizar.
75/201
Unidade 4
O valor do dinheiro no tempo: juros simples, juros compostos, juros nominais, juros reais e inflação
Objetivos
Os gestores financeiros usam técnicas de valor do dinheiro no tempo para reconhecer, expli-
citamente, suas oportunidades de obter resultados positivos, avaliando o valor de séries de
fluxos de caixa esperados associados a alternativas de decisões. Alternativas podem ser ava-
liadas através da capitalização para achar o valor futuro ou através de taxas de desconto para
achar o valor presente. Devido ao fato de eles estarem no tempo zero para tomar decisões,
administradores financeiros baseiam-se, principalmente, em técnicas de valor presente. As-
sim, este capítulo tem como objetivo:
1. identificar as principais diferenças entre juros simples e compostos, definindo seus princi-
pais componentes em uma operação financeira;
2. verificar o rendimento de aplicações financeiras e efetuar operações que envolvam aplica-
ção de uma taxa de juros;
3. compreender o significado de Taxas de Juros em operações que envolvem diferentes tipos
de prazos.
76/201
Introdução
79/201 Unidade 4 • O valor do dinheiro no tempo: juros simples, juros compostos, juros nominais, juros reais e inflação
po sejam considerados na mesma unidade O regime de juros compostos é o mais co-
temporal. Isso quer dizer que, se a taxa de mum no sistema financeiro e, portanto, o
juros é apresentada ao dia, o tempo deve ser mais útil para cálculos de problemas no dia
expresso em dias; se a taxa de juros é apre- a dia. Matematicamente, o cálculo a juros
sentada ao mês, o tempo deverá ser expres- compostos é conhecido como cálculo ex-
so em meses, e assim por diante. ponencial de juros. O processo de capita-
A capitalização composta considera que os lização composta também é chamado de
juros formados em cada período são acres- ANATOCISMO (juros sobre juros, na lingua-
cidos ao capital formando o montante gem popular).
(capital mais juros) do período. Esse mon- Albert Einstein (1879-1955), questionado
tante, por sua vez, passará a render juros no certa vez sobre qual era a maior invenção
período seguinte, formando um novo mon- da humanidade, afirmou: “O juro composto
tante (constituído do capital inicial, dos ju- é a maior invenção da humanidade, porque
ros acumulados e dos juros sobre os juros permite uma confiável e sistemática acu-
formados em períodos anteriores), e assim mulação de riqueza”.
por diante.
80/201 Unidade 4 • O valor do dinheiro no tempo: juros simples, juros compostos, juros nominais, juros reais e inflação
ao capital inicial não coincide com aquele a
Link que a taxa se refere. É aquela em que o pe-
ríodo de capitalização difere da taxa. Será,
Um breve histórico e características acerca de portanto, uma taxa seguida da palavra ca-
moeda e dinheiro são apresentados no vídeo in- pitalização, e em que se observará que a
dicado. BM&FBOVESPA. A história do dinheiro, unidade da taxa é diferente da unidade de
2013. Disponível em: <https://www.youtube. capitalização.
com/watch?v=qh4Vn0I1R6w&index=1&lis-
t=PL-gaMRAth22rooOWsU1tn6WiDl3td- Essa é uma convenção utilizada habitual-
82-I>. Acesso em: 5 abr. 2017. mente no mercado financeiro, e seus dois
exemplos mais notórios são a taxa de juros
da poupança e a taxa over (aplicações de um
1. Juros nominais, juros reais e dia). No Brasil, por exemplo, a caderneta de
inflação poupança garante a rentabilidade de 6% ao
ano, capitalizados mensalmente.
As operações financeiras no Brasil carac-
terizam-se pelo uso intensivo de taxas no-
minais. Temos uma taxa nominal quando o
prazo de formação e incorporação dos juros
81/201 Unidade 4 • O valor do dinheiro no tempo: juros simples, juros compostos, juros nominais, juros reais e inflação
juros a ser praticada em cada período de
Link capitalização. Essa taxa efetiva implícita é
sempre calculada de forma proporcional,
Assuntos e terminologias relacionados à decisão no regime de juros simples.
antecipada do que se faz com o dinheiro. BM&-
FBOVESPA. Planejamento financeiro: conceitos A taxa nominal, apesar de bastante utiliza-
essenciais, 2013. Disponível em: <https://www. da no mercado financeiro, não representa
youtube.com/watch?v=zlLZ05o4EoI&lis- uma taxa efetiva, e, por isso, não deve ser
t=PL-gaMRAth22rooOWsU1tn6WiDl3td- utilizada nos cálculos financeiros, no regi-
82-I&index=3>. Acesso em: 5 abr. 2017. me de juros compostos.
Assim, a taxa nominal é uma taxa declara-
Sempre que nos depararmos com uma taxa da ou taxa cotada que não incorpora capi-
nominal, devemos, antes, calcular a TAXA talizações, sendo necessário calcular a taxa
EFETIVA da operação, que é obtida a partir efetiva equivalente quando pretendemos
da taxa nominal pelo método da proporcio- efetuar cálculos e comparações no regime
nalidade. de juros compostos. Para transformar taxa
Toda taxa nominal traz em seu enunciado nominal em taxa efetiva, embora estando
uma taxa efetiva implícita, que é a taxa de no regime composto, utiliza-se o conceito
de taxas proporcionais.
82/201 Unidade 4 • O valor do dinheiro no tempo: juros simples, juros compostos, juros nominais, juros reais e inflação
mar que o ganho real dessa aplicação não
Para saber mais foram os 10%, tendo em vista que o rendi-
mento correspondente sofreu uma desva-
Verifique no site do Banco Central do Brasil a fer-
lorização de 8% no mesmo período de tem-
ramenta chamada “Calculadora do Cidadão”, que
po. Dessa forma, temos de encontrar qual o
permite simularmos a correção de valores entre
verdadeiro ganho em relação à inflação, ou
aplicações financeiras. seja, temos de encontrar a taxa real de ju-
ros. Em períodos de inflação, todo cuidado é
A taxa real de juros nada mais é do que a pouco quando se fala em taxa de juros. Uma
apuração de ganho ou perda em relação taxa que aparentemente é alta pode ser, na
a uma taxa de inflação ou de um custo de realidade, muito baixa se não considerar-
oportunidade. Na verdade, significa dizer mos a inflação no período em que a taxa es-
que taxa real de juros é o verdadeiro ganho tiver sendo aplicada.
financeiro. A taxa acumulada de juros com taxas variá-
Se considerarmos que uma determinada veis é normalmente utilizada em situações
aplicação rendeu 10% em determinado pe- de correções de contratos, por exemplo,
ríodo de tempo e que nesse mesmo período atualização de aluguéis, saldo devedor do
ocorreu uma inflação de 8%, é correto afir- financiamento de imóveis e outros contra-
tos, em geral.
83/201 Unidade 4 • O valor do dinheiro no tempo: juros simples, juros compostos, juros nominais, juros reais e inflação
A composição das taxas pode ocorrer de Uma forma de medir a inflação é acompa-
duas formas, com: nhar a evolução periódica dos preços, por
exemplo, mensalmente, utilizando índices
• taxas positivas (inflação); ou
oficiais. Dentre os índices (indicadores de
• taxas negativas (deflação). preço), podemos destacar os seguintes:
Em virtude de a alta taxa de inflação corroer
• IPC – Fipe: Índice de Preços ao Consu-
rapidamente o poder aquisitivo da moeda, é
midor, apurado pela Fundação de Pes-
fundamental analisar a relação das taxas de
quisas Econômicas da Universidade
juros com as taxas de inflação.
de São Paulo (Fipe). Tem por finalidade
medir a inflação das famílias paulista-
Link nas que possuam renda mensal entre
2 e 20 salários mínimos;
O impacto da inflação no cotidiano do brasileiro foi
registrado na reportagem indicada. GLOBO. Infla-
• IPA – FGV: Índice de Preços no Ataca-
ção dos anos 80 e 90 mudou hábitos de consumo.
do, calculado pela Fundação Getúlio
Disponível em: <https://www.youtube.com/wa-
Vargas (FGV), tem o objetivo de medir
tch?v=HYJDk2DrYIE>. Acesso em: 5 abr. 2017.
as variações de preço na produção dos
diversos setores da economia;
84/201 Unidade 4 • O valor do dinheiro no tempo: juros simples, juros compostos, juros nominais, juros reais e inflação
• IPC – FGV: Índice de Preços ao Con- rada de três índices: Índice de Preços
sumidor, apurado pela Fundação Ge- por Atacado (IPA), Índice de Preços ao
túlio Vargas (FGV), tem por finalidade Consumidor (IPC) e Índice Nacional de
acompanhar as oscilações de preços Custo da Construção (INCC), respec-
para os consumidores finais com ren- tivamente com pesos de 60%, 30% e
da mensal na faixa de 1 a 33 salários 10%;
mínimos; • IGP/M – FGV: Índice Geral de Preços
• INCC – FGV: Índice Nacional da Cons- do Mercado, calculado pela Fundação
trução Civil, calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), tem por objetivo
Getúlio Vargas (FGV). Seu objetivo é medir a variação dos preços da eco-
medir a variação dos preços da cons- nomia, ponderando produção e con-
trução habitacional; sumo;
• IGP/DI – FGV: Índice Geral de Preços/ • INPC – IBGE: Índice Nacional de Preços
Disponibilidade Interna, calculado ao Consumidor, calculado pelo Insti-
pela Fundação Getúlio Vargas, visa tuto Brasileiro de Geografia e Estatís-
medir a variação dos preços da eco- tica (IBGE), tem por finalidade acom-
nomia, ponderando produção e con- panhar a oscilação dos preços de uma
sumo. É formado pela média ponde- cesta teórica de produtos que seria
85/201 Unidade 4 • O valor do dinheiro no tempo: juros simples, juros compostos, juros nominais, juros reais e inflação
comprada mensalmente por famílias
com renda entre 1 e 8 salários míni-
mos;
• IPCA – IBGE: Índice de Preços ao Con-
sumidor Amplo, apurado pelo Institu-
to Brasileiro de Geografia e Estatís- Para saber mais
tica (IBGE). É utilizado como medida As notícias referentes à economia, muitas vezes,
de inflação, abrangendo famílias com usam a palavra deflação. O termo pode gerar dú-
rendimento mensal na faixa de 1 a 40 vidas, porque poucas vezes há explicações sobre
salários mínimos. o seu significado. Deflação é o oposto de inflação,
Os indicadores citados podem ser facilmen- que significa o aumento geral de preços.
te encontrados na seção de Economia dos
principais jornais do país, ou até mesmo nos
principais portais de notícias da internet.
86/201 Unidade 4 • O valor do dinheiro no tempo: juros simples, juros compostos, juros nominais, juros reais e inflação
Glossário
Taxa efetiva: a taxa de juros efetivamente paga ou conseguida.
Valor presente: o valor corrente em unidades monetárias de um montante futuro; o montante
de dinheiro que teria de ser investido hoje a uma dada taxa de juros, por um período específico,
para se igualar ao montante futuro.
Perpetuidade: uma anuidade com vida infinita que fornece fluxos de caixa anuais contínuos.
87/201 Unidade 4 • O valor do dinheiro no tempo: juros simples, juros compostos, juros nominais, juros reais e inflação
?
Questão
para
reflexão
88/201
Considerações Finais
• O setor contábil emprega frequentemente cálculos de valor do dinheiro no
tempo, quando realiza a contabilidade de certas transações.
• Os juros compostos são os juros ganhos sobre um dado depósito que se tor-
naram parte do principal ao fim de um período específico.
• O principal é considerado o montante de dinheiro sobre o qual os juros são
pagos.
• A taxa nominal é a taxa contratual de juros cobrados por um financiador ou
prometido por um tomador de empréstimos.
89/201
Referências
ALMEIDA, Jarbas Thaunahy Santos de. Matemática financeira. Rio de Janeiro: LTC, 2016.
GITMAN, Lawrence J. Princípios de administração financeira – essencial. 2. ed. Porto Alegre:
Bookman, 2001.
HOJI, Masakazu. Administração financeira na prática: guia para educação financeira corporati-
va e gestão financeira pessoal. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
PUCCINI, Abelardo de Lima. Matemática Financeira: Objetiva e Aplicada. 7. ed. São Paulo: Sara-
iva, 2004.
SANVINCENTE, Antonio Zoratto. Administração financeira. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
90/201 Unidade 4 • O valor do dinheiro no tempo: juros simples, juros compostos, juros nominais, juros reais e inflação
Questão 1
1. A respeito de uma aplicação qualquer, assinale a alternativa correta.
a) Os juros compostos possuem maior rendimento, quando comparados aos juros simples, se o
período de aplicação for maior que 1.
b) Os juros simples possuem maior rendimento, quando comparados aos juros compostos, se o
período de aplicação for maior que 1.
c) Os juros compostos possuem menor rendimento, quando comparados aos juros simples, se
o período de aplicação for maior que 1.
d) Os juros compostos sempre possuem maior rendimento.
e) Os juros simples sempre possuem menor rendimento.
91/201
Questão 2
2. Um jovem investidor precisa escolher qual investimento lhe trará maior
retorno financeiro em uma aplicação de R$ 500,00. Para isso, pesquisa o
rendimento e o imposto a ser pago em dois investimentos: poupança e
CDB (certificado de depósito bancário). As informações obtidas estão re-
sumidas na tabela:
92/201
Questão 3
3. Uma aplicação de três meses foi remunerada, no período, a uma taxa
de 18%.
93/201
Questão 4
4. Uma nova indústria de estofados necessita de certa quantia para iniciar
seu capital de giro. Ao realizar uma pequena pesquisa entre os bancos da
cidade, três propostas foram apresentadas ao representante da indústria:
• Banco X: a empresa recebe hoje R$ 100.000,00 e paga R$ 130.000,00 após seis meses.
• Banco Y: a empresa recebe hoje R$ 96.000,00 e paga R$ 129.000,00 após seis meses.
• Banco Z: a empresa recebe hoje R$ 108.000,00 e paga R$ 142.000,00 após seis meses.
Nessas condições, considerando o regime de juros simples, a melhor proposta para a indústria de
estofados será:
a) a proposta do Banco X ou a proposta do Banco Y, já que as rentabilidades em ambos os ban-
cos são iguais;
b) a proposta do Banco X ou a proposta do Banco Z, já que as rentabilidades em ambos os ban-
cos são iguais;
c) a proposta do Banco Y;
d) a proposta do Banco Z;
e) a proposta do Banco X.
94/201
Questão 5
5. O gerente financeiro de uma empresa de serviços analisou as opções
de investimento A e B, apresentadas na tabela a seguir, sobre um capital
de R$ 100.000,00 no período de três anos. Em ambas as opções, os juros
são capitalizados anualmente a taxa de 10% ao ano, segundo regimes de
capitalização diferentes.
95/201
Questão 5
c) o investimento B é mais atrativo, porque os juros são calculados sobre o montante, o qual
inclui os juros do período anterior;
d) o investimento A é menos atrativo, porque os juros aumentam a cada período de forma ex-
ponencial;
e) o investimento A gera para a empresa montante inferior ao investimento B, ao final de cada
ano.
96/201
Gabarito
1. Resposta: A. 5. Resposta: C.
O juro composto supera o juro simples, se o Os juros compostos são maiores que os ju-
período for superior a 1. ros simples.
2. Resposta: D.
3. Resposta: C.
4. Resposta: E.
Objetivos
Financiamento espontâneo surge a partir das operações normais da empresa. As duas maio-
res fontes espontâneas de financiamento a curto prazo são duplicatas a pagar e contas a
pagar. À medida que as vendas da empresa aumentam, duplicatas a pagar aumentam em
resposta ao aumento das compras para produzir em níveis mais elevados. Também como res-
posta ao aumento no nível de vendas, as contas a pagar da empresa aumentam, ao passo
que os salários e impostos aumentam devido a maiores exigências de trabalho e aos maiores
impostos sobre as receitas mais altas da empresa. Não há, normalmente, um custo explícito
anexado a quaisquer desses passivos circulantes, apesar de eles terem certos custos explíci-
tos. De forma adicional, ambas são formas de financiamento a curto prazo sem garantia – fi-
nanciamentos a curto prazo obtidos sem que bens específicos sejam oferecidos em garantia.
Assim, ao final deste capítulo, o aluno será capaz de:
1. diferenciar as principais fontes de financiamento das empresas;
2. caracterizar as diferenças existentes entre as operações de curto e longo prazo;
3. explicar as principais operações de curto e longo prazo.
98/201
Introdução
Duplicatas a pagar são a principal fonte de gar é o número de dias até que o pagamento
financiamento a curto prazo sem garantia completo seja exigido. Sem levar em consi-
para empresas. Elas resultam de transa- deração se um desconto financeiro é ofere-
ções nas quais mercadorias são compradas, cido, o período de crédito associado a qual-
mas nenhuma promissória formal é assina- quer transação deve ser sempre indicado.
da que demonstre a obrigação do compra- Períodos de crédito geralmente variam de 0
dor para com o vendedor. O comprador, ao (zero) a 120 (cento e vinte) dias. A maioria
aceitar a mercadoria, concorda em pagar ao dos termos de crédito refere-se ao período
fornecedor o montante exigido, de acordo de crédito como o “período líquido”. A pala-
com os termos de crédito normalmente co- vra “líquido” indica que o total do montante
locados na fatura do fornecedor. da compra deve ser pago dentro do número
Os termos de crédito dos fornecedores de- de dias indicado a partir do início do perío-
terminam o período de crédito, o valor do do de crédito.
desconto financeiro oferecido, o período de Um desconto financeiro, se oferecido como
desconto financeiro e a data em que o perí- uma parte dos termos de crédito, é um des-
odo de crédito inicia. conto percentual do preço de compra, se o
O período de crédito de uma duplicata a pa- comprador pagar dentro de um período de
tempo determinado. Existem técnicas para
99/201 Unidade 5 • Fontes de financiamento e mudanças nos padrões de crédito (Fontes de financiamento)
analisar os benefícios de se obter um des- para o início do período de crédito é a data
conto financeiro, ou pagar ao final de um da fatura. Tanto o período do desconto fi-
período de crédito completo. nanceiro quanto o período líquido são en-
O período de desconto financeiro é o nú- tão mensurados a partir da desta data.
mero de dias após o início do período de Os termos de crédito que são oferecidos
crédito durante o qual o desconto financei- para uma empresa por seus fornecedores
ro é disponível. Frequentemente, o período permitem que ela atrase seus pagamentos
de desconto financeiro é curto. Muitas ve- por suas compras. Supondo-se que o cus-
zes, grandes clientes de empresas menores to do fornecedor de ter de esperar pelo re-
usam suas posições como clientes-chave cebimento da venda da mercadoria prova-
como uma forma de alavancagem, criando velmente já tenha sido inserido no preço da
condições de obter descontos financeiros mercadoria, o comprador já está pagando
muito além do fim do período de descontos por esse benefício. O comprador deveria,
financeiros. Essa estratégia, apesar de ser portanto, analisar cuidadosamente os ter-
eticamente questionável, não é incomum. mos de crédito para determinar a melhor
O início do período de crédito é colocado estratégia de negociação. Se a empresa
como parte dos termos de crédito do forne- possui termos de crédito que incluem um
cedor. Uma das designações mais comuns desconto financeiro, ela tem duas opções –
100/201 Unidade 5 • Fontes de financiamento e mudanças nos padrões de crédito (Fontes de financiamento)
aceitar ou dispensar o desconto financeiro. to corresponde aos juros sendo pagos pela
Se a empresa tem a intenção de aceitar um empresa para atrasar o pagamento. O dire-
desconto financeiro, ela deve pagar no úl- tor financeiro deve determinar se é interes-
timo dia do período de desconto. Não há sante aceitar um desconto financeiro. É im-
custo associado em se aceitar um desconto portante reconhecer que aceitar descontos
financeiro. Se a empresa escolhe dispensar financeiros pode representar uma fonte de
o desconto financeiro, ela deve pagar no úl- lucratividade adicional importante.
timo dia do período de crédito. Há um custo
implícito associado ao se dispensar um des-
conto financeiro. O custo de dispensar um
desconto financeiro é a taxa implícita de ju-
ros paga para atrasar o pagamento de uma
conta a pagar, por um número adicional de
dias.
Em outras palavras, o montante do descon-
101/201 Unidade 5 • Fontes de financiamento e mudanças nos padrões de crédito (Fontes de financiamento)
Para saber mais
Segundo Assaf Neto e Lima (2009), as operações financeiras são desenvolvidas basicamente no mercado
de crédito e no mercado monetário. A finalidade do mercado de crédito é atender à procura por recursos
financeiros de curto prazo da economia, cabendo aos bancos comerciais o desenvolvimento desse papel,
e sendo as modalidades básicas de crédito desse foco o desconto de notas promissórias e de duplicatas.
Enquanto isso, no mercado monetário, são feitas as operações com títulos públicos (Notas do Tesouro
Nacional e Letras do Tesouro Nacional) e valores mobiliários de renda fixa, dispondo as empresas de con-
dições de flexibilizar a sua liquidez (reduzindo ou aumentando-a). Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2010)
entendem que um dos aspectos críticos para o sucesso das empresas nacionais é justamente a obtenção
de financiamento de longo prazo devido às altas taxas de juros cobradas pelas instituições nacionais e
estrangeiras. Sendo que os fatores que contribuem para o desempenho desses juros altíssimos são:
• Altos níveis de inflação.
• Políticas fiscais instáveis.
• Baixo nível de poupança interna.
• Sistema financeiro não totalmente regulado.
• Altos percentuais de depósitos compulsórios sobre os depósitos à vista.
• Déficits públicos: grande consumidor dos recursos internos etc.
102/201 Unidade 5 • Fontes de financiamento e mudanças nos padrões de crédito (Fontes de financiamento)
Uma estratégia muitas vezes empregada por uma empresa é estender duplicatas a pagar – isto é,
pagar contas o mais tarde possível, sem prejudicar a avaliação de crédito da empresa. Tal estra-
tégia pode diminuir o custo de se dispensar descontos financeiros.
Link
A depender do investimento e prazo, ou seja, necessidade, existe uma linha de financiamento. Para
conhecer mais detalhes acerca do assunto, acesse o link indicado. SEBRAE. Conheça as fontes de fi-
nanciamento e as principais linhas de crédito. Disponível em: <https://www.sebrae.com.br/sites/
PortalSebrae/artigos/conheca-as-fontes-de-financiamento-e-as-principais-linhas-de-credi-
to,7475a8ce76801510VgnVCM1000004c00210aRCRD>. Acesso em: 6 abr. 2017.
A segunda fonte espontânea de financiamento de negócios a curto prazo são as contas a pagar.
Contas a pagar são passivos resultantes de serviços, cujo pagamento não foi realizado ainda. Os
itens mais comuns que são acumulados por uma empresa são os salários e os impostos. Tendo
em vista que impostos são pagamentos para o governo, seu acúmulo não pode ser manipulado
pela empresa.
103/201 Unidade 5 • Fontes de financiamento e mudanças nos padrões de crédito (Fontes de financiamento)
Entretanto, o acúmulo de salários pode ser pais – bancos e commercial papers. Diferen-
manipulado até certo ponto. Isso é possí- temente de fontes espontâneas de finan-
vel ao se atrasar o pagamento dos salários, ciamento a curto prazo sem garantia, finan-
recebendo um financiamento livre de ju- ciamentos de bancos e comercial papers são
ros dos empregados, que são pagos algum negociados e resultam de ações tomadas
tempo depois de terem feito seu trabalho. por parte do gestor financeiro. Financia-
O período de pagamento para empregados mentos bancários são mais populares, pois
por hora de trabalho é, muitas vezes, regula- eles estão disponíveis para empresas de to-
mentado por acordos sindicais ou leis esta- dos os portes; comercial papers tendem a es-
dual e federal. No entanto, em outros casos, tar disponíveis apenas para grandes empre-
cabe à administração da empresa decidir a sas. Adicionalmente, financiamentos inter-
frequência do pagamento. nacionais podem ser usados para sustentar
transações internacionais.
1. Fontes de financiamento a Bancos são uma fonte importante de finan-
curto prazo sem garantia ciamento a curto prazo sem garantia para
negócios. O principal tipo de financiamen-
Empresas obtêm financiamentos a curto
to realizado por bancos para negócio é o fi-
prazo sem garantia de duas fontes princi-
nanciamento a curto prazo, autoliquidável.
104/201 Unidade 5 • Fontes de financiamento e mudanças nos padrões de crédito (Fontes de financiamento)
Financiamentos que são autoliquidáveis A taxa de juros de um empréstimo bancá-
possuem a intenção meramente de conce- rio é tipicamente baseada na taxa de juros
der crédito à empresa, em picos sazonais, preferencial e pode ser uma taxa fixa ou flu-
suas necessidades de financiamento que tuante. Ela deve ser avaliada ao se encontrar
são devidas principalmente a aumentos de a taxa de juros efetiva. A taxa de juros pre-
duplicatas a receber e estoque. ferencial (prime rate) é a menor taxa de ju-
À medida que duplicatas a receber e esto- ros cobrada pelos principais bancos do país
ques são convertidos de caixa, os fundos em empréstimos para os melhores clientes.
necessários para liquidar esses financia- A taxa preferencial flutua com as mudanças
mentos são gerados. Em outras palavras, nas relações de oferta-demanda para fun-
o uso para o qual o dinheiro emprestado é dos a curto prazo. Bancos geralmente de-
empregado fornece o mecanismo através terminam a taxa a ser cobrada para vários
do qual o financiamento é ressarcido – por tomadores de empréstimo ao adicionar um
conseguinte, o termo autoliquidado. Ban- prêmio à taxa preferencial, para ajustá-la
cos emprestam fundos sem garantia, a cur- ao “fator de risco” dos tomadores de em-
to prazo, de três formas básicas: através de préstimos.
notas promissórias, linhas de crédito e acor- Empréstimos podem ter tanto taxas de juros
dos de crédito rotativos. fixas quanto flutuantes. Em uma taxa de em-
105/201 Unidade 5 • Fontes de financiamento e mudanças nos padrões de crédito (Fontes de financiamento)
préstimo fixa, a taxa de juros é determina- natureza algumas vezes volátil da taxa pre-
da com um incremento estabelecido acima ferencial e o uso disseminado de computa-
da taxa preferencial no dia do empréstimo dores por bancos para monitorar e calcular
e permanece sem variação nessa taxa fixa os juros de empréstimos têm sido responsá-
até o seu vencimento, podendo sofrer rea- veis pela popularidade de empréstimos com
justes, por exemplo, de acordo com a infla- taxas flutuantes.
ção. Em uma taxa de empréstimo flutuante,
o incremento acima da taxa preferencial é
inicialmente estabelecido e é permitido que Para saber mais
a taxa de juros “flutue”, ou varie, acima da Os intermediários financeiros fazem a captação
preferencial, de acordo com a variação da de poupanças e emprestam esses recursos finan-
taxa preferencial até seu vencimento. ceiros aos tomadores, desempenhando a função
de emprestar e de administrar os fundos de forma
Geralmente, o incremento acima da taxa
eficiente.
preferencial em um empréstimo a uma taxa
flutuante será menor do que uma taxa de Uma vez que a taxa anual nominal é estabe-
empréstimo fixa de risco equivalente, pois lecida, o método de se calcular juros é de-
o financiador assume um risco menor em terminado. Juros podem ser pagos quando
um empréstimo com uma taxa flutuante. A um empréstimo vence ou antecipadamen-
106/201 Unidade 5 • Fontes de financiamento e mudanças nos padrões de crédito (Fontes de financiamento)
te. A maioria dos empréstimos bancários assinada pelo tomador de empréstimo. A
para negócios requer o pagamento de ju- nota promissória estabelece os termos do
ros no seu vencimento. Quando os juros são empréstimo, os quais incluem a duração e
pagos antecipadamente, eles são deduzi- a taxa de juros do empréstimo. Esse tipo de
dos do empréstimo de forma que o tomador nota promissória a curto prazo geralmente
de empréstimos recebe na realidade menos possui um vencimento estabelecido entre 1
dinheiro do que o pedido. Empréstimos nos (um) mês e 9 (nove) meses. Os juros cobra-
quais juros são pagos antecipadamente são dos são geralmente amarrados de alguma
denominados por empréstimos com des- forma à taxa de juros preferencial e podem
conto. ser uma taxa fixa ou uma taxa flutuante.
Uma nota promissória pode ser obtida de Uma linha de crédito é um acordo entre um
um banco comercial por um tomador de banco comercial e uma empresa, especifi-
empréstimo digno de crédito no mercado. cando o montante de empréstimos a curto
Esse tipo de empréstimo é normalmente um prazo, sem garantia, que o banco tornará
negócio “isolado”, feito quando a empresa disponível para a empresa durante um cer-
que toma emprestado necessita de fundos to período de tempo. Um acordo de linha de
por um curto período. O instrumento resul- crédito é tipicamente feito para um perío-
tante é uma nota promissória, que deve ser do de um ano e, muitas vezes, coloca certas
107/201 Unidade 5 • Fontes de financiamento e mudanças nos padrões de crédito (Fontes de financiamento)
limitações para quem toma emprestado. ela elimina a necessidade de examinar o va-
Não é um empréstimo garantido, mas indi- lor do crédito de um cliente cada vez que ele
ca que, se o banco tem fundos disponíveis tome dinheiro emprestado.
suficientes, ela permitirá que o tomador de A taxa de juros de uma linha de crédito é
empréstimos deva até um certo montante normalmente estabelecida como uma taxa
de caixa. O montante de uma linha de cré- flutuante – a taxa preferencial mais uma
dito é o montante máximo que a empresa percentagem. Se a taxa preferencial muda,
pode dever a um banco em qualquer ponto a taxa de juros cobrada em um empréstimo
do tempo. novo, assim como um já emitido, automati-
Quando solicita uma linha de crédito, pode camente muda. O montante em excesso da
ser exigido do tomador de empréstimo que taxa preferencial, que é cobrado do toma-
apresente documentos como seu orçamen- dor de empréstimo, depende da qualidade
to de caixa, sua demonstração de resultados do seu crédito. Quanto melhor for o crédito
projetados e suas demonstrações financei- do tomador de empréstimo, menor o incre-
ras mais recentes. Se o banco considera o mento em juros acima da preferencial e vi-
cliente aceitável, a linha de crédito será es- ce-versa.
tendida. A maior atração de uma linha de
crédito do ponto de vista de um banco é que
108/201 Unidade 5 • Fontes de financiamento e mudanças nos padrões de crédito (Fontes de financiamento)
cialmente analisadas por uma auditoria.
Link Adicionalmente, o banco geralmente ne-
cessita ser informado de mudanças em po-
O Banco Central do Brasil reduziu os juros em li- sições-chave na administração ou nas ope-
nha de crédito para empresas e pessoas físicas rações da empresa, antes que as mudanças
em 2017. TVNBR. Redução de juros em linhas ocorram. Tais mudanças podem afetar o fu-
de crédito é anunciada. Disponível em: <https:// turo sucesso e a capacidade de pagamento
www.youtube.com/watch?v=AoV_mL55T- das dívidas da empresa e, portanto, podem
mc>. Acesso em: 6 abr. 2017. alterar o status de seu crédito. Se o banco
não concorda com as mudanças propostas
Em um acordo de linha de crédito, um ban- e a empresa mesmo assim as leva adiante,
co pode impor restrições a mudanças ope- o banco tem o direito de revogar a linha de
racionais, que lhe garante o direito de revo- crédito.
gar a linha de crédito se quaisquer mudan-
ças importantes ocorrerem nas condições
financeiras ou operacionais da empresa. É
normalmente exigido da empresa que apre-
sente para uma revisão periódica demons-
trações financeiras atualizadas e preferen-
109/201 Unidade 5 • Fontes de financiamento e mudanças nos padrões de crédito (Fontes de financiamento)
Glossário
Financiamento espontâneo: é assim denominado porque processa com o desenvolvimento
das atividades da empresa e não há custo implícito.
Taxa de juros preferencial: taxa de juros menor, cobrada pelos principais bancos do país em fi-
nanciamento para os melhores clientes.
Commercial paper: uma forma de financiamento que consiste de notas promissórias sem ga-
rantia, a curto prazo, emitidas por empresas com um alto crédito no mercado.
110/201 Unidade 5 • Fontes de financiamento e mudanças nos padrões de crédito (Fontes de financiamento)
?
Questão
para
reflexão
111/201
Considerações Finais
112/201
Referências
ALMEIDA, Jarbas Thaunahy Santos de. Matemática financeira. Rio de Janeiro: LTC, 2016.
GITMAN, Lawrence J. Princípios de administração financeira – essencial. 2. ed. Porto Alegre:
Bookman, 2001.
HOJI, Masakazu. Administração financeira na prática: guia para educação financeira corporati-
va e gestão financeira pessoal. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
SANVINCENTE, Antonio Zoratto. Administração financeira. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
113/201 Unidade 5 • Fontes de financiamento e mudanças nos padrões de crédito (Fontes de financiamento)
Questão 1
1. Uma estratégia que é muitas vezes empregada por uma empresa para di-
minuir o custo de se dispensar descontos financeiros:
114/201
Questão 2
2. Representam as duas principais fontes de financiamento a curto prazo
sem garantia para empresas:
115/201
Questão 3
3. A taxa de juros de um empréstimo bancário é tipicamente baseada na
taxa de juros preferencial e pode ser uma taxa fixa ou:
a) inercial
b) flutuante
c) autêntica
d) retornável
e) nominal
116/201
Questão 4
4. É correto afirmar que o comportamento do investidor:
a) agressivo é de aceitar correr os riscos necessários para investir e vencer no mercado finan-
ceiro;
b) típico perante o risco é o comportamento de aversão ao risco. Isso significa que, dado um
mesmo nível de risco para diversos investimentos, o investidor sempre vai optar pelo inves-
timento de maior retorno;
c) típico perante o risco é de enfrentamento com conhecimento e responsabilidade, visando
às melhores decisões;
d) típico perante o risco é o comportamento de prevenção ao risco. Isso significa que devemos
fazer seguro para garantir que o risco não seja muito acima do retorno esperado;
e) típico perante o risco é de obter o conhecimento necessário para investir e crescer.
117/201
Questão 5
5. O investidor típico é avesso ao risco, por isso sempre deseja ter o maior
retorno e o menor risco possível. Num cenário que possui o mesmo nível
de risco para diversos investimentos, seu comportamento deve ser:
a) por ter aversão ao risco, aportar seu investimento nos produtos de menor retorno, porém
mais seguros;
b) investir parte em produtos mais arriscados e outra parte em produtos mais seguros;
c) deixar de investir, uma vez que os investimentos possuem um mesmo nível de risco;
d) optar sempre pelo investimento de maior retorno;
e) deixar de investir, pois o investidor tem aversão ao risco.
118/201
Gabarito
1. Resposta: A. 3. Resposta: B.
Uma estratégia que é muitas vezes empre- A taxa de juros de um empréstimo bancário é
gada por uma empresa é estender dupli- tipicamente baseada na taxa de juros prefe-
catas a pagar – isto é, pagar contas o mais rencial e pode ser uma taxa fixa ou flutuante.
tarde possível, sem prejudicar a avaliação
de crédito da empresa. Tal estratégia pode 4. Resposta: B.
diminuir o custo de se dispensar descontos
Verificação simples do conceito: o típico pe-
financeiros.
rante o risco é o comportamento de aversão
ao risco. Isso significa que, dado um mesmo
2. Resposta: C.
nível de risco para diversos investimentos,
Duplicatas a pagar são a principal fonte de o investidor sempre vai optar pelo investi-
financiamento a curto prazo sem garantia mento de maior retorno.
para empresas. A segunda fonte espontâ-
5. Resposta: C.
nea de financiamento de negócios a curto
prazo são as contas a pagar. Comportamento conservador: deixar de in-
vestir, uma vez que os investimentos pos-
suem um mesmo nível de risco.
119/201
Unidade 6
Estrutura de Capital e Avaliação (WACC)
Objetivos
A alavancagem envolve o uso de custos fixos para aumentar os retornos. Seu uso na estrutura
de capital da empresa possui o potencial de aumentar seu retorno e risco. Alavancagem e es-
trutura de capital são conceitos estreitamente relacionados às decisões de orçamento de ca-
pital através do custo de capital. Esses tópicos podem ser usados para minimizar os custos de
capital da empresa e maximizar a riqueza de seus proprietários. Esse tema discute conceitos
e técnicas de alavancagem e estrutura de capital, assim como a forma que a empresa pode
utilizá-los para criar a melhor estrutura de capital. Ao final deste capítulo, o aluno deverá ser
capaz de:
1. conceituar a alavancagem operacional, multiplicando os retornos;
2. apresentar o impacto dos custos operacionais nos processos decisórios do negócio;
3. gerenciar os custos operacionais para tomar decisões.
120/201
Introdução
Link
No que tange à estrutura de capital, temos alguns indicadores. O endividamento total representa o
quanto dos ativos ainda não foram pagos. Participação de capital de terceiros: mede a proporção entre
as dívidas e o patrimônio líquido. Um estudo sobre este assunto é abordado no link indicado. OLIVEIRA,
Guilherme Resende et al. Determinantes da Estrutura de Capital das Empresas Brasileiras: uma abor-
dagem em regressão quantílica. Disponível em: <https://www.bcb.gov.br/pec/wps/port/TD272.
pdf>. Acesso em: 6 abr. 2017.
Todos os itens do lado direito do balanço da empresa, excluindo passivos circulantes, são fontes
de capital. O desdobramento básico do capital total se dá em capital próprio (patrimônio líquido)
e capital de terceiros (endividamento). É claro que, apesar de a estrutura de capital ser financeira-
mente importante, ela, assim como muitas decisões de negócios, é geralmente menos relevante
que os produtos e serviços da empresa. Na prática, uma empresa pode provavelmente aumentar
132/201
Considerações Finais
ALMEIDA, Jarbas Thaunahy Santos de. Matemática financeira. Rio de Janeiro: LTC, 2016.
GITMAN, Lawrence J. Princípios de administração financeira – essencial. 2. ed. Porto Alegre:
Bookman, 2001.
HOJI, Masakazu. Administração financeira na prática: guia para educação financeira corporati-
va e gestão financeira pessoal. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
SANVINCENTE, Antonio Zoratto. Administração financeira. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
136/201
Questão 2
2. Uma empresa para ser implantada e operada necessita de recursos. A
esse respeito, é correto afirmar que:
a) só existem duas fontes de capital para financiar as empresas: capital próprio e capital dos
sócios;
b) existem diversas fontes de capital: capital de longo prazo, capital de curto prazo, capital de
giro, capital próprio e capital de terceiros;
c) só existem três fontes de capital para financiar as empresas: capital do governo, capital de
terceiros e capital de credores;
d) só existem duas fontes de capital para financiar as empresas: capital de terceiros e capital de
credores;
e) só existem duas fontes de capital para financiar as empresas: capital próprio e capital de
terceiros.
137/201
Questão 3
3. Leia as afirmativas a seguir e classifique-as em verdadeiras (V) ou fal-
sas (F):
( ) Capital de terceiros é o capital de credores, também conhecido como capital obtido por dívi-
das.
( ) A empresa busca empréstimos nas instituições financeiras por meio da venda de suas ações e
assim capta capital de terceiros.
( ) A empresa busca empréstimos nas instituições financeiras, assinando contratos de emprésti-
mos ou lançando (vendendo) títulos de dívidas (debêntures) no mercado.
( ) Estrutura de capital é o quanto de capital de terceiros (D) e o quanto de capital próprio (S) fi-
nanciam as operações da empresa. É a relação D/S.
( ) Existem diversas fontes de capital para financiar as empresas, dependendo da atividade de
cada uma delas. O sócio define a melhor estrutura de capital, podendo fazer um mix dessas fon-
tes e escolhendo a estrutura ótima, que o levará a obter a melhor lucratividade e os melhores
resultados.
138/201
Questão 3
139/201
Questão 4
4. A respeito das fontes de capital para financiar a empresa, é correto afir-
mar que:
a) existem apenas os capitais do governo, terceiros e credores como fontes para financiar as
empresas;
b) existem as fontes de capitais: próprio e dos sócios para financiar as empresas;
c) só existem duas fontes de capital para financiar as empresas: capital próprio e capital de
terceiros.
d) existem fontes de capitais de terceiros e credores para financiar as empresas;
e) existem diversas fontes de capital: capital de longo prazo, capital de curto prazo, capital de
giro, capital próprio e capital de terceiros.
140/201
Questão 5
5. No campo das finanças, os três tipos básicos de alavancagem são:
141/201
Gabarito
1. Resposta: A. 4. Resposta: C.
Classificação realizada com base no mate- São apenas duas as fontes de capital: pró-
rial de aula. Diferenças entre capital próprio prio ou de terceiros.
e capital de terceiros.
5. Resposta: E.
2. Resposta: E.
A alavancagem é a capacidade que uma
São apenas duas as fontes de capital: pró- empresa possui para utilizar ativos ou re-
prio ou de terceiros. cursos externos, tomados a um custo fixo,
visando maximizar o lucro de seus sócios,
3. Resposta: E. sendo classificada por operacional, finan-
ceira e total.
Questão dicotômica. Associando situações
ora verdadeiras ora falsas, com base no
conceito desenvolvido no tema.
142/201
Unidade 7
Análise da gestão de recursos (WACC). Custo de capital de terceiros, de sócios
Objetivos
O custo de capital é usado para selecionar investimentos de capital que aumentem o valor do
acionista. Por ora, vamos demonstrar como o custo de capital é calculado, considerando os
custos de dívidas a longo prazo, as ações preferenciais, as ações ordinárias, os lucros retidos
e como combiná-los para determinar duas medidas importantes de custo de capital que a
empresa utilizará na tomada de decisões de financiamentos e investimentos a longo prazo.
Neste tema, você estará apto a:
1. compreender o conceito de custo de capital, bem como entender como é calculado e as
medidas de suas variáveis;
2. caracterizar os diferentes tipos de custo de capital;
3. explicar o custo de capital de terceiros e o custo de capital próprio.
143/201
Introdução
O custo de capital é um conceito financeiro mercado de suas ações. Ele também pode
importante. Ele age como um forte elo entre ser considerado como a taxa de retorno exi-
as decisões de investimento de longo pra- gida pelos fornecedores de capital do mer-
zo da empresa e a riqueza dos proprietários, cado para atrair seus fundos para a empre-
como determinado pelos investidores no sa. Se o risco é mantido constante, projetos
mercado. Ele é, na verdade, o “número mági- com uma taxa de retorno abaixo do custo de
co”, que é usado para decidir se uma propos- capital diminuirão o valor da empresa.
ta de investimento corporativo aumentará
ou diminuirá o preço das ações da empresa.
De forma clara, apenas aqueles investimen-
tos prováveis de aumentar o preço das ações
Link
Os cálculos de quanto custa para a empresa o di-
seriam recomendáveis. Devido ao seu pape- nheiro que ela utiliza podem ser analisados na lei-
l-chave na tomada de decisões financeiras, tura da matéria recomendada. EXAME. Como cal-
não há como não enfatizar demasiadamente cular o custo do capital próprio no seu negócio.
a importância do custo de capital. Disponível em: <http://exame.abril.com.br/
O custo de capital é a taxa de retorno que pme/como-calcular-o-custo-do-capital-
uma empresa deve obter sobre seus proje- -proprio-no-seu-negocio/>. Acesso em: 6 abr.
tos de investimento para manter o valor de 2017.
144/201 Unidade 7 • Análise da gestão de recursos (WACC). Custo de capital de terceiros, de sócios
O custo de capital é estimado em um deter- sas levantarem dinheiro em grandes lotes,
minado ponto no tempo. Ele reflete a mé- elas tendem para uma direção desejada de
dia futura esperada de custos dos fundos, combinação de financiamento.
baseado na melhor informação disponível.
Apesar de as empresas geralmente levanta-
rem recursos de uma vez, o custo do capital
Para saber mais
deveria refletir uma inter-relação de ativi- O custo total de capital está associado à taxa de
dades financeiras. Por exemplo, se uma em- retorno exigida de um investimento. Ao tomar
presa levanta fundos através de dívidas (to- uma decisão de investimento, a empresa deve re-
mando emprestado) hoje, é provável que al- correr ao mercado de capitais para buscar finan-
guma forma de capital próprio como ações ciamento. O retorno exigido pelos proprietários
ordinárias terá de ser usada da próxima vez. desses recursos (credores e acionistas) é a base
A maioria das empresas mantém uma com- para estimar o custo de capital.
binação ótima de financiamento delibera-
da de capital de terceiros e capital próprio. Para capturar as inter-relações de financia-
Essa combinação é usualmente chamada de mentos, levando em consideração uma es-
estrutura de capital-alvo. Isso é suficiente trutura de capital-alvo, precisamos olhar
aqui para afirmar que, apesar de as empre- para o custo de capital como um todo, em
145/201 Unidade 7 • Análise da gestão de recursos (WACC). Custo de capital de terceiros, de sócios
vez de o custo de uma fonte específica de tura de capital. O custo específico de cada
fundos usados para financiar um determi- uma das fontes de financiamento é o custo
nado dispêndio. após o imposto de renda de obter o finan-
ciamento hoje, não o custo histórico, refle-
Nossa preocupação é apenas com as fontes
tido pelo financiamento existente nos regis-
a longo prazo de fundos disponíveis para
tros contábeis das empresas. Técnicas para
uma empresa, pois essas fontes suprem o fi- determinação do custo específico de cada
nanciamento permanente. O financiamen- fonte de fundos a longo prazo serão expli-
to a longo prazo suporta os investimentos cadas adiante.
da empresa em ativos permanentes.
Embora essas técnicas tendam a desen-
Existem quatro fontes básicas de fundos a volver valores precisamente calculados, os
longo prazo para os negócios de uma em- valores resultantes são, na melhor das cir-
presa: dívidas a longo prazo, ações prefe- cunstâncias, aproximações grosseiras devi-
renciais, ações ordinárias e lucros retidos. do às inúmeras hipóteses e previsões que os
Apesar de nem todas as empresas usarem embasam. Ainda que tenhamos aproximado
os custos calculados o mais próximo possí-
cada um desses métodos de financiamento,
vel, não é incomum para gestores financei-
é esperado de cada empresa que tenha fun-
ros usarem na prática custos aproximados,
dos de alguma dessas fontes em sua estru-
porque esses valores são meras estimativas.
146/201 Unidade 7 • Análise da gestão de recursos (WACC). Custo de capital de terceiros, de sócios
Para saber mais
O gestor financeiro é o profissional responsável por obter e administrar os recursos financeiros neces-
sários à empresa para que ela atinja e mantenha seu nível de atividade desejado. Para isso, ele tem de
interpretar dados contábeis e utilizá-los para auxiliar na tomada de decisões, aumentando o caixa e ge-
rando maior lucro. A curto prazo, o gestor financeiro tem como função gerir a tesouraria da empresa e
ser responsável pelos pagamentos e recebimentos, cobrindo eventuais déficits e decidindo como melhor
aplicar caso haja excedente. A longo prazo, sua função é definir a estratégia de financiamento para que
a empresa mantenha sua estabilidade e maximize seus resultados líquidos. Deve decidir a quantidade
de capital próprio e capital de terceiros a ser melhor utilizado, obter recursos financeiros da forma mais
vantajosa possível atentando-se a juros e custos, aplicar racionalmente os recursos obtidos de forma a
conseguir estabilidade e bons níveis de rentabilidade, controlar a aplicação de lucros obtidos e analisar a
situação econômica da empresa.
O custo de dívidas a longo prazo é o custo hoje, pós-imposto de renda, de levantar fundos a lon-
go prazo através de empréstimos tomados. Por conveniência, geralmente levamos em conside-
147/201 Unidade 7 • Análise da gestão de recursos (WACC). Custo de capital de terceiros, de sócios
ração que os fundos são levantados através igual à taxa de juros do cupom. Por exemplo,
da venda de títulos de dívida. um título com uma taxa de juros de cupom
A maioria das dívidas a longo prazo de so- de 10%, que tem recebimentos líquidos
ciedades anônimas ocorre através de títulos iguais ao valor de face do título de $ 1.000,
de dívida. Os rendimentos líquidos da venda teria um custo antes do imposto de 10%.
de um título de dívida, ou qualquer ação, são Essa abordagem encontra o custo da dívida
os fundos recebidos de fato de uma venda. antes do imposto, através do cálculo da taxa
Os custos de lançamento – custos totais de interna de retorno (TIR) sobre os fluxos de
se emitir e vender um título – reduzem os re- caixa do título. Do ponto de vista de quem
cebimentos líquidos da venda. emite, esse valor pode ser referido como
O custo da dívida antes do imposto de ren- sendo o custo até o vencimento dos fluxos
da, para um título, pode ser obtido em qual- de caixa associados à dívida. O custo até o
quer uma das três formas – cotação, cálculo vencimento pode ser calculado usando-se a
ou aproximação. técnica de tentativa e erro para encontrar o
TIR. Ele representa o custo percentual anual
Quando os recebimentos líquidos da venda da dívida antes do imposto de renda.
de um título igualam-se ao seu valor nomi-
nal, o custo antes do imposto de renda seria
148/201 Unidade 7 • Análise da gestão de recursos (WACC). Custo de capital de terceiros, de sócios
Ações preferenciais representam um tipo clarados como sendo uma taxa percentual
especial de participação dos proprietários anual. Essa taxa representa a porcentagem
na empresa. Elas dão aos acionistas pre- do valor nominal da ação ou de face da ação
ferenciais o direito de receberem seus di- que se iguala ao dividendo anual. Antes de
videndos declarados antes que quaisquer o custo de ações preferenciais ser calcula-
lucros possam ser distribuídos para os acio- do, quaisquer dividendos declarados como
nistas comuns. Tendo em vista que a ação sendo porcentagens devem ser convertidos
preferencial é uma forma de propriedade, para dividendos anuais em unidades mone-
é provável que os valores auferidos de sua tárias.
venda sejam mantidos por um período infi- O custo da ação preferencial é o quociente
nito de tempo. do dividendo da ação preferencial em rela-
A maior parte dos dividendos de ações pre- ção aos rendimentos líquidos da empresa
ferenciais é declarada como um montante da venda das ações preferenciais – isto é,
em unidades monetárias. Quando os divi- a relação entre o “custo” da ação preferen-
dendos são colocados dessa forma, a ação cial, na forma de seus dividendos anuais e o
é referida, muitas vezes, como “uma ação montante de recursos conseguidos através
x-unidades monetárias”. Algumas vezes, da emissão da ação preferencial. Os rendi-
dividendos de ações preferenciais são de- mentos líquidos representam o montante
149/201 Unidade 7 • Análise da gestão de recursos (WACC). Custo de capital de terceiros, de sócios
de dinheiro a ser recebido, menos quaisquer custo das ações ordinárias. Uma usa o mo-
custos de lançamento. Um ajuste no impos- delo de valorização de crescimento cons-
to de renda não é necessário porque os di- tante; a outra se baseia no modelo de preci-
videndos das ações preferenciais são pagos ficação de ativos de capital (CAPM).
no fluxo de caixa da empresa pós-imposto O modelo de valorização de crescimento
de renda. constante – o modelo Gordon – baseia-se
O custo da ação ordinária é o retorno exi- na premissa amplamente aceita de que o
gido da ação pelos investidores no mercado valor de uma ação é igual ao valor presente
de ações. Existem duas formas de financia- do fluxo de todos os dividendos futuros (que
mento através de ações ordinárias: (1) lu- se presume cresça a uma taxa constante) ao
cros retidos e (2) novas emissões de ações longo de um horizonte de tempo infinito.
ordinárias. Como um primeiro passo em O modelo de precificação de ativos de ca-
encontrar cada um desses custos, devemos pital (CAPM) descreve a relação entre o re-
estimar o custo da ação ordinária. torno exigido, ou custo das ações ordinárias
O custo da ação ordinária é a taxa pela qual e os riscos não diversificáveis da empresa,
os investidores descontam os dividendos medidos pelo coeficiente beta. Usando o
esperados da empresa para determinar o CAPM, o custo das ações ordinárias é o re-
valor de suas ações. Duas técnicas medem o torno exigido pelos investidores como uma
150/201 Unidade 7 • Análise da gestão de recursos (WACC). Custo de capital de terceiros, de sócios
compensação para o risco não diversificável Três pontos importantes devem ser notados
da empresa, medido pelo beta. no WACC:
Após a apresentação dos métodos para cal- 1. Por uma conveniência computacional,
cular o custo de fontes específicas de finan- é melhor converter os pesos para a
ciamento, podemos verificar técnicas para forma decimal ou deixar os custos es-
determinar o custo total do capital. Como pecíficos em termos de percentagem.
notado anteriormente, o custo médio pon- 2. A soma dos pesos deve ser igual a 1.
derado de capital (CMePC – Weighted Ave- Colocado de forma simples, todos os
rage Cost of Capital) reflete o custo futuro componentes da estrutura de capital
médio esperado de fundos a longo prazo. Ele devem ser considerados.
é encontrado pela ponderação do custo de
3. O peso das ações ordinárias da empre-
cada tipo específico de capital por sua pro-
sa é multiplicado pelo custo dos lucros
porção na estrutura de capital da empresa.
retidos ou pelo custo de novas ações
O cálculo do WACC ou CMePC é realizado ordinárias. O custo utilizado depende
através da multiplicação do custo específi- de as ações ordinárias da empresa se-
co de cada forma de financiamento por sua rem financiadas usando lucros retidos
proporção na estrutura de capital da em- ou novas ações ordinárias.
presa e somando os valores ponderados.
151/201 Unidade 7 • Análise da gestão de recursos (WACC). Custo de capital de terceiros, de sócios
em seu valor de mercado. Os pesos de valor
Link de mercado são sedutores, pois os valores
de mercado dos títulos se aproximam bas-
As equações utilizadas para estimar o WACC e a tante do valor real em dinheiro a ser rece-
apresentação do método CAPM são indicadas no bido por sua venda. Mais ainda, tendo em
link sugerido. ANACOM. Custo de capital. Dis- vista que o custo de vários tipos de capital
ponível em: <https://www.anacom.pt/render. é calculado usando preços predominantes
jsp?categoryId=158376>. Acesso em: 6 abr. reais de mercado, parece razoável usar pe-
2017. sos de valor de mercado. De forma comple-
mentar, os fluxos de caixa de investimentos
Pesos podem ser calculados baseado no va- a longo prazo para os quais o custo de ca-
lor contábil ou no valor de mercado e usan- pital é aplicado são estimados em termos
do proporções históricas ou alvos. de valores de mercado correntes, assim
Os pesos de valor contábil usam valores da como futuros. Os pesos de valor de mer-
contabilidade para medir a proporção de cado são claramente preferidos a pesos de
cada tipo de capital na estrutura financeira valor contábil.
da empresa. Os pesos de valor de mercado Pesos históricos podem ser pesos de va-
medem a proporção de cada tipo de capital lor de mercado ou contábeis, baseados nas
152/201 Unidade 7 • Análise da gestão de recursos (WACC). Custo de capital de terceiros, de sócios
proporções reais de estrutura de capital. Por capital, a escolha dos pesos não pode ser
exemplo, proporções de valor contábil pas- crítica. No entanto, de um ponto de vista es-
sados ou correntes constituem uma forma tritamente teórico, o esquema preferível de
de ponderação histórica, assim como pro- ponderação é o de proporções de valor-alvo
porções de valor de mercado passados ou de mercado.
correntes. Tal esquema de ponderação se-
ria, portanto, baseado em proporções reais
– em vez de desejáveis. Para saber mais
Pesos-alvo, que também podem ser fun- A taxa de juros é um importante instrumento de
damentados tanto em valores de mercado política econômica utilizado pelos governos. Em
quanto contábeis, refletem as proporções economias emergentes, a prática de altas taxas
de estrutura de capital desejadas da empre- de juros tem sido usada para atrair capital exter-
sa. Empresas usando pesos-alvo estabele- no. Quanto maiores forem as incertezas, maiores
cem tais proporções com base na estrutura serão os riscos e, portanto, maiores deverão ser
de capital “ótima” que elas gostariam de al- os retornos dos investimentos. As taxas de juros
cançar. determinam o custo do capital e flutuam muito
Quando se considera a natureza aproxima- no longo prazo, o que dificulta a estimativa das
da do cálculo do custo médio ponderado de taxas futuras.
153/201 Unidade 7 • Análise da gestão de recursos (WACC). Custo de capital de terceiros, de sócios
Glossário
Custo de capital: a taxa de retorno que uma empresa deve obter sobre seus projetos de investi-
mentos para manter seu valor de mercado e atrair fundos.
Estrutura de capital-alvo: a combinação de financiamento ótima desejada entre capital de
terceiros e capital próprio, que a maioria das empresas tenta manter.
WACC: reflete o custo futuro médio esperado de fundos a longo prazo; encontrado pela ponde-
ração do custo de cada tipo específico de capital por sua proporção na estrutura de capital da
empresa.
154/201 Unidade 7 • Análise da gestão de recursos (WACC). Custo de capital de terceiros, de sócios
?
Questão
para
reflexão
155/201
Considerações Finais
156/201
Referências
ALMEIDA, Jarbas Thaunahy Santos de. Matemática financeira. Rio de Janeiro: LTC, 2016.
GITMAN, Lawrence J. Princípios de administração financeira – essencial. 2. ed. Porto Alegre:
Bookman, 2001.
HOJI, Masakazu. Administração financeira na prática: guia para educação financeira corporati-
va e gestão financeira pessoal. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
SANVINCENTE, Antonio Zoratto. Administração financeira. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
157/201 Unidade 7 • Análise da gestão de recursos (WACC). Custo de capital de terceiros, de sócios
Questão 1
1. A sigla CMPC significa a taxa do Custo Médio Ponderado de Capital de um
ativo (projeto ou empresa), que é quanto custa em termos percentuais o mix
do capital próprio e do capital de terceiros. No contexto do CMPC, é correto
afirmar que serve para determinar quanto custa o capital para:
a) os investidores. Caso o gestor não saiba qual é o CMPC da empresa, não terá como financiar
a empresa, pois não saberá quanto de capital próprio e quanto de capital de terceiros deverá
investir;
b) a empresa. É de fundamental importância que o gestor saiba qual é o CMPC da empresa para
que possa tomar as decisões de investimento;
c) a empresa. Caso o gestor não saiba qual é o CMPC da empresa, não terá como financiar a
empresa, pois não saberá quanto de capital próprio e quanto de capital de terceiros deverá
investir;
d) a empresa. Caso o gestor não saiba qual é o CMPC da empresa, não terá como tomar deci-
sões, pois não saberá se algum projeto vai dar lucro ou prejuízo;
e) os investidores. Caso o gestor não saiba qual é o CMPC da empresa, não terá como tomar
decisões, pois não saberá se algum projeto vai dar lucro ou prejuízo.
158/201
Questão 2
2. O Modelo de Precificação de Ativos (CAPM) parte da premissa de que a
taxa de retorno deve remunerar os investidores pelo:
a) risco do investimento;
b) risco do investimento e pela incerteza dos retornos;
c) retorno do mercado;
d) risco do investimento e pela variação a que o investimento está sujeito;
e) risco do investimento e pelo tempo que durar o investimento.
159/201
Questão 3
3. Assinale a alternativa correta. Risco sistemático ou não diversificável é
o risco que:
a) não pode ser eliminado, independente do número de papéis investidos pela carteira, tam-
bém chamado risco de mercado ou risco sistemático;
b) pode e deve ser eliminado pelo gestor com a aplicação das ferramentas gerenciais do mer-
cado;
c) deve ser eliminado, pois o projeto apresenta risco de dar prejuízo;
d) não deve ser eliminado, pois, caso seja eliminado ou reduzido, o retorno cai dramaticamen-
te, afetando a lucratividade do investimento;
e) pode ser eliminado pelos princípios de diversificação, também chamado risco idiossincráti-
co ou risco específico.
160/201
Questão 4
4. A fim de obtermos os benefícios da diversificação de nossos investi-
mentos, para selecionar o conjunto de ativos que formam nossa carteira,
devemos:
161/201
Questão 5
5. Assinale a alternativa que apresenta o que é CAPM:
a) A taxa média do custo do capital de um projeto, ou seja, a média ponderada entre capital
próprio e capital de terceiros.
b) Uma fórmula que serve para medir o risco dos investimentos no mercado de capitais.
c) Um modelo que serve para determinar a taxa de retorno adequada ao risco de um investi-
mento.
d) Um modelo que serve para determinar se um projeto é ou não lucrativo.
e) A sigla para Capital Asset Pricing Model e serve para determinar o capital necessário para
investir em um modelo.
162/201
Gabarito
1. Resposta: D. 5. Resposta: C.
2. Resposta: E.
3. Resposta: A.
4. Resposta: E.
Objetivos
164/201
Introdução
177/201
Considerações Finais (1/3)
178/201
Considerações Finais (2/3)
• A maior vantagem do payback é a facilidade de se fazer o cálculo, pois se
consideram apenas os valores das entradas e saídas de caixa, demonstra-
dos em diagrama de fluxo de caixa, por exemplo. A principal deficiência do
payback é a de não precisar com exatidão o período exato de retorno do in-
vestimento, pois desconsidera o valor do dinheiro no tempo.
• O Valor Presente Líquido (VPL) é uma das técnicas consideradas sofisticadas
em análise de projetos, e é obtida calculando-se o valor presente de uma
série de fluxos de caixa (pagamentos ou recebimentos) com base em uma
taxa de custo de oportunidade conhecida ou estimada, subtraindo-se o in-
vestimento inicial.
• O Índice de Lucratividade (IL), também conhecido como índice Benefício/
Custo (IBC), é medido pela relação entre o valor presente dos fluxos de en-
trada de caixa e do de saída.
179/201
Considerações Finais (3/3)
• A Taxa Interna de Retorno (TIR), a exemplo do VPL, é uma das técnicas con-
sideradas sofisticadas em análise de projetos, talvez até mais do que o pró-
prio valor presente líquido.
• A TIR, do inglês Internal Rate of Return (IRR), apresenta os resultados em por-
centagem, e não em valores monetários como o VPL.
180/201
Referências
ALMEIDA, Jarbas Thaunahy Santos de. Matemática financeira. Rio de Janeiro: LTC, 2016.
CAMARGO, Camila. Análise de investimentos e demonstrativos financeiros. Curitiba: Ipbex,
2007.
GITMAN, Lawrence J. Princípios de administração financeira – essencial. 2. ed. Porto Alegre:
Bookman, 2001.
HOJI, Masakazu. Administração financeira na prática: guia para educação financeira corporati-
va e gestão financeira pessoal. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
SANVINCENTE, Antonio Zoratto. Administração financeira. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
VIRGILLITO, Salvatore Benito. Princípios de matemática financeira e análise de investimentos.
3. ed. São Paulo: EDICON, 2009.
I. O VPL é a diferença entre o valor investido e o valor dos benefícios esperados, descontados para
a data inicial, usando-se como taxa de desconto a Taxa Mínima de Atratividade, que representa
o custo de capital para o projeto.
II. A condição necessária para o VPL é que os fluxos de caixa esperados do projeto sejam reinves-
tidos à Taxa Mínima de Atratividade do projeto.
III. Um projeto com VPL > 0, necessariamente, cria valor ao empreendimento, visto que a taxa
interna de retorno do projeto será maior que o custo de capital.
IV. O VPL pode ser interpretado como a minimização das perdas que o projeto apresenta em re-
lação à melhor oportunidade de investimento já disponível para a aplicação do capital.
182/201
Questão 1
183/201
Questão 2
2. A elaboração de projetos de investimentos demanda a análise criteriosa de
viabilidade econômico-financeira e de cenário, observados diversos aspec-
tos técnicos. Na análise econômico-financeira de projetos de investimento:
a) o valor presente líquido (VPL) será positivo, se o projeto apresentar taxa de retorno positiva;
b) o período de payback de um projeto de investimento é inversamente proporcional ao seu
risco;
c) o índice de lucratividade representa a relação entre o valor presente líquido (VPL) de um pro-
jeto e o volume de recursos que o investimento demanda;
d) o aumento da taxa de retorno exigida para determinado projeto de investimento desencade-
ará a elevação de seu valor presente líquido (VPL), desde que mantidas as demais variáveis;
e) a decisão de aceitar ou rejeitar uma proposta de investimento é tomada em razão de a taxa
interna de retorno (TIR) manifestar-se positiva (devendo a proposta ser aceita) ou negativa
(devendo a proposta ser rejeitada).
184/201
Questão 3
3. George está avaliando um projeto de investimento que consiste em de-
sembolsar R$ 50.000,00 hoje, para receber duas prestações semestrais e
sucessivas no valor de R$ 30.000,00. Sabendo-se que a primeira prestação
ocorre daqui a seis meses, qual das conclusões a seguir se atribui ao pro-
jeto em avaliação?
185/201
Questão 4
4. Os diretores da empresa XY apresentaram duas propostas de investi-
mento. A primeira proposta referia-se a uma nova linha de produção, como
forma de melhorar a qualidade na oferta de produtos. O valor atual do in-
vestimento necessário para implementar essa proposta é R$ 100.000,00 e o
retorno esperado é dado por uma sequência de fluxos de caixa estimados
em R$ 18.000,00 ao final de cada ano, durante 10 anos. A segunda propos-
ta é investir R$ 145.000,00 em um produto inovador com incertezas maio-
res, mas com retornos anuais estimados em R$ 21.950,00 durante 15 anos.
A empresa XY considera o custo de oportunidade ou retorno requerido
para ambos os investimentos em 10% ao ano. A tabela a seguir sintetiza os
resultados necessários para análise das duas propostas de investimento.
186/201
Questão 4
O projeto se demonstra inviável para taxas de desconto menores 13,7% a.a. e viável para taxas
de desconto maiores que esse valor.
188/201
Questão 5
PORQUE
A Taxa Interna de Retorno (TIR) corresponde à taxa de desconto na qual os custos se igualam aos
benefícios, ou seja, o VPL se iguala a zero.
Acerca dessas asserções, assinale a opção correta:
a) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da
primeira.
b) As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa cor-
reta da primeira.
c) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposição falsa.
d) A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é uma proposição verdadeira.
e) Tanto a primeira quanto a segunda asserções são proposições falsas.
189/201
Gabarito
1. Resposta: C. 5. Resposta: D.
2. Resposta: C.
3. Resposta: E.
Pelo cálculo do VPL e da TIR.
4. Resposta: D.
190/201