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Argumentação e Retórica

O documento discute a argumentação e a retórica. Ele define argumentação como um processo para fazer alguém aceitar uma tese visando sua adesão intelectual, diferentemente da demonstração que possui evidência e necessidade. Também discute que a argumentação considera o contexto e auditório, buscando influenciá-los através de diálogo e respeito às suas opiniões, ao invés de impor uma visão.

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Eduardo Arau
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Argumentação e Retórica

O documento discute a argumentação e a retórica. Ele define argumentação como um processo para fazer alguém aceitar uma tese visando sua adesão intelectual, diferentemente da demonstração que possui evidência e necessidade. Também discute que a argumentação considera o contexto e auditório, buscando influenciá-los através de diálogo e respeito às suas opiniões, ao invés de impor uma visão.

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ARGUMENTAÇÃO E RETÓRICA

APONTAMENTOS

"O domínio da argumentação é o do verosímil, do plausível, do provável, (...)"

C. Perelman e L. Olbrechts-Tyteca

"A argumentação define-se como um conjunto de processos oratórios realizados para fazer admitir
uma tese. Visa obter a adesão dos espíritos daqueles a quem se dirige. Enquanto que a demonstração
possui em si mesma evidência e necessidade, a argumentação refere-se ao verosímil e opera tendo
em vista um auditório." J. Russ

"(...) nos domínios em que se trata de estabelecer aquilo que é preferível, o que é aceitável e
razoável, os raciocínios não são nem deduções corretas nem induções do particular para o geral,
mas argumentações de toda a espécie, visando ganhar a adesão dos espíritos às teses que se
apresentam ao seu assentimento. " C. Perelman

A argumentação produz-se em torno de temas-problemas sobre os quais recai a dúvida, sobre os


quais não se verifica consenso ou unanimidade, ou sobre os quais é possível defender a posição A e
a sua contrária B, havendo razões ou argumentos para sustentar tanto uma quanto a outra. Não
discutimos, obviamente, sobre a verdade de afirmações do tipo: "o todo é maior do que a parte";
2+3=5; o triângulo tem três ângulos".

De facto, a maior parte dos problemas com que nos debatemos no dia-a-dia, assim como as grandes
questões com que se defronta a humanidade, recaem justamente sobre o incerto, o discutível, o
previsível, o viável. Os grandes debates da atualidade sobre a pena de morte, a engenharia genética,
o ambiente, a energia nuclear, o aborto, a eutanásia, a bioética, a governação, a inflação, o
desemprego e a concertação social, o funcionamento das instituições, a educação, a cultura, etc.,
relevam a necessidade da comunicação e da argumentação entre os seres humanos para encontrar as
respostas mais adequadas e as soluções mais proveitosas.

Conclusão. O discurso racional pode orientar-se numa dupla dimensão: a da demonstração ou a da


argumentação, consoante se visa uma verdade universal e necessária ou uma verdade relativa e
plausível. A primeira via é a da lógica; a segunda é a da retórica[1].

A argumentação não pode esquecer o contexto em que decorre, pois, como é óbvio, se se pretende
exercer uma ação ou influência sobre o auditório, não se pode adotar uma atitude impessoal, de
distância ou de frieza. Se isso acontece, os destinatários da argumentação comentam: "isso pode ser
verdade, mas não me toca" ou "reconheço que pode ter razão, mas ainda não estou convencido" ou
"há qualquer coisa que falta para eu me decidir".

A racionalidade retórica ou argumentativa tem em conta a pertinência, a sensatez, a oportunidade, a


ocasião adequada e o ambiente propício para pronunciar um discurso, propor uma opinião ou
encetar uma discussão.

"Enquanto um sistema dedutivo se apresenta como isolado de todo o contexto, uma argumentação é
necessariamente situada. Para ser eficaz, esta exige um contacto entre sujeitos. É necessário que o
orador (aquele que apresenta a argumentação oralmente ou por escrito) queira exercer mediante o
seu discurso uma ação sobre o auditório[2], isto é, sobre o conjunto daqueles que se propõe
influenciar. Por outro lado, é necessário que os auditores estejam dispostos a sofrer a ação do
orador, e isto a propósito de uma questão determinada." C. Perelman

"O homem eloquente deve sobretudo fazer prova de sagacidade que lhe permita adaptar-se às
circunstâncias particulares do momento e às pessoas. Penso, com efeito, que não devemos falar
sempre, diante de todos, contra todos, a favor de todos, nem a todos da mesma maneira. Só será
eloquente quem for capaz de adaptar a linguagem ao que convém em cada caso." Cícero

A argumentação "é uma técnica da discussão com vista a convencer um adversário ou a refutá-lo[3]
e a estabelecer com ele um acordo sobre a legitimidade da discussão" (P. Ricoeur). A argumentação
implica, assim, que se renuncie a relações de força, isto é, a excluir as ordens. Não se dão ordens a
quem queremos convencer. Se queremos captar a adesão dos destinatários, então temos que ter em
conta as suas reações, isto é, o discurso argumentativo tem que ser maleável, tem que se adaptar ao
teor dessas reações para que se possa manter uma espécie de "corrente de simpatia" entre o emissor
e os destinatários.

Podemos considerar que a competência argumentativa se define, não só como a arte de argumentar
eloquentemente, mas essencialmente como a capacidade de dialogar. Neste sentido, a competência
argumentativa remete para uma atitude de abertura em relação aos outros; mostrar-se disponível
para falar e influenciar / ouvir e ser influenciado, o que implica que os interlocutores se apresentem
de igual para igual, no que diz respeito ao direito de cada um em aderir ou resistir aos argumentos
do outro.

Argumentar é, assim, aceitar o desafio e o risco de falhar no controlo das crenças e condutas de
outrem. O orador quer controlar, mas aceita sujeitar-se a ver esse controlo limitado pela contra-
argumentação do seu interlocutor; por sua vez, este assume o risco de ter de alterar a sua convicção
e/ou o seu comportamento, em função da capacidade de persuasão dos argumentos que lhe são
dirigidos.

"Querer persuadir um auditório significa, antes de mais, reconhecer-lhe as capacidades e as


qualidades de um ser com o qual a comunicação é possível e, em seguida, renunciar a dar-lhe
ordens que exprimam uma simples relação de força, mas sim procurar ganhar a sua adesão
intelectual. (...) O discurso argumentativo não é um monólogo onde não existe qualquer
preocupação em relação aos outros. O que vaticina sem se preocupar com o auditório assemelha-se
a um alienado, estranho ao mundo e à sociedade (...). De facto, querer persuadir alguém é, à partida,
não partir do princípio que tudo o que irá dizer é aceite como a "palavra do Evangelho".

A argumentação é essencialmente comunicação, diálogo, discussão. A argumentação necessita que


se estabeleça um contacto entre o orador que deseja convencer e o auditório disposto a escutar. E
isto é verdadeiro, mesmo no caso de uma deliberação íntima, de que não se pode compreender o
desenvolvimento senão desdobrando a pessoa que delibera em orador e auditório."

C. Perelman

A argumentação usa a linguagem comum e, de preferência, adaptada ao nível de língua dos


receptores ou auditores. Não se pode obter adesão de ninguém usando uma linguagem
incompreensível ou demasiado densa. Só com uma linguagem que seja "familiar" aos receptores é
que estes podem ser convencidos a aceitar uma determinada tese.
A retórica e a racionalidade argumentativa estão associadas a formas sociais de liberdade de
pensamento e de expressão da própria opinião, ou seja, estão associados a regimes de democracia.

Que significa a intenção de persuadir um auditório?

Significa:

- reconhecer-lhe a capacidade de comunicar;

- reconhecer-lhe o direito de aceitar ou de recusar a tese que se pretende "impor-lhe";

- renunciar a dar-lhe ordens que exprimam uma relação de força (renunciar ao uso da violência);

- aceitar o desafio (e o risco) de tentar ganhar a sua adesão intelectual, através da força dos
argumentos usados.

Conclusão

Argumentar (e contra-argumentar ou refutar) implica e exige:

- tolerância

- generosidade intelectual

- respeito pelo outro e pela sua opinião

- reconhecimento (a nós mesmos e aos outros) do direito e do dever de ter convicções, mas não a
obrigatoriedade de estar definitiva e necessariamente presos a elas, e do direito e do dever de as
modificar e transformar.

…/…

[1] O processo argumentativo é também um processo racional; a Lógica não possui a exclusividade
da racionalidade. O ato de argumentar é também um ato de razão, de pensamento e de discurso.

[2] Auditório: conjunto daqueles a quem se dirige a argumentação e que se pretende influenciar. É
em função do auditório que se desenvolve toda a argumentação. A retórica coloca-se no ponto de
vista do auditório e do efeito do discurso. Interessa a empatia do orador com o auditório, a
comunicação, obter a adesão. Para a retórica, o auditório é tido em conta pelo orador na escolha do
tema, na seleção dos argumentos, no estilo do próprio discurso.

[3] Refutação: consiste em infirmar a tese do adversário a partir do recurso a contra-exemplos,


mostrando que dessa tese se podem concluir resultados falsos ou absurdos ou que ela contraria
princípios estabelecidos e admitidos por todos.
ARGUMENTAÇÃO ESCRITA

O pleno exercício da cidadania depende, em grande parte, de sermos capazes de defender


claramente nossas opiniões.

TEXTO DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO

Para elaborar um texto sustentado por argumentos, devem ser observados alguns princípios
importantes, como o domínio do assunto, a seleção de argumentos e o emprego de uma linguagem
condizente com a do receptor.
Esse tipo de texto dissertativo-argumentativo pode ser desenvolvido pelo método indutivo, em
que as ideias são apresentadas indo do particular para o geral (apresenta-se um caso de sequestro
para depois tratar da violência no país), ou pelo método dedutivo, em que o texto parte do geral para
o particular (fala-se primeiro da violência e depois se dá como exemplo um caso de sequestro).
Você deve procurar convencer e persuadir o leitor. Convencer está relacionado à razão, ou seja,
usar de raciocínio lógico e de provas objetivas para fazer com que uma pessoa incorpore suas
ideias; já persuadir implica emoção, ou seja, emocionar e comover atingindo o sentimento do
interlocutor. Para convencer e persuadir, você precisa argumentar com coerência, a fim de dar
sustentação a seu ponto de vista.
Se alguém pensa de outra forma e apresenta uma opinião diferente da sua, significa que tem outro
ponto de vista do fato ou assunto. Esses argumentos contrários aos seus, que justificam um outro
ponto de vista, chamam-se contra-argumentos.

TIPOS DE ARGUMENTO
A eficácia do texto dissertativo-argumentativo depende, em grande parte, do tipo de argumento
empregado.
Veja alguns tipos aos quais se pode recorrer:
Argumento com base em citação – citar uma frase ou pensamento de uma autoridade em certo
assunto ampara o discurso em uma opinião especializada, o que confere prestígio ao texto.
Argumento com base no senso comum – fundamentar as ideias em valores reconhecidamente
partilhados pela maioria das pessoas de uma sociedade.
Argumento com base em evidências – apresentar fatos (dados estatísticos, pesquisas, informações
científicas, etc.) que comprovem a tese do autor confere crédito ao texto.
Argumento com base no raciocínio lógico – instituir uma relação de causa e consequência, para
preservar a sequência ordenada dos parágrafos e o sentido geral do texto.
É preciso saber utilizar os mecanismos que propiciam a coesão textual. Observe algumas
ocorrências: para usar a expressão “por exemplo”, deve-se, antes, ter tratado de maneira genérica de
determinado assunto; só se usa “por outro lado” se um lado da questão já foi abordado; o uso da
conjunção “portanto” sugere uma conclusão.

OBJETIVIDADE E SUBJETIVIDADE NA ARGUMENTAÇÃO

A argumentação, no texto dissertativo-argumentativo, pode ocorrer de duas maneiras: objetiva ou


subjetiva. Pode-se adotar uma postura impessoal, em que os argumentos sejam expostos
objetivamente, ou pode-se expô-los dando ao texto caráter mais pessoal. Em geral aparecem ambos
os tipos de abordagem no mesmo texto, embora predomine um dos dois.
Subjetividade não implica falta de informação ou opinar sem apresentar dados precisos. O texto
precisa estar embasado em fontes, mostrar que existe diversidade de pontos de vista e versões
diferentes do mesmo fato ou assunto.
O texto objetivo pode ser identificado pela forma de estruturação: a maioria das construções se
apresenta em 3ª pessoa; utilizam-se determinados tipos de argumentos.
Alguns textos pedem maior distanciamento (como um texto científico), enquanto outros podem
ter caráter mais subjetivo (como uma crítica de arte).

TEXTO DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA

Se os cientistas não questionassem conceitos e experimentos que um dia foram considerados


incontestáveis, a ciência não avançaria. A verdade científica de hoje pode não ser a de amanhã, pois
até mesmo na ciência a verdade é relativa, e muitas vezes o discurso mais aceito convence apenas
por um determinado período de tempo, pois o posicionamento científico é revisto diante da
apresentação de novos fatos e evidências.
Por meio do texto científico, escrito por cientistas para leitores cientistas e em geral publicado na
forma de artigo em revistas especializadas, registra-se o raciocínio desenvolvido no trabalho de
pesquisa. Sua linguagem é precisa e objetiva: o autor apoia seus argumentos em provas, testes,
dados estatísticos.
O leitor comum, normalmente, procura se informar sobre ciência por meio de jornais e revistas
direcionados para um público leigo; neles, encontra-se o texto de divulgação científica.

RELAÇÃO ENTRE TESE E ARGUMENTO

De modo geral, a relação entre tese e argumento pode ser compreendida de duas maneiras
principais:
Argumento, portanto, Tese (A→ pt→T) ou Tese porque Argumento (T→ pq→A):

(A→ pt→T)
“O governo gasta, todos os anos, bilhões de reais no tratamento das mais diversas doenças
relacionadas ao tabagismo; os ganhos com os impostos nem de longe compensam o dinheiro gasto
com essas doenças. Além disso (Ainda, e, também, relação de adição → quando se enumeram
argumentos a favor de sua tese), as empresas têm grandes prejuízos por causa de afastamentos de
trabalhadores devido aos males causados pelo fumo. Portanto (logo, por conseguinte, por isso, então
→ observem a relação semântica de conclusão, típica de um silogismo), é mister que sejam
proibidas quaisquer propagandas de cigarros em todos os meios de comunicação.”
(T→ pq→A)
O governo deve imediatamente proibir toda e qualquer forma de propaganda de cigarro, porque
(uma vez que, já que, dado que, pois → relação de causalidade) ele gasta, todos os anos, bilhões de
reais no tratamento das mais diversas doenças relacionadas ao tabagismo; e, muito embora (ainda
que, não obstante, mesmo que → relação de oposição: usam-se as concessivas para refutar o
argumento oposto) os ganhos com os impostos sejam vultosos, nem de longe eles compensam o
dinheiro gasto com essas doenças.
EXERCÍCIOS
Identifique o sentido argumentativo dos seguintes textos, e separe, por meio de barras, a tese e
o(s) argumento(s).
a) “Meu carro não é grande coisa, mas é o bastante para o que preciso. É econômico, nunca dá
defeito e tem espaço suficiente para transportar toda a minha família.”
b) “Veja bem, o Brasil a cada ano exporta mais e mais; além disso, todo ano batemos recordes de
produção agrícola. Sem contar que nosso parque industrial é um dos mais modernos do mundo.
definitivamente, somos o país do futuro.”
c) “Embora a gente se ame muito, nosso namoro tem tudo para dar errado: nossa diferença de
idade é grande e nossos gostos são quase que opostos. Além disso, a família dela é terrível.”
d) “Como o Brasil é um país muito injusto, toda política social por aqui implementada é vista
como demagogia, paternalismo.”

RESOLUÇÃO
a) O sentido aí presente é (T→ pq→A), uma vez que, após uma constatação, se seguem as
motivações que a fundamentam.
Meu carro não é grande coisa, mas é o bastante para o que preciso (TESE)./ É econômico
(argumento 1), /nunca dá defeito (argumento 2)/ e tem espaço suficiente para transportar toda a
minha família (argumento 3).

b) Nesse exemplo, já encontramos a orientação (A→ pt→T), uma vez que se parte de
exemplificações para, a partir delas, enunciar uma proposição.
Veja bem, o Brasil a cada ano exporta mais e mais (argumento 1);/ além disso, todo ano batemos
recordes de produção agrícola (argumento 2)./ Sem contar que nosso parque industrial é um dos
mais modernos do mundo (argumento 3)./ Definitivamente, somos o país do futuro. (TESE).
c) Aqui, o sentido é (T→ pq→A), em que de uma afirmação inicial se desdobram exemplos que a
justificam.
Embora a gente se ame muito, nosso namoro tem tudo para dar errado (TESE):/ nossa diferença
de idade é grande (argumento 1) e nossos gostos são quase que opostos (argumento 2). Além disso,
a família dela é terrível (argumento 3).

d) Nesse exemplo, o movimento é (A→ pt→T), já que se parte de uma causa que funciona como
justificativa a uma enunciação que, por sua vez, é a consequência constatada.
Como o Brasil é um país muito injusto (argumento),/ toda política social por aqui implementada é
vista como demagogia, paternalismo (TESE).

O QUE É SILOGISMO

Silogismo é um modelo de raciocínio baseado na ideia da dedução, composto por duas premissas
que geram uma conclusão.

O precursor desta linha de pensamento lógico foi o filósofo grego Aristóteles, conhecido por ser
um dos primeiros pensadores e filósofos de todos os tempos.

O chamado silogismo aristotélico é formado por três principais características: mediado, dedutivo
e necessário.

O silogismo seria mediado devido a necessidade de se usar o raciocínio para se chegar à


conclusão real. Seria dedutivo pelo fato de se partir de preposições universais para se chegar a uma
conclusão específica. E, por fim, seria necessário por estabelecer uma conexão entre todas as
premissas.

Saiba mais sobre o significado de premissa.


Existem diversas formas diferentes de silogismos: os regulares, os irregulares e os hipotéticos.

Os silogismos irregulares são versões abreviadas ou ampliadas dos silogismos regulares, e são
subdivididos em quatro categorias: entima, epiquerema, polissilogismo e sorites.

Entima: silogismo incompleto, quando existe uma premissa subentendida.


Epiquerema: silogismo estendido, quando as premissas são acompanhadas de provas.
Polissilogismo: dois ou mais silogismos em que a conclusão das primeiras premissas seja a
preposição do próximo silogismo.
Sorites: uma argumentação composta por quatro preposições que são encadeadas até se chegar à
conclusão.
Existem também os silogismos hipotéticos, que podem ser: condicionais, disjuntivos e os
dilemas.

Condicionais: silogismo que não afirma e nem nega as premissas.


Disjuntivos: silogismo formado por uma premissa que se apresenta como alternativa.
Dilema: silogismo argumentativo onde são apresentadas duas possíveis hipóteses, em que
nenhuma é desejável.
Exemplos de silogismos
“Todos os homens são mortais. Antônio é homem. Logo, Antônio é mortal”.

De acordo com o pensamento aristotélico, as duas primeiras premissas deveriam se unir para
formar a terceira ideia, que seria a conclusão:

“Todo homem é mortal” (primeira premissa – maior)

“Antônio é homem” (segunda premissa – menor)

“Logo, Antônio é mortal” (conclusão).

Veja outros exemplos de silogismos:

“O vertebrado tem sangue vermelho. O mamífero é vertebrado. O carnívoro é mamífero. O leão é


carnívoro. Logo, o leão tem sangue vermelho” (silogismo irregular - sorites).

“Tudo o que robustece a saúde é útil. O esporte robustece a saúde, Logo, o esporte é útil. O
esporte é útil. O atletismo é um esporte. Logo, o atletismo é útil…” (silogismo irregular –
polissilogismo).

“É legítimo matar um agressor injusto à face da lei natural, do direito positivo e do costume.
Marcos agrediu injustamente Joana: provam-no os antecedentes de Marcos e as circunstâncias do
crime. Logo, Joana podia ter matado Marcos. (silogismo irregular – epiquerema)

“Eu penso, logo existo” (silogismo irregular – entima)

“Se chover não vamos ao cinema. Chove. Logo, não iremos ao cinema” (silogismo hipotético –
condicional).

“Este triângulo ou é isósceles ou escaleno. Ora este triângulo é escaleno. Logo, este triângulo não
é isósceles” (silogismo hipotético – disjuntivo).
“O aluno ou estudava ou não estava. Se estudava merece ser castigado porque não aprendeu a
matéria como era seu dever; se não estudava merece igualmente ser castigado porque não cumpriu o
seu dever” (silogismo hipotético – dilema).

Silogismo e sofismo
O sofismo ou sofisma é uma linha de pensamento ou retórica que procura induzir o erro, a partir
de uma falsa lógica ou sentido.

O discurso sofista tem a intenção de enganar e, em determinadas situações, o silogismo pode


apresentar uma relação intrínseca com o sofismo.

O silogismo, mesmo sendo um pensamento lógico, pode gerar conclusões equivocadas,


caracterizando-se como um silogismo sofístico.

Exemplo: “Deus é amor. O amor é cego. Stevie Wonder é cego. Logo, Steve Wonder é Deus”.

Saiba mais sobre o significado de Sofismo.

Silogismo jurídico
O silogismo jurídico é um modelo de pensamento lógico que os profissionais do direito
(advogados, juízes, promotores de justiça e etc) executam, principalmente, durante a apresentação
de pareceres criminais, por exemplo.

A estrutura de um silogismo jurídico seria dividida em três etapas: a apresentação de uma


premissa maior, baseada na lei; o caso concreto, ou seja, a apresentação dos fatos como ocorreram;
e, por fim, a conclusão que consiste na aplicação da lei ao fato.

Por exemplo: “Matar uma pessoa é crime e assassino deve ser punido. Ora, João matou uma
pessoa. Logo, João deve ser punido”.

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