0 notas0% acharam este documento útil (0 voto) 141 visualizações206 páginasOs Milagres de Jesus - Simon J. Kistemaker PDF
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu,
reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF ou leia on-line no Scribd
Explorando o mistério das
obras divinas de Jesus
Simon J. KistemakerCOM TE Pag-tmelome (ott ty
Pd oe ee eR LEO e)
ASCE eR OEE eee Stet ESL Lee
cinco mil, e curando os cegos. Mas elas podem parecer tao distantes de no:
Sina Mec nents te tater
POTS
RTI Cane om eT MO) ETM EI CRSA UORD LACUS RCS OM LIED
rar act MDer eT ect ere rnd
een ae ec eee eT
Kistemaker nos mostra como esses milagres se relacionam com 0 modo como
RST Ca eet MOM hy CMT ar ten mes Tenn me cm
aprofundara seu entendimento dos feitos miraculosos de Jesus.
Reem oe Ceres
yo re Le ee
RYE ent oe eee ee men ea eT ered
recompensador de todos os sinais e maravilhas de maior vulto registrados nos
atte ee eee ee anne ee me aed
terrena do Salvadar, e revelam sua verdadeira gloria, de maneira tinica &
CUT oe aaa
Oe eRe eS ee Ree een
Cea eR eae OR eR ee
Pear Race meas a arco
milagres de Jesus, seja tomado de admiracdo pelo seu poder, ¢ alegre-se no
que Jesus faz para ax seus; este é 0 lugar onde comecar. Leia-o! Vacé ficard
Tan ae Leman Lee)
Steve Brown, autor de livros: presidente do programa de radio Key Life:
ROO Ce Reamer en RCM man
RS oe OLE CSL oS
ue en eee e nee COE M OU
ROOMS Se De On ee LCE
Eee)
€ iii
€DITORA CULTURA CRISTA || wl
RO Red
|
|
aOs milagres de Jesus
Simon J. Kistemaker
Os milagres de Jesus © 2008, Editora Cultura Crista. © 2006 by Simon Kistemaker. Origi-
nalmeute publicado em inglés com o titulo The miracles pela Baker Books, uma divisio de
Baker Book House Company, Grand Rapids, Michigan, 49516, USA. Todos os direitos sao
reservados,
1* edigao ~ 2008
3,000 exemplares
Consellu Editurial
Ageu Cirilo de Magalhaes, Jr.
Alex Barbosa Vicira
André Luis Ramos
Claudio Marra (Presidente)
Femando Hamilton Costa
Francisco Baptista de Melo
Francisco Solano Portela Neto | Produgao Editorial
Mauro Fernando Meister | Tradugao
Valdeci da Silva Santos | Sachudeo Persaud
Revisdo
Claudete Agua de Melo
Edna Guimardes
Madalena Torres
Editoragao
OM Designers Graficos
Capa
Magno Paganelli
Kistemaker, Simon J.
K619m Os milagres de Jesus / Simon J. Kistemaker. _ So
Paulo: Cultura Crist, 2008
224 ps 16x23 em
Traduyao de The miracl
ISBN 978-85-7622-221-7
1. Biblia 2. Evangelhoy 1, Titulo
&
€DITORA CULTURA CRISTA
R. Miguel Teles Jr., 394 — Cambuei - SP - 15040-040 Caixa Postal 15.136
Fone (011) 3207-7099 - Fax (011) 3279-1255 — www.cep.org.br
Supcrintendente: Haveraldo Ferreira Vargas
Editor: Claudio Antonio Batista Marra
CD 220<= SUMARIO =>
INTRODUGAO
MILAGRES NA NATUREZA
+ A transformagio da 4gua em vinho
Jo&o 2.1-11 13
+ Jesus acalma uma tempestade
Mateus 8.23-27; Marcos 4.35-#1;
Lucas 822-2.
+ Aalimentagio dos cinco
Mateus 1+.13-21; Marcos 6,92-44;
Lucas 9.10 17; Jodo 6.1 1 22
+ Jesus anda sobre a agua
Mateus 1422-83; Marcos 645-51;
Joao 616-21 .. penne BS
+ A allmentagao dos quatro mil
Mateus 15.29-39; Marcos #.1-10..50
+ Jesus paga o imposto do templo
Mateus 17.24-27 33
+ A figueira amaldigoada
Mateus 2118-22:
Marcos (112-14, 20-24 ccc T
+ A primeira pesca
Lucas 9.1-11 secre
‘A segunda pesca
Jodo 21.1-14
18
DOENTES CURADOS
+ A sogra de Pedro
Mateus 8.14-17; Marcos 1.29-815
Lucas 4.38.39 .
+ Um homem com a mio ressequida
Mateus 12.9-14; Marcos 3.1-6;
Lueas 6.6~11 ~ BT
+ O criado do centurido
Mateus 8.5-13; Lucas 721-10...
= O filho do oficial
J0K0 4 AGB ee OF
* A mulher enferma
Mateus 9.20-22; Marcos 5.25-34:
Lucas 8.43-48........
+ A Mulher Aleijada
Lucas 13.10-17
* O homem com hidro
(cerosidade em cavidade do corpo)
Lucas 141-4...
* Malco
Lucas 9¢ 49-51; Inia 1k 10,11 RO
8
OUVIDOS PARA OUVIR
+ Um homem cego e mudo
Mateus 12.29-32;
Lucas 1114-26 oo cccesessecseenereerenee BO,
+ Um homem surdo e gago
Mareos 7.31-87..
EXPULSAO DE DEMONIOS
* Um homem mudo
Mateus 9.52-3+. feceseevnseeee LOL* O endemoninhado Geraseno
Mateus 8.28-94; Marcos 5.1-20;
Lucas 8.26-39.
110
* A mie cananéia
Mateus 15.21
Marcos 7.21-30
+ O menino possesso
Mateus 17.4419; Marcos 9.74429;
Lucas 9.37-42 122
* Maria Madalena
Lucas 8.1-3; Jodo 20.1,2, 10-18..127,
7
RESSURREICAO DE MORTOS
* O filho da viiva em Naim
Lucas 7.1 1-16...
+ A filha de Jairo
Mateus 9.18-26; Marcos 5.91-45;
138
Lucas 8.40 136
+ Lazaro
Jofio 111-44... 140
RESTAURACAO DA VISAO
* Dois homens cegos
Mateus 9.27-31_....... sessscose 149
+ Bartimeu
Mateus 20.29-34; Marcos 10.46-52;
Lucas 18.35-48 ..
+ O homem cego em Betsaida
Marcos $.22-26 ...
+ Ohomem cego de nascenga
Joao 91-41.
CURA DE LEPROSOS
+ Acura de um leproso
Marcos 1.40-45;
Mateus 8.1-:
Lucas 9.12-16
+ Dez leprosos curados
JAlCAS ITAV=19 ener TS
OS COXOS ANDAM
NOVAMENTE
+ Acura de um paralitico
Mateus 9.2-8; Marcos 2.1-19;
Lucas 5.15-26.
+ O homem junto ao pogo
de Betesda
Jodo 6.1-1
179
“183
MILAGRES E JESUS
* O nascimento virginal
Mateus 1.18
Lucas 1.26-88....
+ A transfiguragio
Mateus 17.1-8; Marcos 9.
Lil AS 9.28-96 ossercnnnnnnennnene IF
* Aressurreigao
Mateus 28.1-8; Marcos 16.1-8;
Lucas 24.1-10; Jo8o 20:18... 198
+ Aparecimentos pés-ressurreigio
Mateus 28; Marcos 16; Lucas 24;
Joie 20-21; Atos | 202
+ Aascensio
2189
Lucas 24.50-53; Atos 1. 207
CURA PELA FE
+ Cura para ajudar nossa fé
Atos §.15,16; 19.11,19;
Tiago 5.1416 on 213
# CONCLUSAO vvninernnennene 1D<< INTRODUCAO =>
reqiientemente usamos a palavra milagre quando alguém se recupera
de um ferimento grave ou de uma cirurgia complicada. Quando faze-
mos isso, estamos expressando a nossa incapacidade de explicar o poder
curador que existe no corpo humano. Reconhecemos que a recuperagao
ny fel apenas por causa da habilidade e perfeia dos cirurgides, mas que
est4 ligada a forga inata que existe dentro do nosso corpo fisico e que
vence as probabilidades existentes contra a restauracdo.
Contudo, logo admitimos que uma recuperacao miraculosa de um
ferimento ou uma enfermidade é diferente dos milagres que Jesus realizou
quando curou os enfermos ¢ ressuscitou pessoas. Atribuimos uma volta
a satide e a forca a um misterioso poder que Deus criou dentro do nosso
corpo fisico. Mas os milagres que Jesus fez foram diferentes porque o
poder de curar e restaurar residia nele.
Isso nao quer dizer que conseguimos explicar totalmente os milagres
de Jesus. Tudo o que podemos fazer é descrevé-los & medida que seguimos
0 relato do seu ministério registrado nos Evangelhos, Os evangelistas
retratam-no como o operador de milagres de Deus, que curou todas as
doengas € ressuscitou pessoas.
Os milagres que Jesus fez estavam inseridos num contexto que
apontava para a sua divindade. Depois de terem assistido a acontecimentos
extraordinérios, as pessoas perguntavam se Jesus era o Filho de Davi,
ou seja, o Messias. Depois de curar os leprosos, Jesus mandava-os para8 o#, Os milagres de Jesus %~
os sacerdotes como testemunho de que ele era realmente o enviado de
Deus. Ele colocou os doutos professores da Lei num dilema ao obrigd-los
aescolher o mais facil entre dois atos que 86 Deus podia fazer: perdoar
© pecado ou curar wm paralftico. Quando Jesus mandou que o homem
ficasse cm pé e caminhasse, ele provou a sua divindade.
Quando Jesus expulsava deménios, estes gritavam para que todos
ouvissem que ele cra o Filho do Deus Altissimo, Os deménios temiam que
ele tivesse vindo para atormenté-los antes do tempo de serem punidas.
Embora os lideres religiosos dos dias de Jesus nao o aceitassem como
Filho de Deus, os deménios tremiam em submissav a ele.
Embora o Mestre curasse todos aqueles que o procuravam, quando
se aproximava dos doentes ¢ aflitos, ele era seletivo. Por exemplo,
86 um homem no pogo de Betesda foi curado, enquanto os outros
que definhavam a beira da 4gua nao. Na cidade de Nazaré, onde fora
criado, Jesus nao péde fazer muitas grandes obras, a nao ser curar
alguns enfermos.
A cura acontecia imediatamente quando Jesus falava ou punha as
mos sobre aqueles que sofriam. Ele usava métodos diferentes, ineluindo
passar lama nos olhos de um homem cego de nascenga € tocar os olhos
de outro, Em outras ocasides, ele curou us pessuas a distancia, entre elas
© criado de um centuriao romano, o filho de um oficial da realeza, e a
filha de uma mulher siro-fenicia.
Pelo menos dois dos milagres de Jesus caracterizaram a obra au gloria
de Deus. No caso do homem que havia nascido cego, Jesus se referiu
obra de Deus demonstrada na vida dele. Quando estava para ressuscitar
Lazaro dentre os mortos, Jesus disse que os presentes veriam a gloria
de Deus. Os milagres nao sao incidentes isolados, mas tém a finalidade
de revelar a gléria de Deus em sua grande forga e poder Portanto, ele é
digno de receber os louvores de agdes de gragas das pessoas.
Qual foi o propésito de Jesus em seu ministério de cura? A resposta
6 mostrar que ele era o Mesias. Jodo Batista enviou seus diseipulos a
Jesus para perguntar se ele era “o que haveria de vir”. Jesus respondeu
que todas as pessoas podiam atestar que ele era o Messias por causa
dos milagres:
* Os cegos recuperavam a visdo
+ Os coxos andavam
Os leprosos ficavam limpos
Os surdos podiam ouvir--< Introdugao = 9
* Os mortos eram ressuscitados
* Os pobres ouviam a pregacao do evangelho
S6 Jesus 0 Messias pode realizar esses milagres. Ele provou ser o
Filho de Deus enviado para libertar 0 seu povo.MILAGRES NA
NATUREZA
SSK OSESex A TRANSFORMACAO Ses
“DA AGUA EM VINHO
Jodo 2.1-11
Jesus e Maria
Depois do encontrar Joao, o Batista, no Rio Jordao onde Jesus foi
batizado, ele ¢ seus discfpulos viajaram para a Galiléia. Caminhando com
animo, a distancia podia ser vencida em poucos dias. Chegaram a vila
de Can, perto de Nazaré, exatamente quando estava acontecendo uma
testa de casamento na qual Maria, mae de Jesus, havia aceitado servir
aos convidados.
Os casamentos eram celebrados com festas que podiam durar sete
dias. Depois de um perfodo de nvivado que durava uin ano, o casamnento
em si comegava na véspera do dia da ceriménia. Era quando o noivo,
com seus amigos, entrava na casa da noiva e a levava, acompanhada de
damas de honra, para a casa dele
Embora sejam poucos os detalles, podemos presumir com confiana
que Ou 4 noiva ou O noivo era amiga ou amigo, ou entao parente, de
Maria. Sabemos que Jesus tinha sido convidado para a festa com seus
discipulos. Sem divida a presenga de convidados extras na festa pode ter
contribufdo para que faltasse vinho com o passar das horas.
As festas de casamento eram ocasides alegres, durante as quais os
convidados consumiam grandes quantidades de alimento e vinho. Na
cultura hebraica, o consumo de vinho fazia parte do entretenimento dos
convidados ¢ da apreciagao da convivéncia de uns com os outros. Essa14 == Os milagres de Jesus
bebida era por vezes dilufda com 4gua para manter 0 nivel de élcool baixo.
Além disso, as regras da sociedade tornavam a embriaguez culturalmente
inaceitavel. De fato, a Biblia fala contra a bebedice.
A certa altura da festa, os criados viram que o suprimento de vinho
estava diminuindo e ia acabar. Esse apuro causaria um embarago
inevitavel para o casal de noives e para a familia, assim como uma despesa
financeira inescapavel. Algo tinha de ser feito depressa para contornar
a situag&o € evitar a vergonha social. Maria aproveitou a ocasiio para
pedir a ajuda de Jesus. De todos os convidadas e serventes, era ele quem
ela conhecia mais. E o relacionamenio entre Maria e Jesus era sdlido,
especialmente porque era ele quem a sustentava desde que o seu marido,
José, morrera.
‘Aus 11ossos ouvidos, a resposta de Jesus a Maria soa um tanto brusca.
Ele disse: “Mulher, que tenho eu contigo? Ainda nao é chegada a minha
hora”. No mundo ocidental é muito grosseiro e lalta de boas maneiras
um filho se dirigir 4 mae como “mulher”. Nao no tempo de Jesus, em que
a palavra mulher era um titulo de respeito assim como o termo senhora
é titulo de respeito em muitos lugares. A intengao da fala de Jesus seria
equivalente a “minha querida mae”.
No entanto, as palavras de Jesus colocaram uma distancia entre ele €
sua mae para que ela reconhecesse que uma mudanga havia acontecido
no relacionamento deles. Maria tinha de reconhecer que Jesus nao era
mais o seu provedor, mas que agora cumpria o papel para o qual Deus 0
havia chamado. As patavras misteriosas “Ainda nfo é chegada a minha
hora” apontavam para o seu iminente sofrimento, morte, ressurreigo €
ascensao. Maria teve de se lembrar das palavras ditas por Jesus aos 12 anos
no templo: “Nao sabieis que me cumpria estar na casa de meu Pai
Jesus transformou o relacionamento fntimo entre mae ¢ filho no de
uma pecadora necessitada de um Salvador. Ele havia vindo a terra para
salvar as pessoas de seus pecados, ¢ Maria tinha de reconhecer que ela
também era uma pecadora por quem Jesus viera como o Messias. De fato,
como Cordeiro de Deus, ele finalmente morreria uma morte cruel para
eliminar o pecado dela. Ele deixou claro que cla nao tinha mais direitos
sobre ele do que qualquer pessoa, porque ele era o Filho de Deus, e fora
enviado para fazer 0 que o Pai havia mandado.
Maria teve de se lembrar que décadas antes, no templo, o velho Simeao
havia falado sobre o destino do filho dela. Ele havia dito que a vida de
Jesus fora posta paraa queda e o levantamento de Isracl ¢ que uma espada
traspassaria também a alma de Maria.+e A transformagao da égua em vinho > 15
Agora, posicionado no estdgio inicial desse destino, Jesus alertou sua
mie de que o seu ministério terreno havia comegado. Ele, e nao sua mae,
determinaria o programa desse ministério que finalmente levaria 4 sua
morte na cruz do Calvario.
Entéo, Maria informou aos servos que fizessem o que Jesus lhes
ordenasse. Ela sabia que Jesus poderia resolver a situagéo, Scis potes feitos
de peda estavam proximos. Eram usados pelos judeus para as lavagens
cerimoniais. Cada um tinha a capacidade para trinta a quarenta Jitros.
Jesus mandou que os servos enchessem completamente todos os seis
potes com agua do poco. Ele quis se assegurar de que os potes estivessem
vazios antes de serem cheios com agua potével limpa.
Jesus nao falou nenhuma formula magica, nfo tocou na 4gua e nao orou
a Deus por um milagre. Nao houve exibigao de poder, nenhum grande
truque, nenhuma magica manual. Jesus simplesmente pediu a um dos
servos que tirasse um pouco da agua desses potes e a levasse ao chefe dos
gargons. E entao o milagre de transformar 4gua em vinho aconteceu.
O mistério
Os criados viram que a agua havia se transformado em vinho.
Incapazes de explicar o milagre que havia ocorrido, foram procurar 0
mestre-de-ceriménias e deram-lhe do vinho. Ele o provou, nao sabendo
do milagre, ¢ imediatamente reagiu dizendo a0 noivo que algo tinha
safdo errado. Era costume servir 0 bom vinho primeiro e depois o de
qualidade inferior. Depois que os convidados tivessem bebido bastante,
no conseguiriam perceber a diferenca. Mas ali havia acontecido o
contrario, ou seja, o vinho inferior fora servido até acabar, e entao, de
repente, o vinho melhor tornou-se disponivel
O noivo nao sabia como o vinho bom tinha entrado na sala do
banquete. Mas quando lhe contaram que os seis potes de agua estavam
cheias com um vinho de melhor qualidade, ele ficou maravilhado com
a beleza do presente de casamento que Jesus dera ao casal. A enorme
quantidade de vinho tornou-se uu presente de easamento apropriado
para os recém-casados.
O milagre em si sempre permanecera um mistério para nés, porque
© poder sobrenatural de Jesus estava em operagin ao transformar a
Agua em vinho. Mas somos capazes de entender alguns aspectos dese
acontecimento, isto 6, que quando Jesus realizou esse milagre ele eliminou16 Os milagres de Jesus
o elemento tempo. Fazer vinho leva um longo tempo, que comeca com o-
cultivo das uvas, depois colhé-las e espremé-las e, por tiltimo, coletar
sucu. E enitau é nevessdriv esperar que a fermentagao ocorra. Depois que
© tempo extra se passa, 0 vinho pode ser provado e consumido. E fato
conhecido que quanto mais tempo passa, melhor é 0 gosto do vinho.
Jesus transformou 4gua em vinho com um milagre que ocorreu
instantaneamente. Porém, na verdade, o processo de crescimento, dos
brotes minusculos as uvas crescidas e maduras também é um milagre. E
mn é também o processo de fermentag4o que opera de modo silencioso e
discreto. Nenhum ser humano tem o poder, o conhecimento e a habilidade
de reproduzir esses milagres.
De acordo com 0 apéstolo Jo%o, transformar gua em vinho foi o
primeiro sinal miraculoso que Jesus realizou em Cand da Galiléia. Os
milagres revelavam a gloria de Jesus, mas também cumpriam 0 propésito
de fazer que seus discipulos pusessem a fé nele. De modo geral, os milagres
ovorriam para criar £é em Jesus, ou em resposta 4 f8. Ao transformar agua
em vinho, Jesus fez seus discfpulos se transformarem em crentes. Eles
puderam verificar a verdade de suas palavras de que veriam o céu aberto
08 anjos de Deus subindo ¢ descendo sobre o Filho do homem. .
O relato da festa de casamento coloca Jesus no centro do palco. Nao
nos é dito nada sobre o noivo, a noiva, o mestre-de-ceriménias, ou o
relacionamento de Maria com o casal. O enfoque primério nesse quadro esté
em Jesus, o operador do milagre. Os outros elementos sao propositadamente
deixados de lado. Jesus demonstrou a sua gldria como aquele que foi enviado
pelo Pai para estar no mundo. Esse sinal foi o primeiro de uma série de
milagres que Jesus realizou durante o seu ministério.
Pontos a ponderar
* H& uma medida de simbolismo nesse relato. A presenga de Jesus no
casamento em Cand aponta para o banquete de casamento celestial no
final dos tempos. Nessa orasifio, Jesus seré 0 noivo, e 0 povo de Deus
anoiva. Vejo aqui uma ilustragao dentro de uma ilustrag4o porque os
convidados no casamento da noiva serfo 0 pove de Deus, ¢ eles, por
sua vez, serdo a noiva do noivo, isto ¢, do Cordeiro.
+ Jesus nao transforma mais a Agua em vinho em casamentos, mas ele
quer estar presente num casamento quando marido e mulher dao ini-“eA transformagio da 4gua em vinho = 7
cio a uma familia, Ele deseja ser o chefe de cada familia, 0 convidado
invisivel em cada refeigao € 0 ouvinte silencioso em cada conversa.
Jesus ainda vem oferecendo promessas e diz a um casal de noivos
para confiar nele de todo 0 coragdo e nao confiarem em seu proprio
entendimento. Ele insiste com eles para que 0 reconhegam em tudo
© que fizerem e entao cle os abencoaré fazendo que seus caminhos
sejam reto:_ JESUS ACALMA
“=< UMA TEMPESTADE 7
Mateus 8.23-27; Marcos 4.35-41; Lucas 8.22-25
A tempestade
No final de um dia movimentado ensinando as multiddes, Jesus estava
fisica e mentalmente exausto. Ele havia curado muitas pessoas doentes na
margem ocidental do Lago da Galilia e ensinara multidées de pessoas
durante grande parte do dia. Ao entardecer, ele entrou num barco de pesca
com seus discipulos. O barco provavelmente pertencia a um deles, talvez
Pedro, Jesus Ihes disse que rumassem para 0 outro lado do lago, uma area
em que os judeus evitavam por causa de sua populagdo predominantemente
gentia. Enquanto atravessavam o lago, outros barcos os seguiram.
Jesus ansiava por um periodo de descanso e relaxamento. Tendo
encontrado um lugar na parte de tras da embarcagao, adormeceu quase
que imediatamente. Mesmo tendo demonstrado resisténcia admiravel
durante todo aquele dia, nesse momento mostrou que o seu corpo
nso. Enquanto os discipulos manejavam os remos € 0
precisava de des
leme da embarcacio, ele dormia.
Os discfpulos — muitos deles pescadores ~ estavan bem familiarizados
com a configuragao da terra a volta, bem como com as dimensées ¢ 03
perigos dessas dguas. A disténeia de um lado a outro do lago, de oeste a
leste, é de treze quilémetros; e de norte a sul, 21 quilémetros, Como uma
extensfio do Rio Jordio, a lago esté localizado numa depressiio profunda,
rodeada por morros altos com excegio de um trecho largo nos seus dois=< Jesus acalma uma tempestade = 1
limites, ao norte ¢ 20 sul. Fmbora o lago se ache muitfssimo abaixe do
nivel do mar, recebe sua 4gua das neves que derretem no Monte Hermom
que fica préximo, ao norte.
Nos meses quentes do verdo, a temperatura no lago pode subir a
37 graus centigrados na sombra. Quando o ar fresco da montanha
se precipita para haixo e encontra o ar quente que esta sobre o lago,
tempestades repentinas se desenvolvem e transformam suas aguas
geralmente calmas em redemvinhos violentos e perigosos. O choque
repentino de massas de ar representa um perigo mortal para as pessoas
que estiverem no lago quando isso ocorre.
Ondas tempestunsas de quase dois metros de altura apavoram até
os pescadores mais experientes. Podemos imaginar muito bem que foi
exatamente isso 0 que ocorreu no Lago da Guliléia naquele comego
de noite quando Jesus estava adormecido na popa. Uma tempestade
repentina lhes sobreveio, mas Jesus estava dormindo profundamente
com a cabeca sobre uma almofada de marinheiro. Ele estava alheio ao
mundo, embora uma tempestade estivesse ocorrendo a sua volta. Nem
0 uivo do vento, ¢ o salpico das ondas ou messuy as guinadas bruscas do
barco tiveram qualquer efeito sobre ele, Nada parecia acordé-lo.
Contudo, quando chamado, ele imediatamente deu atengao aos
gritos de seus disefpulos. Fles clamaram ao seu Senhor e Mestre que 0s
salvassem de morrer na Agua. Seus gritos 0 alertaram para a realidade
de que as vidas deles estavam em perigo. Eles estavain perecend ©
precisavam de ajuda imediata. Ele se levantou, repreendeu o vento e disse
ao mar que se aquietasse. De repente, 0 vento cessou e 0 mar tornou-se
totalmente calmo. A Agua ficon I
Apés esse incidente, Jesus se dirigiu aos discipulos e perguntou-lhes
por que eles tinham ficado com medo. Cum regra basica, eles deveriam
ter reconhecide que na presenga de seu Mestre eles estavam sempre a
salvo ¢ seguros, Certamente 0 vento e as ondas soltaram sua ftiria contra
todos que estavam sohre o lago, mas com Jesus no barco eles nada tinham
a temer. Mesmo assim, isso exigia fé nele. Portanto, Jesus Ihes fez a
pergunta objetiva: “Onde esta a [é de vocés?” Jesus nunca repreendeu
ninguém por confiar demais nele. Ele sempre presta atengéo na fé como
de uma crianga de seus seguidores.
Qs disefpulos ficaram aténitos quando presenciaram o poder de
Jesus sobre os elementos da natureza. Observaram um milagre em
meio a uma situayae dificil e assustadura subre a qual Jesus mostrou
ter controle total.
a como vidro.20 “= Os milagres de Jesus =
Por que eles nao reconheceram que, com Jesus no harco, jamais
afundariam? Como o agente da criagio, ele controlava totalmente os
elementos da nalureza. Nao sabiam eles que toda a criacao tinha de
obedecer ao seu comando? Se tivessem apenas sabido que eles tinham
o Criador do universo a bordo, eles teriam tido certeza de estarem
seguros. Jesus ndo os repreendeu por mostrarem medo e sim pela falta
de fé. Portanto, ele Ihes ensinou a lig&o que na presenca de seu Mestre
eles estavam sempre a salvo € seguros.
A sobcrania de Jesus
Os discfpulos ficaram aténitos quando viram que a soberania majestosa
de Jesus ahrangia tanto o vento quanto as ondas. Perguntaram: “Quem é
este que até os ventos eo mar lhe obedecem?” Eles haviam testemunhado
sua capacidade de vencer as forcas da natureza, que eles viam como sendo
os poderes das trevas. Eles se lembraram de Moisés, que ao estender
sua mao sobre o Mar Vermelho dividiu as aguas para que os israelitas
pudessem atravessar cm scguranga para o outro lado. Do mesmo modo,
nos dias de Josué as éguas do Rio Jordao pararam de correr para que
todo o Israel pudesse atravessar em terra seca.
Durante todo o tempo, eles sabiam que ninguém a nao ser Neus podia
controlar 0 vento ea tempestade. Entéo Jesus apenas falara 4 tempestade,
e o vento e a gua lhe obedeceram. EF. verdade que por causa de sua
familiaridade com a natureza eles sabiam que tempestades no mar da
Galiléia podiam surgir ¢ se dissipar em questao de minutos. Mesmo assim,
em meio ao vento uivante e as ondas, Jesus disse palavras de repreensio,
e essas forcas naturais instantaneamente se tornaram subservientes a
cle. Quando esse milagre ocorreu, seus disefpulos o reconheceram como
Filho de Deus e Filho do homem.
Os discipulos haviam visto uma demonstragao da divindade de Jesus
em agao. Ele nao era mais o carpinteiro que se tornara profetae 6 mestre
que viera de Nazaré. Reconheceram que ele era tanto divino quanto
humano, com poder para controlar a natureza a sua volta. Respeitaram-no
profiindamente e reconheceram Jesus como seu Senhor Soberano. Jesus
cumpriu as palavras do salmista que falou de pessoas safrem ao mar em
navios, de tempestades ¢ ondas, de marinheires gritando ao Senhor, ¢ de
Deus apaziguando a tempestade até ela se transformar num murmtrio
(S] 107.28-30)Jesus acalma uma tempestade “ 21
Pontus a ponderar
* Se os disefpulos soubessem que Jesus era o agente da criagao e tinha
poder sobre as forgas da natureza, eles teriam deixado que ele dormisse.
Ele estava precisando desse bem merecido descanso, Deveriam ter
reconhecido que Jesus nunca exporia a si ¢ a seus discipulos ao perigo
de se afogarem no Mar da Galiléia. Porém, em vez de crer e confiar,
faltou f6 a eles, 0 que fez que ficassem com muito medo,
* Omedo é uma reagdo natural as forgas externas? Sera que o medo sem-
pre demonstra falta de fé? Os cristdos podem sentir medo em algumas
situagGes? A resposta a essas perguntas é que o medo realmente afasta
a fé; inversamente, a fé langa fora o medo. Nos Evangelhos, em Atos €
Apocalipse, Jesus repetidamente diz a0 seu povo: “Nao temam!” Ele deu
a seus seguidores esta promessa: “Eis que estou convosco até & consuma-
cao do século” (Mt 28.20). Sempre que estamos numa situacdo que nos
causa medo como reagdo natural, devemos lembrar que o medo deve
nos levar para junto de Jesus, e nao nos afastar dele. Fle esté sempre
junto ands ¢ diz palavras de incentivo. Jesus nos liberta do medo.
* De outro lado, a Escritura nos ensina a temer a Deus ¢ ama-lo de todo.
coragao, alma e mente. Expressamos temor piedoso quando vivemos
em harmonia com sua Palavra e seus preceitos. Temor no sentido de
reveréncia a Deus é uma das maiores riquezas espirituais que podemos
possuir. Nés 0 reverenciamos como Criador de todas as coisas; nés
sabemos que cle esta totalmente no controle de cada situagéo, inclusive
as tempestades de um ou outro tipo que transtornam a nossa vida., AALIMENTACAO
“= DOS§ CINCO MIL
Mateus 14,13-21; Marcos 6.32-44; Lucas 9.10-17; Jodo 6.1-13
Pastor e ovelha
Todos os quatro Evangelhos registram o milagre de Jesus ter
alimentado cinco mil homens, nao contando as mulheres e criangas. Se
nds concordarmos que o ntimero de homens é cquivalente ao ndmero
de mulheres, a multiddo dobra quanto ao tamanho. E se acrescentarmos
as criangas, a contagem total pode bem chegar a mais de 24 a trinta mil
pessoas. Nao hd diivida que alimentar uma tal multidao no impulso do
momento é um milagre.
Os escritores dos Evangelhos também informam onde © quando essa
refeigao aconteceu. Jesus e seus discipulos tinham ido a um local solitario
longe de cidades ¢ vilas vizinhas. Foi na margem leste do Lago da Galiléia
na estagiio da primavera, provavelmente em abril, enquanto a grama ainda
estava verde. Jesus escolheu esse lugar para ficar em privacidade e estar
longe das multiddes que o seguiam para todo lugar que fosse.
Contudo, a tranqiiilidade que Jesus e seus diseipulos procuravam
acabou quando milhares de pessoas se aproximaram dele. Elas rodearam
v lao e chegarain ao lugar em que Jesus estava. Queriam que ele curasse
seus doentes, bem como iam para serem instrufdas por ele.
Jesus passou o restante do dia ministrando as pessoas porque eram
como ovelhas sem pastor. Embora os lideres religiosas daqueles dias
tentassem dar-lhes direcionamento espiritual e instrugdo religiosa,acu mil
or A alimentagdo dos
23,
falhavam nisso. Jesus satisfez essa necessidade. Ele cuidou das pessoas
com seu ensino, € com seus atos curou os doentes € aflitos.
‘As pessoas ficaram ali até o fim do dia. Logo ficou aparente que
estavam necessitadas de alimento fisico. Terminara o tempo para instruir
as multid5es, e chegara o momento de cuidar das necessidades de seus
corpos fisicos. Em certo sentido Jesus se tornava 0 gracioso anfitriao,
enquanto as pessoas eram seus héspedes esperancosos. Seré que ele seria
capaz de cuidar dessa imensa multidao ¢ ainda ser seu supridor?
Todos os escritores dos Evangelhos relatam que os discipulos
chegaram a Jesus com a sugestéo de mandar as multiddes embora para
que as pessoas pudessem comprar alimento nas vilas vizinhas. Mas Jesus
sabia exatamente o que ia fazer. Ele perguntou aos discfpulos se tinham
dinhciro suficiente para comprar pao para todas aquelas pessoas. Ele
queria que eles participassem da tarefa de alimentar as multiddes, e os
testou quanto A fé que eles tinham quando mandou que satisfizessem a
caréncia fisica de todas aquelas pessoas.
Filipe fez um célculo rapido e supds que a quantia de dinheiro que um
trabalhador ganhava em oito meses no scria suficiente para propiciar a
cada pessoa nem mesmo uma mordida no pao. Ele percebeu rapidamente a
impossibilidade de tazer face as necessidades das multidées. Sua sugestao_
tinha sido mera suposigao ¢ agora ele olhou para Jesus esperando que
ele o ajudasse a resolver o problema.
Pao e peixe
André, irmao de Simao Pedro, viu um menino que tinha cinco
pequenos pies de cevada ¢ dois pequenos peixes. Era o suficiente para
satisfazer a fome de um menino, mas ndo representava nada diante de
uma multidao. Portanto, André questionou Jesus sobre até que ponto
essa pequena quantidade de alimento iria satisfazer As necessidades de
uma multidao. André falhou em reconhecer que ele estava na presenga
do Criador do universo que diariamente alimenta todas as suas criaturas.
E mais, os disc{pulos nao perceberam que Jesus nunca manda embora as
pessoas de mdos vazias. Ele sempre ministra aqueles que vao a ele em
dependéncia total.
© pao de cevada era comido pelos pobres que nao tinham condigées de
comprar pao feito de gros melhores. A cevada é imprépria para se fazer
um pio substancioso; o trigo e o centeio prestam-se mais a isso. Os dois<< Qs milagres de Jesus =
pequenos peixes eram do tamanho de sardinhas servidas como petiscas
quando salgadas. Essa foi a escolha de Jesus para alimentar a multidao.
Jesuy matidou que os discipulos fizessem que as pessoas se sentassem.
na grama verde em grupos de cem ¢ de cingiienta. Isso foi feito por
familias, ¢ assim o ntimero total pode rapidamente ser contado. Estavam
sentados em divisdes estabelecidas de maneira ordenada, para que nao
houvesse nenhuma confiusdo. Os pais de familia estavam encarregados
de reunir seus proprios clas, muito parecido com 0 modo em que Moisés
agrupou os israelitas no deserto do Sinai.
Entéo, Jesus tomou 0 pao e 0 peixe nas maos, olhou para o céu. ¢
abengoou 0 alimento com agées de graya a Deus, o doador de todo dom
bom e perfeito. Assim, mostrou as pessoas como dependerem de Deus
para suprir suas necessidades, e a necessidade de expressar gratidao.
Quando lesus partiu o pio, o milagre da multipticagao que ocorreu
nao pode ser explicado de mancira satisfatéria por ninguém, Perguntas
sobre esse milagre so muitas, mas as Escrituras silenciam sobre como o
milagre ocorreu exatamente. Esse milagre, no entanto, pode ser explicado
se 0 compararmos com 0 milagre que Deus realiza quando, diariamente,
ele alimenta a populagio total da terra. Sem diivida nenhuma, esse feito
éum milagre!
Jesus entregava 0 pao € 0 peixe a seus discipulos, que por sua vez
passavam © alimento adiante para as pessoas até que elas ficassem
satisfcitas. Quando j4 haviam comido o suficiente, ele instruiu os
discfpulos a recolherem os pedagos de pao e peixe para que nada fosse
desperdicado, Toda a comida que sobrou encheu doze cestos.
Esse milagre mostra Jesus cuidando tanto das necessidades espirituais
quanto das necessidades fisicas do povo. Ele Ihes ensinou as Eserituras
do Antigo ‘Testamento ¢ trouxe-lhes a revelagio de Deus, Resumindo,
deu-lhes o pao da vida. E, no final do dia, alimentou-os com pao e peixe
para sustenta-los fisicamente.
Pontos a ponderar
* Deus é bom para todos, pois ele faz que a chuva caia sobre os justos ¢
os injustos. De fato, ele providencia diariamente alimento e bebida para
todas as pessoas, mesmio que algumas passem por periodos de tome.
Em poucas palavras, esse fato em si 6 um milagre que pede respostas
de gratidao de seus beneticidrios,25,
A alimentacao dos cinco mil
Na hora das refeigdes os cristios expressam sua gratidao a Deus e
muitas vezes ensinam os filhos a orar “Deus é grande, Deus é bom, €
nés Ihe damos gracas pela refeigdo”. Jesus expressou sua gratidao a
Deus o Pai, ¢ pelo seu exemplo ensina os cristéos a também expres
sarem a sua gratidao a Deus. Contudo, negligenciar o agradecimento
&um ato de desrespeito que resulta em se distanciar do Deus vivo.
As pessoas que Jesus alimentou provavelmente pensaraim no proteta
Elias, cujo milagre em Sarepta consistiu no pote de farinha nunca
se esvaziar e na botija de azeite nunca secar (1Rs 17.7-15). E eles se
lembraram que 0 profeta Eliseu alimentou cem homens com vinte
bolos de cevada e ainda sobrou comida (2Rs 4.42-44).
Nesse caso, elas reconheceram no meio deles um profeta muito maior
do que Elias ou Eliseu. Viram-no como sendo aquele que Moisés
havia predito, ou seja, o Messias, o grande Profeta. Elas até quiseram
fazé-lo seu rei para derrubar os ocupantes romanos. Mas Jesus nio
seria um rei politico num reino terreno. Ele é Rei dos reis e Senhor
dos senhores num reino que nao é deste mundo.car JESUS ANDA SOBRE Yes
A AGUA
Mateus 14.22-33; Marcos 6.45-51; Jodo 6.16-21
Embarcacao lenta
Depois de passar horas agradéveis no comeco da noite com parentes
ou amigos, sabemos que chegou a hora de nos despedir. A seguir, a
tarefa de arrumar a sala e lavar a louga cabe a nés, os donos da casa,
como bons anfitrides. Entao, relaxamos por alguns momentos antes de
nos retirarmos para uma noite de descanso
Em certo sentido, foi isso 0 que acontecev com Jesus e os disefpulos.
Ap6s alimentar uma multidao de cinco mil homens, nao contando as
mulheres e criangas, Jesus despediu o povo. Mandou que seus discfpulos
entrassem no barco e fossem a frente, atravessando o Lago da Galiléia em
direeao a cidade de Betsaida. Ele préprio se retirou e foi a um monte para
orar. Ele precisava de tempo para estar a s6s e ter comunhfo com seu Pai
Entre outras necessidades, ele orou pela seguranga e pelo bem-estar dos
discfpulos, que precisavam ser protegidos dos elementos tempestuosos
do vento, da 4gua e das ondas.
Era ode da noite quando os discipulus entraram no barco. Logo
que deixaram a praia, eles enfrentaram um vento que rapidamente se
transformou numa tempestade. Os discfpulos ficaram impossibilitados
de fazer qualquer progresso visivel. Sem conseguirem levantar velas,
foram forgados a manejar seus remos, mas toda a forca fisica deles parecia
produzir pouco resultado. Perceberam que 0 progresso era minimo, e27
= Jesus anda sobre a agua *»
depois de muitas horas remando nao haviam passado do meio do lago.
A noite estava chegando ao fim e, nas tiltimas horas da noite, eles ainda
estavam cerca de cinco quilémetros e meio do seu destino Cansadas
e frustrados, eles viam que os seus esforgos estavam resultando num
sucesso muito limitado.
Os discfpulos queriam saber por que Jesus os tinha mandado sair de
barco, sozinhos, tarde da noite, Ele os havia abandonado? Especialmente
em tempo tempestuoso queriam ouvir palavras de afirmacio da parte
dele; teriam aceitado de bom grado uma mostra de seu poder onipresente
sobre a natureza. Com certeza eles se perguntavam onde ele poderia
estar. Sera que estava dormindo enquanto eles lutavam?
Enquanto expressavam essas preocupagoes, de repente eles viram
alguém caminhando sobre as ondas do lago. Tinham remado a noite
toda sem fazer progresso visivel, e agora viam uma figura indistinta a
distancia, aproximando-se sem fazer esforgo, como se fosse passar por
eles. Como um homem podia caminhar sobre a superficie da 4gua como
se fosse terra seca? Eles ficaram cheios de medo. De repente um deles
gritou: “E um fantasma!” Todos concordaram que era um fantasma, um
aparecimento ilusério, wm espfrito demonfaco flutuando como fantasma
acima da superficie da agua. Eles ficaram aterrorizados, ¢ cada vestigio
de coragem desapareceu.
Entéo ouviram uma voz conhecida, a voz de Jesus dizendo-lhes:
“Animem-se, sou eu. Nao temam”. Jesus ndo os havia abandonado. Ele
tinha estado orando, pedindo a seu Pai que os protegesse dos males ¢
perigos. Mas agora queria fortalecer-lhes a fé mostrando-lhes que ele
controlava os elementos atmosféricos. Bem na frente deles, testemunharam
o milagre de Jesus exercer seu poder total sobre a natureza; ele tinha a
capacidade de desafiar as leis da gravidade e da liquidez. As forcas fisieas
eram totalmente submissas a ele.
Fé e temor
Esse milagre produziu em Pedro a reagdo que Jesus esperava, isto é,
que Pedro cresse nele. Pedro disse: “Senhor, se é © senhor, mande-me
chegar até af sobre as aguas”. Ele nd duvidou nem por um momento que
a pessoa fosse Jesus. De fato, por saber que era Jesus, pediu ao Senhor
se podia andar com ele sobre a Agua. Seu pedido nao teve a finalidade
de mostrar a seus condisc{pulos que ele tinha mais f& do que eles. Pedro28 +», Os milagres de Jesus »
queria ficar proximo de Jesus para que ele também tivesse a experiéncia
do poder de Cristo sobre a natureza. Ele precisava da aprovagao divina
do Senhor para fazer que esse milagre se Lornasse auténtico para ele
mesmo em resposta a fé.
Enquanto Pedro olhava para Jesus, ele realmente péde andar sobre a
agua enquanto os ventos sopravam ¢ as ondas se moviam. No momento
em que ele desviou o olhar do Senhor e viu a forca do vento e da Agua,
afundou. Mas antes de submergir, gritou por socorro. Imediatamente
Jesus 0 pegou pela mao eo tirou da Agua. Uma repreensao branda veio
dos labios de Jesus: “Homem de pequena fé, por que duvidaste?” Entao,
ambos subiram no barco ¢ o poder do vento parou imediatamente, para
admirayao dos discipulos. Eles o adoraram e disseram: “Verdadeiramente,
o Senhor é 0 Filho de Deus!”
Pedro havia desviado o seu olhar de Jesus ¢ por isso afundou na Agua.
Quando gritou “Senhor, salve-me!”, Jesus tomou pela mao eo levantou
para que entrasse no barco. Observe que a urgente oragdo de Pedro por
livramento foi seguida por adoracao genuina.
sobre a agua, Pedro andou sobre a agua, ¢ 0 vento parou
de soprar. Qual é 0 significado dessa séric de milagres? Como explicamos
esses fendmenos? Podemos comecar com a alimentac3o dos cinco mil, em
que Jesus demonstrou seu poder de realizar um milagre extraordinario.
Isso deve ter deixado nos discfpulos a impressio indelével de que, da
perspectiva humana, Jesus podia fazer o impossivel. Mas suas mentes
estavam embotadas por falta de sono ¢ dos misculos supercansados dos
bragos e pernas. Seus coragées estavam insensiveis e desatentos. No
meio de uma tempestade, os disefpulos cansados dos remos deixaram
de aplicar o sentido do milagre A sua situagao presente. Na verdade, 0
mailagre de Jesus caminhar sobre a agua veio inesperadamente a noite
em condigées chmaticas adversas.
Jesus gritou aos discipulos: “Sou eu, nado tenham medo”. Ao dizer as
palavras “Sou eu”, cle assumiu a identidade de Deus que comissionou
Moisés para ir aos israclitas no Eyito e dizer: “Eu Sou me enviou a
vs outros” (Ex 3.14). Deus se revelou como 0 onipresente Deus que
realizou milagres entre eles no Egito ¢ na travessia do Mar Vermelho.
Do mesmo modo, Jesus caminhou sobre a 4gua do Lago da Galiléia e
identificou-se como sendo divino. Seus discfpulos 0 adoraram como o
Filho de Deus, 0 Messias.
Como o Senhor do universo, Jesus podia desafiar a lei da gravidade
porque ele é 0 doador da lei e pelo seu divino poder ele sujeita a lei.
Jesus andou© Jesus anda sobre a agua
Pedro pode caminhar sobre a agua porque sua fé em Jesus o capacitou.
Mas quando ele desviou os olhos de Jesus ¢ comegou a oscilar, o milagre
terminou para Pedro.
O vento parou de soprar no momento em que Jesus entrou no barco.
Esse fendmeno também ocorreu num incidente anterior quando ele
acalmou a tempestade no Lago da Galiléia. E, entao, com Jesus a bordo,
08 discfpulos chegaram a0 outro lado em tempo recorde, o que pode ser
interpretado como outro milagre, embora menor.
Pontos a ponderar
+ Sempre que os disefpulos entravam no scu barco de pesca com Jesus,
ele, na maioria das vezes realizava um milagre; por exemplo, cle
acalmou uma tempestade, pegou uma quantidade grande de peixes e
andou sobre a agua. Mas como Jesus desafiou as leis da gravidade eda
liquidez? A resposta a essa pergunta s6 pode ser dada se virmos Jesus
como o Criador do universo. Seré que cle, que criou tanto a forga de
atragao da gravidade quanto as extensdes de 4gua, nado tem controle
sobre o que criou? Por causa de sua divindade ele tem autoridade sobre
os elementos na natureza.
+ Jesus realizou o milagre de andar sobre o Lago da Galiléia para forta-
lecer a fé dos discipulos ¢ assegura-los de que eles nada tinham a temer.
Ele se identificon com as palavras “Eu Sou” que em certo sentido é 0
proprio nome de Deus, Observe que Jesus se identificou dessa mesma
maneira no Jardim do Getsémani ¢ 0 resultado foi que os guardas do
templo que haviam ido para prendé-lo cafram ao chao.
+ Os discfpulos tiveram de aprender a ligdo da proximidade de Jesus
no meio de uma tempestade. Eles gastaram sua energia remando
durante toda a noite, Embora tivessem feito pouco progresso, viram
o poder miraculoso de Jesus sobre as leis da natureza. Por essa razao,
© reconheceram e o adoraram como 0 Filho de Deus.
+ Paulo escreveu: “Tudo posso naquele [Cristo] que me fortalece”. Isso
quer dizer que cle podia fazer todas as coisas na presenca do Senhor con-
tanto que caminhasse com seguranga nos passos de Jesus. Seguidores
de Jesus encontram tempestades freqiientes na vida, mas na medida
em que se lembram de que ele est ao lado deles, esto seguros.A ALIMENTACAO ,
DOS QUATRO MIL ~~
Mateus 15.29-39; Marcos 8.1-10
Comida para todos
Um professor experiente sabe que a repetigao é a formula comprovada
para se aprender bem. Para ajudar seus alunos a aprenderem uma licdo, 0
professor precisa repeti-la de tempos em tempos. Jesus nfo era excegSo a
essa regra. Por exemplo, os Evangelhos apresentam relatos duplicados das
Bem-aventurangas, da Oragao do Senhor e da parabola da ovelha perdida.
Os escritores dos Evangelhos registram dois milagres de alimentar
uma multidao: cinco mil pessoas e quatro mil pessoas. Algumas pessoas
créem que se trata de um sé © mesmo milagre, apresentado como dois
casos diferentes, Mas a comprovacao esmagadora mostra que ha duas
ocasides, duas situagdes, dois lugares e dois métodos contrastantes. Num
dos relatos, as pessoas esto com ele por um dia sé; no outro, elas ficam
14 por trés dias. Até mesmo Jesus se refere a esses dois incidentes quando
ele interroga os discfpulos sobre a quantidade de sobras de comida que
tinham reunido. Na primeira ocasido eles responderam que havia doze
cestos cheios e, na segunda, sete.
Multidées de pessoas que chegavam aos milhares tinham ido até
Jesus, Entre elas havia muitos doentes e sofredores: os cegos, 0s aleijados
os mudos. Ele curou todos de maneira que os cegos puderam ver, os
aleijado:
que sofriam de perda de audig&o, que eram possessos por demdnios ou
aram e os mudos falaram. Sem diivida havia muitos outros: