Caderno Resumos Socine Blog
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Apresentação 4
Resumo da programação 6
17 de maio 6
18 de maio 8
19 de maio 10
Painéis 20
17 de maio 22
Índice onomástico 72
Mapas 75
Apresentação
PRIMEIRO ENCONTRO ESTADUAL DA e Som (PPGIS) da Universidade Federal profícua interação entre pesquisadores,
SOCINE - SÃO PAULO de São Carlos (UFSCar). grupos e linhas de pesquisa existentes
Trata-se de uma iniciativa-piloto que nas Instituições de Ensino Superior
Este certamente é um momento não por acaso ocorre em um Estado paulistas.
marcante na história da SOCINE - que conta com grande número de Este Primeiro Encontro Estadual da
Sociedade Brasileira de Estudos de programas de pós-graduação em Socine tem, portanto, o objetivo
Cinema e Audiovisual. Ao completar Comunicação, inclusive voltados ao de estimular a reflexão a respeito
quinze anos de existência em 2011, Cinema e Audiovisual. Algo similar da Comunicação, fomentando a
com um crescimento que ao longo também ocorre em relação aos cursos produção acadêmica e os intercâmbios
desse período vem se consolidando de de graduação focados em imagem institucionais no âmbito do Estado de
maneiras diversas - sobretudo com os e som e, até por isso, este Primeiro São Paulo. E torcemos para que esta ação
Encontros Nacionais e com a publicação Encontro Estadual da Socine procura se venha a se constituir como estímulo à
de livros que são referência na área - é constituir como uma oportunidade para realização de outros Encontros Estaduais,
chegado o momento de uma nova que graduandos e recém-formados em não apenas no Estado de São Paulo
investida correspondente ao acréscimo Cinema e Audiovisual do Estado de São como também em outros Estados
em importância de nossa associação: a Paulo apresentem suas pesquisas de da União, já que instigar o diálogo é
realização do Primeiro Encontro Estadual Iniciação Científica e Monografias, além levar à prática democrática e salutar
da Socine - São Paulo, que acontece nos de contar com trabalhos relacionados do exercício do Conhecimento e do
dias 17 a 19 de maio deste ano, com aos estudos de pós-graduandos e pós- acercamento ao Outro - objetivo do
organização sob a responsabilidade do graduados. Será esta, certamente, uma Cinema e do Audiovisual - que é, afinal,
Programa de Pós-Graduação em Imagem oportunidade que possibilitará uma do que se está a tratar aqui.
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Resumo da programação 17 DE MAIO
10h30 Intervalo
11h Minicurso
14h30 Minicurso Sessão 1: “Reverberações Sessão 2: “Cinema e música: Sessão 3: “Como o fenômeno Sessão 4: “Documentários
e palimpsestos no cinema.” uma relação mais que sonora.” da cultura participativa está etnográficos.” Antônio G. F.
Josette Monzani, Maria Suzana Reck Miranda, Martin transformando [...]” Jônatas Rodrigues, Juliano José de
Noemi de Araujo e Patrícia Eikmeier e Márcia Regina K. de Oliveira, Náyady K. O. Araújo e Alexandra Lima
Costa Vaz Carvalho da Silva Nunes e Silvia Regina S. Orru Gonçalves Pinto
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Resumo da programação 18 DE MAIO
9h Minicurso: “Cinema latino- Sessão 5: “Música no cinema.” Sessão 6: “Cinema infantil.” Sessão 7: “Olhares sobre o Sessão 8: “Documentário: a
americano contemporâneo: Edison Delmiro Silva, Érica Rafael Duarte Oliveira cinema internacional.” Albert tradição de falar do outro.”
estética e experimentação.” Cristine de Almeida e Marcos Venancio, Ana Luiza Pereira Elduque, Mariana Duccini Gérson Trajano de Santana,
Profa. Dra. Cynthia Tompkins Paulo Blasques Bueno Barbosa e Mirian Ou Junqueira da Silva e Ricardo Rafael de Almeida e Sabrina
(Arizona State University) Tsutomu Matsuzawa Rocha Stanford Thompson
11h Minicurso Sessão 9: “Mercado e Sessão 10: “Observar Sessão 11: “Cinema silencioso Sessão 12: “Cinema e arte.”
indústria.” André Piero Gatti, Tarkovski.” Antonio Vicente brasileiro: circulação de André Bonotto, Ananda
Roberta Santos Assef e Seraphim Pietroforte, Eliza espetáculos e signos.“ Carvalho e Natasha Marzliak
Gabriela Morena de Mello Bachega Casadei e Luiz H. Luciana C. de Araújo, Sheila Norberto
Chaves Alves de Souza Monzani Schvarzman e Julio L. Moraes
14h30 Sessão 13: “Transmidiações: Sessão 14: “Leituras do Sessão 15: “Cinema: Tempo, Sessão 16: “Crítica Sessão 17: “Documentário
conceituação e aplicação.” cinema ibérico.” Renata Memória e História.” Mônica cinematográfica.” Margarida e animação.” Maria Ines
Vicente Gosciola, Dario de Soares Junqueira, Wiliam Brincalepe Campo, Ana Paula Maria Adamatti, Fabricio Dieuzeide Santos Souza,
Souza Mesquita Júnior e Pianco dos Santos e Sara dos Santos Martins e Carla Felice Alves dos Santos e Arthur Luiz Cavalcante de
Claudio Ferraraz Junior Martín Rojo Conceição da Silva Paiva Isabella M. Ikawa Bellinger Macêdo e Jennifer Jane Serra
16h30 Sessão 18: “Sonoridades Sessão 19: “Gênero e análise Sessão 20: “Documentários, Sessão 21: “Cinema Sessão 22: “Intersecções e
cinematográficas.” Hugo fílmica.” Samuel Paiva, Rubens documentais, ficções.” brasileiro: anos 50.” Sandra C. intertextualidades.” Rogério
Leonardo Castilhos dos Reis, Luis Ribeiro Machado Júnior e Alessandro Constantino N. Ciocci, Luciano Vaz Ferreira Ferraraz, Paulo R. F. da Cunha,
Bernardo Marquez Alves e Alessandro Carvalho Sales Gamo, Carlos Alberto A. Ramos e João de Oliveira Juliana P. Chacon Humphreys
Damyler Ferreira Cunha Caruso e Caue F. Nunes e Laura Carvalho Hércules
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Resumo da programação 19 DE MAIO
9h Sessão 23: “Televisão Sessão 24: “Corpo e censura.” Sessão 25: “Educação e Sessão 26: “Cinema silencioso Sessão 27: “Cinema e
brasileira: experiências.” Nanci Bernadette Lyra, Fábio Raddi audiovisual.” Glauber Lúcio brasileiro: materiais e literatura.” Gabriela Kvacek
Rodrigues Barbosa, Petronio Uchoa e Caroline Gomes Alves Santiago, Paulo Roberto sonoridades.” Flávia Cesarino Betella, Maria Alzuguir
Josue Domingos da Silva e Leme Montanaro e Ian Rittmeister Costa, João Miguel Valencise e Gutierrez e José Eduardo
Stefanie Hesse Alves Mazzeu Alexandre Ramos Vasques Bozicanin
11h Sessão 28: “Mobilização Sessão 29: “Documentos Sessão 30: “Sonoridades Sessão 31: “Encenação no Sessão 32: “Documentário
transmídia.” João Carlos de processo e criação.” audiovisuais.” Eduardo Simões cinema.” Wilton Garcia, Sônia e memória: fragmentos.”
Massarolo e Francisco Cecilia Almeida Salles, Laila dos Santos Mendes, Fernanda Maria Oliveira da Silva e Gilberto Alexandre Sobrinho,
Beltrame Trento Rotter Schmidt e Julio Cesar Carolina Armando Duarte e Cláudia Dalla Verde Marcelo Vieira Prioste e Marco
Bazanini Juliana Panini Silveira Aurélio Teles Freitas
14h30 Sessão 33: “Olhares sobre a Sessão 34: “O corpo Sessão 35: “Documentando Sessão 36: ”Utopia - centro e Sessão 37: “Convergência
TV brasileira: metodologia e estranho.” Janaina de Jesus Chris Marker.” Nicolau Bruno periferia.” Pelópidas Cypriano de mídias: novos paradigmas
fontes de pesquisa.” Flavio de Santos, Odair José Moreira da de Almeida Leonel, Edson de Oliveira, Arilson Pereira [...]” Rogerio S. Mestriner,
Souza Brito, Adriano Adoryan Silva e Fabio Diaz Camarneiro P. da Costa Júnior e Tainah Vilas Boas e Júlio Eduardo Licínia de F. Iossi, Letícia de P.
e Leandro Vieira Maciel Negreiros Oliveira de Souza Martí Affini e Glauco M. de Toledo
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Convidados e
atividades especiais
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Convidados e atividades especiais Convidados e atividades especiais
Minicurso:
“Cinema latino-americano contemporâneo: estética e experimentação.” Profa.
Dra. Cynthia Tompkins (Arizona State University) Seleção de Filmes
Este minicurso apresentará os filmes listados ao lado em seu respectivo contexto sócio- 1. Introdução: Mise-en-scène: um cenário aparentemente internacional.
histórico e realizará uma análise do texto fílmico que buscará subverter interpretações 2. O efeito disruptivo do Neo-Noir sobre a imagem-ação:
2.1. A resplandecente sutura da epilepsia em “A aura” (2005), de Fabián Bielinsky;
canônicas. Seguindo-se à polêmica introdução se examinará o impacto efetivo de
2.2. Desconstrução genérica no minimalismo de “Whisky “(2004), de Juan Pablo Rebella;
uma prática habitual na cinematografia latinoamericana: a fusão das convenções 2.3. Prazeres criminais: intermedialidade e voyeurismo em “O homem que copiava” (2003), de Jorge
genéricas do documental e do neorealismo com o drama nas películas de ficção. Furtado;
Contestando esta tendência hegemônica e baseando-se nas teorias de Gilles Deleuze, 2.4. Intermedialidade, voyeurismo e assédio em “Gigante” (2009), de Adrián Biniez;
este curso, inicialmente, analisará os pressupostos do tempo-ação que, por sua vez, 2.5. Intermedialidade e tese sobre o movimento: “Não por acaso” (2007), de Phillipe Barcinski.
3. Road movies:
ancoram as convenções do neo-noir, gênero em expansão na atualidade. Em seguida,
3.1. “Central do Brasil” (1998), de Walter Salles: o paradóxico efeito do documental;
serão explorados os pressupostos teóricos de Deleuze acerca da imagem-tempo, que 3.2. O duplo discurso de “El camino a San Diego” (2006), de Carlos Sorín;
emergem com a primazia que o neo-realismo outorga ao protagonista e aponta para a 3.3. Solidariedade entre órfãos: “El cielito” (2004), de María Victoria Menis;
influência da imagem-tempo no acentuar o tema e a estrutura da viagem, a dispersão 3.4. Desvios genéricos: “El baño del Papa” (2007), de César Charlone e Enrique Fernández.
da situação, o deliberadamente tênue dos vínculos, assim como na condenação do 4. Drama:
4.1. Esculpir temporal: “Como pasan las horas” (2005), de Inés de Oliveira Cézar;
argumento e na autoreflexividade dos clichês. O minicurso enfocará, ainda, o dilema
4.2. O passado assalta o presente: “Días de Santiago” (2004), de Josué Méndez;
da construção paratática nos filmes experimentais nos quais o tempo parece estanque. 4.3. Muda espiral de violência: “La rabia” (2008), de Albertina Carri;
Prestar-se-á particular atenção à estrutura narrativa que abre a possibilidade de leituras 4.4. Trauma coletivo: “Quanto vale ou é por quilo?” (2007), de Sérgio Bianchi.
alegóricas ao produzir uma disrupção da causalidade. Devido ao fato das películas 5. Cine de autor experimental:
experimentais enfatizarem a representação do tempo, as categorias deleuzianas, 5.1. Ser ou no ser?: “Japón” (2002), de Carlos Reygadas;
5.2. Crime e castigo autoinfligido: “Batalla en el cielo” (2005), de Carlos Reygadas.
tais como camadas e picos temporais, não somente facilitam sua interpretação
6. Cinema de autor experimental e intertextualidade:
como permitem contrapor estas estruturas temporais em filmes hegemônicos. 6.1. O milagre dos vínculos femininos em uma sociedade patriarcal: “Stellet Licht” (2008), de Carlos
Outros elementos estruturantes a serem analisados no minicurso incluem o efeito de Reygadas;
sutura resultante do contraponto entre o argumento e a voz over. Estes elementos 6.2. Expiações cíclicas: “Extranjera” (2007), de Inés de Oliveira Cézar;
resultam em diegeses estruturadas, conformes à repetição com variações, o que leva a 6.3. A naturaleza irrevogável da maldição: “El recuento de los daños” (2010), de Inés de Oliveira
Cézar;
examinar a interrelação entre o argumento e a repetição de cenas, apresentadas como
6.4. Espelhos trincados, ecos e reverberações: “Madrigal” (2006), de Fernando Pérez Valdez;
acontecimentos reais ou imaginados. Assim, dita estrutura permite contextualizar 6.5. Limites do despeito e o autoconhecimento: ”A Via Lactea” (2007), de Lina Chamie.
atividades cíclicas, tais como as ditadas pela vida diária em comunidades rurais, ou 7. Pseudo-documental experimental:
aquelas repetidas mediante ritos, já que em ambos os casos estas se convertem 7.1. Quarto com boa vista: “Suite Habana” (2003), de Fernando Pérez Valdez;
em discursos que se prolongam no tempo (passado/futuro), para além de nossa 7.2. Estar e não estar: “Hamaca paraguaya” (2008), de Paz Encina.
8. Conclusões: futuros possíveis.
participação no presente. Estas perspectivas se coadunam na parte final do curso, já
que serão examinadas diversas representações da aporia do trauma. Em suma, este
curso examinará um conjunto de filmes experimentais buscando apontar uma nova Teatro Florestan Fernandes
maneira de interpretar o cinema latinoamericano contemporâneo. 17/05 (Terça-feira) das 9h às 16h e 18/05 (Quarta-feira) das 9h às 12h30
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Convidados e atividades especiais Convidados e atividades especiais
Esta palestra irá abordar world cinema através de um modelo teórico incomum, Cómo en las películas producidas en la década de 1990 se representa la historia de la
baseado numa “ética do realismo”. A justaposição dos termos “world cinema”, “ética” e Conquista para construir un relato sobre la identidad nacional mexicana que tendría
“realismo” cria uma tensão cujo fim é oferecer uma alternativa eficaz à oposição binária origen en este acontecimiento, mientras en las películas producidas en la misma
tradicional entre cinema de arte e popular, ficção e documentário, Hollywood e world década, pero que abordan la historia más reciente, se cuestionan todos los referentes
cinema. Força-se, assim, a redefinição de cada um desses termos. Em vez de se colocar tradicionales de la identidad, sea ésta la nación, la familia o la pertenencia a la iglesia
como oposição a Hollywood, world cinema irá se definir positivamente como uma rede católica.
policêntrica de fenômenos interligados, com picos criativos em períodos e lugares
diversos. A rejeição do esquema centro-periferia, que reduz world cinema a um “outro”
Anfiteatro Bento Prado Jr.
vitimizado, visa, por sua vez, a estimular e legitimar a fruição passional desses filmes,
17/05 (Terça-feira) das 16h30 às 18h
em vez de compassional. O conceito de ética que utilizo é, portanto, inverso à recente
virada ética dos Estudos Culturais, que, com base em Derrida, Irigaray, Spivak e acima
de tudo Lévinas, defendem o respeito ao “Outro”. Os filmes e cineastas que focalizo
me parecem, ao contrário, abraçar um princípio unificador que apaga os limites entre CineUFSCar:
sujeito e objeto, esfera pública e privada, a representação do real e a sua produção. “Testemunha oculta” (José de Oliveira, 1969), com acompanhamento ao vivo da
Sua ética se traduz, em primeiro lugar, em “compromisso com a verdade”, mesmo Orquestra da UFSCar
quando esta advém do contingente, do inesperado e do incerto. Finalmente, minha
hipótese realista não tem qualquer relação com a assim chamada narrativa realista “Testemunha oculta” é um suspense média-metragem realizado no final da década
clássica, cujo objetivo é provocar uma “impressão de realidade”. Escapa também às de 60 por José de Oliveira, cinéfilo e cineasta amador são carlense conhecido como
teorias representacionais derivadas da visão platônica de mimese reflexiva. Defendo, “Zé Pintor”. O filme, que permaneceu por muitos anos guardado nas gavetas pelo seu
ao contrário, a idéia de que os ciclos realistas de todos os tempos, inclusive os da realizador, foi sonorizado e finalizado em 2008 por graduandos do curso de Imagem e
nossa era digital e virtual, sempre resistiram aos simulacros por meio da aderência a Som da UFSCar, com a colaboração de atores, músicos e outros produtores, e lançado
um cinema corpóreo que no mais das vezes requer o engajamento físico de equipe e em DVD. Nesta exibição, a exemplo de sua estréia em 2008, durante o 2º Festival
elenco na experiência do evento fílmico. O resultado são filmes exibicionistas, em lugar Contato, “Testemunha oculta” contará com a presença da Orquestra Experimental da
de voyeuristas, que revelam a realidade do aparato, e não da fábula. Seu objetivo é UFSCar interpretando a trilha musical, de sua composição, ao vivo.
produzir, tanto quanto reproduzir, o real.
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Convidados e atividades especiais Convidados e atividades especiais
Tendo em vista o crescimento do campo da pesquisa em Comunicação e A arte, conforme Lyotard, não diz o indizível, antes, diz que não pode dizê-lo. Vou
especificamente o desenvolvimento da área de Cinema e Audiovisual no Brasil, esta percorrer, através de alguns filmes do cinema africano de língua portuguesa, o modo
mesa propõe um debate sobre as possíveis políticas de regionalização no País, com o como o cinema, convertido em discurso, é visto/vivenciado. O cinema, que não
objetivo de contribuir de forma estratégica para o seu fortalecimento. Nesse sentido, pode dizer o indizível, mostra. Revela em sua própria montagem, em sua essência de
tendo como parâmetro o Plano Nacional de Pós-Graduação para o período 2011-2020, fragmentos que são recompostos, uma dor que não pode ser sublimada, mas que
o debate proposto pretende mapear alguns desafios que, da perspectiva de interesses habita os habitantes, muitas vezes invisíveis destas cidades.
locais (estaduais, regionais), visam o enfrentamento de questões diversas, tais como: Jean-Claude Carrière, em seu livro “Linguagem secreta do cinema”, conta que o cinema
surgimento de novos Programas de Pós-Graduação em Cinema e Audiovisual; relações foi levado para o continente africano pelos colonizadores europeus como mais uma
interinstitucionais envolvendo possibilidades de cooperação entre Programas e arma na sua bagagem já tão carregada. Não é de estranhar este facto se pensarmos
Grupos de pesquisa; produção acadêmica local em contexto de internacionalização. que, também a igreja, nos primórdios do cinema, utilizou filmes como parte da homilia.
Tal reflexão certamente terá uma considerável relevância para São Paulo, uma vez que A imagem serviu vezes sem conta a fins pedagógicos - fossem os ensinamentos
(de acordo com a Capes no Documento de Área 2009 para Ciências Sociais Aplicadas I) uma forma de ampliar o conhecimento do outro ou uma forma de dominá-lo, pura e
aproximadamente 35% dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação brasileiros simplesmente. E a imagem cinematográfica não fugiu à regra. Prestou-se, em diversas
concentram-se nesse Estado (valendo observar que muitos desses Programas estão ocasiões, a ser instrumento de cognição e de dominação. Pela sua ligação ao real, o
justamente localizados em cidades do interior paulista). Entretanto, a perspectiva cinema serviu para criar e reforçar ideologias; para impor modelos e sugerir padrões de
do debate envolve diversas possibilidades de compreensão das demandas locais comportamento.
(estaduais, regionais) em contextos diversos da produção acadêmica em Cinema Ousmane Sembène, realizador senegalês, considerado o “pai do cinema africano”, disse
e Audiovisual no Brasil como um todo, de modo a também prever formas de numa entrevista que o cinema, para ele, tinha uma finalidade muito específica: educar
enfrentamento das assimetrias entre os vários estados e regiões do País. as pessoas. Os seus filmes eram conscientemente pedagógicos e o cinema era apenas
um veículo para o seu discurso. A imagem é um meio poderoso em lugares onde a
língua é múltipla e o espaço é dominado pela heteroglossia - a fala é socialmente
construída e nem todos dominam a língua oficial do seu próprio país. De uma maneira
geral é este o panorama do cinema nos países africanos de língua portuguêsa: filmes
de ficção produzidos por entidades autónomas, normalmente ONGs, que cumprem
uma função social importante e apresentam, através de um discurso apreensível,
questões fulcrais para o país como o desenraizamento das pessoas, a pobreza, e o HIV.
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Painéis
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Painéis Painéis
A questão da mulher negra na mídia: a telenovela brasileira A formação do olhar do diretor e seu envolvimento com a equipe de trabalho
Alia Essebag - Graduada, UNINOVE durante a faculdade
O tema proposto diz respeito a uma questão étnico-racial. Ao pesquisar em bibliografia Danilo Bastos Godoy - Graduando, SENAC-SP
específica, materiais acadêmicos, jornais de ampla circulação e revistas semanais e Este estudo propõe uma visão crítica da formação do aluno graduado no curso
mensais, optou-se por discutir a questão da mulher negra em telenovelas da Rede superior de audiovisual da USP, focado na figura dos diretores e seus Trabalhos de
Globo de Televisão, a partir das produções “A próxima vítima” (1995) e “Mulheres Conclusão de Curso, realizados como curtas-metragens.
apaixonadas” (2003). A representatividade dos afro-descendentes na televisão
brasileira ainda está aquém do desejado. Por isso, a necessidade e a importância de se
discutir esse assunto.
Hall ao lado da EdUFSCar (Biblioteca Comunitária - BCo) Hall ao lado da EdUFSCar (Biblioteca Comunitária - BCo)
17/5 (Terça-feira) das 18h às 19h30 17/5 (Terça-feira) das 18h às 19h30
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Painéis Painéis
O diálogo metalinguístico no cinema de Guilherme de Almeida Prado “João da Matta” (1923) e a construção da identidade cultural caipira
Gabriel Henrique de Paula Carneiro - Graduado, FCL Gustavo Padovani - Graduando, UNESP
O cinema de Guilherme de Almeida Prado destaca-se pela maneira como se relaciona Este painel irá analisar os conteúdos híbridos de críticas, reportagens e crônicas
com o próprio cinema, seja pela estética, pelo gênero ou pela história. Seus longas- publicadas, na década de 1920, sobre o filme “João da Matta” (1923) nos jornais “Diário
metragens conversam com diferentes elementos fílmicos, especialmente os do cinema do Povo” e “Gazeta de Campinas”. Ao utilizar um processo de contextualização cultural,
noir americano, do filme B e dos filmes da “Boca do Lixo” paulistana. Nesse último caso, histórica e antropológica, a investigação pretende identificar os valores atribuídos ao
Guilherme cria uma diferente memória: através de seus filmes, reconstrói os estilos das longa-metragem no meio impresso e traçar a relação conflituosa entre a temática da
produções, bem como pedaços da história da “Boca do Lixo”. obra e a identidade cultural da cidade de Campinas-SP.
Hall ao lado da EdUFSCar (Biblioteca Comunitária - BCo) Hall ao lado da EdUFSCar (Biblioteca Comunitária - BCo)
17/5 (Terça-feira) das 18h às 19h30 17/5 (Terça-feira) das 18h às 19h30
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O rap em “O invasor” e sua relação com a leitura do espectador/ouvinte Processos de criação coletiva nos estúdios de Disney
João Henrique Tellaroli Terezani - Graduado, UFSCar Luiza de Oliveira Soares - Graduanda, PUC-SP
A pesquisa analisa como o filme “O invasor”, de Beto Brant, faz uso do rap (rythm and O objetivo desta proposta é fazer um inventário dos processos e métodos
poetry): gênero da música popular que, inserido na trilha musical, não apenas exerce desenvolvidos pelo Estúdio Disney, no sentido de valorizar os procedimentos coletivos
funções narrativas comuns à música de cinema, mas evoca um contexto sócio-cultural e sistêmicos da animação. Para tal, foi feito um levantamento das informações
proveniente de relações extra-fílmicas. Além de elucidar a produção de sentidos relacionadas a esse tema em livros e documentos do processo em geral (storyboards,
via gênero musical, a pesquisa explora questões específicas da presença da música imagens e fotos documentais, roteiros, depoimentos, making-of) que serão aqui
popular no cinema, amparada pelos autores Anahid Kasabian, Hilary Lapedis e Jeff discutidas.
Smith.
Provocações etnográficas: autoria e fronteiras na obra de Rouch Aspectos sobre a análise do filme documentário nas práticas da Ciência da
Luciana Fávero - Graduanda, UNICAMP Informação
Discutindo a questão da autoria na produção do cineasta francês considerado pai da Marina Guerra Rossi - Graduanda, UFSCar
antropologia compartilhada, este estudo intenta responder à questão “Foi Jean Rouch Tendo em vista a necessidade de se classificar e analisar filmes no campo da Ciência
um autor?”, a partir da análise dos filmes produzidos por Rouch entre 1955 e 1960 e do da Informação, este trabalho tem como objetivo compreender aspectos teórico-
embate com a bibliografia existente sobre o tema. metodológicos a respeito da linguagem do documentário, a fim de realizar, de acordo
com as teorias que tratam do assunto, classificações por gêneros fílmicos e, também,
análises que subsidiem o levantamento de assuntos e temas, que busquem atender a
demanda dos pesquisadores, principalmente os especialistas em cinema.
Narrativa audiovisual complexa: network narratives A transposição intersemiótica da ironia: uma perspectiva audiovisual
Luis Enrique Cazani Junior - Graduando, UNESP Mirella Monique Soares - Graduanda, USP
Procura-se, neste trabalho, expor as considerações levantadas sobre a classificação de Este trabalho de pesquisa se propõe investigar a livre adaptação cinematográfica do
narrativa audiovisual complexa em “Simon” (2008), denominada network narratives, a conto “Pai contra mãe”, de Machado de Assis, realizada pelo cineasta Sérgio Bianchi
partir do estudo de caso proposto por “Yin” (2001), aplicado ao filme “Babel” (Alejandro em Quanto vale ou é por quilo? (2005). Pretende-se averiguar como a ironia inscrita na
Gonzalez, 2006). Discute-se a sua sistemicidade, que permite a complexificação, assim narrativa breve ecoa sob a perspectiva fílmica.
como seu design narrativo, diferenciado em “Propp” (1970), abrindo possibilidades de
introdução de processos interativos que poderão ser desenvolvidos para a produção
de conteúdo na TV Digital.
Hall ao lado da EdUFSCar (Biblioteca Comunitária - BCo) Hall ao lado da EdUFSCar (Biblioteca Comunitária - BCo)
17/5 (Terça-feira) das 18h às 19h30 17/5 (Terça-feira) das 18h às 19h30
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Painéis Painéis
A identificação na produção audiovisual para crianças Gloria Swanson e o grotesco em “Crepúsculo dos deuses”
Natália Maeda Pinto de Souza - Graduanda, USP Renan de Andrade Varolli - Graduando, UNIFESP
Este trabalho busca discutir as diversas formas com que se dá a identificação das Este estudo busca justificar a preponderância do papel exercido pelas imagens
crianças com a produção audiovisual voltada para esse público. Será feita uma análise (bem como pela forma como elas são intercaladas) na transmissão do discurso do
dos três eixos que sustentam as histórias infantis - o público, o conteúdo narrativo e filme. Através da forma como a personagem de Gloria Swanson é apresentada em
as estruturas -, buscando formas e abordagens que facilitem a conexão cognitiva e “Crepúsculo dos deuses”, dirigido por Billy Wilder, em 1950, pretende-se comprovar
emocional das crianças com filmes e programas de TV. Analisar-se-á também o longa- essa eficácia do imagético, que aqui recorre a uma iconografia do grotesco.
metragem Matilda (1996), com base nos elementos de identificação encontrados na
pesquisa.
Sofia Coppola e a expressão do deslocamento no cinema independente norte- Tempo e memória em “Viagem ao princípio do mundo” e “A prima Angélica”
americano Samuel Carlos Maestro - Graduando, UNIFESP
Natália Pucci Vestri - Graduada, SENAC O objetivo principal deste trabalho é analisar os filmes “Viagem ao princípio do mundo”
A proposta visa realizar um estudo sobre a expressão do deslocamento das (Manoel de Oliveira, 1997) e “A prima Angélica” (Carlos Saura, 1974), do ponto de vista
personagens dos três longas-metragens da diretora Sofia Coppola, inseridos dentro do sociológico. A ideia é trabalhar os diálogos, a música, os movimentos de câmera e a
contexto do cinema independente norte-americano, e suas relações com os momentos sobreposição dos sons envolvidos na mise-en-scène. A análise procura identificar a
históricos de representação e de realização. maneira como o tempo e a memória são elaborados nestes dois filmes, a partir de
elementos comuns presentes em ambos, como a viagem de automóvel e a visita aos
lugares do passado.
Hall ao lado da EdUFSCar (Biblioteca Comunitária - BCo) Hall ao lado da EdUFSCar (Biblioteca Comunitária - BCo)
17/5 (Terça-feira) das 18h às 19h30 17/5 (Terça-feira) das 18h às 19h30
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Painéis
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Sessões de mesas e
comunicações
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2.Cinema e música: uma relação mais que
1.Reverberações e palimpsestos no cinema sonora
Caminhos da dor: a jornada do luto em “Bajo California” e “Lake Tahoe” Entre o cinema e a canção: uma história da MPB
Patrícia Costa Vaz - Mestranda, UFSCar Marcia Regina Carvalho da Silva - Doutora, FAPCOM/ FIRB
O artigo pretende analisar os elementos narrativos de representações da morte e do A proposta principal é apresentar uma leitura crítica das relações entre a história do
luto em dois recentes filmes da cinematografia mexicana: “Bajo California” (1998), de cinema e a história da música popular no Brasil. Esta perspectiva historiográfica articula
Carlos Bolado e “Lake Tahoe” (2008), de Fernando Eimbcke, e discutir suas proximidades trabalhos, estudos, pesquisas, análises e memórias publicadas, para retomar questões
e significações. importantes que circulam no debate sobre a música no cinema brasileiro.
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3. Como o fenômeno da cultura participativa
está transformando a indústria de mídia e a
sociedade 4.Documentários etnográficos
Construção de mundos de história multi-plataformas De Henri-Cartier Bresson a Jean Rouch, um trajeto em busca do real
Jônatas Kerr de Oliveira - Mestre, UFSCar (coordenador) Antônio G. F. Rodrigues - Doutorando, USP (coordenador)
Observando que as teorias de construção de mundo se distinguem em duas A partir da aplicação do conceito de momento decisivo (de Henri-Cartier Bresson) ao
perspectivas de análise, uma voltada para o processo de definição e estruturação do cinema, sobretudo ao campo documentário, e da fabulação, propõe-se uma leitura do
mundo, e outra para o processo de representação mental a partir da apresentação do cinéma vérité como caminho de busca da verdade através da captação da imagem real
mesmo, esta comunicação tem como objetivo ressaltar a importância da intersecção de e a reinvenção de seu significado, rompendo fronteiras e abrindo caminho para novas
ambas as abordagens quando a narrativa em questão é uma narrativa transmidiática, formas de linguagem, em contraponto ao aspecto ilustrativo e espetacular do “direto”.
tomando como exemplo o processo de construção do mundo de Warcraft.
As indústrias culturais e sua reconfiguração na era digital A realização de documentários por comunidades indígenas
Náyady Karyze Oliveira Nunes da Silva - Mestranda, UFSCar Juliano José de Araújo - Doutorando, UNICAMP/UNIR
Os avanços das tecnologias digitais, somados à popularização da internet, têm A comunicação discutirá a realização de documentários por comunidades indígenas,
possibilitado aos indivíduos a produção e divulgação de conteúdos em rede, tendo como objeto de estudo o documentário “O manejo da câmera” (2007, 17 min.),
estreitando a fronteira entre os papeis do produtor e do consumidor contemporâneos. realizado por indígenas da etnia Kuikuro, do Alto Xingu, no âmbito do projeto “Vídeo
Este trabalho reflete sobre essas mudanças causadas pelas tecnologias digitais nas aldeias”. A partir da tipologia da presença do sujeito da ‘câmera na tomada’, busca-
que afetam a estrutura das indústrias culturais na atualidade, principalmente por se evidenciar de que forma os realizadores indígenas, no papel de sujeitos da câmera,
permitirem aos cidadãos comuns a prática de atividades antes concentradas apenas fazem-se presentes no mundo pelo espectador.
nas mídias de massa.
Bem vindo ao labirinto da convergência: “machinema” - o cinema interativo O processo criativo no cinema de Jean Rouch
Silvia Regina Saraiva Orru - Mestranda, UAM Alexandra Lima Gonçalves Pinto - Mestre, UFSCar
Este estudo propõe analisar um novo gênero cinematográfico, produto da era digital: O processo de criação do filme “Jaguar”, na África, apresenta-se como uma
o “machinema”, que, em uma definição ampliada, é a convergência do cinema e oportunidade ímpar para compreender o desenvolvimento do cinema participativo
jogos eletrônicos que utiliza técnicas cinematográficas aplicadas em um espaço e aberto ao improviso do cineasta Jean Rouch. Com fortes influências de Flaherty
interativo, com o uso de bancos de dados, onde os personagens e os eventos podem e Dziga Vertov, Rouch produziu obras que retratam a cultura africana e ao mesmo
ser controlados pelo espectador e/ou inteligência artificial. É conceitualmente tanto tempo investigam as possibilidades narrativas e criativas do cinema de maneira única,
um filme feito a partir da engenharia de jogos eletrônicos, quanto um processo de extrapolando os limites entre documentário e ficção.
produção narrativo.
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5.Música no cinema 6.Cinema infantil
Música, imagens e palavras: especificidades da canção na trilha sonora Walt Disney e o desenho animado enquanto parergon musical
Edison Delmiro Silva - Doutor, UNIMONTE (coordenador) Rafael Duarte Oliveira Venancio - Doutorando, SENAC-SP (coordenador)
A música atua de formas distintas na trilha sonora de um filme, e uma canção altera Este trabalho, inspirado nos estudos estéticos de Jacques Derrida, propõe analisar
significativamente mais a natural polifonia da narrativa cinematográfica com a a linguagem do desenho animado, focando a representação musical efetuada por
apresentação de signos adicionais, textuais, que passam a integrar a diegese. A Walt Disney em seus primeiros anos. Trabalhando o parergon da música, esses
imagem tem os seus elementos significantes, assim como a música tem os dela, desenhos animados buscavam a (re)presentação visual fiel dessa arte. Somando
contudo, o acréscimo de texto que a incidência de uma canção resulta, faz com que intencionalidades na construção fílmica (tempo de animação=tempo musical) e
esta forma sonora adquira papel ativo na construção da narrativa que se somam aos opções imagéticas, a mise-em-scène se torna um complexo jogo linguístico entre
elementos visuais. suplementariedade e escritura.
Transtextualidade e suas diferenças O som no cinema de animação silencioso: sugestão sonora e HQs
Érica Cristine de Almeida - Mestranda, UAM Ana Luiza Pereira Barbosa - Mestre, SENAC
O trabalho propõe uma análise da relação transtextual existente entre os filmes Nos anos 1920, com a popularização das séries de personagens, o desenho animado
“Grease: nos tempos da brilhantina” (1978) e “High school musical” (2006), apontando norte-americano desenvolve uma estética própria, com influências dos meios gráficos,
os elementos diferenciais utilizados para a construção de uma narrativa que, apesar de da comédia e do vaudeville. Através da análise de filmes das séries “O gato Felix” e “O
hipertextual, possui características marcantes e originais. coelho Osvaldo”, este estudo busca identificar as características próprias do cinema de
animação advindas das histórias em quadrinhos em relação ao uso de soluções visuais
para sugestões sonoras no período silencioso.
Som, música e movimento no audiovisual: ensaio de técnicas para sincronia e Peraltas em filmes do início do séc. XX e o cinema na classe média
espacialização em animações Mirian Ou - Mestranda, UFSCar
Marcos Paulo Blasques Bueno - Mestrando, UNICAMP O trabalho analisa quatro filmes cômicos do início do séc. XX protagonizados por
Ensaio sobre movimento sincronizado interartes em obras criadas em stop motion meninos peraltas de famílias burguesas: “The buster brown series” (E. Porter, 1904),
com ênfase no gênero musical animado. Limita-se ao diálogo entre som, música e “Bébé tire à la cible” (Feuillade, 1912), “Bout de Zan et l’embusqué” (L. Feuillade, 1915)
imagem pela elaboração, análise e releitura de mapas do deslocamento e sincronia. e o brasileiro “Os óculos do vovô” (F. Santos, 1913). A análise privilegia dois focos: a
Emprega abordagem fenomenológica da pesquisa qualitativa: ocorre coleta dados, estrutura narrativa e a construção dos personagens pela dramaturgia e mise-en-scène,
análise e interpretação, com mínima interferência pessoal. Objetiva-se integrar recursos suscitando relações dos filmes com a legitimação do cinema na classe média.
notacionais à guia de sincronia e movimento, viabilizando complexidades criativo-
estruturais.
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8.Documentário: a tradição de falar do
7.Olhares sobre o cinema internacional outro
Fazer ver no documentário de guerra: “Corações e mentes” e “Restrepo” O acontecimento sob a forma de acidente
Mariana Duccini Junqueira da Silva - Doutoranda, USP Rafael de Almeida - Mestre, UNICAMP
Considerando a instalação de um ponto de vista como apanágio e fator de legitimação Tomando como pressuposto que o documentário “Acidente” (Cao Guimarães, Pablo
do documentário, o trabalho propõe uma análise contrastiva de “Corações e mentes” Lobato, 2006) realiza-se sob o risco do real, proponho neste ensaio uma reflexão acerca
(Peter Davis, 1974) e “Restrepo” (Tim Hetheringtin e Sebastian Jungen, 2010), a fim de do ‘espaço como acontecimento’, termo cunhado pelo filósofo francês Gilles Deleuze.
depreender, nos discursos fílmicos, estratégias enunciativas que conferem, em cada um Para tanto, por meio de uma análise fílmica centrada no caráter de dispositivo do filme,
dos documentários, uma autoridade que se perfaz, no primeiro caso, em nome de uma discuto seus desdobramentos estéticos, para, enfim, propor que tais reverberações vão
interpretação daquilo que dá a ver e, no segundo caso, da mera competência de dar a além do plano unicamente estético. São, essencialmente, políticas.
ver.
A memória dos anjos de Wenders Pierre Verger: esboço dos primeiros dados de pesquisa
Ricardo Tsutomu Matsuzawa - Mestre, UAM Sabrina Rocha Stanford Thompson - Mestranda, UNICAMP
Este artigo examina a questão da memória no filme “Asas do desejo” (Wim Wenders, Este trabalho procura investigar as situações contingenciais que atravessaram o
1987). Os personagens são dois anjos, cuja principal característica é que são meros processo de produção e captação de três documentários :“A cidade das mulheres”,
espectadores das histórias e não interagem através de sentimentos e palavras. Por esse 2005, de Lázaro Faria; “Atlântico negro- na rota dos orixás”, 1998, de Renato Barbiere
viés, pode-se construir uma relação dos anjos com a experiência dos espectadores do e “Pierre Verger: mensageiro entre dois mundos”, 1998, de Lula Buarque, com ênfase
cinema. Considerando que, para Wenders, o cinema se coloca como um guardião da neste último.
memória, aborda-se também a experiência pessoal do realizador.
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9.Mercado e indústria 10.Observar Tarkovski
A globalização do cinema no Brasil (1993-2009) Temas e figuras do discurso religioso em “O sacrifício”, de Tarkovski
André Piero Gatti - Doutor, UAM (coordenador) Antonio Vicente Seraphim Pietroforte - Doutor, USP (coordenador)
Este trabalho discute a globalização da produção cinematográfica brasileira, no Um dos preceitos básicos da análise do discurso é o conceito de heterogeneidade
período 1993-2009, via leis de incentivo cultural, particularmente através do Art.3º da constitutiva, que concebe a significação sendo formada através do dialogismo - desse
Lei 8.685/93 (Lei do Audiovisual). ponto de vista, um discurso constrói-se nas relações que contrai com outros discursos.
Ao encontro dessa proposta, nosso trabalho tem o objetivo de mostrar como a
significação em “O sacrifício”, de Andrei Tarkovski, define-se em relação às alusões a
símbolos e ritos religiosos, presentes na textualização do filme.
Panorama da distribuição de filmes brasileiros: 1990-2007 A memória nos dois “Solaris”: duração e pulsão em Tarkovski e Soderbergh
Roberta Santos Assef - Mestranda, UFSCar Eliza Bachega Casadei - Doutoranda, USP
Panorama da distribuição de filmes brasileiros no mercado cinematográfico nacional, A memória funciona como ponto nodal das narrativas dos filmes “Solaris” dirigidos
de 1990, ano de extinção da “Embrafilme”, até 2007, em que é regulamentado o por Tarkovski (1972) e Soderbergh (2002). Tratam-se, no entanto, de duas memórias
“Fundo Setorial do Audiovisual”. Serão abordadas as políticas públicas para o setor e os diferentes que estão implícitas nos elementos fílmicos das duas obras. O presente
principais players do mercado no período, dentre majors e independentes, mantendo- artigo busca estudar os elementos que nos permitem perceber a diferença, bem
se em perspectiva a interação da distribuição com os demais elos da cadeia produtiva. como a maneira a partir da qual ela se articula. Se Tarkovski se aproxima de uma visão
bergsoniana da memória, Soderbergh a articula enquanto montagem de pulsões.
Produção cinematográfica no Cone Sul A questão das paixões e da verossimilhança em Diderot e Tarkovski
Gabriela Morena de Mello Chaves - Mestranda, USP Luiz Henrique Alves de Souza Monzani - Mestrando, UFSCar
Nas últimas duas décadas, a produção cinematográfica sul-americana começou a Nossa proposta pretende analisar como o cinema, exemplicado pelos filmes de
retomar o seu ritmo graças ao abrandamento das crises econômicas por que passavam Tarkovski, retoma e, de certo modo, continua um debate que já vinha desde o século
os países da região e à implementação de melhores políticas de apoio ao cinema. XVIII acerca de duas questões principais quando se discute a questão da representação
Esses novos filmes trazem as vozes e ideias de seus cineastas, compondo narrativas - tanto teatral como cinematográfica: a verossimilhança e as paixões.
que retratam fragmentos das realidades experimentadas. Tais fragmentos começam
a montar um mosaico representativo da organização social e cultural das nações do
continente.
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11.Cinema silencioso brasileiro: circulação de
espetáculos e signos 12.Cinema e arte
Prólogos cinematográficos: entre Hollywood e o teatro de revista “Koyaanisqatsi”, ou o movimento como aceleração
Luciana Corrêa de Araújo - Doutora, UFSCar (coordenadora) André Bonotto - Doutorando, UNICAMP (coordenador)
Em 1926, o exibidor Francisco Serrador implementa na recém-criada Cinelândia a Apresentaremos neste trabalho uma análise do filme “Koyaanisqatsi” (Godfrey Reggio,
novidade dos prólogos cinematográficos, sucesso nos Estados Unidos. Apresentação 1983), apontando na narrativa fílmica um movimento que a percorre por completo: um
de palco, o prólogo se baseava no tema, características, diálogos ou cenas do filme a movimento de aceleração dado a ver tanto nos eventos de mundo registrados, como
ser apresentado logo em seguida. Esta comunicação se propõe a examinar como se também um movimento de aceleração imanente aos processos fílmicos em operação,
deu a adaptação do modelo norte-americano no Brasil, analisando em particular a dentre os quais destacamos a duração do plano, a captação de imagem acelerada, a
relação entre os prólogos brasileiros e o teatro de revista. movimentação de câmera na tomada e a estrutura da trilha musical.
Agonia e êxtase: aspectos econômicos da Cinelândia Paulistana Uma introdução à produção fílmica e experimental de Hélio Oiticica
Julio Lucchesi Moraes - Doutorando, USP Natasha Marzliak Norberto - Mestranda, UNICAMP
A configuração da Cinelândia Paulistana, em meados dos anos 1950, pode ser Introdução às experiências ambientais e fílmicas de Hélio Oiticica produzidas na
considerada como um dos momentos máximos da História do setor exibidor década de 1970: os quase-cinemas. Questionando o cinema narrativo e a posição
paulistano. Os motivos de tal fenômeno são diversos e sua plena compreensão exige apenas contemplativa do espectador, o artista propôs espaços sensoriais através dos
uma abordagem plural. O presente artigo tem por objetivo contribuir a tal discussão, suportes cinema, fotografia e som, de forma a mudar o sentido do tempo, recusar o
analisando o período com um viés econômico. Para tanto, buscaremos nos valer de objeto acabado e convidar o público à vivência corpórea. Instalações multimídia que se
uma série de dados a fim de mapear as variáveis responsáveis pelo triunfo e posterior desdobrariam nas produções contemporâneas de vídeo-instalações.
queda dos palácios.
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13.Transmidiações: conceituação e aplicação 14.Leituras do cinema ibérico
Transmídia: novas estratégias narrativas para o mundo conectado A propósito de singularidades. Notas sobre cinema e teatro em Manoel de
Vicente Gosciola - Doutor, UAM (coordenador) Oliveira
A apresentação trata do processo de transmidiação que se apresenta com vigor na Renata Soares Junqueira - Doutora, UNESP (coordenadora)
atualidade. O foco principal está na sua conceituação, sem a intenção de esgotá-lo, Este trabalho consiste numa apreciação crítica da adaptação do conto queiroziano
porque muito há por se discutir, apesar desta ter sido utilizada pela primeira vez em “Singularidades de uma rapariga loura”, transformado em filme, em 2009, pelo
1991. Trata da narrativa transmídia como resultante da articulação entre diferentes realizador português Manoel de Oliveira. Nos acréscimos, nada despiciendos, que a
narrativas, todas elas complementares e ligadas a uma narrativa preponderante e cada “verve” do cineasta traz para o enredo de Eça de Queiroz encontram-se sinais evidentes
uma veiculada pela plataforma que melhor potencialize suas características. da estética peculiar que inspira este filme - uma estética que tem muito de teatral,
como se verá.
A natureza lúdica dos jogos de realidade alternada O discurso alegórico em “Noite escura”, de João Canijo
Dario de Souza Mesquita Júnior - Mestrando, UFSCar Wiliam Pianco dos Santos - Mestrando, UFSCar
Os Alternate Reality Games (ARGs), ou jogos de realidade alternada, possuem Esta proposta de comunicação consiste na análise do longa-metragem “Noite escura”
características que tendem a “borrar” as fronteiras temporais, espaciais e sociais entre (2004), do cineasta português João Canijo. O objetivo é verificar em que medida seu
o mundo ficcional criado e a realidade cotidiana na qual ele se insere. Desta forma, realizador utiliza a fotografia como elemento alegórico na construção dessa narrativa
os ARGs desafiam o conceito clássico de jogo como uma atividade à parte da vida para discutir o posicionamento de Portugal em um contexto que compreende sua
comum, tornando-se necessário rever este conceito para compreender como os ARGs relação com a Europa, passando por uma perspectiva de crise de identidade nacional
se posicionam diante daquele, tendo como foco especialmente as qualidades imersivas que encontra associações com a ideia de “salvação” existente nos textos bíblicos.
do lúdico.
Produção transmídia - híbrido de produto e ferramenta de marketing A hibridação de gêneros em “Trem de sombras”
Claudio Ferraraz Junior - Mestrando, UFSCar Sara Martín Rojo - Mestranda, UNICAMP
Este trabalho visa analisar como os produtos transmidiáticos das franquias A proposta deste trabalho é analisar o filme de Jose Luis Guerín, “Trem de sombras”
cinematográficas podem ser elaborados e utilizados como ferramentas de marketing (1997), um filme totalmente a-genérico no qual se tomam emprestadas as
para potencializar mercadologicamente as mesmas, oferecendo oportunidades de particularidades de quatro formatos diferentes: filme de família, cinema de arquivo,
criação de produtos para comercialização em diversas mídias, ou seja, geradores de falso documentário e ensaio poético; com o objetivo de descobrir quais são as
receita, ao mesmo tempo em que estabelecem novas formas de divulgação e de necessidades funcionais a que atende cada “gênero” dentro do filme.
contato com o público consumidor.
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15.Cinema: Tempo, Memória e História 16.Crítica cinematográfica
O tempo e a história em “La mujer sin cabeza”, de Lucrecia Martel A pornochanchada na crítica de cinema da imprensa alternativa
Mônica Brincalepe Campo - Doutora, Faculdade Cásper Líbero (coordenadora) Margarida Maria Adamatti - Doutoranda, USP (coordenadora)
Esta comunicação tem por base a análise fílmica de “La mujer sin cabeza” (2008), da A designação de pornochanchada às comédias eróticas na imprensa dos anos setenta
cineasta argentina Lucrecia Martel. Verô (personagem central) passa por um surto de era acompanhada de condenações pelo mau gosto dos filmes. Para a maior parte dos
amnésia traumática após se envolver em um acidente fatal. A trama se desenvolve em críticos, o gênero era uma distorção estética e moral, feito para passar pelo crivo da
um tempo de puro presente. Fica subjacente ao enredo do filme a relação tensa entre censura. A análise comparativa com a imprensa alternativa permite avaliar as diferentes
a memória e a organização do discurso histórico. Propomos discutir o que Paul Ricouer abordagens dos críticos, em especial as de “Opinião” e “Movimento”, que inseriam o
denominaria ser a temporalidade inacabada. tema no contexto da produção e da política estatal.
Memória, cinema e representação em “Cinema Paradiso” Contra a palavra: manifestações do “antitalkismo” no Chaplin-Club
Ana Paula dos Santos Martins - Doutora, SEE-SP Fabricio Felice Alves dos Santos - Mestrando, UFSCar
O objetivo deste trabalho é analisar o papel da memória como mecanismo de Um dos traços mais lembrados da atuação do Chaplin-Club, cineclube fundado no Rio
representação em “Cinema Paradiso” (1988), a partir do jogo de espelhamento entre de Janeiro em 1928, é a marcante oposição que seus integrantes assumiram em relação
a reconstrução da infância e adolescência, vividas em torno do “Cinema Paradiso”, na ao filme falado. Em um primeiro momento, a argumentação dos cineclubistas contra
pequena cidade de Giancaldo, pelo protagonista Salvarore di Vita, e o encontro com os talkies encontrou sua maior justificativa na rejeição à palavra falada. Ao longo das
as “ruínas” desse passado, trinta anos depois. Entre lembrar e esquecer, as memórias nove edições de “O Fan”, órgão divulgador das ideias do cineclube, é possível avaliar as
individuais e sociais revelam profundas alterações na relação entre o cinema e seus noções utilizadas pelo grupo a fim de sustentar sua postura “antitalkista”.
espectadores.
Cinema e História no filme “A hora da estrela”, de Susana Amaral A crítica de Ismail Xavier: dos jornais aos estudos acadêmicos
Carla Conceição da Silva Paiva - Doutoranda, UNICAMP Isabella Mitiko Ikawa Bellinger - Mestranda, UFSCar
O texto busca construir bases teóricas para pensar o filme de ficção como testemunho Esta comunicação visa debater dois momentos da produção crítica de Ismail
de um tempo e propostas ideológicas presentes no ambiente social que o produziu e o Xavier: do estudante de cinema da ECA/USP, no fim da década de 1960, ao crítico
recebeu. Especificamente, será analisado como a narrativa fílmica de “A hora da estrela” cinematográfico, com ensaios de grande visibilidade principalmente acerca do cinema
(1985) está relacionada com as bandeiras do movimento feminista na década de 1980. brasileiro. A pesquisa se pautou em livros publicados por Xavier e no levantamento de
Para tanto, será realizada uma crítica à obra cinematográfica e uma análise sociológica resenhas críticas por ele escritas e publicadas na coluna de cinema do jornal O Diário
fílmica, com base nos estudos de Pierre Sorlin. de S. Paulo entre julho de 1968 e junho de 1969.
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17.Documentário e animação 18.Sonoridades cinematográficas
Documentário animado: um estudo sobre “Valsa com Bashir” Figuras traçadas na “Luz silenciosa”: a encenação em Carlos Reygadas
Maria Ines Dieuzeide Santos Souza - Mestranda, UFSCar (coordenadora) Hugo Leonardo Castilhos dos Reis - Mestrando, UFSCar (coordenador)
Tem se destacado nos últimos anos a produção de um tipo de filme documentário Este trabalho se dedica ao estudo do estilo do diretor mexicano Carlos Reygadas,
construído com técnicas de animação. Tomando como objeto de análise o filme “Valsa a partir de seu filme “Luz silenciosa” (2007), analisando especificamente a mise-en-
com Bashir” (Ari Folman, 2008), a partir de uma leitura crítica dos conceitos e modos de scène, o uso do plano-sequência e os arranjos estéticos articulados no espaço fílmico.
representação definidos por Bill Nichols, buscamos refletir sobre algumas implicações Pensaremos nossa análise a partir de algumas sequências específicas do filme em
dos usos das imagens animadas na realização documental e identificar o lugar que este questão, dialogando com os conceitos e ponderações estabelecidos por David
filme ocupa (com seus diálogos e tensões) na tradição documentária. Bordwell em seu livro “Figuras traçadas na luz” (2008).
Público adulto e animação: os sentidos que vão além do infantil Desafios sonoros: a finalização de som em “Tropa de elite 2”
Arthur Luiz Cavalcante de Macêdo - Mestrando, UAM Bernardo Marquez Alves - Mestrando, USP
O presente estudo propõe uma análise do conteúdo presente em obras de Esta pesquisa pretende apresentar e analisar o processo de criação na edição de som
animação direcionas a um público específico, configurando uma estratégia da e mixagem do filme “Tropa de elite 2” (José Padilha, 2010). Além disso, considerando
hipermodernidade que objetiva o posterior consumo dos “produtos conexos” ao filme a existência de uma discrepância entre a evolução tecnológica e a pouca valorização
e o desenvolvimento das transnarrativas. Problematiza-se, dessa forma, a relação entre dos profissionais de som cinematográfico, também é proposta deste trabalho discutir
espectador e obra animada, utilizando para análise e estudo os longas “The lion king” questões relevantes sobre a realidade brasileira contemporânea relacionada à
(Rob Minkoff, 1994) e “Up” (Pete Docter, 2009). produção sonora no cinema.
“O divino, de repente” e o documentário animado brasileiro A entoação da voz em “La voix humaine” e “La ciénaga”
Jennifer Jane Serra - Mestranda, UNICAMP Damyler Ferreira Cunha - Mestranda, USP
Esta comunicação busca apresentar a relação entre animação e narrativa documental Nesta pesquisa, estabelece-se um paralelo entre dois filmes, o curta-metragem, “La
a partir do documentário animado “O divino, de repente”, lançado em 2009. Partiremos voix humaine”, de Roberto Rosselini (1947), um dos episódios do filme “L’amore”, e
dos materiais e dos elementos de produção de sentido engendrados no filme para “La ciénaga”, filme de Lucrecia Martel (2001). Em tais filmes, a musicalidade da voz e
analisar a representação de elementos culturais e subjetivos através do documentário a sonoridade dos ruídos constróem uma cadencia no diálogo de onde emergem um
animado. Também, tomaremos a análise contextual para avaliar como o filme pode tempo musical que procura enfatizar a ambiguidade existente entre a palavra e os
exercer influência na consolidação do documentário animado no Brasil. objetos no entorno da cena.
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19.Gênero e análise fílmica 20.Documentários, documentais, ficções
A estrada das mulheres em “Mar de rosas” A recente produção de documentários musicais no Brasil
Samuel Paiva - Doutor, UFSCar (coordenador) Alessandro Constantino Gamo - Doutor, UFSCar (coordenador)
Esta comunicação tem por objetivo a análise do filme “Mar de rosas” (Ana Carolina, Nota-se, há alguns anos, o crescimento da produção de documentários com temática
1977), de modo a abordá-lo com referenciais provenientes da teoria dos gêneros musical - que chamaremos de documentários musicais - no Brasil. Essa produção, se
audiovisuais, especificamente dos estudos sobre road movies, por um lado, tematicamente não é nova na história do cinema brasileiro, vem se diversificando
contrapostos, por outro, à teoria feminista do cinema. A ideia é perceber como o filme no que se refere aos formatos, duração e abordagens. A proposta é apresentar
em questão pode contribuir para o conhecimento sobre gênero, tanto na perspectiva características específicas dessa produção recente, avaliar o seu papel no panorama
cinematográfica quanto no sentido de construção da identidade sexual. cultural nacional atual e como ocupa espaços novos da produção documental.
Análise fílmica e matriz ensaística: entre o objetivo e o subjetivo Filme doméstico: um universo a ser explorado
Rubens Luis Ribeiro Machado Júnior - Doutor, USP Carlos Alberto Antonio Caruso - Mestrando, UAM
Certas interrogações sobre as tarefas da crítica, assim como sobre a construção pessoal Nesta apresentação iremos abordar o tema “Filme doméstico”, enquanto instrumento
de um discurso a respeito de uma obra audiovisual, levam-nos aos procedimentos para a preservação de memórias familiares, tendo este um papel importante como
elementares da análise fílmica e aos fundamentos que lhe servem de horizonte. substituto dos álbuns de fotografias. O avanço da tecnologia tornou possível que a
Historicamente o texto crítico resolveria entre a crônica e o ensaio os seus modos de maioria das pessoas tenha acesso a equipamentos que permitem gravar imagens
analisar descrevendo, comentando e interpretando objetos subjetivados. A crítica digitais, inclusive filmes. Notamos também o surgimento de estudos acadêmicos e
como “julgamento fundado” (Benjamin), requisita pensarmos as práticas da análise publicações que buscam estudar este tema ainda pouco explorado nos estudos de
fílmica. cinema.
Deleuze e o road movie: notas introdutórias Recife falso: a construção do falso-documentário no curta “Recife Frio”
Alessandro Carvalho Sales - Doutor, UFSCar Caue Fernandes Nunes - Mestrando, UNICAMP
Trata-se de apresentar notas iniciais a uma pesquisa que almeja apresentar os Nos últimos dez anos, o documentarismo brasileiro passou por uma série de
caminhos conceituais do gênero road movie, tais como tradicionalmente apontados experimentações narrativas e estéticas que estabeleceram um diálogo com a ficção. O
pela teoria do cinema, e buscar estabelecer uma leitura comparativa com base nas curta-metragem “Recife frio” (Kléber Mendonça Filho, 2009) é um “falso-documentário”
ideias procedentes da filosofia de Gilles Deleuze, não apenas em função de fragmentos que constrói uma narrativa a partir de um evento climático inventado, mas que levanta
dos livros “A imagem-movimento” e a “Imagem-tempo”, mas também, e especialmente, discussões importantes para a cidade de Recife, em Pernambuco.
segundo a perspectiva crítica e clínica de que o pensador se valeu para investigar a
literatura.
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21.Cinema brasileiro: anos 50 22.Intersecções e intertextualidades
“De vento em popa” - a maturidade do filme musical da Atlântida Retratos da América nas visões de Rockwell, Capra e Lynch
Sandra C. N. Ciocci - Doutoranda, UNICAMP (coordenadora) Rogério Ferraraz - Doutor, UAM (coordenador) e Paulo Roberto Ferreira da Cunha -
O filme “De vento em popa”, produzido no ano de 1957 pela companhia Atlântida Mestre, ESPM
e sob direção de Carlos Manga, é uma obra que marca o amadurecimento do filme Neste trabalho, feito em sistema de co-autoria entre Paulo Roberto Ferreira da Cunha e
popular dessa empresa, e da trilha musical inserida nessas produções. Nesse artigo, Rogério Ferraraz, será observada a questão da intertextualidade como elemento capaz
apontaremos procedimentos utilizados para a composição musical inserida de maneira de alinhar obras do artista Norman Rockwell e filmes dos cineastas Frank Capra e David
diegética e não diegética, a parceria de Carlos Manga com Alexandre Gnattali e a Lynch, a partir da análise sobre a forma como eles abordam uma temática em comum:
presença de estilos musicais não convencionais nas comédias musicais populares. o modo de vida americano e suas representações.
O homem da palma de ouro: Massaini e a história do cinema paulista A simbologia de Drácula e outros vampiros
Luciano Vaz Ferreira Ramos - Mestrando, UNICAMP Juliana Porto Chacon Humphreys - Doutoranda, PUC-SP
Integrando a dimensão econômica e a sociocultural numa história da atividade Este trabalho elenca as transmutações sofridas pela figura de Drácula durante os
cinematográfica em São Paulo, reconstruímos a trajetória da Cinedistri. Essa séculos XX e XXI, elucidando a significação simbólica do gênero e dos elementos
empresa funcionou por mais de quatro décadas e deixou sucessores em atividade, constitutivos das narrativas draculescas e vampirescas feitas para o cinema e para a
sendo um caso ao mesmo tempo único e representativo de uma determinada TV. Baseando-se em um acervo composto por cinco filmes e duas séries televisivas, o
tendência empresarial nos campos de distribuição e produção de filmes desde 1949, estudo discute a simbologia empregada no gênero audiovisual de horror, sob a ótica
operando com ambas essas instâncias de maneira orgânica e de modo a embasar os de teorias semióticas, filosóficas e cinematográficas.
investimentos na área da produção.
Amácio Mazzaropi: um vendedor de fitas Sob o domínio da cor: cinema e pintura no cinema francês dos anos 60
João de Oliveira - Mestrando, UAM/UNITAU Laura Carvalho Hércules - Mestranda, USP
O presente estudo versa sobre o perfil empreendedor de Amácio Mazzaropi e o Essa comunicação propõe a análise fílmica em torno dos imperativos da cor como
mercado cinematográfico brasileiro de 1950 a 1980, e busca estabelecer equivalentes código estético em “Pierrot le fou” (Jean-Luc Godard) e “Le bonheur” (Agnès Varda). A
entre o trabalho realizado por aquele cineasta e a realidade comercial do cinema proposta relaciona os filmes com a moderna pintura européia, de modo a discutir a
brasileiro daquela época. Objetiva, portanto, discutir o significado histórico do cineasta cor de acordo com sua capacidade de sugerir conceitos sobre as personagens. Num
frente à sua própria produtora cinematográfica (PAM Filmes), especificamente no que aspecto maior, esse estudo propõe a análise da cor de acordo com suas implicações
tange ao processo de produção e distribuição fílmica. políticas, pois ela sugere uma interpretação sobre as relações conjugais burguesas em
crise.
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23.Televisão brasileira: experiências 24.Corpo e censura
“Direções III” - estratégias narrativas e conexões com o digital Sexo e nudez no cinema: os jogos de censura e poder
Nanci Rodrigues Barbosa - Mestre, SENAC/SP (coordenadora) Bernadette Lyra - Doutora, UAM (coordenadora)
A pesquisa, em processo, investiga de que forma, nesta experiência do “Direções III”, os Partindo da possibilidade atual de manipulação das imagens de corpos despidos, por
autores (Beto Brant, Tata Amaral e Eliane Caffé) adotam esse novo paradigma digital meio de CGI (imagens em computação gráfica), examinam-se os jogos de censura e
no seu processo de realização e como exploraram as possibilidades tecnológicas do poder que se instituem em torno do sexo e da nudez no espaço do cinema, passando
digital no desenvolvimento da obra, considerando a relação: tecnologia, linguagem, diacronicamente pelas diferenças de tratamento que se evidenciam na cultura da
narrativa e processo de produção. Este recorte busca mapear as estratégias narrativas exibição de nus masculinos e femininos em filmes cinematográficos.
considerando experiências dos autores cineastas, a TV e o digital.
“Ó paí, ó”; em busca de uma rota discursiva A subversão do pornô em filmes de C. Reichenbach e O. Candeias
Petronio Josue Domingos da Silva - Mestre, UAM Fábio Raddi Uchoa - Doutorando, USP
O presente trabalho pretende discutir, dentro da perspectiva da comunicação No início dos anos 1980, paralelamente à crise da pornochanchada e à invasão
contemporânea, algumas questões sobre as formas de representação de “Ó paí, ó” do filme de sexo explícito importado, cineastas da “Boca do Lixo” realizam filmes
de Márcio Meirelles, veiculado como seriado na Rede Globo, como resultado de um considerados por Ortiz Ramos “subversões do pornô”. Os filmes realizados por C.
processo contínuo de apropriação de uma peça teatral pelos meios audiovisuais, sua Reichenbach e O. Candeias durante o período serão tomados como exemplos deste
adaptação para o cinema e migração para diferentes suportes. tipo de cinema. A abordagem definirá o tipo de sexualidade neles presente, levando
em conta sua oposição ao sexo explícito dos hardcore e ao moralismo machista das
pornochanchadas.
Televisão e experimentação: discurso e encenação em “A pedra do reino” A tortura nos filmes brasileiros sobre a ditadura militar
Stefanie Hesse Alves - Mestranda, UNICAMP Caroline Gomes Leme - Doutoranda, UNICAMP
Este trabalho analisa questões referentes à narração e à encenação, na minissérie Diferentes estratégias têm sido utilizadas pelo cinema brasileiro em sua apresentação
“A pedra do reino”, dirigida por Luiz Fernando Carvalho. Partimos da hipótese da audiovisual da tortura perpetrada pelo regime militar (1964-1985). A presente
existência de laços com a experimentação artística, destacando a fragmentação do comunicação tem por objetivo colocar em foco os filmes brasileiros sobre a ditadura
processo da narração, a apropriação de elementos da cultura popular e o diálogo com lançados de 1979 a 2009 e trazer à discussão questões como a atribuição das
outras formas de manifestação artística, incorporando ainda um debate das condições responsabilidades pela violência, a representação do corpo feminino supliciado e os
institucionais que permitem a ocorrência desta produção na Rede Globo de Televisão. dilemas éticos e estéticos implicados na abordagem cinematográfica do horror.
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26.Cinema silencioso brasileiro: materiais e
25.Educação e audiovisual sonoridades
Recursos audiovisuais no ensino de teclado à distância Encenação e cinematografia no filme “Tormenta” (1930)
Glauber Lúcio Alves Santiago - Doutor, UFSCar (coordenador) Flávia Cesarino Costa - Doutora, UFSCar (coordenadora)
O objetivo desta comunicação é divulgar a maneira com a qual uma disciplina de Esta comunicacão pretende discutir o filme “Tormenta”, dirigido em 1930 por Arthur
“Prática instrumental de teclado”, desenvolvida em um curso superior de música Serra e fotografado por Igino Bonfioli, em Belo Horizonte. Analiso a estrutura dramática
à distância, utilizou e utilizará os recursos audiovisuais disponíveis, e apontar para e características de encenação e cinematografia, destacando ainda questões suscitadas
dificuldades nesta trajetória. Serão considerados os recursos utilizados nas direções pelo processo de restauração da cópia depositada na Cinemateca Brasileira, usada para
professor-aluno-professor. Serão ainda apresentadas metodologias para a análise dos o estudo.
dados obtidos pela futura aplicação desta disciplina em uma turma de 200 alunos.
Interatividade, tecnologia e a nova linguagem audiovisual educativa Aprendendo a falar: a chegada do som no cinema nacional
Paulo Roberto Montanaro - Mestre, UFSCar João Miguel Valencise - Mestrando, UFSCar
Na construção de uma nova linguagem audiovisual para a educação, a interatividade A chegada do som ao cinema brasileiro foi um processo para conseguir realizar algo
tem se mostrado indispensável no estabelecimento da comunicação, na qual os papeis semelhante àquilo que os americanos já haviam conseguido em 1927. A possibilidade
do locutor e do interlocutor se confundem. Portanto, neste novo cenário, o advento de sucesso de um filme sincronizado para uma platéia de brasileiros era enorme e
das diversas tecnologias digitais tem um papel fundamental na evolução estética muitos viam nessa dificuldade de mercado dos filmes americanos uma brecha capaz
e linguística destes conteúdos. Atender este novo sujeito que se torna ele mesmo de alavancar as produções nacionais. Seguir o fluxo dos equipamentos e tecnologias
transformador de sua própria experiência audiovisual é um grande desafio. que permitiram esse avanço no território nacional é o propósito deste trabalho.
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27.Cinema e literatura 28.Mobilização transmídia
Gabriele Salvatores relê os anos de chumbo em “Eu não tenho medo” Estratégias de mobilização transmídia
Gabriela Kvacek Betella - Doutora, UNESP-Assis (coordenadora) João Carlos Massarolo - Doutor, UFSCar (coordenador)
A análise do filme baseado no romance de Niccolò Ammaniti privilegia a releitura A mobilização transmídia pressupõe a coexistência das redes sociais e as empresas
de 1978, época de caos social lembrada pelos atentados terroristas, sequestros e midiáticas por um período de tempo indefinido, num sistema de retroalimentação que
recrudescimento da violência na Itália. A trama silencia os fatos, foge do centro e visa expandir os potenciais de participação e uma maior diversidade cultural. Nesse
carrega-se de simbologias, com fórmula narrativa do thriller. A abordagem encobre-se processo, o deslocamento transversal de conteúdos através das plataformas de mídia
pela representação da coragem juvenil e da superação dos limites. Para o protagonista favorece a distribuição do conteúdo em redes narrativas interligadas, com possíveis
o medo e o mal se tornam o alcance dos acontecimentos daquele final de década. entradas no mundo criado.
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29.Documentos de processo e criação 30.Sonoridades audiovisuais
Aspectos da trilha musical de “Eles não usam black-tie” Ferramentas e métodos aplicados à análise de narrativas em videoclipes
Laila Rotter Schmidt - Mestranda, UFSCar Fernanda Carolina Armando Duarte - Mestranda, UFSCar
O objetivo deste trabalho é discutir a trilha musical de “Eles não usam black-tie” Pretende-se apontar algumas ferramentas e métodos aplicados à análise de narrativas
(Leon Hirszman, 1981), à luz do modelo clássico hollywoodiano de composição para em videoclipes, levando-se em conta as diversas especificidades inerentes a essas
o cinema. Buscando mapear aproximações e distanciamentos entre este modelo obras e que são incomuns em narrativas clássicas. Falar-se-á de conceitos e ferramentas
e a construção musical do filme, a proposta é pensar a música a partir de um olhar aplicados a esse tipo de análise e que estão contidos nas obras de teóricos da área.
processual que contempla relações com a narrativa e a estética fílmica, assim como
interseções com a peça homônima que lhe deu origem (Gianfrancesco Guarnieri,
1958).
Os roteiros do filme “O bravo guerreiro”, de Gustavo Dahl Performance musical em “Last days”, de Gus Van Sant
Julio Cesar Bazanini - Mestrando, UFSCar Juliana Panini Silveira - Mestranda, UFSCar
Com base em três diferentes versões do roteiro e na sua versão-final, o filme, A performance musical, modalidade de manifestação artística interdisciplinar na qual
pretendemos analisar as modificações que foram feitas por Gustavo Dahl ao longo do a música interage com outros elementos artísticos, representa inúmeras possibilidades
processo criativo do filme “O bravo guerreiro” (1968). Trabalharemos principalmente estéticas e narrativas quando explorada pelo cinema. O presente trabalho visa refletir
a questão do desenvolvimento dos personagens, suas relações pessoais, formas de como a performance musical se insere no filme “Last days” (2005), na tentativa de
expressão e comunicação, procurando aplicar as teorias da crítica genética e discutir as compreender sua contribuição para a construção de discursos narrativos relacionados
relações entre História e Cinema. à subjetividade do personagem Blake.
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31.Encenação no cinema 32.Documentário e memória: fragmentos
Uma delicada performance em “Como esquecer”: estudos contemporâneos “Retrato de classe”: quando a fotografia encontra a televisão
Wilton Garcia - Doutor, UBC Gilberto Alexandre Sobrinho - Doutor, UNICAMP (coordenador)
O que chama atenção em certos filmes é a maneira de exibir o tema. Parto deste Análise do documentário “Retrato de classe” (1977), dirigido por Gregório Bacic, para
pressuposto para pesquisar uma delicada performance no filme brasileiro “Como o programa “Globo repórter”. O filme singulariza-se por arrojada estrutura em sua
esquecer” (2010), de Malu De Martino. Aqui, o discurso fílmico expõe a intimidade e organização interna. A narrativa emerge do encontro da câmera com a fotografia
instiga sua descrição. Experiência e subjetividade elencam-se como categorias, que se de uma turma de escola, tirada no ano de 1955. A partir desse ponto de partida, o
inscrevem diluídas ao longo desta investigação. Assim, os estudos contemporâneos do narrador estabelece agenciamentos e tensões entre o passado dessa imagem e o
cinema, estrategicamente, convocam uma abordagem teórico-metodológica. presente do registro das imagens, no encontro com os sujeitos, transcorridas algumas
décadas.
Notas sobre o movimento criativo de Delphine Seyrig “Rocha que voa”: o documentário como memória e representação do nuevo cine
Sônia Maria Oliveira da Silva - Doutora, UFSCar latinoamericano
As experimentações de Delphine Seyrig para o teatro de comédia de uma Paris do Marcelo Vieira Prioste - Doutorando, USP
início dos anos 1950 cedem espaço a uma criação mais elaborada, aquela que pode Uma leitura do filme “Rocha que voa” (2002), de Erik Rocha, com foco em sua estrutura
ser vista mais tarde, em sua carreira cinematográfica. A passagem pelo “Actor’s Studio”, narrativa gerada a partir de entrevistas em áudio concedidas por Glauber Rocha e
que separa as duas fases, conduz também a atriz ao cinema. Pretendemos realizar um entremeadas por depoimentos de pessoas que conviveram com ele em seu período
estudo comparativo sobre o processo de criação para “O ano passado em Marienbad” cubano (1971 e 1972). Um discurso intensificado por fotos e trechos de filmes do
(Resnais, 1961) e “Pull my daisy” (Frank, 1959), em contraposição às primeiras peças da próprio cineasta, além de outras produções latino-americanas, no intuito de reavivar
atriz. o papel do diretor brasileiro dentro do que ficou conhecido como Nuevo Cine
Latinoamericano.
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33.Olhares sobre a TV brasileira:
metodologia e fontes de pesquisa 34.O corpo estranho
A TV Cultura de São Paulo e a produção de documentários (1969-2004) Nascimento de Zé do Caixão: materialidade fílmica e memória discursiva
Flavio de Souza Brito - Doutor, SENAC (coordenador) Janaina de Jesus Santos - Doutoranda, UNESP-PG/UESB (coordenadora)
Esta comunicação aborda a produção documentarista da TV Cultura de São Paulo. Investigamos a produção de efeitos de sentido no filme “À meia-noite levarei sua alma”
Enfocaremos nessa mesa especialmente as estratégias metodológicas utilizadas para (1964), de Mojica Marins, enquanto discurso fílmico de horror, a partir do personagem
abordar um conjunto audiovisual que supera 2500 títulos, estimativa que ainda é Zé do Caixão. Para tanto, tomamos o arcabouço teórico da Análise de Discurso francesa
imprecisa, mas que, no início de nossa pesquisa, sequer era mensurável. e do Cinema. Analisamos que as estratégias cinematográficas materializam discursos
articulados a outros, que dizem/mostram gestos de posicionamento e saberes no
tempo e no espaço na constituição do personagem.
A narrativa clássica cinematográfica no telejornalismo brasileiro Corpo, performance e identidade no cinema de David Cronenberg
Leandro Vieira Maciel - Mestre, UAM Fabio Diaz Camarneiro - Mestre, SENAC-SP
O trabalho analisa como procedimentos de escrita utilizados no roteiro A (des)construção das identidades contemporâneas deixou de ser algo linear ou
cinematográfico estão sendo empregados por produtos jornalísticos brasileiros. estanque, para se transformar em um processo dinâmico, baseado na ideia da
O trabalho discutirá pontos de contato da técnica e teoria do roteiro com alguns “performance”. A partir de duas vertentes de seu cinema (o corpo modificado pela
paradigmas do jornalismo na atualidade. Debater-se-á como o que se conhece tecnologia e o corpo modificado por “disfarces permanentes”), David Cronenberg
por narrativa clássica parece não respeitar as fronteiras entre imaginário e real, discute a centralidade da performance na construção de uma identidade pós-moderna,
sendo amplamente utilizada no telejornalismo, aproximando-o, entre outros, do em diálogo com uma “política da diferença”.
documentário.
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35.Documentando Chris Marker 36.Utopia - centro e periferia
Chris Marker, montagem e comentário Plano Z ou plano surreal: cineasta formado na ECA-USP fazendo artemídia
Nicolau Bruno de Almeida Leonel - Doutorando, USP (coordenador) Pelópidas Cypriano de Oliveira - Doutor, UNESP (coordenador)
Esta comunicação se propõe a desenvolver algumas questões sobre a engenharia Esta comunicação apresenta o trabalho de três egressos de cursos da área de
da montagem de som e imagem na cinematografia do francês Chris Marker. O uso audiovisual das universidades estaduais paulistas que hoje atuam como professores-
tão específico que caracteriza suas narrações over, ou comentários, como ele prefere pesquisadores nessas instituições. A reflexão está focada na utopia-distopia da
chamar, cria um tipo de texto que colide com as imagens criando uma formalização de formação-atuação na área visual.
um pensar posicionado na montagem.
Arqueologia do futuro em “Le souvenir d’un avenir” O cinema de Hollywood e o herói do business world - de 1980 a 2010
Edson Pereira da Costa Júnior - Mestrando, UFSCar Arilson Pereira Vilas Boas - Mestrando, UAM
O trabalho consiste na análise do ensaio fílmico “Le souvenir d’un avenir” (2001), O trabalho se propõe a mostrar como o cinema hollywoodiano constrói a figura do
realizado por Chris Marker e Yannick Bellon. O filme parte das fotografias feitas por herói do business world, de 1980 a 2010. Sabendo que o homem sempre necessitou
Denise Bellon a fim de refletir sobre a capacidade da imagem de suplantar o contexto de espelhos, o cinema de Hollywood, no papel de contador de histórias, apresenta
de sua origem e dialogar com outros tempos. Nossa análise será direcionada pelos os heróis do dinheiro, na abundância e na falta dele, do poder e prosperidade,
estudos de G. Didi-Huberman a respeito da relação da imagem com o tempo e por acompanhando as crises econômicas que abalaram o planeta nesses últimos 30 anos e
autores que refletem acerca da fotografia. tiveram papel relevante na construção desse herói.
A recepção da crítica de “Sans soleil” e “La jetée” Identidade cultural e emancipação colonial
Tainah Negreiros Oliveira de Souza - Mestranda, USP Júlio Eduardo Martí - Mestrando, UAM
Este trabalho pretende descrever e analisar como “Sans soleil” (1982) e “La jetée” (1962), Pretendo analisar o filme “Bróder”, de Jeferson De, como uma extensão cinematográfica
de Chris Marker, foram recebidos em seus lançamentos pela crítica, que aspectos são de um fenômeno de produção cultural exclusivamente oriundo das periferias do país,
comuns nas análises feitas, e de que forma certos aspectos trabalhados pelos críticos que se legitima através da quantidade, da qualidade de sua produção e de sua unidade
constituem o debate sobre as obras. estética. Irei apontar como a construção de uma identidade cultural, avessa aos
referencias impostos pelo mercado e observados na produção atual, se relaciona com a
essência revolucionária e anticolonial presente no Cinema Novo brasileiro.
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37.Convergência de mídias: novos
paradigmas na construção de sentidos
narrativos
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Índice Onomástico Mapas
Entrada
Entrada
Entrada
Anfiteatro
Ricardo Tsutomu Matsuzawa 40 Bento Prado Jr.
Roberta Santos Assef 42
Rogério Ferraraz 55
Rogerio Secomandi Mestriner 70
Detalhe do prédio da Biblioteca Comunitária - BCo
Rubens Luis Ribeiro Machado Júnior 52
Sabrina Rocha Stanford Thompson 41 Biblioteca
Teatro
Av. do
Comunitária
Samuel Carlos Maestro 29 - BCo Florestan
Entrad
B
osque
Fernandes
Samuel Paiva 52
a área
Av. Biblioteca Comunitária
Sandra C. N. Ciocci 54
norte
Sara Martín Rojo 47
Entrad
Sergio Ricardo Santos 29 Anfiteatro
a área
Bento Prado Jr.
Sheila Schvarzman 44
sul
Silvia Regina Saraiva Orru 36
Sônia Maria Oliveira da Silva 64
Stefanie Hesse Alves 56 Programa de Pós-Graduação em Imagem e Som (PPGIS) - Tel./Fax: (16) 3351-8414
E-mail: [email protected] - Endereço: Rodovia Washington Luiz, km 235 - Cx. Postal 676
Suzana Reck Miranda 35 CEP: 13.565-905 - São Carlos/SP - Centro de Educação e Ciências Humanas (CECH) - Piso Térreo
Tainah Negreiros Oliveira de Souza 68
74 75
SOCINE - SOCIEDADE BRASILEIRA DE ESTUDOS DE CINEMA E AUDIOVISUAL UFSCAR - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS
Docentes: Diretora
Adalberto Muller - UFF Profa. Dra. Wanda Aparecida Machado
Afrânio Catani - USP Hoffmann
Alexandre Figueiroa - UNICAP
André Gatti - UAM Vice-Diretor
Andrea França - PUCRJ Prof. Dr. José Eduardo Marques Baioni
Ângela Prysthon - UFPE
Cezar Migliorin - UFF DAC - DEPARTAMENTO DE ARTES E
Eduardo Morettin - USP COMUNICAÇÃO
Fernando Mascarello - UNISINOS
Laura Canepa - UAM Chefe de Departamento
Mahomed Bamba - UFBA Profa. Dra. Suzana Reck Miranda
Rogério Ferraraz - UAM
Rubens Machado Jr - USP Vice-chefe de Departamento
Samuel Paiva - UFSCar Profa. Flávia Cesarino Costa
Tunico Amâncio - UFF
PROGRAMA DE GRADUAÇÃO EM IMAGEM
Discentes: E SOM
Ilana Feldman - USP
Marcel Vieira - UFF Coordenador
Prof. Dr. Alessandro Constantino Gamo
Suplente
Profa. Eliane Coster
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1O ENCONTRO ESTADUAL DA SOCINE - SÃO PAULO
17 a 19 de maio de 2011 - UFSCar - São Carlos/SP
Agradecimentos
Orquestra da UFSCar
CineUFSCar
Massa Coletiva
Aparelho Diegético
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Impressão:
Apila Gráfica e Editora
Revisão:
Josette Maria Alves de Souza Monzani
Edson Pereira da Costa Júnior
Wiliam Pianco dos Santos
Diagramação:
Laila Rotter Schmidt
Thiago Victor Nogueira Pinto
Imagem da capa:
Adaptada do storyboard de José de Oliveira
para “Testemunha oculta” (imagem original
sob licença creative commons)
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