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SESMT e CIPA: Normas e Estrutura

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Programa e Cronograma.
Programa é um conjunto de ações esperadas e desejadas,
adequadamente expressas e ordenadas num relatório, a fim de alcançar o
objetivo principal, a meta.
Quando essas ações estão programadas em função de prazos ou datas
tem-se um cronograma. Portanto, um “programa” só está completo quando
contém o respectivo “cronograma”.

Projeto.
Um projeto pode ser expresso por um desenho, um relatório, ou ambos,
de tal forma claro que não possibilite dúvidas quanto a medidas, materiais,
localização, quantidade, forma, elementos de fixação e demais atributos
pertinentes.
Deve servir de documento tanto para a execução quanto para as ações
de inspeções e auditoria.
Portanto, um projeto de proteção coletiva, por exemplo, não pode ser
elaborado apenas com a repetição do texto da norma ou com um apanhado de
figurinhas do tipo “isto pode”, “isto não pode”.
Observações:
• Todo projeto deve ser elaborado por profissional legalmente habilitado.
• Mesmo quando não mencionado no texto legal, a fiscalização pode exigir
a apresentação da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART).

Trabalhadores e Empregados.
A palavra trabalhadores, quando constante de uma norma, indica que a
exigência abrange todos os empregados no local, independentemente de
estarem subordinados e registrados por diferentes empregadores.
Quando a palavra utilizada é empregados, a exigência é dirigida a cada
um dos empregadores que têm atividades nesse local.

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Serviço especializado em engenharia de segurança
e em medicina do trabalho – SESMT.
O Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do
Trabalho (SESMT) é formado por profissionais das áreas de segurança e saúde
do trabalho, pertencentes ao quadro de funcionários da empresa, com o intuito
de proteger a integridade física dos trabalhadores.
O SESMT está estabelecido no artigo 162 da Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT): “As empresas, de acordo com normas expedidas pelo Ministério
do Trabalho, estarão obrigadas a manter serviços especializados em segurança
e em medicina do trabalho”. As normas a que se refere este artigo estabelecem:
• A classificação das empresas segundo o número de empregados e a
natureza do risco de suas atividades;
• O número mínimo de profissionais especializados exigido de cada
empresa, segundo o grupo em que se classifique;
• A qualificação exigida para os profissionais em questão e o seu regime
de trabalho;
• As demais características e atribuições dos serviços especializados em
segurança e em medicina do trabalho nas empresas.
Para colocar tais ações em prática, foi criada a Norma Regulamentadora
04 (NR-04) que obriga as empresas privadas e públicas, os órgãos públicos da
administração direta e indireta e dos poderes Legislativo e Judiciário, que
possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) a
manter os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina
do Trabalho, com a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do
trabalhador no local de trabalho.
O dimensionamento dos Serviços Especializados em Engenharia de
Segurança e em Medicina do Trabalho vincula-se a:
• A classificação da empresa na Classificação Nacional de Atividades
Econômicas (CNAE) com o correspondente grau de risco;
• O número de empregados no estabelecimento;
• O número mínimo de profissionais especializados exigidos, segundo o
grupo em que se classifique.

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Dependendo da quantidade de trabalhadores e da natureza das
atividades, o serviço pode incluir os seguintes profissionais: técnico em
segurança do trabalho, engenheiro de segurança do trabalho, técnico de
enfermagem do trabalho, enfermeiro do trabalho e médico do trabalho. Seria
bastante proveitoso se no futuro fosse introduzido o psicólogo do trabalho, haja
vista que muitos acidentes são provocados por problemas comportamentais.
O Quadro I da Norma Regulamentadora 04 refere-se à Relação da
Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), com o
correspondente Grau de Risco (GR), para fins de dimensionamento do SESMT.

CÓDIGOS DENOMINAÇÂO GR
F CONSTRUÇÂO
41 CONSTRUÇÂO DE EDIFÌCIOS
41.1 Incorporação de empreendimentos imobiliários.
41.10-7 Incorporação de empreendimentos imobiliários. 1
41.2 Construção de edifícios.
41.20-4 Construção de edifícios. 3
42 OBRAS DE INFRAESTRUTURA
42.1 Construção de rodovias, ferrovias, obras urbanas e obras
de arte especiais
41.11-1 Construção de rodovias e ferrovias. 4
42.12-0 Construção de obras de arte especiais. 4
42.13.8 Obras de urbanização – ruas, praças e calçadas. 3
42.2 Obras de infraestrutura para energia elétrica,
telecomunicações, água, esgoto e transporte por dutos.
42.21-9 Obras para geração e distribuição de energia elétrica e 4
para telecomunicações.

42.22-7 Construção de redes de abastecimento de água, coleta 4


de esgoto e construções correlatas.
42.23-5 Construção de redes de transportes por dutos, exceto 4
para água e esgoto.
42.9 Construção de outras obras de infraestrutura.
42.91-0 Obras portuárias, marítimas e fluviais. 4
42.92-8 Montagem de instalações industriais e de estruturas 4
metálicas.
42.99-5 Obras de engenharia civil não especificadas 3
anteriormente.
43 SERVIÇOS ESPECIALIZADOS PARA CONSTRUÇÃO
43.1 Demolição e preparação do terreno
43.11-8 Demolição e preparação de canteiros de obras. 4
43.12-6 Perfurações e sondagens. 4

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43.13-4 Obras de terraplenagem. 3
43.19-3 Serviços de preparação do terreno não 3
especificados anteriormente.
43.2 Instalações elétricas, hidráulicas e outras
instalações em construções.
43.21-5 Instalações elétricas. 3
43.22-3 Instalações hidráulicas, de sistemas de 3
ventilação e refrigeração.
43.29-1 Obras de instalações em construções não 3
especificadas anteriormente.
43.3 Obras de acabamento.
43.30-4 Obras de acabamento 3
43.9 Outros serviços especializados para construção.
43.91-6 Obras de fundações. 4
43.99-1 Serviços especializados para construção não 3
especificados anteriormente.
Quadro I da Norma Regulamentadora 04

É importante considerar a possibilidade de alterações na legislação que


versa sobre este tema, o que implicará em mudanças no Quadro I da Norma
Regulamentadora – NR 04, objetivando a adequação do número de profissionais
do SESMT.

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Comissão interna de prevenção de acidentes –
CIPA.
A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) é formada por
funcionários que têm como objetivo central a prevenção de acidentes do
trabalho, de modo a tornar compatível a realização do trabalho com a
preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador.
A CIPA também tem por atribuição identificar os riscos do processo de
trabalho e elaborar o mapa de risco, com a participação do maior número de
trabalhadores e com a assessoria do Serviço Especializado em Engenharia de
Segurança e em Medicina do Trabalho da empresa.
A CIPA é composta de representantes do empregador e dos empregados,
de acordo com o tipo de atividade econômica da empresa e o número de seus
funcionários.

Constituição:
O dimensionamento da CIPA depende da legislação, ou seja, da Norma
Regulamentadora (NR-05), ou de legislação específica para construção civil,
indicadas pela NR-18, considerando-se:
• A classificação da empresa na CNAE - Classificação Nacional de
Atividades Econômicas – com o correspondente grau de risco;
• O número de empregados no estabelecimento;
• O número mínimo de representantes do empregador e dos empregados
exigidos, segundo o grupo em que se classifique. A empresa que possuir número
de trabalhadores inferior ao especificado na legislação para ter uma CIPA por
estabelecimento, deve organizar a CIPA centralizada. Esta deverá ser composta
de representantes do empregador e dos empregados, devendo ter
representantes titulares e suplentes.
É válido ressaltar que as empresas que possuem equipes de trabalho
itinerantes devem considerar como estabelecimento a sede da equipe e as
subempreiteiras com número menor de trabalhadores para constituir CIPA por
estabelecimento devem participar com, no mínimo um representante das
reuniões, do curso da CIPA e das inspeções realizadas pela CIPA da empresa
contratante.

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Organização:
A organização da CIPA deve ser feita da seguinte forma:
• Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes, serão
designados pela empresa;
• Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, serão eleitos
em eleição secreta, do qual participem, independentemente de filiação sindical,
exclusivamente os empregados interessados;
• O número de membros titulares e suplentes da CIPA será considerado
pela ordem decrescente de votos recebidos até o limite estabelecido pelo
dimensionamento;
• O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de um ano,
permitida uma reeleição, ou até o final do empreendimento;
• Não poderá ter a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado
eleito para cargo de direção de CIPA desde o registro de sua candidatura até
um ano após o final de seu mandato;
• Serão garantidas aos membros da CIPA condições que não
descaracterizem suas atividades normais na empresa, sendo vedada a
transferência para outro estabelecimento sem a sua anuência, salvo quando a
transferência não acarretar mudança do seu domicílio;
• O empregador deverá garantir que seus indicados tenham a
representação necessária para a discussão e encaminhamento das soluções de
questões de segurança e saúde no trabalho analisadas na CIPA;
• O empregador designará entre seus representantes o Presidente da
CIPA, e os representantes dos empregados escolherão entre os titulares o Vice-
presidente.
• Os membros da CIPA, eleitos e designados serão empossados no
primeiro dia útil após o término do mandato anterior;
• Será indicado, de comum acordo com os membros da CIPA, um
secretário e seu substituto, entre os componentes ou não da comissão, sendo,
neste caso, necessária a concordância do empregador;
• A documentação referente ao processo eleitoral da CIPA, incluindo as
atas de eleição e de posse e o calendário anual das reuniões ordinárias, deve

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ficar no estabelecimento à disposição da fiscalização do Ministério do Trabalho
e Emprego;
• A documentação ao processo eleitoral deve ser encaminhada ao
Sindicato dos Trabalhadores da categoria, quando solicitada;
• O empregador deve fornecer cópias das atas de eleição e posse aos
membros titulares e suplentes da CIPA, mediante recibo;
• A CIPA não poderá ter seu número de representantes reduzido, bem
como não poderá ser desativada pelo empregador, antes do término do mandato
de seus membros, ainda que haja redução do número de empregados da
empresa, exceto no caso de encerramento das atividades do estabelecimento.

Atribuições:
Atribuições da CIPA:
Identificar os riscos do processo de trabalho e elaborar o mapa de riscos,
com a participação do maior número de trabalhadores e assessoria do SESMT,
onde houver. Elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na
solução de problemas de segurança e saúde no trabalho;
Participar da implantação e do controle da qualidade das medidas de
prevenção necessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação nos
locais de trabalho. Realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e
condições de trabalho visando a identificação de situações que venham a trazer
riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores.
Realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas em
seu plano de trabalho e discutir as situações de risco que foram identificadas.
Divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no
trabalho.
Participar, com o SESMT, onde houver, das discussões promovidas pelo
empregador, para avaliar os impactos de alterações no ambiente e processo de
trabalho relacionado à segurança e saúde dos trabalhadores. Requerer ao
SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisação de máquina ou setor
onde considere haver risco grave e iminente à segurança e saúde dos
trabalhadores.

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Colaborar no desenvolvimento e implantação do PCMSO e PPRA e de
outros programas relacionados à segurança e saúde no trabalho. Divulgar e
promover o cumprimento das normas regulamentadoras, bem como cláusulas
de acordos e convenções coletivas de trabalho, relativas à segurança e saúde
no trabalho.
Participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o
empregador, da análise das causas das doenças e acidentes de trabalho e
propor medidas de solução dos problemas identificados. Requisitar ao
empregador e analisar as informações sobre questões que tenham interferido na
segurança e saúde dos trabalhadores.
Requisitar à empresa as cópias das Comunicações de Acidente de
Trabalho (CATs) emitidas. Promover, anualmente, em conjunto com o SESMT,
onde houver, a Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho –
(SIPAT). Participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas
de Prevenção da AIDS.

Atribuições do Empregador:
Proporcionar aos membros da CIPA os meios necessários ao
desempenho de suas atribuições, garantindo tempo suficiente para a realização
das tarefas constantes do plano de trabalho.

Atribuições dos Empregados:


Participar da eleição de seus representantes.
Colaborar com a gestão da CIPA. Indicar à CIPA, ao SESMT e ao
empregador situações de riscos e apresentar sugestões para melhoria das
condições de trabalho. Observar e aplicar no ambiente de trabalho as
recomendações quanto à prevenção de acidentes e doenças decorrentes do
trabalho.

Atribuições do Presidente da CIPA:


• Convocar os membros para as reuniões da CIPA;
• Coordenar as reuniões da CIPA, encaminhando ao empregador e ao
SESMT, quando houver, as decisões da comissão;

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• Manter o empregador informado sobre os trabalhos da CIPA;
• Coordenar e supervisionar as atividades de secretaria;
• Delegar atribuições ao Vice-Presidente;

Atribuições do Vice-Presidente da CIPA:


• Executar atribuições que lhe forem delegadas;
• Substituir o Presidente nos seus impedimentos eventuais ou nos seus
afastamentos temporários;

Atribuições do Presidente em conjunto com o Vice-


Presidente da CIPA:
• Cuidar para que a CIPA disponha de condições necessárias para o
desenvolvimento de seus trabalhos;
• Coordenar e supervisionar as atividades da CIPA, zelando para que os
objetivos propostos sejam alcançados;
• Delegar atribuições aos membros da CIPA;
• Promover o relacionamento da CIPA com o SESMT, quando houver;
• Divulgar as decisões da CIPA a todos os trabalhadores do
estabelecimento;
• Encaminhar os pedidos de reconsideração das decisões da CIPA;
• Constituir a comissão eleitoral.

Atribuições do Secretário da CIPA:


• Acompanhar as reuniões da CIPA e redigir as atas apresentando-as para
aprovação e assinatura dos membros presentes;
• Preparar as correspondências;
• Outras que lhe forem conferidas.

Funcionamento:
A CIPA terá reuniões ordinárias mensais, de acordo com o calendário
preestabelecido. As reuniões ordinárias da CIPA serão realizadas durante o
expediente normal da empresa e em local apropriado. As reuniões da CIPA terão

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atas assinadas pelos presentes com encaminhamento de cópias para todos os
membros. As atas devem ficar no estabelecimento à disposição da fiscalização
do Ministério do Trabalho e Emprego.
Reuniões extraordinárias deverão ser realizadas quando:
» Houver denúncia de situação de risco grave e iminente que determine
aplicação de medidas corretivas de emergência;
» Ocorrer acidente do trabalho grave ou fatal;
» Houver solicitação expressa de uma das representações.
As decisões da CIPA serão preferencialmente por consenso. Não
havendo consenso, e frustradas as tentativas de negociação direta ou com
mediação, será instalado processo de votação, registrando-se a ocorrência na
ata da reunião. Das decisões da CIPA caberá pedido de reconsideração,
mediante requerimento justificado. O pedido de reconsideração será
apresentado à CIPA até a próxima reunião ordinária, quando será analisado,
devendo o Presidente e o Vice-Presidente efetivar os encaminhamentos
necessários.
O membro titular perderá o mandato, sendo substituído por suplente,
quando faltar a mais de quatro reuniões ordinárias sem justificativa. A vacância
definitiva de cargo, ocorrida durante o mandato, será suprida por suplente,
obedecida a ordem de colocação decrescente que consta na ata de eleição,
devendo os motivos ser registrados em ata de reunião.
No caso de afastamento definitivo do presidente, o empregador indicará
o substituto, em dois dias úteis, preferencialmente entre os membros da CIPA.
No caso de afastamento definitivo do vice-presidente, os membros titulares da
representação dos empregados, escolherão o substituto, entre seus titulares, em
dois dias úteis. Caso não existam suplentes para ocupar o cargo vago, o
empregador deve realizar eleição extraordinária, cumprindo todas as exigências
estabelecidas para o processo eleitoral, exceto quanto aos prazos, que devem
ser reduzidos pela metade;
O mandato do membro eleito em processo eleitoral extraordinário deve
ser compatibilizado com o mandato dos demais membros da Comissão. O
treinamento de membro eleito em processo extraordinário deve ser realizado no
prazo máximo de 30 dias, contados a partir da data da posse.

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Equipamentos de Proteção Individual – EPI.
Equipamento de Proteção Individual é todo dispositivo ou produto, de uso
individual, utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis
de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. Entende-se como Equipamento
Conjugado de Proteção Individual, todo aquele composto por vários dispositivos,
que o fabricante tenha associado contra um ou mais riscos que possam ocorrer
simultaneamente e que sejam suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde
no trabalho.
Eles devem ser utilizados quando os riscos aos quais estão expostos não
puderem ser eliminados na fonte por eliminação ou substituição, por medidas de
proteção coletiva, controles administrativos ou sinalização. Quando se trata de
emprego de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), uma regra necessária
e importante a ser considerada é o desenvolvimento de um programa de
segurança do trabalho. Contudo, muitas empresas ao invés de eliminar ou
neutralizar o risco na fonte geradora, preferem proteger o individual,
continuando, ainda, com o risco no ambiente de trabalho.

Equipamentos de Proteção Individual – EPI.

O equipamento de proteção individual, de fabricação nacional ou


importada, só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do
Certificado de Aprovação (CA), expedido pelo órgão nacional competente em
matéria de segurança e saúde no trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego.

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Convém lembrar que a empresa é obrigada a fornecer aos empregados,
gratuitamente, equipamentos de proteção individual adequados ao risco e em
perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias:
• Sempre que as medidas de proteção coletiva forem tecnicamente
inviáveis ou não oferecerem completa proteção contra os riscos de acidentes do
trabalho e/ou de doenças profissionais e do trabalho;
• Enquanto as medidas de proteção coletiva estão sendo implantadas;
• Para atender às situações de emergência. É fundamental que o
responsável pela segurança do trabalho possua conhecimento das
especificações dos diferentes tipos de equipamentos de proteção de que possa
dispor para evitar qualquer tipo de lesão ou doença ocupacional.
Com o intuito de satisfazer os requisitos legais e morais, convém que se
estabeleça um programa para a utilização de equipamentos de proteção
apropriados, que protejam os operários.

EPI mais utilizados.


Capacete, calçados, luvas e óculos de proteção, cintos de segurança
contra quedas, e protetores auditivos e respiratórios.

Calçados de segurança.
Os calçados de segurança devem proteger os pés contra todos os tipos
de agressões: impactos mecânicos, perfurações, cortes, abrasões, contatos com
água e líquidos corrosivos, poeiras cáusticas, choques elétricos e muitos outros
agentes de risco (lugares muito frios ou quentes, riscos biológicos).
São muitos os tipos e diferentes materiais para aplicações geral e
específicas:
• Sapato e bota com cano curto, médio ou longo; com biqueira de aço;
com biqueira e/ou solado de composite (fibras não metálicas resistentes à
perfuração); com palmilha de aço indicada para atividades de eletricistas; de
couro natural; sintético; de PVC; borracha e outros.

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Luvas de proteção.
De todas as partes do corpo humano, as que mais se expõem e sofrem
agressões nas atividades laborais e, principalmente, naquelas pertencentes à
IC, sem dúvida alguma são as mãos. Daí, a preocupação de todos os
prevencionistas com a implementação de proteções coletivas e as
complementações mediante o uso de luvas de proteção adequadas aos riscos
identificados.
Como outros EPIs, também há grande diversidade quanto aos materiais
e formas de construção, adequados para diferentes utilizações:
• Couro, raspa, algodão (suedine), algodão com pigmentação de PVC
(antiderrapante) na palma, ou palma revestida de borracha natural, nitrílica, PVC,
látex, látex e algodão, aramida (muito resistente ao calor e ao corte), luva
isolante de borracha; luva de vaqueta para cobertura da luva de borracha de
eletricista, e outros.
Quanto à constituição, podem ter costuras reforçadas nos dedos, nas
palmas; revestimentos no dorso e/ou na palma, luvas reversíveis que servem
para ambas as mãos e outras formas.

Protetores respiratórios.
A utilização de protetores respiratórios deve ser objeto de um Programa
de Proteção Respiratória (*), a ser elaborado sob a responsabilidade do
empregador, com a finalidade de estabelecer um processo para seleção, uso e
manutenção dos respiradores, a fim de assegurar a proteção adequada para o
usuário desses EPIs.
Os protetores respiratórios mais utilizados na IC são os recomendados
para aerodisperoides sólidos, poeiras mecanicamente geradas. Normalmente
são do tipo PFF-1 ou P1 (essas menos usadas).
(*) Criado pela Instrução Normativa nº 1, do MTE, de 11 de abril de 1994.
Observação:
• PFF = Peça Facial Filtrante;
• PFF-1, PFF-2 e PFF-3 são indicações para os protetores descartáveis,
enquanto P-1, P-2 e P-3 são indicações para filtros de máscaras protetoras facial
ou semifacial, e

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• Os números de 1 a 3 indicam a eficiência de cada um, respectivamente
80, 94 e 99,7%. Nos ambientes dos canteiros da IC, como obras de edificações
e mesmo em outras, desde que em locais totalmente abertos, as recomendações
de PFF-1 ou filtros P-1 já são suficientes face ao tipo e granulometria dos
aerodispersóides neles encontrados. Para atividades em obras com ambientes
menos ventilados naturalmente, como em túneis e poços e obras assemelhadas,
a escolha da proteção respiratória deverá ser precedida da APR completa.

Tipos de Máscaras.

A primeira Máscara acima é descartável, sem filtro, para poeiras – PFF1.


Segunda Máscara é uma PFF 1 com filtro para poeiras, a terceira é uma
P2 com filtro para poeiras e névoas.
Os protetores descartáveis podem ser providos ou não de válvulas que
facilitam a respiração. São muito utilizados para poeiras, névoas e fumos
metálicos. (provenientes de operações de soldagem)
Classificações dos filtros e utilizações recomendadas (FUNDACENTRO):
PFF1: proteção contra poeiras e névoas partículas não tóxicas.
(Penetração máxima através do filtro de 20%).
PFF2: proteção contra partículas finas, fumos e névoas tóxicas.
(Penetração máxima através do filtro de 6%).
PFF3: contra partículas tóxicas finíssimas e radionuclídeos. (Penetração
máxima através do filtro de 0,1%).
Abaixo estão indicados mais alguns pontos a serem observados:
» A vida útil do filtro protetor dependerá da extensão do uso e dos
cuidados de guarda e higienização, devendo ser trocado quando o usuário sentir
dificuldade na respiração através do filtro;

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» É necessária avaliação médica para determinar se o usuário é apto a
usar o respirador, e
» Com o emprego cada vez maior na IC de produtos químicos para as
mais diversas finalidades, os responsáveis pelo PPRA e PPR (Programa de
Proteção Respiratória), deverão consultar sobre a toxicidade dessas substâncias
nas respectivas Fichas de Informações de Segurança de Produtos Químicos
(FISPQ).

Capacetes.
Os capacetes mais utilizados nas atividades da IC são fabricados em
polietileno de alta densidade, tendo normalmente uma aba frontal e
internamente, uma peça de suspensão, a “carneira”, cuja função é absorver a
energia causada por qualquer impacto (batida contra obstáculo, ou pela queda
de materiais).
São classificados conforme abaixo:
• Capacete tipo I - Capacete com aba total;
• Capacete tipo II - Capacete com aba frontal;
• Capacete tipo III - Capacete sem aba;
• Capacete classe A - Capacete para uso geral, exceto em trabalhos com
energia elétrica, e
• Capacete classe B – Capacete para uso geral, inclusive para trabalhos
com energia elétrica.

Capacetes.

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Podem ser encontrados com jugular simples ou fixada ao casco em três
pontos, sendo essa última muito apropriada para atividades onde há grande
possibilidade do capacete cair, como, por exemplo, na montagem, desmontagem
ou manutenção de gruas, elevadores e torres de transmissões. São presos em
três pontos e não se desprendem facilmente da cabeça do trabalhador ao
esbarrar em algum obstáculo.
A fabricação e os testes requeridos (impacto, penetração, inflamabilidade
e outros) são definidos na NBR 8221/ 2015.
Muito importante também são os capacetes que já incorporam outros
EPIs, como: viseira de proteção facial, protetores auditivos e máscaras
respiratórias.

Protetor auditivo.
A utilização de protetores auditivos deve ser objeto de um Programa de
Conservação Auditiva (PCA), constante no Anexo I da NR-07.
Como em todos os demais programas exigidos pela legislação de SST,
compete ao empregador a aplicação da NR-0 7, item 7.3.1.
a) garantir a elaboração e efetiva implementação do PCMSO, bem como
zelar pela sua eficácia, e
b) custear sem ônus para o empregado todos os procedimentos
relacionados ao PCMSO.
Os protetores auditivos mais utilizados na IC são os tipos concha ou
abafador e plug (de inserção), de silicone. O menos utilizado é o tipo moldável,
de espuma.
Para exposição a níveis sonoros acima de 100dB(A) é recomendável o
emprego de dois protetores: um moldável, ou plug, recoberto por outro tipo
concha.
Na embalagem de cada protetor auditivo vem a informação de “NRRsf”,
que significa Nível de Redução de Ruído (NRR). O “sf” significa que o ensaio
para a determinação do NRR foi feito com pessoas inexperientes quanto ao uso
desse tipo de EPI, dando um resultado mais próximo do que seria obtido com o
usuário comum no seu ambiente de trabalho. A forma de posicionar o EPI na
orelha, por exemplo, influencia o resultado.
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O NRRsf vem expresso em decibéis (dB) e, conforme o protetor
selecionado, essa atenuação pode chegar até em torno 29 dB.
De forma prática, após conhecida a medição da exposição a ruído no local
de trabalho, sempre efetuada por dosimetria, deverá ser escolhido,
independentemente do tipo, um protetor auditivo cuja atenuação (NRRsf)
garanta que o usuário não ficará exposto a um nível superior de 80 dB(A) para
uma jornada de trabalho de 8h.

Protetores Auriculares.

Proteção para olhos e face.


Esses EPIs são apresentados nas formas de óculos, protetor facial e
máscaras de proteção. Na IC muitas são as atividades que exigem esse tipo de
equipamento, visando proteger os olhos e/ou a face de:
» Impactos de partículas volantes (fragmentação de concreto, areias,
pedras, corte de madeiras e outras);
» Respingos de produtos líquidos;
» Luminosidade intensa;
» Radiação ultravioleta, e
» Radiação infravermelha.
Para as operações de soldagem há proteções específicas na forma de
óculos e máscaras.
» Os óculos de segurança, destinados à proteção contra qualquer tipo de
projeções (partículas volantes sólidas ou líquidas; areia, cimento e serragens)
devem ser vedados também nas laterais, tipo envolvente ou panorâmico;

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» Caso o trabalhador já seja usuário de óculos com lentes corretivas, o
empregador deverá fornecer os óculos de proteção com as lentes de mesma
graduação;
» No caso acima, tratando-se de necessidade de exposição eventual,
poderá também ser fornecido ao trabalhador um óculos de proteção de
“sobreposição”, que será posicionado sobre os óculos com lentes corretivas;
» Fabricados com inúmeras opções, geralmente apresentam armações
com materiais diversos (polipropileno, nylon, borracha), mas a maioria apresenta
as lentes de policarbonatos. Essas devem possuir as seguintes características:
material não estilhaçável e lentes antirrisco, filtrar raios ultravioletas (com
eficiência torno de 99%) para trabalhos ao ar livre, provido de alças para impedir
a queda acidental, e
» Máscaras de proteção para atividades com solda possuem lentes
escuras, em tonalidades que podem variar de 1,5 até 14 ajustes da tonalidade
de escurecimento: ajustável pelo usuário ou automático; emprego para a maioria
dos processos de soldagem, como eletrodo revestido, MIG/MAG, TIG, corte,
solda plasma e oxiacetileno.

Seleção do Equipamento.
O equipamento de proteção individual deve ser selecionado com base nas
indicações obtidas pelas análises de riscos e estudo cuidadoso do trabalho e
suas necessidades, considerando:
• Partes a proteger;
• Condições de trabalho;
• Os perigos e riscos;
• O tipo de trabalhador que o usará.
Compete ao Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em
Medicina do Trabalho (SESMT), ouvida a Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes (CIPA) e trabalhadores usuários, recomendar ao empregador o
Equipamento de Proteção Individual (EPI) adequado ao risco existente em
determinada atividade. A experiência nos mostra que o operário usará mais
facilmente um equipamento de proteção quanto mais ele for confortável.
Portanto, os equipamentos devem cumprir algumas características, tais como:

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• Serem práticos;
• Protegerem bem;
• Serem de fácil manutenção;
• Serem fortes e duradouros.
Nas empresas desobrigadas a constituir o SESMT, cabe ao empregador
selecionar o EPI adequado ao risco, mediante orientação de profissional
tecnicamente habilitado, ouvida a CIPA ou, na falta desta, o designado e
trabalhadores usuários.
Cabe lembrar, que a empresa deverá selecionar os seus fornecedores de
EPI(s). Quando a empresa for visitada por um representante comercial de EPI(s)
e não tem conhecimento da qualidade do produto oferecido, deve solicitar
amostras para testes de campo e de laboratório, mesmo que este pretenso
fornecedor apresente o Certificado de Aprovação do MTE e selo do INMETRO.
Somente após a verificação da aceitabilidade por parte do operário, da
aprovação nos testes de laboratório e do setor de segurança do trabalho, é que
o fornecedor pode ser cadastrado.

Requisitos Legais.
A Norma Regulamentadora 06 (NR-06), da Portaria 3214/78 e
atualizações, da Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho do Ministério do
Trabalho prescreve:

Cabe ao Empregador.
• Adquirir o EPI adequado ao risco de cada atividade;
• Exigir seu uso;
• Fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional
competente em matéria de Segurança e Saúde no Trabalho;
• Orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e
conservação;
• Substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;
• Responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica;
• Comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada;

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• Registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados
livros, fichas ou sistema eletrônico.

Cabe ao Empregado.
• Utilizar o EPI apenas para a finalidade a que se destina;
• Responsabilizar-se pela guarda e conservação;
• Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para
uso;
• Cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.

Cabe ao Fabricante e ao Importador.


Cadastrar-se junto ao órgão nacional competente em matéria de
segurança e saúde no trabalho, solicitar a emissão do Certificado de Aprovação
(CA).
Solicitar a renovação do CA quando vencido o prazo de validade
estipulado pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde do
trabalho. Requerer novo CA quando houver alteração das especificações do
equipamento aprovado.
Responsabilizar-se pela manutenção da qualidade do EPI que deu origem
ao CA. Comercializar ou colocar à venda somente o EPI, portador de CA.
Comunicar ao órgão nacional competente em matéria de segurança e
saúde no trabalho quaisquer alterações dos dados cadastrais fornecidos.
Comercializar o EPI com instruções técnicas no idioma nacional, orientando sua
utilização, manutenção, restrição e demais referências ao seu uso.
Fazer constar no EPI o número do lote de fabricação. Providenciar a
avaliação da conformidade do EPI no âmbito do SINMETRO, quando for o caso.
Fornecer as informações referentes aos processos de limpeza e
higienização de seus EPI(s), indicando quando for o caso, o número de
higienizações acima do qual é necessário proceder à revisão ou à substituição
do equipamento, a fim de garantir que os mesmos mantenham as características
de proteção original.

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Certificado de Aprovação - CA
Para fins de comercialização o CA concedido aos EPI terá validade:
• De cinco anos, para aqueles equipamentos com laudos de ensaio que
não tenham sua conformidade avaliada no âmbito do SINMETRO;
• Do prazo vinculado à avaliação da conformidade no âmbito do
SINMETRO, quando for o caso;
O órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no
trabalho, quando necessário e mediante justificativa, poderá estabelecer prazos
diferentes. Todo EPI deverá apresentar em caracteres permanentes e bem
visíveis, o nome comercial da empresa fabricante, o lote de fabricação e o
número do CA, ou, no caso de EPI importado, o nome do importador, o lote de
fabricação e o número do CA. Na impossibilidade do cumprimento desses
requisitos, o órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no
trabalho poderá autorizar forma alternativa de gravação, a ser proposta pelo
fabricante ou importador, devendo esta constar do CA.

Equipamento de Proteção Coletiva – EPC.


São equipamentos utilizados para proteção de segurança enquanto um
grupo de pessoas realizam determinadas tarefa ou atividade. O equipamento de
Proteção Coletiva deve ser usado prioritariamente ao uso do Equipamento de
Proteção Individual, por exemplo: piso antiderrapante ou fitas antiderrapante no
piso para garantir que as pessoas que transitam no local não escorreguem é
mais adequado, visto que protege um coletivo. E somente quando esta condição
não for possível, deve ser pensado o uso de bota de borracha ou outro calçado
com solado antiderrapante como Equipamentos de Proteção Individuais (EPI)
para proteção dos trabalhadores, pois são de uso apenas individual.
Os equipamentos de proteção coletiva – EPC são dispositivos utilizados
no ambiente de trabalho com o objetivo de proteger os trabalhadores dos riscos
inerentes aos processos, tais como a ventilação dos locais de trabalho, a
proteção de partes móveis de máquinas e equipamentos, a sinalização de
segurança, dentre outros. Portanto, o EPI será obrigatório somente se o EPC,
não atenuar os riscos completamente ou se oferecer proteção parcialmente.

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Equipamento de Proteção Coletiva – EPC.

Programa de Prevenção de Riscos Ambientais –


PPRA
O PPRA é uma exigência que todos os empregadores,
independentemente do ramo de atividade e do número de empregados, devem
atender e sua elaboração e implementação devem estar perfeitamente em
consonância com o PCMSO.
O programa deve expressar o conjunto de ações preventivas para evitar
quaisquer situações que possam expor os trabalhadores a sofrer danos à sua
saúde devido a eventuais condições inadequadas dos locais ou das atividades
de trabalho. Deverá estar descrito num relatório chamada de “DOCUMENTO-
BASE”
Apesar do texto da NR-09 indicar o foco apenas para os agentes de riscos
de origem física, química e biológica, entende-se que o PPRA deva abordar
também as questões de ergonomia e acidentes do trabalho, esses últimos mais
importantes ainda, face aos riscos inerentes às atividades da IC.
Pela NR-09 os principais agentes de risco a serem considerados no PPRA
são:
• Físicos: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas
(frio e calor), radiações ionizantes e não ionizantes, infrassom e ultrassom.
Os agentes físicos são, em última análise, alguma forma de energia
liberada pelas condições dos processos e equipamentos a que será exposto o
trabalhador.
• Químicos: substâncias, compostos e produtos nas formas de poeiras,
névoas, fumos, gases ou vapores.
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Os agentes químicos, mais por sua dimensão físico-química que por sua
característica individual, são classificados em gases, vapores e aerodispersóides
(estes últimos são subdivididos ainda em poeiras, fumos, névoas, neblinas,
fibras). Podemos entender os agentes químicos como todas as substâncias
puras, compostos ou produtos (misturas) que podem entrar em contato com o
organismo por uma multiplicidade de vias, expondo o trabalhador. Cada caso
tem sua toxicologia específica, sendo também possível agrupá-los em famílias
químicas, quando de importância toxicológica (hidrocarbonetos aromáticos, por
exemplo);
As “vias de ingresso” ou de contato com o organismo consideradas
tradicionalmente são as vias respiratória (inalação), cutânea (por meio da pele
intacta) e digestiva (ingestão). A respiratória é a de maior importância industrial,
seguida da via dérmica.
• Biológicos: bactérias, fungos, parasitas, protozoários, vírus, entre
outros.
Os agentes biológicos são representados por todas as classes de
microorganismos patogênicos (algumas vezes adicionados de organismos mais
complexos, como insetos e animais peçonhentos): vírus, bactérias, fungos. Note
que merecem uma ação bem diversa da dos outros agentes e que muitas formas
de controle serão específicas.
Observações:
• Para a contratante principal, o PPRA referente aos seus empregados
poderá se restringir às análises dos agentes de riscos pedidos pela NR-9, ou
seja: agentes físicos, químicos e biológicos, uma vez que os riscos de acidentes
e agentes ergonômicos deverão estar contemplados no PCMAT, que é de sua
responsabilidade, e
• No entanto, para os demais empregadores, contratados como
empreiteiros ou prestadores de serviços, cada um deverá ter seu PPRA
incluindo, além dos agentes pedidos pela NR-9, também os riscos de acidentes
e agentes ergonômicos, aos quais seus empregados ficarão expostos.

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Elaboração do PPRA.
Deve ser específica e possuir conteúdo técnico expresso de forma clara
e objetiva, contendo, no mínimo, os seguintes itens:
• Apresentação da empresa e do estabelecimento objeto do programa,
identificando locais de trabalho e atividades e/ou setores existentes e o número
de trabalhadores envolvidos, por funções;
• Reconhecimento das situações e agentes de riscos presentes em cada
um dos setores e/ ou atividades acima identificadas, podendo conter
detalhamento por fontes, materiais ou outras características potencialmente
prejudiciais à saúde;
• Descrição, para cada agente de risco, dos respectivos danos possíveis
à saúde;
• Avaliação qualitativa e, se necessária, também quantitativa da
intensidade dos agentes identificados;
• Avaliação de tempos e modos de exposição para os agentes de risco
considerados;
• Estabelecimento das prioridades e metas a serem atingidas;
• Escolha das estratégias das ações a serem implementadas, e
• Elaboração do cronograma respectivo já estabelecendo os meios e
métodos de reavaliações futuras.
As ações preventivas devem priorizar as proteções coletivas na seguinte
ordem:
• Eliminar ou reduzir a utilização ou formação do agente de risco:
• Prevenir a liberação ou disseminação do agente de risco no ambiente
de trabalho;
• Reduzir os níveis ou a concentração do agente de risco no ambiente de
trabalho;
• Introduzir medidas de caráter administrativo ou de organização do
trabalho, e*
• Utilizar Equipamento de Proteção Individual (EPI)*
*medidas a serem adotadas quando houver a comprovação da
inviabilidade técnica da adoção de proteções coletivas ou quando não forem
suficientes.

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Somente um experiente profissional de SST poderá reconhecer se uma
avaliação qualitativa é suficiente ou se haverá a necessidade de uma avaliação
quantitativa.
Das exigências contidas na NR-9, destacamos os pontos a seguir:
• O PPRA deve ser elaborado por profissional competente em matéria de
SST, mas a sua correta implementação será de responsabilidade total do
empregador;
• A participação da CIPA é obrigatória desde os levantamentos iniciais e
em todas as fases futuras, inclusive as de avaliações periódicas e
reprogramações, e
• É obrigatória a divulgação das prioridades e cronograma do PPRA a
todos os empregados com atividades em questão.
Observações:
Uma empresa com empregados distribuídos obviamente encontrará muita
semelhança entre os PPRAs. Isso porque, com as mesmas atividades nesses
diferentes locais, serão identificados agentes de riscos assemelhados. O que
poderá variar são as intensidades e os tempos de exposição. Isso é o que ocorre
comumente com empresas especializadas em determinadas atividades, como,
por exemplo, instalações elétricas, instalações hidráulicas, aplicações de gesso
e pinturas, trabalhos de acabamento em drywall, colocação de azulejos e pisos
cerâmicos, serviços de armação, carpintaria e alvenaria.
Semelhança não significa igualdade. Num canteiro poderá haver níveis de
ruídos muito maior que em outros ou concentração de poeiras minerais mais
significativas. O PPRA não é um programa intocável. Sempre que for observado
o surgimento de um novo agente de risco ou agravamento significativo em algum
pré-existente, deverá ser refeita a respectiva análise e, se necessária, uma nova
reprogramação. O PPRA deve obrigatoriamente estar em plena consonância
com o PCMSO e a troca de informações entre os dois deve ser executada
sempre que um detectar alguma anomalia não constante do outro programa.

Considerações sobre a análise de riscos.


Em várias exigências legais aparece a obrigação de “análise de risco”, a
saber:

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Na NR-5, cumpre aos membros da CIPA identificá-los, segundo sua
percepção, ou seja, apenas o relato e a informação breve da existência de
alguma situação anormal ou incômoda com determinado agente de risco, como,
por exemplo: ruído ou calor em excesso, e já no PPRA, a análise deve seguir
um protocolo técnico muito exigente, uma vez que deverá conter procedimentos,
medições e conclusões que serão utilizados para:
» Fornecer subsídios técnicos e manter ações articuladas com o
Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional PCMSO);
» Permitir a concessão ou não de eventuais pagamentos adicionais de
insalubridade (Conforme NR-15) ou periculosidade a trabalhadores expostos a
um determinado agente de risco;
» Fazer parte tanto do PPRA quanto do PCMAT, a fim de serem
projetadas todas as ações administrativas e implementação de proteções
coletivas e individuais que sejam necessárias para a eliminação ou redução dos
agentes de riscos a níveis seguros, estabelecendo procedimentos de avaliação
do cumprimento das metas que forem estabelecidas e dos respectivos níveis de
eficácia;
» Subsidiar a elaboração do “Laudo Técnico de Condições Ambientais de
Trabalho (LTCAT)”, fornecendo dados e informações técnicas para o
preenchimento do “Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP) do INSS”,
conforme previsto pela Instrução Normativa (IN) do INSS nº 78, de 16/07/2002.
Um modelo comum para análise de agente de risco deve levar em conta,
no mínimo, os seguintes dados:
• Identificação do agente quanto à natureza físico, químico, biológico,
ergonômico ou de acidentes;
• Identificação da natureza do agente ruído, radiação ultravioleta,
vibrações de corpo inteiro e outros;
• Identificação da fonte onde se origina o agente:
» Máquinas ou equipamentos, exemplos: vibrador de concreto,
escavadeira, martelete pneumático e outros;
» Materiais ou produtos químicos, exemplos: cal, solventes de tintas
contendo tolueno, isolantes térmicos na forma de fibras de vidro, lã de rocha ou
outros;

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» Determinados locais com singularidade de seus riscos, exemplos:
trabalhos em túneis, poços de trabalho e de visitas, porões, caixas d’água e
outros; além de proximidade com regiões florestais e/ou lacustres e outras, e
» Atividades específicas, exemplos: atividades em altura, com
eletricidade em tubulões com pressões anormais e outras.
• Meios de propagação do agente de risco, exemplos: contato direto com
qualquer parte do corpo, via aérea atingindo poros da pele e trato respiratório e
radiação, e
• Identificação de Grupos Homogêneos de Exposição, quantidade de
trabalhadores expostos e suas funções/atividades no local.
Definição de Grupo Homogêneo de Exposição (GHE) - Corresponde a um
grupo de trabalhadores que experimentam exposição semelhante de forma que
o resultado fornecido pela avaliação da exposição de qualquer trabalhador do
grupo seja representativo da exposição do restante dos trabalhadores do mesmo
grupo.
• Possíveis danos à saúde, literatura técnica e histórico de casos
conhecidos (no local, na empresa e até em estabelecimentos de outros
empregadores que tenham se tornado de conhecimento público);
• Escolhas de alternativas para encaminhamento de soluções, definição
de suas estratégias e metas preconizadas;
• Especificação e/ou projetos para a implementação das medidas de
proteção, administrativas, coletivas e individuais, e
• Elaboração de cronogramas, nos quais estejam estabelecidos prazos e
responsáveis pelas etapas das ações: implementação, inspeção e auditoria.

Programa de Controle Médico de Saúde


Ocupacional – PCMSO.
Controle médico de saúde ocupacional é o conjunto de ações médicas,
preventivas, corretivas e de análise e rastreamento para acompanhar e garantir
a manutenção de saudáveis condições físicas de cada empregado da empresa,
em todos os seus setores, locais e atividades e não deve ser entendido ou

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confundido como atendimento médico, análogo ao proporcionado por médicos
conveniados pela empresa.
O PCMSO é obrigatório para todas as empresas, independentemente dos
ramos de atividades e do número de empregados, devendo atender em sua
elaboração e implementação a completa consonância com o PPRA.
A seguir são destacados alguns pontos do programa:
• Deverá ser objeto de um planejamento anual, com suas ações dentro de
um cronograma em plena articulação com o PPRA;
• Deverá ser coordenado por médico do trabalho pertencente ou não ao
quadro de empregados da empresa, o qual poderá realizar os exames previstos
no PCMSO, ou encarregar outro profissional, desde que plenamente capacitado
e qualificado;
• Poderá ser elaborado separadamente para cada obra quando estas se
situarem em municípios diferentes, devendo, no entanto, estar sob a
responsabilidade do médico coordenador do PCMSO;
• Um relatório anual de suas atividades e o planejamento futuro devem
ser apresentados à CIPA da empresa, lembrando que esse relatório também
deverá ser feito ao final de uma obra se ela for a única da empresa ou a única
em um determinado município;
• A empresa contratante deverá informar os riscos às empresas
contratadas;
Observação:
Da mesma forma, a empresa contratada deverá, antes de iniciar suas
atividades no local, informar à contratante quais agentes de riscos estarão
presentes nas atividades que desenvolverá no estabelecimento da contratante.
O PCMSO se ocupa prioritariamente de danos à saúde provocados pelo
desempenho laboral do trabalhador, quando em contato ou exposto a quaisquer
agentes de riscos (físicos, químicos, biológicos e ergonômicos) existentes no seu
local ou atividade de trabalho. Riscos de acidentes, apesar de sua importância,
não fazem parte do escopo do PCMSO. No entanto, há atividades com riscos de
acidentes para as quais o médico examinador deverá também levar em conta a
eventual necessidade de exames que poderão indicar medidas específicas de
proteção ou até a inabilitação para a função a ser desempenhada.

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O caso mais típico é para atividades com riscos de queda de altura,
praticamente presente em todas as ações laborais da IC e que, certamente,
orientam o médico examinador a requerer outros exames complementares a fim
de concluir pela aptidão ou não da condição do trabalhador examinado;
Observação: Pelo exemplo acima, infere-se da importância de que o
médico examinador não se atenha apenas na identificação da função do
trabalhador a ser examinado, mas que receba junto com o encaminhamento para
o exame uma descrição das funções e riscos presentes nos trabalhos que o
trabalhador examinando fará, pois nem sempre o PPRA é esclarecedor.
• Há casos em que a identificação da função não esclarece quais são as
reais atividades do trabalhador e os respectivos agentes de riscos aos quais
pode estar exposto;
• Uma grande variedade de EPIs está intimamente relacionada há oito
aspectos, que só um médico poderá analisar e especificar corretamente, como
óculos e máscaras de proteção, protetores auriculares, cremes protetivos para a
pele e equipamentos de ar-mandado.
• O PCMSO também exige que, em todos os locais de trabalho, estejam
disponíveis materiais para primeiros socorros e, no mínimo, uma pessoa que
tenha recebido treinamentos para poder prestar essa assistência, o que é
extremamente importante, principalmente para os locais de trabalho mais
distantes de centros urbanos.
Observações:
• Ambulatório é exigido para frentes de trabalho com 50 ou mais
trabalhadores. Nada impede que, a critério do médico coordenador do PCMSO,
seja instalado em outras obras. No entanto, sempre que instalado deverá ter no
local um profissional qualificado responsável.
• Os materiais para primeiros socorros devem ser escolhidos pelo médico
coordenador do PCMSO que, certamente, levará em conta vários aspectos da
obra como, por exemplo: quantidade de trabalhadores no local; tipo de atividades
nela exercidas; distância de centros urbanos de atendimento médico;
características da região (lacustre, árida, proximidade de matas, presença de
insetos, cobras, escorpiões e/ou animais peçonhentos, e outras);
• Igualmente a critério do médico coordenador do PCMSO será feita
seleção e treinamento dos responsáveis pelo atendimento ambulatorial.

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Riscos Adicionais.
Fonte de Ignição e seu Controle.
O risco mais significativo diz respeito à possibilidade de vazamento na
presença de fontes de ignição. As fontes de ignição podem ser as mais variadas
possíveis e podem gerar temperaturas suficientes para iniciar o processo de
combustão da maioria das substâncias inflamáveis conhecidas.

Eletricidade estática.
Como exemplo de cargas acumuladas nos materiais. As cargas materiais
isolantes; as manifestações da eletricidade estática são observadas,
principalmente em locais onde a umidade do ar é muito baixa, ou seja, locais
secos.

Faíscas.
O impacto de uma ferramenta contra uma superfície sólida pode gerar
uma alta temperatura, em função do atrito, capaz de ionizar os átomos presentes
nas moléculas do ar, permitindo que a luz se tome visível. Normalmente
chamada de faísca, esta temperatura gerada é estimada em torno de 700°C.

Composição adiabática.
Toda vez que um gás ou vapor é comprimido em um sistema fechado,
ocorre um aquecimento natural. Quando esta compressão acontece de forma
muita rápida (dependendo da diferença entre a pressão inicial (P0) e final (P1),
e o calor não sendo trocado, devidamente entre os sistemas envolvidos, ocorre
o que chamamos tecnicamente de compressão adiabática.

Chama direta.
É a fonte mais fácil de ser identificada. Algumas chamas de combustíveis,
por exemplo, podem atingir temperaturas variando de 1800°C (hidrogênio ou
GLP com oxigênio) a 3100°C (acetileno / oxigênio)

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Fonte de Ignição e seu Controle.
Na presença de produtos inflamáveis é de fundamental importância o
controle das referidas Fontes de Ignição. Ventilação adequada;
Isolando adequadamente processos ou operações auxiliares
consideradas perigosas (ambientes confinados, externos ou compartimentados);
Aterramentos adequados das instalações, máquinas e equipamentos.
Os produtos inflamáveis devem ser armazenados em áreas isoladas do
restante das instalações e edifícios, seja pelo distanciamento ou mediante a
utilização de elementos construtivos (compartimentação);
Armazenamento auxiliares são os principais responsáveis por sinistros.
No caso de tambores e outros recipientes transportáveis deve ser deixado
um corredor separando os edifícios anexos e o armazenamento.
A zona de armazenamento deve ser utilizada única e exclusivamente para
este fim. Uso de recipientes metálicos (preferencialmente).
A estocagem dos recipientes deve ser feita em pallets, evitando-se o
contato direto com o piso e a altura de empilhamento, sempre que possível não
deve ser superior a um recipiente. Realizar inspeções regularmente para
detecção de possíveis vazamentos.
As áreas próximas ao armazenamento de produtos inflamáveis devem ser
mantidas livres de vegetação, lixo ou materiais combustíveis; A manipulação
e/ou o armazenamento de produtos inflamáveis, sempre que possível, deve ser
feito em depósitos ou salas exclusivamente destinados para esta finalidade;
A construção deve ter resistência ao fogo de 120 minutos. Devem dispor
de sistemas de drenagem suficientes; não devem ser utilizados aparelhos
elétricos que provoquem centelhas; deve existir sistema de ventilação adequado
para evitar o acúmulo de gases e vapores
Dependendo do tamanho dos recipientes, devem ser previstas bandejas
para contenção de vazamentos; tratando-se pequenos depósitos no exterior de
prédios e isolados é conveniente que a cobertura tenha baixa resistência (por
exemplo: fibrocimento)
Evitar que existam degraus no acesso ao depósito, para reduzir o risco de
tombamento dos meios de transportes;

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Quando são utilizadas pequenas quantidades de inflamáveis, recomenda-
se o armazenamento seja feito em armários especiais (sinalizados e com
resistências ao fogo de 15 minutos).
A transferência de líquidos inflamáveis só deverá ser realizada após todos
os elementos metálicos estarem conectados eletricamente entre si e a terra.
O aquecimento de líquidos inflamáveis representa risco de incêndio e/ou
explosão quando não puder ser evitado, a operação deverá ser feita com
aparelhos próprios e com temperatura controlada (banho maria, mantas
térmicas, etc), jamais utilizar chama reta ou resistências elétricas desprotegidas.
Manter um bom nível de ordem e limpeza, removendo frequentemente
tambores e outros recipientes vazios. Realizar manutenção preventiva constante
em equipamentos e acessórios; devem ser mantidas as FISPQ. Cuidados
especiais quando em proximidades a trabalho à quente. Extintores portáteis e/ou
sobre rodas de pó BC, quando existir somente líquidos, ou pó ABC quando é
possível um incêndio em sólidos.
Detectores automáticos de incêndio do tipo termo velocímetros; Sistema
de hidrantes para o resfriamento e proteção de prédios e instalações vizinhas;
Chuveiros automáticos (sprinklers), caso nas demais áreas exista este tipo de
proteção;
Sistemas de água nebulizada para refrigeração de tanques de líquidos ou
gases; Sistemas fixos ou manuais de espuma para extinção de incêndios em
líquidos ou para sua prevenção em caso de derrame;
Detecção de gases inflamáveis (interior e/ou exterior).

Procedimentos básicos em situações de emergência com


inflamáveis.
Proporcionar aos ocupantes preparação para uma resposta rápida,
eficiente e segura em situações de emergências. Responder a uma emergência,
priorizando a proteção do meio ambiente, da reputação e da imagem da
instituição protegendo as instalações até o restabelecimento seguro das
operações.
Designar a equipe que administrará a emergência.

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Definir relação e responsabilidade da equipe de atendimento a
emergências definir os procedimentos a serem seguidos em caso de uma
emergência.
Documentar todos os recursos utilizados nas ações de controle e Extinção
da emergência.
Cumprir a lei e normas vigentes.
Consideram-se como emergências, situações especiais, decorrente de
acidentes e incidentes de qualquer natureza, capazes de provocar danos às
pessoas, equipamentos ou ao meio ambiente, exigindo para o seu controle e
eliminação, a interrupção obrigatória e imediata das rotinas normais de trabalho,
podendo ser de:

Emergência de Pequeno Porte.


É a emergência decorrente de pequenos focos que se imediatamente
combatida com recursos humanos e materiais disponíveis no local de sua
ocorrência, não põe em risco a segurança de pessoas, instalações ou do meio
ambiente.

Emergência de Médio Porte.


São emergências cujo controle demanda o envolvimento de Brigada de
Emergência local e que em não havendo pronto combate ou controle pode
implicar em prejuízos humanos, materiais e/ou ambientes com risco de
comprometimento da continuidade operacional do setor atingido.

Emergência de Grande Porte.


É a emergência que põe em risco a segurança de pessoas, instalação,
produto e/ou do meio ambiente, atingindo grande parte das áreas do
estabelecimento e comprometendo a continuidade operacional, necessitando
para seu controle, a intervenção do Corpo de Bombeiros.
As situações de emergência podem na maioria dos casos, serem
prevenidas ou pelo menos controladas através de um bom planejamento,
fazendo com que suas consequências possam ser praticamente insignificantes.
Elas podem se dar de diversas formas: incêndios, acidentes naturais, interrupção

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no fornecimento de energia, vazamento de gás, vazamento de líquidos
combustíveis, queda de balão, acidentes pessoais graves, etc.
Procedimento de Atuação
Os componentes da brigada de emergência deverão se dirigir ao local da
ocorrência e prestar o atendimento devido. Análise da situação. Após o alerta, o
Brigadista deverá analisar a situação de emergência. Havendo necessidade,
acionar o Corpo de Bombeiros e desencadear os procedimentos necessários,
que podem ser priorizados ou realizados simultaneamente, de acordo com o
número de Brigadista e de recursos disponíveis no local.
Primeiros socorros
Prestar os primeiros atendimentos às possíveis vítimas, com eventual
transporte e posterior socorro especializado, devendo ser utilizado, se possível,
a caixa de primeiros socorros.

Procedimento de Atuação.
Corte de energia.
Em caso de incêndio, onde seja necessário a intervenção com hidrante
ou extintor de água pressurizada, os disjuntores dos quadros de distribuição
elétrica da área sinistrada deverão ser desligados. Corte de abastecimento em
caso de incêndio nas áreas que utilizam líquidos inflamáveis e combustíveis, o
fornecimento deverá ser imediatamente cortado, assim como o caso de
vazamento nas linhas de distribuição ou equipamentos. Neste caso somente
pessoas habilitadas deverão realizar o corte.
Abandono de Área
Proceder ao abandono da área parcial ou total, quando necessário,
transferindo-se aos pontos de concentração (área segura, distante do local do
sinistro), conforme a comunicação preestabelecida permanecendo nestes
pontos até a definição final
Todos envolvidos no abandono deverão transmitir segurança, calma e
agilidade em suas ações. Para melhor eficiência do Plano de Abandono,
estabelecemos como regra o ritmo dos passos que serão de caminhada rápida.
Isolamento da Área

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Deve-se isolar fisicamente o local da ocorrência, de modo a garantir os
trabalhos de emergência e evitar que pessoas autorizadas adentrem ao local.

Abandono de Área: Investigação.


Levantar as possíveis causas de emergências e suas consequências e
emitir relatório para adoção de medidas corretivas para evitar a repetição de
ocorrência. Observação: Com a chegada de órgão oficial competente (Corpo de
Bombeiros) a brigada deve ficar à disposição.

Noções Básicas de Primeiros Socorros.


Primeiros Socorros, são todas as medidas que devem ser tomadas de
imediato para evitar agravamento do estado de saúde ou lesão de uma pessoa
antes do atendimento médico:
- Isolar a área, evitando o acesso de curioso, proporcionar o conforto da
vítima;
- Observar a vítima verificando as alterações ou ausência de respiração,
hemorragias, fraturas, colorações diferentes da pele, presença de suor intenso,
expressão de dor;
- Procurar que haja comunicação imediata com hospitais ambulâncias,
bombeiros, polícia se necessário.
Antes que se possam iniciar operações efetivas de reação em um
acidente com materiais perigosos e inflamáveis, deve-se obter a maior
quantidade de informações possíveis a respeito a identidade do produto como
também do acidente. Primeiro identificar-se o produto envolvido e depois se faz
uma avaliação do que aconteceu, está acontecendo ou pode acontecer.

Emergências com Inflamáveis.


A análise e verificação dos riscos envolvidos durante as emergências com
produtos químicos perigosos são iniciadas assim que seja informada a Brigada
de Emergências da existência de um acidente, e só termina após cessação da
situação de emergência.
As emergências são sempre dinâmicas, elas mudam em questões de
segundos uma vez que dependem de inúmeros fatores, portanto a análise e

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verificação do risco são constantes durante toda ocorrência. A ideia principal é:
O risco potencial deve ser imediatamente analisado para que as atividades do
Grupo de Emergências possam ser dirigidas de maneira suficiente. Na análise
de risco, o fator predominante é o bom senso que deverá prevalecer, a fim de
que, atitudes corretas sejam tomadas, não colocando em risco desnecessário as
pessoas, os bens materiais e o meio ambiente.
Portanto, em casos de acidentes, com situações de emergências, os
procedimentos básicos devem ser adotados de acordo com o tipo de ocorrência.
Em caso de ocorrência de vazamento.
Pequenos Vazamentos: Lavar a área com grande quantidade de água.
Grandes Vazamentos: Isolar a área; sinalizar o local; afastar os curiosos;
Eliminar as fontes de ignição da área;
Impedir a contaminação das fontes, lagos e rios, através do uso de
barreiras e dispositivos que possam confinar o produto.

Grandes Vazamentos.
Absorver com areia, terra ou outro material absorvente e recolher em
embalagem apropriadas para posterior destruição. Avisar imediatamente as
Autoridades locais (Bombeiros, Órgão Ambiental, Defesa Civil, Polícia
Rodoviária).
Em caso de incêndio de pequenas proporções: Extintor de pó químico
seco, gás carbônico ou espuma mecânica. Acionar a equipe de Brigada de
Emergência para início ao combate e extinguir o incêndio.
Grandes proporções: Resfriar os tanques e recipientes de
armazenamento e instalações próximas com água em forma de neblina ou outro
sistema de combate a incêndio disponível e acionar o Corpo de Bombeiros
imediatamente.
Em caso de provocar poluição: Impedir o escoamento do produto para
rios, canais e poços
Avisar:
- Corpo de Bombeiros;
- Órgão de Proteção ao Meio Ambiente;
Com envolvimento de pessoas, iniciar os primeiros socorros básicos:

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- Remover a vítima para um local arejado. Retirar as roupas
contaminadas;
- Em caso contato com os olhos, lavar com água em abundância, no
mínimo por 15 minutos;
- Em caso de contato com a pele, lavar as partes atingidas com água e
sabão;
- Em caso de ingestão, não provocar vômitos. Se o acidentado estiver
inconsciente e não estiver respirando, praticar respiração artificial ou
oxigenação;
- Chamar o médico;
- Passar todas as informações disponíveis sobre o acordo no acidente e
também com a vítima ao médico ou equipe de atendimento (SAMU), Bombeiros.

Treinamento e Capacitação.
Treinamento é o desenvolvimento sistemático do padrão de atitude,
conhecimento, habilidade, conduta, requerido para que um indivíduo
desempenhe de forma adequada uma determinada tarefa ou serviço. Isso está
frequentemente integrado ou associado a uma educação adicional. É cada vez
mais comum o uso da experiência de aprendizagem para integrar o conceito de
treinamento e educação.
Todo trabalhador deve receber treinamento em Segurança e Saúde no
Trabalho quando é admitido, periodicamente e eventualmente, quando a
situação exigir.

Capacitação.
A capacitação pode ser conceituada como processo de aprendizagem em
que fica explícito “para que”, “como”, “para quem” e “quando” fazer algo, segundo
José Cerchi Fusari. Desta forma, ao capacitar o trabalhador estamos dando
autonomia, criando autoconfiança e promovendo o seu desenvolvimento.
É de grande importância que a capacitação do trabalhador seja
formalizada em documento datado, contendo a carga horária, a identificação e
qualificação do instrutor, o conteúdo programático, os serviços para os quais o

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trabalhador está capacitado e a avaliação do capacitado. A capacitação do
trabalhador somente é válida para a empresa que o capacitou e para as
condições e serviços especificados na formalização. Portanto, o trabalhador
deverá realizar a capacitação antes do início de suas atividades na empresa,
sempre que houver mudança de função ou quando a situação assim o exigir.
A capacitação, teórica e prática, para os operadores de máquinas e
equipamentos deve ter carga horária definida no conteúdo programático mínimo
a seguir:
• Normas e regulamentos sobre segurança aplicáveis à máquinas e
equipamentos;
• Análise de risco e condições impeditivas e medidas de proteção para a
operação de máquinas e equipamentos;
• Riscos potenciais inerentes ao trabalho com máquinas e equipamentos;
• Sistemas de segurança de máquinas e equipamentos;
• Acidentes e doenças do trabalho com máquinas e equipamentos;
• Procedimentos e condutas em situações de emergência.
Ressalta-se que o capacitado deve realizar treinamento de reciclagem
periódico, conforme determina a legislação, sempre que ocorrerem modificações
significativas nas instalações e na operação de máquinas e equipamentos. É de
fundamental importância que o operador de máquinas e equipamentos saiba ler
e escrever, realize as quatro operações matemáticas e/ou tenha concluído o
ensino fundamental, porém é ainda mais relevante acrescer que ele possua
experiência comprovada em carteira.
A capacitação dos trabalhadores para operar máquinas e equipamentos
deverá ser ministrada por profissional que tenha:
• Recebida formação específica como instrutor pelo fabricante ou
importador da máquina e equipamento, com carga horária e conteúdo
programático definido pelo próprio fabricante;
• Experiência comprovada de dois anos como operador de máquina ou
equipamento em que será instrutor. Considera-se trabalhador capacitado para
operar máquinas e equipamentos aquele que cumulativamente:
• Possuir capacitação comprovada para o modelo e tipo de equipamento
a ser operado.

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• Possuir treinamento em conformidade com os princípios básicos de
segurança do trabalho;
• Portar autorização ou dispor no local de trabalho de autorização para a
operação da máquina ou equipamento, contendo a identificação do trabalhador,
com nome, função e fotografia, e do empregador.

Treinamento.
Todos os trabalhadores devem receber treinamento: admissional, antes
do início de sua atividade na empresa, periódico e eventual, conforme legislação
de segurança e saúde no trabalho.
O treinamento admissional, antes do início da atividade do trabalhador na
empresa, deve ser teórico e prático e ter carga horária conforme a legislação,
contemplando informações sobre:
• Condições e meio ambiente de trabalho;
• Riscos inerentes a sua função;
• Sistemas de Proteção Coletiva - SPC;
• Medidas de ordem administrativa e de organização do trabalho;
• Equipamentos de proteção individual - EPI;
O treinamento periódico deve ser realizado, anualmente, com carga
horária determinada pela legislação para trabalhadores.
O treinamento eventual será promovido sempre que ocorrer qualquer das
seguintes situações:
• Mudança nos procedimentos, condições ou operações de trabalho;
• Evento que indique a necessidade de novo treinamento;
• Retorno de afastamento ao trabalho por período superior a 90 dias. A
carga horária e o conteúdo programático do treinamento eventual devem atender
à situação que o motivou.
É importante que os treinamentos sejam realizados durante a jornada de
trabalho, por profissional legalmente habilitado, dependendo do conteúdo
programático ou por trabalhador qualificado, ambos em Segurança e Saúde no
Trabalho.
Ao término do treinamento, deve ser emitido certificado contendo o nome
do trabalhador, conteúdo programático, carga horária, data, local de realização

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do treinamento, nome e qualificação dos instrutores, identificação do
empregador e assinaturas do instrutor e do trabalhador, acrescido da assinatura
do responsável pelo empregador.
O certificado de participação no treinamento deve ser entregue ao
trabalhador, arquivando-se uma cópia na empresa.
O treinamento é parte da educação. É quase uma forma prática de
educação. Basicamente, prepara as pessoas para melhor desempenharem suas
atribuições em diferentes áreas de:
• Conhecimentos: aprende-se o que fazer e como fazer;
• Atitudes: adquire-se o desejo e a vontade de pôr em prática o que se
aprendeu;
• Habilidades: adquire-se a capacidade de aplicar no trabalho o
conhecimento adquirido no processo de treinamento.
Para que a empresa atinja tais objetivos é necessário que ela mantenha
procedimentos documentados para identificar as necessidades e providenciar
treinamento admissional e periódico, com a finalidade de garantir a execução de
suas atividades com segurança. Elas devem ser qualificadas com base na
instrução, treinamento e ou experiência apropriadas.
Em muitas empresas onde seus colaboradores estão há anos
trabalhando, como pode ser documentada a qualificação do pessoal?
Entende-se que, neste caso, a experiência poderá substituir o treinamento
sempre que isto não for contra as exigências legais. Nos casos em que a
experiência é aceita como substitutivo do treinamento é importante a
manutenção de registros adequados, contendo uma breve descrição da
experiência da pessoa.
Para efeito de fiscalização é essencial que existam registros relativos a
todas as atividades de treinamento. Os registros devem conter informações do
tipo:
• Nome e identificação;
• Setor;
• Data e duração do treinamento;
• Local do treinamento;
• Tipo de treinamento;
• Nome do curso;

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• Número do certificado (se houver);
• Nome do instrutor;
• Nome do responsável pela empresa.
Também é de extrema importância a manutenção da lista de presença.
Várias empresas realizam treinamentos adequados, mas esquecem da
documentação, o que, na fiscalização, poderá criar dificuldades pela falta de
evidências objetivas.
Outro aspecto a ser abordado, refere-se à descrição de tarefas que
algumas empresas adotam no sentido de definir o conhecimento necessário para
sua realização. Neste caso, os critérios de treinamento devem ser coerentes com
esta descrição. Também no contexto deste item, deve-se considerar o aspecto
da polivalência usado por inúmeras empresas. As pessoas que exercem
diversas atividades precisam ser treinadas em todas as funções que forem
desempenhar. Este é um ponto importante a ser observado, pois há muitos
problemas pela falta de cuidados neste particular. observado
É válido, também, observar o próprio processo de integração pelo qual
irão passar todos os novos funcionários gerais da empresa, abordando assuntos
como: prevenção de acidentes e doenças do trabalho, ambiente de trabalho,
equipamentos de proteção individual, e técnica (conhecimentos específicos para
o desempenho da função, instruções de trabalho, ordens de serviço, etc.).

Integração do Novo Funcionário.


Qualquer manual de treinamento dedica sempre algumas páginas à
introdução de novos funcionários na empresa e no trabalho. Os termos
introdução, orientação, indução ou integração fazem referência a um conjunto
de práticas (reuniões, projeção de filmes ou slides, visita às instalações da
empresa, etc.), mais ou menos regulares e semelhantes de empresa para
empresa. Ao nível do senso comum, o que se pretende é “ajustar” o novo
funcionário, “facilitar” seu primeiro contato com a empresa, fazê-lo “vestir a
camisa”, informá-lo e sensibilizá-lo.
Existe uma diferença entre o indivíduo que já trabalha há algum tempo na
empresa e o novo funcionário. Para o primeiro, a empresa é uma realidade
objetiva e subjetiva. Objetiva, porque exerce coerção sobre ele, determina suas

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ações. E subjetiva porque, para ele, essas ações e a realidade na qual ocorrem
são dotadas de sentido.
Já para o novo funcionário, a empresa tem em princípio uma realidade
objetiva. De alguma maneira, ela o afeta, mas muita coisa nela ainda não faz
sentido. Aos poucos, se estabelece uma relação simétrica entre a realidade
objetiva e a subjetiva. O que é real fora passa a corresponder ao que é real
dentro do indivíduo. Esse processo corresponde à absorção de papéis e atitudes,
que gradativamente passam a fazer parte, ao mesmo tempo, de sua
autoidentidade e da identidade que a empresa lhe atribui. O indivíduo sente que
é o que a empresa diz que ele é. E que quer ser o que ele é. Os técnicos dizem
que estão socializados. Os homens de treinamento dizem que se integraram.
Desse ponto de vista, o processo de integração seria, portanto, o processo
mediante o qual o novo funcionário interioriza a realidade objetiva representada
pela empresa, transformando-a em parte de sua própria identidade e
transformando-se em parte daquela realidade.
Os objetivos da integração de novos funcionários são:
• Fazer que o novo funcionário se sinta à vontade, bem como minimizar a
tensão do primeiro contato com a empresa;
• Promover ambiente para que o novo funcionário tenha atitudes positivas
com relação à empresa e ao seu trabalho específico;
• Fazer que o novo funcionário se sinta parte integrante da empresa, o
mais rapidamente possível;
• Informarão novo funcionário o ramo de negócios e os produtos ou
serviços da empresa;
• Informar a visão, missão, políticas, objetivos e metas da empresa;
• Informar acerca da estrutura organizacional e operacional da empresa;
• Informar sobre a disposição física das instalações e do local de trabalho;
• Informar as normas, regulamentos, deveres e responsabilidades de cada
novo funcionário;
• Informar o que a empresa oferece ao funcionário (ex.: benefícios,
cooperativa, pagamento, refeição, ambulatório, agência bancária, uniforme,
informativo, jornal, etc.);

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• Informar como funciona a área de recursos humanos (ex.: recrutamento
e seleção, pagamento, treinamento, avaliação de desempenho, serviço social,
relações trabalhistas, segurança patrimonial, período de experiência, etc.);
• Informar como funciona a segurança do trabalho (ex.: normas de
segurança, equipamentos de proteção individual, medidas de proteção coletiva,
comunicação de risco e de acidentes de trabalho, prevenção de incêndios,
sinalização de obras, incentivos, estatísticas, etc.);
• Informar aos funcionários os seus direitos (ex.: acidente de trabalho,
auxílio doença, auxílio maternidade, auxílio natalidade, salário família, FGTS,
PIS, etc.);
• Informar o que se espera do funcionário (ex.: pontualidade, frequência,
qualidade, produtividade, utilização de crachá, sigilo, iniciativa, disciplina, uso de
telefone, etc.);
• Dar algumas recomendações (ex.: portarias, estacionamentos na sede
e nas obras, etc.);
• Levar uma mensagem de otimismo, comprometimento e entusiasmo
para que desperte no funcionário o orgulho por trabalhar na empresa.

Experiência.
Toda a vez que um novo funcionário for admitido na empresa, deve ser
verificada a sua experiência. Caso seja adequada, fazer sua integração e
encaminhá-lo para a obra. Se a mesma não for adequada deverá receber, em
conjunto com a sua integração, um treinamento sobre segurança do trabalho,
dentro do horário de trabalho, antes de iniciar as suas atividades.
É necessário considerar no PCMAT os riscos de acidentes e suas
respectivas medidas preventivas. Para tanto, é preciso desenvolver a Análise
Preliminar de Tarefa (APT). A utilização adequada do EPI deve ser ensinada a
partir de exemplos práticos e junto com o trabalhador. É fundamental lembrar-se
de treiná-lo quanto à perfeita conservação e higienização de seus equipamentos
de proteção, pois, assim, poderão dar maior segurança e efetiva proteção.
Quanto às informações sobre as medidas de proteção coletiva, a empresa
deve treinar os trabalhadores através das especificações do PCMAT, ou seja,
demonstrar para ele a relevância destas proteções, sua conservação, além de

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conscientizá-lo da não retirada dos equipamentos de proteção até que o mesmo
esteja totalmente seguro.
Para que o treinamento tenha maior eficácia é preciso que cada
trabalhador receba cópias dos procedimentos ou as instruções de trabalho a
serem realizados com segurança. É válido lembrar que estes documentos
devem ser controlados quanto a sua revisão e estarem disponíveis em todas as
obras. Todos os documentos obsoletos devem ser removidos ou retirados da
obra. Uma lista ou quaisquer documentos equivalentes, capazes de identificar a
situação da revisão de documentos devem ser elaborados, a fim de evitar o uso
de documentos não válidos ou obsoletos.
Para uma empresa ser bem gerenciada neste assunto deve-se
estabelecer uma sistemática de capacitação e treinamento, observando os
seguintes registros:
• Identificação das necessidades de treinamento;
• Solicitação de treinamento;
• Programa anual de treinamento;
• Avaliação dos eventos de treinamento;
• Avaliação da eficácia de treinamento;
• Registro interno de treinamento;
• Certificado de aprovação;

Orientação Individual no Trabalho.


Por que orientar?
Numerosos estudos sobre segurança mostram que os operários novos
têm quase que duas vezes mais probabilidades de sofrer acidentes do que os
operários com mais experiência.
Experiência não significa a quantidade de anos que a pessoa trabalhou,
pois muitas pessoas trabalham 20 anos, e muitas vezes possuem somente um
ano de experiência real, repetidos 19 vezes (anos) iguais. Algumas pessoas
nunca se aprimoram, não recebem treinamento, não fazem cursos, não assistem
palestras, etc. Como exemplo, podemos citar que o engenheiro que faz um curso
de cinco anos de engenharia, não tem o direito de ser engenheiro a vida toda se
não se aprimorar, desenvolver-se, instruir-se, ou seja, aprender continuamente,

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pois, certamente, passado algum tempo, esquecerá o que aprendeu. Aliado a
esse fato há as mudanças tecnológicas, comportamentais, etc., que exigem
constantes “inquietações” na aprendizagem.
As empresas com orientação formal para todos os novos operários,
também, têm menos acidentes do que as empresas sem orientação.
Certamente, o operário sem experiência quando colocado numa frente de
trabalho sem treinamento, tem suas chances de acidentes aumentadas. Para
que isso seja evitado, devem, inicialmente, ser orientados pelos seus mestres e
encarregados para passar esse período crítico.
Também há razões nas relações humanas para fazer a orientação do
novo operário. Recorda quando era novo no trabalho? Como se sentia? Quão
ansioso estava para ter êxito? Quantos mitos pareciam haver? Quantas coisas
queria saber? Quanta incerteza?
A orientação deve levar em conta essas necessidades e sentimentos.
Uma boa orientação requer empatia - a habilidade de se colocar no lugar da
outra pessoa, para ver as coisas do seu ponto de vista. Não deve ser uma
apresentação unilateral dos feitos e cifras da empresa. Deve ser um processo
de duas vias, para alcançar compreensão mútua. Dê boas-vindas ao operário
novo; ajude-o a familiarizar-se com o ambiente de trabalho e deixe o “terreno”
preparado para o conhecimento, habilidades e atitudes desejadas e seguras.
Cada mestre e encarregado deverá ter em mente que “as primeiras
impressões tendem a ser as impressões duradouras” e que “você nunca tem
uma segunda oportunidade para dar uma boa primeira impressão”. O processo
de orientação se constitui numa oportunidade única de começar a construir uma
relação sólida entre mestre/encarregado e operário, bem como permitir que sua
conduta mostre cuidado e interesse pelo operário novo. Pense “que imagem
mental quero que esta pessoa tenha de mim?” Então trabalhe para estabelecer
essa imagem.

Como será a orientação?


Isto depende do tipo de orientação e da estrutura organizacional.
Normalmente, há dois tipos de orientação: geral sobre a empresa e específica
do trabalho.

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Cabe lembrar que a orientação sobre a empresa é conduzida por uma ou
mais pessoas, tais como: recursos humanos, segurança e saúde no trabalho,
serviço social, marketing etc., ou um membro da direção.
Entretanto, a orientação específica do trabalho é aquela em que o mestre,
encarregado ou engenheiro pode realmente ser bem sucedido. Há a
oportunidade de partir “com o pé direito” para mostrar ao operário que a
administração dedica algum tempo somente para a sua orientação, evitando
deixá-lo com ideias e hábitos incorretos e dar um passo gigante para ajudá-lo a
fazer o trabalho de maneira segura, eficiente e correta.

Quando deverá ocorrer a Orientação?


Como o trabalho e o ambiente são novos, provavelmente confusos e
possivelmente perigosos, a orientação deverá ser feita antes de o operário
começar a executar o trabalho. Esta ação reduzirá a tensão e garantirá
desempenho seguro e produtivo. O tempo da orientação pode variar. Deverá ser
suficiente para obter as comunicações críticas, com seções curtas para serem
absorvidas.

Como conduzir as Orientações?


O primeiro passo é preparar-se para ela. Os valores a serem passados e
a importância da atividade para o operário justificam plenamente o tempo de
preparação. O local onde será realizada a orientação poderá ser sala de aula,
sala de reunião, oficina, refeitório, etc. Cabe lembrar que o local deverá ser
confortável, silencioso e com a infraestrutura necessária para uma boa
apresentação. É importante que seja incluída uma visita à área de trabalho.
O operário precisa ser preparado para a orientação e ter consciência
sobre a importância do seu trabalho para a empresa. Esse é o primeiro passo
para construir o orgulho pelo trabalho. A preparação inclui, também, obter
alguma informação sobre o novo operário, apresentá-lo aos outros membros da
equipe, a alguns equipamentos e ferramentas, que serão utilizados por ele no
dia a dia.
O segundo passo é deixar a pessoa bem à vontade, calma e mostrar-lhe
que a empresa não o vê como uma ferramenta de execução de trabalho e sim

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como um ser humano, como alguém, que tem sentimento, amor, saúde a ser
preservada e comprometimento com os seus familiares. Se esta etapa é
realizada de maneira natural, interessada e amistosa, haverá mais chance de
que o operário fale um pouco de si, de sua família, suas experiências de trabalho,
suas atividades de lazer, ou seja, fale de si próprio. Isto pode ser feito em poucos
minutos e, com certeza, será um tempo bem aproveitado.
O terceiro passo é realizar a orientação. Pode ser administrada a partir de
apresentações, discussões, filmes, vídeos, slides, demonstrações, exercícios,
exibições, visitas técnicas, etc.
O quarto passo é ter uma ou mais encontros de orientação para revisar a
compreensão, retenção do assunto, perguntas e sugestões. Alguns orientadores
costumam fazer contatos planejados depois de uma semana, um mês e um
trimestre, após a orientação inicial.
Finalizando os principais comentários relativos a este item, destaca-se
que o treinamento é a chave do sucesso de qualquer processo de segurança e
deverá ser planejado, executado e monitorado com muito cuidado, para garantir
um resultado permanente.
Durante as fiscalizações, acredita-se que um bom fiscal não necessita de
muito tempo para avaliar o sistema de treinamento da empresa, basta verificar o
número de acidentes e doenças ocupacionais. Se for reduzido, certamente, o
processo de treinamento é bem conduzido. Ao contrário, quando a fiscalização
constata muitos acidentes, há grande probabilidade de haver um problema na
área de treinamento.

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