CadernoDoAluno 2014 2017 Vol2 Baixa CH Sociologia EM 1S PDF
CadernoDoAluno 2014 2017 Vol2 Baixa CH Sociologia EM 1S PDF
1 SÉRIE
ENSINO MÉDIO
Volume 2
SOCIOLOGIA
Ciências Humanas
Nome:
Escola:
CADERNO DO ALUNO
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
SECRETARIA DA EDUCAÇÃO
MATERIAL DE APOIO AO
CURRÍCULO DO ESTADO DE SÃO PAULO
CADERNO DO ALUNO
SOCIOLOGIA
ENSINO MÉDIO
1a SÉRIE
VOLUME 2
Nova edição
2014 - 2017
São Paulo
Governo do Estado de São Paulo
Governador
Geraldo Alckmin
Vice-Governador
Guilherme Afif Domingos
Secretário da Educação
Herman Voorwald
Secretária-Adjunta
Cleide Bauab Eid Bochixio
Chefe de Gabinete
Fernando Padula Novaes
Subsecretária de Articulação Regional
Rosania Morales Morroni
Coordenadora da Escola de Formação e
Aperfeiçoamento dos Professores – EFAP
Silvia Andrade da Cunha Galletta
Coordenadora de Gestão da
Educação Básica
Maria Elizabete da Costa
Coordenadora de Gestão de
Recursos Humanos
Cleide Bauab Eid Bochixio
Coordenadora de Informação,
Monitoramento e Avaliação
Educacional
Ione Cristina Ribeiro de Assunção
Coordenadora de Infraestrutura e
Serviços Escolares
Dione Whitehurst Di Pietro
Coordenadora de Orçamento e
Finanças
Claudia Chiaroni Afuso
Presidente da Fundação para o
Desenvolvimento da Educação – FDE
Barjas Negri
Caro(a) aluno(a),
Entre as discussões e os conhecimentos trabalhados até o presente momento, um dos principais
objetivos almejados foi a caracterização da Sociologia como ciência que tem como foco o estudo do
ser humano nas suas relações e interações sociais. O ser humano é, portanto, um ser social que, para
viver em sociedade, passa pelos processos de socialização primária e secundária, pela incorporação
de papéis e pela construção de sua identidade.
Nas discussões da primeira metade deste volume, avançaremos em debates que terão como norte
dois questionamentos centrais: O que nos une e o que nos diferencia como humanos? e O que nos desi-
guala como humanos?
Portanto, num primeiro momento, a ideia é nos questionarmos como seres humanos e, nesse
sentido, a indagação que se coloca é: O que nos diferencia dos outros animais? O ser humano só existe
como ser social, mas muitos animais também vivem em sociedade. Logo, não é viver em sociedade
que torna o ser humano diferente dos outros animais.
O que nos diferencia dos outros animais é o fato de que o ser humano é o único capaz de adquirir
cultura. Mas o que é cultura? Quais são suas características? Qual é o papel do instinto na vida do ser
humano? E o do meio geográfico? O ser humano é totalmente influenciado pelos seus genes? Enfim, essas
são algumas das questões cujas respostas podem esclarecer o que nos une e o que nos diferencia como
seres humanos.
Em seguida, o debate irá um pouco além daquilo que nos diferencia em termos da língua, dos
costumes, da religião, dos hábitos alimentares e de tudo o que concebemos como cultura. Por meio
do recurso do estranhamento, o foco de estudo recairá sobre as diferenças que situam indivíduos e
grupos em posições hierarquicamente superiores e inferiores na estrutura social. Tais posições, que
podem ser econômicas, sociais e políticas, conferem vantagens ou desvantagens de acordo com o lugar
ocupado na estrutura social e revelam a existência de desigualdades, com base em atributos sociais.
Da mesma forma que há várias características por meio das quais as sociedades se diferenciam umas
das outras, é possível identificar diversos atributos, de acordo com os quais pessoas e grupos se or-
ganizam em posições ou “estratos” sociais, como a idade, o gênero, a ocupação, a renda, a raça ou a
cor da pele, a classe social etc.
Desigualdade, entretanto, não é o mesmo que diferença. Neste volume perceberemos que, na
maioria das vezes, tendemos a tomar o diferente como inferior quando adotamos uma visão etno-
cêntrica em relação ao outro.
Em relação a isso, aprenderemos, no entanto, que a melhor postura é sempre o relativismo
cultural, isto é, procurar estabelecer um olhar de distanciamento e estranhamento em relação aos
valores do outro, a fim de tentar compreendê-los. Desse modo, evitaremos estabelecer hierarquias
entre sociedades e culturas consideradas “melhores” ou “mais avançadas” do que outras. Neste mo-
mento, porém, discutiremos como diferenças no acesso às condições de vida (renda, habitação, sa-
neamento, alimentação, saúde, educação, trabalho etc.) situam pessoas e grupos em posições desiguais
na hierarquia social, na qual geralmente os mais favorecidos encontram-se no “topo” e os menos
favorecidos estão mais próximos da “base”.
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SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1
O CARÁTER CULTURALMENTE
CONSTRUÍDO DA HUMANIDADE
O objetivo desta Situação de Aprendizagem é levá-lo a perceber que quase nada é natural no ser
humano e que nossas maneiras de agir, pensar e sentir são culturalmente estabelecidas.
O ser humano existe como ser social e, por isso, passa por um processo de socialização primária
e secundária à medida que cresce. Dessa forma, ele se insere em um grupo e na sociedade.
Créditos em sentido horário: © Peter Beavis/Stone/Getty Images, © K & K Amman/The Image Bank/Getty Images,
© WorldFoto/Alamy/Glow Images, © Sue Flood/The Image Bank/Getty Images
Grupos de animais.
Nas fotos apresentadas, vemos que outros animais também vivem em grupo. As imagens não
mostram, mas sabemos que eles também passam por um curto processo de socialização para poder
viver com o grupo e que, portanto, não podem simplesmente agir conforme a sua vontade. Logo,
os animais também vivem em sociedade, assim como nós.
Mas os animais não são totalmente iguais a nós, apesar de muitos viverem em grupo e precisarem
aprender a viver juntos.
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Sociologia – 1a série – Volume 2
O que todos nós temos em comum é a capacidade de nos diferenciar uns dos outros e de
viver essa experiência, que é a de ser humano, da forma mais variada possível, por meio da
imersão nas mais diferentes culturas. Logo, o que nos liga são as nossas diferenças; e elas são
dadas pela cultura na qual somos socializados desde o momento de nosso nascimento.
Toda cultura é uma construção histórica e social. Nossos hábitos, costumes, maneiras
de agir, sentir, viver e até morrer são culturalmente estabelecidos. Dizer que se trata de uma
construção não é aleatório, pois construção remete à montagem, a algo que passa pelas
mãos do ser humano, que não está pronto, ou seja, que não é dado pela natureza, mas que
passa por algum processo de transformação, até se tornar o que é.
A cultura é uma construção histórica, porque varia de uma época para outra,
porque demorou muito para ser o que é.
A cultura é uma construção social, porque é partilhada por um grupo.
Grupos humanos diferentes, portanto, têm culturas diferentes. Isso significa dizer que
quase nada no ser humano é natural. Um comportamento considerado natural para uma
sociedade e não para outra mostra que ele não é natural, e, sim, cultural.
Não há ser humano que possa existir sem que esteja imerso em determinada cultura.
Somos todos seres culturais. Pode-se dizer que não existe uma natureza humana igual
para todos os seres humanos, e todos temos a capacidade de sermos diferentes entre nós.
Se apenas um grupo ou alguns grupos consideram uma forma de agir, pensar e sentir
como natural, você pode ter certeza de que não se trata de algo natural, mas, sim, cultural.
Tudo o que é natural para uns e não para outros não é natural. Pois natural seria o que faz
parte da natureza humana, ou seja, o que é compartilhado por todos os seres humanos.
Não é natural:
© C K Ltd/The Image Bank/Getty Images
© Iara Venanzi/Kino
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Sociologia – 1a série – Volume 2
Em outras culturas:
© Zubin Shroff/Stone/Getty Images
O jeans e a camiseta não são roupas naturais para o ser humano. Na Índia, por exemplo, é comum as mulheres usarem o sári; já no © Rosa Gauditano/Studio R
Comer arroz e feijão também não é algo natural. Existem grupos no deserto que
se alimentam de gafanhotos, e o escargot (tipo de lesma) é uma iguaria na França.
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Sociologia – 1a série – Volume 2
© Richard Powers/Corbis/Latinstock
Em nossa sociedade, a noiva veste-se de branco, Não são todos os povos que enterram seus mortos.
mas, em muitas outras, a cor da roupa da noiva Os indianos, por exemplo, costumam cremá-los.
não é o branco.
Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.
Escreva o que cada uma das cores a seguir pode simbolizar no Brasil:
Muitos povos orientais não associam o branco à vida e à luz. Para eles, o branco “natu-
ralmente” é associado à morte e é usado como cor de luto. Nas culturas ocidentais, como é
a nossa, ocorre o contrário. Associamos “naturalmente” o branco à luz, ao sol e à vida, e o
preto, às trevas, à escuridão, à noite e à morte.
Nenhuma dessas associações é natural ao ser humano, pois, caso isso fosse realmente
natural, todos os indivíduos, em todas as sociedades, fariam as mesmas associações. Se isso
não ocorre, é porque quase nada é natural no ser humano, e o simbolismo das cores é um
exemplo de como o que muitos consideram “natural”, na verdade, é fruto de uma construção
histórica, social e cultural.
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Sociologia – 1a série – Volume 2
PESQUISA INDIVIDUAL
Exercícios
1. É possível dizer que há uma natureza humana igual para todos? O que é natural no ser humano?
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Sociologia – 1a série – Volume 2
2. O que nos torna seres humanos? O que une e o que diferencia os seres humanos?
“[...] cada qual denomina de bárbaro o costume que não pratica na própria terra.”
MONTAIGNE, Michel de. Les Essais, livre I. Chapitre XXX – Des cannibales. Tradução Stella Christina Schrijnemaekers.
Curiosidade!
Com base nas aulas anteriores e na sua experiência pessoal, explique se o uso do termo “bárbaro”,
na frase de Montaigne, tem conotação negativa ou positiva e por quê.
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Sociologia – 1a série – Volume 2
O antropólogo deve tornar exótico o que é familiar e tornar familiar o que é exótico.
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Sociologia – 1a série – Volume 2
1. Com base na leitura do texto apresentado e nas explicações de seu professor, defina:
a) etnocentrismo:
b) relativismo cultural:
2. Por que você acha que é tão difícil nos colocarmos no lugar do outro?
4. Por que ao observar alguém que se veste de modo diferente e tem hábitos diferentes, a tendên-
cia de algumas pessoas é tachá-lo de inferior?
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Sociologia – 1a série – Volume 2
LIÇÃO DE CASA
Com base no que já foi discutido em sala de aula, faça uma redação sobre o medo e sobre como
ele pode atrapalhar a nossa vida.
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Sociologia – 1a série – Volume 2
© Sophie Bassouls/Sygma/Corbis/Latinstock
mais importantes antropólogos do século XX. Ainda
jovem, em 1934, veio ao Brasil e ajudou a fundar a
Universidade de São Paulo (USP). Ele fez pesquisas
em Mato Grosso com os povos indígenas Bororo e
Kadiwéu, entre outros. Quatro anos depois, foi em-
bora do nosso país e desenvolveu, posteriormente,
uma das mais importantes correntes da Antropologia:
Claude Lévi-Strauss.
o estruturalismo. Em 1952, a pedido da Unesco, ele
escreveu um artigo chamado Raça e história, em que criticava, entre outros pontos, a ideia de
raça e o etnocentrismo.
1
LÉVI-STRAUSS, Claude. Raça e história. In: Antropologia estrutural (volume 2). Tradução de Beatriz Perrone-Moisés. São Paulo:
Cosac Naify, 2013. p. 357-369.
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Sociologia – 1a série – Volume 2
É aquela que caminha paralela à nossa que nos permite a melhor observação e que
nos fornece a autoidentificação. Mas quem é que pode dizer qual é a melhor direção? O
caminho mais avançado? Será que o que parece parado para nós está realmente parado?
Como saber?
Na verdade, com isso Lévi-Strauss quis dizer que é muito difícil para alguém de uma
determinada cultura avaliar alguém de outra cultura. Pois, já que a minha cultura é como
um trem, muitas vezes não consigo enxergar e compreender o que se passa nos outros
trens (nas outras culturas). Isso ocorre porque as culturas não carregam em si as mesmas
preocupações nem os mesmos objetivos. É mais fácil entender a cultura que mais se parece
com a nossa, ou seja, aquela que partilha dos mesmos interesses e segue na mesma direção.
Mas, como as culturas são diferentes, se muitas vezes não conseguimos compreender uma
delas, isso não ocorre porque ela está parada, ou errada, e sim porque a direção que ela
toma muitas vezes não faz sentido segundo a nossa lógica de raciocínio, a lógica de nossa
cultura (trem).
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Sociologia – 1a série – Volume 2
Com base na leitura do texto e nas explicações do professor, responda o que você acha que
Claude Lévi-Strauss quis dizer com:
a) as culturas são como trens;
VOCÊ APRENDEU?
Escreva, em uma folha avulsa, um texto dissertativo e argumentativo sobre as relações entre o
medo, o etnocentrismo, o relativismo e as metáforas usadas por Lévi-Strauss, que descreve “as culturas
como trens” e considera que “elas se movem assim como anda o cavalo no jogo do xadrez”.
APRENDENDO A APRENDER
A postura do relativismo cultural é difícil de ser posta em prática, mas não é impossível.
Uma forma interessante de treiná-la é procurar, durante um dia, colocar-se mentalmente
no lugar de uma pessoa que você conhece, como um parente, amigo, alguém da escola, um
vizinho. Para isso, procure se colocar no lugar dessa pessoa e raciocine como você acha que
ela raciocinaria. Ao final do dia, você verá que esse exercício é muito interessante e nos ajuda
a adotar uma postura mais relativista.
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Livro
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Sociologia – 1a série – Volume 2
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SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2
POR QUE SOMOS DIFERENTES?
Se quase nada é natural no ser humano, outra questão se apresenta para nós: Por que somos
diferentes?
Esta Situação de Aprendizagem será mais um passo na tentativa de responder essa questão.
Na maioria das vezes, o senso comum acredita que a diferença entre as pessoas é fruto somente
do meio físico e/ou de fatores biológicos. Aqueles que acreditam que a diferença ocorre principal-
mente por conta do meio físico são os adeptos do determinismo geográfico e os que dizem que é
uma questão puramente biológica são os adeptos do determinismo biológico. Ambas são posturas
ou explicações a serem evitadas.
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Sociologia – 1a série – Volume 2
Responda, com base na leitura do texto apresentado e nas explicações de seu professor.
1. O que é determinismo geográfico? Explique com suas palavras.
2. Além dos exemplos contidos no texto, apresente outros de como o meio físico pode influenciar,
em parte, a nossa cultura.
Toda cultura age seletivamente em relação ao meio físico em que ela se desenvolve e,
por isso, existem elementos culturais que, apesar de aceitos, não estão de acordo com o meio
geográfico. Um exemplo notório é o uso do terno e da gravata em um país quente como é
o Brasil na maioria dos meses do ano. Essa roupa é adequada aos países de clima temperado,
mas totalmente inadequada, na maior parte do ano, ao clima do nosso país.
Créditos da esq. para a dir.: © Ovia Images/Alamy/Glow Images,
© Catherine Ledner/Iconica/Getty Images, ©Fernando Favoretto
O uso do terno.
Mesmo assim, os homens, seja por razões de trabalho, seja porque têm de comparecer
a um determinado evento social, muitas vezes usam terno e gravata. Por que eles fazem isso?
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Sociologia – 1a série – Volume 2
Porque essa roupa tem um significado cultural. Trata-se do exemplo de uma vestimenta
mais formal, que proporciona certo status social, pois não é uma roupa barata.
Se o meio físico influenciasse totalmente as culturas, como querem acreditar os adeptos
do determinismo geográfico, os homens usariam roupas adequadas ao nosso clima.
Essa mesma reflexão pode ser feita em relação aos hábitos de alimentação.
Existem animais que habitam o Brasil e outros países, como a China, o Camboja, a
Tailândia, o Vietnã e o México, por exemplo. Mas isso não significa que eles sejam consi-
derados passíveis de servir como alimento aqui e lá. É o caso do rato. No Brasil, é pratica-
mente impensável para uma pessoa se alimentar da carne de ratos. Já na China, no Camboja,
no Vietnã e na Tailândia, esses animais são normalmente consumidos como alimento. Na
Tailândia também é comum comer espetos de certas larvas na rua, assim como aqui se come
churrasco. Há ainda o caso do México: lá é possível comer tacos (prato típico mexicano
feito de farinha de milho, parecido com uma panqueca, com vários tipos de recheios e
molhos) recheados com certo tipo de grilo comestível. Se o determinismo geográfico real-
mente existisse, nós nos alimentaríamos igualmente desses animais, que também habitam
nosso território.
Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.
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Sociologia – 1a série – Volume 2
3. Descreva um exemplo, que não seja tirado do texto, de como a cultura age de forma seletiva em
relação ao meio físico.
Outra linha de pensamento que procura explicar o que diferencia um ser humano do
outro é a do determinismo biológico, segundo a qual as diferenças genéticas determinam
as diferenças culturais.
Essa é a velha história de que “o homem é o que é, pois isso estaria no sangue”, ou seja,
todas as diferenças entre duas pessoas seriam estabelecidas por meio dos nossos genes. A
partir desse tipo de raciocínio, cria-se uma série de estereótipos, tais como: os judeus e os
árabes nascem para negociar; os alemães são bons de cálculo; os norte-americanos são todos
empreendedores etc. E a justificativa é a de que isso estaria no sangue.
Mas isso é um grande engano, por várias razões.
A primeira razão é dada pelos avanços dos estudos genéticos que mostraram que os seres hu-
manos são muito parecidos e muito diferentes entre si do ponto de vista genético. Em termos da porcen-
tagem total de material genético, a variação genética entre dois seres humanos é inferior a 1%.
Entretanto, se verificarmos em números, será possível observar que há milhões de diferenças no
código genético entre dois indivíduos escolhidos ao acaso. Ou seja, apesar de sermos muito pare-
cidos em termos relativos (uma diferença menor do que 1%), em termos absolutos, isto é, consi-
derando o número de diferenças genéticas, somos muito diferentes (milhões de diferenças entre
dois indivíduos). Em outras palavras, milhões dessas diferenças genéticas representam menos
de 1% do total do código genético, não importando a origem geográfica ou étnica deles. No
entanto, mais de 90% dessa variação ocorre entre indivíduos e menos de 10% ocorre entre
grupos étnicos (“raças”) diferentes, mais um argumento para o fato de que há apenas uma
raça de Homo sapiens: a raça humana!
Com base em tais informações, é possível dizer que cada um de nós é um ser humano
único e tão diferente de outro ser humano que procurar juntar as pessoas para formar grupos
distintos (por exemplo, “raças humanas”) não faz sentido.
Não existem diferenças suficientes entre os grupos humanos para permitir separar
ou juntar os seres humanos em “raças”. As diferenças visualizadas entre populações de
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Sociologia – 1a série – Volume 2
Com base na discussão realizada em sala de aula, nas explicações de seu professor e na leitura
do texto apresentado, responda: O que é o determinismo biológico e por que essa é uma postura
que deve ser evitada?
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Sociologia – 1a série – Volume 2
O riso.
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Sociologia – 1a série – Volume 2
VOCÊ APRENDEU?
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Sociologia – 1a série – Volume 2
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SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3
COMO O SER HUMANO SE TORNOU SER HUMANO?
Apesar de podermos falar em uma cultura brasileira, francesa ou tailandesa, e também de hábitos
e costumes partilhados por um povo, deve-se ter em mente que isso é fruto de um longo processo
histórico que se altera com o passar do tempo, de acordo com as trocas culturais que são estabelecidas.
Mas o que é cultura? Quais são as características de todas as culturas? Como elas nasceram? Até onde
existe o instinto no ser humano? Essas são algumas das questões que serão respondidas ao longo
desta Situação de Aprendizagem.
As culturas estão constantemente se comunicando, estabelecendo trocas. Umas influenciam
mais do que são influenciadas, mas não há nenhuma que exista fechada em si. O texto a seguir
nos mostra que a ideia de cultura como algo fechado no tempo e no espaço e que não se modifica
é, no mínimo, ingênua.
o espera. O prato é feito de uma espécie de cerâmica inventada na China. A faca é de aço, liga
feita pela primeira vez na Índia do Sul; o garfo é inventado na Itália medieval; a colher vem
de um original romano. Começa o seu breakfast, com uma laranja vinda do Mediterrâneo
Oriental, melão da Pérsia, ou talvez uma fatia de melancia africana. Toma café, planta abissínia,
com nata e açúcar. A domesticação do gado bovino e a ideia de aproveitar o seu leite são
originárias do Oriente Próximo, ao passo que o açúcar foi feito pela primeira vez na Índia.
Depois das frutas e do café vêm waffles, os quais são bolinhos fabricados segundo uma técnica
escandinava, empregando como matéria-prima o trigo, que se tornou planta doméstica na Ásia
Menor. Rega-se com xarope de maple inventado pelos índios das florestas do leste dos Estados
Unidos. Como prato adicional talvez coma o ovo de alguma espécie de ave domesticada na
Indochina ou delgadas fatias de carne de um animal domesticado na Ásia Oriental, salgada e
defumada por um processo desenvolvido no norte da Europa.
Acabando de comer, nosso amigo se recosta para fumar, hábito implantado pelos índios
americanos e que consome uma planta originária do Brasil; fuma cachimbo, que procede
dos índios da Virgínia, ou cigarro, proveniente do México. Se for fumante valente, pode ser
que fume mesmo um charuto, transmitido à América do Norte pelas Antilhas, por intermédio
da Espanha. Enquanto fuma, lê notícias do dia, impressas em caracteres inventados pelos
antigos semitas, em material inventado na China e por um processo inventado na Alemanha.
Ao inteirar-se das narrativas dos problemas estrangeiros, se for bom cidadão conservador,
agradecerá a uma divindade hebraica, numa língua indo-europeia, o fato de ser cem por
cento americano.
LINTON, Ralph. O homem: uma introdução à antropologia. 12. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000. p. 313-314.
Em sua opinião, qual é a mensagem que o texto procura passar? Disserte a respeito.
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Sociologia – 1a série – Volume 2
É muito difícil aceitar que aquilo que aprendemos não é natural, uma vez que o internalizamos
de tal forma que se torna quase uma segunda natureza para nós. Mas, para refletir sociologicamente,
é necessário ter consciência de que “quase nada é natural no ser humano”. Já vimos que, para pensar
sociologicamente, é preciso ter consciência do caráter social, histórico e cultural de nossas maneiras
de agir, pensar e sentir. Ou seja, o que todos os seres humanos têm em comum é a sua capacidade
de se diferenciar uns dos outros. O que há de natural no ser humano é a sua aptidão para a variação
cultural, a diversidade, a escolha de múltiplos caminhos.
Comece esta discussão resolvendo as atividades a seguir sobre o termo “cultura”.
1. O que você acha que o termo “cultura” pode significar?
Você sabia?
Cultura é uma palavra que vem do latim, “cultura”, e que significava, até o século XIII,
cuidado com o campo. Depois, ela passou a significar não mais um estado da coisa cultivada,
mas a ação de cultivar a terra. Já no século XVIII, ela passou a designar o cuidado de trabalhar
algo. Logo, cultura seria tudo aquilo que as pessoas cultivam (CUCHE, Denys. A noção de
cultura nas ciências sociais. 2. ed. Bauru: EDUSC, 2002. p. 19.). É por isso que se pode falar
em uma cultura de fungos, ou cultivo de fungos.
O significado do termo pode variar de uma língua para outra.
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Sociologia – 1a série – Volume 2
2. Com base nas discussões em sala, explique alguns sentidos do termo “cultura”.
Apesar dos múltiplos significados do termo e das inúmeras variações, podemos dizer,
genericamente, que cultura, tanto para a Antropologia como para a Sociologia, significa
tudo aquilo que o ser humano vivencia, realiza e transmite por meio da linguagem. Ou seja, a
cultura está relacionada com os conteúdos simbólicos da vida.
O comportamento humano é regido por meio de símbolos, que são passados de geração
para geração e que também se modificam. Não há ser humano cujo comportamento não
seja regido por meio de símbolos.
Mas e os animais? Os animais não são também regidos por símbolos? Na natureza, o
vermelho e o preto muitas vezes não são sinônimos de perigo? Os animais não transmitem
mensagens para os outros animais? Não e sim. Os animais não são regidos por meio de
símbolos, o que não quer dizer que não possam transmitir mensagens. Eles transmitem
mensagens, mas elas são sempre as mesmas para a espécie, por isso são sinais. Já entre os
seres humanos, as mensagens variam de grupo para grupo, pois são compostas por símbolos
socialmente estabelecidos, que variam de sociedade para sociedade.
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Sociologia – 1a série – Volume 2
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Sociologia – 1a série – Volume 2
Com base na discussão feita em sala e nas explicações de seu professor, resolva os exercícios.
1. Dê exemplos de animais e/ou vegetais que são considerados alimentos em alguns lugares e não
em outros.
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Sociologia – 1a série – Volume 2
2. Preencha o quadro a seguir com as explicações de seu professor sobre o ser humano.
3. Explique se o ser humano tem instinto e qual é o papel do instinto na vida dele à medida que
envelhece.
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Sociologia – 1a série – Volume 2
LIÇÃO DE CASA
Leia o texto a seguir e, com base nele e nas explicações do seu professor, escreva um texto abor-
dando o papel do instinto na vida dos seres humanos e como nós, muitas vezes, o reprimimos.
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Sociologia – 1a série – Volume 2
PESQUISA EM GRUPO
Discuta com seus colegas e apresente dois exemplos de formas de agir comuns em nossa sociedade
que iriam contra os nossos instintos.
Simbólica
Social
Dinâmica e
estável
Seletiva
Determinante
e determinada
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Sociologia – 1a série – Volume 2
Você sabia?
VOCÊ APRENDEU?
1. Explique por que há diferença de comportamento entre os seres humanos e outros animais.
2. Disserte sobre o papel do instinto na vida do ser humano. Por que, à medida que o ser humano
envelhece, os instintos vão perdendo a importância?
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Sociologia – 1a série – Volume 2
3. As culturas humanas são muito diferentes entre si. Entretanto, todas as culturas têm algumas
características que as ligam. Explique duas características da cultura e dê um exemplo
de cada característica.
Site
t ASSOCIAÇÃO Nacional de Biossegurança. Disponível em: <http://www.anbio.org.br>.
Acesso em: 7 abr. 2014. No site, é possível ter acesso a uma série de artigos e entrevistas,
que podem servir de base para você aprender mais sobre determinismo biológico.
APRENDENDO A APRENDER
Se fôssemos realmente regidos por leis utilitárias, ou seja, por uma única lógica do instinto,
não existiriam diferenças entre os seres humanos. Só existiria, portanto, para todos nós, uma
única resposta possível para os problemas de sobrevivência que nos são colocados. Mas existem
muitas respostas. Elas não só existem como também são a base da condição humana.
Logo, uma maneira de ter sempre isso em mente é procurar saber como outros grupos
e povos lidam com as mesmas questões que podem nos inquietar. São exemplos: como é a
educação de uma criança em outra cultura, como posso preparar um alimento de forma
diferente, entre outros.
Procurar saber como outros povos resolvem problemas semelhantes aos nossos pode
nos ajudar a desenvolver soluções criativas e talvez até mais interessantes do que aquelas que
normalmente resolvemos por meio de nossos padrões culturamente, socialmente e histori-
camente estabelecidos.
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Sociologia – 1a série – Volume 2
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SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 4
DESIGUALDADE DE CLASSES
Nos estudos anteriores, refletimos sobre o que nos caracteriza como seres humanos e por que
razão somos diferentes; isto é, temos hábitos diferentes das pessoas que vivem do outro lado do
mundo, por exemplo. Agora, o objetivo desta Situação de Aprendizagem é dirigir o olhar para as
diferenças que colocam as pessoas em posições desiguais no interior da mesma sociedade.
2. Quanto você acha que cada uma delas recebe pelo trabalho que faz?
3. Que diferenças você diria que existem entre as condições de vida da pessoa da imagem à es-
querda e da pessoa da imagem à direita? Explique.
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Sociologia – 1a série – Volume 2
Exercício
Considere a seguinte situação:
Uma pessoa capacitada para operar máquinas pode se tornar um trabalhador da indústria, ter
um emprego com carteira assinada e receber um salário. Se for casada e seu cônjuge também tiver um
emprego remunerado, ambos poderão somar suas rendas e economizar para dar entrada no financia-
mento de uma casa própria. Porém, se não tiverem outra fonte de renda além do salário, seu padrão
de vida será limitado ao que conseguirem economizar a cada mês. Uma pessoa proprietária de máquinas,
por outro lado, capacitada para administrar uma indústria, pode se tornar um empregador e investir
em um ramo empresarial, gerar capital e obter lucro. Considerando o lucro obtido com o trabalho dos
empregados na sua indústria, poderá investir na continuidade do seu negócio e na bolsa de valores. Se
for bom empreendedor, poderá alcançar um bom padrão de vida a partir dos rendimentos obtidos com
seus investimentos.
Com base na situação apresentada, discuta com seus colegas e responda: O que há de diferente
nos dois exemplos mencionados em relação à posição ocupada por cada um no mercado de
trabalho?
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Sociologia – 1a série – Volume 2
Comparar a posição das pessoas em relação a suas ocupações no mercado de trabalho é apenas
uma maneira de se perceber a desigualdade social. Com efeito, podemos analisar a diferença de
posição entre as pessoas com base nos mais diversos atributos, como o gênero, a idade, a afiliação
religiosa ou o posto militar, por exemplo. A forma mais comum de medir a desigualdade social é por
meio da renda: quanto maiores as diferenças entre os rendimentos obtidos pelas pessoas em uma
comunidade, sociedade ou país, maior a desigualdade entre elas.
Vejamos o caso do Brasil segundo a renda. De acordo com os dados da Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios (PNAD) de 2011, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), os rendimentos obtidos pelos brasileiros vêm aumentando progressivamente. Isso mostra
que, até 2011 pelo menos, o país encontrava-se em situação de crescimento econômico. Porém, a
distribuição dos rendimentos entre a população permanecia extremamente desigual.
Fonte de dados: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e
Rendimento. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, 2011. Disponível em: <ftp://ftp.ibge.gov.br/Trabalho_e_Rendimento/
Pesquisa_Nacional_por_Amostra_de_Domicilios_anual/2011/tabelas_pdf/sintese_ind_7_1_1.pdf>. Acesso em: 17 fev. 2014.
© RMT/Alamy/Glow Images
As sociólogas Christiane Uchôa e Celia
Kerstenetzky, da UFF, analisaram os indicadores
sociais da nova classe média, com base na Pesquisa
de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE de 2009.
E se surpreenderam ao perceber que 9% dos pais de
família do grupo são analfabetos, 71% das famílias
não têm planos de saúde e 1,2% das casas (cerca de
400 mil) sequer têm banheiros. “A chamada nova
classe média não se parece com a classe média como
a reconhecemos”, concluem as pesquisadoras. © Coddy/iStock/Thinkstock/Getty Images
© Jacek/Kino
europeia ou americana, é a classe média brasileira.
Mas não olhamos só a renda, é uma métrica mais
sofisticada. Há melhoras em indicadores de edu-
cação e, principalmente, de trabalho, que dá sus-
tentabilidade às conquistas. O grande símbolo
dessa classe média não é o celular nem o cartão de
crédito, mas a carteira assinada”.
‘Nova classe média’ tem trabalho precário, pouca instrução e moradia inadequada. O Globo, Caderno Economia, 21 mar. 2013.
Disponível em: <http://oglobo.globo.com/economia/nova-classe-media-tem-trabalho-precario-pouca-instrucao-moradia-
inadequada-7914148>. Acesso em: 29 nov. 2013.
LIÇÃO DE CASA
1. Quantas pessoas se juntaram à classe C e em qual período isso ocorreu? Qual é o seu tamanho atual?
2. A entrada de um imenso contingente de pessoas na classe média significa que elas passaram a
partilhar das condições da classe média que já estava consolidada? Cite dados do texto na sua
argumentação.
3. Além da renda, quais foram os outros indicadores usados para essa classificação? E qual é o grande
símbolo dessa “nova classe média”?
© Album/akg-images/Latinstock
foram fundamentais para a formação da Sociologia. Escreveu sobre
Economia, Política, socialismo e História. Vivendo no século XIX,
Marx testemunhou o crescimento das fábricas e da produção indus-
trial, bem como as desigualdades que resultaram da exploração do
trabalho nessa época. Uma de suas principais preocupações foi ex-
plicar as mudanças na sociedade durante a Revolução Industrial.
Marx adotou posições políticas radicais em relação à situação en-
frentada pelos trabalhadores de sua época e se tornou um dos grandes
defensores do comunismo.
Karl Marx. Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.
Para Marx, uma classe é um grupo de pessoas que se encontram em uma relação comum
com os meios de produção – os meios pelos quais elas extraem o seu sustento. Antes do avanço
da indústria moderna, os meios de produção consistiam primeiramente na terra e nos instru-
mentos utilizados para cuidar das colheitas ou dos animais no campo. Logo, nas sociedades
pré-industriais, as duas classes principais eram aquelas que possuíam a terra (os aristocratas, a
pequena nobreza ou os donos de escravos) e aqueles que se envolviam ativamente na produção
a partir da terra (os servos, os escravos e os camponeses livres). Nas sociedades industriais
modernas, as fábricas, os escritórios, o maquinário e a riqueza, ou o capital necessário para
comprá-los, tornaram-se mais importantes. As duas classes principais são formadas por aqueles
que possuem esses novos meios de produção – os industrialistas ou capitalistas – e aqueles que
ganham a vida vendendo seu trabalho para eles – a classe operária, ou, no termo hoje em dia
um tanto arcaico às vezes preferido por Marx, o “proletariado”.
GIDDENS, Anthony. Sociologia. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006. p. 235.
43
Sociologia – 1a série – Volume 2
Texto 1
Assim como Marx, Weber percebia as classes como categorias econômicas (Weber, 1946
[1922]:180-95). Entretanto, ele não achava que um critério único – posse ou falta de
propriedade – determinasse a posição de classe. A posição de classe, escreveu, é determinada
pela “situação de mercado” da pessoa, o que inclui a posse de bens, o nível de educação e o
grau de habilidade técnica. Nessa perspectiva, Weber definiu quatro classes principais:
grandes proprietários; pequenos proprietários; empregados sem propriedade, mas altamente
educados e bem pagos; e trabalhadores manuais não proprietários. Dessa forma, empregados
de colarinho branco e profissionais especializados surgem como uma grande classe no
esquema de Weber. Weber não apenas ampliou a ideia de classe de Marx como também
reconheceu que dois outros tipos de grupos, que não a classe, têm relação com a maneira
como a sociedade é estratificada: grupos de status e partidos.
BRYM, R.; LIE, J. et al. Sociologia: sua bússola para um novo mundo. São Paulo: Cengage Learning, 2008. p. 192.
Texto 2
Na teoria de Weber, o status refere-se às diferenças existentes entre os grupos sociais
quanto à honra e ao prestígio social conferido pelos demais. Nas sociedades tradicionais, o
status era, em geral, determinado com base no conhecimento direto de uma pessoa, adquirido
por múltiplas interações em diferentes contextos ao longo de um período de anos. No
entanto, com o aumento da complexidade das sociedades, criou-se a impossibilidade de o
status ser sempre concedido dessa forma e, em vez disso, de acordo com Weber, o status
passou a ser expresso por meio dos estilos de vida das pessoas. Sinais e símbolos de status
– como moradia, o vestir, o modo de falar e a ocupação – ajudam a moldar a posição social
do indivíduo aos olhos dos outros. As pessoas que compartilham do mesmo status formam
uma comunidade na qual existe uma noção de identidade conjunta.
GIDDENS, Anthony. Sociologia. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006. p. 237.
VOCÊ APRENDEU?
Com base nas contribuições de Marx e Weber para a compreensão da desigualdade social na
sociedade capitalista moderna, releia os textos desta Situação de Aprendizagem e responda às
seguintes questões.
44
Sociologia – 1a série – Volume 2
1. De acordo com Karl Marx, o que é classe? Quais são as duas principais classes nas sociedades
industriais modernas?
2. Segundo Max Weber, o que determina a “posição de classe”? Quais seriam as principais classes
segundo a teoria dele?
3. De acordo com Weber, as sociedades não são estratificadas apenas com base na classe, mas
também segundo grupos de status e partidos. Explique o que significa o termo “status”, do
ponto de vista de Weber, nas sociedades complexas modernas.
45
Sociologia – 1a série – Volume 2
4. Relacione os elementos que você aprendeu sobre estratificação, classe e status na teoria de
Weber ao texto ‘Nova classe média’ tem trabalho precário, pouca instrução e moradia inadequada.
Que elementos da classe C se referem à situação de mercado? Que elementos podem ser asso-
ciados ao status?
Livro
t GIDDENS, Anthony. Cap. 10: Classe, estratificação e desigualdade. Sociologia. 4. ed.
Porto Alegre: Artmed, 2006. Indicamos o texto sobre estratificação social e as teorias
clássicas de Marx e Weber (p. 233-237) e o trecho sobre mobilidade social (p.
248-249).
Filme
t Domésticas – o filme. Direção: Fernando Meirelles e Nando Olival. Brasil, 2001. 90 min.
12 anos. Comédia. Com o foco no trabalho doméstico de empregadas, motoristas, fa-
xineiros, zeladores e motoboys, o filme é um olhar da classe média sobre a classe traba-
lhadora, estereotipado, mas baseado em situações reais. A sátira e o tom cômico ajudam
a tornar o filme uma grande crítica à desigualdade social brasileira.
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Sociologia – 1a série – Volume 2
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SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 5
DESIGUALDADE RACIAL
O objetivo desta Situação de Aprendizagem é refletir sobre o que é raça e etnia e sobre o racismo.
Essa reflexão será feita a partir do modelo de relações raciais no Brasil e dos indicadores de desigual-
dade evidenciados a partir de dados estatísticos.
© Gabe Palmer/Corbis/Latinstock
3. Com base no que você vê nessa imagem, quantas raças você acha que existem?
47
Sociologia – 1a série – Volume 2
É interessante observar que, após a Segunda Guerra Mundial, principalmente em virtude do geno-
cídio de judeus, poloneses, ciganos e de outros povos discriminados com base nas teorias sobre raça, o
conceito passou a ser recusado pela Biologia. Hoje, com o desenvolvimento da Genética, sabemos que
as diferenças genéticas entre os grupos humanos variam de 5% entre populações oriundas do mesmo
continente a 15% entre populações de continentes diferentes. Ou seja, na prática, 85% da diversidade
genética humana é comum a todas as populações, fato que não se observa em quase nenhuma outra
espécie de mamífero do planeta (BARBUJANI, 2007). Isso significa que não existem grupos humanos
geneticamente tão diferenciados a ponto de afirmarmos que existam raças humanas.
1. Com base nos textos que você leu e nas explicações do professor, responda: Por que o uso do
termo “raça” persiste?
Uma raça é uma categoria de pessoas cujas marcas físicas são consideradas socialmente
significativas. Um grupo étnico é composto de pessoas cujas marcas culturais percebidas
são consideradas significativas socialmente. Os grupos étnicos diferem entre si em termos
de língua, religião, costumes, valores e ancestralidade.
BRYM, R.; LIE, J. et al. Sociologia: sua bússola para um novo mundo. São Paulo: Cengage Learning, 2008. p. 220. (Grifos dos autores).
48
Sociologia – 1a série – Volume 2
O que define uma raça ou uma etnia é uma construção social, isto é, as diferenças físicas, culturais,
comportamentais ou morais (reais ou imaginárias) são sempre atribuídas pelos grupos que as definem,
sejam os próprios membros ou os outros com quem se relacionam.
No primeiro caso, quando o próprio grupo se identifica como etnia, o objetivo é construir e
afirmar identidades que promovam a coesão interna e o sentimento de pertencimento. Quais seriam
as vantagens sociais disso?
Para responder a essa questão, atente-se às explicações do professor e faça as anotações a seguir:
t vantagens econômicas:
t vantagens políticas:
t WBOUBHFOTFNPDJPOBJT
No segundo caso, quando a sociedade na qual o grupo está inserido distingue e destaca seus
membros com base em características atribuídas a partir de suas crenças e ideologias, são gerados
estereótipos associados à raça ou à etnia.
49
Sociologia – 1a série – Volume 2
O racismo é tanto uma doutrina, que prega a existência de raças humanas, com dife-
rentes qualidades e habilidades, ordenadas de tal forma que umas seriam superiores a outras
em termos de qualidades morais, psicológicas, físicas e intelectuais, como um conjunto de
atitudes, preferências e gostos baseados na ideia de raça e superioridade racial, seja no plano
moral, estético, físico ou intelectual. As atitudes consideradas racistas podem se manifestar
de duas formas: pelo preconceito e pela discriminação.
Fonte de dados: GUIMARÃES, A. S. A. Preconceito e discriminação. São Paulo: Fundação de Apoio à
Universidade de São Paulo, Editora 34, 2004. p. 17.
O que é preconceito? O termo “(pré)conceito” quer dizer ideia ou crença prévia, ante-
riormente concebida a respeito de alguém ou alguma coisa. No caso do preconceito racial,
trata-se de preconcepções das qualidades morais, intelectuais, físicas, psíquicas ou estéticas
de alguém, baseadas na ideia de raça.
O que é discriminação? A discriminação pode se manifestar verbalmente ou por meio do
comportamento, nas atitudes e ações concretas de uma pessoa ou de grupos de pessoas. Nesse
caso, quando a ideia de raça faz que as pessoas recebam tratamento diferencial, dizemos que se
trata de discriminação racial. Tal comportamento pode gerar segregação e desigualdade raciais.
Fonte de dados: GUIMARÃES, A. S. A. Preconceito e discriminação. São Paulo: Fundação de Apoio à
Universidade de São Paulo, Editora 34, 2004. p. 18.
50
Sociologia – 1a série – Volume 2
Exercício
Complete o quadro a partir das explicações de seu professor.
51
Sociologia – 1a série – Volume 2
Dica!
Uma análise de tabela geralmente começa dos totais para depois percorrer as especificidades.
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Sociologia – 1a série – Volume 2
b) sexo:
c) cor ou raça:
d) grupos de idade:
3. Cite o grupo, entre todos os apresentados na tabela, que apresenta a maior taxa de analfabetis-
mo e o que apresenta a menor.
4. A taxa de analfabetismo dos pretos ou pardos é maior que a média nacional? Explique.
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Sociologia – 1a série – Volume 2
2. E qual é a área com menor porcentagem de ocupados para negros e para não negros?
3. Os dados expostos nas questões 1 e 2 já permitem fazer uma análise da desigualdade? Explique.
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Sociologia – 1a série – Volume 2
1. Qual é a área em que os negros ganham rendimentos por hora melhores e aquela em que eles
ganham menos? E no caso dos não negros?
2. Será que o fato do Distrito Federal pagar aos negros, em média, mais do que o dobro da pior
área, que é Recife, significa que lá a desigualdade entre negros e não negros é menor?
56
Sociologia – 1a série – Volume 2
3. Qual é, então, a área com a menor desigualdade entre as estudadas? Isso significa que ali a de-
sigualdade é baixa e que essa situação é aceitável?
LIÇÃO DE CASA
Fonte de dados: DIEESE/SEADE et al. A inserção dos negros nos mercados de trabalho metropolitanos. PED – Pesquisa de Emprego e Desemprego. São Paulo,
2013. p. 5. Disponível em: <http://www.dieese.org.br/analiseped/2013/2013pednegrosmet.pdf>. Acesso em: 31 jan. 2014.
57
Sociologia – 1a série – Volume 2
A taxa de desemprego dos negros em alguma área estudada é menor do que a dos não negros?
Analise as implicações disso para a desigualdade.
VOCÊ APRENDEU?
Você e seus colegas deverão realizar uma pesquisa, utilizando jornais, revistas ou internet. Selecionem
reportagens, matérias e casos que noticiem uma situação de racismo. Elaborem um trabalho, con-
templando os seguintes aspectos: título da reportagem, fonte e data do evento e da coleta; breve
resumo dos eventos noticiados; descrição do contexto em que eles ocorreram; análise do caso, de-
terminando se houve preconceito e/ou discriminação por parte dos envolvidos; conclusão.
Livro
t BRYM, R.; LIE, J. et al. Cap. 7: Raça e etnicidade. Sociologia: sua bússola para um novo
mundo. São Paulo: Cengage Learning, 2008. Este capítulo trata das questões de raça,
etnia, etnicidade, racismo e relações raciais no Brasil. Também traz uma discussão sobre
a proposta de cotas raciais nas universidades e um glossário de termos.
Filmes
t Escritores da liberdade (Freedom writers). Direção: Richard LaGravenese. Alemanha/
EUA, 2007. 123 min. Livre. Drama. Com base em fatos reais, o filme conta a história
de uma professora que leciona em uma escola pública norte-americana em que há
violência e tensão racial. Diante de um sistema educacional deficiente, ela luta para
que a sala de aula seja um espaço que faça diferença na vida dos estudantes, que são
vítimas de preconceito, discriminação e racismo.
t Gran Torino. Direção: Clint Eastwood. EUA/Austrália, 2009. 117 min. 14 anos.
Drama. O filme narra a história de Walt Kowalski, veterano da Guerra da Coreia e
trabalhador da indústria de automóveis aposentado, que mora em um bairro de
imigrantes. Seus vizinhos são do sudeste asiático, e ele não gosta muito deles. Mas
alguns eventos acabam por levar Walt a encarar seus preconceitos e se envolver com
os vizinhos para defendê-los de uma gangue violenta que aterroriza a vizinhança.
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Sociologia – 1a série – Volume 2
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SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 6
GÊNERO E DESIGUALDADE
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Sociologia – 1a série – Volume 2
Homens Mulheres
Homens Mulheres
4. Explique como você gostaria que fosse a divisão de trabalho entre homens e mulheres.
5. Explique quais hábitos ou costumes você acha que poderiam mudar na nossa sociedade e em
outras para que homens e mulheres pudessem ser vistos como iguais.
60
Sociologia – 1a série – Volume 2
6. Escreva um balanço das mudanças que já ocorreram nas relações entre homens e mulheres na
nossa sociedade e uma lista das que estão por ocorrer, na sua opinião.
Compreender o caráter social dos estereótipos é o primeiro passo para estabelecer uma
relação crítica em relação a eles e, posteriormente, modificá-los.
61
Sociologia – 1a série – Volume 2
Com base na leitura do texto e nos esclarecimentos do professor, explique a diferença entre sexo
e gênero.
Texto 1
Vimos que gênero é um conceito socialmente criado, que atribui diferentes papéis e
identidades sociais aos homens e às mulheres. No entanto, as diferenças de gênero são
raramente neutras – em quase todas as sociedades, o gênero é uma forma significante de
estratificação social. O gênero é um fator crucial na estratificação dos tipos de oportunidades
e de chances de vida enfrentadas pelos indivíduos e por grupo, influenciando fortemente
os papéis que eles desempenham dentro das instituições sociais desde os serviços domésticos
até o Estado. Embora os papéis dos homens e mulheres variem de cultura para cultura, não
há nenhuma instância conhecida de uma sociedade em que as mulheres são mais poderosas
do que os homens. Os papéis dos homens são, em geral, muito mais valorizados e recompensados
que os papéis das mulheres: em quase todas as culturas, as mulheres carregam a responsabilidade
principal de cuidar das crianças e do trabalho doméstico, enquanto que os homens,
tradicionalmente, nascem com a responsabilidade de sustentar a família. A preponderante
divisão de trabalho entre os sexos levou homens e mulheres a assumir posições desiguais em
termos de poder, prestígio e riqueza.
Apesar dos avanços que as mulheres fizeram em muitos países, as diferenças de gênero
continuam servindo de fundamento para as desigualdades sociais.
GIDDENS, Anthony. Sociologia. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006. p. 107.
Texto 2
As mulheres que trabalham fora sempre se concentraram em ocupações mal remune-
radas, que envolvem atividades de rotina. Muitos desses empregos são extremamente mar-
cados pelo gênero – ou seja, são comumente vistos como “trabalho de mulher”. O cargo de
secretária ou as atividades relacionadas ao cuidado de pessoas (como trabalhar com enfer-
magem, assistência social e cuidado de crianças) são um domínio predominantemente
feminino, sendo geralmente considerados ocupações “femininas”. A segregação ocupacio-
nal dos gêneros refere-se ao fato de homens e mulheres estarem concentrados em tipos
diferentes de empregos, baseados nas interpretações dominantes do que vem a ser uma
atividade adequada para cada sexo.
GIDDENS, Anthony. Sociologia. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006. p. 317. (Grifo do autor).
62
Sociologia – 1a série – Volume 2
b) Por que a questão do gênero acaba por prejudicar mais as mulheres do que os homens no
mercado de trabalho?
3. Vários são os fatores que podem contribuir para a diferença de salário entre homens e mulhe-
res. Com base nas explicações dadas em sala de aula, explique:
a) discriminação de gênero.
63
Sociologia – 1a série – Volume 2
d) o trabalho desempenhado por mulheres é mais desvalorizado do que aquele que é desem-
penhado por homens.
e) outros.
4. Com base nas explicações do professor, escreva como alguns fatores podem ajudar a diminuir
as diferenças salariais entre homens e mulheres.
64
Sociologia – 1a série – Volume 2
2. Você acha que as disparidades diminuíram com a queda da taxa de desemprego para homens e
mulheres?
65
Sociologia – 1a série – Volume 2
Fonte de dados: DIEESE/SEADE. A inserção dos negros nos mercados de trabalho metropolitanos. PED – Pesquisa de emprego e desemprego.
São Paulo, 2013. p. 6. Disponível em: <http://www.dieese.org.br/analiseped/2013/2013pednegrosmet.pdf>. Acesso em: 31 jan. 2014.
1. O que é possível afirmar sobre as áreas estudadas? A desigualdade de gênero é maior do que a
de cor para a taxa de desemprego em 2012? Ou os negros, independentemente do sexo, têm
uma taxa de desemprego maior do que os não negros?
3. As mulheres não negras apresentam taxas de desemprego mais altas do que a dos homens?
66
Sociologia – 1a série – Volume 2
Fonte de dados: DIEESE/SEADE. A inserção dos negros nos mercados de trabalho metropolitanos. PED – Pesquisa de emprego e desemprego.
São Paulo, 2013. p. 11. Disponível em: <http://www.dieese.org.br/analiseped/2013/2013pednegrosmet.pdf>. Acesso em: 31 jan. 2014.
67
Sociologia – 1a série – Volume 2
1. O que aconteceu com a taxa de desemprego na Região Metropolitana de São Paulo entre 2000
e 2010?
3. O que mais chama a atenção nessa tabela? E como isso ajuda a pensar a desigualdade?
68
Sociologia – 1a série – Volume 2
4. Comparando as taxas de desemprego para homens e mulheres, o que é possível afirmar para os
dados de 2010?
LIÇÃO DE CASA
A Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) é responsável pelos dados estatísticos
do Estado de São Paulo e possui uma publicação dedicada à discussão da inserção da mulher no
mercado de trabalho, que se chama Mulher e Trabalho. Verifique, no site da Fundação Seade (disponível
em: <http://www.seade.gov.br>, acesso em: 29 nov. 2013), outros dados sobre a desigualdade de
gênero no mercado de trabalho e escreva um texto sobre esse tema.
69
Sociologia – 1a série – Volume 2
VOCÊ APRENDEU?
Elabore, em folha à parte, um texto dissertativo que reflita sobre o caráter socialmente construído
das relações de gênero e que aponte alguns dos fatores que contribuem para que os salários médios
das mulheres sejam menores do que os dos homens.
APRENDENDO A APRENDER
Nesta Situação de Aprendizagem, você aprendeu que o dado geral pode esconder diferenças
muito grandes quando desagregado em grupos menores e que a desigualdade tem muitas faces.
Foi assim que se descobriu que a taxa de negros desempregados nas regiões metropolitanas e
no Distrito Federal é maior do que a de brancos, ou que a porcentagem de mulheres desem-
pregadas é maior do que a de homens, independentemente de sua cor. Da mesma forma, você
também aprendeu que a porcentagem de desempregados entre as pessoas com menor nível de
instrução é muito maior do que a média.
A partir de agora, quando os jornais, as revistas e outros meios de comunicação veicularem
dados quantitativos sobre problemas sociais, você pode verificar em sites de institutos de
pesquisa (como o do IBGE para o Brasil e o da Fundação Seade para o Estado de São Paulo)
se esses dados não são muito diferentes, dependendo da situação na qual as pessoas se inserem.
Esta é uma forma de estar consciente das desigualdades sociais em nosso país.
Site
t FUNDAÇÃO Sistema Estadual de Análise de Dados – Seade. Disponível em: <http://www.
seade.gov.br>. Acesso em: 29 nov. 2013. O site da Fundação Seade é indicado para quem
quiser se informar sobre os dados estatísticos para o Estado de São Paulo. Há uma publicação
voltada para o estudo da inserção da mulher no mercado de trabalho, além de muitas outras
informações sobre a situação da população e das cidades paulistas.
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CONCEPÇÃO E COORDENAÇÃO GERAL Química: Ana Joaquina Simões S. de Mattos Rosângela Teodoro Gonçalves, Roseli Soares
NOVA EDIÇÃO 2014-2017 Carvalho, Jeronimo da Silva Barbosa Filho, João Jacomini, Silvia Ignês Peruquetti Bortolatto e Zilda
Batista Santos Junior, Natalina de Fátima Mateus e Meira de Aguiar Gomes.
COORDENADORIA DE GESTÃO DA Roseli Gomes de Araujo da Silva.
EDUCAÇÃO BÁSICA – CGEB Área de Ciências da Natureza
Área de Ciências Humanas
Biologia: Aureli Martins Sartori de Toledo, Evandro
Coordenadora Filosofia: Emerson Costa, Tânia Gonçalves e
Rodrigues Vargas Silvério, Fernanda Rezende
Maria Elizabete da Costa Teônia de Abreu Ferreira.
Pedroza, Regiani Braguim Chioderoli e Rosimara
Diretor do Departamento de Desenvolvimento Geografia: Andréia Cristina Barroso Cardoso, Santana da Silva Alves.
Curricular de Gestão da Educação Básica Débora Regina Aversan e Sérgio Luiz Damiati.
João Freitas da Silva Ciências: Davi Andrade Pacheco, Franklin Julio
História: Cynthia Moreira Marcucci, Maria de Melo, Liamara P. Rocha da Silva, Marceline
Diretora do Centro de Ensino Fundamental Margarete dos Santos Benedicto e Walter Nicolas
de Lima, Paulo Garcez Fernandes, Paulo Roberto
dos Anos Finais, Ensino Médio e Educação Otheguy Fernandez.
Orlandi Valdastri, Rosimeire da Cunha e Wilson
Profissional – CEFAF Luís Prati.
Sociologia: Alan Vitor Corrêa, Carlos Fernando de
Valéria Tarantello de Georgel
Almeida e Tony Shigueki Nakatani.
Coordenadora Geral do Programa São Paulo Física: Ana Claudia Cossini Martins, Ana Paula
PROFESSORES COORDENADORES DO NÚCLEO Vieira Costa, André Henrique GhelÅ RuÅno,
faz escola
PEDAGÓGICO Cristiane Gislene Bezerra, Fabiana Hernandes
Valéria Tarantello de Georgel
Área de Linguagens M. Garcia, Leandro dos Reis Marques, Marcio
Coordenação Técnica Educação Física: Ana Lucia Steidle, Eliana Cristine Bortoletto Fessel, Marta Ferreira Mafra, Rafael
Roberto Canossa Budiski de Lima, Fabiana Oliveira da Silva, Isabel Plana Simões e Rui Buosi.
Roberto Liberato Cristina Albergoni, Karina Xavier, Katia Mendes
Smelq Cristina de 9lbmimerime :oeÅe e Silva, Liliane Renata Tank Gullo, Marcia Magali Química: Armenak Bolean, Cátia Lunardi, Cirila
Rodrigues dos Santos, Mônica Antonia Cucatto da Tacconi, Daniel B. Nascimento, Elizandra C. S.
EQUIPES CURRICULARES
Silva, Patrícia Pinto Santiago, Regina Maria Lopes, Lopes, Gerson N. Silva, Idma A. C. Ferreira, Laura
Área de Linguagens Sandra Pereira Mendes, Sebastiana Gonçalves C. A. Xavier, Marcos Antônio Gimenes, Massuko
Arte: Ana Cristina dos Santos Siqueira, Carlos Ferreira Viscardi, Silvana Alves Muniz. S. Warigoda, Roza K. Morikawa, Sílvia H. M.
Eduardo Povinha, Kátia Lucila Bueno e Roseli Fernandes, Valdir P. Berti e Willian G. Jesus.
Língua Estrangeira Moderna (Inglês): Célia
Ventrella.
Regina Teixeira da Costa, Cleide Antunes Silva,
Área de Ciências Humanas
Educação Física: Marcelo Ortega Amorim, Maria Ednéa Boso, Edney Couto de Souza, Elana
Filosofia: Álex Roberto Genelhu Soares, Anderson
Elisa Kobs Zacarias, Mirna Leia Violin Brandt, Simone Schiavo Caramano, Eliane Graciela
Gomes de Paiva, Anderson Luiz Pereira, Claudio
dos Santos Santana, Elisabeth Pacheco Lomba
Rosângela Aparecida de Paiva e Sergio Roberto Nitsch Medeiros e José Aparecido Vidal.
Kozokoski, Fabiola Maciel Saldão, Isabel Cristina
Silveira.
dos Santos Dias, Juliana Munhoz dos Santos,
Kátia Vitorian Gellers, Lídia Maria Batista Geografia: Ana Helena Veneziani Vitor, Célio
Língua Estrangeira Moderna (Inglês e
BomÅm, Lindomar Alves de Oliveira, Lúcia Batista da Silva, Edison Luiz Barbosa de Souza,
Espanhol): Ana Beatriz Pereira Franco, Ana Paula
Aparecida Arantes, Mauro Celso de Souza, Edivaldo Bezerra Viana, Elizete Buranello Perez,
de Oliveira Lopes, Marina Tsunokawa Shimabukuro
Neusa A. Abrunhosa Tápias, Patrícia Helena Márcio Luiz Verni, Milton Paulo dos Santos,
e Neide Ferreira Gaspar.
Passos, Renata Motta Chicoli Belchior, Renato Mônica Estevan, Regina Célia Batista, Rita de
Língua Portuguesa e Literatura: Angela Maria José de Souza, Sandra Regina Teixeira Batista de Cássia Araujo, Rosinei Aparecida Ribeiro Libório,
Baltieri Souza, Claricia Akemi Eguti, Idê Moraes dos Campos e Silmara Santade Masiero. Sandra Raquel Scassola Dias, Selma Marli Trivellato
Santos, João Mário Santana, Kátia Regina Pessoa, e Sonia Maria M. Romano.
Língua Portuguesa: Andrea Righeto, Edilene
Mara Lúcia David, Marcos Rodrigues Ferreira, Roseli
Bachega R. Viveiros, Eliane Cristina Gonçalves História: Aparecida de Fátima dos Santos
Cordeiro Cardoso e Rozeli Frasca Bueno Alves.
Ramos, Graciana B. Ignacio Cunha, Letícia M.
Pereira, Carla Flaitt Valentini, Claudia Elisabete
Área de Matemática de Barros L. Viviani, Luciana de Paula Diniz,
Silva, Cristiane Gonçalves de Campos, Cristina
Matemática: Carlos Tadeu da Graça Barros, Márcia Regina Xavier Gardenal, Maria Cristina
de Lima Cardoso Leme, Ellen Claudia Cardoso
Ivan Castilho, João dos Santos, Otavio Yoshio Cunha Riondet Costa, Maria José de Miranda
Doretto, Ester Galesi Gryga, Karin Sant’Ana
Yamanaka, Rosana Jorge Monteiro, Sandra Maira Nascimento, Maria Márcia Zamprônio Pedroso,
Kossling, Marcia Aparecida Ferrari Salgado de
Zen Zacarias e Vanderley Aparecido Cornatione. Patrícia Fernanda Morande Roveri, Ronaldo Cesar
Barros, Mercia Albertina de Lima Camargo,
Alexandre Formici, Selma Rodrigues e
Priscila Lourenço, Rogerio Sicchieri, Sandra Maria
Área de Ciências da Natureza Sílvia Regina Peres.
Fodra e Walter Garcia de Carvalho Vilas Boas.
Biologia: Aparecida Kida Sanches, Elizabeth
Área de Matemática
Reymi Rodrigues, Juliana Pavani de Paula Bueno e
Matemática: Carlos Alexandre Emídio, Clóvis Sociologia: Anselmo Luis Fernandes Gonçalves,
Rodrigo Ponce.
Antonio de Lima, Delizabeth Evanir Malavazzi, Celso Francisco do Ó, Lucila Conceição Pereira e
Ciências: Eleuza Vania Maria Lagos Guazzelli, Edinei Pereira de Sousa, Eduardo Granado Garcia, Tânia Fetchir.
Gisele Nanini Mathias, Herbert Gomes da Silva e Evaristo Glória, Everaldo José Machado de Lima,
Maria da Graça de Jesus Mendes. Fabio Augusto Trevisan, Inês Chiarelli Dias, Ivan Apoio:
Castilho, José Maria Sales Júnior, Luciana Moraes Fundação para o Desenvolvimento da Educação
Física: Anderson Jacomini Brandão, Carolina dos Funada, Luciana Vanessa de Almeida Buranello, - FDE
Santos Batista, Fábio Bresighello Beig, Renata Mário José Pagotto, Paula Pereira Guanais, Regina
Cristina de Andrade Oliveira e Tatiana Souza da Helena de Oliveira Rodrigues, Robson Rossi, CTP, Impressão e acabamento
Luz Stroeymeyte. Rodrigo Soares de Sá, Rosana Jorge Monteiro, GráÅca e Editora Posigraf
GESTÃO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO CONCEPÇÃO DO PROGRAMA E ELABORAÇÃO DOS Ciências Humanas
EDITORIAL 2014-2017 CONTEÚDOS ORIGINAIS Coordenador de área: Paulo Miceli.
Filosofia: Paulo Miceli, Luiza Christov, Adilton Luís
FUNDAÇÃO CARLOS ALBERTO VANZOLINI COORDENAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO Martins e Renê José Trentin Silveira.
DOS CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS DOS
CADERNOS DOS PROFESSORES E DOS Geografia: Angela Corrêa da Silva, Jaime Tadeu Oliva,
Presidente da Diretoria Executiva
Mauro de Mesquita Spínola CADERNOS DOS ALUNOS Raul Borges Guimarães, Regina Araujo e Sérgio Adas.
Ghisleine Trigo Silveira
GESTÃO DE TECNOLOGIAS APLICADAS História: Paulo Miceli, Diego López Silva,
CONCEPÇÃO Glaydson José da Silva, Mônica Lungov Bugelli e
À EDUCAÇÃO
Guiomar Namo de Mello, Lino de Macedo, Raquel dos Santos Funari.
Direção da Área Luis Carlos de Menezes, Maria Inês Fini
coordenadora! e Ruy Berger em memória!. Sociologia: Heloisa Helena Teixeira de Souza Martins,
Guilherme Ary Plonski
Marcelo Santos Masset Lacombe, Melissa de Mattos
Coordenação Executiva do Projeto AUTORES Pimenta e Stella Christina Schrijnemaekers.
Angela Sprenger e Beatriz Scavazza
Linguagens Ciências da Natureza
Gestão Editorial Coordenador de área: Alice Vieira. Coordenador de área: Luis Carlos de Menezes.
Arte: Gisa Picosque, Mirian Celeste Martins, Biologia: Ghisleine Trigo Silveira, Fabíola Bovo
Denise Blanes
Geraldo de Oliveira Suzigan, Jéssica Mami Mendonça, Felipe Bandoni de Oliveira, Lucilene
Equipe de Produção Makino e Sayonara Pereira. Aparecida Esperante Limp, Maria Augusta
Querubim Rodrigues Pereira, Olga Aguilar Santana,
Editorial: Amarilis L. Maciel, Ana Paula S. Bezerra, Educação Física: Adalberto dos Santos Souza, Paulo Roberto da Cunha, Rodrigo Venturoso
Angélica dos Santos Angelo, Bóris Fatigati da Silva, Carla de Meira Leite, Jocimar Daolio, Luciana Mendes da Silveira e Solange Soares de Camargo.
Bruno Reis, Carina Carvalho, Carolina H. Mestriner, Venâncio, Luiz Sanches Neto, Mauro Betti,
Ciências: Ghisleine Trigo Silveira, Cristina Leite,
Carolina Pedro Soares, Cíntia Leitão, Eloiza Lopes, Renata Elsa Stark e Sérgio Roberto Silveira.
João Carlos Miguel Tomaz Micheletti Neto,
Érika Domingues do Nascimento, Flávia Medeiros, Julio Cézar Foschini Lisbôa, Lucilene Aparecida
LEM – Inglês: Adriana Ranelli Weigel Borges,
Giovanna Petrólio Marcondes, Gisele Manoel, Esperante Limp, Maíra Batistoni e Silva, Maria
Alzira da Silva Shimoura, Lívia de Araújo Donnini
Jean Xavier, Karinna Alessandra Carvalho Taddeo, Augusta Querubim Rodrigues Pereira, Paulo
Rodrigues, Priscila Mayumi Hayama e Sueli Salles
Leslie Sandes, Mainã Greeb Vicente, Maíra de Rogério Miranda Correia, Renata Alves Ribeiro,
Fidalgo.
Freitas Bechtold, Marina Murphy, Michelangelo Ricardo Rechi Aguiar, Rosana dos Santos Jordão,
Russo, Natália S. Moreira, Olivia Frade Zambone, Simone Jaconetti Ydi e Yassuko Hosoume.
LEM – Espanhol: Ana Maria López Ramírez, Isabel
Paula Felix Palma, Pietro Ferrari, Priscila Risso, Gretel María Eres Fernández, Ivan Rodrigues
Física: Luis Carlos de Menezes, Estevam Rouxinol,
Regiane Monteiro Pimentel Barboza, Renata Martin, Margareth dos Santos e Neide T. Maia
Guilherme Brockington, Ivã Gurgel, Luís Paulo
Regina Buset, Rodolfo Marinho, Stella Assumpção González.
de Carvalho Piassi, Marcelo de Carvalho Bonetti,
Mendes Mesquita, Tatiana F. Souza e Tiago Jonas Maurício Pietrocola Pinto de Oliveira, Maxwell
Língua Portuguesa: Alice Vieira, Débora Mallet
de Almeida. Roger da PuriÅcação Siqueira, Sonia Salem e
Pezarim de Angelo, Eliane Aparecida de Aguiar,
Yassuko Hosoume.
José Luís Marques López Landeira e João
Direitos autorais e iconografia: Beatriz Fonseca
Henrique Nogueira Mateos. Química: Maria Eunice Ribeiro Marcondes, Denilse
Micsik, Dayse de Castro Novaes Bueno, Érica
Morais Zambom, Fabio Luiz de Souza, Hebe
Marques, José Carlos Augusto, Juliana Prado da Matemática Ribeiro da Cruz Peixoto, Isis Valença de Sousa
Silva, Marcus Ecclissi, Maria Aparecida Acunzo Coordenador de área: Nílson José Machado. Santos, Luciane Hiromi Akahoshi, Maria Fernanda
Forli, Maria Magalhães de Alencastro, Vanessa Matemática: Nílson José Machado, Carlos Penteado Lamas e Yvone Mussa Esperidião.
Bianco e Vanessa Leite Rios. Eduardo de Souza Campos Granja, José Luiz
Pastore Mello, Roberto Perides Moisés, Rogério Caderno do Gestor
Edição e Produção editorial: Casa de Ideias, Jairo Ferreira da Fonseca, Ruy César Pietropaolo e Lino de Macedo, Maria Eliza Fini e Zuleika de
Souza Design GráÅco e Occy Design projeto gráÅco!. Walter Spinelli. Felice Murrie.
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo autoriza a reprodução do conteúdo do material de sua titularidade pelas demais secretarias de educação do país, desde que mantida a integri-
dade da obra e dos créditos, ressaltando que direitos autorais protegidos*deverão ser diretamente negociados com seus próprios titulares, sob pena de infração aos artigos da Lei no 9.610/98.
* Constituem “direitos autorais protegidos” todas e quaisquer obras de terceiros reproduzidas no material da SEE-SP que não estejam em domínio público nos termos do artigo 41 da Lei de
Direitos Autorais.
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Todos esses endereços eletrônicos foram checados. No entanto, como a internet é um meio dinâmico e sujeito a mudanças, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo não garante que os sites
indicados permaneçam acessíveis ou inalterados.
* Os mapas reproduzidos no material são de autoria de terceiros e mantêm as características dos originais, no que diz respeito à grafia adotada e à inclusão e composição dos elementos cartográficos
(escala, legenda e rosa dos ventos).
Validade: 2014 – 2017