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Mae Oxum e Qualidades

Este documento descreve as diferentes manifestações de Osun, a orixá da fertilidade e das águas doces na mitologia iorubá. Ele lista e explica brevemente os diferentes "caminhos" ou aspectos de Osun, cada um representando um aspecto diferente da feminilidade como a maternidade, sensualidade, beleza, força e velhice. O texto também discute como o culto a Osun se desenvolveu no Brasil.

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Émano Garcia
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Mae Oxum e Qualidades

Este documento descreve as diferentes manifestações de Osun, a orixá da fertilidade e das águas doces na mitologia iorubá. Ele lista e explica brevemente os diferentes "caminhos" ou aspectos de Osun, cada um representando um aspecto diferente da feminilidade como a maternidade, sensualidade, beleza, força e velhice. O texto também discute como o culto a Osun se desenvolveu no Brasil.

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Apostila Da Africa Em Portugues Tudo Sobre Orisa Osun

O s u n IBÀ ÒSUN! ÒSUN SIGINSI EMI L’OMO ÌJÈSÀ. ÒSUN Ó JÍRE E O!


SAUDAÇÕES ÒSUN! ÒSUN SIGINSI SOU CIDADÃO DE ÌJÈSÀ.
ÒSUN, BOM DIA PARA VC!  OXUN TERIA NASCIDO DE UMA UMA CONCHA
HA DEPOSITADA POR SUA SUA MÃE YEMANJÁ, NAS MARGENS DE UM
GRANDE RIO AO QUAL EMPRESTA O SEU NOME NOME,, RIO OXUN ,EM
YORU YORUBÁ "ODÔ OXUN". N". É NOS LOCAIIS MAIS PROFUNDUNDOS
OS DESTE RIO, RIO, ENTRE E AS LOCALIDALIDADADES DES IGUEDÉ DE
ONDE NASCE E LEKÉ, KÉ, ONDE DESEMBOCA NUMA LAGOA, QUE QUE
OXUN É ORIGINALMEALMENTE CULTUATUADA, TENDO O SEU SEU TE
TEMPLO PRINCIPAL EDIFICADO NESTA REGIÃO, NA ALDEIA DE
OXOGBO, PALAVRA DO DIALETO YORUBÁ QUE SIGNIFICA: "OXUN
ATINGIU A MATURIDADE". NO PERCURSO DO RIO, QUE CORRESPONDE
À TRAJETÓRIA DO PRÓPRIO ORIXÁ, OXUN ASSUME DIFERENTES
CARACTERÍSTICAS, TODAS LIGADAS À MANEIRA DE SER DAS
MULHERES, DE SEU CARÁTER E ATITUDES, DE SUAS QUALIDADES E
DEFEITOS. ASSIM, O AFRICANO SE REFERE À DIFERENTES
"CAMINHOS " DESTE ORIXÁ, QUE QUE SERÃ SERÃO O DESCRITOS OS
DE FORMA PARTICULAR ,, SEMPRE COMPARADOS A SITUAÇÕES
ESPECÍFICAS DO PROCEDIMENTO FEMININO.
TEMOS ENTÃO: REPRESENTA PELA DANÇA DE OXUN, OXUN, REPLETA
DE OXUN KAYODE , REPRESENTA MOVIMENTOS QUE DENOTAM A
SENSUALIDADE REVELADA NA MANEIRA DE ANDAR, DE SE
MOVIMENTAR E DE PROCEDER DAS MULHERES.
YEYE KARE REPRESENTA O CULTO À BELEZA E À VAIDADE FEMININA, É
DESCRITA COMO "O "O ESPÍRITO QUE SE REFLETE NO ESPELHO,
MOTIVO PELO PELO QUAL OXUN ESTÁ PERMANENTEMEMENTE SE
ADMIRANDO NA SUPERFÍCIE DE UM ESPELHO, DO QUAL NÃO SE
SEPARA NUNCA. O GOSTO PELA RIQUEZA, PELA OPULÊNCIA E PELO
USO DE JÓIAS E ADORNOS SE OXUN BUMI, ONDE A YAGBÁ COBRE-SE
REVELA NO CAMINHO DE OXUN PULSEIRAS, BRINCOS E COLARES
COLARES DE OURO, METAL QUE LHE PERTENCE POR DIREITO E AO
QUAL ESTÁ LIGADA DE TODAS AS FORMAS. OXUN OXUN SEKESE  SE  S
REPRESENTE APARENTE FRAGIL FRAGILIDADE FEMININA, ARTIFÍCIO
USADO PARA OBTER A PROTEÇÃO DOS REPRESENTANTES DO SEXO
MASCULINO. OXUN IBUKOLA É A SEDUTORA IRRESISTÍVEL E
REPRESENTA O PODER DE SEDUÇÃO FEMININO.
O ESPÍRITO MATERNERNAL É REPRESENENTADO POR TRÊS DIFERE
NTES CAMINHOS ONDE OXUN FUMIKE PROPORCIONA A
POSSIBILIDADE E DE GERAR FILHOS, OXUN OXOGBÔ  ASSISTE A
MULHER NA HORA DO PARTO, DESEMPENHADO AÍ, AÍ, A FUNÇÃO DE
PARTEIRA E OXUN FUNKE  É A MESTRA, REPRESENTANDO A MÃE QUE
ORIENTA E ENSINA AOS FILHOS AS PRIMEIRAS PALAVRAS E PASSOS

NO SEU PRIMEIRO CONTATO COM O MUNDO E COM A PRÓPRIA VIDA.


DOCES, ESTÁ, DE CERTA FORMA, OXUN MIWA, O ESPIRITO DAS ÁGUAS
DOCES, LIGADA AO PROCESSO DE GESTAÇÃO E DIZEM QUE ASSISTE E
PROTEGE O FETO DURANTE TODO O PERÍODO DE GRAVIDEZ, SENDO A
DONA DO LÍQUIDO AMINIÓTICO. A INCONSTÂNCIA DO CARÁTER
FEMININO É REPRESENTADA POR OXUN AKURA IBÚ , QUE SE FAZ
PRESENTE NOS LOCAIS DE ENCONTRO DAS ÁGUAS DO RIO COM AS DO
MAR. A MULHER GUERREIRA, BATALHADORA E BELICOSA É
REPRESENTADA POR QUATRO CAMINHOS DE OXUN, NOS QUAIS
PORTA SEMPRE UMA ESPADA. NESTES CAMINHOS A ORIXÁ É
CONHECIDA COMO: OXUN APARÁ, OXUN OKE , OXUN IPONDÁ E YEYE
IBERIN , TODAS CONSIDERADAS COMO COMO GUERREIRA
PODEROSAS .. A MULHER MADURA,, CONSCIENTE DE SUA GRAÇA E
ELEGÂNCIA ,, REVESTIDA DE RESPEITO E CLASSE.
São REPRESENTADAS POR OXUN EDE . A PARTIR DAÍ, OXUN ASSUME
CARACTERÍSTICA RELACIONONADAS AS À MULHER ENVELHECIDA,
CHEIA DE MANIAS E PRECONCEITOS, RANZINZA E IMPLICANTE E É
ENTÃO REPRESENTADA POR OXUN OGÁ.
NO ÚLTIMO CAMINHO, VAMOS ENCONTRAR OXUN ABOTÔ ,
CONSIDERADA VELHA E DECRÉPÉPITA ENVOLVIDA EM AÇÕES
MISTERIOSAS S E OBSCURAS AS RELACIONADAS AS,, TALVES A
PRÁTICA DA FEITIÇARIA .. OXUN , ENTÃ , O, ASSUME E REVELA TODO O
PODER FEITICEIRO DA MULHER. DESPROVIDA AGORA DE
ESCRÚPULOS E DO SENTIMENTO DE PIEDADE, CONTESTA A PSEUDO-
SUPERIORIDADE DO MACHO E CRIA UMA SOCIEDADE SECRETA
ESTRITAMENTE MATRIARCAL DENOMINADA SOCIEDADE GUELEDÉ ,
ONDE A FACE MALIGNA É ENCOBERTA POR MÁSCARAS MUITÍSSIMO
ELABORADAS. É OXUN AWE QUEM SE ENCARREGA DE ORGANIZAR
ESTA SOCIEDADE ONDE O HOMEM NÃO TEM VEZ, DEVENDO, TÃO
SOMENTE, SUBMETER-SE DE BOM GRADO ÀS EXIGÊNCIAS DE SUAS
LÍDERES. OXUN, REUNINDO EM SI MESMA TODAS AS DIFERENTES
MANIFESTAÇÕES ANTERIORMENTE DESCRITAS, ASSUME PARA SI O
ABSURDO PODER DE FEITICEIRA – E, INVESTIDA DESTE PODER,
CONTROLA A YÁMI AJÉ  - A MÃE FEITICEIRA – VIDA E A MORTE,
PUNINDO OU PREMIANDO INDISCRIMINADAMENTE, SEM SENSO DE
JUSTIÇA E SEM JULGAMENTO. . AÍ, É REPRESENTADA PELA GRANDE
CABAÇA IGBADU , SÍMBOLO DO VENTRE GERADOR, ENCIMADA PELO
PELO PÁSSARO OXORONGÁ, REPRESENTAÇÃO DO PODER FEITICEIRO
ILIMITADO QUE PODE ENVIAR AONDE BEM ENTENDER DE ACORDO
COM SUA CONVENIÊNCIA. SURPREENDENTEMENTEMENTE,
DETERMINA QUE ESTA CABAÇA JAMAIS SEJA VISTA OU CULTUADA POR
MULHERES.
OXUN NO BRASIL Estabelecido em definitivo o culto no Brasil, outras
manifestações de Oxun podem ser verificadas nos tradicionais terreiros ou
roças de candomblé. ENQUANTO NA ÁFRICA, AS DIFERENTES
MANIFESTAÇÕES SÃO CONSIDERADAS COMO CAMINHOS
PERCORRIDOS POR OXUN COMO UMA ÚNICA ENTIDADE, NO BRASIL
CONSIDERA-SE CADA "QUALIDADE" COMO SENDO UM ORIXÁ
DIFERENTE E ASSIM, OXUN DEIXA DE SER UMA SÓ E DIFERENTES
OXUNS, COMPONENTES DE UMA GRANDE FAMÍLIA SERÃO CULTUA
CULTUADAS DAS DE ACORDO COM CADA DIFERENTE QUALIDADE .. T
DESTA FORMA,: OXUN IJUMÚ , CONSIDERADA A RAINHA DE TODAS AS
OXUNS ESTÁ LIGADA AO ASPECTO DE YAMÍ AJÉ , OSTENTANDO ,, POR
ISTO,, O TÍTULO DE YALODE .
Oxun Ayalá teria sido mulher de Ogun com quem trabalhava na forja,
acionando o fole para atiçar as brasas. Conta a lenda que o fole acionado
por Oxun Ayalá produzia um som ritmado e muito agradável.
Atraído por este som, Egun pôs-se a dançar diante da ferramentaria, atraindo
um grande número de assistentes que por ali passavam.
Encantados com o bailado de Egun Egun os passantes lhe fizeram muitas
oferendas de dinheiro, o que o deixou feliz e vaidoso.
Ao saber que Egun estava ganhando dinheiro com sua apresentação, Oxun
exigiu que metade da renda obtida fosse dividida com ela, caso contrário, não
acionaria mais o fole que produzia o ritmo sem o qual Egun não poderia mais
dançar. Sem alternativas, Egun teve que aceitar a exigência da Yagbá
passando, a partir de então, a dividir  com ela tudo o que ganhava em suas
apresentações. Esta Oxun além de sua ligação com Ogun Alagbede tem sérios
fundamentos com Egun.
OXUN ABALÚ , TAMBÉM CONHECIDA COMO OXUN ABOTÔ É
CONSIDERADA COMO SENDO A MAIS VELHA DE TODAS.
É MUITO CIUMENTA E ADORA RECEBER HORTÊNSIAS COMO
OFERENDA. SUA LIGAÇÃO COM OMOLÚ  O ORIXÁ DA PESTE, TIDO
COMO O MÉDICO DOS POBRES, É NOTÁVEL E SEGUNDO DIZEM,
ACOMPANHA ESTE ORIXÁ EM SUAS ANDANÇAS PELOS QUATRO
QUATRO CANTOS DO MUNDO.
Oxun Ipetú é a guardiã dos segredos insondáveis. Sobre esta Oxun pouco se
sabe e nada se fala. A simples pronúncia de seu nome é revestida de muito
respeito e considerada quase como um tabu.
Oxun Popolokun, também revestida de uma enorme aura de mistério, é
cultuada em lagoas de águas profundas, profundas, onde estabelece a sua
residência. Conta a lenda que esta Oxun costuma aprisionar em seu reino
aqueles que se aventuram a mergulhar em suas águas.
Oxun Apará é a poderosa guerreira que acompanha Ogun em suas
campanhas, porta um sabre que manipula com força e destreza.
Esta Oxun tem fundamento com Yemanjá, de quem é filha e com quem
costuma comer. Da mesma forma que Apará, Oxun Ipondá é guerreira e dona
de caráte irascível .. Esta Oxun costuma formar,, junto com Oyá, uma dupla de
combatentes invencíveis.
Existe assim uma Oxun denominada Yeye Oloko, que habita nos mananciais
d’água existentes no interior das florestas mantendo ligações fundamentais
com Oxóssi e Ossain. Como vimos, Oxun representa a feminilidade em todos
os seus diferentes aspectos. Seu charme e inteligência proporcionaram-lhe a
possibilidade de ter sido, por escolha própria, esposa de inúmeros Orixás, com
exceção de Obatalá, de quem seria a filha dileta e de Exu, com quem sempre
manteve uma relação de amizade fraternal e cumplicidade.
Como esposa de Orunmilá - Senhor  e Patrono do Oráculo de Ifá  – Oxun
recebe o título de primeira  Apetebí , dado até hoje às sacerdotisas do culto de
Orunmilá e às esposas de seus sacerdotes, os babalaôs. Uma lenda narra de
que forma Oxun, com o auxílio de Exu, roubou o segredo dos 16 signos do
Sistema Oracular de Ifá , os 16 Odu-Meji , criando com isto um novo sistema
divinatório, o jogo de búzios , proporcionando condições para que as mulheres
mulheres pudessem proceder à adivinhação, o que anteriormente era
exclusividade dos homens. Dentre as figuras do oráculo, destacamos o Odu
Oxe Meji , através do qual Oxun se comunica com os seres humanos.
Uma outra lenda, ressaltando a astúcia de Oxun, narra que  Xangô o poderoso
Orixá do trovão possuía três esposas, Oyá, Obá e Oxun, sendo que a última
era a sua favorita. Ansiosa por receber maiores atenções do marido, Obá pediu
que Oxun lhe ensinasse o feitiço que havia feito para conquistar o coração o de
Xangô. Ardilosa e maldosamente a bela senhora orientou a concorrente para
que cortasse uma de suas orelhas e que a servisse depois de cozida, como
alimento ao marido. Obá, acreditando na sinceridade de Oxun, não hesitou em
decepar a própria orelha e com ela preparar um belo prato, de acordo com o
gosto de Xangô. Ao deparar-se com o alimento que a mulher lhe servia, Xangô,
indignado, expulsou Obá do palácio real, terminado assim, com qualquer
possibilidade de um dia vir a ser ser a sua favorita .. A partir de então, Obáá e
Oxun tornaram-se inimigas irreconciliáveis ,,
Em outra ocasião ,, Oxun apaixona-se por  Oxóssi  que vinha diariamente
banhar-se nas águas do rio, no local exato em que ela morava. De todas as
formas, tentava atrair o caçador para dentro do rio onde pretendia entregar-se
a ele. Oxóssi, que não sabia nadar, embora atraído pela beleza de Oxun, não
ousava arriscar-se na correnteza e, desta forma, o ato de amor não se
consumava. Enlouquecida pela paixão, Oxun arquitetou um plano e fez com
que Oxóssi comesse uma iguaria preparada à base de mel de abelhas. Exu foi
encarregado de entregar à Oxóssi o doce feito por Oxun e, desta desta forma,
após comer a de delici ciosa torta, OxóssI , Enfeitiçado, perdeu o sentido de
perigo e, atirando-se às águas, deixou-se levar pelos encantos da bela
senhora. Satisfeita em seu desejo, Oxun simplesmente abandonou o amante
ao sabor da corrente e Oxóssi, sem saber nadar, sucumbiu, tragado que foi
pelas águas do rio. Desta união, nasceu Logunedé, Orixá menino, que possui
características do pai, atuando como caçador e vivendo dentro das matas
durante um certo período e, noutro período, assumindo as características de
sua mãe, vive da pesca e reside nas águas do rio. O culto à Oxun se destaca
por características próprias e é na cadência do ritmo ijexá que ela se
apresenta, espargindo o perfume da água-decheiro, dançando de forma
sensual e maliciosa, envolvendo a todos na magia do bailado onde exalta todos
os seus aspectos de deusa-mulher e contagiando de tal forma os presentes
que, repentinamente, repentinamente, todos agitam os próprios corpos ao som
irresistível dos atabaques, atabaques , gans, agogôs e afoxés, como crianças
embaladas pela magia dos cânticos da Grande Mãe. Esta é Oxun, a Deusa do
Amor, a Senhora do Ouro e do Mel, a Rainha das Águas Doces, dos Rios e das
Cachoeiras. Esta é Oxun, a Vênus Negra, nossa Mãe Transcendental, a quem
saudamos efusiva e respeitosamente: Ore Yeye ô! Entre os povos do Caribe,
por influência dos escravos negros, o culto aos Orixás se expandiu e, em Cuba,
é conhecido como "Santeria". Muitas são as lendas conhecidas naquele país
que descrevem a trajetória dos Orixás tentando, sempre de forma alegórica,
explicar sua relação com a natureza e com os seres humanos. Oxun, uma das
mais importantes personagens do panteão afro-cubano, está ligada a diversos
aspectos da natureza como as águas doces, as cachoeiras, o ouro, o mel e a
reprodução das espécies. Representa a luta pela vida e pela sobrevivência. a.
Deus usa do amor e senhora dos cursos d'água ,, primeira manifestação teria
ocorrido, segundo uma lenda, numa concha na beira de um rio. Segundo os
povos do Caribe, Oxun é filha de Nanan e de Obatalá e gerou filhos filhos ao
acasalar-se com Obatalá, Obatalá, Orunmilá e Oxóssi. Com Orunmilá, gerou
Poroyé, do sexo feminino.
Com Odé gerou Logun Edé, Orixá masculino, mas, devido à sua delicadeza e
infantilidade, visto como andrógino e, com Obatalá, gerou Olosá ou Oloxá,
entidade feminina que vive tanto nas águas dos rios quanto nas águas do
oceano .. Sua relação sexual com Obatalá, seu seu pai,, considerada como
quebra de um tabu rigoroso, é o segredo contido nos itans de Ifá que se
referem à uma relação incestuosa entre os Odus Ofun Meji e Oxe Meji, depois
da qual qual Ofun, que sendo sendo o mais velho dentre dezesseis Odus de
Ifá,cede sua primogenitura à Ejiogbe, passando, a partir de então, a ocupar o
último lugar entre os Agba Odu ou Odu Meji . Oxun exercia entre os Orixás, o
cargo de cozinheira e, exigindo deles uma possibilidade de participar de
funções mais importantes, lançou ou sobre toda a criação uma maldição que
impedia a continuidade da vida sobre a Terra. Para que tal praga fosse retirada
exigiu uma posição de destaque entre os principais Orixás, obtendo, desta
forma, o respeito e a submissão de Obatalá a quem provara representar o
poder gerador feminino. Teria vivido com Ajagunan, Orixá Funfun de caráter
belicoso, tendo abandonado sua companhia em decorrência da grande
quantidade de igbíns que este Orixá comia e que sendo a representação viva
do elemento água, é uma de suas maiores interdições. . Uma das principais is
atribuições deste Orixá é cuidar do desenvolvimento dos seres humanos a
partir da fecundação, função esta que exerce com muita dedicação ,
acompanhando desenvolvimento do embrião, passando pelo período fetal e só
entregando aos cuidados do seu próprio Orixá a criança que já possa reclamar
a atenção de seus pais demonstrando de alguma forma, sua necessidades
pessoais. Além de Obatalá, Orunmilá, Oxóssi e Ajagunan, Oxun teria sido
mulher de Ossain, Xakpanan, Xangô, Aganjú, Orixaoko e Inlé.
Segundo afirmam, seu grande amor  teria sido Oxóssi e sua união mais
conveniente teria sido com Orunmilá, com quem adquiriu coroa e saber.
Dentre os Orixás femininos, Oxun é a única que pode ouvir a palavra de Ifá, o
"Orô Orunmilá". Oxun é dona do mel e da doçura, possui um belo sorriso que
muitas vezes utiliza para augurar um desastre que, propositadamente, provoca
na vida de alguém através do seu poder de Iyamí Ajé, o mesmo poder
utililizado para obter a importante posição que hoje ocupa , reconhecida até
por Obatalá, o pai da criação. Oxun é amor, ternura, paixão, desejo e
sexualidade, da mesma forma que é dor, pranto, ódio, vingança e castigo.
É a personifificação do amor maternal e senhora ora do poder gento
femini representado pelo sangue menstrual que é simbolizado pelas penas
vermelhas "ekodidé". Estas mesmas atribuições lhe conferem o poder de Iyamí
Ajé, Senhora do Pássaro Oxorongá, símbolo do poder feiticeiro inerente à
natureza feminina. Muitos Odus de Ifáá possuem em itans que falam especi-
cifificamente sobre Oxun, un, destacando-se entre eles: Em Ikadi, Oxun é
desonrada por seu próprio pai. Em Oxeturá obtém o reconhecimento de seus
poderes de Ajé e é declarada chefe das mães ancestrais.
Em Irosunká é nomeada como a primeira Apetebí ao casar-se com Orunmilá.
No mesmo Odu Oxun salva o mundo da destruição total.
Em Ofunkanran salva Omolú da morte.
Em Ejiogbe livra Oyá das garras dos inimigos.
Em Oxerosun, protege e salva o amor de Yemanjá e Ogun.
Assim é Oxun, doce veneno. Oxun, a fêmea ideal, o protótipo da mulher,
perfeita em suas próprias imperfeiçõe. Mãe do dos homens ,, senhor ,
companheira ,, adversária e maior amiga.
Mas Oxun representa principalmente e em toda a sua complexidade, a mulher,
a maior, mais perfeita e completa criação de Deus, a obra prima da natureza.

QUALIDADES DE OXUN SEGUNDO A SANTERIA DE CUBA.


1 - IBU KOLE Esta Oxun nasce no Odu Ogbetura e come galinha d’angola.
É aquela que cuida da casa e recolhe o lixo produzido dentro dela.
Seu fio de contas é amarelo ouro intercalado com âmbar e corais.

2 - OXUN OLOLODI Trata-se de uma Oxun guerreira que porta uma espada.
Seu adê é adornado com búzios. Carrega um erukeré com o cabo adornado
com contas de Orunmilá. Dentro de sua sopeira coloca-se areia do mar e do rio
misturadas. Entre os ararás é conhecida como Atiti.

3 - OXUN OPARA ou APARÁ. (Em Cuba: Ibu Akparo Akparo) Esta qualidade
de Oxun nasce no Odu Owónrin Meji. Seu nome secreto é Iganidan.
É aquela que reina sem coroa. É representada pela codorna.
Vive na desembocadura do rio com o mar e, segundo dizem, é surda.
Come codornas e, com Yemanjá, come duas galinhas cinzentas.

4 - OXUN IBÚ ANAN. Esta Oxun é tocadora de tambor e nasce em


Oturukponyekú. Seu orikí diz: Aquela que ao ouvir o tambor corre em sua
direção.

5 - IBU INANI. Aquela que é famosa nas disputas. Seu igbá fica sobre areia de
rio. Leva um abebé de metal com dois guizos. Os ararás a chamam de "Tukusi"
ou "Tobosi".

6 - OXUN IJIMU OU YUMU. Aquela que faz inchar a barriga sem que haja
gravidez. Esta Oxun é belíssima e nasce no Odu Ika Meji . Os ararás a
chamam de "Tukusi" ou de "Tobosi".

7 - OXUN IBU ODONKI. Esta Oxun vive em cima de um pilão. Ao lado de seu
igbá coloca-se um cesto com material de costura. Seu orikí diz: O rio está
crescendo e suas águas estão cheias de lixo. Entre os Ararás é conhecida
como "Tokago". "Tokago".

8 - OXUN IBÚ ODOÍ. Esta Oxun come inhame e, junto dela deve-se manter
sempre, um inhame cru. É estreitamente ligada com as Iyamí e possui o dom
da feitiçaria. feitiçaria. Entre Entre os ararás é conhecida como "Fosupô".

9 - OXUN IBU OGALE. Esta Oxun vive rodeada de telhas de barro, É uma
Oxun velha e guerreira, considerada a guardiã das chaves. Os ararás a
chamam de "Oakerê".

10 - OXUN IYEPONDÁ .A LENDA CONTA QUE FOI ESTA OXUN QUEM


LIBEROU XANGÔ DO CATIVEIRO. SEGUNDO OUTRA LENDA, ESTA OXUN
FOI MORTA E ATIRADA ÀS ÁGUA ÁGUAS DE UM RIO, ONDE LOGROU OU
RESSUSCITAR. É GUERREIRA E BRIGONA. ENTRE OS ARARÁS É
CONHECIDA PELO NOME DE "AGOKUSI".
11 - OXUN IBU ADESÁ. Esta Oxun é a dona do pavão real, animal que lhe é
sacrificado. Seu nome significa: "A Coroa é Segura". Entre os ararás é
conhecida como "Abotô".

12 - OXUN AYEDÊ OU EYEDE. Seu nome significa: "Aquela que age como
uma rainha". Os ararás a chama chamam de Iyaáde.

13 - OXUN OKPAXE ODO. "Aquela que ressurgiu do rio depois de morta".


É conhecida, entre os ararás, como "Totokusi".

14 - OXUN IBUMI. Esta Oxun é representada pelo camarão de água doce que,
por sua vez, é seu prato preferido. Não tem paradeiro, é caminhante e fujona.
Entre os ararás é conhecida pelo mesmo nome.

15 - OXUN IBU LATIE .Esta Oxun vive no meio do rio. Só come em cabaças e
seu igbá leva 15 flechas e cinco idés dourados. Não possui coroa e quando é
vestida enrola-se sua cabeça num ojá amarelo com um filá de búzios
pequeninos. Seu nome indica que possuI poderes ilimititados que tem
fundamento com com Exú Elegbara. Os ararás a chamam de Kotunga.

16 - OXUN ELEKÉ OIYN. Esta é uma Oxun guerreira e aguerrida.


Seu igbá tem que estar sempre besuntado de mel de abelhas da mesma forma
que, segundo a lenda, massageava seu próprio corpo com este material.
É muito forte e carrega nas mãos um bastão com a ponta em forma de
forquilha.

17 - OXUN ITUMU. Esta é uma Oxun guerreira e que adora confusões.


Veste-se de branco e usa calças compridas como os homens..
Dizem ser uma temível amazona que nas águas combate montada num
crocodilo e na terra, no lombo de um avestruz. Habita as lagoas de águas
doces e pode ser encontrada sempre na companhia de Inlé e de Azawani.
Os ararás a cultuam com o nome de Hueyagbe.

18 - OXUN TINIBÚ. Esta Oxun vive com Igbadu e nasce no Odu Ireteyero.
É a matriarca da Sociedade das Iyalodes. Come cabra, cuja cabeça, depois de
seca, é colocada sobre seu igbá. Conta a lenda que tem uma irmã chamada
Miuá Ilekoxexe Ile Bomu, que é cultuada junto com ela. Esta outra Oxun não
toma a cabeça de ninguém.

19 - OXUN AJAJURA. Esta Oxun vive em lagoas, não usa coroa e é muito
guerreira. Em seu igbá colocase um casco de tartaruga.

20 - OXUN AREMU KONDIANO. Teria sido a primeira a se manifestar numa


cabeça humana. Veste-se inteiramente de branco e seu fio de contas é de
nácar e coral com gomos de contas verdes e amarelas (de Orunmilá).
Trata-se de uma Oxun muito misteriosa. Tem estreitas ligações com Obatalá,
chegando, por vezes, a ser confundida com ele. Esta Oxun ,, segundo um itan
do Odu foi quem ajudou ou Orun Orunmi milá lá a Odu Ogbekan Ogbekanaa,
foi esquartejar o elefante. Os ararás a chamam de Tefande.
23 - OXUN IBU ODOKO .Esta Oxun é muito poderosa e nasce em Ogbekana.
É agricultora e acompanha Orixá oko.

24 - OXUN AWAYEMI. Esta Oxun nasce em Oyeku Meji. É inteiramente cega e


vive na companhia de Azawani e Orunmilá.

25 - OXUN IBU ELEDAN .Esta Oxun nasce no Odu Oxe Leso (Oxe Irosun).
É a dona das fossas nasais Come cabrito capado e pequeno.

26 - OXUN IDERE LEKUN . Nasce no Odu Oturasá. Vive nos buracos


formados nas pedras pelas ondas do mar nos locais de encontro do rio com o
mar. Leva um atabaque de cunha chamado "koto "koto". ". Não usa coroa e
esconde o rosto que é deformado, com uma máscara de bronze.

27 - OXUN IBU INARE . Vive sobre o dinheiro e, na praia, sobre o caramujo


aje. Esta Oxun não gosta de dar dinheiro a ninguém.

28 - OXUN AGANDARÁ . Esta Oxun nasce no Odu Ikadi.


Vive sentada numa cadeira de braços ou num trono.
Seu igba deve estar sempre coberta com folhas secas de oxibatá e oju oro.

ÀDÚRÀ OSUN 1. 2. 3. 4. 5. 6. - Osun mo pé ó o! - N’ò pé o s’Ikú eni kankan -


Béni n’ó s’árùn eni kankan, - Mo pé ó níní owo. - Mo pé ó sí níní omo, - Mo pé ó
sí níní aláfià. - Mo pé ó sí òró. 8. - Kí àwa má ríjà ami o, 9. - Odoodún ní a mi
orógbó. 10. - Odoodún ní mí obi lóri àte o, 11. - Odoodún ni ki wón ma rí wá o!
12. - Bi a se, èyi ju bàyi lo, ni àmódún. 13. - Òsun só wá, ki o máà sí wàbálà
lárín àwa omo ré. 14. - Kí ilé má jò wá. 15. - Kí òna má nà wa o. Pè sè às à se
fún fú n wá o. o. 16. - Pèsè 17. - Eni as a se àmódi àm ódi aara. ra. 18. - Fun ní
àláfià o. 19. - Okó oba, àdá oba, kí ó ma sá wa lèsè o. 20. - Kí àwa má rí Ogun
idilé! 7.
TRADUÇÃO: - Oxun eu te chamo 2. - Não te chamo por causa da morte, 3. -
Não te chamo por causa da doença de alguém. 4. - Eu te chamo para que
tenhamos dinheiro. 5. - Eu te chamo para que tenhamos filhos. saúde . 6. - Eu
te chamo para que tenhamos saúde. 7. - Eu te chamo para que tenhamos uma
vida vi da serena. 8. - Para que não sejamos vitimados pela ira das águas. 9. -
Dizem que anualmente há orobôs na feira. 10. - Dizem que anualmente há obís
novos na feira. 11. - Que as pessoas nos vejam todo o ano. 12. - Do mesmo
modo que fizemos tua festa, que possamos fazer outra melhor, melhor, no
próximo ano. 13. - Oxun, nos proteja, para que não haja problemas entre nós,
teus filhos. 14. - Para que haja paz em nosso lar. lar. 15. - Que nossos
objetivos não se voltem contra nós. 16. - Dá-nos axé! 17. - À quem estiver
doente, 18. - Dá saúde! 19. - Que as leis dos homens não sejam infringidas por
nós. 20. - Que não haja problemas em nossa família!

1. ORIKI OSUN (Usado na Santeria de Cuba)  Yeyé  Yeyé wáile unsebó


umbó omiô. Alade olugbá ibú laiye Agbá mofé kiwo.  Yeyé  Yeyé mi na
muwá omi tutu nitosi uwenderé ati at i amagbe kpelu ré arun asó kele ati
sagbe kpefu ré arun, aso kpele mitosí di onire bogbo na burukú iwo ikó .
Olodumare obinrín okpa arô osátaní airô ati iwaju elo ojú ati rérin misin
juló Legba ni bogbo na Osá aiyagbá ati olugba ni bogbo na wura ni laiya
Iyamí, Asé.
2. TRADUÇÃO APROXIMADA: Mãe, venha à minha casa fazer o ebó
através das águas. Rainha e Senhora de todos os rios, nós, teus filhos,
suplicamos que tu, nossa mãe, traga-nos a água que limpa e refresca
nossos corpos, e que nos seques depois com teus cinco panos para
livrar-nos de todos os males. Oh, Mãe! Mensageira de Olodumare,
Santa Iyagbá, dona dos cabelos, rosto, olhos e boca mais formosos do
mundo, aquela que é dona do ouro, minha Mãe! Axé! ÀDÚRÀ OSUN 21.
- Osun mo pé ó o! 22. - N’ò pé o s’Ikú eni kankan 23. - Béni n’ó s’árùn
eni kankan, 24. - Mo pé ó níní owo. 25. - Mo pé ó sí níní omo, 26. - Mo
pé ó sí níní aláfià. 27. - Mo pé ó sí òró. 28. - Kí àwa má ríjà ami o, 29. -
Odoodún ní a mi orógbó. 30. - Odoodún ní mí obi lóri àte o, 31. -
Odoodún ni ki wón ma rí wá o! 32. - Bi a se, èyi ju bàyi lo, ni àmódún. 33.
- Òsun só wá, ki o máà sí wàbálà lárín àwa omo ré. 34. - Kí ilé má jò wá.
35. - Kí òna má nà wa o. 36. - Pèsè Pè sè às à se fún fú n wá o. o. 37. -
Eni as a se àmódi àm ódi aara. ra. 38. - Fun ní àláfià o. 39. - Okó oba,
àdá oba, kí ó ma sá wa lèsè o. 40. - Kí àwa má rí Ogun idilé!
TRADUÇÃO: - Oxun eu te chamo 22. - Não te chamo por causa da
morte, 23. - Não te chamo por causa da doença de alguém. 24. - Eu te
chamo para que tenhamos dinheiro. 25. - Eu te chamo para que
tenhamos filhos. 26. - Eu te chamo para que tenhamos saúde. 27. - Eu
te chamo para que tenhamos uma vida serena. 28. - Para que não
sejamos vitimados pela ira das águas. 29. - Dizem que anualmente há
orobôs na feira. 30. - Dizem que anualmente há obís novos na feira. 31.
- Que as pessoas nos vejam todo o ano. 21. - Do mesmo modo que
fizemos tua festa, que possamos poss amos fazer outra melhor, no
próximo ano. 33. - Oxun, nos proteja, para que não haja problemas entre
nós, teus filhos. lar. 34. - Para que haja paz em nosso lar. 35. - Que
nossos objetivos não se voltem contra nós. 36. - Dá-nos axé! 37. - À
quem estiver doente, 38. - Dá saúde! 39. - Que as leis dos homens não
sejam infringidas por nós. 40. - Que não haja problemas em nossa
família! 32.
3. CENTRO DE ESTUDOS DA CULTURA AFRO AMERICANA CECAA
ÒSÚN É ÒRÌSÀ ODÒ (DOS RIOS), É A SENHORA DAS ÁGUAS DA
VIDA OLÓÒMI AYÈ, MÃE DAS ÁGUAS FRIAS E PROFUNDAS ( ÌYÁ
OMINÍBÚ); FOI TAMBÉM UMA DAS ESPOSAS DE SÀNGÓ,
JUNTAMENTE COM OBÀ E OYÁ. ELA É MÃE CUIDADOSA (YÉYÉ
KARE); ÒRÌSÀ DA MATERNIDADE, AQUELA QUE PROPICIA A
GESTAÇÃO DE FILHOS .. É ÒRÌSÀ QUE TEM GRANDE PODER DE
FEITIÇO, POR SER A OLÓRÍ ÌYÁMI ELÉYE, ISTO É, AQUELA QUE
TEM O PODER E É A LÍDER DAS ÌYÁMI ÀJÉ, SENDO ÌYÁMI
ÒSÒRÒNGÀ, AQUELA QUE MAIS LIGAÇÃO TEM COM ÒSÚN.
ÒSÚN. É SABIDO QUE QUANDO ÒSÚN FICA ZANGADA ELA PODE
USAR OS PODERES DE ÌYÁMI ÀJÉ, PARA CAUSAR PROBLEMAS A
ALGUÉM QUE A TENHA OFENDIDO.
4.
5.
6.
7. Na lenda que fala dos primórdios do ayé, quando os òrìsà vieram se
assentar aqui na terra, conta que vieram também os dezesseis Odù
àgbà (os dezesseis odù principais). Eles vieram para ensinar aos aráayé
(os habitantes da terra) como cuidar dela, e quando estes tivessem
condições de cuidar da terra sozinhos, eles, os Odù àgbà, voltariam para
o òrun (céu). Eles convidaram Òsún para auxiliá-los na tarefa e ela
aceitou. Mas, quando eles iam deliberar sobre alguma coisa importante,
nunca chama Òsún. Quando eles iam participar de algo de alta
responsabilidade, também não chamavam Òsún. Òsún era somente
para lavar suas roupas, fazer suas comidas, cuidar da casa e não
participava de nada com eles. Até que um dia ela se fartou disso.
E foi aí que ela lançou mão dos poderes de Ìyámi Àjé, de quem ela é a
Chefe. Então, quando eles deliberavam sobre a doença de uma pessoa
e diziam que esta pessoa não sobreviveria, Òsún colocava seu àse, e
fazia com que acontecesse o contrário: aquela pessoa sobrevivia.
Quando eles diziam que alguém sobreviveria, Ela fazia com que aquela
pessoa não sobrevivesse, ela morria. Se eles diziam que alguém teria
muitos filhos, Ela fazia com que aquela pessoa não tivesse nenhum
filho. Se eles diziam que alguém jamais teria filhos, Ela fazia com que
aquela pessoa tivesse muitos filhos. Então, as coisas começaram todas
a dar errado no ayé, por mais que eles fizessem para que houvesse
prosperidade e fartura no ayé, só havia decadência, fome, seca, e Eles
não conseguiam mais acertar suas previsões e não tinham a idéia do
que causava aquilo. Então, eles intrigados foram à Òrúnmìlà, para que
ele os orientasse sobre o que estava acontecendo. E Òrúnmìlà lhes
disse que o motivo daquilo tudo, era a décima sétima pessoa do grupo
quem estava causando isso colocando o àse das Ìyámi Àjé, por não ser 
chamada a participar das decisões, e que essa décima sétima pessoa
era Òsún. E que eles deveria chamá-la para participar de tudo aquilo
que fosse deliberado, para que as coisas voltassem ao normal. Eles
voltaram para o ayé e foram pedir a Òsún que se juntasse a eles para
que houvesse harmonia e prosperidade no ayé. Mas, ela era muito
caprichosa e se recusava a juntar-se a eles, porque não fôra chamada
antes e somente agora que esta estavam precisando dela é que a
Chamavam .. Eles pediram, imploraram , ajoelharam -se aos seus seus
pés, mas, ela manteveve-se se irredutível .. Eles ficaram desesperados
com a atitude de Òsún e já não sabiam sabiam mais o que fazer para
dissuadi-la . E como Òsún estava grávida, resolveu então que ela não
participaria com eles, mas, que quando o seu filho nascesse, este se
juntaria a eles tomando o lugar de Òsún. Então, eles ficaram
ansiosiosos pelo nascimento do filho de Òsún, Òsún, que seria o décimo
sétimo elemento dos Odù àgbà. E todos os dias, eles vinham pela
manhã antes do raiar do sol, colocar suas mãos sobre o ventre de Òsún,
para passarem àse ao seu filho. Conta esse ìtòn que Ela deu a luz à Èsù
e que ele recebeu o nome de Òsétura (aquele que recebeu àse ainda no
ventre da mãe) que tem àse de acalmar o corpo. Então, Èsù passou a
integrar o grupo todas as vezes em eles se reuniam. Aí o número dos
Odù àgbà passou a ser o dezessete, ou seja, dezesseis mais um; esse
um é o significante de Èsù.
8. E, é sabido que quando os bàbáláwo vão jogar, sempre colocam um
kawri, que é preparado num ritual de Ifá, para Èsù,significando a
presença dele como do décimo sétimo elemento.
Esse kawri não pode ser visto ou tocado por outra pessoa além o Olúwo,
e fica escondido no local do atendimento das pessoas, longe dos seus
olhos. Então, Èsù ao tomar o lugar  de Òsún junto aos dezesseis Odù
àgbà, tornou-se o décimo sétimo elemento do  jogo divinatório, de
qualquer espécie ou instrumento. Òsun é considerada um òrìsà de
grande poder de feitiço, pois, ela é detententora do poder dos òrìsà, das
Ìyámi Eléye e do poder de Èsù, tornado-se por isso perigosa.
9.
10. ÒSÚN OMINÍBÚ: LONGE DE SER UMA “QUALIDADE”, É UM ORÍKÌ
QUE DIZ QUE ELA É A PRÓPRIA ÁGUA PROFUNDA (OMI = ÁGUA +
NÍ +ESTAR + IBÚ = PROFUNDEZAS). ÒSÚN ÌYÁ OMINÍBÚ: ÒSÚN,
MÃE DAS ÁGUAS PROFUNDAS. Òsún Olóòmi Ayè: Diz que ela é a
Senhora das águas da vida. É a padroeira de todo o tipo de água
potável e fria, do líquido amniótico,
11. que é a água da gestação da vida.
Òsún Léwà: Òssún é linda, é bonita.
ÒSÚN KARE: AQUELA QUE PODE NOS FAZER FELIZES OU CUIDAR
DE NÓS:
12. ORÍKÌ. Òsún, Rora Yéyé: Òsún, Mãe cuidadosa. Saudação popular de
Òsún.
ÒSÚN ÒPÀRA OU ÀPÀRÀ: É OPÀRÀ, COMO COMO JÁ DITO, CUJO
CUJO CULTO ASSEMELHAVA-SE AO DE ÒSÚN, MAS, QUE SE D
PERDEU NO TEMPO E TERMININOU OU VIRANDO QUALIDIDADADE
E POR AQUI.. SABE-SE POUCO SOBRE ÒPÀRÀ ALÉM DE
SEMELHANÇAS COM ÒSÚN, ELA, AO INVÉS DE UM ABÈBÈ (LEQUE
, ELA USA UMA ÀDÁ (ESPADA). ADA). E RECEBE EM OFENDA ,, AO
INVÉS DE CABRAS, DE ÒDÁ (BODES CASTRADOS).
13.
14. ÒSÚN YÈYÉPONDÁ OU YEPONDÁ: ÒSÚN, MÃE QUE É O VALE
PARA ONDE CONVERGEM AS ÁGUAS DA CRIAÇÃO.
ORÍKÌ. ÒSÚN ÀÀBÒTÓ: AQUELA QUE NOS DÁ BASTANTE
COBERTURA, QUE NOS COBRE EM TODAS AS NOSSAS
NECESSIDADES. É UM ORÍKÌ DE ÒSÚN.
ÒSÚN ÌJIMU OU ÌJUMU: MUITO MUITO CONHECIDA COMO
“QUALIDADE , MAS, SEGUNDO A LENDA DE ÒSÚN , IJIMU É SUA
SUA CIDA NATAL. ENTÃO A CIDADE DE ÌJIMU É SAGRADA PARA
ÒSÚN. TAMBÉM, PODE SER ÒSÚN IJEMUN = Ì = AQUELA; JE =
COMER + ÒMUN = LEITE DO SEIO = AMAMENTAR.
15.
16. Òsún Òsògbó: ÒSÒGBÓ É UMA CIDADE ONDE O CULTO DE ÒSÚN É
MUITO FORTE, ONDE ÒSÚN REINA SOBERANA (Ó JOBA-JOBÀ).
ACREDITA-SE QUE EM SE PEDINDO A ÒSÚN QUALQUER ER
COISA EM NOME DE ÌJIMU OU ÒSÒGBÓ, ELA ATENDERÁ.
. SÃO INÚMEROS OS ORÍKÌ EM QUE LHE SÃO ATRIBUÍDAS
“QUALIDADES”, COMO AINDA, POR EXEMPLO ÒSÚN ÌJÈSÀ.
ÌJÈSÀ, É O HABITANTE CIDADE DE ILÉSÀ, CIDADE TAMBÉM
YORÙBÁ, ONDE O CULTO A ÒSÚN É FORTÍSSIMO.
17. POR TER RITMO E CADÊNCIA DIFERENTES, DIZ-SE AQUI QUE É
“OUTRA NAÇÃO” DE ÒSÚN. É APENAS UMA OUTRA CIDADE QUE
CULTUA ÒSÚN DE MANEIRA LIGEIRAMENTE DIFERENTE COM AS
DIFERENÇAS REGIONAIS. DARIA PARA DIZER UM SEM NÚMERO
DE “QUALIDADES”, MAS, PARA ÒSÚN, FICAREMOS POR AQUI.
Oxum na mitologia afro-americana Quem é o orixá do amor  Oxum é
doçura sedutora. Todos querem obter seus favores, provar do seu mel,
seu encanto e para tanto lhe agradam oferecendo perfumes e belos
artefatos, tudo para satisfazer sua vaidade. Na mitologia dos orixás ela
se apresenta com características específicas, que a tornam bastante
popular nos cultos de origem negra e também nas manifestações
artísticas sobre essa religiosidade. O orixá da beleza usa toda sua
astúcia e charme extraordinário para conquistar  os prazeres da vida e
realizar proezas diversas. Amante da fortuna, do esplendor  e do poder,
Oxum não mede esforços para alcançar seus objetivos, ainda que
através de atos extremos contra quem está em seu caminho. Ela lança
mão de seu dom sedutor para satisfazer a ambição de ser a mais rica e
a mais reverenciada. Seu maior desejo, no entanto é ser amada, o que a
faz correr grandes riscos, assumindo tarefas difíceis pelo bem da
coletividade. Em suas aventuras, este orixá é tanto a brava guerreira,
pronta para qualquer confronto, como a frágil e sensual ninfa amorosa.
Determinação, malícia para ludibriar os inimigos, ternura para com seus
queridos, Oxum é, sobretudo a deusa do amor. Também deusa da
fertilidade, na Nigéria é dela o rio que leva o seu nome e no Brasil dela
são as águas doces dos lagos fontes e rios. Água que mata a sede dos
humanos e da terra, terra, que assim se torna fecunda e fornece os
alimentos essenciais à vida dos homens e mulheres tão amados pela
mamãe Oxum. Este orixá encarna a identidade feminina, vivendo
intensamente os papéis de filha, amante e mãe. De menina dengosa,
passando pela mulher irresistível até a senhora protetora, Oxum é
sempre dona de uma personalidade forte, que não aceita ser relegada a
segundo plano, afirmando-se em todas circunstâncias da vida. Com
seus atributos, ela dribla os obstáculos para satisfazer seus desejos. O
orixá amante ataca as concorrentes, para que não roubem sua cena,
pois ela deve ser a única capaz de centralizar centralizar as atençõ
atenções. es. Na arte da sedução não pode haver ninguém superior a
Oxum. No entanto ela se entrega por completo quando perdidamente
apaixonada, afinal o romantismo é outra marca sua. Da África tribal à
sociedade urbana brasileira, a musa que dança nos terreiros de espelho
em punho para refletir sua beleza estonteante é tão amada quanto a
divina mãe que concede a valiosa fertilidade e se doa por seus filhos.
Por todos seus atributos a belíssima Oxum não poderia ser menos
admirada e amada, não por acaso a cor dela é o reluzente amarelo ouro,
pois como cantou Caetano Veloso, “gente é prá brilhar”, mas Oxum é o
próprio brilho em orixá. Ora Ieiê Ô!   As faces de Oxum Oxum é
esperada ansiosamente por sua mãe, que para engravidar leva ebó
(oferenda) ao rio. E tal desespero não é o de Iemanjá ao ver sua filhinha
sangrar  logo após nascer. Para curá-la a mãe mobiliza Ogum, que
recorre ao curandeiro Ossaim, afinal a primeira e tão querida filha de
Iemanjá não podia morrer. Filha mimada, Oxum é guardada por
Orunmilá, que a cria sozinho, mas com grande grande ded dedica
icação ção para para o que e pa parra quem há de me melh lhor or no
mu mund ndo. o. Tal preciosismo faz Orunmilá ordenar o criado Exu a
ficar de guarda no palácio para evitar a entrada do indesejado Xangô.
Mas a paixão é mais forte e passa a perna no controle paterno. Xangô
alcança o lindo corpo e o amor de Oxum, que de tão feliz recebe o
consentimento de seu pai para se casar. Nascida para ser admirada e
dona das coisas boas da vida, porque é tão bela e amada, amad a,
Oxum não pode se submeter à rotina simples simples do dia a dia e
muito menos a maus tratos. Ao sair de casa para casar com Xangô, ela
espera e spera somente prazer, nada de afazeres domésticos. Quando
presa na torre por seu marido, zangado pelo seu desinteresse
desinteresse pelas tarefas da casa, ela é transformada transformada em
pombo, por Orunmilá, Orunmilá, para voar livre, de volta à proteção dos
braços paternos, para as jóias e os caprichos. Enquanto Enquanto mãe,
Oxum é bastante zelosa. Para salvar da vergonha sua filh filhaa Omó,
cujo sangue fora espirrado na roupa branca de Oxalá, ela é capaz de,
num grande esforç esf orço, o, transf transfor ormar mar esp espetac
etacula ularm rment entee as man mancha chass de sang sangue ue em
pen penas as de ecodidé, ecodidé , o pássaro vermelho, tão apreciadas
pelos orixás. Oxum coloca seu axé a serviço da salvação de seus filhos.
Da paixão pelo caçador Erinlé, nasce Logun-Edé. Ao levar seu filho para
ficar consigo no rio, a mãe Oxum o proíbe de brincar nas águas fundas,
mas o menino, curioso e vaidoso como os pais, não obedece sua mãe.
Quando vê seu filho filho sendo afogado pela antiga rival Obá, Oxum
apela desesperadamente a Orunmilá para salvá-lo. Assim é ela, a mãe
que acaricia, ajuda e suplica por sua cria quando seu poder de proteção
é limitado. Oxum é destemida diante das dificuldades enfrentadas pelos
seus. Ela usa sua sensualidade para salvar sua comunidade da morte.
Dança com seus lenços e o mel,l, sedu me seduzi zind ndoo Og Ogum
um at atéé qu quee ele ele volt voltee a prod produz uzir ir os inst instru
rume ment ntos os pa para ra a agricultura. Assim a cidade fica livre da
fome e miséria. Oxum enfrenta o perigo quando Olodumare, Deus
supremo, ofendido pela rebeldia dos orixás, prende a chuva no orum
(Céu), deixando que a seca e a fome se abatam sobre o aiê (a Terra).
Transformada em pavão, Oxum voa até o deus maior, para suplicar
ajuda. Mesmo tornando-se abutre pelo calor do sol, que queima-lhe,
queima -lhe, enegrecendo enegrecendo as penas, ela alcança a casa de
Olodumare. Olodumare. Indignada Indignada por se perceber excluída
da reunião de orixás masculinos, Oxum torna estéreis todas as mulheres
até que ela seja convidada para o encontro. Uma demonstração de que
com ela é assim: bateu, levou. Não tolera o que considera injusto e
adora uma pirraça. Da beleza à destreza, da fragilidade à força, com
toque feminino de bondade, é assim o jeito dessa deusa-heroína.
Sensível à condição de fraqueza, Oxum se dispõe a aliviar o sofrimento
alheio. Assim ela o faz quando Orinxalá tem seu cajado jogado ao mar e
a perna ferida por Iansã. Oxum vem para ajudar o velho, curando-o e
recuperando seu pertence. Ela é adorada por Orixalá. A deusa do amor
parte com um ebó até Olodumare, para que não haja mais seca na
Terra. No caminho ela não hesita em repartir os ingredientes da
oferenda com o velho Obatalá e as crianças que encontra, e mesmo
assim alcança seu objetivo pela comoção de Olodumare. Com grande
compaixão, compaixão, Oxum intercede intercede junto a Olofim-Ol
Olofim-Olodumar odumaree para que ele ressuscite Obaluaiê, em troca
do doce mel da bela orixá. E ela garante a vida alheia também ao
acolher a princesa Ala, grávida, jogada ao rio por seu pai. Oxum cuida
da recém-nasci recém-nascida, da, a querida querida Oiá. Com suas
jóias, jóias, espelhos e roupas finas, finas, Oxum satisfaz seu gosto pelo
luxo. Extremamente ambiciosa, ela é capaz de geniais estratagemas
para conseguir êxito na vida. Vai à frente da casa de Oxalá e lá começa
a fazer escândalo, escândalo, caluniando-o caluniando-o aos berros,
berros, até receber receber dele a fortuna desejada para então calar-se.
E assim Oxum torna-se “senhora de tanta riqueza como nenhuma outra
santa mulher jamais o fora”. Curiosidade é um comichão que a excita
bastante. A vontade de conhecer os segredos segredos do destino faz
com que Oxum, Oxum, esperta que que é, coloque seu poder poder de
atração sexual em acordos para esse fim. Ela Ela é espe especi cial alis
ista ta no to toma ma-l -láá-dádá-cá. cá. É des desse se mo modo do qu
quee ap apre rend ndee a arte arte da adivin adi vinhaçã hação, o, faz
fazendo endo duas trocas trocas:: relação relação sexual com Exu pel
pelas as roupas roupas de Obatalá, e as vestes do “Senhor do Pano
Branco” pelo segredo do Ifá. Assim Oxum se torna senhora do jogo de
búzios. Beleza, agilidade e astúcia são ingredientes do sucesso deste
orixá. No amor Oxum é ardorosa. Seu leito conhece muitos amantes,
para os quais propicia momentos de raro prazer, de tão formosa e
quente que é. Mas quando se apaixona realmente ela é entrega total.
Oxum luta para conquistar o amor de Xangô e quando o consegue é
capaz de gastar toda sua riqueza para manter seu amado. Ela livra seu
querido Oxóssi do perigo e entrega-lhe entrega-lhe riqueza riqueza e
poder para que se torne Alaketu, o rei da cidade de Ketu. Porém Oxum é
extremamente caprichosa e volúvel. Quando alguém lhe atrai, não
importa quem seja o parceiro ou o sentimento que vá causar, ela faz o
que for preciso para conquistar e desfrutar do prazer, mesmo que seja
tão passageiro. Rebolando e cantando provocantemente, Oxum seduz a
bela Iansã, mas logo troca-a por outro alguém, tendo de fugir para não
apanhar da deusa da tempestade. Oxum provoca disputa acirrada entre
dois irmãos por seu amor: Xangô e Ogum, ambos guerreiros famosos e
poderosos, o tipo preferido por  ela. Xangô é seu marido, mas
independente disso, se um dos dois irmãos não a trata bem, o outro se
sente no direito de intervir e conquistá-la. Afinal Oxum quer ser amada e
todos sabem que ela deve ser tratada como uma rainha, ou seja, com
roupas finas, jóias e boa comida, tudo a seu gosto. A beleza é o maior
trunfo do orixá do amor. A vaidade a faz contemplar-se constantemente
pelos reflexos na água ou nos espelhos que sempre dispõe. Não basta
ser bonita, é preciso ser insuperável. Para tanto Oxum vai ao ataque
contra quem a “ameaça”, pois a inveja abala sua autoconfiança. Ela usa
o espelho de Egungun, que só mostra a morte, para que sua irmã mais
bela, Oiá, se veja destorcidamente refletida e então enlouqueça de
desespero. Como esposa de Xangô, ao lado de Obá e Oiá, Oxum é a
preferida e está sempre atenta para manter-se a mais amada. Ela adora
enganar Obá. Oxum induz Obá a cortar a própria orelha para cozinhar e
servir para Xangô, dizendo ser o prato preferido do marido, que na
verdade fica enojado e enfurecido. Ela também engana Eleguá que, a
serviço de Obá para fazer um sacrifício, corta erradamente o rabo do
cavalo de Xangô. Outra vez Obá queria agradar seu marido, mas acaba
odiada por ele. Oxum definitivamente quer o fracasso de quem
considera rival. É preciso pisar em quem atrapalha sua supremacia.
Oxum é vingativa quando ofendida, sobretudo se sua forma física é
ridicularizada. Ela tem pavor de ser tida como velha e feia. Por isso
chega a matar o caçador  pelo qual se enamora, após tanto tempo na
lagoa se banhando, se preparando para encontrar seu amor, amor,
tempo em que envelheceu sem perceber. Oxum o mata por tê-la
confundido com a velha feiticeira IAMI-Oxorongá. É humilhação demais
para quem tem a beleza acima de tudo. Melhor é cortar o mau pela raiz,
custe o que custar, afinal ser considerada feia é própria morte para ela.
Foi de Oxum a delicada missão dada por Olodumare de religar o orum
ao aiê quand qua ndoo da separ separaç ação ão de dest stes es pe
pela la disp displilicê cênci nciaa do doss ho home mens ns.. Tam aman
anho ho foi foi o aborrecimento dos orixás em não poder mais conviver
com os humanos que Oxum veio ao aiê prepará-los para receber os
deuses em seus corpos. Juntou as mulheres, banhou-as com ervas,
raspou e adornou suas cabeças com pena de fios de contas coloridas,
coloridas, seus pulsos com idés, ecodidé, ecodidé , enfeitou seus colos
com fios idés, enfim as fez belas e prontas para receberem os orixás. E
eles vieram. Dançaram e dançaram ao som dos atabaques e xequerês.
Para alegria dos orixás e dos humanos estava inventado o Candomblé.
Os mitos da Oxum mostram o quão múltipla é sua personalidade Dessa
riqu Dessa riqueza eza de traç traços os resu resultltaa a po poss ssib
ibililid idad adee de qu quee as mu mulh lher eres es ma mais is
diferentes como as que habitam um país tão grande como o nosso, em
que a diversidade é a norma, se identifiquem com Oxum em maior ou
menor grau. Aliás, os orixás têm forte presença na música e em outras
formas de manifestações artísticas da cultura brasileira (Prandi, 1997). É
da mulher brasileira tal como a que aparece no imaginário imaginário
popular e sua proximidade proximidade com Oxum, que vamos tratar a
seguir. O modelo mítico e alguns retratos da mulher brasileira Toda a
cidade (Salvador) é d’Oxum”  “ Toda (Gerônimo & Vevé Calazans)
Talvez melhor fosse dizer “toda mulher é d’Oxum”. O orixá da beleza e
do amor é em certa medida um modelo de realização para as mulheres
brasileiras, de um modo geral, ainda que muitas não o saibam. É a
mulher que deu certo, do ponto de vista estritamente humano, isento de
julgamentos morais. O valor estético de Oxum é inquestionável. No
contexto brasileiro, inevitavelmente as mulheres se identificam com
algum traço da personalidade desse orixá. Tal como a deusa africana,
elas querem ser cobiçadas, contempladas e envolvidas intensamente no
amor, amor, pois são genericamente românticas. “E a Oxum mais
bonita, hein?  Tá no Gantois Olorum quem mandou Essa filha de Oxum
tomar conta da gente...”  ge nte...”  (Dorival Caymmi) Segundo o tipo
mítico geral, quem é d’Oxum é a vaidade em pessoa. Seus filhos têm as
formas formas do corpo arredondadas, um jeito gracioso e grande
capacidade capacidade de amar (Prandi, 1991). Gente que quer brilhar,
assim é a mulher exuberante que ostenta os dons recebidos da mamãe
Oxum. A idéia de mãe no Brasil é associada, sobretudo sobretudo à
figura figura da mulher super protetora, protetora, que é capaz de
grandes sacrifícios sacrifícios por seus filhos. Aquela que está sempre
na torcida ou preparada para acolher e consolar em seu aconchego
materno. É a chamada “mãezona” que se desdobra em seus afazeres
domésticos, tudo em função do marido e dos filhos. Ainda é presente em
nosso imaginário a figura da “mãe de leite”, aquela negra escrava que
amamentava os filhos do senhor, e cuidava dos meninos brancos com
dedicação, dedicação, as sinhás mães postiças, postiças , que são
capazes de estenderem seu carin carinho ho a mu muititos os “fil “filhos
hos”. ”. São São as mu mulh lher eres es exper experie ient ntes es qu
quee conh conhece ecem m as artimanhas da vida, as conselheiras, as
pretas-velhas da umbanda, as ‘divinizadas senho senhora ras’ s’.. Essa
Essass são as velh velhas as mu mulh lher eres es dos mo morr rros os
cari carioca ocas, s, as líde lídere ress comunitárias comunitárias,, as
baianas mães de santo. Pessoas bastante bastante reverenciadas
reverenciadas como Menininha do Gantois, Clementina de Jesus, Ivone
Lara, entre outras. “Mas é preciso ter raça, É preciso ter força, É preciso
ter gana sempre.”  (Milton Nascimento) O amor traduz-se em entrega de
si na maternidade. Ser mãe é prazer e dor, mas, sobretudo uma
profunda experiência amorosa para uma mulher. Não por acaso a mãe é
aquela que mais se alegra com sucesso e quem mais se angustia com o
sofrimento de quem antes de mais nada é seu filho. Talvez por essa
doação de si na relação materna, a mulher seja mais propensa à
gratuidade no convívio social. Daí para um envolvimento num tipo de
trabalho comunitário é um passo. A liderança da mulher em associações
de moradores, movimentos populares e grupos religiosos é fato no meio
da população pobre brasileira. A mulher é mais sens sensív ível el ao
trab trabal alho ho volu volunt ntár ário io e a do dona na de casa casa
ma mais is disp dispon onív ível el pa para ra a participação em
organizações sociais a partir da condição de proximidade de moradia,
tais como em igrejas e grupos de bairro. Dessa atitude pode surgir 
engajamento político, projeção abrangente e até exercício de cargos
públicos. E aí então o modelo são as conquistado conquistadoras ras de
adesão e voto, como: como: Luiza Erundina, Erundina, Benedita da
Silva, Deolinda Alves do movimento dos sem-terra. "Ó mãe, me mostra,
me ensina, me diz o que é feminina. Não é no cabelo, cabel o, no dengo,
no olhar, olhar, feminina menina por todo lugar”  (Joyce) Em nossa
sociedade, contudo ainda é forte a idéia de que “menino é para
conhecer o mundo e menina é para se casar”. A questão da sexualidade
aí é marcante. O machismo segue fazendo essa distinção, afirmando
que a filha deve ser mais protegida que o filho. Tal como Oxum, na
relação com seu pai Orunmilá, tantas e tantas meninas são criadas com
grande zelo, guardadas pelos pais dos supostos perigos do mundo. A
menina conhece desde cedo o dengo da família, as roupas e os objetos
femininos, pelos quais ela brinca com sua vaidade. Ela cresce sabendo
que ser bonita é bastante importante. O Brasil é um “país abençoado
por  Deus e bonito por natureza”, como cantamos freqüentemente com
Jorge Benjor. O fator de identidade nacional, enquanto aquilo que temos
a oferecer para o mundo, desde a época da Colônia, tem sido nossas
belezas naturais. Nesse mesmo ideário, a mistura das três raças teria
gerado um povo bonito e originalmente astuto para superar as
dificuldades. O catolicismo europeu conferiu um controle formal e frouxo
da conduta moral, e as religiões africanas contribuíram co ntribuíram
significati significativament vamente e com os elemen elementos tos
festa e sensualidade, sensualidade, na formação formação do jeito
brasileiro de ser e de viver. Em nosso país, o que é para ser mostrado
parece sobressair ao que é vivido, o carnaval é um bom exemplo disso.
A forma do corpo tem grande importância, o que dá pistas de que, por
vezes, o valor da estética prepondera ao da ética. A mulher brasileira
valoriza sobremaneira a beleza física enqua uannto elemen entto de
afirmaçã çãoo pesso soaal, afi afinal a sensuali alidade é
reconhecidamente um dos traços do nosso povo. No contexto de acesso
limitado ao conforto e bem estar, a mulheres atribuem à beleza as
possibilidades de ascensão social, por meio de melhores oportunidades
de trabalho, trabalho, destinadas destinadas a quem possui possui o tal
quesito quesito “boa aparência”. aparência”. Não por  por  menos há
tanta procura da parte de mulheres mulheres em geral por produtos
cosméticos, cosméticos, academia de ginástica, cirurgia plástica, enfim
recursos para fazer parecer mais bonita. Além de posse material, as
pessoas querem ter prestígio. E a mulher quer  ser cortejada, desejada
pelos homens e invejada pelas outras mulheres. O sonho de ser rica e
famosa, bem como bastante atraente sexualmente, faz grande parte das
meninas ter como ídolos as famosas modelos, atrizes, cantoras,
apresentadora apresentadorass de TV, TV, com esses atributos.
atributos. Nesse nível estão as mulheres mulheres tidas como “símbolo
sexual” de suas épocas: Carla Perez, Luisa Brunet, Vera Fisher, Sônia
Braga, Marta Rocha, Carmem Miranda Miranda O dom de sedução de
Oxum vai de encontro a uma idéia preconceituosa, largamente
difundida, que é a do estereótipo da mulher bonita que, a fim de atingir 
seus seus prop propósi ósito tos, s, é capaz capaz de de deititar ar-se
-se com com qu quem em lhe lhe convé convém. m. É bas basta tant
ntee conhecida conhecida vem de longa data esse tipo de rotulação
rotulação em mulheres da vida pública pública naciona nacional,l, como
Xuxa Xuxa por exem exemplo plo,, que “só chegou onde chegou chegou
porque porque foi namorada do Pelé”. Sendo mulher bonita e bem
sucedida há quase sempre suspeita sobre sua real competência. Não é
só o sex appeal , capaz de fazer o transito parar, que fascina. As
mulheres têm vontade de ser as encantadoras meninas. São as jovens,
simpáticas mulheres, que todo homem gostaria de ter como namorada.
Elas Elas são são idea idealilizad zadas as pe pelo lo pú públ blic icoo
ma mascu sculilino no pa para ra um umaa rela relação ção afet afetiv
ivaa ma mais is duradoura duradoura e não só como parceiras parceiras
sexuais, pois aliam a beleza à meiguice. meiguice. São as chamadas
“namoradinhas do Brasil”, como Angélica e Regina Duarte. “Toda mulher
quer ser amada, Toda mulher quer ser feliz, Toda mulher se faz de
doida, Toda mulher é meio Leila Diniz”  (Rita Lee) O machismo
machismo ainda é forte na sociedade sociedade brasileira. brasileira. A
distinção de papéis persiste persiste oprimindo muitas mulheres que
permanecem submissas. Apesar da liberação sexual ocorrida nos anos
60, a ousadia de mulheres que contestam, rompendo com padrões
conservadores conservadores,, ainda lhes custam alguns comentários
comentários negativos. negativos. O desejo de inovar, atraindo a
atenção do público é outro traço da mulher brasileira, como Baby do
Brasil, Rita Lee e principalmente Leila Diniz. Dada a maior vaidade, a
competição é mais comum entre as mulheres que entre os homens, pois
em certa medida “uma quer brilhar mais que a outra”. Essa
predisposição para competir, competir, quando exacerbada e aliada
aliada à uma grande ambição, impulsiona a mulher a passar por cima de
quem está em seu caminho. Assim são as conhecidas vilãs das
telenovelas. Tal como a sedutora Oxum, há mulheres que adoram jogar
com os homens. São em geral caracterizadas pela vulgaridade, com a
qual não hesitam em “rodar a baiana” quando julgam necessário.
Vestem-se extravagantemente para chamar a aten at enção ção e est
estão ão semp sempre re joga jogando ndo seu seu char charme me
para para conqu conquis ista tarr. Essas Essas são a chamadas
“peruas” ou as prostitutas, as famosas pombagiras da umbanda. A
esposa de Xangô ama profundamente a ponto de abrir mão da riqueza
por seu amor. Assim é a mulher que chega a colocar de lado seu projeto
pessoal para estar com seu amado. A brasileira é a Oxum, com suas
diversas faces. Orixá e humano se espelham. Na mitologia dos orixás
Oxum é a filha dengosa, mulher  irresistível e corajosa e a mãe
protetora. Seu caráter voluntarioso, como redentora dos aflitos, remete à
grande mãe da devoção católica, a Nossa Senhora em suas diferentes
versões. Por outro lado, ela é o vaidosíssimo orixá do ouro, que não
aceita brilhar menos quee ning qu ninguém uém e fa fazz de tudo para
sat satis isfaz fazer er seus desej desejos, os, profa profanam namen
ente te concebidos. Aí então ela é a Eva transgressora, movida pela
sedução. Deusa da vaidade, da beleza, da fertilidade, do amor, se Oxum
fosse uma escola artística certamente certamente seria a barroca
barroca por seus exageros, exageros, suas contradiçõe contradições. s.
Oxum é um arquétipo de feminilidade, sobretudo para as mulheres
brasileiras. Referências bibliográficas PRANDI, Reginaldo. Mitolo
Mitologia gia de Orixá Orixás, s, Mitos Mitos afro-a afro-amer merica
icanos nos reunid reunidos os e recontados, São Paulo, 1997 (mimeo).
Os candomblés de São Paulo. São Paulo, EduspHucitec, 1991.  A
expansão da religião negra na sociedade branca: música popular
brasileira e legitimação do candomblé. candomblé . São Paulo, 1997
(mimeo). OSUN OPARA No Dicionário de Yorùbá de R.C. Abraham,
University of London Press temos: 1-) APARA (acento ré+ré+ré, ou seja,
sem acentos) = nome Feminino. 2-) OPARA ( com qualquer acentuação
que seja, com ou sem ponto em baixo da letra “O”, não existe neste
dicionário) A Dictionary of the Yoruba Language, University Press Ìbàdàn
Ltd., temos: 1-) Àpárá (acentos do+mi+mi) = raillery – lampoon –
caricature   – jest 2-) Àpárà Àpárà (acentos (acentos do+mi+d
do+mi+do) o) = tipo tipo de uma árvore árvore 3-) OPARA OPARA ( com
qualquer qualquer acentuação que seja, com ou sem ponto em baixo da
letra “O”, também também não existe neste dicionário) Já Eduardo
Fonseca Jr. Em seu Dicionário Yoruba Portug Português uês indica:
indica: 1-) Àpárá (acentos (acentos do+ do+mi+ mi+mi) mi) gracejo,
gracejo, sátira, sátira, carica caricatur tura, a, galhofa 2-) Àpárà (acentos
do+mí+do) = nome de uma árvore *Nota: Observe que até aqui trata-se
de uma cópia literal do Dicionário da Universidade de Ìbàdàn. 3-) Apara
(acentos (acentos ré+ré+ré ré+ré+ré)) = Modo – “que vai e vem” –
aquele/a aquele/a que vai e vem – qualidade da Divindade Òsun.
(importante: esta informação é segundo o autor) 4-) Opara ( com
qualquer acentuação acentuação que seja, com ou sem ponto em baixo
da letra “O”, também não existe neste dicionário) Até aqui concluímos
que a palavra OPARA não se encontra nestes dicionários do idioma
Yorùbá . Na África se conhecem títulos para Òsun relacionados com
LOCALIDADES ou LENDAS (fatos) onde ela esteja inclusa, mas isso
não faz com que sejam vários tipos diferentes de Òsun. Trata-se sempre
da MESMA ÒRÌSÀ ÒRÌSÀ ÒSUN. Algumas passagens relacionadas
com Òsun: Yèyé Ade-Oko, Yèyé Ipondá (tem ponto em baixo baixo da
letra letra “O”, “O”, fonéti fonética ca = ipóndá), ipóndá), Òsun Lògún,
Lògún, Yèyé Yèyé Ojumo Ojumo (tem ponto em baixo da Segunda letra
“O”, fonética – ôdjumó) Yèyé Iloba (tem ponto em baixo da letra “O”,
fonética = ilóba), Yèyé Ilè Elepe (todas as letras “E” tem ponto em baixo,
fonética fonética = ilé élépé), Yèyé Jakuepe (fonética (fonética =
djacuêpê), djacuêpê), Yèyé Ojuna (fonética (fonética ôdjuna) Yèyé Yèyé
Igando, Igando, Yèyé Ode-Dudu (fonética (fonética ódé dudu) Yèyé
Adobaba. • YÈYÉ YÈYÉ ÒPÀR ÒPÀRÀ À (ACEN (ACENT TOS DO+D
DO+DO+ O+DO DO E COM COM PONT PONTO O EM BAIX BAIXO O
DA LETRA LETRA “O”, “O”, FONÉTI FONÉTICA CA = ÓPARA ÓPARA -
"NÃO É ÓPARÁ ÓPARÁ") "),, PARA O TÍTULO TÍTULO ÒPÀRÀ EU
NÃO ENCONTREI UMA TRADUÇÃO PLAUSÍVEL, MAS SEU ORÍKÌ DIZ
QUE ELA ESTÁ RELACIONADA COM UMA PASSAGENS
PASSAGENS JUNTO A SÒNPÒNNÓN, VEJA LÁ: 12345678- YÈYÉ
YÈYÉ ÒPÀ ÒPÀRÀ ! OBÌNRI OBÌNRIN N BÍ OKÙNRI OKÙNRIN N NÍ
ÒSUN ÒSUN A JÍ SÈRÍ SÈRÍ BÍ ÈGÀ ÈGÀ YÈYÉ YÈYÉ OL OLOM
OMII TÚT TÚTÚ Ú ÒPÀR ÒPÀRÀ À ÒJÒ ÒJÒ BÍR BÍRII KALE KALEE
E AGBÀ OBÌNRI OBÌNRIN N TI GBOGBO GBOGBO AYÉ N’PE N’PE
SIN Ó BÁ BÁ SÒNP SÒNPÒNN ÒNNÓN ÓN JÉ PÉTÉ PÉTÉKÍ KÍ O BÁ
ALÁGBÁRA ALÁGBÁRA RANYANGA RANYANGA DÌDE. 12345- YÈYÉ
YÈYÉ ÒPÀ ÒPÀRÀ ! ÒSUN É UMA MULHER MULHER FORTE FORTE
COMO COMO HOMEM. HOMEM. SUA VOZ É BONIT BONITA COMO
COMO A VOZ VOZ DO PÁSSARO PÁSSARO SENHOR SENHORA A
DAS ÁGUAS ÁGUAS FRES FRESCAS CAS ÒPÀRÀ DANÇA COM O
VENTO VENTO SEM QUE QUE POSSAMOS POSSAMOS VÊ-LA 6-
MULHER ANTIGA DE MUITA SABED BEDORIA QUE TODOS NÓS
VENERAMOS 7- QUE COME PÉTÉKÍ COM SÒNPÒNNÓN
SÒNPÒNNÓN (*****) (*****) 8- QUE ENFREN ENFRENT TA PESSOAS
PESSOAS PODEROSAS PODEROSAS COM COM SABEDOR
SABEDORIA IA E CALMA. CALMA. Portanto a Cultura Religiosa Yorùbá
conhece o Título Òpàrà envolvendo Òsun com Omolú. Eu não tenho
referencias de Apará nessa Cultura. Òsun SUA ORIGEM VEM DA
NIGÉRIA, MAIS PRECISAMENTE DO RIO ÒSUN QUE BANHA ÌJÈSÀ,
IJEBU E OSOGBÒ. SEU PRINCIPAL TEMPLO SITUA-SE EM
ÒSOGBO E ATÁÓKA (O OBA DESTA REGIÃO É SEU PRINCIPAL
ADORADOR). Òrìsà da beleza, doçura e benevolência, vaidade e
fecundidade. Sendo o Òrìsà da fecundidade a iniciação no Candomblé
sendo um nascimento ela se faz presente em todos os momentos da
feitura, é a dona do Osú, aquela que traz a possibilidade de
comunicação com os Òrìsàs. Quando um óvulo é fecundado, Òsun se
faz presente, vai proteger o feto e assegurar sua vida a partir deste
momento, passando pelo seu nascimento e crescimento até que adquira
domínio sobre um idioma. Quando o embrião se forma no útero
imediatamente o sangue é retido e forma-se a placenta, que está
permanentemente ligada ao feto através do cordão umbilical e mantém a
sua vida. Esse acúmulo de sangue proporciona a vida do bebê. O
sangue mandado por Òsun é a existência da vida, pois a menstruação é
para as mulheres um bênção de Òsun, revela a realidade de seu poder:
a possibilidade de gerar filhos. É na placenta que se aloja o destino de
cada ser, seu Odù, que coloca em jogo a vida da criança e de sua mãe.
Quando uma criança nasce se a placenta não for retirada a mãe
certamente morrerá, é o sangue que jorra sobre a criança no dia do
nascimento que a consagra à vida. Todas seus símbolos remetem à
idéia de fecundidade. Os peixes ou os pássaros, através das escamas e
das penas, evocam a multidão dos seus descendentes. DENTRO DO
KETÚ, BRASIL, SÃO 16 AS "QUALIDADES" (CAMINHOS) DE ÒSUN,
AS MAIS VELHAS RESIDEM NAS PROFUNDEZAS DOS RIOS E AS
MAIS NOVAS NAS PARTES SUPERFICIAIS. OPARÁ É A MAIS
JOVEM E A MAIS GUERREIRA, TÃO FEROZ QUE É CAPAZ DE
BEBER O SANGUE DE SEUS INIMIGOS.  YÈYÉ KARÈ TAMBÉM É
MUITO GUERREIRA, MAS SUA ARMA É UM OFÀ (ARCO E FLECHA).
YÈYÉ IPONDÁ É A MÃE DE LÒGÚN ODE E COM SUA ESPADA
ESPADA GUERREIA GUERREIA BRAV BRAVAMENTE. AMENTE.
ÒSUN AJAGIRA E YÈYÉ ONÍRA TAMBÉM SÃO GUERREIRAS, FOI
ESPOSA DO MAIS VELHO ÒSÓÒSÌ QUE EXISTE E CRIOU OS
FILHOS DE OYA TEVE COM SEU MARIDO, ALIÁS SÓ PERMITIA QUE
OYA TRATASSE DE SEUS FILHOS QUANDO ELES ADOECIAM. Nas
nascentes dos rios reside Yèyé Odò. Òsun Ijìmú é a rainha de todas as
Òsun com Àyàlà, que também foi esposa de Ògún Alagbedé e é
conhecida como a avó que tocava música num fole para fazer Egúngún
dançar, mantendo estreita ligação com Ìyá-mi. Òsun Abalò é a mais
velha de todas, outra Òsun velha e briguenta é Òsun  Yèyé Ogá,  Yèyé
Merín é feminina e elegante. Òsun Gbo é a padroeira da cidade de
Osogbò e padroeira das mulheres parturientes. Yèyé Olóko vive na
floresta. Além dessas existem  Yèyé Ipetú,  Yèyé Pòpólokum
Pòpólokum, cultuadas nas lagoas e, dizem, não sobem à cabeça das
pessoas. Esses nomes podem variar da África para o Brasil Brasil,, mas
tod todos os concord concordam am que exi existe stem m 16 qua qualid
lidade ades. s. Essas Essas qua qualid lidade adess provavelmente
sejam "passagens e encontros dessas energias (Òrìsà) com os demais
ebora". O Abèbé (leque com espelho) é o símbolo da sua vaidade, mas
também uma arma que ofusca os olhos de quem a ataca. A água e a
terra veiculam àse genitor feminino: a água elemento contido na terra.
Òsun é o Òrìsà do rio de mesmo nome. No Brasil está associada à todos
rios, cascat cascatas as,, córre córrego goss e me mesm smoo ao ma
marr, vist vistoo qu quee a gran grande de en entitida dade de Olòkun,
associada ao mar em país Yorùbá Yorùbá não é cultuada de forma
intensa no Brasil. Òsun é a genitora por excelência, ligada
particularmente à procriação e, nesse sentido, ela está associada à
descendência no àiyé. É a patrona da gravidez: "Nígbà tí àun ó sì mo bò
láti òdò Olódùmarè un ló okù omo lé lówó wípé eni tí Òrìsà bá sèdá kalè
tán, bi Òsun yò se móo pín omo fun gbogbo àwon tí omo kò bá fé gba
inú won wáyé. Àti bi omo bá nwá nímú, eni tí ó mo se ìtójú rè tó kò fi ní í
móorí ìdàànú títí o fi móo wáyé. Tó bá sì wà sí ayé náà. Nigbà tí kò tíi ní
òye tí kòi tí mò èdèé fò, gbogbo ònà àwòyè rè Òsun no wón kó odùn
omo lé lowo. Kò sì gbodò bínú enikan pé eleyí ni òtá mi, kò bímo tàbí
elèyí ni òré mi. Isé tí won rán Òsun oùn nìyí, òun ni Ìyàmi àkókó, òun si
ni Olòtójúu àwon omo láti ní títí di ìgbà tí yí ní òye táà n pè ní àwòyè
Òsun ni álàwòyè omo Bi Òsun ò tí se gbódò bá enìkan sòtá nìyì." "No
tempo da criação, quando Òsun estava vindo das profundezas do òrun,
Olódùmaré confiou-lhe o poder de zelar por cada umas das crianças
criadas por  Òrìsà que iriam nascer na terra. Òsun seria a provedora de
crianças. Ela deveria faze fazerr co com m qu quee as cria crianç nças
as pe perm rman anec eces esse sem m no ve vent ntre re de su suas
as mã mães es,, assegurando-lhes medicamentos e tratamentos
apropriados para evitar abortos e contratempos antes do nascimento;
mesmo depois de nascida a criança, até ela não estar dotada de razão e
não nã o estar falando alguma língua, o desenvolvimento e a obtenção
de sua inteligência estariam sob o cuidado de Òsun. Ela não deveria
encolerizar-se com ninguém a fim de não recusar uma criança a um
inimigo e dar  a gravidez a um amigo. A tarefa atribuída a Òsun é como
declaramos. Ela foi a primeira Ìyá-mi, encarregada de ser a Olùtójú awon
omo (aquela que vela por  todas as crianças) e a Álàwòyè omo (aquela
que cura as crianças). Òsun não deve vir a ser inimigo de ninguém." Por
ser a patrona da gravidez, Òsun está ligada ao corrimento menstrual, e
às atividades que representam esse corrimento. Ela é Ìyámi Àkókó (Mãe
ancestral suprema). Ela é a cabeça da sociedade das Ìyá-mi, chamadas
também de Ìyá-àgbà (as mães anciãs). Em um ìtòn Òsun transformou o
Ohun-omobìrin (corrimento menstrual) em penas vermelhas de ikódídé,
colocando dentro de uma cabaça, onde se diz: "Yèyé sawo" (Mãe fez
mistério, ou mãe conhece segredo, é mistério). Neste mesmo ìtòn
Òòsààlà rende homenagem à Òsun fazend fazendoo dòdòbálè. Nesse
conte con text xto, o, o vermel vermelho ho repr represe esent ntaa o
pod poder er de real realiza izaçã çãoo o àse àse de ge gest staçã ação,
o, humana, animal, vegetal, mineral; o àse da terra também simbolizado
por suas águas que o veiculam. A gestação significa abundância e
riqueza. A cor de Òsun é o pupa ou pon, que significa tanto o vermelho
como amarelo. Pón ròrò é o amarelo-dourado, a cor que caracteriza
Òsun. O am amar arel eloo é um umaa qu qual alid idad adee do verm
vermel elho ho,, um verm vermel elho ho-c -cla laro ro e be bené néfifico
co,, significando "está maduro". Outra forma de dizer vermelho em
yorùbá é pupa eyìn, literalmente quer dizer, gema de ovo. ovo. Sendo o
ovo um dos seus símbolos mais representativos de seu àse e de todas
Ìyá-àgbà (ancestres femininos). Todos metais amarelos pertencem
pertencem a Òsun, o ouro e principalm principalmente ente o bronze. As
As penas de ikódídé ikódídé representam representam o poder de Òsun-
Olórí-Eléye (chefe suprema das possuidoras-de-pássaros),
representando como os cauris, seres individualizados, o elemento
procriado. O título de Ìyáalódé não é apenas de Òsun e Nàná, mas ao
cabeça de cada comunidade Ìyálódé. A Ìyálódé reúne as mulhe
mulheres res para discussões discussões públicas que lhes interessam.
Antigamente elas possuíam escravos. A Ìyálódé representa todas
mulheres de sua comunidade. Esse é o maior título honorífico que uma
mulher  pode receber e que a coloca automaticamente à cabeça das
mulheres e da representação no àiyé o poder ancestral feminino. O
abèbè, leque ritual, é seu emblema, símbolo da cabaça-ventre com o
pássaro-procriação. Erelú é o título da sociedade secreta Ògbóni,
complexa instituição religiosa e política que compreende representantes
de todos os segmentos da sociedade e que contrabalançava
antigamente o poder dos reis, particularmente Òyó e em outras grandes
cidades Yorubana. Yorubana. Òsun também está ligada a Èsù na
comunicação e vidência; é através do eríndínlógún que os Òrìsàs
revelam os caminhos e desejos para o equilíbrio de todo o sistema, é
Èsù quem movimentará os cauris de Òsun e trará essas respostas.
Mostrando a relação de Òsun com Òrúnmìlà, também se destaca dentro
do culto à Ifá. Como têm ligação a Ajè, tem o poder pod er da feitiçaria.
Babalòrìsà Francisco d´Ósóòsì Ilè Òrìsà Odè Inlè Elementos e símbolos
Dia Sábado. Metal Ouro, cobre, latão e bronze. Símbolo Abèbé, idé.
Omolokun, Ipetè, Aberèn. Ajeun Saudação Profissão Rora Yèyé ó fí dé rí
omon! (Mãe (Mãe cu cuid idad ados osa, a, aq aque uela la qu quee us
usaa co coro roaa e olha olha seus seus filhos!). Odontologia, medicina,
veterinária, pedagogia, culinária, estética. Pedr Pedraa prec precio iosa
sa Bril Brilha hant nte. e. Partes do corpo corpo todo o rosto, rosto, o
baixo baixo ventre, ventre, o baço, às às vezes o coração; coração; patr
pa tron onaa do vent ventrre, a ter tercei ceira visão isão e a circ circul
ulaç ação ão sangüínea. Cor Amarelo-ouro. Toques Ìjèsà (preferido),
Batá, Agere, Ilù. Domínios Rios, Rios, cachoei cachoeiras ras,, mar, mar,
cascata cascatas, s, amor amor, fecund fecundida idade, de, gestação e
maternidade. Dão muito valor à opinião opinião pública, fazem qualquer
qualquer coisa para não chocá-la, preferem contornar suas diferenças
com habilidade e diplomacia. São obstinados na busca de seus seus ob
obje jeti tivo vos. s. Tem tend tendên ênci ciaa a en engo gord rdar ar,,
são são risonhos e bem humorados. Têm vida sexual intensa, mas com
muita discrição, pois detestam escândalos. São pessoas amáveis e
cativantes, sempre preocupadas com o que os outros vão pensar.
Choram fácil e por qualquer motivo. São elegantes e de Características
muita sutileza. São atraentes e não raramente volúveis. É o tipo
atemporal, pois é tanto maternal como passa pela pe lass mani manias
as de um umaa velh velha, a, e tamb também ém po poss ssui ui um
umaa juven ventude de cri criança inco con nseq eqü üente, que julga
naturalmente merecer todos cuidados e mimos. Não são confiáveis para
segredo, pois tem o costume de falar  demais, ciumentas, as, vingativ
tivas, possessivas e desatentas. Devem Ter cuidado com acidentes
domésticos e fogo. Abebê - Um objeto nascente da cabaça No amplo e
diverso diverso conjunto de objet objetos os usuais nas religiões
religiões de origem origem africana e em outras processadas em âmbito
afro-brasileiro, há destaque especial para a cabaç cab aça, a, en enqua
quant ntoo ob obje jeto to e símb símbol oloo plur plural alme ment ntee
inte interp rpre reta tado do e visí visívei veiss no noss templos, nos
santuários, e nas cozinhas entre outros espaços. A cabaça forma
instrumentos musicais, como aguê e o afoxé, contempla o berimbau-de-
barriga ou, aind ainda, a, é refer eferen enci ciaa ao xe xere re - ch choc
ocal alho ho de Xang Xango, o, pe peça ça qu quee emi mitte so sons ns
característicos e que chama os Orixás nos candomblés, notadamente os
nagos. A cabaça imemorialmente representa a barriga - útero, a
sexualidade feminina e o todoo ema tod emanent nentee des dessa sa
sim simbol bolizaç ização, ão, - marcan marcando do dese desenho nho
vol volumo umoso, so, sem sempre pre lembrando um estado de
gravidez - repertório constante da vida e sua procriação, para os
homens e os deuses. O abebê é objeto yorubá - condicionamento ao
amplo imaginário imaginário referente referente acabaça, acabaça,
constituindoconstituindo-se se num emble emblema ma das Yas, que
são as mães ancestrais, divindades das águas, relacionadas com a vida
e a morte. Tanto em espaço africano, em pólos de coexistência histórica
e religiosa dos Orixás e Voduns na Nigéria e Benin, como em núcleos de
manutenção dessa historia no Brasil, notadamente no candomblé e no
xangô, há objetos rituais e litúrgicos evidentemente masculinos e
femininos e uma terceira categoria, para os andrógenos. O abebê inclui-
se entre os femininos e andrógenos. Geralmente, objetos masculinos
são verticais, eretos, expressivamente fálicos como os apá-ogô de Exu,
ferros de assentamentos de Ogum, Oxosse, Ossãe, Erinlé, entre outros
santos machos como são chamados pelo povo do santo. Para as san
santa tass fê fême meas as,, são gu guar arda dadas das as fo form
rmas as arre arredo donda ndada das, s, comp compar arada adass à
anatomia da mulher - seios, nádegas e barriga, onde novamente ser
referem à cabaça - útero fortemente ligadas a laços ancestrais e
formuladores do gênese do mundo e dos homens. São meias cabaças
para os assentamentos e abebês como insígnias de Oxum e Yemanjá.
Oxalufã, na sua interpretação essencialmente nàgó, porta o opaxoro e
um abebê que marcam o caráter andrógeno andrógeno do Orixá da
criação, símbolos gerais dos Orixás funfun (brancos). O abebê é
identificação imediata das Yas, popularmente chamadas e conhecidas
como as mães d'água. Diz o costume que os abebês de Oxum são
dourados, em latão, até em ouro, recebendo de seus construtores
trabalhos elaboradíssimos, revelando aspectos identificadores do Orixás
mais vaidoso, as água doces, yalode - a grande senhora. Abebê - do
yorubá, leque - leque em diferentes metais, mantendo o formato
arredondado, decorado por marcheteamento, incisos, ampliações e
pendantifs, geralmente geralmente em metal. O tamanho médio de um
abebê gira em torno de 30 cm de altura e 15 cm de largura, podendo
nos candomblés acrescido de laços de fitas em cetim e nas cores dos
Orixás: amarelo e rosa pra Oxum; azul e verde para Yemanjá. Os
abebês compõem assentamentos nos santuários pejis - especialmente
no candomblé e no xangô. São vistos também em miniatura na
composição dos ibás - conjunto de louça ças, s, peç eçaas em metal e
otás (pedra dras) que fazem os asssentamentos dos Orixás, Voduns e
Inkices. Os abebês são peç as eçaas indispensáveis nas roupas
cerimoniais, sendo emblema marcante e identificador  de Oxum e
Yemanjá. Os abebês poderão ser complementados com outras
ferramentas, como o alfanje e o ademata - arco arco e seta seta,, repr
repres esen enta tand ndoo as qu qual alid idad ades es da dass Sant
Santas as características mitológicas. Abebês recentes feitos em
papelão e cobertos de tecidos e lantejoulas ou ainda com detalhes em
canutilhos e metalóide, são franca francamen mente te consumi
consumidos dos pel pelos os terrei terreiros ros,, ocup ocupand andoo
as mes mesmas mas fun funções ções dos objetos convencionais, em
diferentes folhas metálicas. O abebê pode também ser  interpretado
enquanto um objeto emissor de sons -instrumento musical não formal -
quando exibe elementos complementares, como guizos, pendantifs em
latão, búzios entre outros. Durante as danças rituais de Oxum, segundo
modelo gexá, o abebê é usado e mostrado com diferentes finalidades e,
assim, emite sons característicos que se unem aos dos atabaques,
afoxés e agogôs. Alem do abebê marcar visualmente as Yas, ha o uso
feminino dos leques à européias também integrados integrados as
montagens simbólicas simbólicas nos santuários, santuários, convivendo
convivendo com os demais demais objet obj etos os de uso e repr
represe esent ntaçã açãoo niti nitida dame ment ntee afro afro-b -bra rasi
sile leir iro. o. Algu Alguns ns casos casos especiais são incluídos neste
âmbito de abanos - abebês -, são os feitos em pele, couro e estrutura de
metal, couro e detalhamento em búzios. No Benin, o ezuzu é um abano
circular em pele, couro e cabo em madeira. O ezuzu expressa o poder 
social da mulher - distingue rainhas - mães e amplia seus domínios ao
âmbito religioso - relativamente uma insígnia, como o bastão, para a
representação do poder masculino. Diferentes soluções plásticas e
destinações de abebês são documentadas nos livros catálogos sobre as
mais importantes coleções afro-brasileiras existentes no país,
destacando as do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, do
Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, do Museu do Estado de
Pernambuco e Museu Arthur Ramos. Próximo à casa c asa do presente,
no Rio Vermelho, Salvador, Salvador, Bahia, vese esculturas
representando uma sereia em cimento armado sexual, segundo
concepções imemoriais da mulher - peixe, no caso afro-brasileiro uma
das formas usuais das Yas, para os candomblés e os xangôs. A sereia
exibe um abebê que se projeto por sobre o mar - referencias dos Orixás
das águas, símbolo da fertilidade e das mães ancestrais. transcrito do
livro - O Povo do Santo - de Raul Lody OXUM ITAN  Conta a lenda que,
em um tempo imemorial, o rei Xangô, orixá escolhido por  Oxalá para
governar a terra e os outros deuses, deuses, tinha diversas diversas
esposas. As duas mais importantes eram Yansã, a Senhora das
Tempestades, Tempestades, e Oxum, cujo domínio se estendia pelos
rios, lagos e cachoeiras. Certo dia, enciumada da preferência de Xangô
pela sua adversária; Yansã decidiu vingar-se de Oxum e, em um raio
intempestivo de cólera, investiu contra a mãe das águas doces, quando
esta se banhava nua às margens de um grande lago, tendo apenas um
espelho entre as mãos. Devido ao fato de não ser uma guerreira, mas
uma mulher dócil e vaidosa, afeita apenas aos expedientes da Sedução
Sedução e da Dissim Dissimula ulação ção para para se def defende
ender; r; Oxum Oxum viu viu-se -se com comple pletam tament entee
indefesa frente à ira arrebatadora da Rainha dos Raios. Oxum, então,
rezou a Oxalá e, em um instante mágico, percebeu que o Sol brilhava
forte nas costas de sua agressora. Rapidamente, ela utilizou seu
espelho para refletir os raios solares de forma a cegar Yansã. Yansã. Ao
saber da vitória de Oxum, o rei Xangô reafirmou sua preferência pela
Senhora das Águas, que além de mais bela e delicada, provou ser
também mais poderosa que a Senhora das Tempestades. Tempestades.
"Oxum é a alegria alegria do sangue das mulheres fecundas. fecundas.
Até mesmo Oxalá teve que inclinar-se à seu poder." A tradição Nagô
relata a Lenda de uma sacerdotisa, Omo Òsun ('filha de Oxum"),
encarregada de cuidar dos paramentos de Oxalá. Havia muitas
mulheres com inveja dela que para criar caso, jogaram a coroa de Oxalá
no rio, pouco antes do começo do grande festival anual. Omo Òsu sunn
co cons nseg egui uiuu en enco cont ntrrá-l á-la na ba barr rrig igaa de
um pe peix ixe. e. Suas Suas rivai ivaiss despeitadas, fizeram então um
feitiço e, no meio da festa, na hora em que deveria levantar-se levantar-
se para saudar Oxalá, ela não conseguiu. Seu corpo aderira aderira ao
assento. assento. A pobre sacerdotisa, fez tanta força que acabou
levantando-se, mas parte de seu corpo ficou grudada ao assento. O
sangue jorrou, manchando os paramentos de Oxalá. O vermelho é tabu
para o Grande Deus da Cor Branca, que se mostrou extremamente
extremamente irritado, e Omo Òsun, envergonhada, fugiu. "Todos os
Orixás Fecharam-lhe as portas. Somente Oxum à acolheu e transformou
as gotas de sangue em penas de papagaio, pássaro chamado Odidé.
Lembramos que pássaros simbolizam a fecundidade das Grandes-
Mães, e as plumass representa pluma representam m a mult multidão
idão dos descendentes. descendentes. Por isso , Oxum é a "dona de
muitas penas de papagaio'. Os Outros Orixás ao saberem do milagre da
Deusa da água doce foram procurá-la. O último à procurá-la foi Oxalá
que, em sinal de respeito e submissão ao poder feminino, aos pés de
Oxum se prostrou. Fez mais: Colocou na testa uma pena vermelha e
declarou que as iwaôs (Yawôs = filhas de santo) que não usarem
ekodidé ekodidé ( as penas de papagaio) não serão reconhecidas
reconhecidas como verdadeiras Yawôs. É por isso que os Yawôs no fim
da iniciação usam uma pena vermelha. “A iniciação no Candomblé é um
nascimento, e o poder da fecundidade tem que estar presente, pois
Oxum mostrou que a menstruação em vez de cons co nsti titu tuir ir mo
moti tivo vo de ve verg rgon onha ha e de in infe feri rior orid idad aden
enas as mu mulh lher eres es,, pe pelo lo contrário, proclama contrário,
proclama a reali realidade dade do poder feminino, feminino, a possi
possibilid bilidade ade de gerar  filhos”.  AZIRI    AZIRI É UM ORIXÁ DA
NAÇÃO GÊGE IDÊNTICO A O ORIX ORIXÁ Á OXUM OXUM.. AS
PESS PESSOA OAS S DEST DESTE E ORIX ORIXÁ Á DEVE DEVERÃ
RÃO O SER FEITO NO GÊGE E SOMENTE NELE, ATÉ PORQUE 
AZIRI SÓ CHEGA EM ALGUM FILHO NOS RITUAIS DESTA NAÇÃO.
SEU SÍMBOLO É A ESPADA E UMA SERPENTE. ESTE ORIXÁ TEM
PARTICULARIDADES NA SUA FEITURA E DEVE SER FEITO PELO
GÊGE PURO.  AZIRI é incontestavelmente um VODUN jeje embora
muito pouco ainda se faz para esse Orixá tão lindo devido as
complicações de seu culto...para muitos é uma espécie de oxum e para
os ÈGBÁ é correspondente a IYEWÁ, é dengosa, glamurosa, delicada
como uma flor mas também é uma cobra embrulhada para presente,
esse vodun só era cultuado pelas mulheres da roça e era feito somente
em meninas ainda sem virar moça ou seja as que ainda não nã o ti tinh
nham am me mens nstr trua uaçã ção. o... ..is isto to er eraa le leii se
segu gund ndo o as tra tradi diçõ ções es daquela roça e de todo o povo
Savalu que infelizmente Hoje em dia quase acabou, existem poucos
desse povo tanto na Bahia(afro-descendentes)quanto Bahia(afro-
descendentes )quanto na África.   Yabas: Mulheres Negras, Deusas,
Heroínas e Orixás: personalidades sem fronteiras. Sylvia Egydio;
Kiusam Regina de Oliveira. Da Kaballah hebraica ao império Yorubano
Verger erger nos mos mostra tra com comoo os est estudo udoss des
desenvo envolvi lvidos dos pel peloo Cap Capitã itãoo Clappe Clapperto
rtonn (Travels and Discoveries in Northen and África - 1822/1824) a
partir de um manuscrito em língua árabe, trazido por ele do Reino de
Takroor (atual Sokoto), naquela época dominado pelo Sultão Mohamed
Bello, de Haussa, fornece dados analíticos comprovados sobre a origem
dos povos povo s africanos. Eduar Eduardo do Fonse Fonseca ca Júni
Júnior or te tendo ndo como como ba base se esse essess estu estudos
dos mo most stra ra qu quee Opá Oranian (monólito de Oranian), um
obelisco considerado o túmulo deste grande heró he róii po poss ssui ui
cara caract cter erís ístitica cass de orig origem em fení feníci ciaa além
além de cont conter er pa pala lavr vras as pertencentes à Kaballah
hebraica que são:  YOD, RESH, VO, BETH e ALEPH , definição
hebraica do nome YORUBÁ, cuja tradução seria a seguinte:  YOD - a
divindade por ordem da RESH - unidade psíquica do ser  VO - deu
origem BETH - ao movimento de luz, objeto central. ALEPH - de
estabilidade coletiva do homem. Desta forma  YOD e RESH comporiam
as letras Y - O - R, o símbolo VO comporia a letra U, o símbolo BETH a
letra B e o símbolo ALEPH a letra A. Veja: YOD - YO RESH - R VO - U
BETH - B ALEPH - A Clapperton, desta forma, comprova a origem
cabalística da palavra  YORUBÁ, oriunda da localidade  YARBA, que “ ...
é sinônimo do termo  YARRIBA, que os Haussas usam para identificar a
palavra  Yorubá.” No mesmo monólito encontrase a profecia que prevê a
implantação do império Yorubano por  Nimrod, sob o nome da divindade
Oduduwá, “ ... por ordem da unidade psíquica do ser , seria por ordem
de Deus.” E assim assim se deu a fundação fundação da antiga antiga
cidad cidadee de Ilê Ifé, consi con side dera rada da o berço berço da
cul cultu tura ra yoru yoruba bana. na. Yorub orubáá qu quee ap apar
arec ecee em algu alguns ns trabalhos como um grande país formado
por cinco regiões: Oyó, Egbwa, Ibarupa, Ijebu e Ijexá. Foram grandes os
esforços no período colonialista franco-britânico a fim de dest de stru ruir
ir o cult cultoo e as trad tradiç içõe õess af afri rica cana nas. s. Assi
Assim, m, come começo çouu a ba bata talh lhaa pe pela la
desmoralização das divindades africanas e, ESU/EXÚ, de Mensageiro e
Deus da Fertilidade passou a ser divulgado como demônio. demônio.
“Mesmo após as descobertas,   por teólogos da implantação colonialista,
da identificação total entre Olorum e Jeovah, os pesquisadores
mantiveram e acirraram a campanha de desmi desmist stifi ificaç cação
ão das das relig religiõe iõess negr negras, as, class classifi ifica cando
ndo essa essass divin divinda dade dess como como demônios pagãos”.
Na teogonia teogonia africana africana temo temoss Olodumaré (Oló =
Senhor, Odú = Destino, Maré = Supremo = Senhor do Destino Supremo)
e Oduduwá (Odou = Fonte, da = Geradora, iwá = vida = Fonte Geradora
da Vida) como os criadores da vida humana, humana, sendo que
Oduduwá uniu-se uniu-se a Olokun (Oló = Senhora, Senhora, Okun =
Mar = Senhora do Mar) para gerar três filhos - Ogun, equivalente a
Vulcano, senhor do ferro, fígado, agricultura; Ishedale, equivalente a
Afrodite, senhora das águas e mãe de todas as ninfas e heroínas
deificadas; e Okanbi, senhor do fogo, das conquistas e da justiça. “Da
linhagem de Ogun, todos os Orixás morreram. Da linhagem da princesa
Ishedale, nasceram deusas e ninfas, conhecidas por  Ayabas. Da
linhagem de Okanbi, nasceram os reis e heróis deificados tais como
Xangô, Aganjú, Kori, Abipa, Abiedum e outros...”. Os filhos de Okanbi
dão início à epopéia dos heróis yorubanos pois dentre seus sette filho se
hoss aparece Oranian, o implantador da cultura yorubana. “Independent
“Independentemente emente de ter tentado continuar continuar a missão
de seu avô Oduduwá em sua Guerra Santa contra os descendentes de
Ismael, transformou-se na maior  figu figura ra de dess ssaa cult cultur
ura, a, a ta tall po pont ntoo qu quee é o ma mais is famo famoso so do
doss sete sete filh filhos os de Okanbi”.Okanbi instituiu o primeiro feudo
de que se tem notícia, pois se tornou detentor detentor de todas as
terras terras da África África Ocidental, Ocidental, instalando-se
instalando-se definitivament definitivamentee em Ilê Ifé. Neste momento,
Oranian se afasta temporariamente de Ilê Ifé indo ocupar  a cidade de
Oyó. Assim, Fonseca Júnior nos mostra a cronologia da época: OKANBI
- Primeiro Alafin de Oyó - 1700 a 1600 a.C. ORANIAN - Segundo Alafin
de Oyó - 1600 a 1500 a.C. AJAKÁ - Terceiro Alafin Alafin de Oyó - 1500
a 1450 a.C. XANGÔ - Quarto Alafin de Oyó - 1450 a 1403 a.C. AJAKÁ -
Quinto Alafin de Oyó - 1403 a 1370 a.C. A história da origem do povo
yorubano mostra que Oduduwá era o próprio conquistador caldeu
Nimrod, descendente de Noé, que era primo de Abraão, neto de Cam e
filho de Kusí e “... que foi designado por  Olodumaré para levar a
remissão e a palavra de Olorum (Deus) aos filhos de Caim que,
amaldiçoados, viviam na África.” São essas coincidências que ligam a
história da origem do povo africano à Kaballah hebraica sendo que, a
partir da análise de documentos que comprovam esta história, foi
formulada a tese que liga Abraão, pai dos semitas, e Oduduwá (Nimrod),
(Nimrod), pai dos africanos. africanos. Isto pode também ser constatado
se for feita uma análise do Vodu (africano) cujo símbolo é a serpente
telúrica de DAN, com o símbolo de uma das doze tribos de Israel que
possui o mesmo nome, DAN, e o mesmo símbolo - a serpente telúrica.
DE ISHEDALE ÀS GRANDES HEROÍNAS Conta a história que da
linhagem da Princesa Ishedale nasceram Deusas E Ninfas, isto é,
mulheres adoráveis pela beleza protetoras dos rios, bosques, matas e
montes, costumeiramente associadas às mulheres jovens, guerreiras e
formosas, conhecidas na teogonia africana por  Ayabas que em Yorubá
significa “... rainha mulher do rei . Termo honorífico dado às divindades
femininas da cultura Yorubana ...”. Dessa Dessa linhage linhagem m
nascera nasceram m Oyá-Yánsàn, que embe bellez ezaa se seuus pés
co com m pó vermelho; Òsun, seja ela Àpara, Àyálá, Oke ou Oníra,
aquela que limpa suas  jóias de cobre antes de limpar seus filhos; Obá
aquela que com sua força física lutou e venceu Oxalá, Xangô e Orunmilá
, sucessivamente;  Yemoja, seja ela Ogunté, Assabá ou Assessu, aquela
que vive e reina nas profundezas das águas; Nàná Buruku, aquela que
mata uma cabra sem usar um obé (faca); Iewá, aquela jovem virgem
que recebeu de Orunmilá o poder de ler o Oráculo de Ifá. Da linhagem
de Okanbi temos, também, mulheres exemplares que fizeram a história
do povo yorubano como  Ya Torôsi Ayabá Nupe (Senhora Torôsi Rainha
de Nupe) - que viveu em 1460 a.C., filha do Rei, tia de Oyá. Oyá,
portanto, foi prima prima e mulher de Xangô, com quem conquistou
conquistou vários reinos. Outra mulher  fantástica foi Moremi que, como
Torôsi e Oyá, também pertencente a região de Tapá, foi uma grande
princesa e sacerdotisa yorubana, considerada heroína por  romp romper
er com com os sace sacerd rdot otes es de seu seu po povo vo po porr
acre acredi dita tarr qu quee eles eles esta estava vam m distanciando-
se dos ensinamentos originais de Oduduwá. Funda, então, Abomei
(Dahomé-Benin) instituindo o matriarcado além de criar a sociedade
secreta dos homens-leopardos (Ekun-Wale) que é uma qualidade de
Odé, isto é, caçador caçador tido como rei . Foi conhecida como a
Rainha-gata, aquela que instituiu as bases da cultura Gêge. Alami, filha
de Okanbi, princesa real e fundadora do Reino de Ketu reinou
soberanamente até passar o poder a seu filho, Alaketú, que veio a ser o
primeiro rei de Ketú. Oxum, Obá, Yemanjá, Iewá, Nanã entre outras
formaram, na África, uma sociedade feminina secreta. Os homens eram
vetados, uma vez que, nestas reuniões, elas tratavam de assuntos
pertinentes aos direitos das mulheres - era um grupo feminista. Com
muita mui ta est estrat ratégi égiaa est estas as mul mulher heres es
traçav traçavam am pla planos nos e executa executavam vam açõ
ações es para para solucionarem problemas de vários tipos, recorrendo,
muitas vezes, do poder das FEITICEIRAS IYAMIS IYAMIS. Lutaram
bravamente para manter a soberania feminina e impedir que os homens
conquistassem espaço maior como vinha acontecendo. Mas o segredo
durou pouco: os homens, estranhando o comportamento de suas
mulheres, mulheres, resolveram resolveram segui-las para descobrir
descobrir o que estava acontecendo, acontecendo, afina afinal,l, até
mesmo Iewá, aquela jovem e bela casta que nunca saia da beira de seu
rio, podia ser vista caminhando pela floresta rumo ao desconhecido.
Após algum tempo descobriram o refúgio das mulheres e seu objetivo
resolvendo, então, revi revida darr. E assi assim m o fize fizera ram. m.
Arma Armara ram m um plan planoo terr terrív ível el no qu qual al
Xangô, contrariadamente, teve de seduzir Obá e tomá-la como sua
primeira mulher, para logo em seguida conquistar Oyá e por último
Oxum. Todos passaram a conviver  debaixo do mesmo teto: Xangô
desprezava Obá e já não dava tanta atenção à Oyá, mas Oxum passou
a ser sua predileta sendo deliciada por ele a cada minuto do dia. Automa
Automatic ticame amente, nte, a rival rivalida idade de nasceu nasceu
entre entre essas essas mu mulhe lheres res que tinham um objetivo em
comum: não entregar o poder aos homens. Mas o ciúme, a inveja e a
raiva causaram uma divisão no grupo. Oxum gabava-se das outras
chegando ao ponto de ensinar Obá a fazer uma comida que deveria ser
preparada com sua própria orelha, alegando que isso faria Xangô olhar
para ela com olhos de amor. Obá, ardente de paixão, assim o fez e
Xangô, ao ver a orelha no prato e a mulher desfigurada, ficou irado
expulsando as duas de casa. Pois é, o feitiço virou contra a própria
feiticeira. Desesperadas, não conseguiram controlar suas emoções
transformando-se em rios: Obá num rio de águas turbulentas e Oxum
num rio de águas calmas. Oyá continuou a viver com Xangô até que ele
desejou lutar e conquistar a cidade de Tapa, seu local de origem. Ela o
desafiou fazendo com que Xangô desistisse da idéia mas, a partir deste
momento, suas vidas se separaram. DAS GRANDES HEROÍNAS AOS
ORIXÁS FEMININOS - AS YABAS Alguns autores retratam os Orixás
como forças da natureza associadas a imagem de um “Orixá-herói” cujo
arquétipo do Orixá passa a fazer parte do inconsciente coletivo de uma
nação, levando os filhos de cada Orixá a desenvolver e a reforçar  certas
características do mesmo. Voltando-nos para a mulher negra brasileira
atual que não possui em suas lembranças recentes imagens de
mulheres negras sacerdotisas, princesas ou rainhas, adquirir a
consciência histórica e espiritual da mulher africana e de seu valor na
cultura é essencial para se pensar no resgate de uma possível autoestim
est imaa pe perd rdida ida.. Os arqu arquét étipo iposs de dest stas as
he hero roín ínas as afri african canas as qu que, e, ao faze fazerr sua
sua passagem para outro plano transformaram-se em forças da
natureza, tem se revelado um excelente tratamento para mulheres
negras freqüentadoras das roças de Candomblé. É um conhecimento
que tem levado essas mulheres ao campo de batalha usando, como
arma, as marcas da ancestralidade que só a sabedoria aliada ao poder
da tradição oral, podem registrar. Desta forma, conhecer a história
destas ancestrais femininas, reconhecendo-as como como atra atrave
vess ssad ador oras as de fron fronte teir iras as,, traz traz,, às mu mulh
lher eres es ne negr gras as de ho hoje je,, a possibilidade de contato
com uma dimensão da religião que seita nenhuma traz: a aceitação da
complexidade do ser humano No Candomblé a complexidade
complexidade feminina feminina jamai jamaiss foi vista como imped
impediment imentoo para quee um qu umaa mu mulh lher er gu guer
erre reir iraa ou sens sensua ual,l, jove jovem m ou velh velha, a, feia
feia ou bo boni nita ta se transformasse em forças da natureza. Jamais
uma mulher negra foi santificada como prêmio por sua castidade ou por
fazer o bem sem olhar a quem. São mulheres negras que tornaram-se
formas de energia como conseqüência de viver  intensa intensamen
mente te seu seuss amores, amores, des desamo amores res,, enca
encanto ntoss ou des desenca encanto ntoss bus buscand cando, o,
ardentemente, formas de viver melhor e em plena harmonia com a
consciência divina. O arquétipo de Nanã é o daquela pessoa majestosa
que tem a consciência de que cadaa ge cad gesto sto traz traz con
conse seqüê qüênci ncias, as, mo most stra rando ndo-s -see me
metiticu culo losa sa em seus seus atos atos e equilibrada; Oxum que
com sua beleza e sensualidade sabe ser enérgica quando necessário;
Obá que com seu porte forte e viril é sedutora; Yewá que com forma
esbelta é dominadora e moralista, desconfiada e arredia; Oyá que com
sua grande beleza é poderosa, audaciosa e violenta despertando o
desejo dos homens; Yemanjá que é carinhosa com seus filhos e deseja
o luxo para sua vida; até mesmo Oxóssi (que no Brasil tomou uma forma
masculina, característica de seu correlato masculino Odé e que na África
é conhecida como a Diana da África) tem o dom de provocar o cio nas
fêmeas para o acasalamento. Conhecida como a mulher de Ogum em
um antigo texto do Ijalá ‘Osósí L’Orukó Obinrin Ogum’ Oxóssi é o nome
da mulher de Ogum. Conhecer esses arquétipos pode oferecer às
mulheres negras a possibilidade de sobreviver numa sociedade
competitiva e injusta como a nossa uma vez que esse conhecimento tem
se mostrado capaz de despertar nas pessoas, conhecedoras de seu
Orixá de cabeça, as similaridades entre pessoa-Orixá além do desejo de
tornar-se uma pessoa cada vez melhor e à altura de seu Orixá. DAS
YABAS YABAS ÀS GRANDES HEROÍNAS - O RETORNO SEM
FRONTEIRAS Quais as fronteiras existentes entre mulheres negras,
deusas, heroínas e orixás?  Seria o mesmo que perguntar quais as
fronteiras existentes entre o blues, jazz e rap ou mesmo entre o samba,
axé e o maracatu. Podemos perfeitamente idealizar  um samba-axé com
swing de maracatu como um blues-jazz com swing de rap. Isto porque a
criatividade humana não tem fronteira - é livre - para atrever-se a alçar
alçar gran grandes des vôo vôoss no noss qua quais is te temp mpoo e
espaç espaçoo con confifigu gura ramm-se se ape apena nass como
como coadjuvantes. É absolutamente lógico juntar todos esses estilos se
se pensar que um é derivado derivado do outro e que fazem parte da
mesma natureza, em sua essência. Os limites sempre nos aprisionam
assim como os preconceitos nos impedem de vislumbrar diferentes
formas de simplesmente ser. A conscientização de ser mulher negra
num país como o Brasil passa por várias etap etapas as de desd sdee
nã nãoo se pe perc rceb eber er como como ne negr graa até até me
mesm smoo de supe supera rarr essa essa percepção. percepção. É
através através do conhecimento conhecimento da história do povo
africano africano que a mulher  negra passa a reconhecer-se como
portadora de títulos de nobreza que a qualifica como legítima legítima
herdeira herdeira do trono real, mesmo diante do silêncio silêncio e da
simplicidade simplicidade de sua tarefas. Neste sentido, as mães-de-
santo negras do Candomblé brasileiro continuam ocupando lugar de
honra no processo de resgate da identidade cultural e filosófica de ser
mulher negra através dos tempos. Identidade (re)buscada quando traz à
tona, memórias faraônicas que remontam o poder das sete Cleópatras e
o suicídio da última que, num ato extremado e consciente, tirou sua
própria vida para não ser subjugada por um homem. São mulheres que,
por serem as sacerdotisas centrais do culto, possuem o papel de
integradoras dos membros dos grupos. Não têm a pretensão de carregar
o ester est ereót eótip ipoo de mu mulh lher eres es puras, puras, do
doce cess ou me meig igas as po pois is,, hu humi mild ldem ement
ente, e, se reconhecem como figuras contraditórias. A cultura africana
não descarta uma coisa para qualificar outra pois convive perfeitamente
com a dualidade complexa existente dentro de todos: as pessoas são e
não são ao mesmo tempo. Ninguém é de todo bom ou mal, apenas
carregam dentro de si ambos os aspectos da personalidade sendo que
um não existiria sem o outro, pois são forças opostas que se atraem e
que se completam. Exemplificando, no Candomblé para uma mulher
negra ser mãe não precisa abrir  mão de sua sensualidade ou
sexualidade - ser mãe - não a obriga, portanto, a ser  menos feminina.
As mulheres negras têm um valor que às vezes desconhecem mas, o
Candomblé, como forma de resistência, refúgio para as injustiças vividas
no cotidiano, tem ajudado essas mulheres mulheres a se perceberem
como donas de seus próprios destinos destinos sem que dependam de
seus homens uma vez que, 36,7% das famílias negras, são chefiadas
pelas mulheres. O reforço oferecido pelas mães-de-santo vem através
da percepção de que as mulheres negras, guerreiras em sua essência,
estão capacitadas para construírem grandes obras. É por isso que o
espaço de resistência chamado Candomblé, em dias de atendimento e
festa, é reconhecido como “terapia para o povo” pois oferece subsídios
permanentes para que a mulher encontre o que procura: uma vida com
equilíbrio e confiança em si própria. Bem próximo do ano 2000 é
chegada a hora das mulheres negras se unirem e exigirem exigirem que
suas histórias sejam passadas a limpo limpo,, aproveitando
aproveitando para revelar o que está por trás de todo carnaval
propagado pela Rede Globo com relação ao Brasil 500 anos, como
sendo esta mais uma atitude que tenta levar o povo à ignorância,
desconsiderando que o Brasil já havia sido descoberto pelos índios
antes da chegada dos colonizadores. Temos visto, portanto,
diariamente, a história do Brasil sendo recontada pelos descendentes
destes mesmos colonizadores, continuando a valorizar apenas o que
lhes convém. Talvez deva-se criar um movimento paralelo, que (já
sabemos) não terá o mesmo apoio da mídia chamado - Brasil: 500 anos
de história mal contada - ou ainda Brasil: 500 anos da história que não
foi revelada. E através de iniciativas como esta da Rede Globo,
continuamos a ver o triunfo do engodo coletivo proporcionado sempre
por aqueles que detém o poder e que determinam o que o povo deve ou
não saber e as mulheres negras, continuam a ver te tent ntat ativ ivas as
de sile silenci nciar ar sua suass boc bocas as pret pretas as até até pe
perd rder erem em o fôle fôlego go (e seu seu referencial) assim como
fizeram com Jacinta. A mulher negra jamais precisou esperar a boa
vontade de um homem para ajudála a resgatar sua identidade -
historicamente tem encontrado apoio em grupos orga organi nizad zados
os por mu mulh lher eres es ne negra grass qu quee ab abri riga gam, m,
de dent ntro ro de um corpo corpo,, vári várias as personalidades
resgatadas. Mulheres negras, deusas, heroínas e orixás -
personalidades multifacetadas que se confundem mas também se
completam a fim de fazer realçar o glamour e a nobreza deste grupo.
São mulheres que entendem fronteiras como a impossibilidade de se
expressar  com liberdade, liberdade, fato que a mulher negra repudia
repudia por fazer com que relembre relembre seus tempos de cativeiro,
local este que jamais a impediu de lutar por seus direitos. É preciso que
a mulheres negras entendam, de uma vez por todas que, apesar de não
se conhecerem umas às outras enquanto pessoas, compartilham
histórias de vida semelhantes pois ocupam o mesmo espaço físico na
memória nacional. São histórias que as ligam como os retalhos são
ligados uns aos outros (pelo alinhavo) numa colcha de retalhos.
Fronteiras? Não podemos mais reconhecê-las como legítimas pois
legítimo é o nosso passado que nos qualifica como nobres sendo que o
lema é: jamais se curvar diante daquele que deseja nos ver subjugada e
não aceitar os limites que nos são impostos já que possuímos, em nosso
registro corporal, a marca que nos legitima comoo seres com seres enca
encanta ntados dos e enca encantad ntadore ores, s, com comoo deu
deusassas-mul mulher heres, es, rainha rainhass de nossas próprias
vidas. Este artigo é para você, Jacinta, grande yabá: após 60 anos a
reconhecemos como como gran grande de mu mulh lher er qu que, e,
me mesm smoo ap após ós a mo mort rte, e, cont contin inuo uouu a
serv servir ir ao aoss sinhozinhos paulistas; corpo negro eternamente
aprisionado, ironicamente, para o bem de todos e felicidade geral da
nação. naçã o. Felizmente, a alma da mulher negra é livre tanto quanto
a energia: voa, flutua, mergulha, dança, ricocheteia e, como o raio de
Oyá, corta a escuridão do céu arriscando um desenho ousado provando
a todos uma coragem que não tem limites. É com este perfil que nós,
yabás contemporâneas, entraremos no século 21: não aceitando nada
menos que deixar nossas marcas na escuridão do céu infinito. Axé!
**Iyalorixá do Axé Ilê Obá; Iyanifá; Chief of Ido Osun. Membro do
Conselho Editorial da revista de CULTURA CULTURA VOZES (Rito
Afro-brasileiro) *** Mestranda em Psicologia da Educação da
Universidade de São Paulo (USP) professora no Curso Normal e
Coordenadora Pedagógica do Axé Ilê Obá – Jabaquara – São Paulo,
SP. S

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