Lei 6.652 de 30 de Maio de 1979
Lei 6.652 de 30 de Maio de 1979
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
TÍTULO I
Generalidades
Art. 1º O presente Estatuto regula a situação, obrigações, deveres, direitos e prerrogativas dos Policiais-Militares,
das Polícias Militares dos Territórios Federais do Amapá, de Rondônia e de Roraima.
Art. 2º As Polícias Militares dos Territórios Federais, administrativa e operacionalmente subordinadas aos
respectivos Secretários de Segurança Pública, são instituições consideradas forças auxiliares, reserva do Exército,
destinadas à manutenção da ordem pública nos Territórios Federais, e têm como competência básica, no âmbito de suas
jurisdições:
I - executar com exclusividade, ressalvadas as missões peculiares das Forças Armadas e os casos estabelecidos
em legislação específica, o policiamento ostensivo, fardado, planejado pelas autoridades policiais competentes, a fim de
as segurar o cumprimento da lei, a manutenção da ordem pública e o exercício dos poderes constituídos;
II - atuar de maneira preventiva como força de dissuasão, em locais ou áreas específicas, onde se presuma ser
possível a perturbação da ordem;
III - atuar de maneira repressiva em caso de perturbação da ordem, precedendo o eventual emprego das Forças
Armadas;
Parágrafo único. Em caso de guerra, perturbação da ordem ou ameaça de irrupção de tal perturbação, as Polícias
Militares, de que trata esta Lei, poderão ser convocadas pelo Governo Federal, subordinando-se ao Comando das
respectivas Regiões Militares, para emprego em suas atribuições específicas de Polícia Militar e como participantes da
defesa territorial.
Art. 3º Os membros da Polícia Militar, em razão de sua desatinação constitucional, natureza e organização,
formam uma categoria especial de servidores públicos denominados Policiais-Militares.
I - na ativa quando:
a) Policiais-Militares de carreira;
II - na inatividade, quando:
a) na Reserva Remunerada, percebendo remuneração dos Territórios Federais e sujeitos à prestação de serviço
na ativa, mediante convocação; e
b) reformados, tendo passado por uma das situações anteriores, estiverem dispensados, definitivamente, da
prestação de serviço na ativa, continuando, entretanto, a perceber remuneração dos Territórios Federais.
Art. 4º O serviço policial-militar consiste no exercício de atividades inerentes à Polícia Militar e compreende todos
os encargos previstos na legislação específica, relacionados com a manutenção da ordem pública nos Territórios
Federais.
Art. 5° A carreira policial-militar é caracterizada pela atividade continuada e inteiramente devotada às finalidades
precípuas da Polícia Militar, denominada atividade policial-militar.
§ 1º A carreira policial-militar, privativa do Policial-Militar em atividade, inicia-se com o ingresso na Polícia Militar e
obedece à seqüência de graus hierárquicos.
Art. 6° São equivalentes as expressões na ativa, da ativa, em serviço ativo, em serviço na ativa, em serviço, em
atividade, em atividade policial-militar, conferidas aos Policiais-Militares no desempenho do cargo, comissão, encargo,
incumbência ou missão, serviço ou atividade policial-militar, ou considerada de natureza policial-militar, nas organizações
policiais-militares da Polícia Militar, bem como em outros órgãos do Governo dos Territórios Federais ou da União,
quando previstos em lei ou regulamento.
Art. 7º A condição Jurídica dos Policiais-Militares é definida pelos dispositivos constitucionais que lhes forem
aplicáveis, por este Estatuto, pelas leis e pelos regulamentos que lhes outorgam direitos e prerrogativas e lhes impõem
deveres e obrigações.
Art. 8º O disposto neste Estatuto aplica-se, no que couber, aos Policiais-Militares reformados e aos da Reserva
Remunerada.
Art. 9° Além da convocação compulsória, prevista no inciso II, letra a, do art. 3°, deste Estatuto, os integrantes da
Reserva Remunerada da Polícia Militar poderão, ainda, ser convocados para o serviço ativo, em caráter transitório e
mediante aceitação voluntária.
CAPÍTULO I
Art. 10. O ingresso na Polícia Militar é facultado a todos os brasileiros, sem distinção de raça ou de crença
religiosa, mediante inclusão, matrícula ou nomeação, observadas as condições prescritas neste Estatuto, em leis e
regulamentos da Corporação, ressalvado o disposto no § 2º do art. 5º.
Art. 11. Para a admissão nos estabelecimentos de ensino policial-militar destinados à formação de Oficiais e
graduados, além das condições relativas à nacionalidade, idade, aptidão intelectual, capacidade física e idoneidade
moral, é necessário que o candidato não exerça ou tenha exercido atividades prejudiciais ou perigosas à Segurança
Nacional.
Art. 12. A inclusão nos Quadros da Polícia Militar obedecerá ao voluntariado, de acordo com este Estatuto e
Regulamentos da Corporação, respeitadas as prescrições da Lei do Serviço Militar e seu Regulamento.
CAPÍTULO II
Art. 13. A hierarquia e a disciplina são a base institucional da Polícia Militar, crescendo a autoridade e a
responsabilidade com a elevação do grau hierárquico.
§ 1° A hierarquia e a ordenação da autoridade, em níveis diferentes, dentro da estrutura da Polícia Militar, por
postos ou graduações. Dentro de um mesmo posto ou graduação, a ordenação se faz pela antiguidade nestes, sendo o
respeito à hierarquia consubstanciado no espírito de acatamento à seqüência da autoridade.
§ 2º Disciplina é a rigorosa observância e acatamento integral da legislação que fundamenta o organismo policial-
militar e coordena seu funcionamento regular e harmônico, traduzindo-se pelo perfeito cumprimento do dever por parte
de todos e de cada um dos componentes desse organismo.
§ 3° A disciplina e o respeito à hierarquia devem ser mantidos em todas as circunstâncias pelos Policiais-Militares
em atividade ou na inatividade.
Art. 14. Círculos Hierárquicos são âmbitos de convivência entre os Policiais-Militares da mesma categoria e têm a
finalidade de desenvolver o espírito de camaradagem, em ambiente de estima e confiança, sem prejuízo do respeito
mútuo.
Art. 15. Os Círculos Hierárquicos e a escala hierárquica na Polícia Militar são os fixados nos parágrafos e quadro
seguintes.
§ 1° Posto é o grau hierárquico do Oficial, conferido por ato do Governador do Território Federal e confirmado em
Carta Patente.
§ 4º Os graus hierárquicos inicial e final dos diversos quadros de Oficiais e Praças são fixados, separadamente,
para cada caso, em lei de Fixação de Efetivo.
§ 5° Sempre que o Policial-Militar da Reserva Remunerada, ou reformado, fizer uso do posto ou graduação, deverá
fazê-lo com as abreviaturas respectivas de sua situação.
Tenente-Coronel PM
Major PM
Segundo Tenente PM
PRAÇAS ESPECIAIS
Primeiro Sargento PM
Segundo Sargento PM
Terceiro Sargento PM
Soldado PM
§ 6° Até que as Polícias Militares dos Territórios Federais atinjam o efetivo de 1.200 homens, nelas haverá,
apenas, um posto no grau hierárquico de Tenente-Coronel PM, reservado aos respectivos Comandantes-Gerais,
limitando-se a escala hierárquica, no que respeita ao Círculo de Oficiais Superiores, ao posto de Major PM.
Art. 16. A precedência entre os Policiais-Militares da ativa, do mesmo grau hierárquico, é assegurada pela
antiguidade no posto, ou graduação, salvo nos casos de precedência funcional estabelecida em lei ou regulamento.
§ 1° A antiguidade em cada posto, ou graduação, é contada a partir da data da assinatura do ato da respectiva
promoção, nomeação, declaração ou inclusão, salvo quando estiver taxativamente fixada outra data.
I - entre os Policiais-Militares do mesmo Quadro, pela posição nas respectivas escalas numéricas e nos
Almanaques da Corporação;
II - nos demais casos, pela antiguidade no posto ou graduação anterior; se, ainda assim, subsistir a igualdade de
antiguidade, recorrer-se-á, sucessivamente, aos graus hierárquicos anteriores, à data de Praça e à data de nascimento,
para definir a precedência e, neste último caso, o mais velho será considerado o mais antigo;
III - entre os alunos de um mesmo órgão de formação de Policiais-Militares, de acordo com o regulamento do
respectivo órgão, se não estiverem especificamente enquadrados nos incisos I e II, deste artigo.
§ 5° Nos casos de nomeação coletiva, a hierarquia será definida por ato do Governador do Território Federal,
observando-se, para determinar a precedência:
III - os alunos do Centro de Formação de Sargentos são equiparados aos Cabos PM.
Art. 18. Na Polícia Militar será organizado o registro de todos os Oficiais e graduados, em atividade, cujos resumos
constarão dos Almanaques da Corporação.
§ 1º Os Almanaques, um para Oficiais e Aspirantes-a-Oficial PM, e outro para Subtenentes e Sargentos da Polícia
Militar, conterão, respectivamente, a relação nominal de todos os Oficiais e Aspirantes-a-Oficial, Subtenentes e
Sargentos, em atividade, de acordo com seus postos, graduações e antiguidade.
§ 2º A Polícia Militar manterá um registro de todos os dados referentes ao pessoal da ativa e da Reserva
Remunerada, dentro das respectivas escalas numéricas, segundo instruções baixadas pelo Comandante-Geral.
Art. 19. Os alunos da Escola de Formação de Oficiais da Polícia Militar, ao final do curso, serão declarados
Aspirantes-a-Oficial PM por ato do Comandante-Geral, na forma estabelecida em regulamento.
II - nomeação de Tenentes da Reserva de 2ª classe das Forças Armadas, de acordo com o parágrafo único, do art.
9º, do Decreto-lei nº 667, de 2 de julho de 1969, para o Quadro de Oficiais PM.
CAPÍTULO III
Art. 21. Cargo policial-militar é aquele que só pode ser exercido por Policial-Militar em serviço ativo.
§ 1º O cargo policial-militar a que se refere este artigo é o que se encontra especificado nos Quadros de
Organização e previsto, caracterizado ou definido como tal em outras disposições legais.
§ 2º A cada cargo policial-militar corresponde um conjunto de atribuições, deveres e responsabilidades que se
constituem em obrigações do respectivo titular.
§ 3º As obrigações inerentes ao cargo policial-militar devem ser compatíveis com o correspondente grau
hierárquico e definidas em legislação, ou regulamentação específica.
Art. 22. Os cargos policiais-militares são providos com pessoal que satisfizer aos requisitos de grau hierárquico e
de qualificação exigidos para o seu desempenho.
Parágrafo único. O provimento de cargo policial-militar se faz por ato de nomeação, de designação ou
determinação expressa da autoridade competente.
Art. 23. O cargo policial-militar é considerado vago a partir de sua criação ou desde o momento em que o Policial-
Militar exonerado, dispensado ou que tenha recebido determinação expressa da autoridade competente o deixa, até que
outro Policial-Militar nele tome posse, de acordo com as normas de provimento previstas no parágrafo único do art. 22.
I - tenham falecido;
Art. 24. Função policial-militar é o exercício das obrigações inerentes ao cargo policial-militar.
Art. 25. Dentro de uma mesma Organização Policial-Militar, a seqüência de substituições para assumir cargo, ou
responder por funções, bem como as normas, atribuições e responsabilidades respectivas, são estabelecidas na
legislação específica, respeitadas a precedência e a qualificação exigidas para o cargo, ou para o exercício da função.
Art. 26. O Policial-Militar ocupante de cargo provido em caráter efetivo, ou interino, de acordo com o parágrafo
único do art. 22, faz jus às gratificações e indenizações correspondentes a esse cargo, conforme previsto em lei.
Art. 27. As obrigações que, pela generalidade, peculiaridade, duração, vulto, ou natureza, não são catalogadas
como posições titulares em Quadros de Organização, ou dispositivo legal, são cumpridas como encargo, comissão,
incumbência, serviço, ou atividade policial-militar, ou, ainda, consideradas de natureza policial-militar.
Parágrafo único. Aplica-se, no que couber, ao encargo, incumbência, comissão, serviço, ou atividade policial-
militar, ou considerada de natureza policial-militar, o disposto neste Capítulo para cargo policial-militar.
TÍTULO II
CAPÍTULO I
Seção I
Do Valor Policial-Militar
I - o patriotismo traduzido pela vontade inabalável de cumprir o dever policial-militar e solene juramento de
fidelidade à Pátria;
V - o aprimoramento técnico-profissional;
Da Ética Policial-Militar
Art. 29. O sentimento do dever, o pundonor policial-militar e o decoro da classe impõem a cada um dos integrantes
da Polícia Militar conduta moral e profissional irrepreensíveis, com observância dos seguintes preceitos da ética policial-
militar:
II - exercer, com autoridade, eficiência e probidade, as funções que lhe couberem em decorrência do cargo;
IV - cumprir e fazer cumprir as leis, os regulamentos, as instruções e as ordens das autoridades competentes;
V - ser justo e imparcial, nos julgamentos dos atos e na apreciação do mérito dos subordinados;
VI - zelar pelo preparo próprio, moral, intelectual e físico, e, também, pelo dos subordinados, tendo em vista o
cumprimento da missão comum;
X - abster-se de tratar, fora do âmbito apropriado, de matéria relativa à Segurança Nacional, seja de caráter
sigiloso ou não;
XV - garantir assistência moral e material ao seu lar e conduzir-se como chefe de família modelar;
XVI - conduzir-se, mesmo fora do serviço, ou na inatividade, de modo que não sejam prejudicados os princípios da
disciplina, do respeito e do decoro policial-militar;
XVII - abster-se de fazer uso do posto, ou graduação, para obter facilidades pessoais de qualquer natureza, ou
para encaminhar negócios particulares ou de terceiros;
a) em atividade político-partidária;
b) em atividades comerciais;
c) em atividades industriais;
d) para discutir ou provocar discussões pela imprensa a respeito de assuntos políticos ou policiais-militares,
excetuando-se as de natureza exclusivamente técnica, se devidamente autorizado;
XIX - zelar pelo bom nome da Polícia Militar e de cada um de seus integrantes, obedecendo e fazendo obedecer
aos preceitos da ética policial-militar.
Art. 30. Ao Policial-Militar da ativa, ressalvado o disposto nos §§ 1° e 2° deste artigo, é vedado comerciar, tomar
parte na administração ou gerência, de sociedade, ou dela participar, exceto na condição de acionista ou quotista, em
sociedade anônima ou por quotas de responsabilidade limitada.
§ 1° Os integrantes da Reserva Remunerada, quando convocados, ficam proibidos de tratar, nas Organizações
Policiais-Militares, e nas repartições públicas civis, de interesse de organizações ou empresas privadas de qualquer
natureza.
§ 2º Os Policiais-Militares, em atividade, podem exercer diretamente a gestão de seus bens, desde que não
infrinjam o disposto no presente artigo.
Art. 31. O Comandante-Geral poderá determinar aos Policiais-Militares da ativa que, no interesse da salvaguarda
da dignidade dos mesmos, informem sobre a origem e natureza de seus bens, sempre que houver razões que
recomendem tal medida.
CAPÍTULO II
Seção I
Do Compromisso Policial-Militar
Art. 33. Todo cidadão, após ingressar na Polícia Militar, mediante inclusão, matrícula, ou nomeação, prestará
compromisso de honra no qual afirmará a sua aceitação consciente das obrigações e dos deveres policiais-militares, e
manifestará a sua firme disposição de bem cumprí-los.
Art. 34. O compromisso do incluído, do matriculado, e do nomeado, a que se refere o artigo anterior, terá caráter
solene e será prestado na presença de tropa, tão logo o Policial-Militar tenha adquirido o grau de instrução compatível
com o perfeito entendimento de seus deveres como integrante da Polícia Militar, conforme os seguintes dizeres: "Ao
ingressar na Polícia Militar deste Território Federal, prometo regular a minha conduta pelos preceitos da moral, cumprir
rigorosamente as ordens das autoridades a que estiver subordinado, e dedicar-me, inteiramente, ao serviço policial-
militar, à manutenção da ordem pública e à segurança da comunidade, mesmo com o risco da própria vida".
§ 2° O compromisso, como Oficial, quando houver, terá os seguintes dizeres: "Perante a Bandeira do Brasil e pela
minha honra, prometo cumprir os deveres de Oficial da Polícia Militar deste Território Federal, e dedicar-me inteiramente
ao seu serviço".
Seção II
Do Comando e da Subordinação
Art. 35. Comando é a soma de autoridade, deveres e responsabilidades de que o Policial-Militar é investido
legalmente, quando conduz homens ou dirige uma Organização Policial-Militar. O comando é vinculado ao grau
hierárquico e constitui uma prerrogativa impessoal, na qual se define e caracteriza o chefe.
§ 1º Compete ao Comando da Polícia Militar planejar e dirigir o emprego da Corporação no campo do policiamento
ostensivo e outras ações preventivas ou repressivas.
§ 2º Aplica-se à Direção e à Chefia da Organização Policial-Militar, no que couber, o estabelecido para Comando.
Art. 36. A subordinação não afeta, de modo algum, a dignidade pessoal do Policial-Militar, decorrendo,
exclusivamente, da estrutura hierarquizada da Polícia Militar.
Art. 37. O Oficial é preparado, ao longo da carreira, para o exercício do Comando, da Chefia e da Direção das
Organizações Policiais-Militares.
Art. 38. Os Subtenente e Sargentos auxiliam ou complementam as atividades dos Oficiais, quer no adestramento e
no emprego de meios, quer na instrução e na administração.
Parágrafo único. No exercício das atividades mencionadas neste artigo, e no comando de elementos
subordinados, os Subtenentes e os Sargentos deverão impor-se pela lealdade, pelo exemplo e pela capacidade técnico-
profissional, incumbindo-lhes assegurar a observância, minuciosa e ininterrupta, das ordens, das regras do serviço e das
normas operativas, pelas Praças que lhes estiverem diretamente subordinadas, e a manutenção da coesão e do moral
das mesmas Praças, em todas as circunstâncias.
Art. 40. Às Praças especais cabe a rigorosa observância das prescrições dos regulamentos do estabelecimento de
ensino policial-militar onde estiverem matriculadas, exigindo-se-lhes inteira dedicação ao estudo e ao aprendizado
técnico-profissional.
Art. 41. Ao Policial-Militar cabe a responsabilidade integral pelas decisões que tomar, pelas ordens que emitir, e
pelos atos que praticar.
CAPÍTULO III
Art. 42. A violação das obrigações, ou dos deveres policiais-militares, constituirá crime ou transgressão disciplinar,
conforme dispuserem a legislação ou regulamentação específicas.
§ 1º A violação dos preceitos da ética policial-militar é tão mais grave quanto mais elevado for o grau hierárquico
de quem a cometer.
§ 2º No concurso de crime militar e de transgressão disciplinar, será aplicada somente a pena relativa ao crime.
Art. 43. A inobservância ou falta de exação no cumprimento dos deveres, especificados nas leis e regulamentos,
acarreta, para o Policial-Militar, responsabilidade funcional, pecuniária, disciplinar, ou penal, consoante a legislação
específica em vigor.
Parágrafo único. A apuração da responsabilidade funcional, pecuniária, disciplinar, ou penal, poderá concluir pela
incompatibilidade do Policial-Militar com o cargo, ou pela incapacidade do exercício das funções policiais-militares a ele
inerentes.
Art. 44. O Policial-Militar que, por sua atuação, se tornar incompatível com o cargo, ou demonstrar incapacidade no
exercício de funções policiais-militares a ele inerentes, será afastado do cargo.
§ 1º São competentes para determinar o imediato afastamento do cargo ou o impedimento do exercício da função:
III - o Comandante-Geral;
§ 2º O Policial-Militar afastado do cargo, nas condições mencionadas neste artigo, ficará privado do exercício de
qualquer função policial-militar até a solução do processo, ou das providências legais que couberem no caso.
Art. 45. São proibidas quaisquer manifestações coletivas, tanto sobre atos de superiores, quanto as de caráter
reivindicatório.
Seção I
Art. 46. Aplicam-se, no que couber, aos Policiais-Militares as disposições estabelecidas no Código Penal Militar.
Seção II
Das Transgressões Disciplinares
Art. 47. O Regulamento Disciplinar da Polícia Militar especificará e classificará as transgressões, estabelecendo as
normas relativas à amplitude e aplicação das penas disciplinares, a classificação do comportamento policial-militar, e a
interposição de recursos contra as penas disciplinares.
§ 1º A pena disciplinar de detenção, ou prisão, não poderá ultrapassar o período de trinta dias.
Seção III
Art. 48. O Oficial, presumivelmente incapaz de permanecer como Policial-Militar da ativa, será, na forma da
legislação específica, submetido a Conselho de Justificação.
§ 1º O Oficial, ao ser submetido a Conselho de Justificação, poderá ser afastado do exercício de suas funções
automaticamente ou a critério do Comandante-Geral, conforme estabelecido em lei.
§ 2º Compete ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios julgar os processos oriundos dos
Conselhos de Justificação.
§ 3º Ao Conselho de Justificação pode, também, ser submetido o Oficial da Reserva Remunerada ou Reforma do
presumivelmente incapaz de permanecer na situação de inatividade em que se encontra.
Art. 49. O Aspirante-a-Oficial PM, bem como as Praças com estabilidade assegurada, presumivelmente incapazes
de permanecerem como Policiais-Militares da ativa, serão submetidos a Conselho de Disciplina.
§ 2º Compete ao Governador do Território Federal julgar, em ultima instância, os processos oriundos dos
Conselhos de Disciplina, convocados no âmbito da Corporação.
TÍTULO III
CAPÍTULO I
Dos Direitos
I - a garantia da patente, em toda sua plenitude, com as vantagens, prerrogativas e deveres a ela inerentes,
quando Oficial PM;
a) a estabilidade, quando Praça com dez, ou mais anos, de tempo de serviço efetivo;
d) a percepção de remuneração;
e) outros direitos previstos em lei específica de remuneração das Polícias Militares dos Territórios Federais;
l) o porte de arma, quando Oficial em serviço ativo, ou na inatividade, salvo aqueles em inatividade por alienação
mental, condenação por crimes contra a Segurança do Estado, ou por atividades que o desaconselhem;
Parágrafo único. A percepção de remuneração, ou melhoria da mesma, de que trata o inciso II, obedecerá às
seguintes condições:
I - o Oficial que contar mais de trinta e cinco anos de serviço, quando transferido para a inatividade, terá seus
proventos calculados sobre o soldo correspondente ao posto imediato, se na Polícia Militar existir posto superior ao seu.
Se ocupante do último posto da Polícia Militar, o Oficial terá os proventos calculados tomando-se por base o soldo de seu
próprio posto, acrescido de vinte por cento;
II - os Subtenentes, quando transferidos para a inatividade, terão os proventos calculados sobre o soldo
correspondente ao posto de Segundo-Tenente PM, desde que contem mais de trinta anos de serviço;
III - as demais Praças que contem mais de trinta anos de serviço, ao serem transferidas para a inatividade, terão
os proventos calculados sobre o soldo correspondente à graduação imediatamente superior.
Art. 51. O Policial-Militar que se julgar prejudicado ou ofendido por qualquer ato administrativo, ou disciplinar, de
superior hierárquico, poderá recorrer ou interpor pedido de reconsideração, queixa, ou representação, segundo o
regulamento da Polícia Militar.
I - em quinze dias corridos, a contar do recebimento da comunicação oficial, quanto a ato que decorra de
composição do quadro de acesso;
§ 3º O Policial-Militar da ativa que, nos casos cabíveis, se dirigir ao Poder Judiciário, deverá participar,
antecipadamente, esta iniciativa à autoridade a que estiver subordinado.
Art. 52. Os Policiais-Militares são alistáveis como eleitores, desde que Oficiais, Aspirantes-a-Oficial, Subtenentes e
Sargentos ou alunos de Escola de Formação de Oficiais Policial-Militar.
I - O Policial-Militar, que tiver menos de cinco anos de efetivo serviço, será, ao se candidatar a cargo eletivo,
excluído do serviço ativo, mediante demissão ou licenciamento ex-officio;
II - o Policial-Militar em atividade, com cinco ou mais anos de efetivo serviço, ao se candidatar a cargo eletivo, será
afastado, temporariamente, do serviço ativo e agregado, considerado em licença para tratar de interesse particular. Se
eleito, será, no ato da diplomação, transferido para a Reserva Remunerada, percebendo a remuneração a que fizer jus
em função de seu tempo de serviço.
Seção I
Da Remuneração
Art. 53. A remuneração dos Policiais-Militares compreende vencimentos, ou proventos, indenizações e outros
direitos, sendo devida nas bases estabelecidas em lei específica.
I - mensalmente:
I - mensalmente:
b) adicional de inatividade;
II - eventualmente, auxílio-invalidez.
Art. 54. O auxílio-invalidez, atendidas as condições estipuladas na lei específica que trata da remuneração dos
Policiais-Militares, será concedido ao Policial-Militar que, quando em serviço ativo, tenha sido ou venha a ser reformado
por incapacidade definitiva, e considerado inválido, isto é, impossibilitado total e permanentemente para qualquer
trabalho, não podendo prover os meios de subsistência.
Art. 55. O soldo é irredutível e não está sujeito a penhora, seqüestro, ou arresto, exceto nos casos previstos em lei.
Art. 56. O valor do soldo é igual para o Policial-Militar da ativa, da Reserva Remunerada, ou reformado, de um
mesmo grau hierárquico, ressalvado o disposto no inciso II, do art. 50 deste Estatuto.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos Policiais-Militares da Reserva Remunerada, e aos
reformados, quanto ao exercício de mandato eletivo, quanto ao de função de magistério, ou cargo em comissão, ou,
ainda, quanto a contrato para prestação de serviço técnico ou especializado.
Art. 58. Os proventos da inatividade serão revistos sempre que, por motivo de alteração do poder aquisitivo da
moeda, se modifiquem os vencimentos dos Policiais-Militares em serviço ativo.
Parágrafo único. Ressalvados os casos previstos em lei, os proventos da inatividade não poderão exceder a
remuneração percebida pelo Policial-Militar da ativa, no posto ou graduação correspondentes aos seus proventos.
Seção II
Da Promoção
Art. 59. O acesso na hierarquia policial-militar é seletivo, gradual e sucessivo, sendo feito mediante promoções, de
conformidade com o disposto na legislação e regulamentação de promoções de Oficiais e de Praças, de modo a obter-se
um fluxo regular e equilibrado de carreira para os Policiais-Militares.
§ 2° A promoção é um ato administrativo e tem como finalidade básica a seleção dos Policiais-Militares para o
exercício de funções pertinentes ao grau hierárquico superior.
§ 3º A promoção de Praças será disciplinada em regulamento a ser aprovado pelo Governador do Território
Federal, ouvida a Inspetoria Geral das Polícias Militares.
Art. 60. As promoções serão efetuadas pelos critérios de antiguidade e merecimento, ou ainda, por bravura e post-
mortem.
Art. 61. Não haverá promoção de Policial-Militar por ocasião de sua transferência para a Reserva Remunerada.
Art. 62. Não haverá promoção de Policial-Militar por ocasião de sua reforma.
Seção III
Art. 63. As férias são afastamentos totais do serviço, anual e obrigatoriamente concedidas aos Policiais-Militares,
para descanso, a partir do último mês do ano a que se referem, e durante todo o ano seguinte.
§ 2° A concessão de férias não será prejudicada pelo gozo anterior de licença para tratamento de saúde, por
punição anterior decorrente de transgressão disciplinar, pelo estado de guerra, ou para que sejam cumpridos atos de
serviço, bem como não anula o direito àquelas licenças.
§ 4° O período de férias, a que se refere o presente artigo, terá a duração de trinta dias, sendo proibido o seu
parcelamento.
Art. 64. Os Policiais-Militares têm direito, ainda, aos seguintes períodos de afastamento total do serviço,
obedecidas as disposições legais e regulamentares, por motivo de:
Parágrafo único. O afastamento do serviço por motivo de núpcias, ou luto, será concedida, no primeiro caso,
quando solicitado por antecipação à data do evento e, no segundo, tão logo a autoridade, à qual estiver subordinado o
Policial-Militar, tenha conhecimento do óbito.
Art. 65. As férias e os outros afastamentos mencionados nesta Seção são concedidos com a remuneração prevista
na legislação específica e computados como tempo de efetivo serviço para todos os efeitos legais.
Seção IV
Das Licenças
Art. 66. Licença é a autorização para afastamento total do serviço, em caráter temporário, concedida ao Policial-
Militar, obedecidas as disposições legais e regulamentares.
I - especial;
Art. 67. A licença especial é a autorização para afastamento total do serviço, relativa a cada decênio de tempo de
efetivo serviço prestado, concedida ao Policial-Militar que a requerer, sem que implique em qualquer restrição para sua
carreira.
§ 1º A licença especial tem a duração de seis meses, a ser gozada de uma só vez, podendo ser parcelada em
dois, ou três meses, por ano civil, quando solicitada pelo interessado e julgada conveniente pela autoridade competente.
§ 4º A licença especial não é prejudicada pelo gozo anterior de qualquer licença para tratamento de saúde e para
que sejam cumpridos atos de serviço, bem como não anula o direito àquelas licenças.
§ 5º Uma vez concedida a licença especial, o Policial-Militar será exonerado do cargo, ou dispensado do exercício
das funções que exerce, e ficará à disposição do órgão responsável pelo pessoal da Polícia Militar.
§ 6º A concessão de licença especial é regulada pelo Comandante-Geral, de acordo com o interesse do serviço.
Art. 68. A licença para tratar de interesse particular é a autorização para afastamento total do serviço, concedida
ao Policial-Militar que contar mais de dez anos de efetivo serviço, e que a requerer com aquela finalidade.
§ 1º A licença será sempre concedida com prejuízo da remuneração e da contagem de tempo de efetivo serviço.
§ 2º A concessão da licença para tratar de interesse particular é regulada pelo Comandante-Geral da Polícia
Militar, de acordo com o interesse do serviço.
Art. 69. As licenças poderão ser interrompidas a pedido, ou nas condições estabelecidas neste artigo.
§ 1º A interrupção da licença especial e da licença para tratar de interesse particular poderá ocorrer:
IV - para cumprimento de punição disciplinar, conforme o regulado pelo Comandante-Geral da Polícia Militar;
V - em caso de pronúncia em processo criminal, ou indicação em inquérito policial-militar, a juízo da autoridade que
efetivou a pronúncia ou a indicação.
§ 2º A interrupção de licença para tratamento de saúde de pessoa da família, para cumprimento de pena disciplinar
que importe em restrição da liberdade individual, será regulada na legislação da Polícia Militar.
Seção V
Da Pensão Policial-Militar
Art. 70. A pensão de Policial-Militar destina-se a amparar os beneficiários do Policial-Militar falecido, ou extraviado,
e será paga conforme o disposto em lei específica.
§ 1º Para fins de aplicação da lei que dispuser sobre a pensão de Policial-Militar, será considerado como posto ou
graduação do Policial-Militar o correspondente ao soldo sobre o qual forem calculadas as suas contribuições.
§ 3º Todo Policial-Militar é obrigado a fazer sua declaração de beneficiário que, salvo prova em contrário,
prevalecerá para a habilitação à pensão do Policial-Militar.
Art. 71. A pensão de Policial-Militar defere-se nas prioridades e nas condições estabelecidas em lei específica.
CAPÍTULO II
Das Prerrogativas
Art. 72. As prerrogativas dos Policiais-Militares são constituídas pelas honras, dignidade e distinções devidas aos
graus hierárquicos e cargos.
I - o uso de títulos, uniforme, distintivos, insígnias e emblemas da Polícia Militar do Território Federal,
correspondentes ao posto ou graduação;
II - honras, tratamento e sinais de respeito que lhes sejam asseguradas em leis e regulamentos;
III - cumprimento da pena de prisão ou detenção somente em Organização Policial-Militar de Corporação cujo
Comandante, Chefe, ou Diretor, tenha precedência hierárquica sobre o preso;
Art. 73. Somente em casos de flagrante delito, Policial-Militar poderá ser preso por autoridade policial, ficando esta
obrigada a entregá-lo, imediatamente, à autoridade policial-militar mais próxima, só podendo retê-lo na delegacia ou
posto policial durante o tempo necessário à lavratura do flagrante.
§ 2º Quando, durante o processo e julgamento no foro civil, houver perigo de vida para qualquer preso policial-
militar, o Comandante-Geral da Corporação providenciará, junto ao Secretário de Segurança Pública do Território
Federal, os entendimentos com a autoridade judicial visando à guarda dos pretórios ou tribunais por força policial-militar.
Art. 74. Os Policiais-Militares da ativa, no exercício de funções Policiais-Militares, são dispensados do serviço de
Júri, na Justiça Civil, e do serviço na Justiça Eleitoral.
Seção Única
Art. 75. Os uniformes da Polícia Militar, com seus distintivos, insígnias e emblemas, são privativos do Policial-
Militar e representam o símbolo da autoridade policial-militar, com as prerrogativas a ela inerentes.
Parágrafo único. Constitui crime, previsto na legislação específica, o desrespeito aos uniformes, distintivos,
insígnias e emblemas policiais-militares, bem como seu uso por parte de quem a eles não tiver direito.
Art. 76. O uso dos uniformes com seus distintivos, insígnias e emblemas, bem como os modelos, descrição,
composição e peças acessórias, são estabelecidos em legislação específica da Polícia Militar de cada Território Federal.
II - no estrangeiro, quando em atividade não relacionada com a missão do policial-militar, salvo quando
expressamente determinado ou autorizado;
III - na inatividade, salvo para comparecer a solenidades policiais-militares, cerimônias cívicas comemorativas das
grandes datas nacionais, ou atos sociais solenes, quando devidamente autorizado.
§ 2° Os Policiais-Militares na inatividade, cuja conduta possa ser considerada ofensiva à dignidade da classe,
poderão ser definitivamente proibidos de usar uniformes por decisão do Comandante-Geral da Polícia Militar.
Art. 77. O Policial-Militar fardado tem as obrigações correspondentes ao uniforme que use, e aos distintivos,
emblemas ou insígnias que ostente.
Art. 78. É vedado a qualquer elemento civil, ou organizações civis, o uso de uniformes ou distintivos, insígnias ou
emblemas que possam ser confundidos com os adotados pela Polícia Militar.
Parágrafo único. São responsáveis pela infração às disposições deste artigo os diretores ou chefes de repartições,
organizações de qualquer natureza, firma ou empregadores, empresas, institutos ou departamento, que tenham adotado,
ou consentido, o uso de uniformes, distintivos, insígnias ou emblemas que possam ser confundidos com os adotados
pela Polícia Militar.
TÍTULO IV
CAPÍTULO I
Seção I
Da Agregação
Art. 79. A agregação é a situação na qual o Policial-Militar da ativa deixa de ocupar a vaga na escala hierárquica
do seu Quadro, nela permanecendo, sem número.
I - for nomeado para cargo policial-militar, ou considerado de natureza policial-militar, estabelecido em lei, ou
decreto, não previsto nos Quadros de Organização da Polícia Militar (QO);
II - aguardar transferência ex-officio para a Reserva Remunerada, por ter sido enquadrado em quaisquer dos
requisitos que a motivam;
d) haver ultrapassado seis meses contínuos em licença para tratamento de interesse particular;
e) haver ultrapassado seis meses contínuos em licença para tratar de saúde de pessoa da família;
f) haver sido esgotado o prazo que caracteriza o crime de deserção previsto no Código Penal Militar, se Oficial, ou
Praça com estabilidade assegurada;
g) como desertor, ter-se apresentado voluntariamente, ou ter sido capturado e reincluído, a fim de se ver
processar;
l) ter sido condenado à pena restritiva da liberdade superior a seis meses, em sentença passada em julgado,
enquanto durar a execução, ou até ser declarado indigno de pertencer à Polícia Militar, ou com ela incompatível;
m) ter passado à disposição de outro órgão do Distrito Federal, da União, dos Estados ou Territórios, para exercer
função de natureza civil;
n) ter sido nomeado para qualquer cargo público civil temporário, não eletivo, inclusive da administração indireta;
o) ter se candidatado a cargo eletivo, desde que conte cinco ou mais anos de efetivo serviço;
p) ter sido condenado à pena de suspensão do exercício do posto, graduação, cargo ou função, prevista no código
Penal Militar.
§ 2º O Policial-Militar agregado, de conformidade com os incisos I e II, do § 1º, continua a ser considerado, para
todos os efeitos, como em serviço ativo.
§ 3° A agregação do Policial-Militar a que se refere o inciso I e as letras m e n do inciso III, do § 1º, é contada a
partir da data de posse no novo cargo até o regresso à Corporação, ou transferência ex-officio para a Reserva
Remunerada.
§ 4º A agregação do Policial-Militar a que se referem as letras a, c, d, e e j do inciso III, do § 1º, é contada a partir
do primeiro dia, após os respectivos prazos, e enquanto durar o evento.
§ 6º A agregação do Policial-Militar a que se refere a letra o do inciso III, do § 1°, é contada a partir da data do
registro como candidato até sua diplomação, ou seu regresso à Corporação, se não houver sido eleito.
§ 7° O Policial-Militar agregado ficará sujeito às obrigações disciplinares concernentes às suas relações com
outros Policiais-Militares e autoridades civis e militares, salvo quando ocupar cargo que lhe dê precedência funcional
sobre os outros Policiais-Militares mais antigos.
Art. 80. O Policial-Militar agregado ficará adido, para efeito de alterações e remuneração, à Organização Policial-
Militar que lhe for designada, continuando a figurar no lugar que então ocupava no Almanaque ou Escala Numérica, com
a abreviatura ag e anotações esclarecedoras de sua situação.
Art. 81. A agregação se faz por ato do Governador do Território Federal, para Oficiais e, pelo Comandante-Geral,
para as Praças.
Seção II
Da Reversão
Art. 82. A reversão é o ato pelo qual o Policial-Militar agregado retorna ao respectivo Quadro, tão logo cesse o
motivo que determinou a sua agregação, voltando a ocupar o lugar que lhe competir no respectivo Almanaque ou Escala
Numérica, na primeira vaga que ocorrer.
Parágrafo único. Em qualquer tempo poderá ser determinada a reversão do Policial-Militar agregado, exceto nos
casos previstos nas alíneas a, b, c, f, g, h, l, o e p do inciso III, do § 1º, do art. 79.
Art. 83. A reversão será efetuada mediante ato do Governador do Território Federal, ou de autoridade à qual
tenham sido delegados poderes para esse fim.
Seção III
Do Excedente
Art. 84. Excedente é a situação transitória a que, automaticamente, passa o Policial-Militar que:
I - tendo cessado o motivo que determinou sua agregação, reverte ao respectivo Quadro, estando este com efetivo
completo;
IV - sendo o mais moderno da respectiva escala hierárquica, ultrapassa o efetivo de seu Quadro, em virtude de
promoção de outro Policial-Militar em ressarcimento de preterição;
V - tendo cessado o motivo que determinou sua reforma por incapacidade definitiva, retorna ao respectivo Quadro,
estando este com seu efetivo completo.
§ 1º O Policial-Militar cuja situação é a de excedente, salvo o indevidamente promovido, ocupa a mesma posição
relativa, em antiguidade, que lhe cabe na escala hierárquica, com a abreviatura EXCD, e receberá o número que lhe
competir, em conseqüência da primeira vaga que se verificar.
§ 2º O Policial-Militar na situação de excedente é considerado como em efetivo serviço, para todos os efeitos, e
concorre, respeitados os requisitos legais, em igualdade de condições, e sem nenhuma restrição, a qualquer cargo
policial-militar e à promoção.
§ 3º O Policial-Militar promovido por bravura, sem que haja a respectiva vaga, ocupará a primeira vaga aberta,
deslocando o princípio da promoção a ser seguido para a vaga seguinte.
§ 4º O Policial-Militar, promovido indevidamente, só contará antiguidade e receberá o número que lhe competir, na
escala hierárquica, quando a vaga que deverá preencher corresponder ao princípio pelo qual deveria ter sido promovido,
desde que satisfaça os requisitos para a promoção.
Seção IV
Do Ausente e do Desertor
Art. 85. É considerado ausente o Policial-Militar que, por mais de vinte e quatro horas consecutivas:
I - deixar de comparecer à sua Organização Policial-Militar, sem comunicar qualquer motivo de impedimento;
II - ausentar-se, sem licença, da Unidade onde serve, ou do local onde deve permanecer.
Parágrafo único. Decorrido o prazo mencionado neste artigo, serão observadas as formalidades previstas em
legislação específica.
Art. 86. O Policial-Militar é considerado desertor nos casos previstos na legislação penal-militar.
Seção V
Do Desaparecimento e do Extravio
Art. 87. É considerado desaparecido o Policial-Militar da ativa que, no desempenho de qualquer serviço, em
viagem, em operações policiais-militares, ou em casos de calamidade pública, tiver paradeiro ignorado por mais de oito
dias.
Parágrafo único. A situação de desaparecimento só será considerada quando não houver indício de deserção.
Art. 88. O Policial-Militar que, a forma do artigo anterior, permanecer desaparecido por mais de trinta dias, será
oficialmente considerado extraviado.
CAPÍTULO II
Art. 89. O desligamento ou exclusão do serviço ativo da Polícia Militar é feito em conseqüência de:
II - reforma;
III - demissão;
V - licenciamento;
VII - deserção;
V - falecimento;
IX - extravio.
Parágrafo único. O desligamento do serviço ativo será processado após a expedição do ato do Governador do
Território Federal, ou da autoridade à qual tenham sido delegados poderes para esse fim.
Art. 90. A transferência para a Reserva Remunerada ou a reforma não isenta o Policial-Militar da indenização dos
prejuízos causados à Fazenda Nacional, nem do pagamento das pensões decorrentes de sentença judicial.
Art. 91. O Policial-Militar da ativa, enquadrado em qualquer das situações previstas nos incisos I, II e V do art. 89,
ou demissionário a pedido, continuará no exercício de suas funções até ser desligado da Organização Policial-Militar em
que serve.
Parágrafo único. O desligamento do Policial-Militar deverá ser feito após a publicação, em Boletim de sua Unidade,
do ato oficial correspondente, e não poderá exceder de trinta dias da data dessa publicação.
Seção I
Art. 92. A passagem do Policial-Militar à situação de inatividade, mediante transferência para a Reserva
Remunerada, se efetua:
I - a pedido;
II - ex-officio.
Art. 93. A transferência para a Reserva Remunerada, a pedido, será concedida mediante requerimento do Policial-
Militar que contar, no mínimo, trinta anos de serviço.
§ 1° No caso de o Policial-Militar haver realizado qualquer curso, ou estágio, no estrangeiro, de duração superior a
seis meses, por conta do Território Federal, sem haver decorrido três anos de seu término, a transferência para a
Reserva Remunerada só será concedida mediante indenização de todas as despesas correspondentes à realização do
referido curso, ou estágio, inclusive as diferenças de vencimentos. O cálculo da indenização será efetuado pelo órgão
competente da Corporação.
§ 2° Não será concedida transferência para a Reserva Remunerada, a pedido, ao Policial Militar que estiver:
Art. 94. A transferência para a Reserva Remunerada ex-officio verificar-se-á sempre que o Policial-Militar:
POSTOS IDADES
Coronel PM 59 anos
Tenente-Coronel PM 56 anos
Major PM 52 anos
b) para as Praças:
GRADUAÇÕES IDADES
Subtenente PM 56 anos
Cabo PM 50 anos
Soldado PM 50 anos
II - completar o Oficial superior oito anos de permanência no último posto previsto na hierarquia do Quadro, desde
que, também, conte trinta ou mais anos de serviço.
III - for, quando Oficial, considerado não habilitado para o acesso, em caráter definitivo, no momento em que vier a
ser objeto de apreciação para o ingresso em Quadro de Acesso;
IV - ultrapassar dois anos contínuos, ou não, em licença para tratar de interesse particular;
V - ultrapassar dois anos contínuos em licença para tratamento de saúde de pessoa da família;
VI - for empossado em cargo público permanente, estranho à sua carreira, e cujas funções sejam de magistério;
VII - ultrapassar dois anos de afastamento, contínuos ou não, agregado em virtude de ter sido empossado em
cargo público civil, temporário, não eletivo, inclusive de administração indireta;
VIII - ser diplomado em cargo eletivo, na forma do inciso II, do parágrafo único, do art. 52.
§ 1º A transferência para a Reserva Remunerada processar-se-á à medida que o Policial-Militar for enquadrado em
um dos incisos deste artigo.
§ 2º A transferência do Policial-Militar para a Reserva Remunerada, nas condições estabelecidas no inciso VI, será
efetivada no posto ou graduação que tinha na ativa, podendo acumular os proventos a que fizer jus na inatividade, com a
remuneração do cargo para o qual foi nomeado.
§ 3º A nomeação do Policial-Militar para os cargos públicos, de que tratam os incisos VI e VII, somente poderá ser
feita:
I - quando o cargo for de alçada federal, pela autoridade competente, mediante requisição ao Governador do
Território Federal;
§ 4º O Policial-Militar, enquanto permanecer no cargo de que trata o inciso VII deste artigo:
III - terá o tempo de serviço contado apenas para a promoção de que trata o inciso anterior, e para a transferência
para a inatividade.
Art. 95. A transferência do Policial-Militar para a Reserva Remunerada poderá ser suspensa na vigência de estado
de guerra, estado de sítio, ou em caso de mobilização.
Seção II
Da Reforma
Art. 96. A passagem do Policial-Militar à situação de inatividade, mediante reforma, será sempre ex-officio e
aplicada ao mesmo, desde que:
III - esteja agregado há mais de dois anos, por ter sido julgado incapaz, temporariamente, mediante homologação
da junta de Saúde, ainda mesmo que se trate de moléstia curável;
IV - seja condenado à pena de reforma prevista no Código Penal Militar, por sentença passada em julgado;
V - sendo Oficial PM, a tiver determinada pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, em julgamento
por ele efetuado, em conseqüência de Conselho de Justificação a que foi submetido;
VI - sendo Aspirante-a-Oficial PM, ou Praça com estabilidade assegurada, for para tal indicado, ao Comandante-
Geral da Polícia Militar, em julgamento do Conselho de Disciplina.
Parágrafo único. O Policial-Militar, reformado na forma dos incisos V ou VI, só poderá readquirir a situação de
Policial-Militar, anterior, respectivamente, por outra sentença do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, e nas
condições nela estabelecidas, ou por decisão do Comandante-Geral da Polícia Militar.
Art. 97. Anualmente, no mês de fevereiro, o órgão de inativos da Polícia Militar organizará a relação dos Policiais-
Militares que houverem atingido a idade-limite de permanência na Reserva Remunerada, a fim de serem reformados.
Art. 98. A situação de inatividade do Policial-Militar da Reserva Remunerada, quando reformado por limite de
idade, não sofre solução de continuidade, exceto quanto às condições de mobilização.
II - acidente em serviço;
III - doença, moléstia ou enfermidade adquirida que tenha relação de causa e efeito com as condições inerentes ao
serviço;
IV - tuberculose ativa, alienação mental, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e
incapacitante, cardiopatia grave, mal de Parkinson, pênfigo, espondiloartrose, nefropatia grave, e outras moléstias que a
lei indicar com base nas conclusões da medicina especializada;
V - acidente ou doença, moléstia ou enfermidade, sem relação de causa e efeito com o serviço.
§ 1º Os casos de que tratam os incisos I, II e III, deste artigo, serão provados por atestado de origem, ou inquérito
sanitário de origem, sendo os termos de acidente, baixa do hospital, papeletas de tratamento das enfermarias e
hospitais, e os registros de baixa, meios subsidiários para esclarecer a situação.
§ 2º As Juntas de Saúde, nos casos de tuberculose, deverão basear seus julgamentos, obrigatoriamente, em
observações clínicas acompanhadas de repetidos exames subsidiários, de modo a comprovar, com segurança, a
atividade da doença, após acompanhar sua evolução até três períodos de seis meses de tratamento clínico-cirúrgico
metódico, atualizado e, sempre que necessário, nosocomial, salvo quando se tratar de formas "grandemente
avançadas", no conceito clínico, sem qualquer possibilidade de regressão completa, as quais terão parecer imediato de
incapacidade definitiva.
§ 3° O parecer definitivo a adotar nos casos de tuberculose, para os portadores de lesões aparentemente inativas,
ficará condicionado a um período de consolidação extra nosocomial, nunca inferior a seis meses, contados a partir da
época da cura.
§ 4° Considera-se alienação mental todo caso de distúrbio mental, ou neuro-mental grave persistente, no qual,
esgotados os meios habituais de tratamento, permaneça alteração completa, ou considerável, na personalidade,
destruindo a autodeterminação do pragmatismo e tornando o indivíduo total e permanentemente impossibilitado para
qualquer trabalho. Ficam excluídas do conceito de alienação mental as epilepsias psíquicas e neurológicas, assim
julgadas pelas Juntas de Saúde.
§ 5º Considera-se paralisia todo o caso de neuropatia grave e definitiva que afeta a motilidade, sensibilidade,
troficidade e mais funções nervosas, no qual, esgotados os meios habituais de tratamento, permaneçam distúrbios
graves, extensos e definitivos que tornem o indivíduo total e permanentemente impossibilitado para qualquer trabalho.
§ 7º São equiparados à cegueira, não só os casos de afecções crônicas progressivas e incuráveis, que conduzirão
à cegueira total, como também os de visão rudimentar que apenas permitam a percepção de vultos, não susceptíveis de
correção por lente, nem removíveis por tratamento médico-cirúrgico.
Art. 100. O Policial-Militar da ativa julgado incapaz definitivamente por um dos motivos constantes dos incisos I, II,
III e IV, do art. 99, será reformado com qualquer tempo de serviço.
Art. 101. O Policial-Militar da ativa julgado incapaz definitivamente por um dos motivos constantes do inciso I, do
art. 99, será reformado com remuneração calculada com base no soldo correspondente ao grau hierárquico imediato ao
que possuir na ativa.
§ 1º Aplica-se o disposto neste artigo aos casos previstos nos incisos II, III e IV, do art. 99, quando, verificada a
incapacidade definitiva, for o Policial-Militar considerado inválido, isto é, impossibilitado total e permanentemente para
qualquer trabalho.
II - o de Segundo Tenente PM, para Subtenente PM, Primeiro-Sargento PM, Segundo-Sargento PM, e Terceiro-
Sargento PM;
§ 3º Aos benefícios previstos neste artigo e seus parágrafos poderão ser acrescidos outros relativos à
remuneração, estabelecidos em lei específica, desde que o Policial-Militar, ao ser reformado, já satisfaça às condições
por ela exigidas.
Art. 102. O Policial-Militar da ativa, julgado incapaz definitivamente por um dos motivos constantes do item V, do
art. 99, será reformado:
I - com a remuneração proporcional ao tempo de serviço, se Oficial ou Praça PM com estabilidade assegurada; e
II - com remuneração calculada com base no soldo integral do posto ou graduação desde que, com qualquer
tempo de serviço, seja considerado inválido, isto é, impossibilitado total e permanentemente para qualquer trabalho.
Art. 103. O Policial-Militar reformado por incapacidade definitiva que for julgado apto em inspeção de saúde por
junta Superior, em grau de recurso, ou revisão, poderá retornar ao serviço ativo, ou ser transferido para a Reserva
Remunerada, conforme o disposto neste estatuto.
§ 1º O retorno ao serviço ativo ocorrerá se o tempo decorrido na situação de reformado não ultrapassar dois anos,
observado o disposto no § 1º, do art. 84.
§ 2º A transferência para a Reserva Remunerada, observado o limite de idade para a permanência nessa reserva,
ocorrerá se o tempo transcorrido na situação de reformado ultrapassar dois anos.
Art. 104. O Policial-Militar reformado por alienação mental, quanto não ocorrer a designação judicial de curador,
terá sua remuneração paga aos beneficiários, desde que estes o tenham sob sua guarda e responsabilidade, e lhe
dispensem tratamento humano e condigno.
§ 1º A interdição judicial do Policial-Militar, reformado por alienação mental, deverá ser providenciada junto ao
Ministério Público, por iniciativa de qualquer de seus beneficiários, parentes, ou responsáveis, até sessenta dias a contar
da data do ato da reforma.
§ 2º A interdição judicial do policial-militar e seu internamento em instituição apropriada deverão ser providenciados
pela Polícia Militar, quando:
§ 3º Os processos e os atos de registro de interdição do Policial-Militar terão andamento sumário, sendo instruídos
com laudo proferido por junta de Saúde e isentos de custas.
Art. 105. Para fins do previsto na presente Seção, as Praças constantes do Quadro, a que se refere o art. 15, são
consideradas:
II - Aspirante-a-Oficial PM, os alunos da Escola de Formação de Oficial PM, qualquer que seja o ano;
Seção III
Da Demissão, da Perda do Posto e da Patente,
e da Declaração de Indignidade ou Incompatibilidade
com o Oficialato.
Art. 106. A demissão da Polícia Militar, aplicada exclusivamente aos Oficiais, se efetua:
I - a pedido;
II - ex-officio.
I - sem indenização aos cofres públicos, quando contar mais de cinco anos de oficialato na Polícia-Militar;
II - com indenização das despesas relativas à sua preparação, e formação, quando contar menos de cinco anos de
oficialato na Polícia Militar.
§ 1º No caso de o Oficial ter feito qualquer curso, ou estágio, de duração igual ou superior a seis, e inferior ou igual
a dezoito meses, por conta do Território Federal, e, não tendo decorrido mais de três anos de seu término, a demissão só
será concedida mediante indenização de todas as despesas correspondentes ao referido curso, ou estágio, acrescidas,
se for o caso, daquelas previstas no inciso II, deste artigo, e das diferenças de vencimentos.
§ 2º No caso de o Oficial ter feito qualquer curso, ou estágio, de duração superior a dezoito meses, por conta do
Governo do Território Federal, aplicar-se-á o disposto no parágrafo anterior, se ainda não houver decorrido mais de cinco
anos de seu término.
§ 3º O cálculo das indenizações, a que se referem o inciso II deste artigo e seus §§ 1º e 2º, será efetuado pelo
órgão competente da Corporação.
§ 4º O Oficial demissionário, a pedido, não terá direito a qualquer remuneração, sendo a sua situação militar
definida pela lei do Serviço Militar.
§ 5º O direito à demissão, a pedido, pode ser suspenso na vigência do estado de guerra, calamidade pública,
perturbação da ordem interna, estado de sítio, ou em caso de mobilização.
Art. 108. O Oficial da ativa empossado em cargo público permanente, estranho à sua carreira, e cuja função não
seja de magistério, será, imediatamente, mediante demissão ex-officio, transferido para a Reserva, onde ingressará com
o posto que possuía na ativa, não podendo acumular qualquer provento de inatividade com a remuneração do cargo
público permanente.
Art. 109. O Oficial, que houver perdido o posto e a patente, será demitido ex-officio, sem direito a qualquer
remuneração, ou indenização, tendo a sua situação militar definida pela Lei do Serviço Militar.
Art. 110. O Oficial perderá o posto e a patente se for declarado indigno do oficialato, ou com ele incompatível, por
decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, em decorrência de julgamento a que for submetido.
§ 1º O Oficial da Polícia Militar condenado por Tribunal, civil ou militar, à pena restritiva da liberdade individual
superior a dois anos, por sentença condenatória passada em julgado, será submetido ao Conselho de Justificação.
§ 2º O Oficial declarado indigno para o oficialato, ou com ele incompatível, condenado à perda de posto e patente,
só poderá readquirir a situação de Policial-Militar anterior, por outra sentença do Tribunal mencionado, e nas condições
nela estabelecidas.
Art. 111. Fica sujeito à declaração de indignidade para o oficialato, ou de incompatibilidade com o mesmo, o Oficial
que:
I - for condenado por Tribunal, civil ou militar, à pena restritiva de liberdade individual superior a dois anos, em
decorrência de sentença condenatória passada em julgado;
II - for condenado, por sentença passada em julgado, por crimes para os quais o Código Penal Militar comina
essas penas acessórias, ou por crime previsto na legislação concernente à segurança do Estado;
III - incidir nos casos previstos em lei específica que motivem o julgamento por Conselho de Justificação, e neste
for considerado culpado;
Seção IV
Do Licenciamento
I - a pedido;
II - ex-officio.
§ 1º O licenciamento a pedido será concedido, desde que não haja prejuízo para o serviço, à Praça engajada, ou
reengajada, desde que conte, no mínimo, a metade do tempo de serviço a que se obrigou.
II - a bem da disciplina;
§ 4º O licenciado ex-officio, a bem da disciplina, receberá o certificado de isenção do serviço militar previsto na Lei
do Serviço Militar.
Art. 113. O Aspirante-a-Oficial PM, e as demais Praças empossadas em cargo público permanente, estranho à
carreira, e cuja função não seja de magistério, serão imediatamente licenciados ex-officio, sem remuneração, e terão a
sua situação definida pela Lei do Serviço Militar.
Art. 114. O direito a licenciamento a pedido, poderá ser suspenso na vigência do estado de guerra, calamidade
pública, perturbação de ordem interna, estado de sítio, ou em caso de mobilização.
Seção V
Art. 115. A exclusão a bem da disciplina será aplicada ex-officio ao Aspirante-a-Oficial PM, ou às Praças com
estabilidade assegurada:
I - sobre os quais houver pronunciado tal sentença o Conselho Permanente de Justiça, por haverem sido
condenados, em sentença passada em julgado por aquele Conselho ou Tribunal Civil, à pena restritiva da liberdade
individual superior a dois anos, ou nos crimes contra a segurança do Estado, a pena de qualquer duração;
II - sobre os quais houver pronunciado tal sentença o Conselho Permanente de Justiça, por haverem perdido a
nacionalidade brasileira;
III - que incidirem nos casos que motivarem o julgamento pelo Conselho de Disciplina, previsto no art. 49, e forem
considerados culpados.
Parágrafo único. O Aspirante-a-Oficial PM, ou a Praça com estabilidade assegurada, que houver sido excluído a
bem da disciplina, só poderá readquirir a situação policial-militar anterior:
I - por outra sentença do Conselho Permanente de Justiça, e nas condições nela estabelecidas, se a exclusão for
conseqüência de sentença daquele Conselho;
II - por decisão do Comandante-Geral da Polícia Militar, se a exclusão for em conseqüência de ter sido julgado
culpado em Conselho de Disciplina.
Art. 117. A exclusão da Praça, a bem da disciplina, acarreta a perda do seu grau hierárquico e não a isenta da
indenização dos prejuízos causados à Fazenda do Território Federal, ou a terceiros, nem das pensões decorrentes de
sentença judicial.
Parágrafo único. A Praça excluída a bem da disciplina não terá direito a qualquer indenização, ou remuneração, e
a sua situação militar será definida pela lei do Serviço Militar.
Seção VI
Da Deserção
Art. 118. A deserção do Policial-Militar acarreta uma interrupção do serviço policial-militar com a conseqüente
demissão ex-officio, para o Oficial, ou exclusão do serviço ativo, para a Praça.
§ 1º A demissão do Oficial, ou exclusão da Praça com estabilidade assegurada, processar-se-á após um ano de
agregação, se não houver captura ou apresentação voluntária antes desse prazo.
§ 2º A Praça sem estabilidade assegurada será automaticamente excluída após oficialmente declarada desertora.
§ 3º O Policial-Militar desertor que for capturado ou que se apresente voluntariamente depois de ter sido demitido,
ou excluído, será reincluído no serviço ativo e a seguir agregado para se ver processar.
Seção VII
Do Falecimento e do Extravio
Art. 119. O falecimento do Policial-Militar da ativa acarreta interrupção do serviço policial-militar, a partir da data da
ocorrência do óbito.
Art. 120. O extravio do Policial-Militar da ativa acarreta interrupção do serviço policial-militar, com conseqüente
afastamento temporário do serviço ativo, a partir da data em que o mesmo for oficialmente considerado extraviado.
§ 1º O desligamento do serviço ativo será feito seis meses após agregação por motivo de extravio.
§ 2º Em caso de naufrágio, sinistro aéreo, catástrofe, calamidade pública ou outros acidentes oficialmente
reconhecidos, o extravio ou desaparecimento de Policial-Militar da ativa será considerado como falecimento, para os fins
previstos neste Estatuto, tão logo sejam esgotados os prazos máximos de possível sobrevivência, ou quando se dêem
por encerradas as providências de salvamento.
Art. 121. O reaparecimento de Policial-Militar extraviado ou desaparecido, já desligado do serviço ativo, resulta em
sua reinclusão e nova agregação, enquanto se apuram as causas que deram origem ao seu afastamento.
CAPÍTULO III
Do Tempo de Serviço
Art. 122. Os Policiais-Militares começam a contar tempo de serviço na Polícia Militar a partir da data de sua
inclusão, matrícula em órgão de formação de Policiais-Militares, ou nomeação para posto ou graduação da Polícia Militar.
§ 1º Considera-se como data de inclusão, para os fins deste artigo, a do ato de inclusão em uma Organização
Policial-Militar, a de matrícula em qualquer órgão de formação de Oficiais, ou de Praças, ou a de apresentação para o
serviço em caso de nomeação.
§ 3º Quando por motivo de força maior, oficialmente reconhecido (incêndio, inundação, sinistro aéreo e outras
calamidades), faltarem dados para a contagem de tempo de serviço, caberá ao Comandante-Geral arbitrar o tempo a ser
computado, para cada caso particular, de acordo com os elementos disponíveis.
Art. 123. Na apuração de tempo de serviço do Policial-Militar, será feita a distinção entre:
II - anos de serviço.
Art. 124. Tempo de efetivo serviço é o espaço de tempo computado, dia a dia, entre a data de inclusão e a data-
limite para a contagem, ou a data do desligamento do serviço ativo, mesmo que tal espaço de tempo seja parcelado.
II - o tempo de serviço prestado nas Guardas Territoriais em atividades policiais-militares, pelo pessoal selecionado
para o ingresso na Polícia Militar;
III - o tempo passado, dia a dia, nas Organizações Policiais-Militares, pelo Policial-Militar da Reserva da
Corporação convocado para o exercício de funções policiais-militares.
§ 2º Não serão deduzidos do tempo de efetivo serviço, além dos afastamentos previstos no art. 64, os períodos em
que o Policial-Militar estiver afastado do exercício de suas funções em gozo de licença especial.
§ 3º Ao tempo de efetivo serviço, de que trata este artigo e seus parágrafos, apurado e totalizado em dias, será
aplicado o divisor trezentos e sessenta e cinco para a correspondente obtenção dos anos de efetivo serviço.
Art. 125. Ano de Serviço é a expressão que designa o tempo de efetivo serviço a que se refere o art. 127 e seus
parágrafos, com os seguintes acréscimos:
I - tempo de serviço público federal, estadual, ou municipal, prestado pelo Policial-Militar, anteriormente à sua
inclusão, matrícula, nomeação ou reinclusão na Polícia Militar;
§ 1º os acréscimos a que se referem os incisos I e II, deste artigo, só serão computados no momento da passagem
do Policial-Militar à situação de inatividade, e para esse fim.
§ 2º O acréscimo a que se refere o inciso II, deste artigo, será computado somente no momento da passagem do
Policial-Militar à situação de inatividade e, nessa situação, para todos os efeitos legais, inclusive quanto à percepção
definitiva da gratificação de tempo de serviço, e de adicional de inatividade.
I - que ultrapassar o período de um ano, contínuo ou não, em licença para tratamento de saúde de pessoa da
família;
IV - decorrido em cumprimento de pena de suspensão do exercício do posto, graduação, cargo ou função, por
sentença passada em julgado;
V - decorrido em cumprimento de pena restritiva da liberdade individual, por sentença passada em julgado, desde
que não tenha sido concedida suspensão condicional da pena, quando, então, o tempo que exceder ao período da pena
será computado para todos os efeitos, caso as condições estipuladas na sentença não o impeçam.
Art. 126. O tempo que o Policial-Militar passou, ou vier a passar, afastado do exercício de suas funções, em
conseqüência de ferimentos recebidos em acidente quando em serviço, na manutenção da ordem pública, em operações
policiais-militares, ou de moléstia adquirida no exercício de qualquer função policial-militar, será computado como se ele
o tivesse passado no exercício efetivo daquelas funções.
Art. 127. O tempo de serviço em campanha para o Policial-Militar é o período em que o mesmo estiver em
operações de guerra.
Art. 128. A data-limite estabelecida para final de contagem dos anos de serviço, para inatividade, será a do
desligamento do serviço ativo.
Parágrafo único. A data-limite não poderá exceder de trinta dias, dos quais o máximo de quinze no órgão
encarregado de efetivar a transferência, da data da publicação do ato de transferência para a Reserva Remunerada da
Polícia Militar ou reforma, no órgão oficial do Governo do Território Federal ou em Boletim da Organização Policial-Militar,
considerada sempre a primeira publicação oficial.
Art. 129. Na contagem dos anos de serviço não poderá ser computada qualquer superposição do tempo de serviço
público (federal, estadual, ou municipal, e da administração indireta) entre si, nem com o tempo de serviço computável
após a inclusão em Organização Policial-Militar, matrícula em órgão de formação policial-militar, ou nomeação para posto
ou graduação na Polícia Militar.
CAPÍTULO IV
Do Casamento
Art. 130. O Policial-Militar da ativa pode contrair matrimônio, desde que observada a legislação civil específica.
§ 1º É vedado o casamento ao Aluno-Oficial PM e demais Praças, enquanto estiverem sujeitos aos regulamentos
dos órgãos de formação de Oficias, de graduados, ou de Soldados, cujos requisitos exijam a condição de solteiro.
§ 2º O casamento com mulher estrangeira somente poderá ser realizado após a autorização do Comandante-
Geral.
§ 3º excetuada a situação prevista no § 2º deste artigo, todo Policial-Militar deve participar, com antecipação, ao
Comandante de sua Organização Policial-Militar, o evento a ser realizado.
Art. 131. As Praças especiais que contraírem matrimônio em desacordo com o § 1º, do artigo anterior, serão
excluídas sem direito a qualquer remuneração ou indenização.
CAPÍTULO V
Art. 132. As recompensas constituem reconhecimento dos bons serviços prestados pelos Policiais-Militares.
IV - dispensa do serviço.
§ 2º As recompensas serão concedidas de acordo com a forma estabelecida nas leis e regulamentos em vigor.
Art. 133. As dispensas de serviço são autorizações concedidas aos Policiais-Militares para afastamento total do
serviço, em caráter temporário.
I - como recompensa;
Parágrafo único. As dispensas de serviço serão concedidas com a remuneração integral, e computadas como
tempo de efetivo serviço.
TÍTULO V
Art. 136. É vedado uso, por parte de organização civil, de designações que possam sugerir sua vinculação à
Polícia Militar.
Parágrafo único. excetuam-se das prescrições deste artigo as associações, clubes, círculos e outras entidades que
congreguem membros da Polícia Militar e que se destinem, exclusivamente, a promover intercâmbio social e assistencial
entre os Policiais-Militares e seus familiares e, entre esses e a sociedade civil local.
Art. 137. Após a vigência do presente Estatuo serão ajustados todos os dispositivos legais e regulamentares que
com ele tenham pertinência.
JOÃO B. DE FIGUEIREDO
Petrônio Portella
Mário David Andreazza